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A historia da EAD no Brasil e no Mundo

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Fundamentos da EAD 
e E-Learning
Prof. Dra. Siderly do Carmo Dahle de Almeida
Prof. Me. Alvaro Martins Fernandes Júnior
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
André Dudatt
Revisão Textual
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.fatecie.edu.br
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
FICHA CATALOGRÁFICA
FACULDADE DE TECNOLOGIA E 
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. 
Núcleo de Educação a Distância;
ALMEIDA, Siderly do Carmo Dahle .
JÚNIOR, Alvaro Martins Fernandes .
Fundamentos da EAD e E-Learning.
Prof. Dra. Siderly do Carmo Dahle de Almeida.
Prof. Me. Alvaro Martins Fernandes Júnior.
Paranavaí - PR.: UniFatecie, 2020. 63 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira dos Santos.
AUTORES
Siderly do Carmo Dahle de Almeida
Doutora em Educação e Currículo pela Pontifícia Universidade Católica de São 
Paulo (2012) é Mestre em Educação pela PUCPR (2006). Especialista em Gestão da In-
formação pela Fundação de Estudos Sociais do Paraná (1999) e em Educação a Distância 
pela Faculdade Educacional da Lapa (2009). É graduada em biblioteconomia pela Universi-
dade Federal do Paraná (1988) e em Pedagogia pela Universidade Castelo Branco (2010). 
Desenvolve pesquisas e tem experiência na área de Educação, com ênfase em tecnologias 
e mídias educacionais, formação de professores, metodologia da pesquisa. Atuou na Pre-
feitura Municipal de Curitiba com Educação básica por 15 anos, entre 1991 e 2006, tendo 
neste período trabalhado com Educação Infantil e Primeiros anos do Ensino Fundamental, 
também implantou e coordenou os Faróis do Saber: bibliotecas de bairro instaladas nas 
Escolas Municipais e atuou na Coordenação Pedagógica das Usinas de Conhecimento, 
programa do governo instalado em alguns municípios do Estado do Paraná. Coordenou por 
6 anos o Núcleo de Aprendizagem e Aprimoramento para a Amadurescência da PUCPR e 
foi coordenadora de estúdio na EADCON, sendo responsável pela capacitação de docentes 
para atuar na Educação a Distância. Trabalhou na Unicesumar como Coordenadora dos 
Cursos de Pós-Graduação na área de Educação na modalidade a distância, e foi docente 
do Programa de Mestrado em Gestão do Conhecimento nas Organizações e Pesquisadora 
do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICETI). Atualmente é Coordena-
dora e docente do Programa de Mestrado Profissional em Educação e Novas Tecnologias 
da Uninter.
 
