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ANTOLOGIA TAVERNA POÉTICA (2)

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Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
3 
Notas Ultrarromânticas Contemporâneas 
 
 
Modo de amar ultrarromântico 
 
No ultrarromantismo temos a presença 
de um eu-poético que expressa seu 
amor, mas que não exige reciprocidade, 
que versa suas dores, mas que não vaga 
em busca de compaixão. O 
ultrarromântico apenas pede a 
permissão para viver sua introspecção 
ao seu modo, embebido de sonhos, 
desejos e pessimismo. 
O poético dessa geração implora pelo direito de 
simplesmente amar ou viver sem a necessidade de ser amado 
ou compreendido. Vive-se do sonho impossível, do desejo 
jamais saciado, da apreciação da estrela intocável. 
E, se o ultra poeta tiver seus sentimentos 
correspondidos, a razão de sonhar e de se maldizer perde o 
sentido, morre o gemido doído presente na cadência da rima, e 
fenece tanto o poeta quanto o homem, e tudo jazerá sob a tinta 
lúgubre que escorre pela pena que marca a brevidade de uma 
vida soturna e boêmia. 
Deveras, da estirpe de Byron, bebe-se o vinho mais 
desejado e jamais produzido. De certo, apenas a embriaguez 
com a mais melodramática poesia. 
 
Alex Xela Lima, 
Professor e escritor de Paulo Afonso-BA 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
4 
 
Nicho literário ultrarromântico 
 
O ser humano, desde os primórdios de 
sua história, sempre foi marcado pelos 
sentimentos de tristeza, nostalgia e 
dor, assim como por uma fantasia 
imaginativa de paixão e amor, numa 
retórica cheia de utopia. 
Nas histórias românticas da 
vertente lírica, quem não derramou 
uma lágrima de dor por sofrer um momento de decepção, ou 
não chorou por sentir um amor tão grande como se fosse a 
transposição do próprio Romeu ou da Julieta? 
Nós, humanos, somos pautados desses momentos 
sentimentais que afloram da nossa interioridade. O nosso eu 
lírico muitas vezes escancara a nossa intimidade cheia de 
melancolia, de medo, de paixão e de amor. Cabe a cada um de 
nós, poetas, expressar nossas aflições com íntima fidelidade e 
subjetividade marcante. Parece mais fácil externar os nossos 
sentimentos de perda, de decepção e de dor, a ter que falarmos 
da nossa felicidade interior. 
O ultrarromantismo de cada poeta é ímpar na sua 
descrição. Cada um envereda pelo caminho dos sentimentos, 
cheios de fascínios exóticos, para externar as suas decepções, 
o seu narcisismo e os seus medos cotidianos. A natureza 
humana sempre foi assim, cheia de extremos, ora pautada no 
excessivo amor, ora no ódio, ora nos sentimentos do mais 
profundo recôndito. 
O ultrarromantismo fez o poeta escancarar a sua 
poética cheia de percalços sentimentais, deixando-o livre para 
voar como um pássaro que busca o seu próprio ninho e, 
porque não dizer, seu nicho literário. 
A leveza dos poemas ultrarromânticos é como âmbar 
para a dor sofrida, como diz o poeta: “Confessem a todos os 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
5 
seus amores, / todos os dissabores, seus momentos/ de 
desilusão, toda a solidão. / Sejam sinceros todos vocês que já / 
sofreram do seu amor uma traição, / se não deram, por amor, 
o seu perdão.” Ou então, quando ele diz: “Confessem se o seu 
travesseiro amigo, / não foi seu confessor e confidente, / 
quando você chorava noite adentro, / se ele não enxugou 
todas suas lágrimas. / Caso não tenha nada a confessar:/ 
lamento, você não sabe o que é amar. (Alveriano Dias). 
Assim, o ultrarromantismo deu um leque literário ao 
poeta, para que ele possa expressar, da melhor forma possível, 
seus mais íntimos sentimentos. 
 
Alveriano Dias. 
Escritor e Poeta, Picuí-PB 
 
 
Sementeira de emoções 
 
Resíduos de uma negação 
sistemática resumem os sentimentos de 
um eu poético ultrarromântico. Somos 
como estrelas que brilham numa 
aglomerada constelação procurando, 
cada uma, o seu brilho próprio. 
Os acontecimentos são 
relatados com maestria, revelando o 
mais profundo dos sentimentos e a nossa visão poética se 
dilata carregada de emoção, caracterizando-se por expressões 
inconfundíveis de natureza romântica. O ultrarromantismo é, 
pois, como uma sementeira de emoções e sentimentos do eu 
lírico que cultua a morte, o medo, a fuga, o amor exacerbado e 
platônico. 
 
Cláudia Eça Maciel, 
 Escritora e Poetisa de Vitória da Conquista – BA 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
6 
Lava incandescente 
Quando se fala em Ultrarromantismo, 
muitas vezes se pensa em sofrimento 
exacerbado. Todavia, o legado que essa 
vertente poética nos trouxe é bastante 
profundo, e não o de exaltar a dor; mas 
de permitir-nos vivenciar, sem amarras 
ou limites, os sentimentos que habitam 
no recôndito de nosso ser. 
O Poeta fala de si e do mundo que o cerca; de suas 
dores e alegrias; das injustiças e também de belezas, pois tudo 
lhe é sensível. Sua Poesia é o portal para o desabrochar do seu 
eu e de uma nova Sociedade. Assim, ao penetrar nas sendas do 
Ultrarromantismo, onde tudo é sentido de forma exacerbada, o 
poeta permite mergulhar em si mesmo com maior 
profundidade, dando vazão às suas expressões e sentimentos 
com intensidade. Assim, as palavras brotam de seu âmago 
como lava incandescente e, dessa forma, a Poesia vem exercer 
seu poder: a dor é expurgada; a alegria, melhor vivenciada. 
A Poesia, em sua força curativa e transformadora 
acontece quando o Poeta conecta com o mais profundo de seu 
ser e dá vida às palavras, extraindo todo o vigor que as 
carrega. Quando consegue fazer jorrar seu “magma” do 
interior da “Terra” em todo seu esplendor, vai transformando 
tudo o que o cerca. 
ESTA É A FORÇA E CONTRIBUIÇÃO DO 
ULTRARROMANTISMO: permitir-nos mergulhar em nossas 
profundezas, para encontrarmos a força do vulcão que existe 
dentro de nós; que, ao entrar em erupção, jorra palavras e 
versos fervilhantes como o magma, promovendo a 
transformação, de nós mesmos e da Sociedade! 
 
Consuelo Pagani Vieira Machado 
Poetisa, escritora e arte terapeuta 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
7 
Flores murchas 
 
O versejar ultrarromântico azevediano 
continua vivo em cada semblante 
pálido, na lágrima reprimida, no 
impulso insano, na agonia pela dúvida 
de uma traição, no pranto e na 
profunda dor da separação. Está tal 
qual uma flor murcha no deserto da 
estrada percorrida, nas noites frias e no 
amargo gosto da solidão dos dias daqueles que, mesmo 
conectados, camuflam essas feridas no coração. 
 
Janaína Ciquerelo Bellé, 
 Professora Pedagoga e Psicopedagoga, Escritora e Poetisa de 
Farroupilha / RS 
 
 
Incompletude 
 
Desilusão e saudade são sentimentos 
que causam dor extrema no coração 
dos apaixonados, e mesmo assim é um 
caminho possível de ser percorrido. 
Até mesmo os insensíveis 
poderão ser tragados pelo veneno fatal 
presente no amar. Aos intensos, a 
possibilidade de sofrer por amor é ainda maior, por serem 
insaciáveis, por se reconhecerem oceanos e não se 
contentarem com mergulho em águas rasas. Para tais, é 
necessária a concretização do amor real, a típica união entre 
Romeu e Julieta. 
A explosão do ultrarromantismo não existiu apenas no 
século XIX, sob significativa influência byroniana, é uma 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
8 
tendência inerente a humanos, é atemporal. O poeta Pablo 
Neruda já dizia que "A poesia tem comunicação secreta com 
os sofrimentos do homem." Nesse sentido, o poeta melancólico 
encontra na arte da palavra o escape para suas angústias, 
pois, o apego exacerbado em pessoas, a expectativa da 
felicidade depositada no outro, geram frustraçãoe vazio 
quando não vivenciadas. 
Essa incompletude os leva a vagar à procura de um 
preenchimento de alma. E assim a vida se torna uma infindável 
busca por um transbordar. 
É nessa solitude que vejo o interior de um poeta 
ultrarromântico. Um eu lírico intimista, platônico, idealizador 
do romance perfeito, porém, vive num labirinto de conflitos e 
não consegue, ao menos, se encontrar, ou se encontra com 
tanta exatidão que prefere camuflar sua existência. 
A poesia ultrarromântica é atual e perpétua, pois 
sempre haverá na história da humanidade casos de um grande 
amor que não foi vivido com liberdade, foi apenas sentido, 
degustado na distância, apreciado com os olhos do coração. 
O pessimismo entorpecente causado pela desilusão e a 
saudade é capaz de matar um corpo amante e ainda assim 
servir de alimento que sacia sua dor, ao escrever versos. 
 
Lucilene Santos 
Professora de linguagens e poeta, Capim Grosso- BA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
9 
 
Conflito íntimo 
 
Como quem está fazendo uma melodia 
e alguém canta (lá dentro de si), assim 
é o poeta quando compõe. O seu eu 
lírico invade e encena. A poesia é seu 
conflito íntimo. De um lado sofre e se 
expõe sem querer. Do outro a 
sofreguidão do "eu" e sua composição 
poética rima, sem sorte, por acaso; um acaso. Algo 
des(pretensioso) de entender e se viver. E nas margens desse 
rio encontra-se o Ultrarromantismo. Este que tem em sua 
característica a poesia dorida; carregada de paixões não 
concretizadas, de sentimentos pessimistas, de amor 
incorrespondido. O sujeito-poético é romântico ao extremo e 
leva sua "realidade imaginária" às últimas circunstâncias. 
 
