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MODULO 0-4 Prezado Aluno Seja bem vindo. Nesta nossa disciplina trataremos de uma gama de assuntos a partir da relação do cidadão com o ambiente, com o objetivo principal de desenvolver conteúdos relacionados à Participação Política e Meio Ambiente e, principalmente, através de conhecimentos teóricos, gerar capacidade no aluno para expor um juízo de valor em relação a complexidade que envolve o tal disciplina e conceito. Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que você dedique ao menos “3” horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de autoavaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana. Para facilitar seu trabalho, apresentaremos os assuntos que deverão ser estudados e, para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida. No mínimo você deverá buscar entender bastante bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão será maior, se você acompanhar, também, a leitura complementar. Você mesmo perceberá isso, ao longo dos estudos. a – Conteúdos (assuntos) e leituras sugeridas Assuntos/módulos Fundamental 1- texto 1 Política Ambiental - I 2- texto 1.1 Política Ambiental - II livro texto 1 livro texto 1.1 2- texto 2 Espécies de Instrumentos de Política Ambiental – Lei nº 6.938/1981 - I livro Espécies de Instrumentos de Política Ambiental – da Lei nº 6.938/1981 - II livro texto 2 livro texto 2.1 3- texto 3 Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) – Decreto nº 4.297, de 10 de Julho de 2002 - I livro texto 3.1 Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) – Decreto nº 4.297, de 10 de Julho de 2002 – II livro texto 3 4- texto 4 Áreas de Proteção Ambiental - I texto 4.1 Áreas de Proteção Ambiental - II livro texto 4 livro texto 4.1 texto 5 Instrumentos da Política de Proteção Ambiental - I texto 5.1 Instrumentos da Política de Proteção Ambiental – II livro texto 5 livro texto 5.1 6- texto 6 O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - I texto 6.1 O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - II livro texto 6 livro texto 6.1 texto 7 O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) - I texto 7.1 O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) - II livro texto 7 livro texto 7.1 8- texto 8 O Plano Diretor Municipal e a Proteção ao Meio Ambiente - I texto 8.1 O Plano Diretor Municipal e a Proteção ao Meio Ambiente - II . livro texto 8 livro texto 8.1 Nota: ver as referências bibliográficas, para maior detalhamento das fontes de consulta indicadas b – Avaliações Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de avaliações, cabendo a você tomar conhecimento do calendário dessas avaliações e da marcação das datas das suas provas, dentro dos períodos especificados. Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as avaliações é realizando os exercícios de auto-avaliação, disponibilizados para você neste sistema de disciplinas on line. O que tem que ficar claro, entretanto, é que os exercícios que são requeridos em cada avaliação não são a repetições dos exercícios da auto- avaliação. Para sua orientação, informamos na tabela a seguir, os assuntos que serão requeridos em cada uma das avaliações às quais você estará sujeito: Conteúdos a serem exigidos nas avaliações Avaliações Assuntos Exercícios de auto-avaliação relacionados NP1 Do assunto 1 até o assunto 4 Todos os exercícios NP2 Do assunto 5 até o assunto 8 Todos os exercícios Substitutiva Toda a matéria Todos os exercícios Exame Toda a matéria Todos os exercícios C – Referências bibliográficas · Livros textos: série 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Na década de trinta, o Brasil inicia um período de consolidação de investimentos públicos e privados em grandes obras de infraestrutura. Nessa época não se falava em desenvolvimento sustentável, porém, já havia uma vertente de política ambiental orientada apenas para preservação. Existia um movimento de políticos, jornalistas e cientistas que se organizavam para discutir políticas de proteção ao patrimônio natural Esses grupos contribuíram para elaboração do primeiro Código Florestal Brasileiro em 1934 – instituído pelo Decreto 23793/1934 – onde eram definidas bases para proteção dos ecossistemas florestais e para regulação da exploração dos recursos madeireiros. O Código Florestal contribuiu para a criação do primeiro Parque Nacional brasileiro em 1937, o Parque Nacional de Itatiaia, e dois anos depois foram criados os Parques Nacionais de Iguaçu e da Serra dos Órgãos. Porém, nos vinte anos seguintes nenhum outro parque foi criado. A política ambiental preservacionista dos anos 30 foi colocada em segundo plano nas décadas de 40 e 50, quando foram concentrados esforços na industrialização e no desenvolvimento acelerado. Nessa década de 60, a preocupação com a conservação do meio ambiente foi institucionalizada com a aprovação da Lei Nº 4.771 de 15/09/1965, que instituía o novo Código Florestal Brasileiro, que visava, sobretudo à conservação dos recursos florestais, criando novas tipologias de áreas protegidas com as Áreas de Preservação Permanente, que permaneceriam intocáveis para garantir a integridade dos serviços ambientais; e a Reserva Legal, que transferia compulsoriamente para os proprietários rurais a responsabilidade e o ônus da proteção. Quase dois anos após a criação do novo código florestal brasileiro foi criado o Instituo Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), que tinha a missão de formular a política florestal no país e adotar as medidas necessárias à utilização racional, à proteção e à conservação dos recursos naturais renováveis. A década de 70 se inicia com a realização da Conferência de Estocolmo de 1972, onde o Brasil defendia a idéia de que o melhor instrumento para combater a poluição é o desenvolvimento econômico e social. Diante das pressões externas e da sociedade que acusavam o governo brasileiro de defender o desenvolvimento a qualquer custo, era emergente a necessidade de se criar um projeto ambiental nacional que contribuísse para reduzir os impactos ambientais decorrentes do crescimento causado pela política desenvolvimentista. Como resposta, foi criada em 1973, a Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), vinculada ao Ministério do Interior, “orientada para conservação do meio ambiente e uso racional dos recursos naturais”, passando a dividir funções com o IBDF. Nessa década ganhava força a visão de ecodesenvolvimento que já defendia a conciliação dos aspectos econômicos, sociais e ambientais no desenvolvimento. Essa visão começa a ser internalizada na política ambiental brasileira com a promulgação da lei Nº 6938/81, que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente. A mesma passa a utilizar como instrumento de planejamento do desenvolvimento dos territórios o Zoneamento Econômico Ecológico e como um dos instrumentos de política ambiental a “avaliação de impactos ambientais”. Além disso, cria o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que passam a ser os principais instrumentos de uma política ambiental orientada para ações descentralizadas. Logo, as atividades causadoras de degradação ambiental passaram a depender do prévio licenciamento do órgão estadual competente, integrante do SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambientee dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). A Lei cria a obrigação do licenciamento e a resolução Nº 1/1986 do Conselho Nacional do Meio ambiente (CONAMA) cita as atividades