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Disciplina: Direito Administrativo Professor: Jonatas Albino do Nascimento Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 2 de 23 www.exponencialconcursos.com.br Sumário Atos Administrativos x Fatos Administrativos ...................................... 3 Noções Introdutórias ........................................................................... 3 Elementos do Ato Administrativo ......................................................... 4 Competência ........................................................................................ 5 Finalidade .......................................................................................... 10 Forma ................................................................................................ 12 Motivo ................................................................................................ 13 Objeto ................................................................................................ 16 Mérito Administrativo ........................................................................ 16 Atributos dos Atos Administrativos .................................................... 18 Presunção de Legitimidade e de Veracidade ...................................... 18 Imperatividade .................................................................................. 19 Autoexecutoriedade ........................................................................... 20 Tipicidade .......................................................................................... 22 E para facilitar sua referência, abaixo as esquematizações disponíveis: Esquema 1 – Fatos jurídicos ........................................................................................ 3 Esquema 2 – Atos da administração............................................................................. 4 Esquema 3 – Elementos dos atos administrativos ........................................................ 5 Esquema 4 – Competência ........................................................................................... 6 Esquema 5 – Competência - características ................................................................. 7 Esquema 6 – Delegação x avocação ............................................................................. 8 Esquema 7 – Vícios de competência ............................................................................. 9 Esquema 8 – Finalidade ............................................................................................ 11 Esquema 9 – Forma ................................................................................................... 12 Esquema 10 – Motivo ................................................................................................. 14 Esquema 11 – Teoria dos motivos determinantes ...................................................... 15 Esquema 12 – Vício insanável .................................................................................... 16 Esquema 13 – Mérito administrativo .......................................................................... 17 Esquema 14 – Presunção de legitimidade e veracidade ............................................. 19 Esquema 15 – Imperatividade ................................................................................... 20 Esquema 16 – Executoriedade ................................................................................... 20 Esquema 17 – Autoexecutoriedade ............................................................................ 21 Esquema 18 – Tipicidade ........................................................................................... 22 Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 3 de 23 www.exponencialconcursos.com.br Primeiramente, devemos entender que ato administrativo é uma espécie do gênero ato jurídico. Estes, por sua vez, são espécies do gênero fato jurídico em sentido amplo. Vejamos um esquema para facilitar: Esquema 1 – Fatos jurídicos O esquema acima não está completo porque estamos interessados apenas nos atos administrativos, não sendo necessário abordar outras espécies. O gênero atos jurídicos pode ser definido como a manifestação unilateral de vontade com finalidade de produzir determinada alteração no mundo jurídico. Notem que o vocábulo unilateral exclui os contratos como atos jurídicos, já que são bilaterais (duas vontades). Assim, podemos definir os atos administrativos como os atos jurídicos realizados pela Administração Pública e particulares delegatários sob regime de direito público, cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos imediatos em conformidade com o interesse público. Quando a Administração atua desprovida de suas prerrogativas, sob regime de direito privado, tais atos não são tidos como atos administrativos, mas sim como atos da administração, conceito mais amplo que contém todos os atos praticados pela Administração. Em tal conceito estão incluídos os atos administrativos (definidos anteriormente), os atos da Administração Pública regidos pelo direito privado e os chamados atos materiais, que correspondem aos atos de mera execução de determinadas atividades. Fatos Jurídicos (sentido amplo) Fatos Jurídicos (sentido estrito) Atos Jurídicos Atos Administrativos Atos Administrativos x Fatos Administrativos Noções Introdutórias Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 4 de 23 www.exponencialconcursos.com.br Esquema 2 – Atos da administração (CESPE / Auditor de Controle Externo / TCE-PA / 2016) Acerca dos atos administrativos, julgue o item subsequente. O conceito de ato administrativo é praticamente o mesmo de ato jurídico, diferindo o primeiro do segundo por ser aquele uma categoria informada pela administração de áreas meio. Comentários. Afirmativa incorreta. Atos administrativos podem ser considerados espécie do gênero atos jurídicos. Não se confundem, pois os atos administrativos são emanados pelo Poder Público, estando, portanto, submetidos a regime jurídico de direito público. Gabarito: Errado. Ademais, os atos administrativos estão presente tanto nas áreas meio como nas áreas fim, pois são a forma de a administração por em prática as ordens de suas entidades, órgãos e agentes. É importante não confundir o conceito de ato com fato administrativo. Este último (ato material) é a materialização do primeiro. Por exemplo, o ato que solicita a desocupação de um terreno público tem como resultado (fato) a desocupação em si. São cinco os elementos dos atos administrativo: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Vamos analisar cada um deles em seguida. Atos da Adminstração Atos Administrativos Atos da APU regidos pelo direito privado Atos materiais Elementos do Ato Administrativo Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 5 de 23 www.exponencialconcursos.com.br Esquema 3 – Elementos dos atos administrativos (CESPE / Auditor de Controle Externo / TCE-PA / 2016) Com relação aos atos administrativos e suas classificações, julgue o item seguinte. Motivação, finalidade, competência, forma e objeto constituem elementos obrigatórios do ato administrativo e requisitos de validade da sua prática, de modo que a ausência de qualquer um desses elementos implica a nulidade do ato praticado. Comentários. Afirmativa incorreta. Trata-se de uma pegadinha em que o examinador colocou motivação no lugar de motivo. Não podemos confundir o conceito de motivo com motivação. A motivação corresponde a exposição dos motivos que justificarama realização de um ato. Todo ato administrativo possui motivo, mas nem todos têm motivação. Gabarito: Errado. Podemos definir competência como o conjunto de atribuições definidas no ordenamento jurídico para os órgãos, entidades e agentes públicos, com o objetivo de possibilitar o desempenho de suas funções. Falando de forma mais simples, competência é definir quem faz o quê. Notem que a definição da competência ao longo de toda a cadeia da Administração Pública é crucial para a sua organização. Sem a clara definição das competências, teríamos uma verdadeira anarquia institucional. Geralmente, são adotados diversos critérios para a definição de competência. Por exemplo, quem fiscaliza a cobrança dos tributos federais no Estado de São Paulo certamente é uma unidade federal localizada nessa mesma Elementos dos atos administrativos Competência Finalidade Forma Motivo Objeto Competência Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 6 de 23 www.exponencialconcursos.com.br região. Nesse caso, estamos vendo uma aplicação de critério territorial, que é amplamente adotado na Administração. Seguindo o raciocínio do parágrafo anterior, imagine que, para uma maior qualidade dos trabalhos, seja feita uma divisão onde determinada UA (unidade administrativa) fiscaliza as contribuições previdenciárias enquanto outra fiscaliza os demais tributos federais. Nesse caso, estariámos diante do critério de matéria. Outro caso é a a possibilidade de um órgão especializado julgar recursos administrativos