Marcello Moura, 
 Professor de Línguas, Poeta e Escritor de Nossa Senhora da 
Glória / SE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
10 
Exórdio 
 
“O que é o homem? É a escuma que ferve hoje na torrente e 
amanhã desmaia; alguma coisa de louco e movediço como a 
vaga, de fatal como o sepulcro! O que é a existência? Na 
mocidade é o caleidoscópio das ilusões: vive-se então da 
seiva do futuro. Depois envelhecemos: quando chegamos aos 
trinta anos, e o suor das agonias nos grisalhou os cabelos 
antes do tempo, e murcharam como nossas faces as nossas 
esperanças, oscilamos entre o passado visionário, e este 
amanhã do velho, gelado e ermo - despido como um cadáver 
que se banha antes de dar à sepultura! Miséria, loucura”. 
 (Trecho: Noite na Taverna 
– Álvares de Azevedo) 
 
Quando se fala em romantismo, 
rapidamente se faz associação com algo 
sentimentalmente bom, alegre, capaz 
de emocionar tanto aquele que é objeto 
da mensagem quanto quem apenas a 
ouve. No entanto, quando se trata de 
Romantismo, não a qualidade da 
pessoa que é romântica, mas a escola 
literária ocorrida no início do século 
XIX, mais precisamente a segunda 
geração, percebemos que essa felicidade passa ao largo. 
O sentimento de felicidade dá lugar à melancolia, à 
solidão, ao pessimismo, ao desejo de morrer e isso não ficou 
reservado a apenas um autor. Tal condição foi tão significativa 
que marcou uma geração inteira, tanto na prosa quando no 
verso, e, a ela se deu o nome de Geração Ultrarromântica ou 
Mal do Século. 
No amplo horizonte dos estudos literários, o 
Romantismo continua mostrando sua inesgotabilidade. As 
produções com essa temática são inúmeras; por outro lado, 
uma de suas mais polêmicas vertentes, o Ultrarromantismo, 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
11 
continua quase às margens das discussões, muitas vezes é 
meramente apresentado como uma característica do 
Romantismo propriamente dito. 
Despindo-se das limitadas críticas a respeito da 
geração “mal do século”, e, buscando compreender todo 
lirismo das almas românticas em qualquer época, nos 
deparamos com uma lacuna que talvez não será preenchida, 
tendo em vista a gênese de uma escrita melancólica, do 
sentimentalismo exacerbado, do pessimismo em demasia e da 
idealização da mulher, mesmo com todos esses elementos que 
marcaram a escrita da segunda geração Romântica, 
poderíamos definir o Ultrarromantismo? 
De modo geral, podemos dizer que a dúvida e a 
contradição pairam sobre tudo o que é romântico; 
inegavelmente o espírito ultrarromântico é guiado pelo que 
julgamos não ser coerente para aquilo que é rotulado como 
“amor normal”. 
Apesar de todas essas suposições, continua-se a falar 
sobre romantismo, em era romântica, em espírito do 
romantismo e outros fantasmas que advém do “Mal do 
Século” que só podem ser vistos a distância, flutuando, tal 
quais as almas dos escritores desta geração que foram 
considerados “masoquistas” e “autodestrutivos”. O 
Ultrarromantismo, como etimologicamente o prefixo já 
indica, é o exagero do Romantismo, o desbordamento do 
desbordamento (no presente caso, levando-se em conta os 
citados aspectos referentes à melancolia disfórica). 
Esse aroma bucólico que exala da alma ultrarromântica, 
mostra que o Ultrarromantismo não é apenas um estilo 
literário, mas também é um momento histórico da humanidade. 
Álvares de Azevedo um dos maiores escritores desta vertente 
expressa em seus textos, tanto nos poemas quanto na prosa 
uma mistura entre a angústia da sensação da proximidade da 
morte precoce e o desgosto pela situação em que se encontrava 
o seu país, alternando esses aspectos sombrios a momentos de 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
12 
extrema confiança na mudança das condições sociais. Essas 
oposições dramáticas talvez sejam a causa da visão trágica com 
que o poeta entendia o mundo. 
“Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o 
ultrarromantismo moderno”, é um convite para o deleite 
literário, cujo processo criativo resultou nesta brilhante 
coletânea, que possibilita a degustação metamorfoseadora da 
escrita de um dos maiores cânones da nossa Literatura, Álvares 
de Azevedo. Este, que nos empresta o cálice byroniano, figura 
marcadamente presente em seus versos, como ele contumaz 
tematiza, como percebido em Lira dos Vinte Anos “Byron no 
seu Don Juan votou-lhe cantos”, propiciando aos leitores 
transcender e transmutar-se por meio de sua palavra. 
 
Maria da Conceição Santos Veloso 
Professora da rede Municipal e Estadual – Jacobina/BA 
Graduada em Letras Vernáculas e Educação Física -UNEB) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
13 
 
Apresentação 
 
Taverna Poética é uma 
antologia memorável e notável, 
reunindo textos incríveis de autores 
que sobressaem num universo 
assolado por um tempo de amores 
líquidos. Os escritores deste 
compêndio, ora versam a poesia 
ultrarromântica do ínclito Álvares de 
Azevedo, ora incidem sobre os mais 
profundos sentidos. Os poetas, deste livro, tecem relevantes e 
florescentes versos, transcendendo os labirintos dos 
sentimentos. 
 
Somos privilegiados por termos em mãos uma obra tão 
empolgante, capaz de despertar os corações dos leitores, dando 
um significado nostálgico e inebriante à poesia. 
 
Essa edição reúne poemas suntuosos, que inundam 
nossa alma, enchendo-nos de lirismo e sensibilidade. Cada 
página impressa advém do coração daqueles que são chamados 
de poetas da geração byroniana, artífices contemporâneos, 
desbravadores de uma linguagem demasiadamente 
sentimentalista. 
 
Encontram-se, nesta coletânea, versos polidos e cheios 
de emoções, tantas palavras fascinantes e revestidas de 
consternadas paixões. Eis aqui o que nos torna vivos, o que 
nos alegra, reacendendo a chama do amor irreverente e cálido. 
Ainda que se erga sob a influência das desilusões e fantasias. 
 
Antologia Taverna Poética:Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
14 
Então, que possamos nos encher de toda leveza que há 
nesse submundo das emoções ultrarromânticas. Parabéns a 
todos os poetas coautores, deste clássico literário, intitulado 
Taverna Poética: Entre o Vinho Byroniano e o 
Ultrarromantismo Moderno. 
 
Charlan Fialho – (anjo poeta do amor). 
Autor dos livros de poesia: 
Poemas que escrevi quando quis dizer adeus 
e Poemas & vinho – degustação poética 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
15 
Prefácio 
 
Jornadear em grinalda onde as 
paisagens foram inspiradas no legado 
de Álvares de Azevedo, poeta que foi 
um dos maiores expoentes de sua 
geração, requer um cuidadoso preparo, 
senão pela ambientação do leitor de 
modo a aclimatar seu espírito para 
singulares panoramas, pela reverência 
que merece nosso homenageado. 
O Romantismo 
Álvares de Azevedo experienciou um dos principais 
períodos literários do nosso país, o Romantismo, movimento 
totalmente desvinculado dos padrões e normas estéticas do 
Classicismo. Com versos livres, sem métrica e estrofação, 
fazendo uso de versos brancos e ausência de rima possibilitou a 
criação de um novo público tornando-o inclusive mais 
popular. 
As criações literárias dos autores brasileiros do 
Romantismo são subdivididas em três gerações. A primeira 
geração é denominada “nacionalista ou indianista” e teve 
como principal expoente o poeta Gonçalves Dias. Os poetas 
indianistas foram os mais nacionalistas entre os românticos. 
A segunda geração romântica foi batizada de "geração 
do mal-do-século", também conhecida como byroniana ou 
ultrarromânticos, e foi marcada pelo sentimentalismo 
acentuado, pessimismo e fuga da realidade — pela morte, pelo 
sonho, pela loucura ou pela arte. 
Os principais representantes desse grupo foram Álvares 
de Azevedo e Casimiro de Abreu. A terceira foi chamada de 
"geração condoreira", social ou hugoana (em homenagem ao 
escritor francês Victor Hugo que foi uma espécie de pai dessa 
https://brasilescola.uol.com.br/literatura/goncalves-dias.htm
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
16 
geração) e foi notadamente marcada pela denúncia social. O 
principal escritor dessa vertente romântica, no Brasil, foi 
Castro Alves. 
 
 Segunda Geração Romântica: Mal-do-século 
Após ligeiro e introdutório sobrevoo sobre o 
Romantismo, faz-se mister dirigir um olhar menos panorâmico 
para a segunda geração deste período, onde Álvares de 
Azevedo, mesmo numa breve passagem no mundo literário, 
imortalizou seus escritos. 
Os poetas da segunda geração do romantismo foram 
inspirados nas obras dos poetas Lord Byron, Goethe, 
Chateaubriand e Alfred de Musset e ficaram conhecidos como 
“byronianos”. Foram autores que exalaram um sentimento de 
insatisfação com o mundo, deixando transparecer uma 
impressão de falta de conexão com a realidade. As principais 
características dessa geração são: pessimismo; atração pela 
noite; sentimentalismo; fuga à realidade; idealização amorosa; 
amada / musa intangível; a figura feminina representando a 
pureza – anjo criança, virgem; idealização do amor x medo de 
amar; morte como fuga definitiva e solução dos problemas; 
tédio, satanismo, autodestruição; dualismo; liberdade de 
criação e valorização do conteúdo em detrimento da forma, 
dentre outras. 
 
