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Processo conhecimento do Trabalho

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Prévia do material em texto

Caro Aluno 
 
 
Seja bem vindo. 
 
 
Nesta nossa disciplina trataremos de assuntos como a evolução histórica do Direito 
Processual do Trabalho, os princípios do Direito Processual do Trabalho, a organização 
da Justiça do Trabalho, os órgãos da Justiça Laboral, jurisdição e competência, a ação e 
o Processo Trabalhista, os conflitos trabalhistas e as formas de solução, dissídios 
individuais e coletivos, petição inicial, defesa e audiência trabalhista, provas, 
conciliação, alegações finais, sentença e coisa julgada. 
 
O objetivo principal é estudar o Processo do Trabalho, com enfoque nos atos que o 
compõem, especialmente a petição inicial e seus requisitos, as modalidades de defesas 
cabíveis no processo laboral, bem como o desenvolvimento do processo na audiência 
trabalhista. Com isso, alcançaremos os objetivos específicos: possibilitar o 
conhecimento do Direito Processual do Trabalho como ramo autônomo do Direito 
Processual, seus princípios e institutos próprios, bem como a aplicação subsidiária do 
direito processual comum; possibilitar ainda o estudo do processo de conhecimento 
trabalhista. 
 
É a nossa expectativa que você aprenda bastante. 
 
Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é 
que você dedique ao menos 2 horas por semana para esta disciplina, estudando os textos 
sugeridos e realizando os exercícios de auto-avaliação. Uma boa forma de fazer isso é já 
ir planejando o que estudar, semana a semana. 
 
Para facilitar seu trabalho, apresentamos na tabela abaixo os assuntos que deverão ser 
estudados e, para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar 
sugerida. No mínimo você deverá buscar entender bastante bem o conteúdo da leitura 
fundamental, só que essa compreensão será maior se você acompanhar, também, a 
leitura complementar. Você mesmo perceberá isso, ao longo dos estudos. 
 
 
a – assuntos e leituras sugeridas 
 
Assuntos/módulos Leituras Sugeridas 
Fundamental Complementar 
MÓDULO 1. 
 
Da Evolução Histórica do 
Direito Processual do 
Trabalho. 
 
 
NASCIMENTO, Amauri 
Mascaro. Curso de Direito 
Processual do Trabalho, 
São Paulo: Saraiva. 
 
 GIGLIO, Wagner. Direito 
Processual do Trabalho, 
São Paulo: Saraiva. 
 
MÓDULO 2. 
 
Dos princípios do Direito 
Processual do Trabalho. 
 
 
NASCIMENTO, Amauri 
Mascaro. Curso de Direito 
Processual do Trabalho, 
São Paulo: Saraiva. 
 
GIGLIO, Wagner. Direito 
Processual do Trabalho, 
São Paulo: Saraiva. 
 
ROSENTHAL ZISMAN, 
Célia. O princípio da 
dignidade da pessoa 
humana, São Paulo: IOB-
Thomson. 
 
 
MÓDULO 3. 
 
DA ORGANIZAÇÃO 
DA JUSTIÇA DO 
TRABALHO. 
 
NASCIMENTO, Amauri 
Mascaro. Curso de Direito 
Processual do Trabalho, 
São Paulo: Saraiva. 
 
GIGLIO, Wagner. Direito 
Processual do Trabalho, 
São Paulo: Saraiva. 
 
MÓDULO 4. 
 
JURISDIÇÃO E 
COMPETÊNCIA. 
 
MARTINS, Sérgio Pinto. 
Direito Processual do 
Trabalho: doutrina e 
prática forense, modelos e 
petições, recursos, 
sentenças e outros. São 
Paulo: Atlas. 
NASCIMENTO, Amauri 
Mascaro. Curso de Direito 
Processual do Trabalho, 
São Paulo: Saraiva. 
 
GIGLIO, Wagner. Direito 
Processual do Trabalho, 
São Paulo: Saraiva. 
 
MÓDULO 5. 
 
DA AÇÃO E DO 
PROCESSO 
TRABALHISTA. 
 
MARTINS, Sérgio Pinto. 
Direito Processual do 
Trabalho: doutrina e 
prática forense, modelos e 
petições, recursos, 
GIGLIO, Wagner. Direito 
Processual do Trabalho, 
São Paulo: Saraiva. 
 
sentenças e outros. São 
Paulo: Atlas. 
NASCIMENTO, Amauri 
Mascaro. Curso de Direito 
Processual do Trabalho, 
São Paulo: Saraiva. 
 
MÓDULO 6. 
 
DOS DISSÍDIOS 
INDIVIDUAIS. 
 
MARTINS, Sérgio Pinto. 
Direito Processual do 
Trabalho: doutrina e 
prática forense, modelos e 
petições, recursos, 
sentenças e outros. São 
Paulo: Atlas. 
 
GIGLIO, Wagner. Direito 
Processual do Trabalho, 
São Paulo: Saraiva. 
 
MÓDULO 7. 
 
DAS MODALIDADES 
DE DEFESA E 
ESPÉCIES DE 
RESPOSTA. 
DA AUDIÊNCIA 
TRABALHISTA. 
 
MARTINS, Sérgio Pinto. 
Direito Processual do 
Trabalho: doutrina e 
prática forense, modelos e 
petições, recursos, 
sentenças e outros. São 
Paulo: Atlas. 
 
GIGLIO, Wagner. Direito 
Processual do Trabalho, 
São Paulo: Saraiva. 
 
MÓDULO 8. 
 
DA CONCILIAÇÃO. 
DAS PROVAS. 
ALEGAÇÕES FINAIS. 
SENTENÇA. COISA 
JULGADA. 
 
MARTINS, Sérgio Pinto. 
Direito Processual do 
Trabalho: doutrina e 
prática forense, modelos e 
petições, recursos, 
sentenças e outros. São 
Paulo: Atlas. 
 
GIGLIO, Wagner. Direito 
Processual do Trabalho, 
São Paulo: Saraiva. 
 
 
 
b – Avaliações 
 
Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de avaliações, 
cabendo a você tomar conhecimento do calendário dessas avaliações e da marcação das 
datas das suas provas, dentro dos períodos especificados. 
 
Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as 
avaliações é realizando os exercícios de auto-avaliação, disponibilizados para você 
neste sistema de disciplinas on line. O que tem que ficar claro, entretanto, é que os 
exercícios que são requeridos em cada avaliação não são a repetições dos exercícios da 
auto-avaliação. 
 
Para sua orientação, informamos na tabela a seguir, os assuntos que serão requeridos em 
cada uma das avaliações às quais você estará sujeito: 
 
 
Conteúdos a serem exigidos nas avaliações 
Avaliações Assuntos Exercícios de auto-avaliação 
relacionados 
NP1 Do módulo 1 ao módulo 4 Exercícios relacionados aos 
módulos 1, 2, 3 e 4. 
NP2 Do módulo 5 ao módulo 8 (1ª e 2ª 
partes do MÓDULO 8). 
Exercícios relacionados aos 
módulos 5, 6, 7 e 8. 
Substitutiva Toda a matéria Todos os exercícios 
Exame Toda a matéria Todos os exercícios 
 
 
c – Referências bibliográficas 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
 
· CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do Trabalho. São Paulo: 
Saraiva. 
· MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho: doutrina e prática forense, 
modelos e petições, recursos, sentenças e outros. São Paulo: Atlas. 
· NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito Processual do Trabalho, São 
Paulo: Saraiva. 
· OLIVEIRA, Francisco Antônio. O Processo na Justiça do Trabalho - Doutrina, 
Jurisprudência, Enunciados e Súmulas, São Paulo: Revista dos Tribunais. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
 
· ALBUQUERQUE, Francisca Rita Alencar. A Justiça do Trabalho na Ordem Judiciária 
Brasileira. São Paulo: LTr. 
· ALMEIDA, Isis de. Manual de Direito Processual do Trabalho. São Paulo:LTr. 
· CAMPOS BATALHA, Wilson de Souza. Tratado de Direito Judiciário do Trabalho. 
Vol. 1 e 2, São Paulo: LTr. 
· FERRARI, Irani; NASCIMENTO, Amauri Mascaro; MARTINS FILHO; Ives Gandra 
da Silva. História do Trabalho, do Direito do Trabalho e da Justiça do Trabalho. São 
Paulo: LTr. 
· GIGLIO, Wagner. Direito Processual do Trabalho, São Paulo: Saraiva. 
· MALTA, Christóvão Piragibe Tostes. Prática do Processo Trabalhista. São Paulo: LTr. 
· RODRIGUES PINTO, José Augusto. Processo Trabalhista de Conhecimento. São 
Paulo: LTr. 
· SAAD, Eduardo Gabriel. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: LTr. 
· TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio Curso de processo do trabalho: perguntas e 
respostassobre assuntos polêmicos em opúsculos específicos. São Paulo: LTr. 
 
 
 
 MÓDULO 1. 
 
Da Evolução Histórica do Direito Processual do Trabalho. 
 
Da origem do direito processual do trabalho. 
 
A revolução industrial trouxe importantes modificações nas condições de trabalho, 
porque máquinas passaram a substituir o trabalho humano, ocasionando o desemprego 
em massa. 
 
Houve ainda a diminuição de salários, porque era maior a oferta de mão-de-obra que a 
procura por trabalhadores. Assim, empregadores pagavam muito pouco, tendo sempre o 
empregado à sua disposição, diante da enorme dificuldade em se conseguir emprego. 
 
Poucos empresários se enriqueciam, enquanto a população se empobrecia. Neste cenário 
os empregados passam a se reunir em pequenas áreas industrializadas, para reagir de 
forma violenta contra a situação. O termo greve surge nesse momento – significa graveto 
em francês, porque os empregados se reúnem em um local na França em que os gravetos 
se amontoavam. 
 
As reivindicações eram por melhores salários, redução da jornada, ambiente de trabalho 
menos insalubre. 
 