em última instância de autos de infração aplicados por outras UAs. Este seria o critério hierárquico. A lista acima é meramente exemplificativa, sendo possível a adoção de diversos outros critérios pela Administração Pública. Quando a competência é originada das leis ou da própria CF/88, dizemos que a competência é originária. Já nos demais casos, a competência é dita secundária. Esquema 4 – Competência A competência é irrenunciável (inderrogável), pois o agente não pode, ainda que voluntariamente, abrir mão da mesma. Quando um agente delega a competência para se realizar determinada atividade, tal delegação é sempre precária já que o agente delegante (quem possui a competéncia definida nas leis) pode a qualquer tempo retirar a delegação. Por isso, dizemos que a competência é intransferível, pois a titularidade continua com a autoridade delegante. Apesar de ser intransferível, o agente delegado (quem recebeu a delegação) age em nome próprio e responde por suas decisões. Já o agente delegante não responde pelos atos praticados pelo delegado. Competência definida por leis Originária Demais casos Secundária Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 7 de 23 www.exponencialconcursos.com.br Não pode o agente ser furtar a exercê-la quando a lei expressamente determine que deve atuar. É um verdadeiro poder-dever de caráter obrigatório. A competência não é extinta pelo decurso do tempo nem pela falta do seu exercício, sendo por isso imprescritível. A competência é também imodificável pela vontade do agente. Isso decorre de tal elemento estar estabelecido em lei e ser sempre vinculado (veremos isso adiante). A ideia é: se a lei atribui a competência, só idêntico instituto pode modificá-la. Esquema 5 – Competência - características Parte da doutrina entende que a competência é também improrrogável, pois a mera prática do ato pelo agente ou órgão incompetente não o torna competente nem prorroga sua competência, salvo expressa previsão na legislação. A delegação de competência é tipicamente um ato discricionário e geralmente é feita entre órgãos/agentes subordinados. Entretanto é possível a delegação entre órgãos não subordinados (Lei nº 9.784/99). Diferentemente da delegação, a avocação não pode ser realizada entre órgãos/agentes não subordinados uns aos outros. A avocação é medida excepcional e deve sempre ser temporária. Características da Competência imodificável irrenunciável obrigatória intransferível imprescritível Jurisprudência do STF Segundo o STF, o foro da autoridade delegante não se transmite à autoridade delegada. Com isso, o eventual mandado de segurança ou medida judicial deverá ser impetrado de acordo com o foro da autoridade delegada (para quem foi delegada a atribuição). Sumula 510. AgR 24.732/DF. Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 8 de 23 www.exponencialconcursos.com.br Esquema 6 – Delegação x avocação A violação ao elemento competência gera o que a doutrina chama de vício de competência, cujos principais detalhes estão expostos abaixo: Usurpação de Função Em tal situação, uma pessoa exerce atribuições de agentes públicos sem ter tal condição. Tal conduta é inclusive tipificada como crime (Código Penal, art. 328). O ato praticado com tal vício não pode ser convalidado, pois é tido como ato inexistente (nulo). Imagine que um cidadão, sem qualquer vínculo com a Administração, emita um laudo atestando a possibilidade de funcionamento de um estabelecimento comercial. Em tal situação, a pessoa está claramente usurpando (“roubando”) as prerrogativas de um agente publico. Excesso de poder Nessa situação o agente público atua além da sua competência, adotando medidas que não poderia tomar no caso concreto. É uma espécie de abuso de poder. Em certas situações, tal vício pode ser sanado por meio da convalidação, conforme explicaremos adiante. Vamos imaginar que, em um procedimento de diligência, um fiscal verifique uma irregularidade. A sanção seria a aplicação de uma multa, mas o fiscal aplica outra penalidade como, por exemplo, interditando o estabelecimento, não previsto nas competências da função que exerce. Nitidamente está agindo com excesso de poder. Função de fato Nesse caso, o agente público está irregulamente investido na função pública. Por exemplo, uma mulher aos 17 anos toma posse em cargo público cuja lei estabeleça como requisito a idade mínima de 18 anos. Nesse caso os atos praticados devem ser considerados válidos se houver boa-fé do administrado. Isso se deve pela teoria da aparência, já que seria Delegação • tipicamente ato discricionário • é possível entre orgãos não subordinados Avocação • medida excepcional • sempre temporária • não pode ser realizada entre órgãos não subordinados Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 9 de 23 www.exponencialconcursos.com.br praticamente impossível o administrado descobrir que o agente está irregularmente investido. O que ocorreu foi que a Administração Pública falhou ao permitir que tal situação ocorresse, não podendo o onus de tal irregularidade cair sobre o cidadão. Esquema 7 – Vícios de competência (FCC / Defensor Público / DPE-CE / 2014) No que tange à competência como elemento ou requisito dos atos administrativos, a) ao contrário dos atos praticados na vida civil, a incapacidade absoluta do agente nem sempre leva à nulidade do ato administrativo. b) a delegação de competência deve ser feita sempre por norma legal de mesma hierarquia da que estabeleceu a regra de competência. c) ato administrativo ampliativo de direitos, que tenha sido praticado por usurpador de função, pode ser convalidado pela autoridade competente, em face do princípio da segurança jurídica. d) não pode atuar em processo administrativo, por ser considerado suspeito, o agente que tenha interesse direto ou indireto na matéria a ser decidida. Vícios de competência Usurpação de função Não tem competência para praticar o ato Ato inexistente Excessode Poder Atuou além da sua competência Passível de convalidação Função de Fato Agente irregularmente investido Atos válidos, se o administrado agir de boa-fé Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 10 de 23 www.exponencialconcursos.com.br e) em caso de anulação de concurso público, os atos praticados pelos agentes irregularmente empossados em cargo público são nulos de pleno direito. Comentários. A alternativa correta é a letra A. o vício de competência poderá ser convalidado por ato expedido pela autoridade competente para a prática do ato a ser convalidado. No entanto, esse procedimento não se aplica quando a lei previr a competência do ato como exclusiva. A alternativa B é incorreta, pois a competência é originalmente prevista em lei, podendo ser delegada por meio de ato administrativo, quando não tiver sido prevista como exclusiva. A alternativa C é incorreta, pois o ato praticado pelo usurpador de função é inexistente, não sendo possível, portanto, convalidar algo que não existe. A alternativa D é incorreta, pois se trata de hipótese de impedimento, não de suspeição. Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. No caso da alternativa E os atos serão válidos, sendo resguardados os direitos de terceiros de boa-fé, uma vez que não se pode prejudicar o administrado por conduta viciada do Poder Público (posse proveniente de concurso irregular). Gabarito: A. A finalidade dos atos administrativos é a satisfação do interesse público. Porém, há uma finalidade específica para cada ato administrativo praticado. Temos então o seguinte: todo ato administrativo regulamente praticado tem como finalidade geral (ou mediata) a satisfação do interesse Finalidade Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 11 de 23 www.exponencialconcursos.com.br público. Há, entretanto, uma finalidade específica (ou imediata) para cada ato administrativo e corresponde ao resultado que se espera que seja alcançado naquele ato. Entenderam o conceito? Os vícios no elemento finalidade podem ocorrer de duas formas. Na primeria, o ato é praticado com finalidade diversa da especificada na lei. Por exemplo, um servidor é removido para exercer suas funções em local 300 km distante de onde originalmente trabalhava, a título de punição. É possível, que haja interesse público que fundamente eventual situação, porém a lei não preve essa medida como punição ou sanção a servidor. Portanto o ato praticado teria um revestimento legal, uma vez que previsto em lei e praticado por autoridade competente, porém a finalidade seria diversa da prevista em lei. A segunda hipótese de desvio de finalidade é que o ato seja praticado na busca de realização do interesse particular, e não do interesse público. Por exemplo, a contratação de servidores para cargos em comissão em que não haja efetivamente a necessidade de tais agentes, mas o governante opte por fazer tal ato porque um grande amigo do parlamentar fulano de tal está desempregado. Ainda bem que sabemos que isso nunca acontece no Brasil... Independente de como ocorrer, o vício no elemento finalidade não pode ser sanado através da convalidação. Esquema 8 – Finalidade (CESPE / Técnico Judiciário / STM / 2018) Acerca do direito administrativo, dos atos administrativos e dos agentes públicos, julgue o item a seguir. Finalidade Geral Interesse público Específica Objetivo imediato daquele ato Vício não pode ser convalidado Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 12 de 23 www.exponencialconcursos.com.br A finalidade que um ato administrativo deve alcançar é determinada pela lei, inexistindo, nesse aspecto, liberdade de opção para a autoridade administrativa. Comentários. Afirmativa correta. A finalidade é um elemento vinculado do ato administrativo, assim como a competência e a forma, não havendo liberdade de escolha do agente público quando a esses elementos. Gabarito: Certo. A forma, no direito administrativo, é geralmente interpretada como o modo de exteriorizar os atos administrativos. Em provas de concursos públicos esse é o significato mais adotado. Já numa abordagem mais doutrinária (que hoje também é cobrada nos concursos para a área fiscal), a forma no seu aspecto restrito é a exteriorização dos atos administrativos. Já o conceito de forma, em sua vertente ampla, representa todas as formalidades necessárias na execução dos atos administrativos. A interpretação restrita olha a forma sob o aspecto estático, pois aborda o ato já formado. A interpretação ampla analisa a forma sob o aspecto dinâmico, pois contém todo o processo de formação dos atos administrativos. Esquema 9 – Forma Em regra, no direito público é adotado o formalismo moderado, o que significa que os atos devem ser ao menos escritos. No âmbito federal, a Lei nº 9.784/99, disciplina os processos administrativos federais e estabelece o seguinte no seu artigo 22. Conceito Restrito Exterioração do ato final Aspecto estático Conceito Amplo Todo o procedimento de formação do ato Aspecto dinâmico Forma Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 13 de 23 www.exponencialconcursos.com.br “Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.” Os vícios verificados na forma podem ser convalidados, em regra. Podemos citar, como exemplo de vício no elemento forma, a ausência da motivação quando esta for definida na lei como obrigatória. (VUNESP / Investigardor de Polícia / PC-BA / 2018) Ao negar pedido de um cidadão para ter acesso aos dados estatísticos sobre os crimes violentos cometidos no âmbito estadual no último ano, a autoridade administrativa não indicou qualquer fato ou fundamento jurídico para embasar sua decisão, embora a lei exigisse que essa indicação fosse expressa. Nesse caso, considerando que apesar da ausência de indicação os fatos e os fundamentos jurídicos para a denegação do pedido existiam e eram válidos, é correto afirmar que o ato administrativo em questão possui vício de a) forma. b) finalidade. c) motivo. d) objeto. e) competência. Comentários. A alternativa correta é a letra A. O foco aqui é a imposição da lei de que deve constar na prática do ato os fundamentos de fato e de direito. Perceba que o vício no elemento motivo seria a sua inexistência de fato ou de direito. Trata-se de uma pegadinha do examinador que pode pegar o candidato que estiver na “correria”. Gabarito: A. Conforme explicamos em aula anterior, o motivo corresponde aos pressupostos de direito e de fato que dão origem aos atos administrativos. • De direito: por que a lei deve estabelecer a situação que enseja a execução do ato. • De fato: quando ocorre a situação efetiva no mundo dos fatos que justifica a prática do ato. Motivo Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 14 de 23 www.exponencialconcursos.com.br Esquema 10 – Motivo Vamos a um exemplo. Suponhamos que o Banco Central estabeleça que todos o recintos bancários devem dispor de ferramentas de inspeção não invasiva, o escaner,para que todas as barras de ouro sejam escaneados ao entrar ou sair de um banco. Pensemos também que a legislacão preveja que no caso de inoperância de tais equipamentos as cargas devem ficar armazenadas no banco até que o escaner volte a funcionar. No caso de um banco sofrer uma pane no equipamento, devido a uma descarga elétrica, a previsão de que as barras de ouro devem ficar no aguardo do conserto do aparelho é o motivo de direito. O fato do equipamento ter quebrado é o motivo de fato. Não podemos confundir o conceito de motivo com motivação. A motivação corresponde a exposição dos motivos que justificaram a realização de um ato. Todo ato administrativo possui motivo, mas nem todos têm motivação. A doutrina não apresenta uniformidade no entendimento de terem os atos administrativos a necessidade de serem motivados. Entretanto, a Lei nº 9.784/99, que trata do processo administrativo no âmbito federal, determina que: “Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; Motivo de direito Previsão legal abstrata de fato Ocorrência da situação prevista Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 15 de 23 www.exponencialconcursos.com.br VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.” Assim, na esfera federal, diversos atos devem ser motivados. A CF/88, entretanto, apenas determinou a motivação das decisões administrativas dos Tribunais e do Ministério Público (CF/88, art. 93, X e art. 129, §4º). Há a possibilidade de em um determinado ato ou decisão administrativa ser referenciado um motivo exposto em outro documento/processo, a chamada motivação aliunde (“de outro lugar”). Tal formalidade é tida como válida no nosso ordenamento jurídico. Ainda, a lista trazida no artigo 50 acima transcrito é exemplificativa. ✓ Teoria dos Motivos Determinantes Todos os atos têm motivo, mas não necessariamente motivação (salvo os casos em que a lei expressamente determina que sejam expostos os motivos da sua prática). Essa é a regra geral. Entretanto, caso um ato que não precise ser expressamente motivado o faça, tal ato ficará vinculado ao motivo exposto. A implicação disso é que caso tal motivo seja declarado inválido o ato também o será. Essa é a chamada teoria dos motivos determinantes. Esquema 11 – Teoria dos motivos determinantes Imaginemos o caso peculiar de um ato que tenha vários motivos, todos expressos quando da sua prática. Caso um desse motivos seja declarado nulo, o ato também o será? O entendimento vigente é que não. Nesse caso, como outros motivo válidos ainda subsistem, o ato não dever ser declarado nulo, existindo inclusive julgados do STJ nesse sentido. Teoria dos Motivos Determinantes Ao declarar expressamente os motivos de um ato, o mesmo fica vinculado aos motivos expostos; ainda que tal divulgação não seja obrigatória por lei Se o motivo declarado for inválido ou inexistente o ato também deve ser anulado Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 16 de 23 www.exponencialconcursos.com.br (CESPE / Oficial de Inteligência / ABIN / 2018) No que se refere a atos administrativos, julgue os itens que se seguem. A inexistência do motivo no ato administrativo vinculado configura vício insanável, devido ao fato de, nesse caso, o interesse público determinar a indicação de finalidade. Comentários. Afirmativa correta. Trata-se da teoria dos motivos determinantes. Todos os atos têm motivo, mas não necessariamente motivação (salvo os casos em que a lei expressamente determina que sejam expostos os motivos da sua prática). Essa é a regra geral. Entretanto, caso um ato que não precise ser expressamente motivado o faça, tal ato ficará vinculado ao motivo exposto. A implicação disso é que caso tal motivo seja declarado inválido o ato também o será. Essa é a chamada teoria dos motivos determinantes. Gabarito: Certo. Podemos definir objeto como o próprio conteúdo material do ato administrativo ou como a alteração no mundo jurídico que o ato provoca (efeito jurídico imediato). Por exemplo, no caso de concessão de um alvará de funcionamento para um restaurante, o objeto é a prórpria concessão da licença. Fácil, não? O vício verificado no elemento objeto é insanável, pois se o conteúdo do ato é inválido não é possível convalidá-lo, uma vez que o objeto é próprio efeito externo do ato administrativo. Esquema 12 – Vício insanável Ja estudamos esse conceito em aula anterior. O mérito administrativo é o grau de valoração de que dispöe o agente público ao executar certo atos administrativos (atos discricionários). Está associado ao juízo de conveniência e oportunidade na prática de tais atos. Conteúdo material Efeito Jurídico imediato Vício INSANÁVEL Objeto Mérito Administrativo Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 17 de 23 www.exponencialconcursos.com.br O mérito administrativo é formado pelos elementos motivo e objeto. O motivo é o que justifica a prática do ato; e o objeto é o próprio conteúdo do ato. É fácil perceber a relação de causa e efeito entre um elemento e o outro: se, numa dada situação, o administrador puder escolher o motivo, obviamente o objeto acabará ocorrendo de acordo com o motivo escolhido. Esquema 13 – Mérito administrativo O Poder Judiciário não pode avaliar o mérito administrativo. Essa análise é privativa da própria Adminsitração Pública. Mas isso não quer dizer que