Álvares de Azevedo 
Trespassada toda ambientação vestibular, nossos 
holofotes se voltam para nosso homenageado. Considerado o 
primeiro grande poeta nascido na cidade de São Paulo, Manoel 
Antonio Alvares de Azevedo era filho de Inácio Manuel 
Álvares de Azevedo e Dona Luísa Azevedo. Nasceu quando 
seu pai ainda cursava a faculdade de direito e diz a lenda que 
Álvares nasceu na própria biblioteca da faculdade; outros 
dizem que o jovem nasceu na biblioteca do avô materno, mas o 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
17 
que importa é que Álvares já nasceu rodeado de livros, 
companheiros que o seguiram em sua breve vida de 20 anos. 
Não obstante Álvares de Azevedo tenha nascido em São 
Paulo, sempre considerou sua cidade de fato o Rio de Janeiro, 
onde cresceu. Aos 15 anos retornou para São Paulo onde fez os 
cursos introdutórios para faculdade de direito, sendo sempre 
um aluno de grande destaque. Álvares ingressou na faculdade 
de direito do Largo São Francisco e continuou sendo sempre 
um dos primeiros alunos. Quando se mudou para São Paulo, 
Álvares foi morar com Bernardo Guimarães e Aureliano Lessa. 
Alguns relatos contam que esses três poetas montaram uma 
república na chácara dos Ingleses, em frente a um cemitério de 
indigentes e de escravos, onde funcionava a sede da 
“Sociedade Epicureia”, uma sociedade secreta onde os poetas 
faziam cerimônias macabras em cemitérios e orgias em várias 
casas de São Paulo dentre outras atividades que barbarizavam a 
sociedade da época. 
Álvares de Azevedo, apesar de muito jovem, era portador 
de grande cultura; sabia o idioma inglês e francês, habilidades 
que o ajudaram a ler no original grandes poetas como 
Shakespeare, Lord Byron e Alfred de Musset, sendo muito 
influenciado por esses dois últimos. Iniciou sua escrita com 
uma poesia muito delicada, voltada para morte, escapista, não 
obstante tenha deixado em seu legado registros de poesias 
irônicas, sarcásticas, flechando ou contradizendo seu lado 
sonhador, sempre volitando com muita maestria tanto em seu 
universo ultrarromântico quanto em sua face satírica. 
O poeta comumente se descrevia em seus poemas; 
diferentemente de meras circunstâncias literárias, o seu “eu” 
era revelado em suas poesias, como se transplantasse seu ego 
para seus escritos. Dentre os múltiplos caminhos que o 
romantismo descortinava, Álvares de Azevedo descartou 
versos ou poemas que soavam despersonalizados e artificiais 
em função de estereótipos românticos e sentimentalismos 
exagerados ou de inflexões flagrantemente literárias. O poeta 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
18 
foi singular, explorou um filão menos esgotado, seduziu e 
seduz diversas gerações de poetas até os dias de hoje. 
Álvares foi escolhido pelo escritor, político e professor 
Coelho Neto, para ser o patrono da cadeira nº 2 da Academia 
Brasileira de Letras (ABL). O escritor deixou obras marcantes 
para a literatura, como “Lira dos Vinte Anos”, “Noite na 
Taverna” e “Macário”. A primeira, faria parte de uma trilogia 
de liras; cada uma seria escrita por um autor. Aurelino Lessa e 
Bernardo Guimarães eram os sócios de Azevedo nessa 
empreitada. 
O poeta Álvares de Azevedo teria um futuro brilhante, 
porém era portador de tuberculose que foi agravada por um 
tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, 
falecendo antes de completar 21 anos. Porém, importante 
registrar que a causa mortis do poeta é um tema historicamente 
controverso, com diferentes conjecturas. 
Rios de tintas seriam gastos para delinear o alcance da 
ressonância de Álvares de Azevedo no cenário literário 
brasileiro. A ousadia do poeta instaurou uma verdadeira 
desordem na comunidade poética, modelou sua realidade de 
forma muito original por meio de uma poesia com tonalidades 
maliciosas e provocativas, sendo essa prefação apenas um 
ensaio tímido de apresentar nosso homenageado, motivo pelo 
qual oportunamente deixo aqui registrado minhas escusas. 
 
Esta antologia 
É voz corrente que a literatura é um dos modos mais 
eficazes de enriquecer o imaginário e a cultura de uma 
sociedade, quiçá da humanidade. Muito mais que uma 
disciplina estética, a literatura tem o poder de alimentar 
inteligências e emoções. Nesse ínterim, os poemas, de um 
modo particular, por serem comumente dotadas de certos 
ritmos imprimidospelos poetas que habilidosamente 
manipulam sílabas e rimas, são carregados de sublimes 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
19 
nuances que seduzem seus leitores, tornando essa nutrição 
cultural especialmente agradável aos olhos e aos ouvidos. 
Vibrando uma oitava acima, as antologias possuem o 
poder de elevar as benesses já explanadas a níveis 
estratosféricos, visto que cada poeta participante de uma 
coletânea literária traz sua particular riqueza cultural, e o 
resultado é que essa miscelânea de corações poéticos faz 
germinar verdadeiras riqueza sem forma de poesias. 
Eis o motivo pelo qual faz-se oportuno aplaudir a 
iniciativa das literatas organizadoras da presente antologia. A 
atmosfera poética de Álvares de Azevedo envolveu as poetisas 
Adriana Ribeiro e Natália Tamara que firmaram união em prol 
da criação da obra “TAVERNA POÉTICA – ENTRE O 
VINHO BYRONIANO E O ULTRARROMANTISMO 
MODERNO” um tributo ao maior representante da segunda 
geração romântica. Trata-se de escritoras que vêm se 
destacando no cenário “líterário-poético” contemporâneo no 
âmbito nacional e internacional, e não posso me furtar a fazer 
um ligeiro passeio em suas biografias por questão de justiça e 
consideração. 
Adriana Ribeiro escritora e poetisa sergipana que vem 
se destacando no cenário poético nacional e internacional. Foi 
destaque no circuito internacional de poemas BATUQUE NA 
CAIXA, intercâmbio poético Brasil-Angola, Coautora na seção 
Poetas e Poetisas do Brasil na Revista Interativa The Bard e 
abrilhantou a Coletânea Internacional SONATA POÉTICA DA 
LIBERDADE, por ocasião das celebrações do 250º ano do 
aniversário de nascimento de LUDWIG VAN BEETHOVEN. 
Com um expressivo número de publicações na 
comunidade de escritores Recanto das Letras e em redes 
sociais. É autora das obras “Coração Poético, volumes 1 e 2” 
e coautora em diversas Coletâneas poéticas. 
 
Natália Tamara é baiana, escritora e poetisa, Membro-
Fundadora do Clube de Leitura e Artes Saudenses – CLAS. 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
20 
Diretora do grupo de Teatro Cultura em Movimento. Coautora 
de várias Antologias/Coletâneas – Natalia Tamara organizou 
Olhando Imensidades do Simbolismo a Contemporaneidade – 
Editora Versejar. Organizadora do Livro: Prosa e Versos 
Saudenses e Autores convidados – Biblio Editora, Apaixonada 
por Literatura, amante das artes em suas mais distintas 
vertentes. A escritora tem a arte da escrita como “o brado 
retumbante” do existir. 
Caro leitor, seja muito bem-vindo; espero ter aclimatado 
vosso coração para esse belíssimo passeio cujas paisagens 
foram inspiradas na obra do nosso homenageado Álvares de 
Azevedo. Passado e presente conjugam aqui o mesmo verbo; 
aperte o cinto e curta as paisagens; te desejo uma inolvidável 
estadia, te desejo poesia. 
Marcelo Papareli, 
Escritor, poeta e advogado, São Paulo/SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
21 
Sumário 
 
Notas Ultrarromânticas Contemporâneas ......................................... 3 
Exórdio .............................................................................................. 10 
Apresentação .................................................................................... 13 
Prefácio ............................................................................................. 15 
Adaelson Neves ............................................................................ 25 
Adriana Ribeiro ............................................................................. 28 
Adriana Teixeira Simoni ................................................................ 31 
Alegria Mauro Manuel .................................................................. 34 
Alex Xela Lima ............................................................................... 37 
Alina Tolotti .................................................................................. 40 
Alveriano de Santana Dias ............................................................ 43 
Ana Paula Borges .......................................................................... 46 
Ariane de Medeiros Pereira .......................................................... 49 
Caroline Maura Souza Bruno (Srt.D) ............................................ 52 
Carlos Henrique Soares Barboza .................................................. 55 
Charlan Fialho ............................................................................... 58 
Cid Teixeira ................................................................................... 61 
Cláudia Eça Maciel ........................................................................ 64 
Claudia Florindo Corrêa ................................................................ 67 
Consuelo Pagani ........................................................................... 70 
Danielle Lopes............................................................................... 73 
Denílson Souza ............................................................................. 76 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
22 
Eclair Dittrich Cavalcanti ............................................................... 79 
Eunice de Souza Almeida .............................................................. 82 
Felipe Henrique Barbosa .............................................................. 85 
Fernando Raine............................................................................. 88 
Gercimar Martins.......................................................................... 91 
Givanildo Costa da Silva ................................................................ 94 
Glauce Barros Santos Sousa Araujo .............................................. 97 
Janaína Ciquelero Bellé............................................................... 100 
Jean Lopes de Jesus .................................................................... 103 
José Bento Wolf .......................................................................... 105 
Lucas Carvalho Alves .................................................................. 108 
Lucio Carneiro ............................................................................. 111 
Lucivânia de Araújo Sarges ......................................................... 113 
Fátima Sá Sarmento .................................................................... 116 
Marcelino Rodrigues................................................................... 119 
Marcello Moura .......................................................................... 122 
Marcelo Papareli......................................................................... 125 
Mari Gonçalves ........................................................................... 128 
Lucilene Santos ........................................................................... 131 
Maria Vânia Pontes .................................................................... 134 
Marvyn Castilho .......................................................................... 138 
Maurício Matos .......................................................................... 141 
Miraselma das Neves Sardinha .................................................. 144 
Natália Tamara ........................................................................... 147 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
23 
Nathan Araújo Santos ................................................................. 150 
Neusa Bernado Coelho ............................................................... 153 
Patrícia Alvarenga ....................................................................... 156 
Pietro Costa................................................................................ 159 
Prema Shakti ............................................................................... 162 
Raquel Pereira Carvalho ............................................................. 165 
Rogério Fernandes Lemes .......................................................... 168 
Rosemary Chalfoun Bertolucci ................................................... 171 
Sandra Laurita ............................................................................. 174 
Shirlei Pinheiro............................................................................ 177 
Shirley Caetano Moreira ............................................................. 180 
Simone Gonçalves ...................................................................... 183 
Tânia Castro ................................................................................ 186 
Télia Lima .................................................................................... 189 
Télio Fonseca Diniz ..................................................................... 192 
Theodore Amílcar ....................................................................... 195 
Teresa Lopes ............................................................................... 198 
Ubertan Santos ........................................................................... 201 
Waléria Soares ............................................................................ 204 
Pósfácio .......................................................................................... 206 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
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Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
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Adaelson Neves 
 
