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Questão 1/10 - Literatura Brasileira Considere a seguinte citação: “Como o Brasil não passou por um período semelhante ao da Idade Média Europeia, os escritores se debruçaram sobre o indígena de modo a elaborar a figura de um herói e de um passado remoto”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: KAVISKI, Everton; FUMANERI, Maria Luísa Carneiro. Literatura Brasileira: uma perspectiva histórica, Curitiba: Intersaberes, 2014, p. 80. Considerando a citação do livro-base e as informações da Aula 2, Videoaula do Tema 2 – Contextualizando, da disciplina de Literatura Brasileira, assinale a alternativa que apresenta a concepção de Indianismo no programa estético do romantismo brasileiro: Nota: 10.0 A No Indianismo, a figura do indígena é secundária. O movimento ganha força somente pelos problemas de desnivelamento nas posições sociais. B Predominam-se, no Indianismo, as mitologias indígenas de outros países latino-americanos, sendo o contexto brasileiro menos explorado nas narrativas da época. C O indianismo não pertenceu à escola literária do Romantismo. Por essa razão, não possui características desse programa estético. D O Indianismo falhou no programa estético do romantismo porque os escritores não representavam, satisfatoriamente, o índio como elemento da identidade nacional. E O indianismo foi uma forma compensatória de encontrar um correspondente aos temas lendários e cavalheirescos da literatura romântica europeia. Você acertou! Comentário: Esta é a alternativa correta, pois de acordo com os conteúdos da aula 2, “O indianismo foi uma forma compensatória de encontrar um correspondente aos temas lendários e cavalheirescos da literatura romântica europeia”. (Aula 2, Videoaula do Tema 2 – Contextualizando, 15’34). Questão 2/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “Neste sentido, também a primeira literatura dos descobrimentos, com seu tom grandiloquente, é literatura barroca Como também o é, em bloco, a literatura dos jesuítas: não só por sua temática contrarreformista, por sua concepção trágica da vida e do pecado, mas também por sua forma”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: STEGAGNO-PICCHIO, Lucia História da literatura brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar/Lacerda Editores, 2004, p. 98. O barroco no Brasil sofreu um processo de aclimatação, que se caracterizou por meio dos ajustes que os escritores da colônia procederam em relação às convenções literárias europeias. Esses ajustes se deram tanto no plano estilístico quanto no plano ideológico, que podem ser resumidos em dois conceitos. Considerando o fragmento acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é correto afirmar que esses dois conceitos são: Nota: 10.0 A visão laica e visão alegórica. B visão literária e visão transfiguradora. C visão religiosa e visão reformista. D visão religiosa e visão transfiguradora. Você acertou! “O ajuste que as convenções literárias da Europa sofreram ao serem utilizadas pelos escritores coloniais estabeleceu alguns traços estilísticos e ideológicos que caracterizaram a produção dos primeiros séculos de colonização portuguesa no Brasil. Esses traços estão sintetizados nos conceitos denominados visão religiosa e visão transfiguradora” (livro-base, p. 41). As demais visões citadas (literária, alegórica, reformista) não são denominações empregadas no livro-base como conceitos que sintetizam esses traços da literatura barroca no Brasil. E visão reformista e visão alegórica. Questão 3/10 - Literatura Brasileira Leia os fragmentos do poema abaixo: I “No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos – cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão.” ........................................................................... IV “Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci;” .................................... Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: DIAS, G. I-Juca Pirama. In: RAMOS, F. J. S. da. Grandes poetas românticos do Brasil. São Paulo: LEP, 1952. p. 130-131. Acima temos dois fragmentos do poema I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias. Nele, o poeta maranhense usa um recurso que se convencionou chamar de harmonia imitativa. Considerando o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é correto afirmar que harmonia imitativa: Nota: 10.0 A é a correspondência entre o que se conta e o como se conta, forma de o ritmo mimetizar os episódios relatados no poema. Você acertou! Esta é a alternativa correta porque harmonia imitativa, que aparece no poema de Gonçalves Dias, é justamente essa técnica que busca conciliar a forma como se conta com o que se conta “Trata-se da técnica que se convencionou chamar de harmonia imitativa. O ritmo mimetiza os episódios do canto. Para cada parte há um tipo de metrificação diferente, mas sempre rigorosa e adequada ao conteúdo” (Livro-base, p. 86). As demais alternativas estão erradas porque não se trata de um efeito preso a uma forma poética ou gênero, ele pode ser obtido em qualquer formato. (p. 85) B é o efeito que ocorre em poemas compostos por estrofes de quatro a seis versos, com cinco ou sete sílabas. C é o tipo de assimilação vocálica, em que as vogais de uma palavra se tornam foneticamente semelhantes a outra vogal da mesma palavra. D é a correspondência harmônica que ocorre em poemas de 14 versos, formados por duas estrofes de quatro versos e duas de três. E é o efeito que se obtém em composições poéticas populares antigas, acompanhadas ou não de música. Questão 4/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto abaixo: “- Nonada. Tiros que o senhor ouviu não foram de briga de homem não, Deus esteja. [...] Contar é muito dificultoso. Não pelos anos que já se passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas de fazer balancê, de se remexerem dos lugares. O que eu falei foi exato? Foi. Mas teria sido? Agora, acho que nem não. São tantas horas de pessoas, tantas horas de pessoas, tantas coisas em tantos tempos, tudo miúdo recruzado. Se eu fosse filho de mais ação, e menos ideia, isso sim, tinha escapulido, calado, no estar da noite, varava dez léguas, madrugava, me escondia do largo do sol, varava mais dez, encostava no São Francisco bem de frente da Januária, passava, chegava em terra cidadã, estava no pique”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: Rosa, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio,1958, p. 175 et passim. O trecho acima foi extraído do romance Grande Sertão: Veredas, do escritor nascido em Cordisburgo João Guimarães Rosa. Este livro faz parte da nova narrativa moderna, ou seja, compõe o grupo de obras que consolidou a experiência modernista brasileira. Considerando a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, em relação à obra e à narrativa de O grande sertão: veredas, leia as afirmativas a seguir e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas: I. ( ) Esse romance simula a narração oral por meio da história de Riobaldo, ex-jagunço, agora estabelecido proprietário de terras. II. ( ) Há na narrativa a história de um amor “antinatural” por um homem, Diadorim, jagunço filho do grande líder Joca Ramiro. III. ( ) Por causa do pacto com o diabo, Riobaldo perde suas terras, fica na miséria e acaba preso por causa dos crimes que cometeu quando era jagunço. IV. ( ) Riobaldodeseja descobrir, ao narrar, se o diabo existe – visto que, se existisse, sua alma estaria condenada em virtude de um pacto que teria feito para matar Hermógenes. Agora, marque a sequência correta: Nota: 10.0 A V – F – V – V B V – V – F – V Você acertou! As afirmativas I, II e IV são verdadeiras, pois Riobaldo narra a história simulando uma conversa com um interlocutor, cujas marcas estão presentes a todo momento no romance, como pode se ler no fragmento acima; Riobaldo tem por Diadorim um amor que o atrai e o confunde por este ser – até onde ele sabe – um homem como ele; e de fato a grande questão do narrador do romance é saber se o diabo existe ou não uma vez que Riobaldo fez um pacto com ele. A afirmativa III é falsa, pois Riobaldo de jagunço vira proprietário, que é a condição que ele está quando narra a história, tampouco foi preso pelos crimes cometidos durante os anos de jagunçagem: “Ainda do ponto de vista da interpretação do papel social de Riobaldo (de semiletrado marginalizado e jagunço e, posteriormente, proprietário), é interessante notar que a narrativa é uma busca de justificação exigida também pela culpa por seus atos criminosos [...]” (livro- base, p. 232-233). A morte de Diadorim é a grande dor de Riobaldo. É apenas nesse momento que ele, o narrador, descobre que se tratava de uma mulher, a filha do jagunço Joca Ramiro (p. 132-134). C V – V – V – F D F – V – F – V E F – F – V – V Questão 5/10 - Literatura Brasileira Leia o trecho de texto a seguir: “Não se trata com efeito de ser brasileiro à Chateaubriand, o que é, como vimos há pouco, aceitar uma visão de estrangeiro, inclinado a ver o exótico e, confinando a ele os escritores, negar-lhes acesso aos grandes temas universais [...]. Trata-se de descrever e analisar os vários aspectos de uma sociedade, no tempo e no espaço, exprimindo a sua luta pela autodefinição nacional como povo civilizado, ligado ao ciclo da cultura do Ocidente”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CANDIDO, A. A formação da literatura Brasileira – momentos decisivos. 