A greve era defesa direta dos direitos sem regulamentação – era paralisada a produção até 
que uma das partes cedesse para a volta ao trabalho. Ou cediam os empregados, para obter 
sustento, ou o empresário, para evitar prejuízo. 
 
Com a Revolução Francesa, de 1789, e no período que a esta se seguiu, o que se exigiu 
do Estado foi a sua abstenção, para que não se envolvesse nas relações privadas, nelas 
incluídas a relação de trabalho. 
 
Com tal abstenção, o chamado Estado Liberal acabou por dar ensejo à injustiça do 
domínio dos mais fracos pelos mais fortes, mais poderosos economicamente. Nas 
relações privadas, contratuais, não estabelecia limites o Estado. 
 
Com as manifestações, greves, o Estado se deu conta da necessidade de através de leis e 
do Judiciário conter os abusos praticados contra os mais vulneráveis, os empregados. O 
Estado passa a ditar as normas para os conflitos trabalhistas, até para conter o prejuízo 
econômico pela falta de produção que a greve acarreta. 
 
O processo é a sequência ordenada e predeterminada de atos com a finalidade de compor 
litígios – por isso podemos afirmar que as medidas tomadas pelo Estado para regular as 
relações entre empregados e empregadores dão início ao Direito Processual do trabalho. 
Como observam Wagner Giglio e Claudia Giglio Veltri Correa, o Direito Processual do 
Trabalho surge antes das leis materiais do trabalho[1]. 
 
 
Das primeiras regras. 
 
Historicamente, as primeiras entidades criadas para compor conflitos trabalhistas eram 
órgãos não estatais, como os Conselhos de Homens Probos da França (Conseils des 
Prud’hommes), que existem até hoje. Órgãos não estatais continuam a solucionar 
questões trabalhistas, como as Juntas de Conciliação e Arbitragem do México, as 
comissões internas (EEUU) e as comissões de trabalhadores, do leste europeu[2]. 
 
Posteriormente, o Estado determinou que as partes se reunissem por meio de seus 
representantes para acordo e retorno ao trabalho – era a medida de conciliação obrigatória. 
Tal medida não surtiu o efeito desejado e por isso o Estado designou um mediador para 
apresentar solução aceitável pelas partes. A tentativa de conciliação deixa de ser 
espontânea e passa a ser obrigatória, contando em seguida com o mencionado mediador, 
que representava os interesses do Estado na rápida composição do conflito. 
 
 
Evolução internacional. 
 
Alguns Estados regularam com mais detalhes o modo de solução dos conflitos 
trabalhistas. Como os procedimentos conciliatórios nem sempre alcançavam bom êxito, 
a demora na solução acarretava prejuízo ao Estado. 
 
Daí a imposição de medidas como a volta ao trabalho durante as negociações, a 
designação de árbitro escolhido pelas partes ou indicado pelo Estado, e até a criação de 
órgãos permanentes de conciliação e arbitragem (caso do Brasil, México, Argentina e 
Alemanha). 
 
 
Da evolução no Brasil. 
 
Do período pré-jurisdicional: 
 
Em 1907 surge previsão legal para os nunca implantados Conselhos Permanentes de 
Conciliação e Arbitragem (Lei nº. 1.637, de 5 de novembro de 1907). A finalidade seria 
dirimir divergências entre capital e trabalho, podendo ser consultados em todos os 
assuntos da profissão. A composição seria mista e paritária, para o equilíbrio nas decisões. 
 
Os tribunais rurais, com o escopo de dirimir conflitos surgiram em São Paulo, pela Lei 
nº. 1.869, de 10 de outubro de 1922, compostos pelo Juiz de Direito da comarca, um 
representante dos trabalhadores e outro dos fazendeiros. A imigração italiana e espanhola 
e o trabalho nas fazendas de café levaram à organização política dos trabalhadores. O 
único órgão que possuía (desde 1911) a atribuição de dirimir conflitos na época era o 
chamado patronato agrícola, do Ministério da Agricultura. 
 
Eram, os tribunais rurais, órgãos colegiados administrativos (chamados posteriormente 
de Juntas de Conciliação e Arbitragem). Proferiam decisões administrativas que valiam 
como títulos executivos. E para a execução, era competente o juiz de direito. 
 
A importância de tais tribunais rurais é apenas histórica, porque os resultados não foram 
satisfatórios. 
 
Com a revolução de 1930, Getúlio Vargas promulga muitas leis trabalhistas. 
 
São criadas em 1932 as Juntas de Conciliação e Julgamento e as Comissões Mistas de 
Conciliação, como órgãos administrativos. 
 
Em 1934, a Constituição tratava da composição de tais órgãos, no art. 122 parágrafo 
único, mas não os incluía entre os órgãos do Poder Judiciário. Os membros deveriam ser 
eleitos - metade pelas associações representativas dos empregados, metade pelas dos 
empregadores, enquanto o presidente era nomeado pelo Governo, escolhido entre pessoas 
de experiência e notória capacidade intelectual. 
 
As juntas tinham competência pra conhecer e dirimir dissídios individuais relacionados 
com o trabalho, mas não podiam executar as decisões – isto era feito na Justiça Comum. 
 
Como os juízes eram demissíveis “ad nutum”, unilateralmente, sem justificativa, a 
liberdade para julgar não era absoluta – o Ministério do Trabalho poderia a qualquer 
tempo tomar para si a decisão, através de cartas chamadas “avocatórias”. 
 
Ao lado das Juntas funcionava a Justiça Ordinária, com processo especial quando se 
tratava de litígio sobre acidente de trabalho – ainda hoje há varas especializadas para os 
casos de acidente do trabalho. 
 
As Comissões Mistas de Conciliação tentavam acordo, mas não julgavam dissídios 
coletivos. O Conselho Nacional do Trabalho era o tribunal arbitral, com decisões 
irrecorríveis em caso de conflito coletivo, e de último grau de jurisdição, nos dissídios 
individuais, quando estes envolviam empregado estável ou questão de previdência social. 
 
Com a Constituição de 1937, a Justiça do trabalho passa a ter natureza judiciária e não 
mais administrativa. Ocorre que apenas uma minoria, os sindicalizados, tinham acesso a 
tais órgãos. Daí a má organização e o mau funcionamento. 
 
Importantes reformas: 
 
Ocorreram em 1939 e 1940, ano em que o Dec. nº 6.596 aperfeiçoou a estrutura da Justiça 
do Trabalho: foi mantido o Conselho Nacional do Trabalho, com novas atribuições e outra 
estrutura, criaram-se 8 Conselhos Regionais com sede nas grandes capitais (Rio de 
janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém) e 
36 Juntas, em todas as capitais, com liberdade para executar decisões sem a “avocatória” 
supra mencionada. Em São Paulo, as Juntas passarama funcionar em 1º de maio de 1941, 
quando é organizada a “Justiça do Trabalho”. 
 
Em 1941, havia no âmbito administrativo (e não no Judiciário) três graus de jurisdição: 
Conselho Nacional, Conselho Regional do Trabalho e Juntas de Conciliação e 
Arbitragem. 
 
Cada Junta era composta por um juiz Presidente, nomeado pelo Governo, e dois 
representantes classistas, “vogais” – um indicado pelo órgão sindical de empregados e 
outro pelo de empregadores, ambos nomeados pelo Governo, por dois anos. 
 
Havia discussão acerca das garantias de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade 
de vencimentos ao juiz presidente. 
 
A Consolidação das Leis do trabalho entra em vigor em 1º de maio de 1943, ano em que 
as primeiras juntas em cidades do interior são criadas. 
 
Integração da Justiça do Trabalho no Poder Judiciário: 
 
Ocorreu com o Decreto-Lei n. 9.777, de 9.9.1946, dias antes de entrar em vigor a 
Constituição de 1946, que também integra a Justiça do Trabalho aos órgãos do Judiciário 
– surge a organização da carreira de juiz do trabalho, com ingresso mediante concurso 
público de títulos e provas, promoções pelos critérios alternados de antigüidade e 
merecimento, e com as garantias inerentes à magistratura. 
 
Os Conselhos Regionais passam a ser chamados Tribunais Regionais do Trabalho. O 
Conselho Nacional, Tribunal Superior do Trabalho. 
 
Novas Juntas e novos Tribunais Regionais do Trabalho são criados, inclusive em cidade 
do interior (o da 15ª Região, em Campinas, Estado de São Paulo). 
 
Os tribunais regionais e o TST são ampliados, passando a se dividir internamente em 
Turmas e, mais recentemente, em Grupos de Turmas, Órgão Especial e Seções 
Especializadas. 
 
 
Constituição Federal de 1988: 
 
O art. 112 da CF/88 determina a instalação de pelo menos um TRT em cada Estado, 
órgãos que vinham sendo criados por leis ordinárias. Ocorre que nem todos os Estados 
têm TRT. 
 
A EC n. 24, de 9.12.1999 elimina os juízes classistas, alterando a composição dos 
tribunais – as Juntas passam a ser “varas do trabalho”. Mesmo após a extinção das Juntas 
de Conciliação e Julgamento, dois anos foram necessários para afastar os classistas, já 
que era preciso aguardar a extinção de seus mandatos. 
 
A Lei nº. 10.770, de 21.11.2003, cria mais 269 varas do trabalho, para instalação a partir 
de 2004. 
 
A EC n. 45/2004 autoriza a instalação de órgãos itinerantes e o funcionamento 
descentralizado, com Câmaras regionais, além de ampliar a competência da Justiça do 
Trabalho: passa a julgar processos sobre multas aplicadas pela fiscalização trabalhista; 
processos nos quais sindicatos disputam a sua representatividade e em que representados 
e entidades sindicais litiguem; além de processos sobre relações de trabalho, e não apenas 
sobre relações de emprego. 
 
 
 
[1] Wagner D. Giglio e Cláudia Giglio Veltri Corrêa. Direito Processual do Trabalho. 
P. 2. 
[2] Wagner D. Giglio e Cláudia Giglio Veltri Corrêa. Direito Processual do Trabalho. 
P. 94. 
 