que precisam elaborar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Assim, a década de oitenta é marcada com um grande avanço na política ambiental no Brasil e a concepção de compatibilizar meio ambiente e desenvolvimento foi fortalecida nas esferas nacional e internacional quando a Comissão Brundtland, criada pela Organização das Nações Unidas em 1983, divulgou o conceito “desenvolvimento sustentável”. A emergência de um novo paradigma fez com que essa expressão passasse a ser utilizada por representantes do Estado, da sociedade civil e dos empresários. O período pré-Eco-92 foi farto de medidas emergenciais com vistas ao atendimento da opinião pública internacional. Entre elas, podemos citar: bombardeio dos campos de pouso dos garimpos, fechamento do poço de testes nucleares construído na Serra do Cachimbo, demarcação do território Ianomâmi, entre outros. A preparação para a participação na Unced-92 através da elaboração do relatório nacional para a definição das posições brasileiras pela Comissão Interministerial de Meio Ambiente (Cima), coordenada pelo Itamarati (Ministério das Relações Exteriores), foi um sinal significativo de que o tema meio ambiente se tornava matéria importante da política externa do país. A Cima coordenou representantes de 23 órgãos públicos para a elaboração do relatório nacional com as posições do Brasil para a Unced-92. Foi criada a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, transformada mais tarde em Ministério do Meio Ambiente (MMA). Como resultado das discussões do evento, o controle da poluição industrial e da gestão do ambiente urbano foi priorizado como uma questão de cidadania local, dos governos locais e do mercado de crédito e tecnologias. A água que bebemos, o ar que respiramos, a contaminação dos alimentos que consumimos, o lixo e os resíduos que produzimos, as áreas verdes e de recreação e lazer ou o silêncio de que desfrutamos agora seriam problemas do mercado e da cidadania – a ser provida pelos governos locais. A Agenda XXI, principal documento resultante da Conferência, apresentou um rol de programas que podem ser considerados instrumento fundamental para a elaboração de políticas públicas em todos os níveis e que privilegiavam a iniciativa local. Nela, questões como Desenvolvimento Sustentável, Biodiversidade, Mudanças Climáticas, Águas (doces e oceanos) e Resíduos (tóxicos e nucleares) tornavam-se problemas do planeta e da Humanidade e assumiam o novo centro da temática ambiental, abordados em seus capítulos. A Agenda, no entanto, não teve a força de lei das convenções e necessitava de cerca de 600 bilhões de dólares anuais para ser implantada no mundo. Além disso, sofreu com o denominador mínimo provocado pelo consenso exigido nos encontros internacionais, o que tornou o texto muitas vezes vago, sem prazos, nem compromissos. Ao longo dos anos 1990, o modelo de política ambiental executado no Brasil entrou em crise. Por um lado, por não atender à nova pauta da política internacional definida na Eco-92; por outro, por não atender às demandas de cidadania e de consciência ambiental que se generalizava. Isso fez com que se evidenciasse, finalmente, a necessidade de redefinição das opções de política ambiental e do próprio papel do Estado brasileiro. A criação do Ibama não consolidou um modelo institucional adaptado aos novos desafios. O próprio Ministério do Meio Ambiente, segundo Celso Bredariol, “sempre viveu uma grande defasagem entre prática e proposta de política ambiental”. Segundo o MMA, a sua proposta consiste em conceder “especial ênfase à inserção da dimensão ambiental nas decisões de políticas públicas” e à “introdução da variável ambiental como critério relevante nas decisões de política econômica e de financiamentos de projetos pelas agências oficiais de desenvolvimento (...)”. Buscando a adoção de uma política de corresponsabilidade e parceria através do diálogo, do convencimento e da conscientização da sociedade para a prática de uma gestão otimizada de seus recursos naturais, o MMA procurou também transferir, total ou parcialmente, a Estados, Municípios, ONGs e outras entidades públicas e privadas, o planejamento e a execução de políticas ambientais No entanto, segundo Hageman, o MMA quase não dispõe de outros recursos, a não ser os das agências multilaterais e, mesmo esses, de acordo com Freitas, são de difícil utilização, tendo em vista fatores como a rigidez dos financiadores, a pouca participação da sociedade, a morosidade dos projetos e a necessidade de contrapartidas, entre outros. A Gestão Ambiental no Brasil tem como um de seus principais referenciais a Política Nacional do Meio Ambiente estabelecida pela Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981, com seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Dentre os objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente está o de divulgação de dados e informações ambientais ligando-a a formação de uma consciência pública sobre a qualidade ambiental (Art. 4º, Brasil, 2009). Dentre seus mecanismos de formulação e aplicação, a Política Nacional do Meio Ambiente, nos termos do artigo 9º, tem como um de seus instrumentos “a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes”, como consta do inciso XI - incluído pela Lei nº 7.804, de 18 de julho de 1989 (Brasil, 2009). Em 2003, a Lei federal brasileira nº 10.650 dispôs sobre o acesso público aos dados e informações ambientais existentes nos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente. Apesar de esta lei causar implicações para os organismos dos poderes públicos, isto por si só não significa que a mesma dá cabo de regular todo o instrumento em foco. Supõe-se que, ao menos em parte o instrumento em questão foi regulado. Investigou o que é abrangível nas informações ambientais relacionadas ao instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente consistente na garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente. Para tanto, verificando o alcance do instrumento em estudo da Política Nacional do Meio Ambiente e o que foi efetivamente regulado pela Lei nº 10.650/2003. Esta avaliação foi ainda da não equivalente abrangência do instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, consistente na garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, o qual obriga ainda o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes, em relação à sua regulação pela Lei nº 10.650/2003 e ao princípio da informação. Para tanto, verificada a possibilidade de que o instrumento em foco não carece de mais regramento para sua aplicação em relação aos demais instrumentos. Como referenciais teóricos este trabalho teve alguns princípios do Direito Constitucional e do Direito Ambiental, particularmente os princípios da informação e da publicidade (Machado, 2005). Os princípios são os elementos que predominam no estabelecimento dos sistemas políticos e jurídicos, servem como parâmetros para a interpretação de seu teor conceitual e normativo por identificar desígnios e valores tutelados pelo Estado de Direito. Utilizando-se como referência a escala inicialmente proposta por ARNSTEIN (1969), considerando os trabalhos a partir desta empreendidos por outros autores. Estabeleceu Arnstein (1969) uma escala para verificação qualitativa do fluxo de informações entre a estrutura governamentalou prestadores de serviços transferidos em relação à participação social. Muito freqüentemente na esfera pública a ênfase é colocada em uma só orientação de fluxo de informação - de