Adaelson Neves é poeta, cordelista, escritor e contista do 
interior da Bahia. É professor, Licenciado em Pedagogia 
(FCG), Especialista em Educação Especial e Educação 
Inclusiva (FCG), e Especialista em Psicopedagogia 
Institucional (FCG), além de está concluindo uma nova 
especialização na área da Neuro psicopedagogia Clínica 
(FCG). É nomeado como o poeta dos abraços, devido suas 
poesias serem repletas de rimas acolhedoras como um abraço 
e abordar essencialmente o abraço como temática em suas 
obras. Recentemente publicou a literatura de cordel: Histórias 
e casos de Jacobina (2021), além de estar participando da 
Antologia Bardos Baianos (2021). 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
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Se Tu Soubesses 
Adaelson Neves 
 
Oh! menina, 
Se tu soubesses 
Como meus braços te querem, 
Tu não farias isso comigo, 
Passar e não dá um sorriso, 
Se tu soubesses, 
Seria teu refúgio, 
Teu abrigo, 
Teu amor, 
Teu amigo. 
 
Se tu soubesses, 
Do amor que sinto por ti, 
Sempre que me visse, 
Teus olhos iriam sorrir, 
Se tu soubesses desse amor, 
Correrias, 
Para sentir o meu calor, 
 
Se tu soubesses, 
Que es a inspiração da minha poesia, 
Tu não passarias calada, 
Cantaria! 
E sempre que me visse, 
Um abraço pedia, 
 
Oh! Menina; 
Se tu soubesses, 
O que sinto quando te vejo, 
Sempre que me visse, 
Me daria um beijo, 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
27 
 
E se tornaria o reflexo do meu olhar, 
Tua voz, 
Só meu nome iria chamar; 
E somente com meus abraços, 
Tu irias sonhar, 
Pois amor maior, 
Saberia, 
Que jamais ia achar, 
 
Se tu soubesses, 
Como te quero em meus braços, 
Tu não ficarias um instante, 
Sem está ao meu lado, 
Sem sentir meus beijos 
E amassos, 
Sem ouvir minhas palavras de amor 
E sem sorrir 
Quando perto de te estou, 
Pois contigo, 
Nada me desanima, 
Desde o frio inverno, 
Ao mais quente deserto, 
Nada me entristece, 
Basta ver teus olhos, 
Que a felicidade enxergo; 
Se tu soubesses, 
Desse grande amor, 
Meu coração explodiria 
E enfim teria sentido, 
As rimas em minha poesia! 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
28 
 
 
Adriana Ribeiro 
 
Professora, Escritora, Poetisa, Compositora e Artista plástica, 
natural de Estância – SE, Graduada em Pedagogia e História 
(Licenciaturas Plenas) pela Universidade Federal de Sergipe 
(UFS). Especialista em Metodologia do Ensino de História 
(Latu Sensu) Faculdade São Luís de França em 2013. 
Mestranda em Educação para o Ensino Superior (Strictu 
Sensu) pela Fundação Iberoamericana - FUNIBER. 
Professora Pedagoga da Rede Estadual de Ensino do Estado 
de Sergipe e Professora de História no Município de Santa 
Luzia do Itanhy/SE 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
29 
Seja como um Condor 
Adriana Ribeiro 
 
Não espere as mãos do amigo dar-lhes palmas 
Nem peça o amor aos que não têm mais almas. 
Quando estes de amar-te não farão propostas, 
Aquele beija a tua face e fere-te pelas costas... 
 
Antes marche firme e avante e reto o itinerário 
Sempre a caminhar sem peso o espírito solitário 
Da hora mais pura até o momento mais sombrio 
Proteja-se com o corpo rígido perante o calafrio 
 
Voa! Voa bem alto como faz o Sagrado Condor 
E vai fazer teu ninho lá no "El Altar" do Equador 
Deixe caírem-te as penas e ressaltar-lhe as plumas 
Como faz o mar, pra limpar o sal, produz espumas. 
 
Muda! Troca a sua roupa e, se preciso, até o nome 
Afaste o medo ou qualquer dor que lhe consome 
Aprenda a ver e a dizer não ao crivo da tormenta. 
Não volte a atrair o mal do qual agora se lamenta. 
 
Aproveitar dos momentos lúcidos é o que importa 
A ilusão da mente é, para o corpo, a erguida porta 
Afrodisíaco veneno que ao beber o coração palpita 
O doce pecado que deixa a alma ainda mais aflita. 
 
Aprenda! Nessa existência em cada dia um flagelo 
Restaura a corrente que te faz segura em cada elo. 
Tape os ouvidos se a vaidade te chamar num grito 
Medite! E como o Apu Kuntur, sonde até o infinito. 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
30 
Visão de mim 
Adriana Ribeiro 
 
Vejo-me: 
Uma sombra que espreita por trás da janela 
De um fantasma que vaguei pela casa fria... 
Uma vela que tremula a sua chama sombria 
A única cor que esmaece a própria aquarela. 
 
Vejo-me: 
Uma névoa que se dissipa bem lentamente 
Ao raiar do deus Sol que o novo dia aquece 
A penumbra que desmaia no céu suavemente 
Para acolher a Lua que sorridente aparece. 
 
Vejo-me: 
Uma criatura que sonda o seu próprio vulto 
Uma infeliz sonhadora que a sorte ignora... 
A alma que vela a morte fazendo o seu culto 
E sobrevive os seus dias desejando ir embora. 
 
Vejo-me 
O vácuo do tempo que permeia a descrença 
O murmúrio do silêncio que o epitáfio encerra 
O estrondoso vazio da mais triste sentença 
Uma estranha vivente habitando esta terra. 
 
Vejo-me 
Uma efêmera gota de orvalho na brisa matinal 
O frio da noite que beija e açoita na escuridão 
Uma vagante espírito penando o desterro infernal 
Uma agonizante esperança em busca de perdão. 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
31 
 
 
Adriana Teixeira Simoni 
 
Adriana Teixeira Simoni, gaúcha de Porto Alegre-RS, 
Graduada em serviço Social, musicista, blogueira, escritora, 
contista e poeta. Escreveu de 2012/2013 para uma coluna 
semanal do Jornal O Popular de Mogi Mirim-SP sobre tema 
ambiental e o Blog Ideias Sustentáveis. Mantém ativo o Blog 
Vida que te quero bem com poesias, contos e crónicas. Tem 
participação em várias antologias nacionais e internacionais 
com poemas, contos e relatos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
32 
Caiu na Rotina 
Adriana Teixeira Simoni 
 
Na mesa o cardápio do dia 
Um olhar acostumadoobserva 
Atrocidades do tempo 
Ou bloqueio da criatividade? 
 
Não se sabe ao certo 
Se o ovo ou a galinha 
 Se conheço a tristeza 
Porque vivi a alegria 
 
Lamentável as estáticas reações 
Nem daqui nem de lá 
A mesa é posta na rotina 
Tudo tem cara de domingo 
 
A vida vai passando 
Sem muita emoção, nem atração 
0 prato é degustado sem sabor 
Pensando nada ou na festa que foi. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
33 
Vivendo Por Atalhos 
Adriana Teixeira Simoni 
 
Atormentado viver 
Que alimenta uma ilusão 
Vestido em capote mágico 
Que esconde um desejo 
 
Sentimentos enclausurados 
Que se abatem no silêncio 
E que transmutam no ato cursivo 
Da esferográfica mania 
 
Ah! Quem dera se sentassem 
Em um só de meus ombros 
A bisbilhotar meus ruídos 
Minhas verdades sem glória 
 
Já é o momento, mas falta 
Me dava um presente, mas não é justo 
Uma culpa, angústia ou ausência 
 Que me fala: - Talvez se arrependa... 
 