o atos discricionários estejam livres do controle do Judiciário. Já estudamos que os atos são formados por cinco elementos: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Os três primeiros são sempre vinculados e podem ser avaliados pelo Judiciário. Os elementos discricionários dos atos administrativos (motivo e objeto), que formam o mérito administrativo, podem passar pelo controle do Judiciário. Por exemplo, imagine que a APU possa escolher entre o motivo 1 e o motivo 2, que têm como consequência a realização dos objetos 1 e objeto 2, respectivamente. Se a Adminsitração utilizar um outro motivo, diferente dos motivos 1 e 2 previstos em lei, o Judiciário pode agir e anular o ato. Notem que não está ocorrendo a análise do mérito administrativo, pois se a Adminsitração escolhesse qualquer um dos dois motivos previstos em lei (motivos 1 e 2), o Judiciário não poderia interferir. Entretanto, como a Adminsitração escolheu um motivo estranho e fora do mérito administrativo, o Judiciário deve atuar. Em resumo, tenha em mente que, em relação aos atos discricionários, o Poder Judiciário poderá analisar a legalidade do ato, tendo como possível consequência sua anulação. Não poderá discutir o mérito administrativo. A revogação é a possibilidade de que dispõe a Administração de retirar do mundo jurídico seus próprios atos, sem a necessidade de recorrer ao Judiciário (com base no princípio da autotutela). A revogação é a retirada do mundo jurídico de atos válidos, mas que porventura se tornaram inconvenientes. Mérito Administrativo Motivo Objeto Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do NascimentoProf. Jonatas Albino do Nascimento 18 de 23 www.exponencialconcursos.com.br Como a revogação é originada do mérito administrativo, e não da verificação de irregularidade, os seus efeitos jurídicos são sempre ex nunc, ou seja, diferentemente da anulação, não retroagem, produzindo efeitos apenas a partir da revogação. Essa regra do que é ou não mérito administrativo nem sempre é clara! Por exemplo, nas demandas que envolvam discussão acerca de concurso público, é vedada, em regra, a apreciação pelo Poder Judiciário dos critérios utilizados pela banca examinadora para a formulação de questões e atribuição de notas a candidatos. A jurisprudência do STF entende que a análise de tais questões poderia representar uma invasão do mérito administrativo. Ressalte-se ainda que, conforme reconhecido pela doutrina e jurisprudência, a Administração Pública, com base no princípio da autotutela, poderá anular seus próprios atos, quando eivados de vício. (QUADRIX / Assistente Administrativo / CRN2 / 2020) Atos administrativos são atos jurídicos que constituem manifestações unilaterais de vontade. A respeito dos atos administrativos, julgue o item. A possibilidade de a Administração rever seus próprios atos, por razões de oportunidade e conveniência, consiste em expressão do princípio da autotutela. Comentários. Afirmativa correta, baseando a revisão dos atos administrativos no princípio da autotutela. Gabarito: Certo. Atributos dos atos administrativo são características específicas desses atos sem as quais não seria possível alcançar os fins almejados pela Administração Pública. A doutrina não é uniforme ao listar tais atributos e por isso usaremos a abordagem mais adotada pela doutrina e principalmente pelas bancas de concursos públicos. A presunção de legitimidade ou legalidade está ligada à presunção relativa de que gozam todos os atos administrativos. De acordo com este atributo, os atos administrativos, a princípio, foram praticados de acordo com a lei, sendo, portanto, legítimos. Já a presunção de veracidade nos informa que os atos administrativos trazem informações condizentes com os fatos, portanto verdadeiras. Atributos dos Atos Administrativos Presunção de Legitimidade e de Veracidade Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 19 de 23 www.exponencialconcursos.com.br Dizemos que essas presunções são relativas (juris tantum), porque é possível que o administrado prove que o ato foi praticado em desconformidade com o prescrito na lei ou traz informações errôneas. Como consequência da presunção da legitimidade e da veracidade, há a inversão do ônus da prova. No direito privado, quem acusa deve provar que a outra parte agiu de forma ilegal. No caso dos atos administrativos, o ônus é do administrado, que é a quem a Administração Pública imputou a prática do ato. O administrado precisa, em regra, provar que a situação não ocorreu como o descrito pelos agente públicos. Aqui, quem deve provar é o acusado e não o acusador. Essa é a regra geral, mas não absoluta, já que existem situações em que a própria Administração Pública deve provar que a conduta do administrado se deu como relatado. Esquema 14 – Presunção de legitimidade e veracidade O conceito de imperatividade está associado à capacidade que tem a Administração Pública de impor coercitivamente aos administrados os seus atos. É decorrência do poder extroverso do Estado de impor obrigações e restrições aos cidadãos ou entidades, com base nos princípios da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público. Esse atributo nem sempre está presente nos atos administrativos. Um exemplo são os atos enunciativos, que não geram obrigações ou restrições ao administrado e, por esse motivo, não gozam de imperatividade. Presunção de legitimidade e de veracidade dos atos administrativos Presunção de veracidade/ legitimidade das alegações da Administração Relativa (juris tantum) Inversão do ônus da prova Imperatividade Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 20 de 23 www.exponencialconcursos.com.br Esquema 15 – Imperatividade A autoexecutoriedade representa a possibilidade de a Administração Pública executar diretamente seus atos sem necessidade de recorrer ao Poder Judiciário. Por exemplo, um fiscal que realiza diligência em que sejam encontradas provas de fraude deve realizar a apreensão de tais documentos. Assim como a imperatividade, nem todo ato possui tal atributo. Segundo a Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, esse atributo está presente nas seguintes situações: Estiver expressamente previsto em lei; e Se tratar de medida urgente, cuja demora na implementação possa gerar prejuízo ao interesse público. Esquema 16 – Executoriedade Regra geral, quando estivermos diante de atos com características de execução, o atributo de autoexecutoriedade estará presente. Podemos dizer que a autoexecutorieade é a regra e a necessidade de apelo ao Judiciário a exceção. Imperatividade Capacidade da Administração Pública de impor coercitivamente seus atos Decorrência do poder extroverso Impõe obrigações e restrições aos administrados Situações onde há Executoriedade Expressamente previstos em lei Urgência quando a demora possa gerar prejuízo ao interesse público Autoexecutoriedade Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 21 de 23 www.exponencialconcursos.com.br É muito importante entender que a possibilidade de executar diretamente os seu atos, sem a participação do Judiciário, em nada impede que o administrado que se achar prejudicado venha a recorrer ao Poder Judiciário (princípio da inafestabilidad da jurisdição, previsto na CF/88). Outro ponto de atenção é que o Professor Celso Antônio Bandeira de Mello considera que no lugar do atributo da autoexecutoriedade existem dois outros atributos: exigibilidade e executoriedade. A exigibilidade corresponde à obrigação do administrado de cumprir o ato. Já a executoriedade está associada à capacidade da Administração Pública executar o ato. Notem que os dois atributos estão contidos na autoexecutoriedade. Esquema 17 – Autoexecutoriedade (FGV / Técnico Superior / Especializado / DPE-RJ / 2019) Joaquim construiu irregularmente, sem obter qualquer licença para tal e ao arrepio dos ditames legais sobre a matéria, um muro que se iniciou nos limites de sua propriedade e se estendeu para a calçada, ocupando parte de área pública, com risco iminente de desabamento e dificultando o tráfego de pedestres. O poder público municipal, com as formalidades legais, utilizando sua prerrogativa de direito público que, calcada na lei, lhe autoriza a restringir o uso e o gozo da propriedade privada em favor do interesse da coletividade, determinou a demolição da obra. O poder administrativo que fundamentou a demolição e o atributo do ato administrativo que fez valer tal decisão sem necessidade de prévia intervenção do Poder Judiciário, são denominados, respectivamente a) normativo e coercitibilidade. b) disciplinar e autoaplicabilidade. c) de polícia e autoexecutoriedade. d) sancionatório e imperatividade e) de hierarquia e impositividade. Comentários. Autoexecutoriedad e Executoriedade Administração Pública pode executar seus próprio atos Exigibilidade O particular é obrigado a cumprir o solicitado pela Administração Pública Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 22 de 23 www.exponencialconcursos.com.br A alternativa correta é a letar C. Em relação ao poder administrativo,temos uma clara manifestação