funcionários para cidadãos - sem ser provido de canais de retro alimentação e nenhuma possibilidade para negociação. Sob estas condições, as pessoas têm pouca oportunidade para influenciar o programa supostamente projetado para o benefício delas. As ferramentas mais freqüentes usadas para tal comunicação de uma só orientação de fluxo são as mídias de notícias, folhetos, cartazes, e as respostas a investigações. Também reuniões podem ser se transformadas em veículos para comunicação de uma só orientação de fluxo pelo simples dispositivo de prover informação superficial, desencorajar perguntas, intimidar rotulando como futilidade, com jargão ou prestígio pessoal ou ainda dar respostas irrelevantes (Arnstein, 1969. Baseado na citada obra de Arnstein (1969), Weidemann & Femers (1993 apud Tang; Waters, 2005), consideram que a participação pública aumenta com o nível de acesso a informação, como também com o grau para o qual os cidadãos têm direitos no produzir a decisão. Assim a importância do tema em um enfoque geral, embora já evidenciada, deve se enfatizar vincula-se a relevantes efeitos das normas correlatas em relação aos entes privados e públicos e suas práticas e organização em relação ao conjunto de dados ambientais. E partindo disto há um potencial reflexo em ações relacionadas à proteção do ambiente e ao desenvolvimento sustentável no Brasil. O que pode ocorrer por meio da criação, sistematização e aplicação de conhecimento suscetível de dar subsídio a iniciativas que favoreçam a conservação ambiental e a participação social. No plano institucional, a área ambiental do Governo Federal sofreu uma grande transformação com a aprovação da Medida Provisória que dispõe sobre a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, fruto do desmembramento do IBAMA, que passa a ser responsável apenas pelo licenciamento ambiental, o controle da qualidade ambiental, a autorização do uso dos recursos naturais e a fiscalização. Já o Instituto Chico Mendes fica responsável pela gestão e proteção de Unidades de Conservação, orientando-se para políticas de uso sustentável. Essa divisão gerou resistência por partes dos servidores e alguns representantes da área ambiental – criou-se, assim, a visão equivocada de que essa mudança está prejudicando a política ambiental do País. Na verdade, o maior problema da política ambiental hoje é a dificuldade em promover a transversalidade, considerando os múltiplos interesses que permeiam os diversos setores do Governo, sejam eles econômicos, políticos, sociais. Os interesses econômicos em geral consideram o ambiental um entrave ao desenvolvimento de suas atividades e ao crescimento do Brasil. Tais interesses pressionaram fortemente o Governo em diversos casos, como os transgênicos, a usina nuclear de Angra 3, as hidroelétricas do Rio Madeira e a transposição do Rio São Francisco. A política ambiental hoje no Brasil traz muitos avanços no que diz respeito à participação dos governos federal, distrital, estaduais e municipais, e da sociedade civil organizada. Essa dinâmica contribui para a melhoria da qualidade da governança ambiental, porém não garante que na definição das políticas sejam priorizados os interesses sócio- ambientais. A perspectiva do desenvolvimento sustentável enfrenta oposição em diversos segmentos do mercado e até mesmo em certos setores do Governo, ao enxergarem equivocadamente o meio ambiente como um entrave ao desenvolvimento, quando, na verdade, é um elemento propulsor do desenvolvimento. No caso do Brasil, a biodiversidade é responsável por aproximadamente 50% do PIB. Assim, é fundamental que empresas, sociedade e Governo estejam em sintonia, visando conciliar também os interesses sociais e ambientais Os interesses econômicos que procuram inviabilizar a transversalidade constituem o grande obstáculo para a promoção de uma política ambiental integrada para o desenvolvimento sustentável. O ZEE foi introduzido no país no início da década de 1990, inspirado na Carta Européia de Ordenação Territorial da década anterior (1983), pelo governo federal como metodologia de organização territorial para a Amazônia Legal. No conceito adotado pelo órgão federal da época, a SAE-PR - Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o ZEE seria a “expressão espacial das políticas econômica, social, cultural e ecológica”. Considerado ainda como um instrumento para “racionalizar a ocupação e redirecionar as atividades, servindo de subsídio às estratégias e ações de planos regionais em busca do desenvolvimento sustentável”. Seria também “instrumento político e técnico de planejamento visando otimizar o uso do espaço e as políticas públicas. Instrumento técnico para organizar informações sobre o território necessárias ao planejamento da ocupação racional e do uso sustentável dos recursos naturais. Instrumento político para aumentar a eficácia das decisões políticas e da intervenção pública na gestão do território e criar canais de negociação entre as várias esferas de governo e a sociedade civil” (Ross, 2001). Nesse conceito, o ZEE foi também considerado instrumento de apoio à Gestão Ambiental, definindo diretrizes e balizamentos para as atividades e intervenções no território e estabelecendo critérios e parâmetros para as normas e práticas de licenciamento e fiscalização dessas atividades e o monitoramento da qualidade ambiental. Decorreu daí outro propósito do ZEE que seria o de auxiliar na definição e aplicação de políticas de uso e ocupação da terra e de re-ordenamento de espaço físico já ocupado. O ZEE seria, portanto, um instrumento dinâmico, atualizado e atuante dentro da realidade local e presente na vida das comunidades residentes em sua jurisdição. Para cumprir esses propósitos, o ZEE necessitaria de um suporte político-administrativo provendo prestígio e recursos humanos, tecnológicos e financeiros necessários. Pelas suas preocupações regionais e locais, tal suporte não poderia ficar restrito à esfera Federal, mas descer até a Estadual e Municipal, guardando elas, todavia, estreita relação e cooperação entre si. Nesse sentido, foram incorporadas ao ZEE Físico-Territorial as dimensões sócio- econômicas e político-institucionais (Ross, 2001). O zoneamento ambiental, instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, consiste em procedimento de divisão de determinado território em áreas onde “se autorizam determinadas atividades ou interdita-se, de modo absoluto ou relativo, o exercício de outras em razão das características ambientais e sócio-econômicas do local. Pelo zoneamento ambiental são instituídos diferentes tipos de zonas nas quais o Poder Público estabelece regimes especiais de uso, gozo e fruição da propriedade na busca da melhoria e recuperação da qualidade ambiental e do bem-estar da população. Suas normas, que deverão obrigatoriamente respeitar o disposto em legislaçao ambiental, vinculam todas as atividades exercidas na região de sua incidência, o que implica na inadmissibilidade de ali serem exercidas atividades contrárias a elas. A regulamentação desse instrumento se deu pelo Decreto 4297 de 10 de julho de 2002 que estabelece os critérios para o zoneamento ecológico-econômico – ZEE do Brasil, ou seja, um zoneamento de abrangência nacional. É importante ressaltar que ambas expressões, ou seja, zoneamento ambiental e zoneamento ecológico-econômico, devem ser entendidas como sinônimas, mesmo que se possam existir acepções distintas em relação aopróprio ZEE (indicativo de condutas, instrumentos de planejamento territorial, ou