Dar cabo do sofrimento 
Ou redesenhar caminhos? 
Talvez seguir atalhos que atraem 
E encobrem as falhas sequentes 
 
Não haveria pesar nem aqui nem acolá 
Os atalhos dadivam momentos 
Que vibram múltiplas breves 
Soando assim um prazer prolongado. 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
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Alegria Mauro Manuel 
 
Alegria Mauro Manuel, nome próprio, mais conhecido por 
AM, é angolano, natural da província da Lunda-sul cidade de 
Saurimo, nascido a 11 de Setembro de 1997, formado em 
Engenharia de Geologia na Escola Superior Politécnica Luenji 
AN´konde da Lunda-sul, tem participações em várias edições 
da revista THE BARD e nas antologias de Angola N´zila–
Caminho do sonho e Sementes do leste. Tem paixão pela arte 
desde pequeno, é coordenador do grupo literário Chá da vida 
Angola região Saurimo e também membro do Lev´art Angola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
35 
Hora Secreta 
Alegria Mauro Manuel 
 
Esta é a hora 
Tão secreta quanto o segredo 
Tão doce quanto o beijo 
Hora silenciosa 
Tanto quanto o vapor 
Hora do amor 
00:00 
Como eu te amo sem temor 
Tua voz nessa hora 
Tem um sabor tal 
Até parece o canto do Natal 
Desculpa minha deusa 
Não é por mal 
Que te faço princesa 
Nessa linda aldeia 
Onde só se ouve cantos de sereia 
E brinca-se na areia 
Essa é a hora secreta 
Tão silenciosa 
Quanto o silêncio 
Hora sem ódio 
E fora de tédio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
36 
Teu Silêncio Assassino 
Alegria Mauro Manuel 
 
Não há outro veneno 
É o teu silêncio 
Que mata-me a mim 
Sem piedade tortura-me a mim 
 
Castiga-me sem compaixão 
Enfia-me a sua espada 
Até ao coração 
Teu silêncio tira-me atenção 
 
Tua ausência 
É fatal 
Não poupa quem te ama 
Não esquece quem te pensa 
Nem tão pouco exclui-me a mim 
 
Não há outro veneno 
Que faz a lágrima cair 
É o teu silêncio 
Que faz o meu íntimo sair 
 
E obriga-o a gritar 
Te amo, te amo, te amo... 
Sem receio eu te amo 
Minha princesa 
Que hoje faço-te rainha 
 
Poupa-me do teu silêncio 
Livra-me da tua ausência 
Esconda-me no teu colo 
E ama-me com toda atenção. 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
37 
 
 
Alex Xela Lima 
 
Professor, escritor, revisor e antologista de Paulo Afonso-BA. 
Autor de Cinquenta Tons de Poesia (2016) e coautor em cerca 
de 50 antologias. Organizador do projeto Encantos 
Nordestinos (@antologia_encantos_nordestinos). Membro da 
União Brasileira de Escritores, da Sociedade Brasileira de 
Poetas Aldravianistas, da Academia Independente de Letras, 
da Academia Internacional de Literatura Brasileira, da 
Academia Internacional de Literatura e Artes Poetas Além do 
Tempo. Instagram:@xelalima_alex 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
38 
Epitáfio de um Poeta 
Alex Xela Lima 
 
Não penses que aqui estou. 
Vivo sempre estive: 
Na imortalidade dos livros, 
Nos poemas que versei, 
No legado que deixei. 
 
Não esqueças, meu leitor: 
Nunca morre um homem 
Enquanto vive sua obra. 
Enquanto eu for lido, 
Jamais serei esquecido! 
 
Guardas um segredo, amigo? 
Neste momento estou aqui, 
Sentado nesta lápide fria! 
Mas, irei embora contigo 
Porque levas minha poesia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
39 
Instante doloso 
Alex Xela Lima 
 
É chegada a hora esperada, 
Doze badaladas no campanário; 
Nuvens envolvem a lua nua. 
É chegada a hora esperada, 
Piam corujas soturnas no cenário; 
Desperta-me o viço a espádua tua. 
 
É chegado o momento, donzela, 
Do encontro com minha fiel amante, 
A senhora das noites sombrias. 
É chegado o momento, donzela, 
Do matrimônio inevitável, delirante, 
Da cova rasa com as noites frias. 
 
Este é o instante etéreo e findo, 
Um mergulho nos braços da morte; 
Um encontro com a eternidade. 
Este é o instante etéreo e findo, 
Um átimo lépido, de excelso porte; 
Um descanso em tenra idade. 
 
Na floreta dos homens esquecidos 
Enterre meu amor e minha agonia. 
Por te amar, eu busco minha paz. 
Na floreta dos homens esquecidos 
À sombra de uma cruz, na lápide fria, 
Escrevam: "Aqui um amante jaz". 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
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Alina Tolotti 
 
Gaúcha nascida em Porto Alegre (Cidade Sorriso) Escreve 
desde criança. Apaixonada pela palavra, segue encantando em 
versos e se encantada com a vida. Divorciada, mãe, dona de 
casa e amante das letras, pertence à ALBAP (Academia Luso 
Brasileira de Artes e Poesias). Membro do site “Recanto das 
Letras” e criadora da página “Que as Almas se Encontrem “, 
espaços de divulgação e incentivação da arte poética, além de 
administradora de um chat de encontro de poetas e construção 
de poemas, participou de algumas antologias e está́ 
organizando seu livro solo. 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
41 
Teu cais 
Alina Tolotti 
 
Um dia cansarei 
de ser teu cais, 
teu porto seguro... 
Onde aplacas teu calor 
de navegante dos mares 
Me procure na montanha, 
em terra firme 
é nosso lugar, 
lá, nem quando desce a noite, 
não fica escuro... 
Chovem Estrelas 
sobre nosso amor!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
42 
Sem música... 
Alina Tolotti 
 
Meu piano (coração) 
está mudo... 
Nem toca, nem bate. 
Sinfonia de ouvido surdo. 
Meu piano coração 
já compôs a nossa canção, 
já́ cantou para te encantar, 
já te enfeitiçou pra me amar... 
Agora meu piano coração 
não toca mais 
não canta nem lá nem mi 
nem fá... Somente só(l) e 
dó de não ré(ver-te) jamais... 
Ah... Quanta dor nesta falta de música 
quanta solidão nesta falta de TI... 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
43 
 
 
Alveriano de Santana Dias 
 
Pernambucano, natural de Recife. Médico Veterinário, 
formado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco – 
UFRPE. Pós-Graduado em Extensão Rural para o 
Desenvolvimento Sustentável. Residente em Picuí-PB, cidade 
que o adotou com o título de cidadão Picuiense, em 11/12/94. 
Membro efetivo da Academia Paraibana de Letras Maçônicas 
(APLM), ocupando a cadeira de Nº 14. Escritor e poeta, com 
participação em vinte antologias. Autor de vários artigos 
Revista Maçônica O BUSCADOR e do livro de poesias 
intitulado: ENCANTOS DA POESIA. 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entreo Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
44 
Entre vinhos byronianos 
Alveriano de Santana Dias 
 
Entre duas taças de vinho tinto, 
Dois olhares, dois rostos distintos 
Ornamentam aquela bela mesa, 
À sombra de várias velas acesas 
 
Taças de vinho afloram o byroniano. 
Nesse flerte, o desejo entre ambos 
Vai se denunciando pelo olhar, 
Janela da alma a se debruçar. 
 
Nessa total embriaguez romântica, 
Não há como negar todo o fervor, 
Que está aflorado numa semântica, 
Como a linguagem de um beija flor. 
 
A timidez invade o ambiente, 
As palavras cessam, o coração 
Acelera tresloucadamente. 
É o amor recheado de paixão. 
 
Não há como controlar a emoção, 
Quando trocam afagos com as mãos. 
A partir de então, não tem mais jeito, 
Tudo se consolida com um beijo. 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
45 
Lamentos 
Alveriano de Santana Dias 
 
Não há mais lágrimas para derramar, 
A fonte do sentimento secou. 
Meus olhos estão tristes e minha alma está em agonia. 
Cansei de olhar ao longe à procura do teu rosto, 
Do teu sorriso. 
Todos os dias fico contemplando o horizonte, 
Na esperança de te ver e realizar os meus sonhos. 
Perdi a alegria, a vontade de viver. 
Como me dói saber que estás distante, 
Que talvez não voltes nunca mais. 
Os dias passam, sou só esperança. 
Minha face perdeu o brilho, 
Meus lábios secaram na falta dos teus beijos. 
Meu corpo sente frio na ausência do teu aconchego. 
Não sei como me conduzir enquanto estiver aprisionado no 
cativeiro desse amor. 
Quero me libertar para voar até o infinito, e lá no alto a minha 
liberdade alcançar. 
Quero voltar a amar alguém que não me faça sofrer. 
O meu amor não merece essa clausura sentimental. 
Quero só amar, só amar. 
E, esse amor ainda pode ser você! 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
46 
 
 
 
Ana Paula Borges 
 
Formada na Faculdade Almeida Rodrigues em Gestão de 
Recursos Humanos, trabalha na área de Logística. Sempre 
sonhou em ser escritora até que um dia viu despertado o amor 
pela poesia e passou a escrever textos sobre seus pensamentos, 
ideias, visão de mundo e sobre a própria experiência de vida. 
Possui uma forma de escrita peculiar, intensa e por vezes até 
agressiva, o que agrada bastante seu público. Sua maior obra 
até então tem sido o pseudônimo "Eu Lírico Bêbado" criado no 
Instagram, fazendo assim, parte da mais nova geração 
brasileira de escritores. 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
47 
O vento, a mulher, a fada e a borboleta 
Ana Paula Borges 
 