da administração pública no sentido de resguardar a coletividade diante do exercício da propriedade particular. Sobre a característica do ato administrativo, o ato poderá ser promivido sem a interveniência de outros poderes, pois autoexecutável. Gabarito: C. A tipicidade corresponde ao fato de que todo ato administrativo deve adotar um modelo (tipo) de ato previamente definido em lei, não sendo possível que o agente público competente execute um ato inominado e sem previsão legal. Para cada finalidade específica há um tipo de ato. O atributo da tipicidade acaba representando uma garantia para o administrado, pois o administrador não pode “inventar” um ato não previsto em lei. Mesmo os atos discricionários devem adotar os tipos definidos em lei. Devemos salientar que tal atributo só se aplica aos atos unilaterais. Os atos bilaterais, como os contratos, não impedem que seja adotado um tipo diferenciado, caso isso venha a representar melhores garantias para o interesse público. Esquema 18 – Tipicidade (FGV / Oficial da Infância e Juventude / TJ-SC / 2018) O Ministério Público ofereceu representação por prática de infração administrativa em face de sociedade empresária que deixou de observar o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 258, do ECA) no que diz respeito ao acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão e a sua participação no espetáculo. A materialidade e autoria do ilícito restaram demonstradas por meio de relatório de fiscalização e depoimento, ambos do Limita a discricionariedade administrativa Inviabiliza o uso de atos inominados Funciona como garantia para o administrado Só se aplica aos atos unilaterais Tipicidade Tipicidade Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 23 de 23 www.exponencialconcursos.com.br Oficial da Infância e da Juventude presente no espetáculo, que comprovam a prática da infração. O ato administrativo consistente no citado relatório subscrito pelo oficial goza do atributo da: a) imperatividade, razão pela qual a multa prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente pode ser imediatamente aplicada após a emissão do relatório; b) autoexecutoriedade, que exige a prévia decisão judicial para a prática de todos os atos administrativos que decorrem do poder de polícia administrativo; c) exigibilidade, segundo o qual o Poder Judiciário, por ato de seu Oficial, pode exigir imediatamente o pagamento da multa prevista no ECA; d) tipicidade, que autoriza que qualquer ato contrário aos bons costumes constatado pelo Oficial pode ser objeto de infração administrativa, independentemente de previsão legal; e) presunção relativa de veracidade, prerrogativa presente em todos os atos administrativos que, contudo, admite prova em contrário pelo particular interessado. Comentários. A alternativa correta é a letra E, pois todos os atos da administração pública gozam de presunção de veracidade, cabendo o particular a prova em contrário se assim alegar. Gabarito: E. Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 2 de 16 www.exponencialconcursos.com.br FGV 1. (FGV / Técnico Superior / Especializado / DPE-RJ / 2019) Joaquim construiu irregularmente, sem obter qualquer licença para tal e ao arrepio dos ditames legais sobre a matéria, um muro que se iniciou nos limites de sua propriedade e se estendeu para a calçada, ocupando parte de área pública, com risco iminente de desabamento e dificultando o tráfego de pedestres. O poder público municipal, com as formalidades legais, utilizando sua prerrogativa de direito público que, calcada na lei, lhe autoriza a restringir o uso e o gozo da propriedade privada em favor do interesse da coletividade, determinou a demolição da obra. O poder administrativo que fundamentou a demolição e o atributo do ato administrativo que fez valer tal decisão sem necessidade de prévia intervenção do Poder Judiciário, são denominados, respectivamente a) normativo e coercitibilidade. b) disciplinar e autoaplicabilidade. c) de polícia e autoexecutoriedade. d) sancionatório e imperatividade e) de hierarquia e impositividade. Comentários. A alternativa correta é a letar C. Em relação ao poder administrativo, temos uma clara manifestação da administração pública no sentido de resguardar a coletividade diante do exercício da propriedade particular. Sobre a característica do ato administrativo, o ato poderá ser promivido sem a interveniência de outros poderes, pois autoexecutável. Gabarito 1. C. 2. (FGV / Oficial da Infância e Juventude / TJ-SC / 2018) O Ministério Público ofereceu representação por prática de infração administrativa em face de sociedade empresária que deixou de observar o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 258, do ECA) no que diz respeito ao acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão e a sua participação no espetáculo. A materialidade e autoria do ilícito restaram demonstradas por meio de relatório de fiscalização e depoimento, ambos do Oficial da Infância e da Juventude presente no espetáculo, que comprovam a prática da infração. O ato administrativo consistente no citado relatório subscrito pelo oficial goza do atributo da: Questões Comentadas Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 3 de 16 www.exponencialconcursos.com.br a) imperatividade, razão pela qual a multa prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente pode ser imediatamente aplicada após a emissão do relatório; b) autoexecutoriedade, que exige a prévia decisão judicial para a prática de todos os atos administrativos que decorrem do poder de polícia administrativo; c) exigibilidade, segundo o qual o Poder Judiciário, por ato de seu Oficial, pode exigir imediatamente o pagamento da multa prevista no ECA; d) tipicidade, que autoriza que qualquer ato contrário aos bons costumes constatado pelo Oficial pode ser objeto de infração administrativa, independentemente de previsão legal; e) presunção relativa de veracidade, prerrogativa presente em todos os atos administrativos que, contudo, admite prova em contrário pelo particular interessado. Comentários. A alternativa correta é a letra E, pois todos os atos da administração pública gozam de presunção de veracidade, cabendo o particular a prova em contrário se assim alegar. Gabarito 2. E. 3. (FGV / Oficial de Chancelaria / MRE / 2016) O Ministro de Estado da Justiça editou portaria determinando a expulsão de estrangeiro do território nacional, em razão de sua condenação em processo criminal à pena privativa de liberdade de oito anos. Inconformado, o estrangeiro ajuizou a ação judicial cabível e comprovou que o ato expulsório baseou-se unicamente em pressuposto de fato equivocado, uma vez que, na verdade, foi absolvido naquela ação penal, por força do provimento de sua apelação criminal pelo Tribunal. Dessa forma, o estrangeiro obteve judicialmente a declaração da nulidade da portaria de sua expulsão, porque a validade do ato administrativo, ainda que discricionário, vincula-se aos motivos apresentados pela administração, ou seja, o motivo do ato administrativo deve sempre guardar compatibilidade com a situação de fato que gerou a manifestação da vontade. Com base na doutrina de Direito Administrativo, no caso em tela houve a aplicação: a) da teoria dos motivos determinantes; b) da teoria da vinculação da expulsão; c) do princípio administrativo da autotutela; d) do princípio da reciprocidade administrativa; e) do princípio damotivação ministerial. Comentários. Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 4 de 16 www.exponencialconcursos.com.br A alternativa correta é a letra A. O enunciado descreve um fato e em seguida nos traz as características da Teoria dos Motivos Determinantes. Em termos sucintos, o motivo no qual se baseia o ato é seu pressuposto de validade. Gabarito 3. A. 4. (FGV / Analista de Gestão / COMPESA / 2016) Com relação aos atos administrativos, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. ( ) O silêncio da Administração Pública em emitir o ato administrativo implica, necessariamente, em anuência tácita. ( ) Há atos administrativos que não são autoexecutórios, dependendo da intervenção do Poder Judiciário para sua execução. ( ) É possível a convalidação de atos administrativos que possuam vícios sanáveis. As afirmativas são, respectivamente, a) V, F e V. b) F, V e F. c) V, V e V. d) F, V e V. e) F, F e F. Comentários. A alternativa correta é a letra D. Vejamos a análise por item. Item I. Se a lei não atribuir efeito jurídico ao silêncio ele não poderá ser considerado ato administrativo. Item II. Correto. Há atos administrativos que podem ter necessidade de suprimento pelo Judiciário. Uma multa, quando contestada judicialmente, precisará da anuência da Justiça. Item III. Correto. É justamente a isso que se presta o instituto da convalidação. Gabarito 4. D. 5. (FGV / Analista Judiciário / TJ-PI / 2015) Dentre os elementos do ato administrativo, destaca-se a competência, que é o círculo definido por lei dentro do qual podem os agentes públicos exercer Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 5 de 16 