ainda a própria política de ordenamento territorial). A definição legal do zoneamento ambiental encontra-se no art. 2º do referido decreto que o descreve como sendo “instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas” estabelecendo “medidas e padrões de proteção ambiental” com vistas à “assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população”. Isso implica que o zoneamento ambiental é fruto de um planejamento que deve sempre ser pensado a partir de estudo prévio e minucioso, feito por equipe técnica e habilitada, das características ambientais e sócio-econômicas da região a ser zoneada. Desta forma, ao distribuir espacialmente as atividades econômicas, o zoneamento ambiental levará em conta a importância ecológica, as potencialidades, limitações e fragilidades dos ecossistemas, estabelecendo vedações, restrições e alternativas de exploração do território podendo, até mesmo, determinar, sendo o caso, que atividades incompatíveis com suas diretrizes gerais sejam relocalizada . O zoneamento ambiental ao impor tais restrições configura o direito de propriedade e o direito de seu uso, conformando-os com a função social da propriedade prevista na Constituição Federal em seu art. 5º XXIII. Unidade de conservação destinada a proteger e conservar a qualidade ambiental e os sistemas naturais ali existentes, para a melhoria da qualidade de vida da população local e para a proteção dos ecossistemas regionais. O objetivo primordial de uma APA é a conservação de processos naturais e da biodiversidade, orientando o desenvolvimento, adequando as várias atividades humanas às características ambientais da área. Podem ser estabelecidas em áreas de domínio público e/ou privado, pela União, estados ou municípios, não sendo necessária a desapropriação das terras. No entanto, as atividades e usos desenvolvidos estão sujeitos a um disciplinamento específico. Podem abranger em seu interior outras unidades de conservação, bem como ecossistemas urbanos, e propiciar experimentação de novas técnicas e atitudes que permitam conciliar o uso da terra e o desenvolvimento regional com a manutenção dos processos ecológicos essenciais. Toda APA deve ter zona de conservação de vida silvestre (ZVS), onde será regulado ou proibido o uso dos sistemas naturais. É uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. As condições para a realização de pesquisa científica e visitação pública nas áreas sob domínio público serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade. ¹ As APAs constituem uma importante categoria de unidade de conservação, apesar da complexidade das relações políticas, econômicas e sociais presentes nas áreas, que podem abranger mais de um município. O Projeto² identificou que as APAs podem se tornar importantes instrumentos de planejamento regional, integrando as populações e as técnicas adequadas de manejo, independentemente de limites geográficos dos municípios, promovendo um novo estilo de desenvolvimento. Esta é uma categoria de unidade de conservação recente que, no Brasil, surgiu no início dos anos 80 (Artigo 8o da Lei Federal no 6.902, de 27/04/1981), juntamente com diversos outros instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente destinados à conservação ambiental. Por suas características, as APAs do Brasil se assemelham aos Parques Naturais de Portugal, aos Parques Nacionais da Inglaterra, França e Espanha e às "Landschaftsschutzgebiet" ou Áreas de Proteção à Paisagem da Alemanha. Seu objetivo principal é conservar a diversidade de ambientes, de espécies e de processos naturais pela adequação das atividades humanas às características ambientais da área, seus potenciais e limitações. Ao contrário de outras unidades de conservação, as APAs podem incluir terras de propriedade privada, não exigindo, portanto, a desapropriação de terras. Assim, uma APA não impede o desenvolvimento de uma região, permite a manutenção das atividades humanas existentes, e apenas orienta as atividades produtivas de forma a coibir a predação e a degradação dos recursos naturais. O processo de implantação de uma APA envolve diversas etapas e procedimentos legais e técnicos. Sua simples criação, através de instrumento legal (lei, decreto, resolução ou portaria), constitui apenas o primeiro passo, que deve ser seguido pela regulamentação destas leis e decretos e pela a implantação de um complexo sistema de gestão ambiental. Devem ser definidos criteriosamente os instrumentos gerenciais, como o zoneamento ambiental, o plano de gestão e os instrumentos fiscais e financeiros para garantir o cumprimento dos objetivos básicos da APA. São áreas protegidas por lei, com os objetivos de conservar e proteger ecossistemas naturais e processos ecológicos necessários à manutenção da vida, contribuir para a preservação da biodiversidade e de formas de vida ameaçadas de extinção, assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais renováveis, estimular o desenvolvimento econômico local, permitir a realização de pesquisas científicas, atividades turísticas, recreacionais e, até mesmo, solidificar a identidade cultural de populações humanas. Desde o estabelecimento da primeira unidade de conservação dos tempos modernos, o Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos da América, em 1872, estas áreas multiplicaram-se por todos os continentes, constituindo uma rede mundial. Em setembro de 1989, havia cerca de 4 mil unidades de conservação maiores que 10 km2 em todo o mundo, englobando 4 milhões de km2 distribuídos por 140 países. No Brasil, as unidades de conservação são definidas pelo Plano de Sistema de Unidades de Conservação como "áreas criadas pelo Poder Público, por lei, visando a proteção e a preservação de ecossistemas no seu estado natural e primitivo, onde os recursos naturais são passíveis de um uso indireto sem consumo". Existem diversas categorias de unidades de conservação, com objetivos específicos e graus de restrição para a intervenção humana diferenciados, desde a total preservação até o uso múltiplo e recreacional. A primeira criada no país foi o Parque Nacional de Itatiaia, em 1937. Desde então, as unidades de conservação multiplicaram-se, chegando a mais de 33 milhões de hectares há 10 anos. No Município de Campinas, já existem várias unidades de conservação e áreas correlatas: uma Área de Relevante Interesse Ecológico sob administração federal (Santa Genebra), três Áreas Naturais Tombadas sob administração estadual (Bosque dos Jequitibás, Reserva Florestal da Fundação José Pedro de Oliveira e Fazenda Mato Dentro), dois Parques (um Ecológico - Monsenhor Emílio José Salim e outro Estadual) e parte de uma Área de Proteção Ambiental Estadual (Piracicaba e Juqueri-Mirim) (dados de 1992), além da APA Municipal de Sousas e Joaquim Egídio. MODULO 5-8 Nos últimos anos, o debate sobre a escolha de instrumentos de política ambiental no Brasil vem se intensificando e abrindo espaço para a contribuição de economistas. "A ecologia deve conversar com a economia". Vantagens versus desvantagens do atraso em relação ao debate internacional é o dilema semprepresente em países como o nosso. O Brasil pode se beneficiar do atraso, oferecendo soluções criativas e apropriadas às nossas condições específicas. A outra alternativa é ceder à tentação de reproduzir aqui propostas de políticas ambientais, defendidas com veemência por economistas entusiasmados com modelos econômicos padrões e recomendadas por organizações multilaterais (OECD, Banco Mundial e BID), mas ainda pouco