De repente uma brisa passa 
Muito delicada e quente... 
Deixando marcas de brasa 
A sombra de um mistério envolvente 
Parece ter vindo de outro planeta, 
ou algum lugar assim... Bem diferente 
Que deixa a mente de qualquer um intrigada 
Quem é ela? Que quando surge, até o tempo muda de cara? 
Não sei que tipo de ligação ela pode ter 
com o mundo fantástico de Nárnia... 
Sua presença é mágica! 
Uma grata surpresa... 
Tão pequena e graciosa 
Que às vezes até desconfio que não seja humana 
Talvez seja uma borboleta 
Ou quem sabe uma fada... 
E como é muito astuta, deve estar escondendo as suas asas... 
E não está errada, isto atrairia um bando de curiosos, 
iguais a mim... E acho, que não gostaria de ser importunada 
Típico, de criaturas encantadas... 
Seja lá como for... Apareça sempre! Mística... 
Com o sorriso cintilante e em suas várias formas fantásticas 
Sinto uma estranha alegria quando aparece 
Como se ela me fizesse, cócegas na alma. 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
48 
Poema limbico 
Ana Paula Borges 
 
São poucos esses tantos 
Navegantes no mar de sentimentos 
Náufragos, os pulmões cheios de amor, 
afogando-se no próprio pranto 
Parece que vivem em outra dimensão 
Será que são loucos ou santos? 
Que lugar é esse de onde saem 
E ninguém mais pisa? 
Que fome é esta, que não é de comida.. 
Que seriedade contrária, delinquente 
Debocham da sorte, esperando a morte 
Brincando com a vida 
Querem mais que tudo vá para o céu 
E o que sobrar, que desça para o inferno 
ficam em lugar nenhum, 
vagando pelo limbo dos seus corações 
Tornando insights, momentos de insanidade e solidão eternos 
Ao mesmo tempo que sentem demais 
Aparentam não se importar com nada 
Sei o que são... Doidos varridos! 
Intensos e sem tempo para tudo que não tem alma 
Eles não apenas existem, mas vivem 
De forma louca e descaradamente apaixonada. 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
49 
 
 
Ariane de Medeiros Pereira 
 
É uma vivente dos sertões do Seridó, do Estado do Rio Grande 
do Norte. Tem sua formação na área das ciências humanas, 
com especialidade nos discursos históricos dos sujeitos sociais. 
Mas, acredita que o dom da palavra e das emoções extrapola 
um recorte temporal. O enobrecimento da alma ganha 
contornos com a expressividade dos sentimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
50 
De tempos em tempos foi que me perdi 
Ariane de Medeiros Pereira 
 
E se eu deixar de existir hoje? 
Quantos amores deixaram de existir? 
Das almas tocadas e marcadas 
Por minha presença constante 
 
De todos que passaram, algumas nuanças ficaram 
Nesse mundo solene que não passa sem carícia 
Dos sim e não que esta vida me deu 
Quantos ainda estarão a lembrar 
 
Das tardes e conversas experimentadas 
Naqueles espaços de saudades 
Já não existe mais tempo 
Para um coração que se encontra despedaçado 
 
O tempo era seu inimigo 
Nesta longa jornada 
Que é a vida 
Que já não pode ser vivida! 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
51 
Tarde demais para recomeçar 
Ariane de Medeiros Pereira 
 
Os dias tornaram-se sombrios 
No mundo em que se vive de incertezas 
Não se sabe se o amanhã chegará 
Na desventura que tornou-se amar 
 
O coração é caminho que existe inverdades 
No jogo do contraponto, as razões não se rendem 
O sentimento perde veracidade 
E o raciocínio tende a perdurar 
 
Deixando de lado aquele corpo que gostaria de falar 
Já não existe mais tempo para uma vida 
 Que deseja gritar, o término parece chegar 
Para aquele que nunca soube o que era amar 
 
Passou pelos caminhos turbulentos 
Sem, contudo, saber perpetuar 
Aquele belo sentimento 
Que todos não pode passar, sem saber o que é amar! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
52 
 
 
Caroline Maura Souza Bruno (Srt.D) 
 
Nascida no dia 24-04-2002 em Salvador-BA, amante de 
música, poesia e tudo que encanta a alma. Em 2019 lançou 
com algumas colegas de classe e a ajuda de algumas 
professoras o livro de poesia - Versos e Reversos. Escreve 
desde os 11 anos de idade e escrever sempre lhe pareceu uma 
forma de escapar do mundo óbvio aos seus olhos. 
‘’Sou anjo e sou demônio. Sou prece dos deuses e profecia 
diabólica. Sou garoa fina e tempestade. Posso ser sol de verão, 
mas sempre raios e trovões’’. (Srt. D) 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
53 
Hoje eu fui fumar 
Caroline Maura Souza Bruno (Srt.D) 
 
Na primeira tragada te ouvi do meu peito gritar 
Tomei um gole de café e pude te reparar 
De longe perdida olhando a vida vaguear 
Hoje eu te vi nos muros pixados. Nos sorrisos acuados. 
Em cada esquina, em cada espaço, de todos os lados. 
Como quando fecho os olhos e te vejo aqui dentro 
Em todos os cantos desse pequeno aposento 
Imenso de tudo que é teu. 
 
Hoje quando me sentei no sofá 
reparei no lugar que guardei pra você. 
Comoquando me deito e reparo no lado que costumava te 
imaginar... Te idealizar... Te esculpir... 
Como artista plástico pintando nu um quadro sem moldes... 
Sem margens... Sem pincéis. 
Apenas, as mãos e as tintas. 
Só as cores e o artista... Só o breu e a imaginação. 
 
Do alto da minha casa hoje eu fui admirar as luzes da favela 
brilhar. 
Na madrugada, as mesmas luzes se apagarem. 
Como quando você diz boa noite e eu não sei se 
Você dormiu bem e pôde sonhar com a gente. 
Com vertente. Como carta e remetente 
Luz do luar. Sol. Solo. Solidão. Sombra e mar... 
 
Hoje eu ouvi um som. 
Pensei no tempo bom. 
Em quando você vem. 
Em quanto você me tem 
Quando vou te encontrar...? 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
54 
Liberdade de ser 
Caroline Maura Souza Bruno (Srt.D) 
 
Desinibida autoestima, que brilha e eu nunca vou me cansar de 
te comparar a tudo que reluz como ouro. 
 Nunca vou me cansar de me divertir no seu sorriso perigoso. 
Se eu pudesse te comparar a algo, seria com a noite. 
 Cheio de mistérios, brisa ardente e prazerosa, que desce quente 
como wisk na primeira dose. 
Claro para quem gosta de destilado é fácil. 
Pra quem não gosta, engole quase que engasgado porque você 
é um desaforo viril de beleza e postura. 
 
Para quem se apaixona por você já sei que vai escutar todas as 
músicas que falam em partida, já que o seu coração é como 
"um quarto de hotel, você pode passar a noite e ver o céu, mas 
nunca se sentir em casa. 
Vai amanhecer numa cama vazia e cheia de porquês..." 
Não posso te dedicar um som romântico. 
Aqueles que falam de amores únicos que deram certo. 
Já que você merece muito mais que só amor. 
Com você não é sobre o amor, é sobre a liberdade de ser quem 
você é. 
Nesse seu oceano ainda vai nadar muitos peixes. 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
55 
 
 
Carlos Henrique Soares Barboza 
 
Rick Soares é natural e residente em Recife/PE, 32 anos, pai 
de três filhos: Letícia, Laura e Filipe. Sempre estudou em 
escola pública onde tem a formação básica. Considera-se um 
aspirante a poeta e começou a publicar seus poemas no site 
Recanto das Letras em 2014 quando surgiu o apreço pela 
escrita. Passou um tempo sem escrever enquanto se dedicava a 
outras coisas> Em 2019 voltou a escrever e publicar seus 
versos em seu perfil do Instagram @rick.so.ares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
56 
Saudade 
Rick Soares 
 
Hoje não a vi, não a escutei. 
Hoje não vieste. 
E o vazio que agora me toma 
é grande por sentir tua falta. 
 
Já não compreendo minha satisfação 
diante da solidão e da saudade 
que agora me preenche, 
 
Porque já é certo que minha respiração 
se esvanece sem tua presença. 
E o que impulsiona meu coração 
é tua voz trazendo-me a certeza 
de que ela é meu real combustível. 
 
Agora percebo o quão longe de mim estou. 
Agora percebo que não há mais volta! 
Agora percebo o quanto alimentei 
o eco de meus sentimentos! 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
57 
Minha poesia 
Rick Soares 
 
Diria eu o motivo de minhas escritas? 
Indago-me tal relevo das tintas. 
Anteversos, pós-versos em frenesi. 
Negando as palavras mudas, agora, 
Eu escrevo, pois me deixou a poesia. 
 
Se antes não escrevia, 
Um só verso não fazia. 
Era completa a alegria. 
Lamentar o acabado, 
Lamúrias e nostalgia 
Em versos, tudo o que queria 
Não escrevia enquanto tinha a poesia. 
 