www.exponencialconcursos.com.br legitimamente sua atividade. Como característica da competência, destaca-se a: a) derrogabilidade, segundo a qual a competência de um órgão pode, em regra, se transferir a outro por acordo entre as partes, ou por assentimento do agente da Administração, ou seja, apesar de fixada em norma expressa, a competência pode ser alterada; b) indelegabilidade, segundo a qual a competência de um agente ou órgão não pode, em qualquer hipótese, ser delegada a outro, ainda que haja norma posterior autorizativa, em respeito ao poder hierárquico e ao princípio da estabilidade das relações jurídicas; c) improrrogabilidade, segundo a qual a incompetência, em regra, não se transmuda em competência, ou seja, se um órgão não tem competência para certa função, não poderá vir a tê-la supervenientemente, a menos que a antiga norma definidora seja alterada; d) vedação de avocação, segundo a qual a competência de um agente ou órgão não pode ser transferida à autoridade hierarquicamente superior para atrair para sua esfera decisória a prática de ato da competência natural de agente com menor hierarquia; e) discricionariedade, segundo a qual a competência para a prática de determinado ato administrativo pode ser definida e alterada, caso a caso, de acordo com critérios de oportunidade e conveniência do chefe administrativo da repartição, mediante decisão fundamentada. Comentários. A alternativa correta é a letra C, por ser a única a trazer uma característica da competência no contexto dos atos administrativos. A competência é irrenunciável (inderrogável), pois o agente não pode, ainda que voluntariamente, abrir mão da mesma. A competência não é extinta pelo decurso do tempo nem pela falta do seu exercício, sendo por isso imprescritível. A alternativa A é incorreta, pois a competência é intransferível, pois a titularidade continua com a autoridade delegante. Assim, vemos que a alterantiva B é incorreta também, pois é possível a delegação. A alternativa D está incorreta, pois pode haver avocação no caso de a competência não ser erxclusiva. A alternativa E está incorreta, pois a competência é também imodificável pela vontade do agente. Isso decorre de tal elemento estar estabelecido em lei e ser sempre vinculado (veremos isso adiante). Gabarito 5. C. Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 6 de 16 www.exponencialconcursos.com.br 6. (FGV / Técnico de Nível Superior / SSP-AM / 2015) Os atos administrativos são emanados de agentes dotados de parcela do Poder Público e, por isso, estão revestidos de certas características que os tornam distintos dos atos privados em geral. Nesse contexto, é correto citar o atributo da: a) retroatividade, que faz com que o ato retroaja à data em que ocorreu o fato que motivou sua edição; b) imperatividade, que faz com que o ato seja cogente somente em relação às pessoas que forem intimadas do ato; c) autoexecutoriedade, por meio do qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário; d) autotutela, por meio do qual o ato administrativo somente pode ser imputado ao particular a partir de decisão judicial que ratifique a legalidade do ato; e) continuidade, por meio do qual o ato administrativo não pode sofrer interrupção a partir do momento em que o administrado for intimado de sua prática. Comentários. A alternativa correta é a letra E, que trata corretamente da autoexecutoriedade. Vamos aos erros das demais. A letra A está incorreta, pois a retroatividade não é um atributo dos atos administrativos. A letra B está incorreta, pois não é preciso que haja intimação para que o atributo da imperatividade esteja presente. A letra D está incorreta, pois a autotutela não é um atributo dos atos administrativos, mas um princípio da administração. A alternativa E está incorreta, pois a continuidade não é um atributos dos atos administrativos. Gabarito 6. E. 7. (FGV / Técnico de Nível Superior / SSP-AM / 2015) Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 7 de 16 www.exponencialconcursos.com.br O Secretário de Segurança Pública do Amazonas praticou ato administrativo, por motivo de interesse público, que determinou a remoção do servidor João. Insatisfeito, João impetrou mandado de segurança pretendendo a invalidação do ato, ao argumento de que possui direito público subjetivo de permanecer lotado em seu órgão de origem, que se localiza mais próximo de sua residência. No caso em tela, a João: a) assiste razão, pois se trata de ato discricionário e seria imprescindível que autoridade administrativa obtivesse previamente a concordância do servidor; b) assiste razão, pois se trata de ato vinculado e não estão preenchidos os requisitos legais para remoção, eis que a nova lotação trará prejuízos ao servidor; c) não assiste razão, pois se trata de ato discricionário no qual a autoridade administrativa tem liberdade na valoração dos elementos do motivo e do objeto do ato; d) não assiste razão, pois se trata de ato vinculado no qual foram adotadas todas as cautelas legais e, mesmo se houvesse algum vício de legalidade, apenas o próprio Administrador poderia proceder à invalidação do ato; e) não assiste razão, pois se trata de ato discricionário, porém o ato pode ser revogado a qualquer tempo pelo próprio Administrador ou pelo Poder Judiciário, por motivo de revisão de seu mérito. Comentários. A alternativa correta é a letra C. A remoção do servidor poderá acontecer por motivo de interesse público. As alternativas A e B estão incorretas tendo em vista o exposto acima. A alternativa D está incorreta, pois o ato é discricionário.A alternativa E está incorreta, pois o Poder Judiciário não pode revogar atos da Administração Pública. Gabarito 7. C. 8. (FGV / Analista Judiciário / TJ-GO / 2014) Os atos administrativos são praticados por agentes dotados de parcela do Poder Público e, por isso, estão revestidos de certas características ou atributos que os tornam distintos dos atos de direito privado em geral. É exemplo de atributo do ato administrativo, a: Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 8 de 16 www.exponencialconcursos.com.br a) presunção de legitimidade, segundo a qual existe presunção absoluta de que o ato foi praticado em conformidade com a lei; b) imperatividade, segundo a qual o ato administrativo se impõe à própria Administração Pública, incluindo seus agentes e excluindo terceiros particulares que não tenham expressamente concordado; c) autoexecutoriedade, segundo a qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário; d) autotutela, segundo a qual o ato administrativo se impõe de forma coercitiva à própria Administração Pública e a todos os administrados; e) discricionariedade, segundo a qual todos os elementos do ato administrativo estão previstos em lei e o agente público não possui liberdade para aferir a oportunidade e conveniência na escolha do momento da prática do ato. Comentários. A alternativa correta é a letra C, que traz um dos atributos do ato administrativo corretamente descrito. Vejamos os erros das demais alternativas. A alternativa A fala em presunção absoluta, quando na verdade a presunção é relativa, admitindo prova em contrário. A alternativa B está incorreta, pois a imperatividade é o atributo que impõe o ato ao particular, sem que seja necessária sua concordância. A alternativa D é incorreta, pois a autotutela orienta que a Administração Pública deve prezar pela legalidade dos seus atos, promovendo a anulação ou convalidação conforme o caso. A alternativa é está incorreta, pois discricionariedade é a margem de escolha que o agente público tem, podendo analisar conveniência e oportunidade, quando assim a lei o permitir. Gabarito 8. C. 9. (FGV / Analista Judiciário / TJ-RJ / 2014) O Estado do Rio de Janeiro, observadas as formalidades legais, firmou ato de permissão de uso de bem público com particular, para exploração de uma lanchonete em hospital estadual. No mês seguinte, o Estado alegou que iria ampliar as instalações físicas do hospital e revogou a permissão de uso. Passados alguns dias, comprovou-se que o Estado não realizou nem nunca teve a real intenção de realizar as obras de expansão. Em razão disso, o particular pretende invalidar judicialmente o ato administrativo que revogou a permissão, a fim de viabilizar seu retorno às atividades na lanchonete. Nesse contexto, é correto afirmar que a pretensão do particular está baseada: Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 9 de 16 www.exponencialconcursos.com.br a) na teoria da exceção do contrato não cumprido, porque o Estado não poderia rescindir a permissão de uso na vigência do contrato, exceto por ordem judicial e com a prévia indenização ao particular; b) no princípio da continuidade dos serviços públicos, porque independentemente da veracidade dos motivos fáticos que ensejaram a extinção da permissão, o particular tem direito público subjetivo de utilizar a lanchonete no prazo acordado; c) na natureza jurídica da permissão de uso, que é um ato bilateral e vinculado, devendo ser respeitado o prazo contratual da permissão de uso, que só pode ser extinta com prévia e justa indenização; d) na natureza jurídica da permissão de uso, que é um ato bilateral e vinculado, devendo ser respeitado o prazo contratual da permissão de uso, que só pode ser extinta por motivo de interesse público; e) na teoria dos motivos determinantes, porque, apesar de a permissão de uso ser ato discricionário e precário, o Estado está vinculado à veracidade do motivo fático que utilizou para revogar a permissão de uso. Comentários. A alternativa correta é a letra E. A Teoria dos Motivos Determinantes manda que o motivo determinante do ato administrativo é pressuposto de validade. Portanto, caso o motivo seja falso ou inexistente, mesmo que o ato esteja conforme os preceitos legais, será ele inválido, com base na teoria citada. Gabarito 9. E. 10. (FGV / Analista Administrativo / PROCEMPA / 2014) Assinale a opção que indica os elementos vinculados dos atos administrativos. a) Competência, motivação e finalidade. b) Tempo, forma e objeto c) Competência, forma e finalidade. d) Motivo e objeto. e) Objeto e resultado. Comentários. A alternativa correta é letra C. Questão conceitual que cobra a memorização dos elementos vinculados do ato administrativo: competência, finalidade e forma. Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 10 de 16 www.exponencialconcursos.com.br 11. (FGV / Advogado / BADESC / 2010) O atributo pelo qual atos administrativos se impõem a terceiros, ainda que de forma contrária a sua concordância, é denominado: a) competência. b) veracidade. c) vinculação. d) imperatividade. e) autoexecutoriedade. Comentários. A resposta correta é a letra D. O enunciado se refere ao atributo da imperatividade, o que significa a imposição de determinado ato a particular, independentemente da sua concordância para que isso ocorra. Gabarito 10. D. Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 11 de 16 www.exponencialconcursos.com.br FGV 1. (FGV / Técnico Superior / Especializado / DPE-RJ / 2019) Joaquim construiu irregularmente, sem obter qualquer licença para tal e ao arrepio dos ditames legais sobre a matéria, um muro que se iniciou nos limites de sua propriedade e se estendeu para a calçada, ocupando parte de área pública, com risco iminente de desabamento e dificultando o tráfego de pedestres. O poder público municipal, com as formalidades legais, utilizando sua prerrogativa de direito público que, calcada na lei, lhe autoriza a restringir o uso e o gozo da propriedade privada em favor do interesse da coletividade, determinou a demolição da obra. O poder administrativo que fundamentou a demolição e o atributo do ato administrativo que fez valer tal decisão sem necessidade de prévia intervenção do Poder Judiciário, são denominados, respectivamente a) normativo e coercitibilidade. b) disciplinar e autoaplicabilidade. c) de polícia e autoexecutoriedade. d) sancionatório e imperatividade e) de hierarquia e impositividade. 2. (FGV / Oficial da Infância e Juventude / TJ-SC / 2018) O Ministério Público ofereceu representação por prática de infração administrativa em face de sociedade empresária que deixou de observar o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 258, do ECA) no que diz respeito ao acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão e a sua participação no espetáculo. A materialidade e autoria do ilícito restaram demonstradas por meio de relatório de fiscalização e depoimento, ambos do Oficial da Infância e da Juventude presente no espetáculo, que comprovam a prática da infração. O ato administrativo consistente no citado relatório subscrito pelo oficial goza do atributo da: a) imperatividade, razão pela qual a multaprevista no Estatuto da Criança e do Adolescente pode ser imediatamente aplicada após a emissão do relatório; b) autoexecutoriedade, que exige a prévia decisão judicial para a prática de todos os atos administrativos que decorrem do poder de polícia administrativo; c) exigibilidade, segundo o qual o Poder Judiciário, por ato de seu Oficial, pode exigir imediatamente o pagamento da multa prevista no ECA; Lista de exercícios Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 12 de 16 www.exponencialconcursos.com.br d) tipicidade, que autoriza que qualquer ato contrário aos bons costumes constatado pelo Oficial pode ser objeto de infração administrativa, independentemente de previsão legal; e) presunção relativa de veracidade, prerrogativa presente em todos os atos administrativos que, contudo, admite prova em contrário pelo particular interessado. 3. (FGV / Oficial de Chancelaria / MRE / 2016) O Ministro de Estado da Justiça editou portaria determinando a expulsão de estrangeiro do território nacional, em razão de sua condenação em processo criminal à pena privativa de liberdade de oito anos. Inconformado, o estrangeiro ajuizou a ação judicial cabível e comprovou que o ato expulsório baseou-se unicamente em pressuposto de fato equivocado, uma vez que, na verdade, foi absolvido naquela ação penal, por força do provimento de sua apelação criminal pelo Tribunal. Dessa forma, o estrangeiro obteve judicialmente a declaração da nulidade da portaria de sua expulsão, porque a validade do ato administrativo, ainda que discricionário, vincula-se aos motivos apresentados pela administração, ou seja, o motivo do ato administrativo deve sempre guardar compatibilidade com a situação de fato que gerou a manifestação da vontade. Com base na doutrina de Direito Administrativo, no caso em tela houve a aplicação: a) da teoria dos motivos determinantes; b) da teoria da vinculação da expulsão; c) do princípio administrativo da autotutela; d) do princípio da reciprocidade administrativa; e) do princípio da motivação ministerial. 4. (FGV / Analista de Gestão / COMPESA / 2016) Com relação aos atos administrativos, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. ( ) O silêncio da Administração Pública em emitir o ato administrativo implica, necessariamente, em anuência tácita. ( ) Há atos administrativos que não são autoexecutórios, dependendo da intervenção do Poder Judiciário para sua execução. ( ) É possível a convalidação de atos administrativos que possuam vícios sanáveis. As afirmativas são, respectivamente, a) V, F e V. Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 13 de 16 www.exponencialconcursos.com.br b) F, V e F. c) V, V e V. d) F, V e V. e) F, F e F. 5. (FGV / Analista Judiciário / TJ-PI / 2015) Dentre os elementos do ato administrativo, destaca-se a competência, que é o círculo definido por lei dentro do qual podem os agentes públicos exercer legitimamente sua atividade. Como característica da competência, destaca-se a: a) derrogabilidade, segundo a qual a competência de um órgão pode, em regra, se transferir a outro por acordo entre as partes, ou por assentimento do agente da Administração, ou seja, apesar de fixada em norma expressa, a competência pode ser alterada; b) indelegabilidade, segundo a qual a competência de um agente ou órgão não pode, em qualquer hipótese, ser delegada a outro, ainda que haja norma posterior autorizativa, em respeito ao poder hierárquico e ao princípio da estabilidade das relações jurídicas; c) improrrogabilidade, segundo a qual a incompetência, em regra, não se transmuda em competência, ou seja, se um órgão não tem competência para certa função, não poderá vir a tê-la supervenientemente, a menos que a antiga norma definidora seja alterada; d) vedação de avocação, segundo a qual a competência de um agente ou órgão não pode ser transferida à autoridade hierarquicamente superior para atrair para sua esfera decisória a prática de ato da competência natural de agente com menor hierarquia; e) discricionariedade, segundo a qual a competência para a prática de determinado ato administrativo pode ser definida e alterada, caso a caso, de acordo com critérios de oportunidade e conveniência do chefe administrativo da repartição, mediante decisão fundamentada. 6. (FGV / Técnico de Nível Superior / SSP-AM / 2015) Os atos administrativos são emanados de agentes dotados de parcela do Poder Público e, por isso, estão revestidos de certas características que os tornam distintos dos atos privados em geral. Nesse contexto, é correto citar o atributo da: a) retroatividade, que faz com que o ato retroaja à data em que ocorreu o fato que motivou sua edição; Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 14 de 16 www.exponencialconcursos.com.br b) imperatividade, que faz com que o ato seja cogente somente em relação às pessoas que forem intimadas do ato; c) autoexecutoriedade, por meio do qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário; d) autotutela, por meio do qual o ato administrativo somente pode ser imputado ao particular a partir de decisão judicial que ratifique a legalidade do ato; e) continuidade, por meio do qual o ato administrativo não pode sofrer interrupção a partir do momento em que o administrado for intimado de sua prática. 