difundidas naqueles países, que dispõem de uma capacidade institucional mais adequada a esta orientação política do que a que se apresenta no Brasil. Não há dúvida de que a teoria econômica que oferece um suporte imediato para a discussão de instrumentos de política ambiental é a microeconomia neoclássica, especificamente seu conceito de externalidades. Aplicar instrumentos econômicos - em especial, as environmental taxes - que "internalizem" as externalidades no processo de decisão do agente agressor do meio ambiente, fazendo valer o princípio do "poluidor-pagador", é a orientação vencedora no debate internacional sobre política ambiental. A despeito do crescente interesse pelos instrumentos econômicos, sua repercussão na experiência internacional de política ambiental ainda é modesta se comparada com a extensão em que são empregados outros instrumentos - na linha de "comando e controle" - ou com o total dos impostos praticados nos países industrializados. As vantagens atribuídas aos instrumentos econômicos pelos economistas neoclássicos são normalmente apresentadas a partir de contraposições aos mecanismos de regulação direta, também conhecidos como políticas de "comando e controle", uma vez que estas impõem modificações no comportamento dos agentes poluidores através de: Brasília, de 24 a 26 de março de 1997. (1) Padrões de poluição para fontes específicas (limites para emissão de determinados poluentes, por exemplo, de dióxido de enxofre); (2) Controle de equipamentos: exigência de instalação de equipamentos antipoluição (por exemplo, filtros); obrigatoriedade de uso de tecnologias "limpas" já disponíveis; (3) Controle de processos (exemplo: exigência de substituição do insumo empregado - de óleo combustível com alto teor de enxofre para outro com baixo teor); (4) Controle de produtos: visa à geração de produtos "(mais) limpos", estabelecendo normas para produtos cujo processo de produção ou consumo final acarrete alguma forma de poluição. Exemplos: especificação da quantidade de agrotóxicos em produtos agrícolas e proibição de fabricação de carros com baixo desempenho energético; (5) Proibição total ou restrição de atividades a certos períodos do dia, áreas etc., por meio de: concessão de licenças (não-comercializáveis) para instalação e funcionamento; fixação de padrões de qualidade ambiental em áreas de grande concentração de poluentes; e zoneamento. Tais medidas têm por finalidade um controle espacial das atividades dos agentes econômicos (um outro exemplo é o rodízio de automóveis na cidade de São Paulo), procurando resguardar a capacidade de absorção de poluição do meio ambiente em questão; (6) Controle do uso de recursos naturais por intermédio da fixação de cotas (nãocomercializáveis) de extração (exemplos: para extração de madeira e pesca; no caso da madeira, o governo pode exigir uma cota-árvore de reflorestamento para cada unidade de extração). A principal característica da política de "comando e controle" é que a mesma, em base legal, trata o poluidor como "ecodelinqüente" e, como tal, não lhe dá chance de escolha: ele tem que obedecer a regra imposta, caso contrário se sujeita a penalidades em processos judiciais ou administrativos. A aplicação de multas em casos de não cumprimento da obrigação é bastante usual. Essa característica é considerada uma grande desvantagem para uns e uma importante vantagem para outros. Desvantagem: os poluidores não têm liberdade para selecionar e promover os ajustes no tempo que lhes convier; não é uma regra justa, uma vez que não leva em consideração as distintas situações dos agentes individuais para cumprir a obrigação. Vantagem: estes instrumentos têm uma elevada eficácia ecológica - uma vez fixada a norma (de modo apropriado), será cumprida (se os poluidores não violarem a lei). A convenção sobre Avaliação de Impacto Ambiental Trasnsfronteiriço foi assinada em Espoo (Finlândia), em 25 de fevereiro de 1991. O acordo foi adotado no âmbito da Comissão das Nações Unidas para a Europa, tendo entrado em vigor em 10 de setembro de 1997. O preâmbulo salienta a importância de serem considerados os fatores ambientais no começo do procedimento decisório e em todos os escalões administrativos. Dessa forma, melhora-se a qualidade das informações fornecidas aos responsáveis, permitindo-lhes tomar decisões racionais do ponto de vista ambiental, limitando-se o quanto possível o impacto prejudicial das atividades pretendidas. A avaliação de impacto sobre o meio ambiente designa um procedimento nacional, tendo por objetivo avaliar o impacto provável de uma atividade proposta sobre o meio ambiente (art. 1, VI). É um ato de soberania de cada país, e não se criou órgão internacional algum para efetuar esse estudo. Os efeitos transfronteiriços constatados e analisados no procedimento de EPIA serão objeto de negociações bilaterais ou multilaterais. O termo impacto designa qualquer efeito de uma atividade proposta sobre o meio ambiente, notadamente sobre a saúde e a segurança, a flora, a fauna, o solo, o ar, a água, o clima, a paisagem e os monumentos históricos ou outras construções ou a interação entre estes fatores” (art.1, VIII). A Convenção de Espoo trata, no art. 2, em 10 parágrafos, das disposições gerais. Resumindo essas normas, apontamos: os países engajam-se a tomar, isolada ou conjuntamente, todas as medidas apropriadas e eficazes para prevenir, reduzir e combater o impacto ambiental transfronteiriço; a avaliação de impacto ambiental deverá ser efetuada tendo em vista as atividades indicadas no Apêndiece II, a essa de impacto ambiental deverá ser efetuada tendo em vista, atividades indicadas do Apêndicet II, a essa avaliação deverá ser feita antes da autorização administrativa e do começo da atividade proposta: os países obrigam-se a notificar aos países que poderão sofrer as consequências das atividades propostas; procedimento de avaliação ambiental aberto à participação do público tanto do país que o elabora como do público das áreas dos países que poderão sofrer o impacto ambiental; além de avaliar a atividade proposta concretamente, os países farão esforços no sentido de aplicar os princípios da avaliação da avaliação de impacto ambiental nas politicas, planos e programas. Com a Constituição de 1988 as políticas ambientais evoluem e estados e municípios passam a ter competência para formularem suas próprias políticas, ao mesmo tempo em que determina ser direito de todos um meio ambiente ecologicamente equilibrado e que é dever do poder público e da coletividade defendê-lo e preservá-lo. No plano institucional, a área ambiental do Estado, influenciada pela Constituição de 88, transformava-se com a criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em 1989, que passa a ter a missão de formular, coordenar e executar a Política Nacional de Meio Ambiente. Logo após, em 1992, foi criado o Ministério do Meio Ambiente, órgão de hierarquia superior que passa a ter a missão de formular a Política de Meio Ambiente no Brasil e o IBAMA passa a ter uma atuação mais voltada para fiscalização. A década de 90 se inicia com avanço na estrutura dos órgãosambientais de Estado e também nas discussões sobre a necessidade de implementação de um modelo de desenvolvimento ambiental e socialmente sustentável em escala planetária. Essas discussões culminaram com a realização da II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (RIO’92), repercutindo profundamente na política ambiental brasileira. A Conferência reuniu 179 Chefes de Estado e de Governo, empresários