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GESTÃO DE RISCOS E A SUSTENTABILIDADE EM ORGÃOS PÚBLICOS

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GESTÃO DE RISCOS E A 
SUSTENTABILIDADE EM ORGÃOS 
PÚBLICOS 
 
 
Paula Fernanda Mello Lage de Souza 
(LATEC/UFF) 
 
 
 
Resumo 
Atualmente fala-se muito em meio ambiente, preservação ambiental, 
responsabilidade do setor público frente às questões ambientais. No 
entanto, não se comenta sobre os riscos em relação à sustentabilidade, 
ou seja, sobre os riscos que sofre o meio em que vivemos, mesmo 
diante dessa responsabilidade Pública. Para tanto, este estudo tende a 
tratar do fator “risco” evidenciando a responsabilidade ambiental do 
Estado frente ao desenvolvimento sustentável e aos riscos ambientais 
nos dias atuais. 
 
Palavras-chaves: Setor Público; Meio Ambiente; Sustentabilidade 
12 e 13 de agosto de 2011 
 
ISSN 1984-9354 
 
 
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 
12 e 13 de agosto de 2011 
 
 
 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Dificilmente nos dias atuais, conseguimos passar de 30 dias sem notícias 
trágicas relacionados à fúria do meio ambiente. Em consequência, ouvimos críticas 
em relação à responsabilidade do Estado frente aos danos ambientais que 
atualmente, tiram bens e vidas de muitas pessoas no Brasil. 
Ao se tratar de desenvolvimento sustentável, em estudos acadêmicos, é 
comum vermos leis e normativas destacadas sobre o comprometimento do Estado 
com o Meio Ambiente; no entanto, na prática, esta sendo quase impossível para o 
setor público, exercer certo comprometimento, especialmente no que tange à gestão 
de riscos ambientais no País. 
O risco para sustentabilidade, portanto, está crescente a cada dia, 
transformando a necessidade de o Estado realizar ações preventivas ao meio e, 
consequentemente, atribuindo-lhe mais responsabilidades em relação à prevenção. 
Nesse aspecto, identificar os riscos é fundamental. Por esse motivo, este 
estudo vem tratar dos riscos, da sustentabilidade e do meio ambiente, como fatores 
imprescindíveis para as ações atuais do setor público. 
 
2 RISCO E SUSTENTABILIDADE 
 
2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 
A legislação ambiental brasileira apresenta o conceito de desenvolvimento 
sustentável na Lei 6.938/81 – Política Nacional de Meio Ambiente, a qual em seu art. 
2º, dispõe: 
“A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando 
 
 
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3 
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos 
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana”. 
 
E, no art. 4º: “A Política Nacional do Meio Ambiente visará: I – à 
compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da 
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico.” 
Na Constituição Federal de 1988, artigos 170 e 225, descreve-se o conceito 
de desenvolvimento sustentável, referido pela Lei 6.938/81. Na Carta Magna, o 
artigo 170 está inserido no capítulo que se refere à Ordem Econômica e Financeira e 
o artigo 225, no capítulo referente ao Meio Ambiente; porém, ambos estão 
direcionados ao desenvolvimento econômico e social desde que observada à 
preservação e defesa do meio ambiente para as gerações presentes e futuras. 
Através desses conceitos, pode-se perceber que o desenvolvimento 
sustentável é formado pelo tripé, conforme figura abaixo: 
 
 
Figura 1 – Tripé do desenvolvimento sustentável 
Fonte: Paula Fernanda Mello Lage de Souza (2011) 
 
Isto que significa que se busca o desenvolvimento econômico, social e, 
conjuntamente, o desenvolvimento ambiental, com foco na defesa e proteção 
ambiental. 
 
Desenvolvimento 
Sustentável 
 
Setor 
Econômico 
 
Setor 
Social 
 
Setor 
Ambiental 
 
 
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4 
Esses três fatores genéricos são especificamente formados pela dignidade 
da pessoa humana, livre iniciativa, direito de propriedade, direito ao trabalho, à 
saúde, ao lazer, à educação, enfim aos Direitos Individuais, Coletivos e Sociais 
elencados nos artigos 5º e 6º da Carta Magna. 
Fiorillo e Diaféria (1999 p. 31) salientam que o princípio do desenvolvimento 
sustentável tem por conteúdo a manutenção das bases vitais da produção e 
reprodução do homem e de suas atividades, garantindo igualmente uma relação 
satisfatória entre os homens e destes, com o seu ambiente, para que as futuras 
gerações também tenham oportunidade de desfrutar os mesmos recursos que temos 
hoje à nossa disposição. 
 