10. ed. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2006, p. 680. O trecho acima foi extraído das páginas finais de Formação da Literatura Brasileira, de Antonio Candido. Nessa altura do livro, o crítico vê os traços de amadurecimento de nossa literatura, o que vai tomando forma a partir do romantismo e do arcadismo. Considerando a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, para Candido, a consolidação da literatura brasileira se dá com: Nota: 10.0 A Machado de Assis Você acertou! Alternativa a porque, para Candido, a partir de Machado de Assis “a literatura brasileira entra em uma nova etapa. É momento em que toma corpo e se complexifica do ponto de vista formal”. Segundo Candido, a literatura passa, no final do século XIX, a se aprofundar e se organizar de modo programático e consciente. Nesse momento “houve uma reflexão sobre a validade dos pressupostos estéticos e ideológicos oitocentistas”. (Livro-base, p. 18). B José de Alencar C Gonçalves Dias D Tomás Antônio Gonzaga E Castro Alves Questão 6/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “O pré-modernismo foi uma questão mal resolvida. O termo pré-modernismo foi criado por Alceu de Amoroso Lima, na Contribuição à história do modernismo [...] para referir- se à produção literária do primeiro vintênio do século XX. A definição e a delimitação mais precisa do termo seria, entretanto, empreendida por Alfredo Bosi (1966), já na década de 1960, ao apontar os dois sentidos possíveis para a interpretação da literatura do período: 1. “dando ao prefixo ‘pré’ uma conotação meramente temporal de anterioridade’ 2. ‘dando ao mesmo elemento um sentido forte de precedência temática e formal em relação à literatura modernista’”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: LEITE, Sylvia H. T. de A. O pré-modernismo em São Paulo. Revista de Letras, v. 35, pp. 167-184, 1995, p. 167. O pré-modernismo abrangeu um período literário compreendido entre 1902 e 1922. Nessa fase de transição coexistiram tendências opostas. Em grande medida, a literatura deu ênfase às questões da realidade nacional, com preocupações socioculturais. Considerando o fragmento de texto acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, relacione os autores pré-modernistas abaixo às suas respectivas obras: 1) Lima Barreto 2) Euclides da Cunha 3) Monteiro Lobato 4) Graça Aranha ( ) Clara dos Anjos ( ) Canaã ( ) Os sertões ( ) Urupês Agora, marque a sequência correta: Nota: 10.0 A 1, 2, 3, 4 B 1, 4, 2, 3 Você acertou! 1. Lima Barreto – Clara dos Anjos 2. Graça Aranha – Canaã 3. Euclides da Cunha – Os sertões 4. Monteiro Lobato – Urupês As obras e seus respectivos autores foram trabalhados no item 4.1 denominado O pré-modernismo e corresponde às páginas 165 a 173 do livro-base. C 2, 3, 4, 1 D 3, 2, 4, 1 E 3, 1, 2, 4 Questão 7/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto: “[...] a ideia de sistema literário implica que só se pode falar em literatura nacional quando as obras aí produzidas são também aí recebidas e fecundadas”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: MORAES, Anita Martins Rodrigues de. A Literatura Brasileira sob a ótica de Antônio Cândido. Revista Itinerários, Araraquara, n. 30, p. 65-84, jan./jun. 2010. Considerando o fragmento do texto-base acima e as informações da Aula 1, Videoaula do Tema 2 – Contextualizando, da disciplina de Literatura Brasileira, assinale a alternativa que apresenta a tríade de elementos que formam um sistema literário, segundo Antônio Cândido: Nota: 0.0 A Manifestações literárias, literatura propriamente dita e transformação literária. B Quem produz a obra, as condições para isso e o público leitor. Comentário: Esta é a alternativa correta, pois de acordo com os conteúdos da aula 1, “A ideia do sistema congrega esses três pontos: quem produz a obra, as condições para isso e o público leitor”. (Aula 1, Videoaula do Tema 2 – Contextualizando, 6’06). C Língua, temas e imagens partilhadas. D Articulação, elaboração e tradição literária. E Tratamento da linguagem, coesão nacional e compromisso cívico. Questão 8/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “D. Glória não conhecia S. Bernardo, e essa ignorância me ofendeu, porque para mim S. Bernardo era o lugar mais importante do mundo. — Uma boa fazenda! Não há lá essa água podre que se bebe por aí. Lama. Não senhora, há conforto, há higiene. Glória retificou a espinha, ergueu a voz e desfez o ar apoucado: — Não me dou. Nasci na cidade, criei-me na cidade. Saindo daí, sou como peixe fora da água. Tanto que estive cavando transferência para um grupo na capital. Mas é preciso muito pistolão. Promessas... — Ah! É professora? — Não. Professora é minha sobrinha. — Aquela moça que estava com a senhora em casa do dr. Magalhães? — Sim. — E como é a graça de sua sobrinha, d. Glória? — Madalena. Veja o senhor. Fez um curso brilhante... [...] Essa conversa, é claro, não saiu de cabo a rabo como está no papel. Houve suspensões, repetições, mal-entendidos, incongruências, naturais quando a gente fala sem pensar que aquilo vai ser lido. Reproduzo o que julgo interessante. Suprimi diversas passagens, modifiquei outras. [...] É o processo que adoto: extraio dos acontecimentos algumas parcelas; o resto é bagaço”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: RAMOS, Graciliano. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, p. 75-78. Com o romance São Bernardo, de 1934, Graciliano Ramos consolidou o que se chamou de “romance de 30”. Tendo como referência o fragmento acima, retirado da obra SãoBernardo, e sua leitura do livro-base Literatura Brasileira sobre o romance São Bernardo, leia as sentenças abaixo: I – Proprietário da fazenda São Bernardo, Paulo Honório é personagem e narrador do romance. Narrando em primeira pessoa, Honório conta a história quando se encontra solitário na fazenda. II – No romance, Paulo Honorário conta a história de seu casamento com Madalena, o suicídio dela e a decadência da fazenda. III – O romance tem um narrador em terceira pessoa, onisciente, que mostra ao leitor o que se passa com Paulo Honório e, ao mesmo tempo, as expectativas de Madalena sobre o casamento. IV - O romance pode ser compreendido como uma crítica ao capitalismo. Paulo Honório, por exemplo, em vários momentos sobrepõe seus interesses pessoais e financeiros aos de camaradagem e sentimentos afetivos. Estão corretas apenas as afirmativas: Nota: 0.0 A I e II. B II e III. C I, II e IV. As afirmativas I, II e IV estão corretas porque Paulo Honório é o narrador da história, cujos eventos se deram antes do momento em que narra, quando já está sozinho, viúvo e decadente; porque de fato o romance pode ser entendido como uma crítica ao capitalismo, uma vez que Paulo Honório coloca os interesses comerciais, produtivos e financeiros acima dos demais. A afirmativa III está errada porque o narrador do romance é o próprio Paulo Honório, que o narra em 1ª pessoa. Trata-se de um romance memorialista, de um homem solitário. (Livro-base, p. 214 e 215) D I, III e IV. E I e III. Questão 9/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de poema abaixo: “Vozes veladas, veludosas vozes Volúpia dos violões, vozes veladas Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas ...........................................................”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CRUZ e SOUSA, J. Violões que choram. In: CRUZ E SOUZA, J. Obra completa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1961. p. 124. A poesia do poeta catarinense Cruz e Souza faz parte do cânone simbolista nacional. Esse movimento estético buscou reagir à objetividade em arte que fundamentava tanto o parnasianismo como o realismo-naturalismo. Considerando os versos acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira sobre o simbolismo, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A os simbolistas buscaram tanto prosa quanto na poesia representar a realidade da forma mais exata possível. B os simbolistas procuraram por meio do uso de metáforas e outras figuras de linguagem representar o que se passava em seu mundo interior. Você acertou! A alternativa b está correta, porque os simbolistas buscavam uma “linguagem sugestiva [...] que fundiu a palavra, a imagem e a sonoridade. Daí o símbolo ser o recurso por excelência utilizado pelos poetas desse movimento. ‘O símbolo significaria a tentativa de representar [...] por meio de metáforas polivalentes todo o conteúdo vago e multitudinário do mundo interior do poeta’” (livro- base, p. 147). As demais alternativas são inválidas pois os simbolistas não visavam à representação exata da realidade; nem manifestavam engajamento político em seus versos, nem usavam uma linguagem literal, muito pelo contrário; tampouco buscavam elaborar explicações detalhadas de objetos do mundo (livro-base, p. 141-147). C entre as principais características dos poetas simbolistas estava o engajamento político, que se manifestava em seus versos. D os simbolistas empregavam uma linguagem literal, concisa, de modo a representar fielmente os traços do meio rural. E a paráfrase era um dos recursos retóricos mais empregados pelos simbolistas, pois prezavam a explicação detalhada dos objetos do mundo. Questão 10/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir “A nossa literatura colonial manteve aqui tão viva quanto lhe era possível a tradição literária portuguesa. Submissa a esta e repetindo-lhe as manifestações, embora sem nenhuma excelência e antes inferiormente, animou-a todavia desde o princípio o nativo sentimento de apego à terra e afeto às suas coisas. Ainda sem propósito acabaria este sentimento por determinar manifestações literárias que em estilo diverso do da metrópole viessem a exprimir um gênio nacional que paulatinamente se diferenciava”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000116.