e contou com uma inédita participação da sociedade civil por meio do Fórum das ONGs. Diversos documentos foram assinados como a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, a Convenção da Diversidade Biológica, a Carta da Terra, o Protocolo de Florestas, a Agenda 21 Global, entre outros. A RIO’92 foi um divisor de águas na política ambiental, pois além de contribuir para maior participação das ONGs, trouxe também o universo empresarial para as questões ambientais, e os investimentos das empresas em meio ambiente passaram a ser crescentes nos anos subseqüentes. Além disso, a Conferência lançou novas políticas fomentadas por doações de cooperação internacional como o Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil- PPG7. A RIO’92, de uma forma geral, não produziu mecanismos efetivos de alcance global para assegurar a aplicação de suas resoluções - a responsabilidade pelo cumprimento das decisões foi transferida aos Estados, que prioriza seus interesses nacionais. Após a RIO’92, a política ambiental no Brasil dá um salto qualitativo com a aprovação da Lei de Crimes Ambientais ou Lei da Natureza, Nº 9.605/98. A sociedade brasileira, os órgãos ambientais e o Ministério Público passaram a contar com um instrumento que lhes garante agilidade e eficácia na punição aos infratores do meio ambiente. Com o surgimento da Lei, as pessoas jurídicas passaram a ser responsabilizadas criminalmente, permitindo a responsabilização da pessoa física autora ou co-autora da infração. O ano de 2000 se inicia com a aprovação da Lei Nº 9985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza (SNUC), dividindo as unidades de conservação em Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso sustentável. O SNUC reflete um avanço na política ambiental brasileira considerando que veio fortalecer a perspectiva de uso sustentável dos recursos naturais, das medidas compensatórias e de uma descentralização mais controlada da política ambiental no Brasil. Dois anos após a criação do SNUC, foi lançada a Agenda 21 Brasileira em 2002, com vasta consulta à população brasileira, universidades, organizações não-governamentais, órgãos públicos dos diversos entes federativos. A criação da Agenda 21 Brasileira foi um avanço na medida em que sensibiliza os governos locais e estaduais a encararem suas responsabilidades para um desenvolvimento sustentável, e a tomarem iniciativas para elaboração de suas Agendas 21 locais, por meio de planejamento estratégico e participativo. O Século 21 se inicia assim com a política ambiental mais participativa tendo em vista o crescente aumento dos conselhos deliberativos e consultivos. Em Agosto de 2001 foi criado o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), que hoje possibilita a participação dos povos indígenas, das comunidades locais, das empresas e de organizações ambientalistas como convidados permanentes com direito a voz. Em 2003, foram estabelecidas a Comissão Nacional de Biodiversidade (CONABIO) e a Comissão Nacional de Florestas (CONAFLOR), com representantes do governo e da sociedade civil. Além disso, houve o aumento de representatividade do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) de 29 para 57 membros. Os anos seguintes contaram com o aumento da Comissão de Política de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 (CPDS) de 10 para 34 membros e com a ampliação do conselho do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) – esses são indicadores que refletem a maior participação da sociedade na Política Ambiental. Com a mudança de gestão no Ministério do Meio ambiente, surgem novas diretrizes para a política ambiental no Brasil, dentre as quais se destacam o fortalecimento do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) com objetivo de promover a gestão ambiental compartilhada entre os governos federal, estadual e municipal; a efetivação do chamado princípio da transversalidade, no qual a política ambiental deixa de ser setorial para entrar na agenda dos diversos ministérios e órgãos públicos, e o maior controle e participação social nas políticas ambientais. A participação social passa a ser ampliada com a realização da Conferência Nacional do Meio Ambiente, uma iniciativa que conta com a crescente participação de milhares de pessoas a cada evento, representantes dos mais diversos segmentos do governo e sociedade, onde grandes propostas foram transformadas em ações, tais como o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia, o Plano BR-163 Sustentável, as operações de combate à corrupção do IBAMA e órgãos estaduais e a sanção da Lei de Gestão de Florestas Públicas. A política florestal passa a ser reorientada com a criação do Serviço Florestal Brasileiro e a Comissão de Gestão de Florestas Públicas (CGFLOP), com representantes de diversas áreas do poder público, de empresários, de trabalhadores, da comunidade científica, dos movimentos sociais e das ONGs, procurando atender às reivindicações da sociedade referentes ao assessoramento, à avaliação e à proposição de diretrizes para a gestão sustentável das florestas públicas da União. A política ambiental brasileira hoje deve ser pautada como prioridade na agenda internacional uma vez que os maiores problemas globais, como o das mudanças climáticas, têm forte relação de dependência com a política ambiental brasileira. O Brasil é um dos maiores emissores de Gás de Efeito Estufa do mundo e a maior parte dessas emissões é proveniente do desmatamento da Amazônia, o que reflete a importância da política florestal brasileira. O meio ambiente precisa, assim, ser prioridade na agenda do Governo. O RIMA - Relatório de Impacto Ambiental - é o relatório que reflete todas as conclusões apresentadas no EIA. Deve ser elaborado de forma objetiva e possível de se compreender, ilustrado por mapas, quadros, gráficos, enfim, por todos os recursos de comunicação visual. Deve também respeitar o sigilo industrial (se este for solicitado) e pode ser acessível ao público. Para isso, deve constar no relatório: · Objetivos e justificativas do projeto e sua relação com políticas setoriais e planos governamentais. · Descrição e alternativas tecnológicas do projeto (matéria prima, fontes de energia, resíduos etc.). · Síntese dos diagnósticos ambientais da área de influência do projeto. · Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação da atividade e dos métodos, técnicas e critérios usados para sua identificação. · Caracterizar a futura qualidade ambiental da área, comparando as diferentes situações da implementação do projeto, bem como a possibilidade da não realização do mesmo. · Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras em relação aos impactos negativos e o grau de alteração esperado. · Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos. O RIMA/EIA, se englobam dentro do AIA (avaliação de impacto ambiental), que é um instrumento preventivo usado nas políticas de ambiente e gestão ambiental com o intuito de assegurar que um determinado projeto possível de causa de danos ambientais seja analisado de acordo com os prováveisimpactos no meio ambiente e que esses mesmos impactos sejam analisados e tomados em consideração no seu processo de aprovação. A elaboração de um AIA é apoiada em estudos ambientais elaborados por equipes multidisciplinares, os quais apresentam diagnósticos, descrições, analises e avaliações sobre os impactos ambientais efetivos e potenciais do projecto. Um detalhe importante, é que apenas o RIMA pode ter acesso pulblico, pois