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Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 2 Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 3 Notas Ultrarromânticas Contemporâneas Modo de amar ultrarromântico No ultrarromantismo temos a presença de um eu-poético que expressa seu amor, mas que não exige reciprocidade, que versa suas dores, mas que não vaga em busca de compaixão. O ultrarromântico apenas pede a permissão para viver sua introspecção ao seu modo, embebido de sonhos, desejos e pessimismo. O poético dessa geração implora pelo direito de simplesmente amar ou viver sem a necessidade de ser amado ou compreendido. Vive-se do sonho impossível, do desejo jamais saciado, da apreciação da estrela intocável. E, se o ultra poeta tiver seus sentimentos correspondidos, a razão de sonhar e de se maldizer perde o sentido, morre o gemido doído presente na cadência da rima, e fenece tanto o poeta quanto o homem, e tudo jazerá sob a tinta lúgubre que escorre pela pena que marca a brevidade de uma vida soturna e boêmia. Deveras, da estirpe de Byron, bebe-se o vinho mais desejado e jamais produzido. De certo, apenas a embriaguez com a mais melodramática poesia. Alex Xela Lima, Professor e escritor de Paulo Afonso-BA Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 4 Nicho literário ultrarromântico O ser humano, desde os primórdios de sua história, sempre foi marcado pelos sentimentos de tristeza, nostalgia e dor, assim como por uma fantasia imaginativa de paixão e amor, numa retórica cheia de utopia. Nas histórias românticas da vertente lírica, quem não derramou uma lágrima de dor por sofrer um momento de decepção, ou não chorou por sentir um amor tão grande como se fosse a transposição do próprio Romeu ou da Julieta? Nós, humanos, somos pautados desses momentos sentimentais que afloram da nossa interioridade. O nosso eu lírico muitas vezes escancara a nossa intimidade cheia de melancolia, de medo, de paixão e de amor. Cabe a cada um de nós, poetas, expressar nossas aflições com íntima fidelidade e subjetividade marcante. Parece mais fácil externar os nossos sentimentos de perda, de decepção e de dor, a ter que falarmos da nossa felicidade interior. O ultrarromantismo de cada poeta é ímpar na sua descrição. Cada um envereda pelo caminho dos sentimentos, cheios de fascínios exóticos, para externar as suas decepções, o seu narcisismo e os seus medos cotidianos. A natureza humana sempre foi assim, cheia de extremos, ora pautada no excessivo amor, ora no ódio, ora nos sentimentos do mais profundo recôndito. O ultrarromantismo fez o poeta escancarar a sua poética cheia de percalços sentimentais, deixando-o livre para voar como um pássaro que busca o seu próprio ninho e, porque não dizer, seu nicho literário. A leveza dos poemas ultrarromânticos é como âmbar para a dor sofrida, como diz o poeta: “Confessem a todos os Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 5 seus amores, / todos os dissabores, seus momentos/ de desilusão, toda a solidão. / Sejam sinceros todos vocês que já / sofreram do seu amor uma traição, / se não deram, por amor, o seu perdão.” Ou então, quando ele diz: “Confessem se o seu travesseiro amigo, / não foi seu confessor e confidente, / quando você chorava noite adentro, / se ele não enxugou todas suas lágrimas. / Caso não tenha nada a confessar:/ lamento, você não sabe o que é amar. (Alveriano Dias). Assim, o ultrarromantismo deu um leque literário ao poeta, para que ele possa expressar, da melhor forma possível, seus mais íntimos sentimentos. Alveriano Dias. Escritor e Poeta, Picuí-PB Sementeira de emoções Resíduos de uma negação sistemática resumem os sentimentos de um eu poético ultrarromântico. Somos como estrelas que brilham numa aglomerada constelação procurando, cada uma, o seu brilho próprio. Os acontecimentos são relatados com maestria, revelando o mais profundo dos sentimentos e a nossa visão poética se dilata carregada de emoção, caracterizando-se por expressões inconfundíveis de natureza romântica. O ultrarromantismo é, pois, como uma sementeira de emoções e sentimentos do eu lírico que cultua a morte, o medo, a fuga, o amor exacerbado e platônico. Cláudia Eça Maciel, Escritora e Poetisa de Vitória da Conquista – BA Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 6 Lava incandescente Quando se fala em Ultrarromantismo, muitas vezes se pensa em sofrimento exacerbado. Todavia, o legado que essa vertente poética nos trouxe é bastante profundo, e não o de exaltar a dor; mas de permitir-nos vivenciar, sem amarras ou limites, os sentimentos que habitam no recôndito de nosso ser. O Poeta fala de si e do mundo que o cerca; de suas dores e alegrias; das injustiças e também de belezas, pois tudo lhe é sensível. Sua Poesia é o portal para o desabrochar do seu eu e de uma nova Sociedade. Assim, ao penetrar nas sendas do Ultrarromantismo, onde tudo é sentido de forma exacerbada, o poeta permite mergulhar em si mesmo com maior profundidade, dando vazão às suas expressões e sentimentos com intensidade. Assim, as palavras brotam de seu âmago como lava incandescente e, dessa forma, a Poesia vem exercer seu poder: a dor é expurgada; a alegria, melhor vivenciada. A Poesia, em sua força curativa e transformadora acontece quando o Poeta conecta com o mais profundo de seu ser e dá vida às palavras, extraindo todo o vigor que as carrega. Quando consegue fazer jorrar seu “magma” do interior da “Terra” em todo seu esplendor, vai transformando tudo o que o cerca. ESTA É A FORÇA E CONTRIBUIÇÃO DO ULTRARROMANTISMO: permitir-nos mergulhar em nossas profundezas, para encontrarmos a força do vulcão que existe dentro de nós; que, ao entrar em erupção, jorra palavras e versos fervilhantes como o magma, promovendo a transformação, de nós mesmos e da Sociedade! Consuelo Pagani Vieira Machado Poetisa, escritora e arte terapeuta Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 7 Flores murchas O versejar ultrarromântico azevediano continua vivo em cada semblante pálido, na lágrima reprimida, no impulso insano, na agonia pela dúvida de uma traição, no pranto e na profunda dor da separação. Está tal qual uma flor murcha no deserto da estrada percorrida, nas noites frias e no amargo gosto da solidão dos dias daqueles que, mesmo conectados, camuflam essas feridas no coração. Janaína Ciquerelo Bellé, Professora Pedagoga e Psicopedagoga, Escritora e Poetisa de Farroupilha / RS Incompletude Desilusão e saudade são sentimentos que causam dor extrema no coração dos apaixonados, e mesmo assim é um caminho possível de ser percorrido. Até mesmo os insensíveis poderão ser tragados pelo veneno fatal presente no amar. Aos intensos, a possibilidade de sofrer por amor é ainda maior, por serem insaciáveis, por se reconhecerem oceanos e não se contentarem com mergulho em águas rasas. Para tais, é necessária a concretização do amor real, a típica união entre Romeu e Julieta. A explosão do ultrarromantismo não existiu apenas no século XIX, sob significativa influência byroniana, é uma Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 8 tendência inerente a humanos, é atemporal. O poeta Pablo Neruda já dizia que "A poesia tem comunicação secreta com os sofrimentos do homem." Nesse sentido, o poeta melancólico encontra na arte da palavra o escape para suas angústias, pois, o apego exacerbado em pessoas, a expectativa da felicidade depositada no outro, geram frustraçãoe vazio quando não vivenciadas. Essa incompletude os leva a vagar à procura de um preenchimento de alma. E assim a vida se torna uma infindável busca por um transbordar. É nessa solitude que vejo o interior de um poeta ultrarromântico. Um eu lírico intimista, platônico, idealizador do romance perfeito, porém, vive num labirinto de conflitos e não consegue, ao menos, se encontrar, ou se encontra com tanta exatidão que prefere camuflar sua existência. A poesia ultrarromântica é atual e perpétua, pois sempre haverá na história da humanidade casos de um grande amor que não foi vivido com liberdade, foi apenas sentido, degustado na distância, apreciado com os olhos do coração. O pessimismo entorpecente causado pela desilusão e a saudade é capaz de matar um corpo amante e ainda assim servir de alimento que sacia sua dor, ao escrever versos. Lucilene Santos Professora de linguagens e poeta, Capim Grosso- BA Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 9 Conflito íntimo Como quem está fazendo uma melodia e alguém canta (lá dentro de si), assim é o poeta quando compõe. O seu eu lírico invade e encena. A poesia é seu conflito íntimo. De um lado sofre e se expõe sem querer. Do outro a sofreguidão do "eu" e sua composição poética rima, sem sorte, por acaso; um acaso. Algo des(pretensioso) de entender e se viver. E nas margens desse rio encontra-se o Ultrarromantismo. Este que tem em sua característica a poesia dorida; carregada de paixões não concretizadas, de sentimentos pessimistas, de amor incorrespondido. O sujeito-poético é romântico ao extremo e leva sua "realidade imaginária" às últimas circunstâncias. Marcello Moura, Professor de Línguas, Poeta e Escritor de Nossa Senhora da Glória / SE Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 10 Exórdio “O que é o homem? É a escuma que ferve hoje na torrente e amanhã desmaia; alguma coisa de louco e movediço como a vaga, de fatal como o sepulcro! O que é a existência? Na mocidade é o caleidoscópio das ilusões: vive-se então da seiva do futuro. Depois envelhecemos: quando chegamos aos trinta anos, e o suor das agonias nos grisalhou os cabelos antes do tempo, e murcharam como nossas faces as nossas esperanças, oscilamos entre o passado visionário, e este amanhã do velho, gelado e ermo - despido como um cadáver que se banha antes de dar à sepultura! Miséria, loucura”. (Trecho: Noite na Taverna – Álvares de Azevedo) Quando se fala em romantismo, rapidamente se faz associação com algo sentimentalmente bom, alegre, capaz de emocionar tanto aquele que é objeto da mensagem quanto quem apenas a ouve. No entanto, quando se trata de Romantismo, não a qualidade da pessoa que é romântica, mas a escola literária ocorrida no início do século XIX, mais precisamente a segunda geração, percebemos que essa felicidade passa ao largo. O sentimento de felicidade dá lugar à melancolia, à solidão, ao pessimismo, ao desejo de morrer e isso não ficou reservado a apenas um autor. Tal condição foi tão significativa que marcou uma geração inteira, tanto na prosa quando no verso, e, a ela se deu o nome de Geração Ultrarromântica ou Mal do Século. No amplo horizonte dos estudos literários, o Romantismo continua mostrando sua inesgotabilidade. As produções com essa temática são inúmeras; por outro lado, uma de suas mais polêmicas vertentes, o Ultrarromantismo, Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 11 continua quase às margens das discussões, muitas vezes é meramente apresentado como uma característica do Romantismo propriamente dito. Despindo-se das limitadas críticas a respeito da geração “mal do século”, e, buscando compreender todo lirismo das almas românticas em qualquer época, nos deparamos com uma lacuna que talvez não será preenchida, tendo em vista a gênese de uma escrita melancólica, do sentimentalismo exacerbado, do pessimismo em demasia e da idealização da mulher, mesmo com todos esses elementos que marcaram a escrita da segunda geração Romântica, poderíamos definir o Ultrarromantismo? De modo geral, podemos dizer que a dúvida e a contradição pairam sobre tudo o que é romântico; inegavelmente o espírito ultrarromântico é guiado pelo que julgamos não ser coerente para aquilo que é rotulado como “amor normal”. Apesar de todas essas suposições, continua-se a falar sobre romantismo, em era romântica, em espírito do romantismo e outros fantasmas que advém do “Mal do Século” que só podem ser vistos a distância, flutuando, tal quais as almas dos escritores desta geração que foram considerados “masoquistas” e “autodestrutivos”. O Ultrarromantismo, como etimologicamente o prefixo já indica, é o exagero do Romantismo, o desbordamento do desbordamento (no presente caso, levando-se em conta os citados aspectos referentes à melancolia disfórica). Esse aroma bucólico que exala da alma ultrarromântica, mostra que o Ultrarromantismo não é apenas um estilo literário, mas também é um momento histórico da humanidade. Álvares de Azevedo um dos maiores escritores desta vertente expressa em seus textos, tanto nos poemas quanto na prosa uma mistura entre a angústia da sensação da proximidade da morte precoce e o desgosto pela situação em que se encontrava o seu país, alternando esses aspectos sombrios a momentos de Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 12 extrema confiança na mudança das condições sociais. Essas oposições dramáticas talvez sejam a causa da visão trágica com que o poeta entendia o mundo. “Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o ultrarromantismo moderno”, é um convite para o deleite literário, cujo processo criativo resultou nesta brilhante coletânea, que possibilita a degustação metamorfoseadora da escrita de um dos maiores cânones da nossa Literatura, Álvares de Azevedo. Este, que nos empresta o cálice byroniano, figura marcadamente presente em seus versos, como ele contumaz tematiza, como percebido em Lira dos Vinte Anos “Byron no seu Don Juan votou-lhe cantos”, propiciando aos leitores transcender e transmutar-se por meio de sua palavra. Maria da Conceição Santos Veloso Professora da rede Municipal e Estadual – Jacobina/BA Graduada em Letras Vernáculas e Educação Física -UNEB) Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 13 Apresentação Taverna Poética é uma antologia memorável e notável, reunindo textos incríveis de autores que sobressaem num universo assolado por um tempo de amores líquidos. Os escritores deste compêndio, ora versam a poesia ultrarromântica do ínclito Álvares de Azevedo, ora incidem sobre os mais profundos sentidos. Os poetas, deste livro, tecem relevantes e florescentes versos, transcendendo os labirintos dos sentimentos. Somos privilegiados por termos em mãos uma obra tão empolgante, capaz de despertar os corações dos leitores, dando um significado nostálgico e inebriante à poesia. Essa edição reúne poemas suntuosos, que inundam nossa alma, enchendo-nos de lirismo e sensibilidade. Cada página impressa advém do coração daqueles que são chamados de poetas da geração byroniana, artífices contemporâneos, desbravadores de uma linguagem demasiadamente sentimentalista. Encontram-se, nesta coletânea, versos polidos e cheios de emoções, tantas palavras fascinantes e revestidas de consternadas paixões. Eis aqui o que nos torna vivos, o que nos alegra, reacendendo a chama do amor irreverente e cálido. Ainda que se erga sob a influência das desilusões e fantasias. Antologia Taverna Poética:Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 14 Então, que possamos nos encher de toda leveza que há nesse submundo das emoções ultrarromânticas. Parabéns a todos os poetas coautores, deste clássico literário, intitulado Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno. Charlan Fialho – (anjo poeta do amor). Autor dos livros de poesia: Poemas que escrevi quando quis dizer adeus e Poemas & vinho – degustação poética Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 15 Prefácio Jornadear em grinalda onde as paisagens foram inspiradas no legado de Álvares de Azevedo, poeta que foi um dos maiores expoentes de sua geração, requer um cuidadoso preparo, senão pela ambientação do leitor de modo a aclimatar seu espírito para singulares panoramas, pela reverência que merece nosso homenageado. O Romantismo Álvares de Azevedo experienciou um dos principais períodos literários do nosso país, o Romantismo, movimento totalmente desvinculado dos padrões e normas estéticas do Classicismo. Com versos livres, sem métrica e estrofação, fazendo uso de versos brancos e ausência de rima possibilitou a criação de um novo público tornando-o inclusive mais popular. As criações literárias dos autores brasileiros do Romantismo são subdivididas em três gerações. A primeira geração é denominada “nacionalista ou indianista” e teve como principal expoente o poeta Gonçalves Dias. Os poetas indianistas foram os mais nacionalistas entre os românticos. A segunda geração romântica foi batizada de "geração do mal-do-século", também conhecida como byroniana ou ultrarromânticos, e foi marcada pelo sentimentalismo acentuado, pessimismo e fuga da realidade — pela morte, pelo sonho, pela loucura ou pela arte. Os principais representantes desse grupo foram Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu. A terceira foi chamada de "geração condoreira", social ou hugoana (em homenagem ao escritor francês Victor Hugo que foi uma espécie de pai dessa https://brasilescola.uol.com.br/literatura/goncalves-dias.htm Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 16 geração) e foi notadamente marcada pela denúncia social. O principal escritor dessa vertente romântica, no Brasil, foi Castro Alves. Segunda Geração Romântica: Mal-do-século Após ligeiro e introdutório sobrevoo sobre o Romantismo, faz-se mister dirigir um olhar menos panorâmico para a segunda geração deste período, onde Álvares de Azevedo, mesmo numa breve passagem no mundo literário, imortalizou seus escritos. Os poetas da segunda geração do romantismo foram inspirados nas obras dos poetas Lord Byron, Goethe, Chateaubriand e Alfred de Musset e ficaram conhecidos como “byronianos”. Foram autores que exalaram um sentimento de insatisfação com o mundo, deixando transparecer uma impressão de falta de conexão com a realidade. As principais características dessa geração são: pessimismo; atração pela noite; sentimentalismo; fuga à realidade; idealização amorosa; amada / musa intangível; a figura feminina representando a pureza – anjo criança, virgem; idealização do amor x medo de amar; morte como fuga definitiva e solução dos problemas; tédio, satanismo, autodestruição; dualismo; liberdade