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2017. A delimitação do momento inaugural da nossa literatura foi e é um problema para os historiadores da literatura brasileira. Galho secundário da literatura universal, como disse um crítico, o primeiro passo dado por nossos escritores foi o de tentar se distinguirem de nossos colonizadores. Algo ainda insuficiente, no entanto, para estabelecer uma literatura nacional. Considerando a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, entre os problemas que dificultam a definição do marco inicial da literatura brasileira está: Nota: 10.0 A o hábito dos autores do período escreverem textos religiosos, gramáticas, em vez de textos literários. B a censura de Portugal, que impedia que os temas nacionais aparecessem nos textos de autores brasileiros. C a ausência de um sistema literário em território brasileiro, que articulasse autor, obra e leitor, estabelecendo um sistema simbólico. Você acertou! O problema de delimitar a origem de nossa literatura não está simplesmente na produção de obras em nosso território. Isso não é suficiente para estabelecer um sistema literário, como propõe Antonio Candido. A ideia de um sistema literário é de um “sistema de obras ligadas por denominadores comuns, que permitem reconhecer as notas dominantes duma fase. [...] Entre eles se distinguem: a existência de um conjunto de produtores literários [...]; um conjunto de receptores [...]; um mecanismo transmissor; [...] O conjunto dos três elementos dá lugar a um tipo de comunicação inter-humana, a literatura, que aparece, sob este ângulo, como sistema simbólico” (livro-base, p. 16-17). Assim, a dificuldade não está nos gêneros escritos, nem nos temas desenvolvidos por nossos autores, mas por uma falta de vida espiritual que fizesse circular as obras e seu material simbólico (livro-base, p. 16). D a limitação dos temas literários, voltados para a transmissão dos acontecimentos locais por meio de crônicas. E a produção de textos alegóricos que impedem a manifestação dos temas locais e a diferenciação com a literatura de Portugal. Questão 1/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de poema abaixo: “Vozes veladas, veludosas vozes Volúpia dos violões, vozes veladas Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas ...........................................................”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CRUZ e SOUSA, J. Violões que choram. In: CRUZ E SOUZA, J. Obra completa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1961. p. 124. A poesia do poeta catarinense Cruz e Souza faz parte do cânone simbolista nacional. Esse movimento estético buscou reagir à objetividade em arte que fundamentava tanto o parnasianismo como o realismo-naturalismo. Considerando os versos acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira sobre o simbolismo, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A os simbolistas buscaram tanto prosa quanto na poesia representar a realidade da forma mais exata possível. B os simbolistas procuraram por meio do uso de metáforas e outras figuras de linguagem representar o que se passava em seu mundo interior. Você acertou! A alternativa b está correta, porque os simbolistas buscavam uma “linguagem sugestiva [...] que fundiu a palavra, a imagem e a sonoridade. Daí o símbolo ser o recurso por excelência utilizado pelos poetas desse movimento.‘O símbolo significaria a tentativa de representar [...] por meio de metáforas polivalentes todo o conteúdo vago e multitudinário do mundo interior do poeta’” (livro- base, p. 147). As demais alternativas são inválidas pois os simbolistas não visavam à representação exata da realidade; nem manifestavam engajamento político em seus versos, nem usavam uma linguagem literal, muito pelo contrário; tampouco buscavam elaborar explicações detalhadas de objetos do mundo (livro-base, p. 141-147). C entre as principais características dos poetas simbolistas estava o engajamento político, que se manifestava em seus versos. D os simbolistas empregavam uma linguagem literal, concisa, de modo a representar fielmente os traços do meio rural. E a paráfrase era um dos recursos retóricos mais empregados pelos simbolistas, pois prezavam a explicação detalhada dos objetos do mundo. Questão 2/10 - Literatura Brasileira Leia a citação a seguir: “Policarpo, você precisa tomar juízo. Um homem de idade, com posição, respeitável, como você é, andar metido com esse seresteiro, um quase capadócio – não é bonito! O major descansou o chapéu-de-sol – um antigo chapéu-de-sol com a haste inteiramente de madeira, e um cabo de volta, incrustado de pequenos losangos de madrepérola – e respondeu: – Mas você está muito enganada, mana. É preconceito supor-se que todo o homem que toca violão é um desclassificado. A modinha é a mais genuína expressão da poesia nacional e o violão é o instrumento que ela pede. Nós é que temos abandonado o gênero, mas ele já esteve em honra, em Lisboa, no século passado, com o Padre Caldas que teve um auditório de fidalgas. Beckford, um inglês, muito o elogia. – Mas isso foi em outro tempo, agora...” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. In: Domínio Público, p. 2. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000013.pdf>.Acesso em: 13 ago. 2017. Triste Fim de Policarpo Quaresma é talvez a obra mais conhecida de Lima Barreto (1881–1922), um dos escritores da chamada escola pré-modernista. O protagonista do romance, que se passa no Rio de Janeiro, é um nacionalista, cujo radicalismo serve para Barreto projetar sua visão crítica da sociedade da época. Tendo como referência as informações acima e a leitura do livro-base Literatura Brasileira, leia as afirmativas a seguir, assinalando V para as afirmativas verdadeiras e F paras as afirmativas falsas. I. ( ) O estilo de Lima Barreto é marcado por uma linguagem mais simples, menos ornamentada, avessa ao tom bacharelesco. II. ( ) Em Triste fim de Policarpo Quaresma, além de tratar da efusão ultranacionalista do personagem-título, Lima Barreto retrata as características da vida fluminense de seu tempo. III. ( ) Triste fim de Policarpo Quaresma (1911), Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909) e Clara dos Anjos (1948, póstumo) são romances de Lima Barreto. IV. ( ) Lima Barreto, assim como Machado de Assis, excluiu de sua obra temas como o racismo e a dominação social, preferindo escrever crônicas de costumes. Agora, marque a sequência correta: Nota: 10.0 A V– F– V– V B F– V– V– V C V– V– V– F Você acertou! As afirmativas I, II e III são verdadeiras porque Barreto era avesso ao tom bacharelesco, o qual parodia em vários momentos no romance Triste fim de Policarpo Quaresma; porque os hábitos, a cultura e as relações sociais do Rio de Janeiro são retratados no romance, como pode se ver na menção que faz ao uso do violão no fragmento acima e à visão que se tinha daqueles que tocavam esse instrumento no começo do século XX; porque os romances mencionados são todos de autoria de Lima Barreto. A afirmativa IV é falsa, pois a questão do racismo e da dominação social estão presentes em sua obra. A obra de Barreto é “considerada ainda hoje como uma das mais singulares crônicas da vida fluminense. Aproxima-se da crônica, até mesmo no desapego a uma linguagem excessivamente adornada e de tom bacharelesco, típica de muitos escritores da época [...]” (livro-base, p. 168). Lima Barreto “destrincha a crueldade do racismo e da dominação social exercida pelos mais poderosos sobre os mais fracos” (livro-base, p. 169) D F– V– F– V E F– F– V– V Questão 3/10 - Literatura Brasileira Leia os fragmentos do poema abaixo: I “No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos – cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão.” ........................................................................... IV “Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci;” .................................... Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: DIAS, G. I-Juca Pirama. In: RAMOS, F. J. S. da. Grandes poetas românticos do Brasil. São Paulo: LEP, 1952. p. 130-131. Acima temos dois fragmentos do poema I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias. Nele, o poeta maranhense usa um recurso que se convencionou chamar de harmonia imitativa. Considerando o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é correto afirmar que harmonia imitativa: Nota: 10.0 A é a correspondência entre o que se conta e o como se conta, forma de o ritmo mimetizar os episódios relatados no poema. Você acertou! Esta é a alternativa correta porque harmonia imitativa, que aparece no poema de Gonçalves Dias, é justamente essa técnica que busca conciliar a forma como se conta com o que se conta “Trata-se da técnica que se convencionou chamar de harmonia imitativa. O ritmo mimetiza os episódios do canto. Para cada parte há um tipo de metrificação diferente, mas sempre rigorosa e adequada ao conteúdo” (Livro-base, p. 86). As demais alternativas estão erradas porque não se trata de um efeito preso a uma forma poética ou gênero, ele pode ser obtido em qualquer formato. (p. 85) B é o efeito que ocorre em poemas compostos por estrofes de quatro a seis versos, com cinco ou sete sílabas. C é o tipo de assimilação vocálica, em que as vogais de uma palavra se tornam foneticamente semelhantes a outra vogal da mesma palavra. D é a correspondência harmônica que ocorre em poemas de 14 versos, formados por duas estrofes de quatro versos e duas de três. E é o efeito que se obtém em composições poéticas populares antigas, acompanhadas ou não de música. Questão 4/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto abaixo: “No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava: – Ai! que preguiça!... e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau da paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força de homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ANDRADE, M. Macunaíma. 26. ed. Rio de Janeiro/Belo Horizonte: Editoras Reunidas/ Vila Rica, 1990, p. 9. Tendo como referência as informações acima e a leitura do livro-base Literatura Brasileira sobre a obra Macunaíma, de Mário de Andrade, leia as afirmativas abaixo e assinaleV para as afirmativas verdadeiras e F paras as afirmativas falsas I. ( ) O “herói sem nenhum caráter”, Macunaíma, nasce indígena e negro, depois se transforma em homem louro de olhos azuis. Desde criança, na tribo, revela-se preguiçoso, malicioso e espertalhão. II. ( ) Segundo Mário de Andrade, Macunaíma é mais uma “rapsódia” do que um romance. III. ( ) Macunaíma é um herói que, partindo do Amazonas em direção a São Paulo, salva o Brasil das interferências europeias. IV. ( ) O romance usa recursos de linguagem humorística, misturados a elementos trazidos de mitos, fábulas e lendas e a registros da língua oral. Agora, marque a sequência correta: Nota: 10.0 A V – V – V – F B F – V – V – V C V – V – F – V Você acertou! As afirmativas I, II e IV são verdadeiras porque a personagem passa pela metamorfose descrita na afirmativa; porque o autor considera o livro uma rapsódia, que segundo ele é uma soma de temas tirados das histórias populares levados para a literatura por um escritor culto; porque “mistura lendas e expressões de diferentes partes do país em uma mesma história, saturando-a de elementos contraditórios, com o fim de destacá-los de sua realidade etnográfica. Do ponto de vista da influência estrangeira, embora tenha se baseado em pesquisas europeias e, até mesmo, tirado seu personagem de uma dessas fontes, o tom parodístico leva-o, segundo a autora francesa Pascale Casanova (2002, p. 348), a ‘uma postura dupla muito refinada: enquanto reúne e enobrece explicitamente um patrimônio cultural até então monopolizado pela etnologia, adota um tom irônico e parodístico que, em um modo literário, denega e sabota os fundamentos do empreendimento’” (livro-base, p. 187 e 188). A afirmativa III é falsa, pois o livro, entre outros aspectos, faz uma paródia da história do Brasil ao mesmo tempo uma afirmação da “estabilização de uma consciência criadora nacional” (livro-base, p. 189). D F – V – F – V E F – F – V – V Questão 5/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir “A nossa literatura colonial manteve aqui tão viva quanto lhe era possível a tradição literária portuguesa. Submissa a esta e repetindo-lhe as manifestações, embora sem nenhuma excelência e antes inferiormente, animou-a todavia desde o princípio o nativo sentimento de apego à terra e afeto às suas coisas. Ainda sem propósito acabaria este sentimento por determinar manifestações literárias que em estilo diverso do da metrópole viessem a exprimir um gênio nacional que paulatinamente se diferenciava”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000116.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2017. A delimitação do momento inaugural da nossa literatura foi e é um problema para os historiadores da literatura brasileira. Galho secundário da literatura universal, como disse um crítico, o primeiro passo dado por nossos escritores foi o de tentar se distinguirem de nossos colonizadores. Algo ainda insuficiente, no entanto, para estabelecer uma literatura nacional. Considerando a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, entre os problemas que dificultam a definição do marco inicial da literatura brasileira está: Nota: 10.0 A o hábito dos autores do período escreverem textos religiosos, gramáticas, em vez de textos literários. B a censura de Portugal, que impedia que os temas nacionais aparecessem nos textos de autores brasileiros. C a ausência de um sistema literário em território brasileiro, que articulasse autor, obra e leitor, estabelecendo um sistema simbólico. Você acertou! O problema de delimitar a origem de nossa literatura não está simplesmente na produção de obras em nosso território. Isso não é suficiente para estabelecer um sistema literário, como propõe Antonio Candido. A ideia de um sistema literário é de um “sistema de obras ligadas por denominadores comuns, que permitem reconhecer as notas dominantes duma fase. [...] Entre eles se distinguem: a existência de um conjunto de produtores literários [...]; um conjunto de receptores [...]; um mecanismo transmissor; [...] O conjunto dos três elementos dá lugar a um tipo de comunicação inter-humana, a literatura, que aparece, sob este ângulo, como sistema simbólico” (livro-base, p. 16-17). Assim, a dificuldade não está nos gêneros escritos, nem nos temas desenvolvidos por nossos autores, mas por uma falta de vida espiritual que fizesse circular as obras e seu material simbólico (livro-base, p. 16). D a limitação dos temas literários, voltados para a transmissão dos acontecimentos locais por meio de crônicas. E a produção de textos alegóricos que impedem a manifestação dos temas locais e a diferenciação com a literatura de Portugal. Questão 6/10 - Literatura Brasileira Leia a passagem abaixo: “Pelo hábito de frequentar a igreja tomara conhecimento e travara estreita amizade com um pequeno sacristão que, digamos de passagem, era tão boa peça como ele; apenas se encontravam limitavam-se a trocar olhares significativos enquanto o amigo andava ocupado no serviço da igreja; assim porém que se acabavam as missas, e que saíam as verdadeiras beatas, reuniam-se os dois, e começavam a contar suas diabruras mais recentes, travando o plano de mil outras novas. Por complacência, ou antes por prova de decidida amizade, o companheiro confiava ao nosso gazeador um caniço, e faziam juntos o serviço e as maroteiras: a mais pequena que faziam era irem de altar em altar escorropichando todas as galhetas, o que lhes incendia mais o desejo de traquinar”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ALMEIDA, Manuel A. de. Memórias de um sargento de milícias. Domínio Público, p. 32. < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000235.pdf>. Acesso em 07 de ago. 2017. A passagem acima foi extraída do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Romance de costumes, a obra trouxe para a ficção os ambientes mais populares do Rio de Janeiro e seus moradores, escolhendo como protagonistas os homens pobres, mas livres, do século XIX. Nesse romance é possível enxergar um modo de sociabilidade que Antonio Candido percebeu como estrutural daquela sociedade e da sociedade brasileira em geral. Considerando o fragmento de texto e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, Candido chamou esse tipo de sociabilidade de: Nota: 10.0 A malandragem. Você acertou! “A grande contribuição desse romance de costumes está na aposta de ficcionalizar o mundo popular do Rio de Janeiro. [...] Ao enquadrar essa população sem eira nem beira, Memórias de um sargento de milícias revela certo tipo de sociabilidade local até então não percebida por Teixeira e Sousa ou Macedo e que Antonio Candido, a certa altura, denominou de malandragem (livro-base, p. 100-101). B marginal. C aristocrática. D convencional. E civilizatória. Questão 7/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto abaixo: “O convés, tanto na coberta como na tolda, apresentava o aspecto de um acampamento nômade. A marinhagem, entorpecida pelo trabalho, caíra numa sonolência profunda, espalhada por ali ao relento, numa desordem geral de ciganos que não escolhem terreno para repousar. Pouco lhe importavam o chão úmido, as correntes de ar, as constipações, o beribéri. Embaixo era maior o atravancamento. Macas de lona suspensas em varais de ferro, umas sobre outras, encardidas como panos de cozinha, oscilavam à luz moribunda e macilenta das lanternas. Imagine-se o porão de um navio mercante carregado de miséria. No intervalo das peças, na meia escuridão dos recôncavos moviam-se os corpos seminus, indistintos. Respiravam um odor nauseabundo de cárcere, um cheiro acre de suor humano diluído em urina e alcatrão. Negros, de boca aberta, roncavam profundamente,contorcendo-se na inconsciência do sono. Viam-se torsos nus abraçando o convés, aspectos indecorosos que a luz evidenciava cruelmente”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CAMINHA, Adolfo. Bom crioulo. Domínio Público, p. 20. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000052.pdf>. Acesso em: 28/07/2017. De acordo com os conteúdos abordados nas aulas e no livro-base Literatura Brasileira sobre o romance naturalista Bom crioulo (1898), de Adolfo Caminha (1867- 1897), é correto afirmar que: Nota: 10.0 A Além da temática homossexual, o romance denuncia os maus-tratos dispensados aos marinheiros engajados nas Forças Armadas Brasileiras. Você acertou! Esta é a alternativa correta porque o tema central de Bom crioulo é a relação homossexual entre Aleixo e Amaro, protetor e protegido. Comprovando a tese naturalista de que o meio influencia na formação do caráter e dos comportamentos, Adolfo Caminha procura demonstrar que a forma com que os marinheiros se encontravam a bordo da corveta beneficiou os comportamentos de Aleixo e Amaro. Além disso, denuncia os castigos físicos sofridos pelos marinheiros, como as chibatadas. A maioria dos marinheiros era negra, escravos ou ex-escravos (Livro-base, p. 131). As demais alternativas referem-se a outros romances, como o Cortiço, ou mencionam temáticas, personagens ou espaços que não dizem respeito aos do romance de Adolfo Caminha, como a periferia de Recife, Maria das Hortaliças ou o cortiço. B o romance revela as condições precárias de certa parcela da população nordestina e o mundo violento, sem lei nem rei, do qual as personagens fazem parte. C o cortiço, onde se passa o romance, é apresentado de tal forma que surge diante dos olhos do leitor como mais uma personagem do romance. D o romance apresenta a mulher independente, caracterizada na figura de Maria das Hortaliças. E além da temática homossexual, o romance retrata os problemas da periferia do Recife e as viagens de trem pelo interior do país. Questão 8/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto: “[...] a ideia de sistema literário implica que só se pode falar em literatura nacional quando as obras aí produzidas são também aí recebidas e fecundadas”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: MORAES, Anita Martins Rodrigues de. A Literatura Brasileira sob a ótica de Antônio Cândido. Revista Itinerários, Araraquara, n. 30, p. 65-84, jan./jun. 2010. Considerando o fragmento do texto-base acima e as informações da Aula 1, Videoaula do Tema 2 – Contextualizando, da disciplina de Literatura Brasileira, assinale a alternativa que apresenta a tríade de elementos que formam um sistema literário, segundo Antônio Cândido: Nota: 0.0 A Manifestações literárias, literatura propriamente dita e transformação literária. B Quem produz a obra, as condições para isso e o público leitor. Comentário: Esta é a alternativa correta, pois de acordo com os conteúdos da aula 1, “A ideia do sistema congrega esses três pontos: quem produz a obra, as condições para isso e o público leitor”. (Aula 1, Videoaula do Tema 2 – Contextualizando, 6’06). C Língua, temas e imagens partilhadas. D Articulação, elaboração e tradição literária. E Tratamento da linguagem, coesão nacional e compromisso cívico. Questão 9/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “O pré-modernismo foi uma questão mal resolvida. O termo pré-modernismo foi criado por Alceu de Amoroso Lima, na Contribuição à história do modernismo [...] para referir- se à produção literária do primeiro vintênio do século XX. A definição e a delimitação mais precisa do termo seria, entretanto, empreendida por Alfredo Bosi (1966), já na década de 1960, ao apontar os dois sentidos possíveis para a interpretação da literatura do período: 1. “dando ao prefixo ‘pré’ uma conotação meramente temporal de anterioridade’ 2. ‘dando ao mesmo elemento um sentido forte de precedência temática e formal em relação à literatura modernista’”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: LEITE, Sylvia H. T. de A. O pré-modernismo em São Paulo. Revista de Letras, v. 35, pp. 167-184, 1995, p. 167. O pré-modernismo abrangeu um período literário compreendido entre 1902 e 1922. Nessa fase de transição coexistiram tendências opostas. Em grande medida, a literatura deu ênfase às questões da realidade nacional, com preocupações socioculturais. Considerando o fragmento de texto acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, relacione os autores pré-modernistas abaixo às suas respectivas obras: 1) Lima Barreto 2) Euclides da Cunha 3) Monteiro Lobato 4) Graça Aranha ( ) Clara dos Anjos ( ) Canaã ( ) Os sertões ( ) Urupês Agora, marque a sequência correta: Nota: 10.0 A 1, 2, 3, 4 B 1, 4, 2, 3 Você acertou! 1. Lima Barreto – Clara dos Anjos 2. Graça Aranha – Canaã 3. Euclides da Cunha – Os sertões 4. Monteiro Lobato – Urupês As obras e seus respectivos autores foram trabalhados no item 4.1 denominado O pré-modernismo e corresponde às páginas 165 a 173 do livro-base. C 2, 3, 4, 1 D 3, 2, 4, 1 E 3, 1, 2, 4 Questão 10/10 - Literatura Brasileira “A Praça da Alegria apresentava um ar fúnebre. De um casebre miserável, de porta e janela, ouviam-se gemer os armadores enferrujados de uma rede e uma voz tísica e aflautada de mulher, cantar em falsete a ‘gentil Carolina era bela’, doutro lado da praça, uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de moscas, apregoava em tom muito arrastado e melancólico: ‘Fígado, rins e coração!’. Era uma vendedora de fatos de boi. As crianças nuas, com as perninhas tortas pelo costume de cavalgar as ilhargas maternas, as cabeças avermelhadas pelo sol, a pele crestada os ventrezinhos amarelentos e crescidos, corriam e guinchavam, empinando papagaios de papel. Um ou outro branco, levado pela necessidade de sair, atravessava a rua, suado vermelho afogueado, à sombra de um enorme chapéu-de-sol. Os cães, estendidos pelas calçadas, tinham uivos que pareciam gemidos humanos, movimentos irascíveis, mordiam o ar querendo morder os mosquitos. Ao longe, para as bandas de São Pantaleão, ouvia-se apregoar: ‘Arroz de Veneza! Mangas! Macajubas!’ Às esquinas, nas quitandas vazias, fermentava um cheiro acre de sabão da terra e aguardente”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: AZEVEDO, A. de. O mulato. Domínio Público, p. 2. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua00023a.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2017. A passagem acima reproduz parte do segundo parágrafo do romance O mulato, de Aluísio de Azevedo. Publicado no mesmo ano da edição em livro de Memórias póstumas de Brás Cubas, em 1881, foi um sucesso de público. Ligado à estética realista- naturalista no Brasil, no trecho acima é possível perceber algumas das características centrais dessa escola, características que criam efeitos de objetividade e realismo buscados por essa escola literária. Considerando a passagem acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, entre as características da estética realista-naturalista que ajudam a criar o efeito de objetividade e realismo temos: Nota: 10.0 A a descrição e a redução das peripécias. Você acertou! Para produzir este efeito de objetividade os escritores da escola realista-naturalista procuravam descrever minuciosamente os espaços e ambientes em que suas personagens desenvolviam suas ações. Estas não deviam encobrir a representação objetiva do real, ou seja, a narração de muitas reviravoltas ou peripécias, base do melodrama e do folhetim, tende a chamar muita atenção e tirar o foco das condições de realidade em que as personagens estãopostas: “Em linhas gerais, a prosa buscava a representação de uma realidade em seus detalhes de modo a deslindar as vicissitudes da sociedade contemporânea. [...] O romance realista-naturalista [...] tende a diminuir o papel da peripécia e apostar mais nas descrições da realidade representada – prefere descrever a narrar [...]. O romance, no afã da busca pela objetividade pela realidade, aposta nos detalhes (livro-base, p. 131, 132). O narrador intruso chama a atenção para si e para seu ponto de vista, expresso geralmente pela digressão. O narrador naturalista esconde-se atrás da narrativa. O fluxo de consciência leva o foco da história para os sentimentos e ideias do narrador e também não foi empregado pelos escritores naturalistas. B a narração e grande número de peripécias. C o narrador intruso e a digressão. D grande número de peripécias e a descrição. E redução das peripécias e fluxo de consciência. Questão 1/10 - Literatura Brasileira Leia os trechos do poema a seguir: “............................ Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto relevo Faz de uma flor. Imito-o. E, pois, nem de Carrara A pedra firo: O alvo cristal, a pedra rara, O ônix prefiro. ............................ Porque o escrever – tanta perícia, Tanta requer, Que ofício tal… nem há notícia De outro qualquer. Assim procedo. Minha pena Segue esta norma, Por te servir, Deusa serena, Serena Forma!” Os versos acima são de Profissão de fé, de Olavo Bilac. Certamente é o poeta mais conhecido do Parnasianismo. Os escritores parnasianos em boa parte voltaram-se contra a poética romântica buscando em autores como Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga e Bocage modelos para seus versos. De acordo com os conteúdos abordados nas aulas e no livro-base Literatura Brasileira, entre as características do Parnasianismo estão: Nota: 10.0 A a melopeia, expansão da subjetividade, preferência pelas redondilhas e os octossílabos. B os versos livres, a ambiguidade, polissemia, ausência de rimas e uso de metáforas e alegorias. C a melopeia, fanopeia, palavras-valise, poemas visuais e abandono do sujeito lírico em prol da forma. D os versos decassílabos, cultismo e conceptismo, uso da alegoria, emprego da figuratização. E o descompromisso com a realidade, a objetividade, a exatidão das palavras e perfeição formal. Você acertou! Em reação à melopeia romântica intensificada na década anterior, os poetas parnasianos elaboram uma dicção em que a exatidão das palavras e o desenvolvimento claro das ideias são o princípio básico para a composição do poema. É por conta disso que os poetas parnasianos apostam em certas opções formais. Elege-se por exemplo o verso alexandrino [...] e desqualificam-se em grande medida, as redondilhas menores e maiores ou octossílabos e eneassílabos. [...] a principal preocupação dos parnasianos esteve sempre ligada à correção da linguagem, que está associada, por sua vez, à busca pela palavra exata e à aposta em uma linguagem culta, castiça” (Livro-base, p. 136-137). Por essas razões, estão incorretas as demais alternativas, já que a melopeia, o cultismo, versos livres entre outras características não eram próprias da escola parnasiana. Questão 2/10 - Literatura Brasileira Considere a seguinte citação: “Como o Brasil não passou por um período semelhante ao da Idade Média Europeia, os escritores se debruçaram sobre o indígena de modo a elaborar a figura de um herói e de um passado remoto”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: KAVISKI, Everton; FUMANERI, Maria Luísa Carneiro. Literatura Brasileira: uma perspectiva histórica, Curitiba: Intersaberes, 2014, p. 80. Considerando a citação do livro-base e as informações da Aula 2, Videoaula do Tema 2 – Contextualizando, da disciplina de Literatura Brasileira, assinale a alternativa que apresenta a concepção de Indianismo no programa estético do romantismo brasileiro: Nota: 0.0 A No Indianismo, a figura do indígena é secundária. O movimento ganha força somente pelos problemas de desnivelamento nas posições sociais. B Predominam-se, no Indianismo, as mitologias indígenas de outros países latino-americanos, sendo o contexto brasileiro menos explorado nas narrativas da época. C O indianismo não pertenceu à escola literária do Romantismo. Por essa razão, não possui características desse programa estético. D O Indianismo falhou no programa estético do romantismo porque os escritores não representavam, satisfatoriamente, o índio como elemento da identidade nacional. E O indianismo foi uma forma compensatória de encontrar um correspondente aos temas lendários e cavalheirescos da literatura romântica europeia. Comentário: Esta é a alternativa correta, pois de acordo com os conteúdos da aula 2, “O indianismo foi uma forma compensatória de encontrar um correspondente aos temas lendários e cavalheirescos da literatura romântica europeia”. (Aula 2, Videoaula do Tema 2 – Contextualizando, 15’34). Questão 3/10 - Literatura Brasileira Leia a passagem de texto: “O Realismo e o Naturalismo surgiram praticamente no mesmo período histórico, mantendo os mesmos princípios científicos, filosóficos e artísticos”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CRUZ, Gisele Thiel Della. Rota de aprendizagem da aula 3. O Realismo e Naturalismo no Brasil, Curitiba, Intersaberes, Slide 13. Considerando a passagem de texto acima e as informações da Aula 3, Videoaula do Tema 4 – Conceitualização, da disciplina de Literatura Brasileira, assinale a alternativa que indica as características da estética e da ambientação Realista e Naturalista Brasileira: Nota: 0.0 A A estética era centralizada na narração dos antigos costumes europeus e a ambientação atrelava-se à realidade burguesa da época. B A estética contemporânea era predominante e o enfoque era, estritamente, na ambientação da realidade urbana. C A estética concentrou-se na narração de costumes contemporâneos e a ambientação esteve atrelada ao mundo urbano e ao mundo rural. Comentário: Esta é a alternativa correta, pois de acordo com os conteúdos da aula 3, “A estética realista-naturalista concentrou-se na narração de costumes contemporâneos, [...] na sequência, a ambientação esteve atrelada tanto ao mundo urbano, como em Casa de Pensão de Aluísio Azevedo, e ao mundo rural como em Dona Guidinha do Poço, de Oliveira Paiva”. (Aula 3, Videoaula do Tema 4 – Conceitualizando, 1’52). D A estética e a ambientação eram restritas aos costumes e a realidade rural. E Apesar de terem surgido no mesmo período histórico, a estética e a ambientação Naturalista e Realista não possuem características em comum. Questão 4/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “A grande noite do poeta seria, porém, a de 7 de setembro de 1868, quando recitou, com voz vibrante e, mais do que nunca, arrebatado de emoção, ‘Tragédia no mar’, que depois tomaria o nome de ‘O navio negreiro’. [...] O poema foi escrito para ser recitado em voz alta. [...] E é em voz alta que esse poema em seis movimentos, cada um deles a pedir uma inflexão diferente, trabalha em nós e nos comove e nos revolta”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: SILVA, Alberto Costa e. Castro Alves. São Paulo: Cia. das Letras, 2006, p. 98 (Coleção Perfis Brasileiros). E leia um fragmento de “O Navio Negreiro”: ‘Stamos em pleno mar… Doudo no espaço Brinca o luar – dourada borboleta; E as vagas após ele correm… cansam Como turba de infantes inquieta. ‘Stamos em pleno mar… Do firmamento Os astros saltam como espumas de ouro… O mar em troca acende as ardentias, – Constelações do líquido tesouro… ..........................................................”.Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ALVES, C. O navio negreiro. In: RAMOS, F. J. S. da. Grandes poetas românticos do Brasil. São Paulo: LEP, 1952, p. 795. Conhecido como poeta dos escravos, porque defendia a abolição da escravidão, Castro Alves difundiu seus versos em teatros, nas ruas e em salões literários ou íntimos. Suas apresentações provocavam forte impacto nos auditórios por que passava. Considerando os fragmentos de texto, o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, sobre a poesia de Castro Alves é correto afirmar que: Nota: 0.0 A a obra de Castro Alves se desenvolveu por um grande período, e dividiu-se em três fases: amorosa, sacra e satírica. B o grande traço de sua poesia é o desalento, que transparece nos poemas em que critica a escravidão. C seus versos apresentam uma visão pessimista do futuro, o que explica a dureza e rigidez de seus versos. D a eloquência é o ponto forte de seu estilo, que expressa o entusiasmo com que via a experiência humana e a natureza. Esta alternativa está correta porque o “principal traço estilístico de sua obra (Castro Alves) é a eloquência verbal de sua poesia [que] deriva [...] do consórcio entre música e a poesia elaborada pelos poetas românticos anteriores e amplifica-se pelos problemas políticos do momento. [...] Castro Alves opunha à poesia do desalento, da geração de Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu, uma poesia nascida do ‘entusiasmo’ perante os dramas da vida humana e os espetáculos da natureza. É com sua obra [...] que essa poesia entusiasmada assume problemas sociais e políticos no calor da hora” (livro-base, p. 106, 108). As demais alternativas estão erradas porque Castro Alves morreu muito jovem, aos 24 anos, e sua poesia não foi classificada em fases; porque, como se viu, não havia traço de contenção ou melancolia em sua poesia, muito pelo contrário. E inconformado com a escravidão, Castro Alves escreveu uma obra melancólica, que o inseriu na segunda geração romântica. Questão 5/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto abaixo: “No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava: – Ai! que preguiça!... e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau da paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força de homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ANDRADE, M. Macunaíma. 