 
Siglas utilizadas: 
 
CF – Constituição Federal. 
E.C. – Emenda Constitucional. 
TRT – Tribunal Regional do Trabalho 
TST – Tribunal Superior do Trabalho. 
 
 
MÓDULO 2. 
 
Dos princípios do Direito Processual do Trabalho. 
 
 
 
 
 
DOS PRINCÍPIOS. 
 
Antes de tratarmos especificamente dos princípios do Direito Processual do Trabalho, 
vale estabelecer o conceito de princípio. O princípio é o fundamento, a base, o alicerce. 
Trata-se de preceito cujo conteúdo valorativo é tão grande, que pode ser observado em 
todos os casos concretos. 
 
Os princípios, idéias básicas da disciplina, perdem em concretude, não definem por 
exemplo o prazo para um recurso, os pressupostos para a propositura de uma ação, mas 
ganham em abstração, como a igualdade, a dignidade, e por isso podem e devem ser 
observados e respeitados em todos os casos concretos. São gerais, e não específicos 
como peculiaridades de momentos processuais. 
 
Os princípios gerais de direito orientam a interpretação constitucional e suprem lacuna 
no ordenamento jurídico brasileiro (inclusive no campo infraconstitucional, nos termos 
do art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil), norteando o julgados que não 
encontram uma normna específica para aplicar ao caso sub judice. São normas abstratas, 
extraídas do ordenamento jurídico e com base em observações sociológicas. Possuem, 
portanto, em vista de sua abstração, uma aplitude tal que permite adequá-lo à solução de 
um caso concreto[1]. 
 
Como afirmam Wagner Giglio e Claudia Giglio Veltri Correa, “cada autor arrola os 
seus princípios, e poucos são os que coincidem”[2]. 
 
Conforme os autores, a inversão do ônus da prova é técnica, e não princípio; a 
desigualdade das partes é particularidade do conflito e não do processo; o juízo especial 
nem sempre existe e diz respeito à organização judiciária, e não ao processo[3]. 
 Outros princípios são de todo processo, e não peculiares do proceso trabalhista, como o 
do acesso à justiça (direito à ação, previsto no art. 5º, XXXV, CF), inafastabilidade da 
prestação jurisdicional (direito de cada um de obter uma decisão judicial); da igualdade, 
ampla defesa e contraditório (art. 5º, LV, CF), do juízo e do promotor natural (art. 5º, 
LIII, CF), do devido processo legal (art. 5º, LIV, CF), da liberdade, da economia 
processual, da preclusão, da boa-fé e da lealdade processual, da fundamentação das 
sentenças, do duplo grau de jurisdição, da humanização da justiça, da oralidade e seus 
corolários (concentração, irrecorribilidade das decisões interlocutórias, predomínio da 
palavra falada, imediatidade e identidade física do juiz), da celeridade, da gratuidade, da 
imparcialidade rigorosa dos funcionários judiciais, da coisa julgada, da publicidade do 
processo etc.[4] Os princípios gerais do direito processual aplicam-se, via de regra, ao 
direito trabalhista[5]. 
 Antes de analisarmos cada um dos princípios, faz-se importante consignar que a 
existência de princípios[6], institutos e fins próprios, contribui para a autonomia do 
Direito Processual do Trabalho, no plano científico, embora no plano legislativo haja 
controvérsias sobre a sua autonomia, já que não existe um Código Processual do 
Trabalho – “são poucas e lacunosas as normas específicas do processo trabalhista, que 
têm como subsidiárias as do Código de Processo Civil”[7]. 
 
Dos princípios específicos do Direito Processual do Trabalho. 
 
1. Celeridade. 
 Ainda maior que em qualquer outro tipo de processo, já que os créditos trabalhistas têm 
natureza alimentar, e que as greves são importante fator de atraso no desenvolvmento 
econômico e empecilho para a circulação dos bens, o que é essencial para a vida em 
sociedade. 
 Reformas legislativas e o crescimento da Justiça do Trabalho são importantes para dar 
cumprimento ao princípio ideal da celeridade. 
 
2. Instrumentalidade das formas. 
O ato deve ser aproveitado, independentemente da forma. É como a fungibilidade dos 
recursos, nos dizeres de Pedro Paulo Teixeira Manus. Cuida-se do entendimento de que 
o conteúdo é mais importante que a forma, por isso não se pode privilegiá-la. Tal 
princípio encontra limites na lei – o juiz por exemplo não pode suprir requisitos como 
custas ou guia. 
 
3. Maior concentração dos atos processuais. 
 
Por força deste princípio que a audiência trabalhista assume importância especial. 
 
4. Proteção e gratuidade. 
 
O princípio protecionista é um princípio internacional, decorrente do caráter tutelar do 
Direito Material do Trabalho, que se aplicatambém ao Direito Processual do Trabalho. 
O processo se adapta à natureza da lide, e como o Direito do Trabalho entende que o 
trabalhador é a parte vulnerável, a ser protegida, assim é o proceso trabalhista, cuja 
finalidade é restabelecer uma igualdade prejudicada pela inferioridade econômica do 
empregado diante do empregador ou beneficiário dos serviços. 
 
Assim, a presunção é que no processo do trabalho também se destaca a posição 
privilegiada do beneficiário dos serviços, já que têm melhor assessoria jurídica, 
melhores condições de produzir provas (especialmente testemunhal, entre 
subordinados), melhores condições econômicas para suportar um processo demorado e 
as despesas processuais. 
 
Por isso, como corolário do princípio protecionista, proporciona-se ao trabalhador a 
gratuidade do processo, a isenção do pagamento de custas e despesas; a assistência 
judiciária gratuita sindical, a inversão do ônus da prova, com presunções em favor do 
empregado. 
 
Ressalte-se que a imparcialidade do juiz só nos permite afirmar que a proteção é 
conferida pela lei, e não pelo juiz. O juiz não pode favorecer nenhuma das partes; já a 
lei, protecionista, trata com desigualdade os desiguais, restabelecendo assim o equilíbrio 
entre as partes. 
 
Conforme Amauri Mascaro Nascimento, “se a fonte da favorabilidade não for a lei e 
sim o critério pessoal do juiz, pode-se consumar, em um caso concreto, uma 
desproporcionalidade excessiva a título de promoção da igualdade que não se coaduna 
com os fins do processo”[8]. 
 
Decorrem do princípio protecionista as regras: in dubio pro operario (na dúvida decide-
se em favor do operário); prevalência da norma mais favorável ao trabalhador; 
preservação da condição mais benéfica para o trabalhador; fixação da competência no 
local da prestação de serviços, para favorecer o trabalhador. 
 
5. Imediação ou imediatidade. 
O juiz colhe a prova, inquire a trestemunha. O juiz dirige o processo. O juiz ou tribunal 
deve conhecer e decidir o conflito trabalhista, por isso precisa estar em contato direto, 
ao redor das partes, presidindo todas as audiências, para que possa conhecer o negócio 
jurídico pessoalmente, para proferir sentença justa. 
 
6. Dispositivo. 
O juiz é inerte; o processo depende de provocação das partes para se iniciar. Tal 
princípio se contrapõe ao princípio do impulso processual. 
 
7. Jusrisdição normativa. 
Só ocorre no direito brasileiro – o judiciário pode modificar uma norma jurídica – a 
sentença normativa é lei e só pode ser aplicada após ação de conhecimento, e não mera 
execução. 
 
Além disso, a sentença normativa vigora até que outra a revogue – assim, prestações 
pagas em cumprimento da primeira sentença normativa não podem ser recuperadas. A 
nova sentença normativa revoga a anterior mas não tem efeitos retroativos. 
 
8. Despersonalização do empregador. 
 Diante da sucessão de empresas, é possível estender os efeitos da coisa julgada a quem 
não foi parte no processo de conhecimento, tudo para garantir o trabalhador. O conceito 
de parte no processo trabalhista é relativo, diferente daquele dos demais tipos 
processuais. 
 9. Simplificação procedimental. 
 Princípio internacional que concede capacidade postulatória às partes, comunicação 
postal dos atos processuais (a citação é feita por carta com aviso de recebimento, por 
exemplo), nomeação de perito único, eliminação da fase de avaliação dos bens 
penhorados etc. Tudo no intuito de tornar mais simples o processo. 
 
DOS PRINCÍPIOS IDEAIS. 
 
1. Extrapetição. 
 
Para que o juiz possa decidir ultrapetita, por exemplo atribuindo responsabilidade 
solidária à reclamada e seus sócios, em caso de fraude, quando na realidade o 
empregado só requereu responsabilidade subsidiária dos sócios. 
 A Súmula 211 do TST determina que o magistrado condene ao pagamento de juros e 
correção monetária, ainda que não haja pleito do reclamante neste sentido. 
 O art. 496 da CLT faculta ao juízo trabalhista converter pedido de reintegração do 
empregado estável em pagamento de indenização dobrada – o empregado só pode 
pleitear a reintegração. O julgador concede indenização não pleiteada (a obrigação de 
fazer se transforma em obrigação de dar). 
 
2. Iniciativa extraparte. 
Trata-se da iniciativa ex officio, nas causas de acidente de trabalho e de conflitos 
coletivos. É princípio que se aproxima do princípio da extrapetição[9]. 
 Exemplo: quando a Justiça do Trabalho determina de ofício a citação do empregador 
para, na falta de anotação em carteira de trabalho e previdência social, transformar o 
procedimento administrativo em ação penal. 
 No exemplo supra, o Poder Judiciário foi provocado pela Delegacia Regional do 
Trabalho – mas o empregado não tomou iniciativa, se não de apenas apresentar queixa 
na esfera administrativa. A ação trabalhista é de iniciativa do órgão judicial. 
 Outro exemplo: nos dissídios coletivos em que ocorra greve a ação pode ser proposta 
pela Procuradoria do Trabalho (art. 856 da CLT e 114, §3º, CF, com a nova redação 
dada pela EC n. 45/2004)[10]. 
 