7. (FGV / Técnico de Nível Superior / SSP-AM / 2015) O Secretário de Segurança Pública do Amazonas praticou ato administrativo, por motivo de interesse público, que determinou a remoção do servidor João. Insatisfeito, João impetrou mandado de segurança pretendendo a invalidação do ato, ao argumento de que possui direito público subjetivo de permanecer lotado em seu órgão de origem, que se localiza mais próximo de sua residência. No caso em tela, a João: a) assiste razão, pois se trata de ato discricionário e seria imprescindível que autoridade administrativa obtivesse previamente a concordância do servidor; b) assiste razão, pois se trata de ato vinculado e não estão preenchidos os requisitos legais para remoção, eis que a nova lotação trará prejuízos ao servidor; c) não assiste razão, pois se trata de ato discricionário no qual a autoridade administrativa tem liberdade na valoração dos elementos do motivo e do objeto do ato; d) não assiste razão, pois se trata de ato vinculado no qual foram adotadas todas as cautelas legais e, mesmo se houvesse algum vício de legalidade, apenas o próprio Administrador poderia proceder à invalidação do ato; e) não assiste razão, pois se trata de ato discricionário, porém o ato pode ser revogado a qualquer tempo pelo próprio Administrador ou pelo Poder Judiciário, por motivo de revisão de seu mérito. Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 15 de 16 www.exponencialconcursos.com.br 8. (FGV / Analista Judiciário / TJ-GO / 2014) Os atos administrativos são praticados por agentes dotados de parcela do Poder Público e, por isso, estão revestidos de certas características ou atributos que os tornam distintos dos atos de direito privado em geral. É exemplo de atributo do ato administrativo, a: a) presunção de legitimidade, segundo a qual existe presunção absoluta de que o ato foi praticado em conformidade com a lei; b) imperatividade, segundo a qual o ato administrativo seimpõe à própria Administração Pública, incluindo seus agentes e excluindo terceiros particulares que não tenham expressamente concordado; c) autoexecutoriedade, segundo a qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário; d) autotutela, segundo a qual o ato administrativo se impõe de forma coercitiva à própria Administração Pública e a todos os administrados; e) discricionariedade, segundo a qual todos os elementos do ato administrativo estão previstos em lei e o agente público não possui liberdade para aferir a oportunidade e conveniência na escolha do momento da prática do ato. 9. (FGV / Analista Judiciário / TJ-RJ / 2014) O Estado do Rio de Janeiro, observadas as formalidades legais, firmou ato de permissão de uso de bem público com particular, para exploração de uma lanchonete em hospital estadual. No mês seguinte, o Estado alegou que iria ampliar as instalações físicas do hospital e revogou a permissão de uso. Passados alguns dias, comprovou-se que o Estado não realizou nem nunca teve a real intenção de realizar as obras de expansão. Em razão disso, o particular pretende invalidar judicialmente o ato administrativo que revogou a permissão, a fim de viabilizar seu retorno às atividades na lanchonete. Nesse contexto, é correto afirmar que a pretensão do particular está baseada: a) na teoria da exceção do contrato não cumprido, porque o Estado não poderia rescindir a permissão de uso na vigência do contrato, exceto por ordem judicial e com a prévia indenização ao particular; b) no princípio da continuidade dos serviços públicos, porque independentemente da veracidade dos motivos fáticos que ensejaram a extinção da permissão, o particular tem direito público subjetivo de utilizar a lanchonete no prazo acordado; c) na natureza jurídica da permissão de uso, que é um ato bilateral e vinculado, devendo ser respeitado o prazo contratual da permissão de uso, que só pode ser extinta com prévia e justa indenização; Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 16 de 16 www.exponencialconcursos.com.br d) na natureza jurídica da permissão de uso, que é um ato bilateral e vinculado, devendo ser respeitado o prazo contratual da permissão de uso, que só pode ser extinta por motivo de interesse público; e) na teoria dos motivos determinantes, porque, apesar de a permissão de uso ser ato discricionário e precário, o Estado está vinculado à veracidade do motivo fático que utilizou para revogar a permissão de uso. 10. (FGV / Analista Administrativo / PROCEMPA / 2014) Assinale a opção que indica os elementos vinculados dos atos administrativos. a) Competência, motivação e finalidade. b) Tempo, forma e objeto c) Competência, forma e finalidade. d) Motivo e objeto. e) Objeto e resultado. 11. (FGV / Advogado / BADESC / 2010) O atributo pelo qual atos administrativos se impõem a terceiros, ainda que de forma contrária a sua concordância, é denominado: a) competência. b) veracidade. c) vinculação. d) imperatividade. e) autoexecutoriedade. Direito Administrativo Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 17 de 16 www.exponencialconcursos.com.br Gabarito 1. C. Gabarito 2. E. Gabarito 3. A. Gabarito 4. D. Gabarito 5. C. Gabarito 6. E. Gabarito 7. C. Gabarito 8. C. Gabarito 9. E. Gabarito 10. D. Gabarito Disciplina: Direito Administrativo Professor: Jonatas Albino do Nascimento Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 2 de 9 www.exponencialconcursos.com.br Sumário Extinção dos Atos administrativos ....................................................... 2 Anulação .............................................................................................. 2 Revogação ........................................................................................... 4 Cassação .............................................................................................. 6 Caducidade .......................................................................................... 6 Convalidação ....................................................................................... 7 Conversão ............................................................................................ 9 E para facilitar sua referência, abaixo as esquematizações disponíveis: Esquema 1 – Vícios do ato administrativo .................................................................... 3 Esquema 2 – Atos revogáveis ...................................................................................... 5 Esquema 3 – Convalidação - requisitos ........................................................................ 8 Como estudamos, todos os atos administrativos têm como atributo a presunção da legitimidade e veracidade. Com base nisso, um ato está pronto para produzir seus efeitos desde a sua produção e continuará até que, caso se verifique alguma irregularidade, seja promovido o desfazimento do ato. Tal desfazimento (extinção) pode ocorrer por meio da anulação, revogação ou cassação dos atos administrativos. Vamos estudar cada um dos conceitos. A anulação está associada à retirada do mundo jurídico de ato com vício relativo à legalidade ou legitimidade. É importante entender que a anulação não tem ligação com análise de conveniência e oportunidade. O vício (defeito) pode ser sanável ou insanável. No primeiro caso, a Administração pode anular o ato ou convalidá-lo. Já no segundo caso a Administração deve anular o ato. Extinção dos Atos administrativos Anulação Direito Administrativo - Teoria Professor Jonatas Albino do Nascimento Prof. Jonatas Albino do Nascimento 3 de 9 www.exponencialconcursos.com.br Esquema 1 – Vícios do ato administrativo Tanto os atos vinculados quanto os discricionários são suscetíveis de anulação. O que não pode ocorrer é a anulação por análise do mérito administrativo. Os efeitos da anulação são retroativos (ex tunc), desconstituindo todos os efeitos jurídicos. Porém, devem ser preservados os efeitos já produzidos quanto aos terceiros de boa-fé. Tal fato não pode ser considerado direito adquirido, pois atos nulos/anuláveis não geram direito adquirido. A anulação do ato administrativo pode ocorrer tanto pela própria Administração, que editou os atos (com base no princípio da autotutela), quanto pelo Judiciário, se provocado. A Lei nº 9.784/99 (lei federal), define em cinco anos o prazo para que a Administração anule os atos de que decorram efeitos favoráveis aos particulares, salvo comprovada ma-fé. Trata-se de prazo decadencial. Vejamos a norma: Vício Sanável pode anular Insanável deve anular Jurisprudência do STF Segundo o STF, qualquer ato que venha a repercutir negativamente sobre os interesses do cidadão deverá ser precedido de procedimento em que sejam assegurados o contraditório e ampla defesa. A ideia é que, apesar de a Administração dispor da autotutela (possibilidade de anular seus próprios atos), tal ação pode repercutir severamente na vida dos administrados e por isso nada mais justo que este possa se pronunciar no caso, conforme os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ainda, segundo a Corte Maior não basta a previsão de recurso administrativo da decisão já tomada. A possibilidade de manifestação do particular deve ser prévia. (Súmula 473 e AI 710085 SP) Direito Administrativo - Teoria Professor
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