2.2 GESTÃO AMBIENTAL E GESTÃO DE RISCOS 
 
A gestão ambiental (GA) é considerada uma prática de mobilização das 
empresas para se adequar a promoção do meio ambiente ecologicamente 
equilibrado. 
Através da gestão ambiental as empresas públicas ou privadas, utilizam 
técnicas de prevenção do meio ambiente, bem como, buscam a melhoria constante 
de seus produtos, serviços e ambiente de trabalho, considerando a ecologia e as 
práticas ambientais corretas. 
Essa prática, apesar de parecer “estratégica”, vai além dos estímulos à 
qualidade ambiental, possibilitando redução de custos diretos, relacionados aos 
desperdícios de água, energia e matéria-prima e também à redução dos custos 
indiretos e indenizações por danos ambientais ou outros dispêndios envolvendo o 
meio ambiente. 
No entanto, a gestão ambiental nas empresas deve-se considerar 
juntamente com a gestão de riscos que, para Zeno (2007, p. 18), uma vez que as 
empresas estão expostas a diversos riscos, e que estes podem ser medidos ou 
avaliados, cabe a cada empresa definir quantos riscos está disposta a aceitar em 
 
 
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5 
troca de uma determinada recompensa ou retorno. Desta forma, percebe-se que 
administrar riscos é uma necessidade para qualquer empresa. 
Da mesma forma que os riscos podem ser vistos pelo lado positivo, são 
vários os momentos em que eles são avaliados negativos. Não são poucas as 
notícias de empresas, que foram à falência, devido à sua má gestão. Com isso, 
pode-se perceber que os riscos podem ser bons ou ruins, dependendo do modo 
como eles são gerenciados. 
Duarte Júnior (2003, p.4), por exemplo, argumenta que, apesar de não ser 
um conceito novo, o risco só assumiu posição de destaque recentemente, por causa 
de acontecimentos como colapsos, socorros emergenciais e disputas judiciais 
relacionados a grandes corporações como Barings Bank, Procter&Gamble, Bankers 
Trust, Orange County, Metallgesellschaft, Long Term Capital Management, dentre 
outros. 
Vedpurishwar (2001, p.47) comenta que o gerenciamento de risco tem sido o 
tópico favorito nas discussões atuais. Falências e grandes perdas recentes têm 
servido para destacar a importância da identificação e o tratamento efetivo dos 
riscos corporativos. 
E Cardozo (2005) destaca que fenômenos atuais como a globalização, a 
velocidade das inovações e das mudanças econômicas e regulatórias elevaram a 
cobrança por parte dos investidores e acionistas de uma maior pró-atividade das 
empresas na proteção contra falhas, fraudes ou situações que gerem algum efeito 
negativo para a organização. 
Dessta forma, percebe-se que as organizações convivem constantemente 
com os riscos e cabe a cada uma gerenciar, administrar, controlar, diagnosticar, 
enfim, decidir o que fará em cada situação que ocorrer. 
Quando algo dá errado, ou quando a empresa está pedindo socorro, é 
porque algo está inadequado no gerenciamento dos riscos e, não exatamente, 
porque os riscos são negativosou são os responsáveis por levar a organização a 
uma situação de insegurança e fracasso. 
 
 
 
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6 
2.3 RISCOS AMBIENTAIS 
 
 
A legislação considera Riscos Ambientais, os agentes químicos, físicos e 
biológicos existentes no meio, especialmente nas empresas, que podem causar 
danos ao meio ambiente e as pessoas. 
Especialmente, no que tange ao ambiente de trabalho, os riscos ambientais 
são os principais causadores de danos à saúde do trabalhador ou cidadão, incluindo 
à sua integridade física. 
Esses riscos ambientais podem ser divididos em: 
 
Riscos Físicos – causados por máquinas, equipamentos e pelas condições 
físicas do local de trabalho, que podem causar danos à saúde humana; 
 
Riscos Químicos – são substâncias químicas, podendo ser líquidas, gasosas 
ou sólidas, que podem causar reações tóxicas no organismo humano se absorvidas 
por ele; 
Riscos Biológicos – são causados por microorganismos invisíveis ao olhos 
humanos, vírus, fungos e bactérias, por exemplo, capazes de desencadear doenças 
em virtude da contaminação. 
 