3. Coletivização das ações individuais. 
Tendência atual no processo do trabalho, revela a ampliação dos casos de aplicação da 
substituição processual. 
 Trabalhadores que se encontram na mesma situação de fato do autor são abrangidos 
pela ação, por economia processual – ocorre uma chamada ao processo de litisconsortes 
ativos necessários, determinada de ofício. 
 O sindicato pode requerer (art. 195, §2º, CLT) em juízo, como substituto processual, o 
reconhecimento de insalubridade ou periculosidade, em benefício de grupo de 
associados, para não haver desnecessariamente várias ações individuais idênticas, com o 
desperdício de tempo, despesas, perícias, esforços. 
 No âmbito do processo civil, a sentença é inter partes e só por exceção erga omnes. 
Se a ação é proposta por um trabalhador, ou grupo de trabalhadores, também é possível 
que o juiz determine a integração na lide por todos os trabalhadores que exerçam suas 
atividades no mesmo ambiente. 
 
4. Fins próprios. 
Trata-se de fazer valer os direitos materiais trabalhistas, igualando com superioridade 
jurídica o trabalhador e o beneficiário da prestação de serviço, já que há inferioridade 
econômica do trabalhador. 
 O objetivo é a melhoria do padrão de vida através de melhor distribuição da riqueza 
nacional. 
 A desigualdade é maior durante o período de duração do vínculo, ou prestação de 
serviços do trabalhador, quando este, com receio de perder a fonte de seu sustento, não 
tem liberdade plena de manifestação. Daí a análise cautelosa de quitação, transação, 
renúncia. Provas documentais e testemunhais são mais fáceis para o empregador ou 
tomador de serviço, daí a inversão do ônus da prova em favor do trabalhador, para 
restabelcer o equilíbrio entre as partes. 
 
 
[1] Célia Rosenthal Zisman. O princípio da dignidade da pessoa humana. P. 32. 
[2] Wagner D. Giglio e Cláudia Giglio Veltri Corrêa. Direito Processual do Trabalho. 
P. 82. 
[3] Wagner D. Giglio e Cláudia Giglio Veltri Corrêa. Direito Processual do Trabalho. 
P. 82. 
[4] Wagner D. Giglio e Cláudia Giglio Veltri Corrêa. Direito Processual do Trabalho. 
P. 82. 
[5] Amauri Mascaro Nascimeto. Curso de Direito Processual do Trabalho. P. 105. 
[6] Amauri Mascaro Nascimeto. Curso de Direito Processual do Trabalho. P. 107. 
[7] Wagner D. Giglio e Cláudia Giglio Veltri Corrêa. Direito Processual do Trabalho. 
P. 94. 
 
[8] “Curso de Direito Processual do Trabalho”. P. 109. 
[9] Wagner Giglio e Claudia Giglio Veltri Corrêa, op. cit.. P. 88. 
[10] Antes da EC nº 45/2004 o Presidentedo Tribunal também podia suscitar a abertura 
do dissídio coletivo. 
Abreviaturas utilizadas: 
CF – Constituição Federal. 
E.C. – Emenda Constitucional. 
TRT – Tribunal Regional do Trabalho 
TST – Tribunal Superior do Trabalho. 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO 3. 
DA ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
 
 
Órgãos da Justiça Laboral: Varas do Trabalho, Tribunal Regional do Trabalho e 
Tribunal Superior do Trabalho. Procuradoria do Trabalho. 
Abreviaturas utilizadas: 
 
CF – Constituição Federal. 
E.C. – Emenda Constitucional. 
LC – Lei Complementar. 
MP – Ministério Público. 
MPT – Ministério Público do Trabalho. 
SDC – Seção de Dissídios Coletivos. 
SDI – Seção de Dissídios Individuais. 
TRT – Tribunal Regional do Trabalho 
TST – Tribunal Superior do Trabalho. 
 
 
Dos princípios de organização: 
 
 Ingresso na carreira por concurso público de provas e títulos, com a participação 
da OAB em todas as fases, sendo que as nomeações ocorrem conforme a ordem 
de classificação e o cargo inicial é de juiz substituto. 
 Promoção alternadamente por antigüidade e por merecimento[1] . Por voto de 
2/3 de seus membros, os tribunais podem recusar o mais antigo. 
 Cursos oficiais de preparação e aperfeiçoamento de magistrados como requisitos 
para ingresso e promoção na carreira. 
 Vencimentos fixados com diferença não superior a 10% de uma para outra das 
categorias da carreira, sem exceder os vencimentos dos ministros do STF. 
 Residência do titular na localidade da Vara ou Tribunal. 
 Ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria por interesse público, fundada 
em decisão por voto de 2/3 do respectivo tribunal, assegurada a ampla defesa. 
 Publicidade de todos os julgamentos; fundamentação das decisões (sob pena de 
nulidade) – a lei pode em certos atos limitar a presença às partes e seus 
advogados, ou somente aos advogados, se o interesse público o exigir. 
 Decisões administrativas dos tribunais motivadas; decisões disciplinares 
tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros. 
 Possibilidade de criação, nos tribunais com mais de 25 julgadores, de órgão 
especial composto por 11 a 25 membros, para exercer atribuições 
administrativas e jurisdicionais de competência do Tribunal Pleno do Órgão 
Especial. 
 Garantias de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos; 
proibição do exercício de outro cargo ou função, salvo uma de magistério, do 
recebimento de custas ou participação em processo e do exercício de atividade 
político-partidária. Tudo para que haja independência no julgamento. 
 Órgãos jurisdicionais com organização interna fundada em lei e também em 
disposições regulamentares internas elaboradas por seus próprios membros, 
destinadas a preservar melhor sua boa atuação. 
 
 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 
 
É o órgão máximo da Justiça do Trabalho, com sede em Brasília, por determinação 
constitucional (art. 92, §1º). 
 
Composição (art. 111-A, CF): 27 ministros, nomeados pelo Presidente da República, 
após aprovação pelo Senado. 
 
Todos os ministros são brasileiros, com mais de 35 e menos de 65 anos. 
 
21 são escolhidos entre desembargadores federais do Trabalho dos Tribunais Regionais 
do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira; 3 entre advogados com mais de 10 
anos de atividade profissional e 3 entre membros do Ministério Público do Trabalho 
com mais de 10 anos de efetivo exercício (art. 111-A, I e II, CF). 
 
Desde a Constituição de 1967 que deve ocorrer a inclusão de ministros provenientes da 
Advocacia e do Ministério Público. 
 
A determinação de escolha dos demais ministros entre Juízes do Trabalho também foi 
novidade instituída pela Constituição de 1967, mas que não significa extensão da 
carreira de magistrado, pois não há direito a promoções por critérios alternados de 
antigüidade e merecimento. 
 
O Tribunal Superior indica livremente três desembargadores federais do Trabalho ao 
Presidente da República, que livremente escolhe um deles para ser submetido ao 
escrutínio do Senado, e, após aprovação deste, nomeado. 
 
OAB e Ministério Público do Trabalho indicam 6 nomes; o TST indica 3 dos nomes ao 
Presidente da República, que livremente escolhe um nome para aprovação do Senado 
Federal (art. 115, I, c/c art. 94, CF). 
 
Os membros do TST elegem o presidente e o vice-presidente do Tribunal, o corregedor 
e os presidentes das Turmas. 
 
FUNCIONAMENTO: ocorre em composição plena ou dividido em Seções e Turmas. 
 
As turmas, compostas por 3 ministros, só podem funcionar com a presença de todos os 
seus membros. 
 
Seções: há 3 seções especializadas – Administrativa; de Dissídios Coletivos; e de 
Dissídios Individuais – esta subdividida em Subseção I e Subseção II (SDI I e SDI II). 
 
A seção administrativa é composta por 7 ministros, podendo funcionar com 5. 
 
 A SDC é composta por 9 ministros, podendo funcionar com 5. 
 A SDI I é composta por 9 ministros e funciona com 5. 
 A SDI II é composta por 11 ministros e funciona com pelo menos 6 de seus 
membros. 
 
O Órgão Especial foi extinto e substituído pelo Tribunal Pleno, que funciona com 12 de 
seus membros. 
 
Junto ao TST funcionarão, ainda, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho e a Escola 
Nacional de Formação e de Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (art. 111-A, 
§2º, CF). Até que haja lei ordinária, o próprio TST regulará o funcionamento do 
Conselho por meio de resolução (EC n. 45/2004, art. 6º). 
 
A Resolução Administrativa nº 1.140/2006 instituiu a ENAMAT como órgão 
autônomo, para promover a seleção, a formação e o aperfeiçoamento dos magistrados 
do trabalho (art. 1º). 
 
COMPETÊNCIA. 
 
Tribunal Pleno – 
 
Decide argüição de inconstitucionalidade, aprova, modifica e revoga disposições 
integrantes da Súmula de Jurisprudência e Precedentes Normativos; julga os incidentes 
de uniformização da jurisprudência, os processos em que ocorra divergência entre as 
Subseções I e II de Dissídios Individuais, as reclamações sobre matéria de sua 
competência, os mandados de segurança contra atos do presidente ou de ministro do 
tribunal, os recursos em mandado de segurança e interesse de juízes e servidores da 
Justiça do Trabalho, os recursos em matéria de concurso para o ingresso na Magistratura 
do trabalho, os agravos regimentais contra decisões do corregedor-geral; delibera sobre 
todas as matérias jurisdicionais não incluídas na competência de outros órgãos do 
Tribunal. 
 
Ainda, em matéria administrativa, elege o presidente, o vice-presidente e o 
corregedor-geral, aprova e emenda o Regimento Interno, opina sobre propostas de 
alteração legislativa em matéria trabalhista, decide sobre composição, competência, 
criação e extinção de órgãos do Tribunal, propõe criação, modificação e extinção de 
TRT e Varas do trabalho, bem como de cargos e fixação de vencimentos; escolhe 
membros de TRT para substituir ministros, escolhe entre nomes de listas para nomear 
ministros, aprova tabelas de custas e emolumentos, nomeia, promove, demite e aposenta 
servidores, aprova tabelas de gratificações; concede licenças, férias e outros 
afastamentos aos membros do Tribunal, fixa e revê diárias e ajudas de custo, designa 
comissões, baixa instruções de concurso pra provimento dos cargos de Juiz do Trabalho 
Substituto. 
 