26. ed. Rio de Janeiro/Belo Horizonte: Editoras Reunidas/ Vila Rica, 1990, p. 9. Tendo como referência as informações acima e a leitura do livro-base Literatura Brasileira sobre a obra Macunaíma, de Mário de Andrade, leia as afirmativas abaixo e assinale V para as afirmativas verdadeiras e F paras as afirmativas falsas I. ( ) O “herói sem nenhum caráter”, Macunaíma, nasce indígena e negro, depois se transforma em homem louro de olhos azuis. Desde criança, na tribo, revela-se preguiçoso, malicioso e espertalhão. II. ( ) Segundo Mário de Andrade, Macunaíma é mais uma “rapsódia” do que um romance. III. ( ) Macunaíma é um herói que, partindo do Amazonas em direção a São Paulo, salva o Brasil das interferências europeias. IV. ( ) O romance usa recursos de linguagem humorística, misturados a elementos trazidos de mitos, fábulas e lendas e a registros da língua oral. Agora, marque a sequência correta: Nota: 0.0 A V – V – V – F B F – V – V – V C V – V – F – V As afirmativas I, II e IV são verdadeiras porque a personagem passa pela metamorfose descrita na afirmativa; porque o autor considera o livro uma rapsódia, que segundo ele é uma soma de temas tirados das histórias populares levados para a literatura por um escritor culto; porque “mistura lendas e expressões de diferentes partes do país em uma mesma história, saturando-a de elementos contraditórios, com o fim de destacá-los de sua realidade etnográfica. Do ponto de vista da influência estrangeira, embora tenha se baseado em pesquisas europeias e, até mesmo, tirado seu personagem de uma dessas fontes, o tom parodístico leva-o, segundo a autora francesa Pascale Casanova (2002, p. 348), a ‘uma postura dupla muito refinada: enquanto reúne e enobrece explicitamente um patrimônio cultural até então monopolizado pela etnologia, adota um tom irônico e parodístico que, em um modo literário, denega e sabota os fundamentos do empreendimento’” (livro-base, p. 187 e 188). A afirmativa III é falsa, pois o livro, entre outros aspectos, faz uma paródia da história do Brasil ao mesmo tempo uma afirmação da “estabilização de uma consciência criadora nacional” (livro-base, p. 189). D F – V – F – V E F – F – V – V Questão 6/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto abaixo: “- Nonada. Tiros que o senhor ouviu não foram de briga de homem não, Deus esteja. [...] Contar é muito dificultoso. Não pelos anos que já se passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas de fazer balancê, de se remexerem dos lugares. O que eu falei foi exato? Foi. Mas teria sido? Agora, acho que nem não. São tantas horas de pessoas, tantas horas de pessoas, tantas coisas em tantos tempos, tudo miúdo recruzado. Se eu fosse filho de mais ação, e menos ideia, isso sim, tinha escapulido, calado, no estar da noite, varava dez léguas, madrugava, me escondia do largo do sol, varava mais dez, encostava no São Francisco bem de frente da Januária, passava, chegava em terra cidadã, estava no pique”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: Rosa, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio,1958, p. 175 et passim. O trecho acima foi extraído do romance Grande Sertão: Veredas, do escritor nascido em Cordisburgo João Guimarães Rosa. Este livro faz parte da nova narrativa moderna, ou seja, compõe o grupo de obras que consolidou a experiência modernista brasileira. Considerando a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, em relação à obra e à narrativa de O grande sertão: veredas, leia as afirmativas a seguir e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas: I. ( ) Esse romance simula a narração oral por meio da história de Riobaldo, ex-jagunço, agora estabelecido proprietário de terras. II. ( ) Há na narrativa a história de um amor “antinatural” por um homem, Diadorim, jagunço filho do grande líder Joca Ramiro. III. ( ) Por causa do pacto com o diabo, Riobaldo perde suas terras, fica na miséria e acaba preso por causa dos crimes que cometeu quando era jagunço. IV. ( ) Riobaldo deseja descobrir, ao narrar, se o diabo existe – visto que, se existisse, sua alma estaria condenada em virtude de um pacto que teria feito para matar Hermógenes. Agora, marque a sequência correta: Nota: 0.0 A V – F – V – V B V – V – F – V As afirmativas I, II e IV são verdadeiras, pois Riobaldo narra a história simulando uma conversa com um interlocutor, cujas marcas estão presentes a todo momento no romance, como pode se ler no fragmento acima; Riobaldo tem por Diadorim um amor que o atrai e o confunde por este ser – até onde ele sabe – um homem como ele; e de fato a grande questão do narrador do romance é saber se o diabo existe ou não uma vez que Riobaldo fez um pacto com ele. A afirmativa III é falsa, pois Riobaldo de jagunço vira proprietário, que é a condição queele está quando narra a história, tampouco foi preso pelos crimes cometidos durante os anos de jagunçagem: “Ainda do ponto de vista da interpretação do papel social de Riobaldo (de semiletrado marginalizado e jagunço e, posteriormente, proprietário), é interessante notar que a narrativa é uma busca de justificação exigida também pela culpa por seus atos criminosos [...]” (livro- base, p. 232-233). A morte de Diadorim é a grande dor de Riobaldo. É apenas nesse momento que ele, o narrador, descobre que se tratava de uma mulher, a filha do jagunço Joca Ramiro (p. 132-134). C V – V – V – F D F – V – F – V E F – F – V – V Questão 7/10 - Literatura Brasileira Leia os fragmentos do poema abaixo: I “No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos – cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão.” ........................................................................... IV “Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci;” .................................... Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: DIAS, G. I-Juca Pirama. In: RAMOS, F. J. S. da. Grandes poetas românticos do Brasil. São Paulo: LEP, 1952. p. 130-131. Acima temos dois fragmentos do poema I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias. Nele, o poeta maranhense usa um recurso que se convencionou chamar de harmonia imitativa. Considerando o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é correto afirmar que harmonia imitativa: Nota: 0.0 A é a correspondência entre o que se conta e o como se conta, forma de o ritmo mimetizar os episódios relatados no poema. Esta é a alternativa correta porque harmonia imitativa, que aparece no poema de Gonçalves Dias, é justamente essa técnica que busca conciliar a forma como se conta com o que se conta “Trata-se da técnica que se convencionou chamar de harmonia imitativa. O ritmo mimetiza os episódios do canto. Para cada parte há um tipo de metrificação diferente, mas sempre rigorosa e adequada ao conteúdo” (Livro-base, p. 86). As demais alternativas estão erradas porque não se trata de um efeito preso a uma forma poética ou gênero, ele pode ser obtido em qualquer formato. (p. 85) B é o efeito que ocorre em poemas compostos por estrofes de quatro a seis versos, com cinco ou sete sílabas. C é o tipo de assimilação vocálica, em que as vogais de uma palavra se tornam foneticamente semelhantes a outra vogal da mesma palavra. D é a correspondência harmônica que ocorre em poemas de 14 versos, formados por duas estrofes de quatro versos e duas de três. E é o efeito que se obtém em composições poéticas populares antigas, acompanhadas ou não de música. Questão 8/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de poema abaixo: “Vozes veladas, veludosas vozes Volúpia dos violões, vozes veladas Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas ...........................................................”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CRUZ e SOUSA, J. Violões que choram. In: CRUZ E SOUZA, J. Obra completa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1961. p. 124. A poesia do poeta catarinense Cruz e Souza faz parte do cânone simbolista nacional. Esse movimento estético buscou reagir à objetividade em arte que fundamentava tanto o parnasianismo como o realismo-naturalismo. Considerando os versos acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira sobre o simbolismo, é correto afirmar que: Nota: 0.0 A os simbolistas buscaram tanto prosa quanto na poesia representar a realidade da forma mais exata possível. B os simbolistas procuraram por meio do uso de metáforas e outras figuras de linguagem representar o que se passava em seu mundo interior. A alternativa b está correta, porque os simbolistas buscavam uma “linguagem sugestiva [...] que fundiu a palavra, a imagem e a sonoridade. Daí o símbolo ser o recurso por excelência utilizado pelos poetas desse movimento. ‘O símbolo significaria a tentativa de representar [...] por meio de metáforas polivalentes todo o conteúdo vago e multitudinário do mundo interior do poeta’” (livro- base, p. 147). As demais alternativas são inválidas pois os simbolistas não visavam à representação exata da realidade; nem manifestavam engajamento político em seus versos, nem usavam uma linguagem literal, muito pelo contrário; tampouco buscavam elaborar explicações detalhadas de objetos do mundo (livro-base, p. 141-147). C entre as principais características dos poetas simbolistas estava o engajamento político, que se manifestava em seus versos. D os simbolistas empregavam uma linguagem literal, concisa, de modo a representar fielmente os traços do meio rural. E a paráfrase era um dos recursos retóricos mais empregados pelos simbolistas, pois prezavam a explicação detalhada dos objetos do mundo. Questão 9/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “Neste sentido, também a primeira literatura dos descobrimentos, com seu tom grandiloquente, é literatura barroca Como também o é, em bloco, a literatura dos jesuítas: não só por sua temática contrarreformista, por sua concepção trágica da vida e do pecado, mas também por sua forma”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: STEGAGNO-PICCHIO, Lucia História da literatura brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar/Lacerda Editores, 2004, p. 98. O barroco no Brasil sofreu um processo de aclimatação, que se caracterizou por meio dos ajustes que os escritores da colônia procederam em relação às convenções literárias europeias. Esses ajustes se deram tanto no plano estilístico quanto no plano ideológico, que podem ser resumidos em dois conceitos. Considerando o fragmento acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é correto afirmar que esses dois conceitos são: Nota: 0.0 A visão laica e visão alegórica. B visão literária e visão transfiguradora. C visão religiosa e