de criação e valorização do conteúdo em detrimento da forma, dentre outras. Álvares de Azevedo Trespassada toda ambientação vestibular, nossos holofotes se voltam para nosso homenageado. Considerado o primeiro grande poeta nascido na cidade de São Paulo, Manoel Antonio Alvares de Azevedo era filho de Inácio Manuel Álvares de Azevedo e Dona Luísa Azevedo. Nasceu quando seu pai ainda cursava a faculdade de direito e diz a lenda que Álvares nasceu na própria biblioteca da faculdade; outros dizem que o jovem nasceu na biblioteca do avô materno, mas o Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 17 que importa é que Álvares já nasceu rodeado de livros, companheiros que o seguiram em sua breve vida de 20 anos. Não obstante Álvares de Azevedo tenha nascido em São Paulo, sempre considerou sua cidade de fato o Rio de Janeiro, onde cresceu. Aos 15 anos retornou para São Paulo onde fez os cursos introdutórios para faculdade de direito, sendo sempre um aluno de grande destaque. Álvares ingressou na faculdade de direito do Largo São Francisco e continuou sendo sempre um dos primeiros alunos. Quando se mudou para São Paulo, Álvares foi morar com Bernardo Guimarães e Aureliano Lessa. Alguns relatos contam que esses três poetas montaram uma república na chácara dos Ingleses, em frente a um cemitério de indigentes e de escravos, onde funcionava a sede da “Sociedade Epicureia”, uma sociedade secreta onde os poetas faziam cerimônias macabras em cemitérios e orgias em várias casas de São Paulo dentre outras atividades que barbarizavam a sociedade da época. Álvares de Azevedo, apesar de muito jovem, era portador de grande cultura; sabia o idioma inglês e francês, habilidades que o ajudaram a ler no original grandes poetas como Shakespeare, Lord Byron e Alfred de Musset, sendo muito influenciado por esses dois últimos. Iniciou sua escrita com uma poesia muito delicada, voltada para morte, escapista, não obstante tenha deixado em seu legado registros de poesias irônicas, sarcásticas, flechando ou contradizendo seu lado sonhador, sempre volitando com muita maestria tanto em seu universo ultrarromântico quanto em sua face satírica. O poeta comumente se descrevia em seus poemas; diferentemente de meras circunstâncias literárias, o seu “eu” era revelado em suas poesias, como se transplantasse seu ego para seus escritos. Dentre os múltiplos caminhos que o romantismo descortinava, Álvares de Azevedo descartou versos ou poemas que soavam despersonalizados e artificiais em função de estereótipos românticos e sentimentalismos exagerados ou de inflexões flagrantemente literárias. O poeta Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 18 foi singular, explorou um filão menos esgotado, seduziu e seduz diversas gerações de poetas até os dias de hoje. Álvares foi escolhido pelo escritor, político e professor Coelho Neto, para ser o patrono da cadeira nº 2 da Academia Brasileira de Letras (ABL). O escritor deixou obras marcantes para a literatura, como “Lira dos Vinte Anos”, “Noite na Taverna” e “Macário”. A primeira, faria parte de uma trilogia de liras; cada uma seria escrita por um autor. Aurelino Lessa e Bernardo Guimarães eram os sócios de Azevedo nessa empreitada. O poeta Álvares de Azevedo teria um futuro brilhante, porém era portador de tuberculose que foi agravada por um tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, falecendo antes de completar 21 anos. Porém, importante registrar que a causa mortis do poeta é um tema historicamente controverso, com diferentes conjecturas. Rios de tintas seriam gastos para delinear o alcance da ressonância de Álvares de Azevedo no cenário literário brasileiro. A ousadia do poeta instaurou uma verdadeira desordem na comunidade poética, modelou sua realidade de forma muito original por meio de uma poesia com tonalidades maliciosas e provocativas, sendo essa prefação apenas um ensaio tímido de apresentar nosso homenageado, motivo pelo qual oportunamente deixo aqui registrado minhas escusas. Esta antologia É voz corrente que a literatura é um dos modos mais eficazes de enriquecer o imaginário e a cultura de uma sociedade, quiçá da humanidade. Muito mais que uma disciplina estética, a literatura tem o poder de alimentar inteligências e emoções. Nesse ínterim, os poemas, de um modo particular, por serem comumente dotadas de certos ritmos imprimidospelos poetas que habilidosamente manipulam sílabas e rimas, são carregados de sublimes Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 19 nuances que seduzem seus leitores, tornando essa nutrição cultural especialmente agradável aos olhos e aos ouvidos. Vibrando uma oitava acima, as antologias possuem o poder de elevar as benesses já explanadas a níveis estratosféricos, visto que cada poeta participante de uma coletânea literária traz sua particular riqueza cultural, e o resultado é que essa miscelânea de corações poéticos faz germinar verdadeiras riqueza sem forma de poesias. Eis o motivo pelo qual faz-se oportuno aplaudir a iniciativa das literatas organizadoras da presente antologia. A atmosfera poética de Álvares de Azevedo envolveu as poetisas Adriana Ribeiro e Natália Tamara que firmaram união em prol da criação da obra “TAVERNA POÉTICA – ENTRE O VINHO BYRONIANO E O ULTRARROMANTISMO MODERNO” um tributo ao maior representante da segunda geração romântica. Trata-se de escritoras que vêm se destacando no cenário “líterário-poético” contemporâneo no âmbito nacional e internacional, e não posso me furtar a fazer um ligeiro passeio em suas biografias por questão de justiça e consideração. Adriana Ribeiro escritora e poetisa sergipana que vem se destacando no cenário poético nacional e internacional. Foi destaque no circuito internacional de poemas BATUQUE NA CAIXA, intercâmbio poético Brasil-Angola, Coautora na seção Poetas e Poetisas do Brasil na Revista Interativa The Bard e abrilhantou a Coletânea Internacional SONATA POÉTICA DA LIBERDADE, por ocasião das celebrações do 250º ano do aniversário de nascimento de LUDWIG VAN BEETHOVEN. Com um expressivo número de publicações na comunidade de escritores Recanto das Letras e em redes sociais. É autora das obras “Coração Poético, volumes 1 e 2” e coautora em diversas Coletâneas poéticas. Natália Tamara é baiana, escritora e poetisa, Membro- Fundadora do Clube de Leitura e Artes Saudenses – CLAS. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 20 Diretora do grupo de Teatro Cultura em Movimento. Coautora de várias Antologias/Coletâneas – Natalia Tamara organizou Olhando Imensidades do Simbolismo a Contemporaneidade – Editora Versejar. Organizadora do Livro: Prosa e Versos Saudenses e Autores convidados – Biblio Editora, Apaixonada por Literatura, amante das artes em suas mais distintas vertentes. A escritora tem a arte da escrita como “o brado retumbante” do existir. Caro leitor, seja muito bem-vindo; espero ter aclimatado vosso coração para esse belíssimo passeio cujas paisagens foram inspiradas na obra do nosso homenageado Álvares de Azevedo. Passado e presente conjugam aqui o mesmo verbo; aperte o cinto e curta as paisagens; te desejo uma inolvidável estadia, te desejo poesia. Marcelo Papareli, Escritor, poeta e advogado, São Paulo/SP Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 21 Sumário Notas Ultrarromânticas Contemporâneas ......................................... 3 Exórdio .............................................................................................. 10 Apresentação .................................................................................... 13 Prefácio ............................................................................................. 15 Adaelson Neves ............................................................................ 25 Adriana Ribeiro ............................................................................. 28 Adriana Teixeira Simoni ................................................................ 31 Alegria Mauro Manuel .................................................................. 34 Alex Xela Lima ............................................................................... 37 Alina Tolotti .................................................................................. 40 Alveriano de Santana Dias ............................................................ 43 Ana Paula Borges .......................................................................... 46 Ariane de Medeiros Pereira .......................................................... 49 Caroline Maura Souza Bruno (Srt.D) ............................................ 52 Carlos Henrique Soares Barboza .................................................. 55 Charlan Fialho ............................................................................... 58 Cid Teixeira ................................................................................... 61 Cláudia Eça Maciel ........................................................................ 