Nas entrelinhas me refaço 
Em pautas, espaços e alquimia. 
Os versos que estavam ao meu lado 
Que compunham minha vida em sintonia 
E agora, por que já não escrevia? 
Ao meu lado sempre esteve quem bastava 
Vejo agora quem me é a poesia 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
58 
 
 
 
 
 
Charlan Fialho 
 
É um autor brasileiro que se destaca pela poética incisiva dos 
versos escritos em linguagem nostálgica e subjetiva. 
Conhecido como anjo poeta do amor, publicou seu primeiro 
livro de poesia: Poemas & vinho, em 2018. Organizador de 
diversas coletâneas literárias. Natural de Piaçabuçu, AL, filho 
de Cristina Francisca Miranda Fialho e José Hélio dos Santos. 
Foi homenageado no VII SARAU “Pedacinhos do Nordeste”, 
realizado na cidade de Capela, SE. Membro da União 
Brasileira de Escritores - UBE - Núcleo Arapiraca, AL; 
Membro da Academia Luso-Brasileira de Artes e Poesias 
(ALBAP). Instagram: @charlan_fialho 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
59 
Quero apenas sete coisas 
Charlan Fialho 
 
Quero apenas sete coisas… 
Primeiro é a primavera florida 
A segunda é ver a borboleta transparente 
A terceira é assistir a um gol de placa 
do Vasco no Maraca 
Em quarto lugar, vibrar de emoção 
A quinta coisa são teus seios garbosos 
Não quero deitar sem teu cheiro. 
Não quero viver… sem que me ames. 
Desisto das coisas boas da vida 
Para que sejas completamente minha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
60 
Eu te amo 
Charlan Fialho 
 
Eu te amo, digo mil vezes e quantas vezes preciso for. 
Eu digo que te amo, por amar-te de verdade. 
Eu te amo se o coração afogar, magoar, vegetar, apagar, 
desesperar... 
Se o acento do coração faltar, se a montanha desmoronar. 
Eu te amo; a morte vai ter que escutar, o cego passar a enxergar 
e as montanhas transportarem-se 
O que eu sinto não explico. 
Eu te amo sem motivos 
É o que sinto sem afadigar-me 
Eu te amo. 
Pode alguém duvidar, queixar-se por eu gostar, assombrar-se. 
Mas o coração sempre acenará 
Balançarei a bandeira da paixão 
Sem evitar a inquietação que sinto por ti 
Gritar, bradar, clamar, espernear! 
Mas continuarei a dizer-te que te amo 
e o infinito terá de suportar o som do meu alarido 
Posso até chegar a cantar baixinho 
Mas a canção será ouvida. dir-te-ei te amo, te amo, sempre te 
amarei 
Porque o bordão se espalhará pelos quatro cantos dos céus e 
minha alma intrépida suplicará o sentimento que o tempo 
nunca poderá apagar; nem a morte jogar no fundo do mar. 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
61 
 
 
 
 
 
Cid Teixeira 
 
É natural de São Paulo, nascido em 20 de janeiro de 
1986.Aprendeu ler e a escrever muito cedo e aos doze anos, ele 
começou a escrever várias poesias que no decorrer dos anos 
transformaram-se em livro intitulado de “À Flor da Pele e 
Outras Poesias”. 
Escreveu seu primeiro romance aos treze anos “O Amor na 
Juventude”. Seguidos de outros livros como “O Reencontro”, 
“A Meretriz” e “Crônicas de um estudante”. 
Além de escritor, é militante político, professor, jornalista e 
empreendedor. 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
62 
Se houvesse um amanhã de antes 
Cid Teixeira 
 
Se houvesse o amanhã de outrora 
Meus olhos se ergueriam como olhos de águia 
Em busca de vindouros sentimentos 
Se houvesse um amanhã de antes. 
 
Quanto vazio se via nos olhos, 
Incansáveis dias de lutas sem glória 
Nos choros de lamúrias redundantes 
Se houvesse um amanhã de antes. 
 
Os fins de cada dia são intermináveis 
A busca ávida por dias triunfantes 
Se torna uma utopia solúvel 
Se houvesse um amanhã de antes... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
63 
Amei-te 
Cid Teixeira 
 
Amei-te com sentimentos puros 
Com todas as minhas forças existentes 
Amei-te nos momentos de apuros 
Para que, juntos, tornássemos resistentes. 
 
De fato, o amor é um deslumbramento 
Que aos poucos se esvai e perde o encanto.Tão igual como folha ao vento 
Que flutua, flutua sem ter direcionamento. 
 
Amei-te e amo-te em meio a tantos pesadelos 
Nas recordações saudosas intermináveis 
Lembranças dos meus dedos nos seus cabelos 
Quantas lembranças, meus ais memoráveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
64 
 
 
Cláudia Eça Maciel 
 
Escritora e Poeta, descendente do grande Escritor Eça de 
Queiroz e da família Silva, nasceu em Vitória da 
Conquista/BA; É Artista plástica com várias obras em 
Orlando/Flórida. Membro Acadêmico Vitalício do Núcleo 
Acadêmico de Letras e artes de Portugal N.A.L.A.P; 
Representante internacional da Academia Portuguesa de 
Letras entre outras; Outorgada com diversos Títulos 
Honoríficos entre os quais o de Embaixadora da paz; 
Ganhadora de diversos troféus e medalhas Nacionais e 
internacionais; Escreve para diversas Revistas sendo duas de 
maior Relevância Psiquê sobre psicologia e Cultive sobre 
Cultura; Escreve para vários jornais, sendo um online Jornal 
Ponto de Vista. Recebeu a Comenda e medalha sete 
Maravilhas do Mundo Moderno pela Federação Brasileira dos 
Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes. 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
65 
O meu amor 
Cláudia Eça Maciel 
 
O meu amor! 
Somos unidos pelos vínculos dos sentimentos. 
Caminhos que se cruzaram em meio a nossa dor 
O amor que reflete em minha alma não tem limites. 
E luz que abre o peito como se fosse um bisturi 
Deixando a caixa torácica aberta expondo o meu coração. 
Sangue e visto correndo nas veias, na cor azul 
Sem o oxigênio do amor. 
Descargas de adrenalina revigoram o coração já moribundo 
O amor dispara uma luz celestial que atinge o coração 
O amor é luz inabalável na sua trajetória 
E o calor da vida 
E luz nas nossas almas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
66 
Relato de um jovem 
Cláudia Eça Maciel 
 
Meu quarto minha armadilha! 
Minha armadilha para uma vida infeliz. 
Estou perdido e cansado, 
O céu está negro é a tarde tão fria, 
sinto tanta agonia neste meu coração. 
Minha mente em delírios em uma grande confusão. 
Não vejo o horizonte não tenho um caminho certo, 
Estou atirado ao deserto da minha solidão. 
Estou neste quarto trancado sem querer sair tenho medo das 
pessoas do barulho trazido pelo vento. 
Tenho um choro preso na garganta minha vida virou uma cruz 
pesada e dura 
Virou um tormento viver na escuridão do meu ser. 
Estou com a minha alma gélida 
Sinto os abutres comendo a minha carne já em putrefação 
Por favor alguém me estenda uma mão. 
Sinto o tempo passando tik tak, tik tak e eu nesta solidão 
constante será que ainda estou vivo? 
tenho fraqueza física e mental. 
Não quero comer e nem sair deste quarto 
Sinto tanta tristeza meu Deus... meu Deus... 
quero sair desta aflição. 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
67 
 
 
Claudia Florindo Corrêa 
 
Nascida em 10 de novembro de 1970, reside em Queimados- 
Baixada Fluminense - RJ. Formada em Professor Fundamental 
l. Há poucos anos despertou para a poesia. Com participações 
nas Antologias da Editora e Gráfica Futurama: "Emoções 
Poéticas IV" e "Inspiração em verso IV”. E na Editora 
Recanto das Letras: "I Antologia Poética do Recanto das 
Letras". 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
68 
Gosto amargo 
Claudia Florindo Corrêa 
 
Te conhecer foi ter o céu 
E noites de encantos estreladas 
Paixão alucinada de Orfeu 
Intensidade e volúpias desejadas 
 
Encantou com música e poesia 
Dizia todo instante que me amava 
Sentimento acabou antes do vinho... 
Na boca o gosto amargo da ironia. 
 
O relógio do tempo marcou: 
Rápido, como a luz de um raio. 
Sentimento voraz de um lacaio 
No pé do ouvido jurou que amou 
 
Não houve tempo para cumprir 
E restou apenas a promessa 
O céu estrelado se apagou 
Na hora do prazer sem pressa 
 
Sobraram os sonhos desse romance 
A conversa olho no olho adiada 
Os planos ficaram fora de alcance 
E a certeza apenas de ter sido ludibriada. 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
69 
O canto do Sabiá 
Claudia Florindo Corrêa 
 
O sábio sabiá com seu assovio 
Seu canto viajava pelo vento... 
E quem ouvia, chorava o seu lamento 
E as lágrimas escorriam feito rio 
 
Molhavam o rosto do cantador 
Que junto do sabiá, cantava sua dor 
Era uma sinfonia de melancolia 
De saudade de sua amada, esmorecia! 
 
Caído no canto, mergulhado no pranto 
Sofria calado na agonia de um sábio 
E sabia que nada podia fazer retornar... 
A vida corre ligeira, apenas um sopro 
 
Todavia, quando ouvia o eco do assovio 
Por entre as árvores lá do monte 
No seu peito crescia a esperança 
E um sorriso nascia no semblante 
 
Exausto e já sem forças para cantar 
Vislumbra a tela da espiritualidade 
E sonha com seu amor a te esperar 
Sua alma, já livre, voa para eternidade. 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
70 
 
 
 
Consuelo Pagani 
 
Poetisa e escritora de livros infantojuvenis. Ganhou título de 
Mini Escritora 70, aos 10 anos de idade. Semifinalista no 
Concurso Internacional Pena de Ouro. Autora do livro 
infantojuvenil A Viagem da Gotinha, premiado pela Secr. de 
Cultura de Vitória/ES. Participa de mais de 20 Antologias 
entre 2020/21. Pretende publicar em 2021 seu primeiro livro 
solo de poesias, bem como três livros infantojuvenis, já 
escritos. Membro da AILAP-Academia Int. de Literatura e 
Artes Poetas Além do Tempo e da ACL – Academia 
Cruzeirense de Letras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
71 
Como poderei sorrir? 
Consuelo Pagani 
 
Como posso ser feliz? 
E me exultar, em flores 
Se o mundo se abre, em dores 
Com tanto irmão a partir? 
 
Sem sequer se despedir 
De sua gente querida!... 
Com tantas vidas perdidas, 
Como poderei sorrir? 
 
Todo dia, triste lida 
Esperanças destruídas 
Tantas famílias partidas 
Minh’ alma se põe a chorar...! 
 
Ver meus amigos sofrendo 
Os sonhos se arrefecendo 
Corações, a desabar... 
O medo rondando os lares 
Incerteza nos olhares 
Dúvida em todo lugar 
 
Quando será que iremos 
A esse vírus vencer? 
 
