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Thais Alves Fagundes ESPECTRO DE AÇÃO E USO CLÍNICO DE ATB CASO CLÍNICO 1 Infecção do trato urinário: • Etiologia: o Escherichia coli (90%) • Diagnóstico: o Cistite em mulheres: ▪ Clínico: quadro agudo com características de infecção do trato urinário baixa. ▪ Não necessita cultura ou exames. o Cistite em homens: necessita cultura ou exames. • Conduta: o Iniciar tratamento e reavaliar em 3 dias. ▪ Sulfa + trimetoprim ▪ Nitrofurantoína ▪ Fosfomicina ▪ Amoxi-clavulanato ▪ Quinolonas (mais em pielonefrite) o Infecções de repetição: ▪ Solicitar cultura e exames. ▪ Avaliar profilaxia (nitrofurantoína ou sulfa + trimetoprim) Thais Alves Fagundes EVOLUÇÃO DO CASO CLÍNICO 1 Prostatite/epididimite: • Etiologia: o E. coli o Na suspeita de DST considerar: N. gonorrhoeae (ceftriaxona) e C. Trachomatis (azitromicina). • Tratamento: o Quinolonas (se sensibilidade > 90%) o Sulfa + trimetoprim Pielonefrite: • Conduta: o Solicitar cultura. o Iniciar tratamento (VO ou EV) de acordo com gravidade e risco. ▪ Tempo = 7 dias ▪ Avaliar gravidade, quadro clínico, risco para germes multirresistentes. • EV: o Cefalosporina 3ª (ceftriaxona) o Aminoglicosídeo (amicacina, gentamicina) • VO: o Quinolonas o Sulfa + trimetoprim o Amoxi-clavulanato Uso de quinolonas: • Grau de resistência que quinolonas possuem na comunidade. • Reservar a utilidade das quinolonas na ausência de outras drogas para aquele tratamento, por alergia. • Efeitos adversos: tendinite, neuropatia periférica, cardiotoxidade, reações dermatológicas e de hipersensibilidade, hipoglicemia, efeitos neurológicos. Thais Alves Fagundes Bacteriúria assintomática: • Definição: o Crescimento de 1 microrganismo (>100.000UFC/ml) na urocultura, sem sintomas associados. • Conduta: o Não há necessidade de tratamento geralmente. o Tratamento: ▪ Pacientes que serão submetidos a procedimentos urológicos, por quebra da mucosa. ▪ Grávidas. ▪ Indicações duvidosas: • Neutropênicos • Pré-operatório com implante de corpo estranho, como próteses. PRINCIPAIS SÍTIOS DE INFECÇÃO E MO RELACIONADOS • Infecção do trato urinário: o Cistite e pielonefrite não complicados ▪ E. coli (75-95%) → G- ▪ Outras enterobactérias: Proteus, Klebsiela (infecções de repetição e hospitalares) ▪ Staphylococcus saprophyticus → G+ o Associada a sonda vesical de demora (SVD): ▪ Curta permanência → G- resistente? • E. coli (30%) • Outras enterobactérias: Serratia, Klebsiela, Enterobacter, Citrobacter • Pseudomonas aeruginosa • Cocos G+ (SCN e Enterococcus) ▪ Longa permanência → Polimicrobiana • G+ • G- Thais Alves Fagundes CASO CLÍNICO 2 Infecções das vias aéreas superiores: Etiologia: • Virais • Streptoccocos pneumoniae (pneumococo) → G+ • Haemofilus influenzae → G- • Moraxella catarrhalis → G- Infecções mais comuns: rinofaringite aguda, sinusite, faringoamigdalite estreptocócica, otite média aguda Tratamento específico: • Rinofaringite aguda: sintomáticos e orientar sinais de complicação bacteriana. • Sinusite: o Amoxicilina: streptoccocos pneumoniae. o Amoxi-clavulanato: amplia para anaeróbicos e pneumococos resistentes. o Cefalosporinas de segunda geração: gram + o Quinolonas: amplo espectro • Faringoamigdalite estreptocócica: o Amoxicilina