Seção Administrativa: julga recursos das decisões e atos do presidente do tribunal, 
recursos contra decisões dos TRT’s, em matéria administrativa; e delibera sobre 
matérias administrativas não incluídas na competência de outros órgãos do Tribunal.SDC – julga originariamente os dissídios coletivos jurídicos e econômicos, as Ações 
Civis Públicas e as decorrentes de laudo arbitral que excedam a jurisdição dos TRT’s; 
estende e revê suas próprias sentenças normativas; homologa conciliações em dissídios 
coletivos; julga ações rescisórias de seus julgados, os mandados de segurança contra 
atos do presidente do TST ou de qualquer dos Ministros integrantes da SDC, e os 
conflitos de competência entre TRT’s, em processos coletivos; processa e julga as 
medidas cautelares incidentes nos processos de dissídio coletivo e as ações em matéria 
de greve excedente da jurisdição do TRT; 
 
Julga em última instância: recursos ordinários interpostos em dissídios coletivos, em 
ações civis públicas e de laudo arbitral, em ações rescisórias e mandados de segurança 
pertinentes a dissídios coletivos e a direito sindical, bem como embargos infringentes de 
suas decisões originárias não unânimes, agravos regimentais e de instrumento relativos 
a processos de sua competência. 
 
SDI I – julga embargos de divergência ou infringentes das decisões das Turmas e 
agravos regimentais contra decisões dos relatores em Embargos. 
 
SDI II – julga originariamente as ações rescisórias contra suas próprias decisões e 
aquelas das turmas; mandado de segurança contra atos do presidente do TST e dos 
ministros da SDI. 
Em única Instância, julga agravos regimentais e conflitos de competência entre TRT’s, 
entre Varas do Trabalho e Juízos de Direito, interpostos e dissídios individuais. 
Em última instância, julga os recursos ordinários nos dissídios individuais de 
competência originária dos TRT’s e os agravos de instrumento. 
 
Cada Turma, presidida pelo ministro mais antigo, julga os recursos de revista, de agravo 
de instrumento e de agravo regimental contra despachos dos relatores. 
 
Tribunais Regionais do Trabalho. 
 
A CF (art. 112) estabelecia que cada Estado-membro e Distrito Federal deveria ter pelo 
menos um TRT. A EC 45/2004 estabelece em lugar disso a atuação descentralizada dos 
Tribunais, por meio de Câmaras regionais, e a função jurisdicional itinerante (art. 115, 
§§1º e 2º). 
 
Composição (conforme EC nº 45/2004) – 
 
Compostos por 7 desembargadores federais do trabalho, antes chamados “juízes do 
tribunal”, com idade entre 30 e 65 anos. 
 
Há preferência para que os membros sejam recrutados na mesma região (art. 115, 
CF). Advogados e membros do MP do trabalho devem compor 1/5 do total de 
desembargadores. 
 
Ainda há TRT’s com 8, 27 ou 64 membros (o da 2ª Região). 
 
Juízes das varas são promovidos a desembargadores pelos critérios alternados de 
antigüidade e merecimento. Só maioria de 2/3 dos membros do TRT pode recusar o 
mais antigo, passando-se assim á votação do segundo mais antigo. 
 
Na promoção por merecimento o Tribunal indica 3 juízes de varas. A nomeação é feita 
pelo Presidente da República, que escolhe livremente um dos componentes da lista – e 
não será promovido o juiz que injustificadamente retiver autos em seu poder além do 
prazo legal. 
 
Para a nomeação dos juízes entre advogados e membros do Ministério Público é feita 
lista sêxtupla – o TRT escolhe 3 nomes. O Presidente escolhe um livremente e o 
nomeia. 
 
Os integrantes do TRT elegem presidente, vice-presidente, corregedor e vice-corregedor 
(se existir previsão desses cargos), presidentes de Turmas e das Seções. 
 
FUNCIONAMENTO 
 
Se compostos com até 8 desembargadores, só funcionam com todos os membros. A 
composição plena só delibera com a presença da maioria absoluta dos desembargadores. 
 
Se há mais desembargadores, há divisão em Turmas, cada uma com 3 membros. Para o 
funcionamento das Turmas, deve haver pelo menos 2 desembargadores. 
 
Tribunais divididos em turmas dividem-se também em seções, uma para julgar dissídios 
coletivos (seção normativa). As seções só funcionam com maioria absoluta de seus 
membros. 
 
O presidente do TRT só tem voto de desempate. Nas questões administrativas, vota 
normalmente, como qualquer outro desembargador, e ainda tem voto de desempate. 
 
COMPETÊNCIA. 
 
Pleno – competência originária: julgar dissídios coletivos, rever e estender suas decisões 
normativas, julgar mandados de segurança contra autoridades da própria Justiça do 
Trabalho, ações rescisórias e de habeas corpus. 
 
Em último grau de jurisdição: julga recursos contra multas impostas pelas Turmas; julga 
conflitos de competência entre Turmas, entre Varas do Trabalho e entre Juízes de 
Direito investidos de jurisdição trabalhista. 
 
Em único ou último grau de jurisdição: julga os processos administrativos referentes aos 
serviços auxiliares e seus servidores e as reclamações contra atos administrativos do 
presidente ou de qualquer outro membro do TRT, dos juízes das varas do trabalho, dos 
juízes substitutos e dos funcionários. 
 
Nos TRT’s divididos em Seções, as seções ficam com a supra referida competência do 
pleno, conforme seu Regimento Interno, exceto para julgamento das questões 
administrativas, que continuam sendo do Tribunal Pleno. 
 
Turmas: julgam recursos ordinários, agravos de petição e agravos de instrumento; 
recursos contra multas e outras penalidades impostas por juízes de primeiro grau. Não 
cabe da decisão da Turma recurso ao Tribunal Pleno ou às Seções, salvo se a Turma 
impôs multa. 
 
 O Tribunal Pleno, Turmas e Seções julgam ainda exceções de suspeição opostas 
contra seus respectivos membros. 
 
 
PRESIDENTE DO TRT: entre outras atribuições, dá férias, posse, licença aos juízes, 
remove os juízes, preside sessões do Tribunal, audiências de conciliação dos dissídios 
coletivos; convoca, quando for o caso, substitutos para os desembargadores do TRT e 
juízes das Varas do trabalho; despacha recursos, designa relatores, assina folhas de 
pagamento, exerce correição pelo menos uma vez por ano sobre as varas do trabalho (ou 
parcialmente, quando necessário); solicita correição ao Tribunal de Justiça em relação 
aos Juízes de Direito investidos na administração da Justiça do Trabalho – exceto nos 
TRT’s que contem com cargo específico de juiz corregedor, a quem cabe, então, exercer 
tais funções. 
 
VARAS DO TRABALHO E JUÍZES DE DIREITO. 
 
São órgãos de 1ª instância – 1º grau da Justiça do trabalho, que conhecem inicialmente 
dos litígios trabalhistas. 
 
A EC n. 45/2004 ampliou a competência de tais órgãos. 
 
Só os grandes centros têm varas do trabalho, já que os critérios para a sua criação 
consistem em número de empregados – 24 mil - ou quantidade de processos trabalhistas 
– média de 240 por ano nos últimos três anos. Se já há vara do trabalho na Comarca, 
para a criação de outra é preciso que a(s) já existente(s) tenham recebido mais de 1.500 
reclamações por ano. É o que dispõe a Lei nº 6.947/81, nem sempre respeitada na 
prática. 
 
Certas Comarcas são carentes de varas do trabalho, sobrecarregando as já existentes; e 
outras Comarcas têm muitas sem necessidade, por pressão política. 
 
A EC n. 45/2004 estabelece que o número de juízes deve ser proporcional à efetiva 
demanda judicial e à respectiva população. 
 
Onde não há vara do trabalho os Juízes de Direito cuidam de dirimir os litígios 
trabalhistas – ficam assim investidos nas funções de Juiz do Trabalho. 
 
Do ingresso na carreira: 
 
O juiz do trabalho deve ser nomeado pelo TRT após aprovado em concurso de provas e 
títulos, ou compõe a vara do trabalho por remoção de outra Vara, ou por ser promovido 
de Juiz Substituto, por critérios alternados de antigüidade e merecimento, com as 
garantias constitucionais deinamovibilidade, vitaliciedade (após 2 anos de período 
probatório) e irredutibilidade de vencimentos. 
 
O concurso vale por 2 anos, prorrogáveis por mais 2 anos. A Resolução Administrativa 
nº 1.140/2006, do TST, prevê unificação nacional do concurso, que é realizado 
conforme instruções do TST. 
 
Para se inscrever, o bacharel deve comprovar atividade jurídica por no mínimo 3 anos, 
estar quite com as obrigações civis e militares, demonstrar bom conceito e idoneidade 
para o exercício das funções judicantes e juntar os títulos. 
 
Se classificado, o magistrado ingressa na carreira como juiz substituto, auxiliando os 
juízes titulares dentro da Região designada pelo presidente do TRT. As promoções de 
juiz substituto para juiz titular, bem como deste a desembargador, são feitas por critérios 
alternados de antigüidade e merecimento. 
 
ATRIBUIÇÕES PRIVATIVAS DO JUIZ DO TRABALHO. 
 
Presidir audiências, executar decisões, despachar petições e recursos, proceder a 
jurisdição voluntária – homologar pedido de demissão, de recibo de quitação e de 
acordo para rescisão do contrato de trabalho de trabalhador estável. 
 