Alvaro Martins Fernandes Junior
Doutorando em Educação: Currículo na PUC-SP. Mestre em Gestão do Conhe-
cimento nas Organizações pelo Centro Universitário Cesumar - Unicesumar, na linha de 
pesquisa Educação e Conhecimento onde foi bolsista da Capes na modalidade I - PRO-
SUP. Pós-graduado em EAD e Tecnologias Educacionais e em Gestão com Pessoas na 
mesma instituição e especialista em Marketing pelo Instituto Paranaense de Ensino-IEP. 
É bacharel em Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda. Atuou 
como Tutor Mediador no Núcleo de Educação a Distância Unicesumar. É fluente em inglês. 
Foi voluntário na AIESEC Blagoevgrad (Bulgária) em 2010, onde trabalhou com projetos 
sociais nas escolas municipais da cidade por dois meses. Em 2011, foi trainee na Exevo 
India Ltda., trabalhando com pesquisa de mercado. Tem experiência com educação na 
modalidade a distância, atuando como docente em projetos de ensino, bem como docente, 
autor de livros didáticos e orientador de trabalhos de conclusão de curso na pós graduação. 
Atua como professor na Escola Superior de Educação da UNINTER - Centro Universitário 
Internacional. Atualmente é voluntário no projeto RH na Academia da ABRH-PR.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
A educação a distância é uma modalidade de ensino intrinsecamente relacionada 
com as tecnologias digitais de informação e comunicação, tendo em vista as possibilidades 
de aproximação espaço-temporal que oferecem e, também, uma modalidade intencional-
mente pedagógica, posto que objetiva particularmente o processo de ensino e de aprendi-
zagem.
Assim, vamos iniciar um curso de especialização da Fatecie que será ministrado 
na modalidade que também é a temática do curso, ou seja, “a distância”. Dessa maneira, 
teremos uma oportunidade única de aprender vivenciando e praticando, de fato, aquilo que 
nos propomos a estudar.
Dando início ao nosso diálogo, faz-se necessário que compreendamos o signifi-
cado da expressão “educação a distância”. Enquanto profissionais da área de educação, 
muitas vezes ouvimos falar em novos paradigmas educacionais, relevância das tecnologias 
de informação e comunicação em nosso campo de estudo, sociedade da conhecimento 
e práticas pedagógicas renovadas, tudo isso porque se compreendeu a importância da 
educação na vida das pessoas.
Assim, a educação a distância vem ocupando cada vez mais espaço, ganhando 
evidência nos telejornais e outros meios de comunicação, apontando, em especial, para 
as oportunidades e os desafios pelos quais a modalidade vem passando. Toda essa mídia 
contribui, sobremaneira, para chamar a atenção da sociedade para essa modalidade que, 
no princípio, sofreu muito pela falta de credibilidade, mas hoje se encontra em franco pro-
cesso de expansão.
Não é nenhuma novidade que essa modalidade vem se apresentando como uma 
possibilidade de educação que pode satisfazer plenamente tanto o ensino formal quanto a 
formação técnica e profissional ou, ainda, a educação continuada e empresarial.
No papel de alunos que somos e de docentes que queremos ser, é necessário e 
urgente que voltemos nossas reflexões para essa modalidade.
Sejam todos bem-vindos! 
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 7
Breve Histórico da Educação a Distância no Brasil e no Mundo
UNIDADE II ................................................................................................... 19
Processo de Ensino e de Aprendizagem na Educação Superior: 
Perfil Docente e Discente
UNIDADE III .................................................................................................. 33
A Modalidade de Educação a Distância e os Ambientes Virtuais de 
Aprendizagem
UNIDADE IV .................................................................................................. 47
Possibilidade de Autonomia e Emancipação pela EAD
7
Plano de Estudo:
• História da Educação a Distância no mundo
• EAD no Brasil: o princípio
• A televisão na EAD no Brasil
Objetivos da Aprendizagem
• Apresentar um breve histórico da educação a distância no mundo
• Explicar como a Educação a Distância desenvolveu-se no Brasil
• Esclarecer o papel da televisão na EAD no Brasil
UNIDADE I
Breve Histórico da Educação a 
Distância no Brasil e no Mundo
Prof. Dra. Siderly do Carmo Dahle de Almeida
Prof. Me. Alvaro Martins Fernandes Junior 
8UNIDADE I Breve Histórico da Educação a Distância no Brasil e no Mundo
INTRODUÇÃO
Sabemos que o modo como as pessoas aprendem, vem sendo tema de pesquisas 
e de investigação há algum tempo, porém, apenas o “fenômeno” complexo denominado 
“educação” que temos visto sob o olhar da ciência, da arte e da tecnologia, e que se faz 
presente desde o início da civilização, ainda hoje suscita muitos estudos.
A educação a distância foi normatizada, entre outros motivos, com o intuito de se 
levar educaçãoformal a todo o Brasil, considerando o seu gigantesco espaço geográfico. 
Nas localidades distantes, a inexistência de instituições públicas e privadas para a edu-
cação superior significa a exclusão de grandes contingentes populacionais ao acesso e a 
permanência na Educação Superior e, consequentemente formação especializada.
Nesse cenário, as universidades iniciaram um movimento de criação e oferta de 
cursos a distância, de naturezas diversas, com o objetivo de atender a demandas sociais: 
cursos de graduação, de pós-graduação, de extensão, técnicos, profissionalizantes, entre 
outros. Uma das questões que emergiu nesse movimento foi a necessidade de formação 
de professores.
Deste modo, a maioria das instituições formadoras ainda não incorporou, nas prá-
ticas pedagógicas dos currículos, atividades suficientes e eficazes para a introdução das 
tecnologias na educação. Assim, existe uma necessidade de formação profissional docente 
para atender ao crescimento das atividades de EAD nas diversas instituições escolares.
Temos ciência de que muitos elementos perpassam a educação a distância e todo 
o processo de ensino e de aprendizagem nessa modalidade. Vamos propor uma viagem 
virtual pelo tempo, enfocando como iniciou a educação a distância no mundo e, mais preci-
samente, no Brasil. Verificaremos a importância dos correios e dos meios de comunicação: 
jornal, rádio e televisão, que foram as principais mídias que permitiram que a EAD crescesse 
e pudesse democratizar a educação, tornando-se um caminho acessível e possível para 
toda a população.
9UNIDADE I Breve Histórico da Educação a Distância no Brasil e no Mundo
1. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO MUNDO
 