o Penicilina G benzatina: evita complicação – febre reumática o Azitromicina: atípicas. Há grande resistência por uso indiscriminado. o Amoxi-clavulanato. • Otite média aguda: o Amoxicilina; Amoxi-clavulanato; Cefalosporinas de segunda geração; Azitromicina. PRINCIPAIS SÍTIOS DE INFECÇÃO E MO RELACIONADOS • Faringite → G+ o Streptococcus pyogenes (β hemolítico Grupo A): 10-15% adultos e 15-30% crianças o Haemofilus influenza, Mycoplasma, Clamydia, Corynebacterium o Vírus (25-45%) • Otite → G+ e G- o Streptococcus pneumoniae (28%) o Haemofilus influenza (25%) • Sinusite → G+ e G- o Streptococcus pneumoniae (41%) o Haemofilus influenza (35%) o Moraxella catarrhallis (7%) Thais Alves Fagundes CASO CLÍNICO 3 Pneumonia adquirida na comunidade: Apresentação clínica: • Surgimento agudo de sinais e sintomas clínicos: o Tosse associada à expectoração o Dispneia ou dor torácica o Febre o Alterações do exame físico. • Achados radiológicos: o Opacidade o Cavitação o Novo infiltrado ▪ Consenso britânico não recomenda o RX na primeira abordagem como método diagnóstico. Etiologia: EVOLUÇÃO DO CASO CLÍNICO 2 Thais Alves Fagundes Avaliação clínica de prognóstico – CURB 65: • Confusão • Ureia > 50 mg/dl • Respiração ≥ 30/min • Pressão arterial (S < 90 mmHg e D ≤ 60 mmHg) • Idade ≥ 65 anos o Grupo 1 (0 ou 1): ambulatorial o Grupo 2 (2): internação o Grupo 3 (3 ou mais): internação, manejar como pneumonia grave. Fatores de gravidade a serem considerados para escolha do tratamento: • Doenças associadas • CURB-65 • Grau de oxigenação: o SpO2 < 90: indicar internação (dispneia também causa falência respiratória) o Radiografia de tórax • Avaliar fatores sociais e cognitivos, econômicos, acessibilidade da medicação e julgamento clínico. Diagnóstico: • Clínica • Exames complementares: o Hemograma, bioquímica, PCR, procalcitonina (quando disponível) o Gasometria arterial o Exames de imagem (radiografia ou TC de tórax). o Hemoculturas = baixo rendimento (avaliar em pacientes hospitalares) Tratamento: • Ambulatoriais: o Macrolídeos o Quinolonas respiratória o Macrolídeo + beta-lactâmico • Internados: o Beta-lactâmico + Macrolídeo o Quinolona respiratória Thais Alves Fagundes • Comorbidades: diabetes, cardiopatias, pneumopatias, hepatopatias, cânceres - associar medicamentos. • Duração: o Mínimo 5 dias. o Paciente estar estável ou afebril por, pelo menos, 48 a 72h, se persistência de sintomas após 5 dias. Situações especiais: • Risco aumentado de Pseudomonas aeruginosa: o Hospitalização recente. o Uso recente de ATB. o Doença pulmonar grave com FEV < 30%. o Uso prévio de corticoide oral, mais de 10mg/dia nas últimas duas semanas (dose imunossupressora). ▪ Cefalosporina de 4ª geração: amplia cobertura para G- e tem cobertura boa para G+ ▪ Cefalosporina de 3ª geração (cefazidina): cobre pseudomonas • Pneumonia aspirativa: anaeróbios de boca o Idosos. o Doenças neurológicas que provoquem distúrbios na deglutição. ▪ Clavulim • Alcoolismo: Klebsiela sp • Risco de pneumocistose o SIDA: HIV com CD4 < 200 ▪ Sulfa+trimetoprim • Coqueluche: o Azitromicina o Claritromicina o Eritromicina PRINCIPAIS SÍTIOS DE INFECÇÃO E MO RELACIONADOS • Pneumonia o Comunitária → G+ e Atípico ▪ Streptococcus pneumoniae ▪ Mycoplasma