O juiz deve manter perfeita conduta pública e privada, sem dar opinião sobre feitos que 
vai apreciar; despachar dentro do prazo legal e residir dentro dos limites do território 
sob sua jurisdição, não podendo dele se ausentar sem licença do TRT. 
____________________//__________________________ 
 
FUNÇÕES ESSSENCIAIS À JUSTIÇA. 
 
São exercidas por órgãos previstos pela Constituição Federal, não integrantes do Poder 
Judiciário, mas que atuam perante este: 
 
- Ministério Público do Trabalho. 
- Advocacia-Geral da União. 
- Advocacia e Defensoria Pública. 
 
1. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. 
 
O art. 127, da CF/88 eleva o Ministério Público à condição de instituição permanente, 
essencial à função jurisdicional, incumbida de defender a ordem pública, o regime 
democrático e os interesses indisponíveis da sociedade e dos indivíduos, sendo que seus 
membros têm as garantias dos magistrados: vitaliciedade, inamovibilidade e 
irredutibilidade de vencimentos (art. 128, §5º, I). As vedações são também semelhantes 
às da magistratura (art. 128, §5º, II). 
 
O chefe é o Procurador-Geral da Justiça do Trabalho, nomeado pelo Procurador-Geral 
da República entre os integrantes da Procuradoria com mais de 35 anos de vida e mais 
de 5 (cinco) anos de carreira. Entre suas atribuições está a de designar, entre os 
procuradores regionais, o chefe da Procuradoria Regional, conforme Estatuto do 
Ministério Público da União (LC n. 75/93, art. 91, VI). 
 
Trata-se de sub-ramo do Ministério Público da União, ao lado do MP Federal, do MP 
Militar e do MP do Distrito Federal e Territórios. 
 
Das Atribuições da Procuradoria-Geral do Trabalho. 
 
O MPT atua, apura, denuncia. Há discussões sobre as funções do MP. Para Pedro Paulo 
Teixeira Manus, é preferível fazer mais a fazer menos. É melhor ser atuante, até nas 
investigações. 
 
Atua perante o TST, através do Procurador-Geral e dos Subprocuradores-Gerais. 
 
Junto aos TRT’s funcionam as Procuradorias Regionais do Trabalho, compostas por 
procuradores regionais, nomeados por concurso público de provas e títulos. 
 
O MPT zela pelos interesses da sociedade, promovendo as medidas necessárias ao 
desempenho de sua missão constitucional (art. 129, CF). Por exemplo investiga o 
trabalho escravo, inclusive no interior de São Paulo. 
 
Propõe as ações previstas na CF e na lei trabalhista, zela por direitos de menores, 
incapazes e índios, atua nas sessões dos Tribunais, instaura processos coletivos em caso 
de greve, requer diligências, promove a cobrança de custas e multas, suscita conflitos de 
competência e recorre das decisões nos casos previstos em lei, entre outras funções. 
 
A LC nº. 75/93 prevê a manifestação acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, 
quando houver interesse público[2] – não há mais obrigatoriedade de manifestação por 
escrito em todos os casos, como previam os art. 746 e 747 da CLT. 
 
O MPT atua extrajudicialmente quando por exemplo inicia inquérito civil. Neste caso, 
em decorrência do inquérito civil, ou promove acordo entre empresa e empregado por 
Termo de Ajuste de Conduta (se não cumprido, é título executivo extrajudicial na 
Justiça do Trabalho); ou entende que não há irregularidade; ou a procuradoria se 
convence que a questão é judicial, movendo ação civil pública. 
 
Todas as Procuradorias são auxiliadas por uma Secretaria. 
 
2. Defensoria Pública: 
Trata-se de instituição essencial à função jurisdicional do Estado, procedendo 
orientação jurídica e defesa, em todos os graus, dos necessitados. Presta assistência 
jurídica integral e gratuita (art. 5º, LXXIV, CF). 
 
O fato de os sindicatos (art. 514, b, CLT) prestarem assistência aos seus associados não 
exclui o dever constitucionalmente previsto da Defensoria Pública. 
 
 3. Advocacia da União. 
 
Com previsão no art. 131 da CF, representa a União diretamente ou por órgão 
vinculado, judicial ou extrajudicialmente, cabendo-lhes as atividades de consultoria e 
assessoramento jurídico do Poder Executivo. Tais atribuições incluem matéria 
trabalhista apresentada em face da União perante o Judiciário. 
 
_____________________________//_______________ 
DAS SECRETARIAS (art. 710 a 712, CLT). 
 
As Secretarias (órgãos auxiliares), com quadro de funcionários organizados segundo 
complexa estrutura, nos casos dos Tribunais, servem TST, TRT, Varas do Trabalho. 
 
São distribuidores, protocolo, contador, serviço de dados. Devem guardar e executar 
medidas que dêem andamento aos processos; fornecem informações e certidões, 
procedem a contagem das custas processuais, realizam penhora e as diligências e 
providências determinadas pelos juízes. 
 
 
 
[1] O merecimento é apurado conforme critérios de presteza e segurança no exercício da 
jurisdição, freqüência e aproveitamento em cursos reconhecidos de aperfeiçoamento. 
Consoante Amauri Mascaro Nascimento. “Curso de Direito Processual do Trabalho”. P. 
146. 
[2] Quando for parte pessoa jurídica de direito público, estado estrangeiro ou órgão 
internacional; é facultativa a manifestação quando solicitada pelo relator ou por 
iniciativa do próprio MPT (Resolução Administrativa nº. 31/93 do TST). O prazo para a 
emissão de parecer é sempre de 8 (oito) dias (Lei nº 5.584/1970). 
 
 
 
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA. 
 
 
 
Abreviaturas utilizadas: 
 
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade. 
CF – Constituição Federal. 
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. 
CPC – Código de Processo Civil. 
E.C. – Emenda Constitucional. 
INSS – Instituto Nacional da Seguridade Social. 
LC – Lei Complementar. 
MP – Ministério Público. 
MPT – Ministério Público do Trabalho. 
SDC – Seção de Dissídios Coletivos. 
SDI – Seção de Dissídios Individuais. 
TRT – Tribunal Regional do Trabalho 
TST – Tribunal Superior do Trabalho. 
 
 
Jurisdição e competência. 
 
Jurisdição significa dizer o direito, papel do Estado exercido pelo juiz – o Estado deve 
dizer o direito em cada caso concreto submetido a juízo. 
 
Antes a justiça era feita com a própria força, a justiça direta prevalecia. Com a evolução 
do direito, são raros os casos de justiça com esforço próprio – a civilização moderna 
atribui ao Estado a legitimação para distribuir a justiça. Assim, a pena perde o caráter 
exclusivo de vingança. 
 
Ainda há casos de defesa direta dos direitos, como a legítima defesa no direito penal; a 
legítimadefesa da posse no Direito Civil; o direito de retenção exercido pelo possuidor 
de boa-fé não indenizado das benfeitorias; a retenção de bens para o exercício do penhor 
legal (pouco utilizado na prática), entre outros casos. 
 
A jurisdição exercida pelo Estado através do Judiciário é um poder repartido, conforme 
a matéria a ser decidida, o território etc. Assim, cada juiz tem uma parcela do poder 
jurisdicional – parcela esta denominada competência, para que haja possibilidade de 
dirimir conflitos. 
 
A divisão da jurisdição levou ao surgimento de varas especializadas – varas do trabalho, 
Justiça Eleitoral, Militar etc. “A competência é uma parcela da jurisdição, dada a cada 
juiz. É a parte da jurisdição atribuída a cada juiz, ou seja, a área geográfica e o setor do 
Direito em que vai atuar, podendo emitir suas decisões”[1]. Trata-se do limite, da 
quantidade, da medida da jurisdição[2]. 
 
A competência da Justiça do trabalho, poder de dirimir questões laborais, aumentou 
com a EC nº 45/2004 - agora engloba as relações de trabalho, não apenas relações de 
emprego. 
 
Inclui pessoas jurídicas de direito público. 
 
Quanto à competência para julgar causas envolvendo servidores, agentes públicos, ainda 
está em discussão no STF, sem solução até o presente momento. 
 
Questões entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, greves, sindicatos e 
empregadores, mandado de segurança, habeas corpus, habeas data, dano moral ou 
patrimonial, conflito de competência, penalidades administrativas são da competência 
da Justiça do Trabalho. 
______________________________.__________________ 
Da competência internacional. 
 
Seria possível que a Justiça do Trabalho processasse dissídio individual contra ente de 
direito público externo, como prevê a CF/88, art. 114? 
 
No direito internacional, os Estados têm soberania e, portanto, imunidade de jurisdição, 
ou seja: um Estado não pode subordinar outro ao seu poder, à sua jurisdição. 
 
Como representantes do Estado, os agentes diplomáticos também têm, pela via indireta, 
imunidade por necessidade de exercício funcional, em decorrência de tratados 
internacionais[3]. 
 
Com exceção dos cônsules, que exercem função notarial e de caráter administrativo, daí 
se submeterem à jurisdição do país em que atuam. 
 
Organizações Internacionais equiparam-se aos Estados soberanos, como pessoas 
jurídicas de direito público externo, gozando também de imunidade de jurisdição. Ex.: 
ONU – Organização das Nações Unidas, OIT – Organização Internacional do Trabalho, 
OMS – Organização Mundial da Saúde, FMI – Fundo Monetário Internacional, OEA – 
Organização dos Estados Americanos. Trata-se de organização de Estados soberanos 
com personalidade jurídica própria. 
 
A renúncia à imunidade de jurisdição é possível e também decorre de tratados 
internacionais. Em regra é expressa, mas pode ser tácita quando, por exemplo, a pessoa 
jurídica de direito público externo propõe ação no Tribunal estrangeiro, ou apresenta 
reconvenção na ação proposta pelo Estado estrangeiro, por exemplo. 
 
Organismos internacionais sem personalidade jurídica, como é o caso da OPEP – 
Organização dos Países Exportadores de Petróleo, não têm imunidade de jurisdição. 
 