Riscos Ergonômicos – geralmente acontecem quando o ambiente de 
trabalho não está preparado para que o funcionário exerça suas atividades com 
segurança e conforto. 
 
Riscos de Acidentes – acontecem em decorrência do uso de tecnologias 
impróprias que podem causar danos à integridade física do trabalhador. 
 
2.4 PRINCÍPIOS DO MEIO AMBIENTE 
 
Segundo Antunes (2002), princípio é aquele utilizado como alicerce ou 
fundamento do direito. É uma fonte secundáaria de aplicação do direito. Alguns 
princípios ambientais, considerados juridicamente, são: 
 
 
 
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7 
1. Princípio do Desenvolvimento Sustentável 
Pode-se dizer que o desenvolvimento sustentável está relacionado ao papel 
ativo do Estado, o qual está ligado diretamente aos valores ambientais, a proteção 
do meio ambiente e às situações de desenvolvimento que fazem parte de um 
interesse comum e necessário. 
Para Machado (2002), a busca insistente pelo ponto que dará equilíbrio 
entre o desenvolvimento e o crescimento está baseada na utilização dos recursos 
naturais, ao planejamento e à sustentabilidade. O que, segundo o autor, deve ter 
validade em todo território nacional e ser respeitado por todos os povos e 
sociedades, sem exceção. 
 
 
2. Princípio do Poluidor-Pagador 
Esse princípio foi tratado pela Constituição Federal em seu artigo 225 
parágrafo 3º que determina a sujeição dos poluidores, pessoas físicas ou jurídicas, 
às sanções penais e administrativas, independente da obrigação de reparar os 
danos causados, alcançando, assim, formas preventivas e repressivas. 
 
 
3. Princípio da Prevenção 
Esse princípio é tratado pelo artigo 225 da Constituição Federal, caput, o 
qual declara que é de responsabilidade do Poder Público da coletividade, o dever de 
proteger e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. 
De acordo com Machado (2002 p. 18): 
 
Regem cinco itens a aplicação do princípio da prevenção: 1) identificação e 
inventário das espécies animais e vegetais de um território, quanto à 
conservação da natureza e identificação e inventário das fontes contaminantes 
das águas e do mar, quanto ao controle da poluição; 2) identificação e 
inventário dos ecossistemas, com a elaboração de um mapa ecológico; 3) 
planejamento ambiental e econômico integrados; 4) ordenamento territorial 
ambiental para a valorização das áreas de acordo com sua aptidão e 5) estudo 
de impacto ambiental. 
 
 
 
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8 
Esse princípio, portanto, visa a imobilizar a atividade humana, a durabilidade 
da melhor qualidade de vida para gerações presente e futuras, exercendo um papel 
contínuo de cuidado com o meio ambiente, dando perpetuidade à natureza existente 
nos dias atuais. 
Assim, cabe ressaltar que é papel do Estado punir, através da aplicação da 
legislação, àqueles que não contribuírem com a prevenção do meio ambiente, 
causando-lhe qualquer dano. 
 
 
4. Princípio da Participação 
O artigo 225 da Constituição Federal, caput, destaca que é dever de toda a 
coletividade e do Poder Público atuar na defesa e proteção do meio ambiente. 
Apesar de não ter declarado, a participação é interpretativa a situação de que o 
“coletivo” se refere a participação da comunidade na responsabilidade de prevenção 
e proteção. 
Segundo Milaré (2005), esse princípio se baseia em duas condições 
complementares: a educação e a informação ambiental. 
A informação ambiental está prevista nos arts. 6º, § 3º e 10 da Lei 6.938/81 - 
Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), que também complementa o 
Direito Ambiental, considerado novo instrumento de tutela ambiental sendo previsto 
na CF, no seu arts. 225, § 1º, VI; 220 e 221, os quais englobam não só um direito à 
informação mas, também, direito a ser informado. 
A educação ambiental está prevista na CF, no art. 225, § 1º, VI, em que se 
destaca a necessidade da educação ambiental como forma de trazer a consciência 
ecológica ao povo, titular do direito ao meio ambiente, permitindo, então, a 
efetivação do princípio da participação em relação a esse direito. 
 