o EIA contém maior número de informações sigilosas a respeito da atividade. Assim, o texto do RIMA deve ser mais acessível ao público, e instruído por mapas, quadros, gráficos e tantas outras técnicas quantas forem necessárias ao entendimento claro das conseqüências ambientais do projeto. O EIA/RIMA cumpre o princípio da publicidade, pois permite a participação pública na aprovação de um processo de licenciamento ambiental que contenha este tipo de estudo, através de audiências públicas com a comunidade que será afetada pela instalação do projeto. ESTRUTURA DE RELATORIO DO RIMA Segue-se abaixo a estrutura de um RIMA: “Artigo 9º - O relatório de impacto ambiental - RIMA refletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental e conterá, no mínimo: I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas governamentais; II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para cada um deles, nas fases de construção e operação a área de influência, as matérias primas, e mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e técnica operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados; III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência do projeto; IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e interpretação; V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a hipótese de sua não realização; VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o grau de alteração esperado; VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos; VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de ordem geral). Parágrafo único - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as conseqüências ambientais de sua implementação.” Estudo de impacto ambiental é um documento técnico onde se avaliam as consequências para o ambiente decorrentes de um determinado projecto. Nele encontram- se identificados e avaliados de forma imparcial e meramente técnica os impactes que um determinado projecto poderá causar no ambiente O EIA propõe que quatro pontos básicos sejam primeiramente entendidos, para que depois se faça um estudo e uma avaliação mais específica. São eles: · Desenvolver uma compreensão daquilo que está sendo proposto, o que será feito e o tipo de material usado. · Compreensão total do ambiente afetado. Que ambiente (biogeofísisco e/ou sócio- econômico) será modificado pela ação. · Prever possíveis impactos nos ambientes e quantificar as mudanças, projetando a proposta para o futuro. · Divulgar os resultados do estudo para que possam ser utilizados no processo de tomada de decisão. O EIA também deve atender à legislação expressa na lei de Política Nacional do Meio Ambiente. São elas: Observar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, levando em conta a hipótese da não execução do projeto. · Identificar e avaliar os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação das atividades. · Definir os limites da área geográfica a ser afetada pelos impactos ( área de influência do projeto), considerando principalmente a "bacia hidrográfica" na qual se localiza; · Levar em conta planos e programas do governo, propostos ou em implantação na área de influência do projeto e se há a possibilidade de serem compatíveis. É imprescindível que o EIA seja feito por vários profissionais, de diferentes áreas, trabalhando em conjunto. Esta visão multidisciplinar é rica, para que o estudo seja feito de forma completa e de maneira competente, de modo a sanar todas as dúvidas e problemas. Uma nova legislação nacional de política urbana surge somente em 2001 com a apro vação da Lei Federal nº 10.257, após dez anos de debates e discussões no Congresso Nacional, e com a definição de questões centrais para a reforma urbana consolidou- se, de 10 de julho de2001, que dispõe sobre o Estatuto das Cidades, trazendo novas con dições para que os municípios enfrentem os problemas relacionados àsustentabilidade ur bana. Nesse processo, os movimentos sociais pela reforma urbana tiveram um papel import ante na definição dessa legislação sobre políticaurbana, já anunciada pelos artigos 182 e 183 da Constituição de 1988, mas que dependiam de uma regulamentação específica para se remaplicados. A maior parte desses movimentos sociais surgiram em defesa do direito à moradia e pela regularização fundiária de áreasocupadas por favelas e loteamentos irregulares, em bora essas carências estejam sempre ligadas à questões sócio- ambientais, elas não sãonecessariamente tratadas em conjunto. Se por um lado a urbanização dos territórios mais excluídos das cidades depende do r econhecimento desses direitos, por outro osinvestimentos que o poder público realiza na s cidades por meio dos impostos arrecadados, e que valorizam o solo urbano, precisam serdemocratizados e resgatados para que novos investimentos possam supr ir as áreas mais carentes em infra- estrutura urbana e emmelhoria da qualidade ambiental dos municípios. Questões como o resgate da mais valia urbana decorrente da maior exploração do so lo urbano em áreas com maior infra- estrutura sãotratadas no Estatuto das Cidades com a instituição do instrumento da outorga onerosa do direito de construções adicionais. Por meio daoutorga onerosa do direito de construir o mercado imobiliário poderá investir em áreas passíveis de adensa mento, e ressarcir o poderpúblico gerando recursos adicionais para que o poder púb lico possa investir em infra- estrutura urbana, sistema viário, habitação,transportes e in vestimentos em meio ambiente. A principal mudança do Estatuto das Cidades é que essa lei transformou o plano diretor no principal meio de garantir a aplicaçãodesses e de outros instrumentos pelos municípios brasileiros, reforçando a capacidade do plano diretor transformar a realidade urbana. OEstatuto das Cidades passou a determina r o conteúdo mínimo do plano diretor e estabeleceu normas para sua elaboração, entre as quais sedestaca- se a necessidade da participação da população na sua elaboração e a definição dos objetivos a serem cumpridos pela propriedadeurbanae pela cidade, no cumprimento da sua função social e ambiental, como princípio básico. O Estatuto das Cidades condicionou o Plano Diretor como o orientador da definição das diferentes áreas do município onde poderáincidir a utilização de instrumentos por ele criados para os municípios possam fa zer cumprir a função sócio-ambiental da propriedadeurbana e implantar uma política de desenvolvimento e de expansão urbana. Institui diversos instrumentos de política urbana, vinculando-osao plano diretor, e também estabelece normas para sua elaboração participativa – tratou, em capí tulo específico, da gestão democrática dacidade, da participação da população na defini ção das políticas públicas e do cumprimento da função social da propriedade. Entre os novos instrumentos de gestão urbana destaca- se a outorga onerosa de potencial construtivo; a transferência do direito deconstruir; o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; e três tipos de Coeficientes de Ap roveitamento, máximo, mínimo e básico para regular a função social da propriedad e urbana e que requerem a revisão das formas usuais de planejamento, decontrole do uso do solo e de zoneamento urbano, separando o coeficiente de aproveitamento construtivo do tipo de uso do solo permitido. Destaca- se também pela primeira vez em uma lei urbanística nacional, a introdução nas diretriz es para a ordenação e controle do uso do solo de questões ambientais, como a poluição e degradação ambiental, o controle do uso excessi