Com a EC n. 45/2004, o art. 114 da CF passa a tratar da competência da Justiça do 
Trabalho para dirimir conflitos que envolvam entes de direito público externo. 
NÃO HÁ IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO PARA O ESTADO ESTRANGEIRO, 
EM CAUSAS DE NATUREZA TRABALHISTA, APÓS A CF/88. 
 
Cabe à Justiça do trabalho a declaração de competência ou não para dirimir o conflito 
em tela. 
 
Para que haja execução das decisões também é necessária a renúncia expressa da 
imunidade pela entidade estrangeira (a renúncia não se presume e não pode ser imposta 
por lei). Assim, não basta o reconhecimento do direito – é necessária a possibilidade de 
execução. Hoje é mais fácil, com a CF/88, art. 114, proceder a penhora de bens e 
desenvolver a execução em matéria trabalhista que envolva pessoa jurídica de direito 
público externo[4]. 
_________________//______________ 
 
 
DA COMPETÊNCIA PARA EXECUTAR CONTRIBUIÇÕES 
PREVIDENCIÁRIAS. 
 
A lei n. 8.212, de 24.7.1991 determina o pagamento imediato das contribuições 
previdenciárias nos processos trabalhistas, o que poupa aumento do quadro de 
funcionários autárquicos do INSS para atuar junto à Justiça do Trabalho. 
 
Na prática, os juízes comunicam ao INSS acerca da obrigação de pagar, por parte da 
reclamada, em decorrência de acordos ou decisões. 
 
Com a EC n. 20/98 a Justiça do Trabalho passa a ter a atribuição de executar os títulos 
judiciais trabalhistas de dívida ativa (créditos) do INSS. 
 
A EC n. 45/2004 estabelece no art. 114, VIII, da CF a autorização da execução, de 
ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, decorrentes das 
sentenças que proferir. 
 
Obs.: ações de natureza previdenciária entre segurados (ou dependentes) e o INSS são 
decididas pela Justiça Federal, pois é ação contra autarquia federal (art. 109, I, §3?, CF). 
Se na comarca não houver Justiça Federal, cabe à Justiça Comum dirimir o 
conflito. Uma reclamação de complementação de aposentadoria, no entanto, uma vez 
que diz respeito às condições estabelecidas pelo contrato de trabalho, é de competência 
da Justiça do Trabalho[5]. 
_______________________//________________________ 
 
Competência em razão da matéria – ex ratione materiae. 
 
A EC n. 45/2004 modificou e aumentou a competência da Justiça do Trabalho, como 
dito. Na competência em razão da matéria, examinamos quais os tipos de questões que 
podem ser suscitadas na Justiça Laboral. 
 
Cabe à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações oriundas da relação de 
trabalho (art. 114, I da CF). 
 
Enquanto alguns comemoraram a aplicação da competência, que valoriza a atuação da 
Justiça do Trabalho, outros criticaram o que será mais um fator de sobrepeso para tal 
Justiça, tornando os processos ainda mais demorados e praticamente inviabilizando o 
seu funcionamento[6]. 
 
 
RELAÇÃO DE TRABALHO. 
 
A relação de trabalho é gênero do qual relação de emprego é apenas uma espécie. 
 
É relação de trabalho o vínculo em que ocorre prestação pessoal de serviços em proveito 
de outrem, pessoa física ou jurídica, que os remunera. 
 
São características o vínculo intuitu personae (personalíssimo) e a onerosidade. 
 
As partes são capazes, o objeto lícito e não há forma solene. A vontade deve se 
manifestar de forma livre e consciente, sem vício. O trabalho do presidiário, por ser 
imposição, não caracteriza a relação de trabalho. 
 
O trabalho de militares é assunto de competência da Justiça Militar. E o trabalho dos 
servidores públicos com vínculo estatutário ainda está sob julgamento – o STF dirá se é 
competência da Justiça do Trabalho. 
 
Não inclui o gênero relação de trabalho o trabalho elaborado em benefício próprio do 
trabalhador, como o conserto do telhado de sua própria casa. Ou o trabalho gratuito ou 
voluntário. 
 
Então, a competência da Justiça do Trabalho ora abarca os informais, os autônomos, os 
eventuais, os temporários, pequenos artesãos como os mecânicos, pintores, 
encanadores, eletricistas. Ainda inclui cooperados, empreiteiros[7] e estagiários. 
 
Na petição inicial, é possível pleitear os direitos decorrentes da relação de emprego e, 
caso não comprovada esta, os direitos do trabalhador não subordinado. 
 
_______________//______________ 
DA COMPETÊNCIA NORMATIVA NA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
 
Através da composição dos conflitoscoletivos, os Tribunais Trabalhistas legislam. 
A composição dos conflitos coletivos ocorre com a negociação coletiva, a arbitragem e 
o dissídio coletivo. 
 
Conforme jurisprudência, para ter acesso ao Tribunal Trabalhista é preciso provar que 
houve tentativa de solução amigável. Mas a tentativa de arbitragem é apenas opção das 
partes. 
 
A decisão judicial dos conflitos coletivos sofre crítica porque inibe a greve e 
desestimula a autocomposição, o entendimento entre patrões e empregados. 
 
Ocorre que por outro lado possibilita, a decisão judicial em conflitos coletivos, a 
solução não violenta, civilizada, encerrando a greve que prejudica o desenvolvimento 
econômico. Além disso, evita críticas nas entidades de classe por um mau acordo. 
 
A EC 45/2004 permite a solução jurisdicional (art. 114, CF) para o dissídio coletivo de 
natureza econômica proposto por ambas as partes em litígio ou pelo MPT em caso de 
greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão ao interesse público. Devem 
ser respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho e as 
convencionadas anteriormente. Assim, a nova decisão não poderá reduzir benefícios 
obtidos anteriormente pelos trabalhadores. 
 
Nos dissídios coletivos de natureza jurídica, ou declaratórios, nada mudou com a EC n. 
45/2004: os Tribunais Trabalhistas devem interpretar as normas coletivas, com 
esclarecimentos, eliminando incertezas e discussões (conforme a Lei n. 7.701/88). 
________________________//_____________________ 
 
Acidentes do trabalho. 
 
Desde a Constituição de 1946 são de competência da Justiça Comum, embora se trate 
de conflito com natureza trabalhista. E assim seguirá, mesmo após a EC n. 45/2004 
(entendimento do STF de 9/3/2005). 
 
Ações em face do empregador, para responsabilizá-lo por dolo ou culpa, objetivando 
danos morais e materiais, é matéria da competência da Justiça do Trabalho. 
___________________________//___________________________ 
Mandado de segurança, habeas corpus e habeas data. 
 
Aqui, a competência da Justiça do Trabalho se fundamenta no art. 3º, I, b, da Lei nº 
7.701/88, art. 678 da CLT e na EC n. 45/2004. 
 
O habeas corpus pode ser cabível, por exemplo, na hipótese de prisão do depositário 
infiel. 
 
Habeas data é o instrumento para a obtenção de informações prejudiciais e sigilosas a 
respeito da pessoa, que crie obstáculos para a obtenção de novo emprego ou cargo 
público. Ou que crie para a empresa prejuízos à sua reputação e imagem. Ex.: habeas 
data impetrado por empresa que quer conhecer e retificar ou retirar informação falsa 
sobre trabalho escravo. 
 
Observa-se que em regime democrático é mais rara ou ausente a necessidade de se 
impetrar habeas data, vez que as informações acerca das pessoas deve ser colhida de 
forma clara e motivada, sempre com publicidade e transparência. 
________________________//_____________________ 
 
Outras matérias. 
 
1. conflito de competência: entre órgãos de jurisdição trabalhista – é de 
competência de Tribunal Trabalhista, conforme entendimento ratificado pela EC 
n. 45/2004. 
2. pedido de indenização por dano moral ou patrimonial – sejam danos decorrentes 
de relação de emprego ou de relação de trabalho, a competência é da Justiça do 
Trabalho. 
3. ações possessórias sobre moradia do trabalhador: se a moradia decorre de 
contrato de trabalho e integra o pagamento in natura; ou se era necessário morar 
em certo local para trabalhar (caso do zelador ou caseiro), seja controvérsia 
decorrente de relação de emprego ou de relação de trabalho, a competência é da 
Justiça do Trabalho. Ocorre que na prática, por ser mais rápida, a Justiça 
Comum é usada para dirimir tais conflitos, sem ensejar discussão sobre o 
cabimento de tais ações. 
4. PIS – Plano de Integração Social – a competência para o cadastramento nesse 
plano é da Justiça do Trabalho. 
5. ações referentes ao FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) – 
conforme Súmula n. 176 do TST: a Justiça Federal é competente, já que a 
divergência é entre trabalhador e a Caixa Econômica Federal, entidade gestora 
do FGTS. 
6. processos decorrentes de greve: art. 114, II, conforme EC n. 45/2004 – 
competência da Justiça do Trabalho. 
7. processos sindicais: competem à Justiça do Trabalho os processos sobre 
representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre 
sindicatos e empregadores – o rol é exemplificativo. Podemos acrescentar por 
exemplo ações relativas às eleições sindicais. Além disso, sindicato alcança 
sentido genérico, incluindo ainda as federações e confederações, e até centrais 
sindicais, já reconhecidas oficialmente (outubro de 2007). 
8. multas e outras penalidades administrativas: antes de competência da Justiça 
Federal, os novos casos (não os já em andamento) serão processados e julgados 
pela Justiça do trabalho (art. 114, VII, com a redação dada pela EC n. 45/2004). 
 
A ação pode ser movida pelo empregador para invalidar a sanção administrativa; ou 
pela Fazenda Pública para a execução do título extrajudicial. 
 
9. outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho – art. 114, IX, CF. Desde 
que conexas com a relação de trabalho, a competência para dirimir as questões 
será da Justiça do Trabalho. Ex.: outorga de competência penal; execução do 
imposto de renda (como ocorre com as contribuições previdenciárias). 
 