 
5. Princípio da Ubiquidade 
 
 
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9 
Evidencia-se nesse princípio a proteção do meio ambiente como sendo vida, 
considerando-se algo que depende de política, atuação, legislação e outros fatores 
que devem ser criados e desenvolvidos em prol da preservação e do zelo ambiental. 
De acordo com Antunes (2002) não existe possibilidade de pensar em vida 
ou qualidade de vida sem pensar em meio ambiente. O autor declara que não há 
possibilidade de o legislador ver o meio ambiente de modo restrito e dissociado da 
sociedade. 
Por esse motivo, o princípio de ubiquidade do meio ambiente vem do direito 
de viver, do desenvolvimento e crescimento dos seres vivos e humanos. 
 
2.5 RESPONSABILIDADE DO PODER PÚBLICO FRENTE ÀS QUESTÕES 
AMBIENTAIS E SUSTENTÁVEIS 
 
O direito ambiental, como ramo do direito público, se ocupa de princípios e 
normas que são destinados a impedir que destruições ou degradações sejam 
efetuadas na Natureza, especialmente, no que tange ao setor público, mas não se 
eximindo o setor e o direito privados. 
Na realidade, trata-se de um desmembramento do Direito Administrativo, 
que cobra um desempenho maior e um desenvolvimento crescente frente aos 
evidentes abusos predatórios ocasionados pelo aumento da população brasileira e, 
também, pelos avanços científicos e tecnológicos pelo qual passamos nos dias 
atuais. 
Dentro do contexto do Direito Ambiental, como ramo do direito público, 
evidenciam-se, principalmente, os seguintes pontos: 
I – preservação dos recursos naturais; 
II – controle da poluição; 
III – restauração dos elementos naturais destruídos; 
Lembrando aqui que, dentro do direito público, deve-se ainda observar a Lei 
7.347, de 24 de julho de 1985, que destaca a ação civil pública de responsabilidade 
em relação aos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e 
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
 
 
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10 
Não se deve esquecer, ainda, da Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981 que 
dispõe sobre a Política Nacional doMeio Ambiente, destacando a competência do 
Ministério Público em propor ação de responsabilidade civil e criminal por danos 
causados ao meio ambiente e da Lei 9.605/98, que se refere aos crimes contra o 
Meio Ambiente. 
De acordo com o artigo 225, § 1º, VII da Constituição Federal brasileira, 
“incumbe ao Poder Público proteger a flora e a fauna, vedadas, na forma da lei, as 
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção das 
espécies ou submetam os animais à crueldade”. 
Deste modo, pode-se observar que é dever público a prevenção e cuidado 
com a fauna brasileira, além de outros crimes que destacam a vida dos animais. Já, 
dentro do contexto de crimes contra a flora, é importante destacar o artigo 38 da Lei 
9.605/98, que regula os “crimes contra o meio ambiente”. 
No entanto, o que mais preocupa o direito ambiental no ramo público, é a 
vida humana, ou seja os riscos ambientais, como por exemplo, a poluição. O 
conceito de poluição já foi bastante criticado por entidades e até mesmo por órgãos 
públicos no passado, visto que muitas industrias cometem esse crime e mutias 
vezes deixam passar desapercebido pelo poder público, porque trazem beneficios 
financeiros para o Estado. 
Nessas condições a legislação através da Lei n. 6.938/81, em seu art. 3º 
inc. III define a poluição como a degradação da qualidade ambiental resultante de 
atividades que direta ou indiretamente: 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população; 
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos. 
A Lei ambiental brasileira 6.938/81, em seu art. 54 estabelece como crime de 
poluição “Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou 
 
 
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11 
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de 
animais ou a destruição significativa da flora”. 
 