vo ou inadequado do solo em relação à infra- estrutura urbana, a adoção de padrões de produção de bens e serviços e de expa nsão urbana compatíveis com os limites desustentabilidade ambiental, social e econômi ca do município e do território sob sua área de influência, bem como a preservação,con servação e proteção do meio ambiente natural e construído. Além dessas diretrizes, são também criados em conjunto com os demaisinstrumentos de gestão urbana já citados a instituição de unidades de conservação, o zoneamento ambie ntal e os estudos prévios de impactoambiental (EIA) e de impacto de vizinhança (EIV). Assim, o Estatuto da Cidade instituiu uma nova política urbana e confirmou que o Pl ano Diretor não é um produto puramente técnico ecientífico, mas um instrumento que requer a democratização de sua elaboração por meio da participação da sociedade civil organizada. Poroutro lado, reconheceu a exi stência de conflitos e a necessidade de processos de negociação decorrentes dos interesses divergentes,existentes na sociedade brasileira para a solução dos problem as socioambientais da urbanização, e para a necessidade de inserção dasustentabilidade ambiental em planos diretores. Somente a partir desses processos púb licos o Plano Diretor poderá transformar- se em leimunicipal que oriente o futuro da cidade. Aplicação dos Instrumentos do Estatuto da Cidade no Plano Diretor O plano diretor permite a aplicação dos instrumentos de gestão urbana institucionalizad os no Estatuto da Cidade, e utilizando- os paraimplementar os objetivos e as diretrizes d efinidas no plano por meio dos seguintes instrumentos; a) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, IPTU progressivo no tem po e desapropriação com pagamento mediantetítulos da dívida pública, aplicados a im óveis localizados em favelas e áreas com habitações precárias e transformados em Zonas Especiais de Interesse Social no Plano Diretor, de for ma a cumprir a função social da propriedade e enfrentar a questão dacarência por moradias adequadas para as populações de baixa renda; b) concessão urbanística – por meio de permissão de parcerias público– privado para a realização consorciada de obras de urbanização ou de reurbanização de quaisquer áreas da cidade necessárias à implementação de melhorias urbanas; c) concessão de uso especial e usucapião especial, incluindo o coletivo, para atender às necessidades de moradia social; d) direito de superfície, a ser concedido (ou negociado) por proprietário de imóvel urbano ao município e a entidades públicas dedireito privado, para viabilizar a utilização do espaço superficial, aéreo e sub terrâneo, necessário à implementação de diretrizes do planodiretor. Por exemplo, para melhoria da paisagem urbana com a modernização das redes de infra estrutura através de galeriassubterrâneas; e) direito de preempção, para dar preferência ao poder público na aquisição de imóve l urbano objeto de alienação onerosa entreparticulares, a fim de facilitar a execução de melhorias viárias e de infra-estrutura em geral: piscinões, criação de parques e áreas verdese outras; f) outorga onerosa do direito de construir, para permitir a construção acima do coefic iente básico mediante contrapartida a ser prestadapelo beneficiário, que será importante fonte de recursos extra orçamentários para ampliar a capacidade de investimentos do m unicípiona melhoria física da cidade; g) transferência de potencial construtivo, para compensar eventuais perdas econômicas advindas de eventu al impedimento legal deutilização do Coeficiente de Aproveitamento básico em det erminado imóvel e também para incentivar a manutenção de áreasverdes e de produção agrícola ou extrativista no município. h) operação urbana consorciada, para viabilizar transformações urbanísticas localizadas por meio de intervenções conjuntas dos setores público e privado; i) consórcio imobiliário por meio de permissão para o poder público receber por tr ansferência imóveis para um melhoraproveitamento, por meio de concessão urbanística ou outra forma de contratação. A política ambiental municipal também pode fazer parte explicita do Plano Diretor com o objetivo de implementar as diretrizes da políticanacional de meio ambiente, recursos hídricos e saneamento, criando os segui ntes instrumentos de gestão urbana e ambiental: a) o zoneamento ambiental do município como instrumento definidor das ações e m edidas de proteção e recuperação da qualidade daambiental do espaço, e com a definição dos fatores ambientais a considera r: por exemplo ruído, vibração, poluição do ar, odores e etc.; b) o Licenciamento Ambiental e os Estudos de Impacto Ambiental e o RIMA para que empreendimentos com impacto ambientalsignificativo tenham seus problemas tratados pelo município previamente à sua implantação, a exemplo de novas vias e linhas demetro, ou empreendimentos como aterros sanitários, estaçõ es de tratamento de esgotos entre outros; c) o Estudo de Impacto de Vizinhança e o respectivo Relatório de Impacto de Viz inhança, para empreendimentos que causemalterações das características urbanas do en torno, a exemplo de shoppings centers, estádios, centros de lazer e grandes conjuntoshabiitacionais e ou de serviços, etc; d) o Termo de Compromisso Ambiental- TCA, para compensar autorizações para supressão de vegetação e/ou recuperar o meio ambiente em decorrência de atividades que causem degradação ambiental, como o parcelamento do solo para fins de urbanização,entre, outros; e) a Avaliação Ambiental Estratégica de Políticas, Planos e Programas Setoriais Pú blicos visando reduzir seus impactos estratégicosao meio ambiente urbano, como plan os de trnsporte, de saneamento, de habitação e grandes intervenções urbanas. O Estatuto permite ainda que o Plano Diretor promova a efetivação de transformações n o espaço urbano em direção à implantação e oureadequação de uma estrutura urbana ad equada para o município. Para talpermite intervenções e reestruturações de áreas urban as paramelhoria de circulação viária, infra- estrutura de transporte, espaços abertos, parques e novas centralidades. A definição no âmbito do plano Diretor de Áreas de Intervenção Urbana (AIUs) facilitam a identificação dos perí metros de áreas onde osinstrumentos do Estatuto poderão ser utilizados, conforme exige a lei federal, e que serão também objeto de Proj etos UrbanísticosEspecíficos para atingir os objetivos urbanísticos do Plano Diretor. No caso do Plano Diretor Estratégico de São Paulo, por exemplo, asAIUs definidas são as seguintes: a) áreas de operação urbana consorciada e áreas de projeto definidas para revitaliz ar ou dinamizar áreas urbanas sub- utilizadas; b) áreas de intervenção urbana para a implantação de parques lineares; c) áreas de eixos e pólos de centralidade, em função das nucleações consolidadas e/ou potenciais de comércio (lojas diversas,shoppings, supermercados, equipamentos públicos (de saúde, segurança), de co municação, locais de encontro, etc.). d) áreas para a implantação de rede viária estrutural, demarcadas ao longo das vias estruturais propostas, medidos a partir do eixo da via, e nas existentes no caso de melhoramentos; e) áreas para a implantação de rede de transporte público, definidas por uma faixas d e 300 metros de largura de cada lado dosalinhamentos do sistema de transporte público coletivo de massa e “círculos com rai o de até 600 metros tendo como centro as estaçõesde transporte coletivo metroviário ou ferroviário.
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