O inciso IX do art. 114, que atribui à Justiça do Trabalho competência para dirimir 
outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, significa que a lei pode criar 
mais competência desde que sobre assunto correlato. 
_________________//________________ 
Procedimento aplicável. 
Embora alguns defendam a aplicação do CPC para ações que não envolvam relação de 
emprego, a melhor interpretação é que a reforma constitucional quis incluir no 
procedimento trabalhista previsto na CLT também as relações de trabalho que não 
envolvem subordinação. 
 
Qualquer que seja o tipo de conflito, ações na Justiça do Trabalho seguem o 
procedimento previsto na CLT, como dispõe o próprio art. 763 da CLT. O sistema 
processual diferenciado é o que marca a especialização da Justiça do Trabalho. Se fosse 
o mesmo procedimento, não haveria justificativa para a modificação de competência 
(vide aula nº 2 acerca dos princípios peculiares do Direito Processual Trabalhista). 
 
Diante da omissão, portanto subsidiariamente, aplica-se o CPC, desde que haja 
compatibilidade com os preceitos do Título X da CLT (conforme art. 769 da CLT). 
________________________//______________________ 
 
COMPETÊNCIA EX RATIONE PERSONAE. 
 
Antes limitada a empregado e empregador, hoje se refere a trabalhadores, termo mais 
abrangente, que inclui os não subordinados. 
 
Assim, estão sob competência da Justiça do Trabalho conflitos envolvendo inclusive 
trabalhadores rurais[8], domésticos[9] (que não gozam de todos os direitos conferidos a 
empregados típicos, consoante art. 7º, da CLT) e temporários (que prestam serviço a 
empresa a fim de atender a necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular 
e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço). 
 
Trabalhadores avulsos[10], eventuais (que exercem trabalhos diferentes das atividades 
econômicas do empresário, como aquele que conserta a parte elétrica numa fábrica de 
tecidos) e autônomos (que não têm subordinação) também usufruem a jurisdição 
trabalhista. 
 
Eventuais e autônomos só estão sob competência da Justiça do Trabalho por força da 
EC n. 45/2004. 
___________________________________//_______________ 
 
 
Do regime único.Servidores da administração pública, das autarquias e das fundações desde a CF/88 
submetem-se a regime único. 
 
Antes havia os estatutários, os que estavam sob o regime da CLT e aqueles em regime 
especial (porque admitidos em caráter temporário ou contratados para funções de 
natureza técnica especializada). 
O art. 240 da Lei n. 8.112/90 previa o ajuizamento de ação pelo servidor público civil 
perante a Justiça do Trabalho e o direito de negociação coletiva (alíneas e e d). 
 
Ocorre que o STF (em novembro de 1992) acolheu a Ação Direta de 
Inconstitucionalidade proposta pelo Procurador-Geral da República para declarar a 
inconstitucionalidade das alíneas supra. Depois da EC n. 45/2004, a questão da 
competência da Justiça do Trabalho para as questões envolvendo servidores estatutários 
voltou a ficar em aberto. Nova ADI foi proposta, e ainda não há decisão. 
 
Por ora, em função de liminar acolhida na ADI supra referida, a Justiça do Trabalho não 
é competente para julgar processos entre servidores estatutários e o Poder Público. 
 
Apenas os celetistas, que foram contratados pelo regime de direito privado, e que se 
submetem à CLT, exceções ao regime único, submetem-se à jurisdição da Justiça do 
Trabalho. 
 
A competência para julgar litígios entre servidores estatutários e a União, suas 
autarquias e outros órgãos paraestatais federais é da Justiça Federal. 
 
A competência para julgar causas de servidores dos Estados e Municípios contra 
os correspondentes órgãos estaduais e municipais é da Justiça Ordinária. 
_________________//____________ 
 
COMPETÊNCIA EX RATIONE LOCI. 
 
O TST tem jurisdição em todo o território nacional. 
 
Os TRT’s têm competência limitada em razão do lugar. 
 
A CF/88 determinava um TRT por Estado (art. 112), mas tal orientação mudou com a 
EC n. 45/2004. 
 
A competência de cada TRT é conferida pela Lei Federal que a criou, e só pode ser 
reformulada por outra lei federal – a lei estadual não pode modificá-la, nem criando ou 
desmembrando Município. 
 
A EC 45/2004 trata da criação da justiça itinerante e das câmaras regionais para facilitar 
o acesso dos jurisdicionados aos Tribunais. 
 
Nos locais não sujeitos à jurisdição das Varas do Trabalho, os Juízes de Direito devem 
conhecer e julgar os litígios do trabalho (art. 112, CF) – ficam portanto investidos de 
jurisdição trabalhista. 
_____________________//________________ 
 
PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA. 
 
É aceita em razão do lugar, já que se trata de competência relativa. 
 
A competência quanto à pessoa e quanto à matéria é absoluta; pode ser declarada ex 
officio a incompetência de foro (art. 795, §1º, CLT). 
 
Em razão do lugar, sendo relativa a competência, se o empregado move a reclamação 
em lugar diferente daquele em que prestou serviços e o empregador nada alega, fica 
prorrogada a competência. 
__________________//_________________ 
 
DETERMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA – art. 651, CLT. 
 
Em razão de ser a parte mais fraca, vulnerável, que necessita de proteção, o trabalhador 
deve mover ação no local da execução do contrato de trabalho, como regra geral. O 
legislador presumiu que o trabalhador reside perto de onde presta serviços. 
 
Assim, a competência existe ex ratione loci, em razão do local da prestação dos serviços 
- ainda que o contrato tenha sido firmado em local diverso; e mesmo que o reclamante 
seja estrangeiro. 
 
É para facilitar o acesso do trabalhador ao órgão jurisdicional que não se admite em 
contrato de trabalho o foro de eleição, considerada não escrita a cláusula contratual que 
o estipula[11]. 
 
Se o obreiro trabalhou em vários locais, a competência é da última localidade em que se 
trabalhou. Se simultaneamente presta serviços em vários locais, todos são competentes 
para a propositura da ação[12]. 
 
As exceções ocorrem como corolário do princípio de facilidade de acesso ao órgão 
jurisdicional: 
 
1. Nos conflitos coletivos: 
Não importa aqui a base territorial do sindicato, que pode se estender por vários 
Estados. Se a ação for ajuizada contra empregadores sediados sob jurisdição de mais de 
um TRT, o TST deve dirimir o conflito de competência. 
 
A regra é a propositura da ação em TRT com competência em relação ao local da sede 
da empresa empregadora. Se for proposto contra empresas com sede em vários Estados, 
o TST resolve o conflito. 
 
A única exceção ocorre em São Paulo – havendo jurisdição do TRT da 15ª e do TRT da 
2ª Região, deve a ação ser proposta perante o TRT da 2ª Região. 
 
2. Nos dissídios individuais. 
2.1. se a prestação de serviços ocorreu fora do Brasil, a ação é proposta no foro do 
domicílio do Réu, sendo este o local em que se encontrar agência ou filial no Brasil. 
2.2. ação proposta no local da celebração do contrato quando a prestação de 
serviços ocorre em local distante (ex.: atividade de reflorestamento). 
2.3. agente ou viajante comercial. Como não se presume que resida perto de onde 
presta serviços, deve propor a ação no local de situação da agência ou filial da empresa 
empregadora. Se não estiver filiado a agência ou filial, propõe a ação no foro de seu 
domicílio (foro de domicílio do trabalhador), ou da localidade mais próxima deste. 
_______________________//______________ 
 
Da conexão e da continência: 
Havendo coincidência entre as partes, a coisa (objeto do litígio) e a causa do pedido a 
hipótese é de litispendência. 
 
Causas conexas têm o mesmo objeto ou causa de pedir. 
 
Causas continentes têm as mesmas partes e a mesma causa de pedir, mas o objeto de 
uma é mais amplo e engloba o da outra (art. 103 e 104 do CPC). 
 
Ocorrendo conexão ou continência as ações podem ser reunidas de ofício pelo juiz ou a 
requerimento das partes, para uma decisão simultânea. É a regra do art. 105 do CPC. E 
conforme art. 219 do CPC fica prevento o juiz que efetuou em primeiro lugar a citação. 
Pela jurisprudência, fica competente o juiz em que o processo foi distribuído primeiro. 
______________________//________________ 
Conflitos de competência. 
Positivo – quando dois ou mais juízos se consideram competentes para uma ação; 
negativo – quando dois ou mais juízos não se arrogam competentes para conhecer da 
mesma causa. 
 
Podem ser suscitados de ofício pelo juiz, pelas partes ou pelo MP. 
 
Se a parte já opôs exceção de incompetência do juízo, não pode argüir conflito de 
competência. 
 
Suscitado o conflito de competência, as provas extraídas dos autos formam instrumento 
à parte que segue com as informações do juiz ao Tribunal competente (imediatamente 
superior). 
 
O conflito de competência entre juiz do trabalho e juiz estadual é dirimido pelo STJ. 
 
O TRT resolve conflito de competência entre juizes de 1º grau da mesma região. O TST 
resolve conflito de competência entre juízes de 1º grau de regiões diferentes – porque o 
TRT não pode dizer o que deve fazer juiz de outra região. 
 
Conflito de competência envolvendo o TST é dirimido pelo STF. 
 
Da decisão do relator do Tribunal sobre o conflito de competência, se for decisão de 
plano, conforme jurisprudência dominante, cabe Agravo de Instrumento – prazo de oito 
dias. 
 
Se for decisão em sessão não cabe recurso. 
 
 
 
[1] Sérgio Pinto Martins. Direito Processual do Trabalho. 27ª ed. P. 93. 
[2] Idem. Ibidem. 
[3] Convenção de Viena – aprovada no Brasil pelo Dec. Legislativo n. 103, de 
18.11.1964. 
[4] Amauri Mascaro Nascimento. Curso de Direito Processual do Trabalho. 22ª ed. P. 
243. 
[5] Amauri Mascaro Nascimento.

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