visão reformista. D visão religiosa e visão transfiguradora. “O ajuste que as convenções literárias da Europa sofreram ao serem utilizadas pelos escritores coloniais estabeleceu alguns traços estilísticos e ideológicos que caracterizaram a produção dos primeiros séculos de colonização portuguesa no Brasil. Esses traços estão sintetizados nos conceitos denominados visão religiosa e visão transfiguradora” (livro-base, p. 41). As demais visões citadas (literária, alegórica, reformista) não são denominações empregadas no livro-base como conceitos que sintetizam esses traços da literatura barroca no Brasil. E visão reformista e visão alegórica. Questão 10/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir “De noite, no dia seguinte, em toda aquela semana pensei o menos que pude nos cinco contos, e até confesso que os deixei muito quietinhos na gaveta da secretária. Gostava de falar de todas as coisas, menos de dinheiro, e principalmente de dinheiro achado; todavia não era crime achar dinheiro, era uma felicidade, um bom acaso, era talvez um lance da Providência. Não podia ser outra coisa. Não se perdem cinco contos, como se perde um lenço de tabaco. Cinco contos levam-se com trinta mil sentidos, apalpam-se a miúdo, não se lhes tiram os olhos de cima, nem as mãos, nem o pensamento, e para se perderem assim totalmente, numa praia, é necessário que... Crime é que não podia ser o achado; nem crime, nem desonra, nem nada que embaciasse o caráter de um homem. Era um achado, um acerto feliz, como a sortegrande, como as apostas de cavalo, como os ganhos de um jogo honesto e até direi que a minha felicidade era merecida, porque eu não me sentia mau, nem indigno dos benefícios da Providência. Nesse mesmo dia levei-os ao Banco do Brasil. Lá me receberam com muitas e delicadas alusões ao caso da meia dobra, cuja notícia andava já espalhada entre as pessoas do meu conhecimento; respondi enfadado que a coisa não valia a pena de tamanho estrondo; louvaram-me então a modéstia, — e porque eu me encolerizasse, replicaram- me que era simplesmente grande”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em:<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000167.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2017. O fragmento acima do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas corresponde à noite posterior ao achado do embrulho contendo 5 mil réis. Brás Cubas encontra-o na praia e acaba ficando com ele, como se lê acima. Alguns capítulos atrás tinha acontecido algo semelhante: Cubas havia topado com uma moeda de ouro e a encaminhado ao delegado para que este a devolvesse ao dono. Mas os 5 mil réis, valor muito superior, ele não devolveu. No final do episódio fica com o dinheiro e com a fama de grande homem. Os fatos e a forma de contar esses episódios expressam a complexidade da narrativa machadiana. Essa passagem remete ao que Antonio Candido em “Esquema de Machado de Assis” diz da modernidade da obra machadiana. Considerando o fragmento acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira sobre o romance de Machado, entre as técnicas machadianas que revelam sua modernidade, segundo Candido, está... Nota: 0.0 A a capacidade de mostrar ao leitor sem contradições ou ironia a realidade das relações sociais do Rio de Janeiro do século XIX, distinguindo claramente o protagonista de seu antagonista. B a habilidade em detalhar os ambientes e os espaços romanescos de modo a expressar como num inventário todas as particularidades da sociedade de seu tempo. C a capacidade em expressar coisas espantosas da forma mais suave possível, fazendo uso da ironia, de forma a fazer com que algo excepcional pareça normal e vice-versa. Segundo Antonio Candido, mencionado no livro-base, a técnica de Machado de Assis “consiste essencialmente em sugerir as coisas mais tremendas da maneira mais cândida (como os ironistas do século XVIII); ou em estabelecer um contraste entre a normalidade social dos fatos e a sua anormalidade essencial; ou em sugerir, sob aparência do contrário, que o ato excepcional é normal, e anormal seria o ato corriqueiro. Aí está o motivo da sua modernidade, apesar de seu arcaísmo de superfície” (livro-base, p. 114) As demais alternativas estão erradas porque a ironia está no centro da “poética” machadiana; porque a ideia de escrever de modo realista à semelhança de um inventário é contrária ao estilo de Machado, que usou essa mesma imagem (do inventário) para criticar o realismo de Eça de Queiroz; porque as características psicológicas das personagens de Machado não são elaboradas pelas teorias darwinistas ou deterministas que influenciaram escritores como Aluísio Azevedo, entre outros; porque apesar da vontade de elaborar uma literatura nacional não estivesse fora dos horizontes de Machado, ele jamais empregou linguagem transparente ou grandiloquente, uma vez que empregou a ironia. D a habilidade em elaborar a psicologia e os caracteres das personagens de acordo com as determinações do espaço e da raça às quais elas pertencem. E a vontade de elaborar uma literatura nacional por meio da criação de personagens alegóricos, expressos em uma linguagem transparente e grandiloquente. Questão 1/10 - Literatura Brasileira Leia a citação a seguir: “Policarpo, você precisa tomar juízo. Um homem de idade, com posição, respeitável, como você é, andar metido com esse seresteiro, um quase capadócio – não é bonito! O major descansou o chapéu-de-sol – um antigo chapéu-de-sol com a haste inteiramente de madeira, e um cabo de volta, incrustado de pequenos losangos de madrepérola – e respondeu: – Mas você está muito enganada, mana. É preconceito supor-se que todo o homem que toca violão é um desclassificado. A modinha é a mais genuína expressão da poesia nacional e o violão é o instrumento que ela pede. Nós é que temos abandonado o gênero, mas ele já esteve em honra, em Lisboa, no século passado, com o Padre Caldas que teve um auditório de fidalgas. Beckford, um inglês, muito o elogia. – Mas isso foi em outro tempo, agora...” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. In: Domínio Público, p. 2. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000013.pdf>.Acesso em: 13 ago. 2017. Triste Fim de Policarpo Quaresma é talvez a obra mais conhecida de Lima Barreto (1881–1922), um dos escritores da chamada escola pré-modernista. O protagonista do romance, que se passa no Rio de Janeiro, é um nacionalista, cujo radicalismo serve para Barreto projetar sua visão crítica da sociedade da época. Tendo como referência as informações acima e a leitura do livro-base Literatura Brasileira, leia as afirmativas a seguir, assinalando V para as afirmativas verdadeiras e F paras as afirmativas falsas. I. ( ) O estilo de Lima Barreto é marcado por uma linguagem mais simples, menos ornamentada, avessa ao tom bacharelesco. II. ( ) Em Triste fim de Policarpo Quaresma, além de tratar da efusão ultranacionalista do personagem-título, Lima Barreto retrata as características da vida fluminense de seu tempo. III. ( ) Triste fim de Policarpo Quaresma (1911), Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909) e Clara dos Anjos (1948, póstumo) são romances de Lima Barreto. IV. ( ) Lima Barreto, assim como Machado de Assis, excluiu de sua obra temas como o racismo e a dominação social, preferindo escrever crônicas de costumes. Agora, marque a sequência correta: Nota: 10.0 A V– F– V– V B F– V– V– V C V– V– V– F Você acertou! As afirmativas I, II e III são verdadeiras porque Barreto era avesso ao tom bacharelesco, o qual parodia em vários momentos no romance Triste fim de Policarpo Quaresma; porque os hábitos, a cultura e as relações sociais do Rio de Janeiro são retratados no romance, como pode se ver na menção que faz ao uso do violão no fragmento acima e à visão que se tinha daqueles que tocavam esse instrumento no começo do século XX; porque os romances mencionados são todos de autoria de Lima Barreto. A afirmativa IV é falsa, pois a questão do racismo e da dominação social estão presentes em sua obra. A obra de Barreto é “considerada ainda hoje como uma das mais singulares crônicas da vida fluminense. Aproxima-se da crônica, até mesmo no desapego a uma linguagem excessivamente adornada e de tom bacharelesco, típica de muitos escritores da época [...]” (livro-base, p. 168). Lima Barreto “destrincha a crueldade do racismo e da dominação social exercida pelos mais poderosos sobre os mais fracos” (livro-base, p. 169) D F– V– F– V E F– F– V– V Questão 2/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “D. Glória não conhecia S. Bernardo, e essa ignorância me ofendeu, porque para mim S. Bernardo era o lugar mais importante do mundo. — Uma boa fazenda! Não há lá essa água podre que se bebe por aí. Lama. Não senhora, há conforto, há higiene. Glória retificou a espinha, ergueu a voz e desfez o ar apoucado: — Não me dou. Nasci na cidade, criei-me na cidade. Saindo daí, sou como peixe fora da água. Tanto que estive cavando transferência para um grupo na capital. Mas é preciso muito pistolão. Promessas... — Ah! É professora? — Não. Professora é minha sobrinha. — Aquela moça que estava com a senhora em casa do dr. Magalhães? — Sim. — E como é a graça de sua sobrinha, d. Glória? — Madalena. Veja o senhor. Fez um curso brilhante... [...] Essa conversa,
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