64 Claudia Florindo Corrêa ................................................................ 67 Consuelo Pagani ........................................................................... 70 Danielle Lopes............................................................................... 73 Denílson Souza ............................................................................. 76 Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 22 Eclair Dittrich Cavalcanti ............................................................... 79 Eunice de Souza Almeida .............................................................. 82 Felipe Henrique Barbosa .............................................................. 85 Fernando Raine............................................................................. 88 Gercimar Martins.......................................................................... 91 Givanildo Costa da Silva ................................................................ 94 Glauce Barros Santos Sousa Araujo .............................................. 97 Janaína Ciquelero Bellé............................................................... 100 Jean Lopes de Jesus .................................................................... 103 José Bento Wolf .......................................................................... 105 Lucas Carvalho Alves .................................................................. 108 Lucio Carneiro ............................................................................. 111 Lucivânia de Araújo Sarges ......................................................... 113 Fátima Sá Sarmento .................................................................... 116 Marcelino Rodrigues................................................................... 119 Marcello Moura .......................................................................... 122 Marcelo Papareli......................................................................... 125 Mari Gonçalves ........................................................................... 128 Lucilene Santos ........................................................................... 131 Maria Vânia Pontes .................................................................... 134 Marvyn Castilho .......................................................................... 138 Maurício Matos .......................................................................... 141 Miraselma das Neves Sardinha .................................................. 144 Natália Tamara ........................................................................... 147 Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 23 Nathan Araújo Santos ................................................................. 150 Neusa Bernado Coelho ............................................................... 153 Patrícia Alvarenga ....................................................................... 156 Pietro Costa................................................................................ 159 Prema Shakti ............................................................................... 162 Raquel Pereira Carvalho ............................................................. 165 Rogério Fernandes Lemes .......................................................... 168 Rosemary Chalfoun Bertolucci ................................................... 171 Sandra Laurita ............................................................................. 174 Shirlei Pinheiro............................................................................ 177 Shirley Caetano Moreira ............................................................. 180 Simone Gonçalves ...................................................................... 183 Tânia Castro ................................................................................ 186 Télia Lima .................................................................................... 189 Télio Fonseca Diniz ..................................................................... 192 Theodore Amílcar ....................................................................... 195 Teresa Lopes ............................................................................... 198 Ubertan Santos ........................................................................... 201 Waléria Soares ............................................................................ 204 Pósfácio .......................................................................................... 206 Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 24 Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 25 Adaelson Neves Adaelson Neves é poeta, cordelista, escritor e contista do interior da Bahia. É professor, Licenciado em Pedagogia (FCG), Especialista em Educação Especial e Educação Inclusiva (FCG), e Especialista em Psicopedagogia Institucional (FCG), além de está concluindo uma nova especialização na área da Neuro psicopedagogia Clínica (FCG). É nomeado como o poeta dos abraços, devido suas poesias serem repletas de rimas acolhedoras como um abraço e abordar essencialmente o abraço como temática em suas obras. Recentemente publicou a literatura de cordel: Histórias e casos de Jacobina (2021), além de estar participando da Antologia Bardos Baianos (2021). Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 26 Se Tu Soubesses Adaelson Neves Oh! menina, Se tu soubesses Como meus braços te querem, Tu não farias isso comigo, Passar e não dá um sorriso, Se tu soubesses, Seria teu refúgio, Teu abrigo, Teu amor, Teu amigo. Se tu soubesses, Do amor que sinto por ti, Sempre que me visse, Teus olhos iriam sorrir, Se tu soubesses desse amor, Correrias, Para sentir o meu calor, Se tu soubesses, Que es a inspiração da minha poesia, Tu não passarias calada, Cantaria! E sempre que me visse, Um abraço pedia, Oh! Menina; Se tu soubesses, O que sinto quando te vejo, Sempre que me visse, Me daria um beijo, Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 27 E se tornaria o reflexo do meu olhar, Tua voz, Só meu nome iria chamar; E somente com meus abraços, Tu irias sonhar, Pois amor maior, Saberia, Que jamais ia achar, Se tu soubesses, Como te quero em meus braços, Tu não ficarias um instante, Sem está ao meu lado, Sem sentir meus beijos E amassos, Sem ouvir minhas palavras de amor E sem sorrir Quando perto de te estou, Pois contigo, Nada me desanima, Desde o frio inverno, Ao mais quente deserto, Nada me entristece, Basta ver teus olhos, Que a felicidade enxergo; Se tu soubesses, Desse grande amor, Meu coração explodiria E enfim teria sentido, As rimas em minha poesia! Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 28 Adriana Ribeiro Professora, Escritora, Poetisa, Compositora e Artista plástica, natural de Estância – SE, Graduada em Pedagogia e História (Licenciaturas Plenas) pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Especialista em Metodologia do Ensino de História (Latu Sensu) Faculdade São Luís de França em 2013. Mestranda em Educação para o Ensino Superior (Strictu Sensu) pela Fundação Iberoamericana - FUNIBER. Professora Pedagoga da Rede Estadual de Ensino do Estado de Sergipe e Professora de História no Município de Santa Luzia do Itanhy/SE Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 29 Seja como um Condor Adriana Ribeiro Não espere as mãos do amigo dar-lhes palmas Nem peça o amor aos que não têm mais almas. Quando estes de amar-te não farão propostas, Aquele beija a tua face e fere-te pelas costas... Antes marche firme e avante e reto o itinerário Sempre a caminhar sem peso o espírito solitário Da hora mais pura até o momento mais sombrio Proteja-se com o corpo rígido perante o calafrio Voa! Voa bem alto como faz o Sagrado Condor E vai fazer teu ninho lá no "El Altar" do Equador Deixe caírem-te as penas e ressaltar-lhe as plumas Como faz o mar, pra limpar o sal, produz espumas. Muda! Troca a sua roupa e, se preciso, até o nome Afaste o medo ou qualquer dor que lhe consome Aprenda a ver e a dizer não ao crivo da tormenta. Não volte a atrair o mal do qual agora se lamenta. Aproveitar dos momentos lúcidos é o que importa A ilusão da mente é, para o corpo, a erguida porta Afrodisíaco veneno que ao beber o coração palpita O doce pecado que deixa a alma ainda mais aflita. Aprenda! Nessa existência em cada dia um flagelo Restaura a corrente que te faz segura em cada elo. Tape os ouvidos se a vaidade te chamar num grito Medite! E como o Apu Kuntur, sonde até o infinito. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 30 Visão de mim Adriana Ribeiro Vejo-me: Uma sombra que espreita por trás da janela De um fantasma que vaguei pela casa fria... Uma vela que tremula a sua chama sombria A única cor que esmaece a própria aquarela. Vejo-me: Uma névoa que se dissipa bem lentamente Ao raiar do deus Sol que o novo dia aquece A penumbra que desmaia no céu suavemente Para acolher a Lua que sorridente aparece. Vejo-me: Uma criatura que sonda o seu próprio vulto Uma infeliz sonhadora que a sorte ignora... A alma que vela a morte fazendo o seu culto E sobrevive os seus dias desejando ir embora. Vejo-me O vácuo do tempo que permeia a descrença O murmúrio do silêncio que o epitáfio encerra O estrondoso vazio da mais triste sentença Uma estranha vivente habitando esta terra. Vejo-me Uma efêmera gota de orvalho na brisa matinal O frio da noite que beija e açoita na escuridão Uma vagante espírito penando o desterro infernal Uma agonizante esperança em busca de perdão. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 31 Adriana Teixeira Simoni Adriana Teixeira Simoni, gaúcha de Porto Alegre-RS, Graduada em serviço Social, musicista, blogueira, escritora, contista e poeta. Escreveu de 2012/2013 para uma coluna semanal do Jornal O Popular de Mogi Mirim-SP sobre tema ambiental e o Blog Ideias Sustentáveis. Mantém ativo o Blog Vida que te quero bem com poesias, contos e crónicas. Tem participação em várias antologias nacionais e internacionais com poemas, contos e relatos. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 32 Caiu na Rotina Adriana Teixeira Simoni Na mesa o cardápio do dia Um olhar acostumadoobserva Atrocidades do tempo Ou bloqueio da criatividade? Não se sabe ao certo Se o ovo ou a galinha Se conheço a tristeza Porque vivi a alegria Lamentável as estáticas reações Nem daqui nem de lá A mesa é posta na rotina Tudo tem cara de domingo A vida vai passando Sem muita emoção, nem atração 0 prato é degustado sem sabor Pensando nada ou na festa que foi. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 33 Vivendo Por Atalhos Adriana Teixeira Simoni Atormentado viver Que alimenta uma ilusão Vestido em capote mágico Que esconde um desejo Sentimentos enclausurados Que se abatem no silêncio E que transmutam no ato cursivo Da esferográfica mania Ah! Quem dera se sentassem Em um só de meus ombros A bisbilhotar meus ruídos Minhas verdades sem glória Já é o momento, mas falta Me dava um presente, mas não é justo Uma culpa, angústia ou ausência Que me fala: - Talvez se arrependa... Dar cabo do sofrimento Ou redesenhar caminhos? Talvez seguir atalhos que atraem E encobrem as falhas sequentes Não haveria pesar nem aqui nem acolá Os atalhos dadivam momentos Que vibram múltiplas breves Soando assim um prazer prolongado. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 34 Alegria Mauro Manuel Alegria Mauro Manuel, nome próprio, mais conhecido por AM, é angolano, natural da província da Lunda-sul cidade de Saurimo, nascido a 11 de Setembro de 1997, formado em Engenharia de Geologia na Escola Superior Politécnica Luenji AN´konde da Lunda-sul, tem participações em várias edições da revista THE BARD e nas antologias de Angola N´zila– Caminho do sonho e Sementes do leste. Tem paixão pela arte desde pequeno, é coordenador do grupo literário Chá da vida Angola região Saurimo e também membro do Lev´art Angola. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 35 Hora Secreta Alegria Mauro Manuel Esta é a hora Tão secreta quanto o segredo Tão doce quanto o beijo Hora silenciosa Tanto quanto o vapor Hora do amor 00:00 Como eu te amo sem temor Tua voz nessa hora Tem um sabor tal Até parece o canto do Natal Desculpa minha deusa Não é por mal Que te faço princesa Nessa linda aldeia Onde só se ouve cantos de sereia E brinca-se na areia Essa é a hora secreta Tão silenciosa Quanto o silêncio Hora sem ódio E fora de tédio. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 36 Teu Silêncio Assassino Alegria Mauro Manuel Não há outro veneno É o teu silêncio Que mata-me a mim Sem piedade tortura-me a mim Castiga-me sem compaixão Enfia-me a sua espada Até ao coração Teu silêncio tira-me atenção Tua ausência É fatal Não poupa quem te ama Não esquece quem te pensa Nem tão pouco exclui-me a mim Não há outro veneno Que faz a lágrima cair É o teu silêncio Que faz o meu íntimo sair E obriga-o a gritar Te amo, te amo, te amo... Sem receio eu te amo Minha princesa Que hoje faço-te rainha Poupa-me do teu silêncio Livra-me da tua ausência Esconda-me no teu colo E ama-me com toda atenção. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 37 Alex Xela Lima Professor, escritor, revisor e antologista de Paulo Afonso-BA. Autor de Cinquenta Tons de Poesia (2016) e coautor em cerca de 50 antologias. Organizador do projeto Encantos Nordestinos (@antologia_encantos_nordestinos). Membro da União Brasileira de Escritores, da Sociedade Brasileira de Poetas Aldravianistas, da Academia Independente de Letras, da Academia Internacional de Literatura Brasileira, da Academia Internacional de Literatura e Artes Poetas Além do Tempo. Instagram:@xelalima_alex Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 38 Epitáfio de um Poeta Alex Xela Lima Não penses que aqui estou. Vivo sempre estive: Na imortalidade dos livros, Nos poemas que versei, No legado que deixei. Não esqueças, meu leitor: Nunca morre um homem Enquanto vive sua obra. Enquanto eu for lido, Jamais serei esquecido! Guardas um segredo, amigo? Neste momento estou aqui, Sentado nesta lápide fria! Mas, irei embora contigo Porque levas minha poesia. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 39 Instante doloso Alex Xela Lima É chegada a hora esperada, Doze badaladas no campanário; Nuvens envolvem a lua nua. É chegada a hora esperada, Piam corujas soturnas no cenário; Desperta-me o viço a espádua tua. É chegado o momento, donzela, Do encontro com minha fiel amante, A senhora das noites sombrias. É chegado o momento, donzela, Do matrimônio inevitável, delirante, Da cova rasa com as noites frias. Este é o instante etéreo e findo, Um mergulho nos braços da morte; Um encontro com a eternidade. Este é o instante etéreo e findo, Um átimo lépido, de excelso porte; Um descanso em tenra idade. Na floreta dos homens esquecidos Enterre meu amor e minha agonia. Por te amar, eu busco minha paz. Na floreta dos homens esquecidos À sombra de uma cruz, na lápide fria, Escrevam: "Aqui um amante jaz". Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 40 Alina Tolotti Gaúcha nascida em Porto Alegre (Cidade Sorriso) Escreve desde criança. Apaixonada pela palavra, segue encantando em versos e se encantada com a vida. Divorciada, mãe, dona de casa e amante das letras, pertence à ALBAP (Academia Luso Brasileira de Artes e Poesias). Membro do site “Recanto das Letras” e criadora da página “Que as Almas se Encontrem “, espaços de divulgação e incentivação da arte poética, além de administradora de um chat de encontro de poetas e construção de poemas, participou de algumas antologias e está́ organizando seu livro solo. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 41 Teu cais Alina Tolotti Um dia cansarei de ser teu cais, teu porto seguro... Onde aplacas teu calor de navegante dos mares Me procure na montanha, em terra firme é nosso lugar, lá, nem quando desce a noite, não fica escuro... Chovem Estrelas sobre nosso amor!!! Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 42 Sem música... Alina Tolotti Meu piano (coração) está mudo... Nem toca, nem bate. Sinfonia de ouvido surdo. Meu piano coração já compôs a nossa canção, já́ cantou para te encantar, já te enfeitiçou pra me amar... Agora meu piano coração não toca mais não canta nem lá nem mi nem fá... Somente só(l) e dó de não ré(ver-te) jamais... Ah... Quanta dor nesta falta de música quanta solidão nesta falta de TI... Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 43 Alveriano de Santana Dias Pernambucano, natural de Recife. Médico Veterinário, formado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. Pós-Graduado em Extensão Rural para o Desenvolvimento Sustentável. Residente em Picuí-PB, cidade que o adotou com o título de cidadão Picuiense, em 11/12/94. Membro efetivo da Academia Paraibana de Letras Maçônicas (APLM), ocupando a cadeira de Nº 14. Escritor e poeta, com participação em vinte antologias. Autor de vários artigos Revista Maçônica O BUSCADOR e do livro de poesias intitulado: ENCANTOS DA POESIA. Antologia Taverna Poética: Entreo Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 44 Entre vinhos byronianos Alveriano de Santana Dias Entre duas taças de vinho tinto, Dois olhares, dois rostos distintos Ornamentam aquela bela mesa, À sombra de várias velas acesas Taças de vinho afloram o byroniano. Nesse flerte, o desejo entre ambos Vai se denunciando pelo olhar, Janela da alma a se debruçar. Nessa total embriaguez romântica, Não há como negar todo o fervor, Que está aflorado numa semântica, Como a linguagem de um beija flor. A timidez invade o ambiente, As palavras cessam, o coração Acelera tresloucadamente. É o amor recheado de paixão. Não há como controlar a emoção, Quando trocam afagos com as mãos. A partir de então, não tem mais jeito, Tudo se consolida com um beijo. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 45 Lamentos Alveriano de Santana Dias Não há mais lágrimas para derramar, A fonte do sentimento secou. Meus olhos estão tristes e minha alma está em agonia. Cansei de olhar ao longe à procura do teu rosto, Do teu sorriso. Todos os dias fico contemplando o horizonte, Na esperança de te ver e realizar os meus sonhos. Perdi a alegria, a vontade de viver. Como me dói saber que estás distante, Que talvez não voltes nunca mais. Os dias passam, sou só esperança. Minha face perdeu o brilho, Meus lábios secaram na falta dos teus beijos. Meu corpo sente frio na ausência do teu aconchego. Não sei como me conduzir enquanto estiver aprisionado no cativeiro desse amor. Quero me libertar para voar até o infinito, e lá no alto a minha liberdade alcançar. Quero voltar a amar alguém que não me faça sofrer. O meu amor não merece essa clausura sentimental. Quero só amar, só amar. E, esse amor ainda pode ser você! Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 46 Ana Paula Borges Formada na Faculdade Almeida Rodrigues em Gestão de Recursos Humanos, trabalha na área de Logística. Sempre sonhou em ser escritora até que um dia viu despertado o amor pela poesia e passou a escrever textos sobre seus pensamentos, ideias, visão de mundo e sobre a própria experiência de vida. Possui uma forma de escrita peculiar, intensa e por vezes até agressiva, o que agrada bastante seu público. Sua maior obra até então tem sido o pseudônimo "Eu Lírico Bêbado" criado no Instagram, fazendo assim, parte da mais nova geração brasileira de escritores. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 47 O vento, a mulher, a fada e a borboleta Ana Paula Borges De repente uma brisa passa Muito delicada e quente... Deixando marcas de brasa A sombra de um mistério envolvente Parece ter vindo de outro planeta, ou algum lugar assim... Bem diferente Que deixa a mente de qualquer um intrigada Quem é ela? Que quando surge, até o tempo muda de cara? Não sei que tipo de ligação ela pode ter com o mundo fantástico de Nárnia... Sua presença é mágica! Uma grata surpresa... Tão pequena e graciosa Que às vezes até desconfio que não seja humana Talvez seja uma borboleta Ou quem sabe uma fada... E como é muito astuta, deve estar escondendo as suas asas... E não está errada, isto atrairia um bando de curiosos, iguais a mim... E acho, que não gostaria de ser importunada Típico, de criaturas encantadas... Seja lá como for... Apareça sempre! Mística... Com o sorriso cintilante e em suas várias formas fantásticas Sinto uma estranha alegria quando aparece Como se ela me fizesse, cócegas na alma. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 48 Poema limbico Ana Paula Borges São poucos esses tantos Navegantes no mar de sentimentos Náufragos, os pulmões cheios de amor, afogando-se no próprio pranto Parece que vivem em outra dimensão Será que são loucos ou santos? Que lugar é esse de onde saem E ninguém mais pisa? Que fome é esta, que não é de comida.. Que seriedade contrária, delinquente Debocham da sorte, esperando a morte Brincando com a vida Querem mais que tudo vá para o céu E o que sobrar, que desça para o inferno ficam em lugar nenhum, vagando pelo limbo dos seus corações Tornando insights, momentos de insanidade e solidão eternos Ao mesmo tempo que sentem demais Aparentam não se importar com nada Sei o que são... Doidos varridos! Intensos e sem tempo para tudo que não tem alma Eles não apenas existem, mas vivem De forma louca e descaradamente apaixonada. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 49 Ariane de Medeiros Pereira É uma vivente dos sertões do Seridó, do Estado do Rio Grande do Norte. Tem sua formação na área das ciências humanas, com especialidade nos discursos históricos dos sujeitos sociais. Mas, acredita que o dom da palavra e das emoções extrapola um recorte temporal. O enobrecimento da alma ganha contornos com a expressividade dos sentimentos. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 50 De tempos em tempos foi que me perdi Ariane de Medeiros Pereira E se eu deixar de existir hoje? Quantos amores deixaram de existir? Das almas tocadas e marcadas Por minha presença constante De todos que passaram, algumas nuanças ficaram Nesse mundo solene que não passa sem carícia Dos sim e não que esta vida me deu Quantos ainda estarão a lembrar Das tardes e conversas experimentadas Naqueles espaços de saudades Já não existe mais tempo Para um coração que se encontra despedaçado O tempo era seu inimigo Nesta longa jornada Que é a vida Que já não pode ser vivida! Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 51 Tarde demais para recomeçar Ariane de Medeiros Pereira Os dias tornaram-se sombrios No mundo em que se vive de incertezas Não se sabe se o amanhã chegará Na desventura que tornou-se amar O coração é caminho que existe inverdades No jogo do contraponto, as razões não se rendem O sentimento perde veracidade E o raciocínio tende a perdurar Deixando de lado aquele corpo que gostaria de falar Já não existe mais tempo para uma vida Que deseja gritar, o término parece chegar Para aquele que nunca soube o que era amar Passou pelos caminhos turbulentos Sem, contudo, saber perpetuar Aquele belo sentimento Que todos não pode passar, sem saber o que é amar! Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 52 Caroline Maura Souza Bruno (Srt.D) Nascida no dia 24-04-2002 em Salvador-BA, amante de música, poesia e tudo que encanta a alma. Em 2019 lançou com algumas colegas de classe e a ajuda de algumas professoras o livro de poesia - Versos e Reversos. Escreve desde os 11 anos de idade e escrever sempre lhe pareceu uma forma de escapar do mundo óbvio aos seus olhos. ‘’Sou anjo e sou demônio. Sou prece dos deuses e profecia diabólica. Sou garoa fina e tempestade. Posso ser sol de verão, mas sempre raios e trovões’’. (Srt. D) Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 53 Hoje eu fui fumar Caroline Maura Souza Bruno (Srt.D) Na primeira tragada te ouvi do meu peito gritar Tomei um gole de café e pude te reparar De longe perdida olhando a vida vaguear Hoje eu te vi nos muros pixados. Nos sorrisos acuados. Em cada esquina, em cada espaço, de todos os lados. Como quando fecho os olhos e te vejo aqui dentro Em todos os cantos desse pequeno aposento Imenso de tudo que é teu. Hoje quando me sentei no sofá reparei no lugar que guardei pra você. Comoquando me deito e reparo no lado que costumava te imaginar... Te idealizar... Te esculpir... Como artista plástico pintando nu um quadro sem moldes... Sem margens... Sem pincéis. Apenas, as mãos e as tintas. Só as cores e o artista... Só o breu e a imaginação. Do alto da minha casa hoje eu fui admirar as luzes da favela brilhar. Na madrugada, as mesmas luzes se apagarem. Como quando você diz boa noite e eu não sei se Você dormiu bem e pôde sonhar com a gente. Com vertente. Como carta e remetente Luz do luar. Sol. Solo. Solidão. Sombra e mar... Hoje eu ouvi um som. Pensei no tempo bom. Em quando você vem. Em quanto você me tem Quando vou te encontrar...? Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 54 Liberdade de ser Caroline Maura Souza Bruno (Srt.D) Desinibida autoestima, que brilha e eu nunca vou me cansar de te comparar a tudo que reluz como ouro. Nunca vou me cansar de me divertir no seu sorriso perigoso. Se eu pudesse te comparar a algo, seria com a noite. Cheio de mistérios, brisa ardente e prazerosa, que desce quente como wisk na primeira dose. Claro para quem gosta de destilado é fácil. Pra quem não gosta, engole quase que engasgado porque você é um desaforo viril de beleza e postura. Para quem se apaixona por você já sei que vai escutar todas as músicas que falam em partida, já que o seu coração é como "um quarto de hotel, você pode passar a noite e ver o céu, mas nunca se sentir em casa. Vai amanhecer numa cama vazia e cheia de porquês..." Não posso te dedicar um som romântico. Aqueles que falam de amores únicos que deram certo. Já que você merece muito mais que só amor. Com você não é sobre o amor, é sobre a liberdade de ser quem você é. Nesse seu oceano ainda vai nadar muitos peixes. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 55 Carlos Henrique Soares Barboza Rick Soares é natural e residente em Recife/PE, 32 anos, pai de três filhos: Letícia, Laura e Filipe. Sempre estudou em escola pública onde tem a formação básica. Considera-se um aspirante a poeta e começou a publicar seus poemas no site Recanto das Letras em 2014 quando surgiu o apreço pela escrita. Passou um tempo sem escrever enquanto se dedicava a outras coisas> Em 2019 voltou a escrever e publicar seus versos em seu perfil do Instagram @rick.so.ares. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 56 Saudade Rick Soares Hoje não a vi, não a escutei. Hoje não vieste. E o vazio que agora me toma é grande por sentir tua falta. Já não compreendo minha satisfação diante da solidão e da saudade que agora me preenche, Porque já é certo que minha respiração se esvanece sem tua presença. E o que impulsiona meu coração é tua voz trazendo-me a certeza de que ela é meu real combustível. Agora percebo o quão longe de mim estou. Agora percebo que não há mais volta! Agora percebo o quanto alimentei o eco de meus sentimentos! Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 57 Minha poesia Rick Soares Diria eu o motivo de minhas escritas? Indago-me tal relevo das tintas. Anteversos, pós-versos em frenesi. Negando as palavras mudas, agora, Eu escrevo, pois me deixou a poesia. Se antes não escrevia, Um só verso não fazia. Era completa a alegria. Lamentar o acabado, Lamúrias e nostalgia Em versos, tudo o que queria Não escrevia enquanto tinha a poesia. Nas entrelinhas me refaço Em pautas, espaços e alquimia. Os versos que estavam ao meu lado Que compunham minha vida em sintonia E agora, por que já não escrevia? Ao meu lado sempre esteve quem bastava Vejo agora quem me é a poesia Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 58 Charlan Fialho É um autor brasileiro que se destaca pela poética incisiva dos versos escritos em linguagem nostálgica e subjetiva. Conhecido como anjo poeta do amor, publicou seu primeiro livro de poesia: Poemas & vinho, em 2018. Organizador de diversas coletâneas literárias. Natural de Piaçabuçu, AL, filho de Cristina Francisca Miranda Fialho e José Hélio dos Santos. Foi homenageado no VII SARAU “Pedacinhos do Nordeste”, realizado na cidade de Capela, SE. Membro da União Brasileira de Escritores - UBE - Núcleo Arapiraca, AL; Membro da Academia Luso-Brasileira de Artes e Poesias (ALBAP). Instagram: @charlan_fialho Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 59 Quero apenas sete coisas Charlan Fialho Quero apenas sete coisas… Primeiro é a primavera florida A segunda é ver a borboleta transparente A terceira é assistir a um gol de placa do Vasco no Maraca Em quarto lugar, vibrar de emoção A quinta coisa são teus seios garbosos Não quero deitar sem teu cheiro. Não quero viver… sem que me ames. Desisto das coisas boas da vida Para que sejas completamente minha. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 60 Eu te amo Charlan Fialho Eu te amo, digo mil vezes e quantas vezes preciso for. Eu digo que te amo, por amar-te de verdade. Eu te amo se o coração afogar, magoar, vegetar, apagar, desesperar... Se o acento do coração faltar, se a montanha desmoronar. Eu te amo; a morte vai ter que escutar, o cego passar a enxergar e as montanhas transportarem-se O que eu sinto não explico. Eu te amo sem motivos É o que sinto sem afadigar-me Eu te amo. Pode alguém duvidar, queixar-se por eu gostar, assombrar-se. Mas o coração sempre acenará Balançarei a bandeira da paixão Sem evitar a inquietação que sinto por ti Gritar, bradar, clamar, espernear! Mas continuarei a dizer-te que te amo e o infinito terá de suportar o som do meu alarido Posso até chegar a cantar baixinho Mas a canção será ouvida. dir-te-ei te amo, te amo, sempre te amarei Porque o bordão se espalhará pelos quatro cantos dos céus e minha alma intrépida suplicará o sentimento que o tempo nunca poderá apagar; nem a morte jogar no fundo do mar. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 61 Cid Teixeira É natural de São Paulo, nascido em 20 de janeiro de 1986.Aprendeu ler e a escrever muito cedo e aos doze anos, ele começou a escrever várias poesias que no decorrer dos anos transformaram-se em livro intitulado de “À Flor da Pele e Outras Poesias”. Escreveu seu primeiro romance aos treze anos “O Amor na Juventude”. Seguidos de outros livros como “O Reencontro”, “A Meretriz” e “Crônicas de um estudante”. Além de escritor, é militante político, professor, jornalista e empreendedor. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 62 Se houvesse um amanhã de antes Cid Teixeira Se houvesse o amanhã de outrora Meus olhos se ergueriam como olhos de águia Em busca de vindouros sentimentos Se houvesse um amanhã de antes. Quanto vazio se via nos olhos, Incansáveis dias de lutas sem glória Nos choros de lamúrias redundantes Se houvesse um amanhã de antes. Os fins de cada dia são intermináveis A busca ávida por dias triunfantes Se torna uma utopia solúvel Se houvesse um amanhã de antes... Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 63 Amei-te Cid Teixeira Amei-te com sentimentos puros Com todas as minhas forças existentes Amei-te nos momentos de apuros Para que, juntos, tornássemos resistentes. De fato, o amor é um deslumbramento Que aos poucos se esvai e perde o encanto.Tão igual como folha ao vento Que flutua, flutua sem ter direcionamento. Amei-te e amo-te em meio a tantos pesadelos Nas recordações saudosas intermináveis Lembranças dos meus dedos nos seus cabelos Quantas lembranças, meus ais memoráveis. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 64 Cláudia Eça Maciel Escritora e Poeta, descendente do grande Escritor Eça de Queiroz e da família Silva, nasceu em Vitória da Conquista/BA; É Artista plástica com várias obras em Orlando/Flórida. Membro Acadêmico Vitalício do Núcleo Acadêmico de Letras e artes de Portugal N.A.L.A.P; Representante internacional da Academia Portuguesa de Letras entre outras; Outorgada com diversos Títulos Honoríficos entre os quais o de Embaixadora da paz; Ganhadora de diversos troféus e medalhas Nacionais e internacionais; Escreve para diversas Revistas sendo duas de maior Relevância Psiquê sobre psicologia e Cultive sobre Cultura; Escreve para vários jornais, sendo um online Jornal Ponto de Vista. Recebeu a Comenda e medalha sete Maravilhas do Mundo Moderno pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 65 O meu amor Cláudia Eça Maciel O meu amor! Somos unidos pelos vínculos dos sentimentos. Caminhos que se cruzaram em meio a nossa dor O amor que reflete em minha alma não tem limites. E luz que abre o peito como se fosse um bisturi Deixando a caixa torácica aberta expondo o meu coração. Sangue e visto correndo nas veias, na cor azul Sem o oxigênio do amor. Descargas de adrenalina revigoram o coração já moribundo O amor dispara uma luz celestial que atinge o coração O amor é luz inabalável na sua trajetória E o calor da vida E luz nas nossas almas. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 66 Relato de um jovem Cláudia Eça Maciel Meu quarto minha armadilha! Minha armadilha para uma vida infeliz. Estou perdido e cansado, O céu está negro é a tarde tão fria, sinto tanta agonia neste meu coração. Minha mente em delírios em uma grande confusão. Não vejo o horizonte não tenho um caminho certo, Estou atirado ao deserto da minha solidão. Estou neste quarto trancado sem querer sair tenho medo das pessoas do barulho trazido pelo vento. Tenho um choro preso na garganta minha vida virou uma cruz pesada e dura Virou um tormento viver na escuridão do meu ser. Estou com a minha alma gélida Sinto os abutres comendo a minha carne já em putrefação Por favor alguém me estenda uma mão. Sinto o tempo passando tik tak, tik tak e eu nesta solidão constante será que ainda estou vivo? tenho fraqueza física e mental. Não quero comer e nem sair deste quarto Sinto tanta tristeza meu Deus... meu Deus... quero sair desta aflição. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 67 Claudia Florindo Corrêa Nascida em 10 de novembro de 1970, reside em Queimados- Baixada Fluminense - RJ. Formada em Professor Fundamental l. Há poucos anos despertou para a poesia. Com participações nas Antologias da Editora e Gráfica Futurama: "Emoções Poéticas IV" e "Inspiração em verso IV”. E na Editora Recanto das Letras: "I Antologia Poética do Recanto das Letras". Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 68 Gosto amargo Claudia Florindo Corrêa Te conhecer foi ter o céu E noites de encantos estreladas Paixão alucinada de Orfeu Intensidade e volúpias desejadas Encantou com música e poesia Dizia todo instante que me amava Sentimento acabou antes do vinho... Na boca o gosto amargo da ironia. O relógio do tempo marcou: Rápido, como a luz de um raio. Sentimento voraz de um lacaio No pé do ouvido jurou que amou Não houve tempo para cumprir E restou apenas a promessa O céu estrelado se apagou Na hora do prazer sem pressa Sobraram os sonhos desse romance A conversa olho no olho adiada Os planos ficaram fora de alcance E a certeza apenas de ter sido ludibriada. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 69 O canto do Sabiá Claudia Florindo Corrêa O sábio sabiá com seu assovio Seu canto viajava pelo vento... E quem ouvia, chorava o seu lamento E as lágrimas escorriam feito rio Molhavam o rosto do cantador Que junto do sabiá, cantava sua dor Era uma sinfonia de melancolia De saudade de sua amada, esmorecia! Caído no canto, mergulhado no pranto Sofria calado na agonia de um sábio E sabia que nada podia fazer retornar... A vida corre ligeira, apenas um sopro Todavia, quando ouvia o eco do assovio Por entre as árvores lá do monte No seu peito crescia a esperança E um sorriso nascia no semblante Exausto e já sem forças para cantar Vislumbra a tela da espiritualidade E sonha com seu amor a te esperar Sua alma, já livre, voa para eternidade. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 70 Consuelo Pagani Poetisa e escritora de livros infantojuvenis. Ganhou título de Mini Escritora 70, aos 10 anos de idade. Semifinalista no Concurso Internacional Pena de Ouro. Autora do livro infantojuvenil A Viagem da Gotinha, premiado pela Secr. de Cultura de Vitória/ES. Participa de mais de 20 Antologias entre 2020/21. Pretende publicar em 2021 seu primeiro livro solo de poesias, bem como três livros infantojuvenis, já escritos. Membro da AILAP-Academia Int. de Literatura e Artes Poetas Além do Tempo e da ACL – Academia Cruzeirense de Letras. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 71 Como poderei sorrir? Consuelo Pagani Como posso ser feliz? E me exultar, em flores Se o mundo se abre, em dores Com tanto irmão a partir? Sem sequer se despedir De sua gente querida!... Com tantas vidas perdidas, Como poderei sorrir? Todo dia, triste lida Esperanças destruídas Tantas famílias partidas Minh’ alma se põe a chorar...! Ver meus amigos sofrendo Os sonhos se arrefecendo Corações, a desabar... O medo rondando os lares Incerteza nos olhares Dúvida em todo lugar Quando será que iremos A esse vírus vencer? Meu Deus, não nos deixe sozinhos Perdidos em alto mar! Precisamos de alento E saber que a paz reinará Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 72 Precisamos de Tua luz Oh mestre e amigo Jesus P’ra salvar a Humanidade Que sofre, à unanimidade Perante está triste sina E dura calamidade! Volve Teus olhos, oh Deus E envie aos filhos Teus A luz de cura ao mundo P’ra iluminar este breu Em que vive a Humanidade! P’ra que o Amor seja o Norte Vindo a vencer a morte E que este sofrido mundo Volte a ter serenidade! Paz, união entre os Homens Valorando a Liberdade! Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 73 Danielle Lopes Professora de Língua Portuguesa, pedagoga e contadora de histórias em formação. Doutora em Literatura. Coautora em diversas antologias e membro da AIML e da AALIBB. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 74 O que a vida me ensinou Danielle Lopes Eu entendi que a vida pode começar numa breve despedida. Não acredita? Vai, então, seu medo encarar com a mudança de um quase morte prestes a chegar. Eu não me confundi. No meu discernimento eu senti que, para alguns, não era tanto assim. Que para outros,eu tinha culpa, sim! No que eu ouvia custei a acreditar. É duro algumas sutilezas encarar. Você é substituível, sempre será! Quer direitos?! “Que se dane pra lá!” E eu no breu, me vi entrar. Estava fraco e cego para tudo aquilo suportar. Tudo o que diante de mim era impossível aceitar. Uma sociedade fétida o mal veio me mostrar. Minhas feridas viriam ela, anos depois, salgar. Minhas dores, mais tarde, viria ela beijar. E no que eu imaginava ser minha própria vida, Viria ela a dilacerar. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 75 Virada do tempo Danielle Lopes A vida nas costas eu carregava. Com meu trabalho inutilmente me enganava. Enquanto a rotina me martirizava eu vivia num sonho desatinado que nunca chegava. Um dia o cansaço me pegou de jeito. Neguei meu esfarelamento, ocultei meus fragmentos. Minha alma adoeceu, abriu-se vazio perfeito dentro do peito. Era uma sensação oxidante, proliferando de um íntimo a se dilacerar. Vi em meus olhos um sangue transbordante. E, eu, agonizante, essa vida degradante até pensei abandonar. Foi na virada do tempo que decidi minhas feridas fechar. Mergulhei em minhas entranhas, mergulhei num eterno ressuscitar. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 76 Denílson Souza O Poeta baiano de Santa Brígida, é Escritor e Professor da Rede Municipal de Paulo Afonso-BA. Participante de concursos literários e de várias Antologias nacionais e internacionais. É organizador da Academia Estudantil de Paulo Afonso e do Projeto 300 Vozes. Membro da União Brasileira de Escritores (UBE), Academia Arapiraquense de Letras e Artes (ACALA), Academia Internacional de Literatura Brasileira (AILB) e da Academia Santabrigidense de Letras e Artes (ASLA). Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 77 Dor e desejo Denílson Souza Em meio à dor e ao destroço deixado Perdida, sem o amado, enfraquecida Sou toda aborrecida sem o invejado Culpa minha perder tudo, desguarnecida Emerge uma solitária, sem o respeitado Sem esperança, sem ar, enternecida Atropelada pelos laços do comovido Desejos quentes aliados numa só vida Sentimento forte, toque muito agitado Pensativa, cheia de desejos, mas vencida Total desalento, dor, angústia, é sofrido Sorriso triste, pois queria ser “a querida” Queria acordar com ele do meu lado Que é luz, é a razão da minha vida Desfrutar bem daquele amor embalado Daquela onda toda arrepiante, atrevida Assim, se agora é sonho decretado Aquela luz intensa, minha sobrevida Meu raio de sol, descontar o atrasado Se não for meu, que seja amizade colorida. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 78 A quinta acordou Denílson Souza I queria afeto paixão, alegria toda reciprocidade só restou melancolia II sem conhecer estudei relação fui enganada só sobrou solidão III aqueci demais esperava apoio, entrega, união... restou saudade, joio IV joguei bem fogo ardente todo amor total ápice quente V agora acordei consegui resposta sou valorizada nem adianta aposta Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 79 Eclair Dittrich Cavalcanti Nasci em 15 de janeiro de 1972 na cidade de Curitiba capital do Paraná. Das mãos de uma habilidosa parteira, à moda antiga, fui parar no colo de meu pai Pastor Lauro Dittrich que todo faceiro com seus olhos castanhos brilhando, aconchegou- me ao peito amoroso de minha mãe Professora Aloma Regina Dittrich. Um lindo e ensolarado dia para nascer a segunda dos treze filhos deste abençoado casal. Ficou assim registrada a primeira página do livro ECLAIR DITTRICH. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 80 Madrugadas Eclair Dittrich Cavalcanti Lá pelas tantas Cansada da correria toda Na velha poltrona da sala gelada Em silencio pensava... Lembrando das conversas Gostosas e sem pressa Assuntos vários, as vezes profundos Distantes...do resto do mundo. Fugindo, Está claro Que é o certo!!! Não tem jeito.... Duas vidas, (in)vividas Almas divididas Coibidas pelas Convenções incutidas. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 81 Despir da alma Eclair Dittrich Cavalcanti Me traz imensa paz versar Vocábulos e fonemas fleumáticos No tic-taquear compassado, suave Da brisa mansa ao alvorecer. Silencia meus temores Ouvir o cantarolar d'alma No som azul marolas Das manhãs ociosas de verão. Suplanta as agruras tempestivas Do conturbado viver diário Poemar a felicidade aquarelada Em tom vibrante curativo. Entesoura no meu, eternizar Nas páginas do teu coração em pena e tinteiro cor paixão, A arte do poetizar sem intenção. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 82 Eunice de Souza Almeida Pseudônimo: Nice Veloso. Sou nordestina, baiana, moro em Salvador desde meus 12 anos… sou um misto de tristeza e alegria… Se tentei, vivi! Vida é poesia! Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 83 Flores e gestos. Eunice de Souza Almeida Me sinto como um navio ferido! Cruzando os mares, os rios! Levada ao vento sem rumo certo! A perambular, flores e gestos. No vazio de mim sinto uma luz Este amor é mesmo infinito! A deslizar em mim Como se fosse um rio! Tão pouco tempo faz Contudo, é grande demais! Me sinto feliz É todo meu desejo É segredo que me causa medo! Quero sentir o teu cheiro! O sabor do teu beijo Soluçar de prazer Este olhar carinhoso, tão tímido O (deixa), manhoso, me faz delirar! Esse menino vindo do rio, do sol: Das estrelas do mar Eu não sei de onde veio! Nem sei donde vai! Quero me debruçar em teu corpo! Eu te quero demais! Quero dar todo néctar do meu amor! Quero estar com você seja aonde for! Este amor é tão lindo! Aqui dentro me diz: Que vou ser feliz! Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 84 Sonhos alados Eunice de Souza Almeida Não posso esquecer Do teu sorriso! Nas noites de luar Tive o céu como abrigo! Minha alma flutua Com os doces sonhos Alados Vindos do mar! Noites crispadas De sonhos e desejos Aquecem meu peito Que de saudade Anda desfeito De mim e você Sob o brilho das estrelas — Navegar! Das mais loucas lembranças Suspiros e ventos A me recordar À luz dos teus olhos: Espraiando na areia Meus sonhos de mar! Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 85 Felipe Henrique Barbosa Felipe Henrique Barbosa F. da Silva nascido em 23/12/2003. Filho de Fábio Hermano e Vilânia Maria, sou estudante da 3° série do Ensino Médio da ECIT Adilina de Souza Diniz, localizada na cidade de Diamante - Paraíba. Gosta de música e descobriu o prazer pela leitura, incentivado pela professora de Língua Portuguesa, Francerly Moreira. Antologia Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 86 Sentimentos Felipe Henrique Barbosa Em sua face resplandecente Suas cores são ardentes No trágico e sombrio Aparecem os calafrios No sentimento indecifrável Um coração enigmático Refletindo com amor Juntando
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