Meu Deus, não nos deixe sozinhos 
Perdidos em alto mar! 
Precisamos de alento 
E saber que a paz reinará 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
72 
 
Precisamos de Tua luz 
Oh mestre e amigo Jesus 
P’ra salvar a Humanidade 
Que sofre, à unanimidade 
Perante está triste sina 
E dura calamidade! 
 
Volve Teus olhos, oh Deus 
E envie aos filhos Teus 
A luz de cura ao mundo 
P’ra iluminar este breu 
Em que vive a Humanidade! 
 
P’ra que o Amor seja o Norte 
Vindo a vencer a morte 
E que este sofrido mundo 
Volte a ter serenidade! 
 
Paz, união entre os Homens 
Valorando a Liberdade! 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
73 
 
 
Danielle Lopes 
 
Professora de Língua Portuguesa, pedagoga e contadora de 
histórias em formação. Doutora em Literatura. Coautora em 
diversas antologias e membro da AIML e da AALIBB. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
74 
O que a vida me ensinou 
Danielle Lopes 
 
Eu entendi que a vida 
pode começar numa breve despedida. 
Não acredita? 
Vai, então, seu medo encarar 
com a mudança de um quase morte 
prestes a chegar. 
 
Eu não me confundi. 
No meu discernimento eu senti 
que, para alguns, não era tanto assim. 
Que para outros,eu tinha culpa, sim! 
 
No que eu ouvia custei a acreditar. 
É duro algumas sutilezas encarar. 
Você é substituível, sempre será! 
Quer direitos?! 
“Que se dane pra lá!” 
 
E eu no breu, me vi entrar. 
Estava fraco e cego para tudo aquilo suportar. 
Tudo o que diante de mim era impossível aceitar. 
Uma sociedade fétida o mal veio me mostrar. 
 
Minhas feridas viriam ela, anos depois, salgar. 
Minhas dores, mais tarde, viria ela beijar. 
E no que eu imaginava ser minha própria vida, 
Viria ela a dilacerar. 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
75 
Virada do tempo 
Danielle Lopes 
 
A vida nas costas eu carregava. 
Com meu trabalho inutilmente 
me enganava. 
Enquanto a rotina me martirizava 
eu vivia num sonho desatinado 
que nunca chegava. 
 
Um dia o cansaço me pegou de jeito. 
Neguei meu esfarelamento, 
ocultei meus fragmentos. 
Minha alma adoeceu, 
abriu-se vazio perfeito 
dentro do peito. 
 
Era uma sensação oxidante, 
proliferando de um íntimo a se dilacerar. 
Vi em meus olhos um sangue transbordante. 
E, eu, agonizante, 
essa vida degradante até pensei abandonar. 
 
Foi na virada do tempo 
que decidi minhas feridas fechar. 
Mergulhei em minhas entranhas, 
mergulhei num eterno ressuscitar. 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
76 
 
 
 
 
 
 
Denílson Souza 
 
O Poeta baiano de Santa Brígida, é Escritor e Professor da Rede 
Municipal de Paulo Afonso-BA. Participante de concursos literários 
e de várias Antologias nacionais e internacionais. É organizador da 
Academia Estudantil de Paulo Afonso e do Projeto 300 Vozes. 
Membro da União Brasileira de Escritores (UBE), Academia 
Arapiraquense de Letras e Artes (ACALA), Academia Internacional 
de Literatura Brasileira (AILB) e da Academia Santabrigidense de 
Letras e Artes (ASLA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
77 
Dor e desejo 
Denílson Souza 
 
Em meio à dor e ao destroço deixado 
Perdida, sem o amado, enfraquecida 
Sou toda aborrecida sem o invejado 
Culpa minha perder tudo, desguarnecida 
 
Emerge uma solitária, sem o respeitado 
Sem esperança, sem ar, enternecida 
Atropelada pelos laços do comovido 
Desejos quentes aliados numa só vida 
 
Sentimento forte, toque muito agitado 
Pensativa, cheia de desejos, mas vencida 
Total desalento, dor, angústia, é sofrido 
Sorriso triste, pois queria ser “a querida” 
 
Queria acordar com ele do meu lado 
Que é luz, é a razão da minha vida 
Desfrutar bem daquele amor embalado 
Daquela onda toda arrepiante, atrevida 
 
Assim, se agora é sonho decretado 
Aquela luz intensa, minha sobrevida 
Meu raio de sol, descontar o atrasado 
Se não for meu, que seja amizade colorida. 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
78 
A quinta acordou 
Denílson Souza 
 
I 
queria afeto 
paixão, alegria 
toda reciprocidade 
só restou 
 melancolia 
 
II 
sem conhecer 
estudei relação 
fui enganada 
só sobrou 
 solidão 
 
III 
aqueci demais 
esperava apoio, 
entrega, união... 
restou saudade, 
 joio 
 
 
 
 
 
IV 
joguei bem 
fogo ardente 
todo amor 
total ápice 
 quente 
 
V 
agora acordei 
consegui resposta 
sou valorizada 
nem adianta 
 aposta 
 
 
 
 
 
 
 
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 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
79 
 
 
Eclair Dittrich Cavalcanti 
 
Nasci em 15 de janeiro de 1972 na cidade de Curitiba capital 
do Paraná. Das mãos de uma habilidosa parteira, à moda 
antiga, fui parar no colo de meu pai Pastor Lauro Dittrich que 
todo faceiro com seus olhos castanhos brilhando, aconchegou-
me ao peito amoroso de minha mãe Professora Aloma Regina 
Dittrich. Um lindo e ensolarado dia para nascer a segunda dos 
treze filhos deste abençoado casal. Ficou assim registrada a 
primeira página do livro ECLAIR DITTRICH. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antologia Taverna Poética: 
 Entre o Vinho Byroniano e o Ultrarromantismo Moderno 
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Madrugadas 
Eclair Dittrich Cavalcanti 
 
Lá pelas tantas 
Cansada da correria toda 
Na velha poltrona da sala gelada 
Em silencio pensava... 
 
Lembrando das conversas 
Gostosas e sem pressa 
Assuntos vários, as vezes profundos 
Distantes...do resto do mundo. 
 
Fugindo, 
Está claro 
Que é o certo!!! 
Não tem jeito.... 
 
Duas vidas, (in)vividas 
Almas divididas 
Coibidas pelas 
Convenções incutidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Despir da alma 
Eclair Dittrich Cavalcanti 
 
Me traz imensa paz versar 
Vocábulos e fonemas fleumáticos 
No tic-taquear compassado, suave 
Da brisa mansa ao alvorecer. 
 
Silencia meus temores 
Ouvir o cantarolar d'alma 
No som azul marolas 
Das manhãs ociosas de verão. 
 
Suplanta as agruras tempestivas 
Do conturbado viver diário 
Poemar a felicidade aquarelada 
Em tom vibrante curativo. 
 
Entesoura no meu, eternizar 
Nas páginas do teu coração 
em pena e tinteiro cor paixão, 
A arte do poetizar sem intenção. 
 
 
 
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Eunice de Souza Almeida 
 
Pseudônimo: Nice Veloso. 
Sou nordestina, baiana, moro em Salvador desde meus 12 
anos… sou um misto de tristeza e alegria… 
Se tentei, vivi! Vida é poesia! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Flores e gestos. 
Eunice de Souza Almeida 
 
Me sinto como um navio ferido! 
Cruzando os mares, os rios! 
Levada ao vento sem rumo certo! 
A perambular, flores e gestos. 
No vazio de mim sinto uma luz 
Este amor é mesmo infinito! 
A deslizar em mim 
Como se fosse um rio! 
Tão pouco tempo faz 
Contudo, é grande demais! 
Me sinto feliz 
É todo meu desejo 
É segredo que me causa medo! 
Quero sentir o teu cheiro! 
O sabor do teu beijo 
Soluçar de prazer 
Este olhar carinhoso, tão tímido 
O (deixa), manhoso, me faz delirar! 
Esse menino vindo do rio, do sol: 
Das estrelas do mar 
Eu não sei de onde veio! 
Nem sei donde vai! 
Quero me debruçar em teu corpo! 
Eu te quero demais! 
Quero dar todo néctar do meu amor! 
Quero estar com você seja aonde for! 
Este amor é tão lindo! 
Aqui dentro me diz: 
Que vou ser feliz! 
 
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 Sonhos alados 
Eunice de Souza Almeida 
 
Não posso esquecer 
Do teu sorriso! 
Nas noites de luar 
Tive o céu como abrigo! 
Minha alma flutua 
Com os doces sonhos 
Alados 
Vindos do mar! 
Noites crispadas 
De sonhos e desejos 
Aquecem meu peito 
Que de saudade 
Anda desfeito 
De mim e você 
Sob o brilho das estrelas 
— Navegar! 
Das mais loucas lembranças 
Suspiros e ventos 
A me recordar 
À luz dos teus olhos: 
Espraiando na areia 
Meus sonhos de mar! 
 
 
 
 
 
 
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Felipe Henrique Barbosa 
 
Felipe Henrique Barbosa F. da Silva nascido em 23/12/2003. 
Filho de Fábio Hermano e Vilânia Maria, sou estudante da 3° 
série do Ensino Médio da ECIT Adilina de Souza Diniz, 
localizada na cidade de Diamante - Paraíba. Gosta de música 
e descobriu o prazer pela leitura, incentivado pela professora 
de Língua Portuguesa, Francerly Moreira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sentimentos 
Felipe Henrique Barbosa 
 
Em sua face resplandecente 
Suas cores são ardentes 
No trágico e sombrio 
Aparecem os calafrios 
 
No sentimento indecifrável 
Um coração enigmático 
Refletindo com amor 
Juntando

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