(....) 
II – causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que 
momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à 
saúde da população; 
III – causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do 
abastecimento público de água de uma comunidade; 
IV – dificultar ou impedir o uso público das praias; 
V – ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou 
detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências 
estabelecidas em leis ou regulamentos: Pena – reclusão, de um a cinco anos. 
§3º - Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar 
de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de 
precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. 
Conforme Kirkby (2000), inicialmente o poder público e privado precisam 
conscientizar as empresas e estas automaticamente, em relação aos métodos e 
conceitos ambientais corretos, para que somente após, venha a fornecer seus 
produtos. O autor salienta que o marketing deve garantir a coerência da política 
ambiental organizacional, juntamente com toda equipe de trabalho, os fornecedores 
e os distribuidores, o que pode ser realizado através de programas especiais que 
demandem a conscientização, compreensão e execução por parte de todos os 
envolvidos. 
Desta forma, nota-se que a Lei trata da responsabilidade do setor público, 
procurando garantir a preservação e proteção do meio ambiente, especialmente no 
que se refere ao crime ambiental, tão problemático as questões ambientais 
atualmente. 
 
2.6 RESPONSABILIDADE AMBIENTAL 
 
Não somente o setor público, mas as empresas e toda a sociedade podem 
se envolver em projetos que defendam a prevenção ambiental e que concretizem 
uma real conscientização humana sobre os problemas naturais e o envolvimento do 
seres humanos nesses acontecimentos. 
 
 
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12 
Algumas dessas providências podem ser obtidas através de idéias, 
dispostas no 1º Seminário Brasileiro sobre Catástrofes Naturais e Antropogênicas 
realizado em dezembro de 2009, conforme se pode observar abaixo: 
(1) Reforçar a necessidade da educação ambiental e da conscientização 
com vistas à aplicação continuada de seus ensinamentos e conceitos pela 
sociedade. 
(2) Providenciar campanhas de orientação à população quanto aos riscos 
e inconvenientes da ocupação de áreas impróprias. 
(3) Mobilizar instituições de ensino, órgãos públicos e organizações 
privadas no sentido de que promovam estudos permanentes sobre catástrofes, 
inclusive no tocante a possíveis causas e mudanças climáticas. 
Mas mais do que isso, os seres humanos podem colaborar com atitudes 
próprias, dando ênfase à frase de que “se cada um fizer a sua parte, chegará um 
momento em que todos estarão unidos na conquista do objetivo”. 
As empresas precisam adaptar-se a gestão ambiental, prevista na legislação 
brasileira, não apenas por interesses lucrativos ou por “obrigação”, mas por 
interesses próprios com a própria organização, a sociedade e o meio ambiente. 
 
“Constituição Federal - Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para presentes e futuras gerações.” 
 
Atualmente, as empresas dos grandes centros podem contar com o apoio 
da PGA – Programa de Gestão Ambiental, que está implementando ações de 
sucesso e de auxilio ao meio ambiente. 
 
“Os termos administração, gestão do meio ambiente, ou simplesmente gestão 
ambiental serão aqui entendidos como as diretrizes e as atividades 
administrativas e operacionais, tais como, planejamento, direção, controle, 
alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos 
positivos sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou eliminando os danos ou 
problemas causados pelas ações humanas, quer evitando que eles surjam.
1
” 
 
1
 BRASIL. Comissão Especial Destinada a Apreciar e Proferir Parecer ao PL 203/91 e seus Apensos: 
Política Nacional de Resíduos. Submenda substitutiva global preliminar. 2004. Disponível em: 
 
 
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O meio ambiente está diretamente ligado às pessoas e ao seu bem estar. 
De nada adianta cuidar das pessoas e esquecer o meio em que elas vivem. É do 
meio ambiente que as pessoas e as empresas tiram seu sustento, sua 
sobrevivência. Sem a ajuda da natureza não existiria alimento e as empresas 
ficariam sem matéria prima. 
Cuidar do meio ambiente é responsabilidade de todos e promover isso, 
garantindo maior qualidade de vida dentro e fora da organização, é uma questão de 
inteligência pessoal e profissional. 
Cuidando do meio ambiente, o setor público, junto as empresas e a 
própria sociedade estarão cuidando da própria sobrevivência e saúde dos cidadãos 
e trabalhadores, participando automaticamente do processo de melhoria ambiental e 
desenvolvimento sustentável no Brasil. 
 