pneumoniae ▪ Haemophilus influenzae ▪ Chlamydophila pneumoniae ▪ Vírus respiratórios Thais Alves Fagundes CASO CLÍNICO 4 Diarreias infecciosas: Etiologia: Diagnóstico: • Clínico-epidemiológico: o Ocorrência de três ou mais evacuações por dia, com a presença de fezes líquidas ou pastosas. • Laboratorial: o Leucócitos no exame das fezes. o Elevação do título de proteína C reativa e/ou velocidade de hemossedimentação. o Coprocultura. o EPF para parasitoses. o Métodos moleculares para vírus (não utilizado rotineiramente). Classificação: • Pode ser: inflamatória ou não inflamatória. • Diarreia inflamatória: o Frequentes evacuações de pequeno volume de fezes com sangue. o Pode ser acompanhada por tenesmo, febre e dor abdominal importante. ▪ CMV ▪ Entamoeba histolytica ▪ Bactérias com produção de citotoxina: • E. coli enterohemorrágica 0157:H5 • Vibrio parahaemolyticus • Clostridium difficile ▪ Com invasão de mucosa: Shigella, Campylobacter jejunis, Salmonella, E. colienteroinvasiva, Aeromonas, Plesiomonas, Yersinia enterocolítica, Clamydia, Neisseriagonorrhaeae, Listeria monocytogenes Thais Alves Fagundes • Diarreia aquosa não inflamatória: o Grande perda de água que pode levar rapidamente a desidratação. o Ação dos patógenos autolimitada e não requer tratamento com antibióticos. o Principais agentes: ▪ Agentes virais ▪ E. coli enteropatogênica (ECEP) ▪ E. coli enterotoxigênica (ECET) Tratamento: • Sintomático e suportivo. • Indicações de antimicrobianos: observar critérios de gravidade. o Febre acima de 38.5°C. o Desidratação consequente a diarreia aquosa profusa. o Disenteria ou diarreia sanguinolenta. o Ocorrência de mais de seis evacuações/24h. o Diarreia com mais de 72 horas de duração. o Dor abdominal importante. o Idoso. o Deficiência imunológica como ocorre em câncer, transplante e AIDS. • Antimicrobianos: o Quinolonas: ciprofloxacino o Azitromicina o Metronidazol para Giardia (por 5 dias ou secnidazol dose única), ameba (10 dias), Clostridium. o Nitazoxanida (não tem no sus). Thais Alves Fagundes CASO CLÍNICO 5 Infecções de pele e partes moles: Classificação de acordo com a profundidade de pele acometida: impetigo, foliculite, erisipela, celulite, fascite Epidemiologia: • Prevalência em homens (60 a 70% dos casos) • Idade: 45 aos 64 anos de idade Fatores de risco: • Doença de base • Idade avançada • Imunodepressão • Insuficiência renal, hepática ou vascular (principalmente linfática e venosa) • Neuropatias • Obesidade Etiologia: • Gram positivos: o Staphylococcus epidermidis o Corynebacterium species o Staphylococcus aureus (lembrar do aumento do CA-MRSA) o Streptococcus pyogenes • Situações especiais → G+ e G- e anaeróbicos o Pé diabético o Mordeduras o Usuários de drogas o Internação/uso recente de antimicrobiano o Imunossupressão ▪ Clavulim Thais Alves Fagundes Diagnóstico: • Clínico: o Sintoma que aumenta a suspeita de IPPML é a presença de febre. • Exames de imagem servem para avaliar extensão da lesão e osteomielite. • Não coletar swabs, contaminação própria do swab (fazer aspirado profundo da secreção ou coletar tecido profundo da lesão, se necessário). • Internação: o Avaliar gravidade o Doenças de base o Sinais de sepse
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