2.7 RESPONSABILIDADE HUMANA – VISTO COMO SOCIEDADE - FRENTE AO 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AO MEIO AMBIENTE 
 
O comprometimento público, não deriva apenas do setor público, mas de 
tudo aquilo que faz parte dele. Para tanto, as pessoas, como sociedade, devem 
também exercer seus compromissos frente a responsabilidade coma 
sustentabilidade, o meio ambiente e os próprios riscos ambientais. 
Cada um deve ser responsável por suas atitudes. Todos nós dependemos 
da natureza para sobreviver, dos frutos, das árvores, da água, do solo fértil, etc. Não 
cuidar da natureza é o mesmo que não cuidar de si próprio, é como não valorizar a 
própria vida. 
As catástrofes sócio-ambientais ocorridas nos últimos tempos são exemplos 
disso, pois demonstram uma fúria natural jamais vista anteriormente. Pessoas 
inocentes estão perdendo suas casas, suas vidas, seus familiares, e mesmo assim, 
não existe uma real conscientização e providência. 
 
http://www.lixo.com.br/documentos/coleta%20seletiva%20como%20fazer.pdf, Acesso em Maio de 
2011 
 
 
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14 
Ficar em casa lamentando o que ocorreu, não é uma atitude inteligente. 
Esperar que outro faça para que haja atitude por parte de todos, nunca fará com que 
os problemas diminuam. Cada um deve fazer a sua parte, para que, aos poucos, 
todos possam se conscientizar e tomar atitudes certas, que realmente façam a 
diferença. 
Todos têm de deixar um planeta mais saudável e com menos riscos para a 
geração futura e, para isso, deve haver uma preocupação particular de cada um e 
uma atitude simples e correta por parte de todos. 
O que se diz, atualmente, sobre quais são essas providências, todos já 
conhecem, o que esta faltado é a prática daquilo tudo que já se sabe: 
(1) Não jogar lixo nos rios e encostas; 
(2) Reciclar o lixo sempre que possível; 
(3) Evitar jogar no solo produtos poluentes como óleo e produtos químicos e 
contaminantes; 
(4) Evitar cortar árvores em locais de riscos; 
(5) Para cada árvore cortada plantar duas ou mais no lugar; 
(6) Evitar queimadas; 
(7) Evitar desmatamentos; 
Frente aos riscos ambientais, resta-nos trabalhadores o direito e o dever de 
exigir ambientes melhores e mais adequados ao trabalho humano e ao próprio meio 
ambiente. Caso este venha a exigir, a empresa passa a ser obrigada a cumprir com 
seus deveres e obrigações, já expostos na legislação. 
Ou seja, de alguma forma o Estado já fez sua parte. Aguarda-se agora, 
pessoas e empresas fazendo algo mais do que criticar. Chegou o momento de 
ajudar o Estado como sociedade, frente as responsabilidades e comprometimento 
ambientais e com a própria vida humana. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
 
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15 
Em um primeiro momento, este estudo se caracterizava a destacar a 
importância do diagnóstico dos riscos ambientais para o melhoramento dos 
procedimentos do Estado frente às organizações nos dias atuais, auxiliando-as na 
diminuição dos acontecimentos que estariam propensos ao risco. 
No entanto, com a realização deste estudo, observou-se que os riscos são 
mais do que identificáveis. O setor público e as empresas nos dias atuais conhecem 
esses riscos, no entanto, fazem “vista grossa” para a situação, deixando, em ultimo 
plano, as providências relacionadas a esses interesses. 
Este estudo demonstrou que a preocupação e a preservação ambiental são 
fatores que fortalecem as atitudes e ações do Estado, bem como demandam mais 
competitividade das empresas, ou seja, os setores públicos e privados agem em 
benefício do meio ambiente e da sustentabilidade e, posteriormente, recebem em 
troca vantagens competitivas e apoio para com as obras e ações públicas e cidadãs. 
Para tanto, este trabalho observa que não são os riscos que precisam ser 
identificados, mas é o setor público que precisa honrar com seus compromissos 
sociais e ambientais, estimulando juntamente às empresas e a sociedade na 
realização de ações frente à realidade da responsabilidade social e ambiental no 
País. 
 
REFERÊNCIA 
 
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Editores, 2002 
 
 
 
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12 e 13 de agosto de 2011 
 
 
 
 
 
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no atual cenário corporativo. Rio de Janeiro: 2007. Dissertação (Mestrado em 
Administração de empresas) – Faculdade de economia e finanças IBMEC, 2007.

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