A Educação a Distância, tal qual a conhecemos hoje, parece ter nascido junto com 
a expansão da internet no final do século passado, porém, esta história iniciou muito antes 
disso. Vamos entender?
Podemos considerar, de acordo com Nunes (2009), como uma das primeiras men-
ções que se tem sobre a EAD uma propaganda publicada no jornal Boston Gazette, de 
Massachussets, em 1728, em que Caleb Phillipps, professor de taquigrafia, propunha ensi-
nar suas técnicas semanalmente através do correio, mesmo para pessoas que morassem 
em outros locais. O anúncio prometia que qualquer pessoa poderia ser tão bem instruída 
como aqueles que viviam em Boston.
De acordo com Dalmau (2014), em 1840, dessa vez no Reino Unido, Isaac Pitman 
propôs ensinar taquigrafia utilizando-se para isso do sistema postal inglês que oferecia 
baixo custo e grande alcance. Observamos que o correio foi, sem dúvida, um grande aliado 
para a distribuição de materiais didáticos na educação a distância.
No ano de 1856, em Berlim, Toussaint e Langenscheidt criaram a primeira escola 
de línguas por correspondência. No ano de 1873, Anna Eliot Ticknor funda a Sociedade 
de Apoio ao Ensino em Casa em Boston. Em 1891, Foster cria na Pensilvânia o Instituto 
Internacional por Correspondência, oferecendo um curso sobre medidas de segurança no 
trabalho para mineradores. (DALMAU, 2014)
10UNIDADE I Breve Histórico da Educação a Distância no Brasil e no Mundo
 
REFLITA
Você sabia que os primeiros passos da EAD não foram dados por instituições de educa-
ção superior ou instituições tradicionais, como se poderia imaginar?
 
A EAD teve novo impulso depois da primeira guerra mundial, devido as necessida-
des socioeconômicas do período pós-guerra e ao incremento de tecnologias como o rádio e 
o cinema. Nos anos que se seguiram, a tv e os recursos audiovisuais desempenham papel 
fundamental na educação presencial e na educação a distância, aumentando considera-
velmente as propostas de programas nessa modalidade. Entre os anos 50 e 60 do século 
passado, a instrução programada deixa sua marca e influencia as propostas de educação 
a distância no mundo todo.
Em 1962, de acordo com Nunes (2009) surge na Inglaterra a fundação Open Uni-
versity que é considerada até hoje como a referência primeira na área. Ela estabeleceu 
um padrão de qualidade que contribuiu fortemente para que se superasse o preconceito 
com relação a modalidade a distância e colocou a EAD como possibilidade viável para a 
democratização da educação. Depois dela surge a Universidad Nacional de Educación 
a Distancia da Espanha (UNED), a FernUniversität da Alemanha e a Télé-Université, no 
Canadá.
11UNIDADE I Breve Histórico da Educação a Distância no Brasil e no Mundo
SAIBA MAIS
Alguns pesquisadores propõem uma divisão na história da EAD segundo suas “Ge-
rações”, relacionando-as com as tecnologias disponíveis em cada época. Simão Neto 
(2008) é um destes pesquisadores, propondo em seus estudos, três gerações:
• Primeira Geração: Ensino por correspondência que se caracteriza por material im-
presso entregue pelo correio na casa (ou no local escolhido) de cada estudante. As 
instituições de ensino contratam um professor que se propõe a escrever passo-a-
-passo um determinado curso e o mesmo é moldado de modo a permitir que o aluno 
tome gradativamente suas aulas e aprenda um ofício, uma língua, ou seja, aquilo 
que foi proposto pelo curso.
• Segunda Geração: Teleducação/Telecursos. Programas de rádio e TV que se com-
prometem a ensinar por meio de programas educativos nas grades de TVs comer-
ciais, fitas cassete, videocassetes, concomitantemente com material impresso.
• Terceira Geração: Ambientes virtuais de aprendizagem, que permitem que professo-
res e alunos “conversem” em tempo real utilizando chats, fóruns de discussão, blogs 
etc.
12UNIDADE I Breve Histórico da Educação a Distância no Brasil e no Mundo
2. EAD NO BRASIL: O PRINCÍPIO
 
No Brasil temos um cenário bem diverso no que se refere a história da EAD. Come-
çamos com a oferta de bem-sucedidos cursos por correspondência como os oferecidos pelo 
Instituto Monitor e pelo Instituto Universal Brasileiro. O Projeto Minerva é um exemplo de 
curso oferecido pelo Rádio; o Telecurso, que existe até hoje, foi uma iniciativa da televisão; 
temos muitas instituições oferecendo educação a distância via internet e outras mídias.
O Instituto Monitor foi a primeira escola no Brasil a oferecer educação a distância. 
Nicolás Goldberger, imigrante húngaro que chegou ao Brasil na década de 30, encantou-se 
com a dimensão do território e queria ajudar com o crescimento do país através da comuni-
cação, representada naquela época pelo rádio. Nasceu assim o primeiro curso a distância 
que permitia que ao concluir o curso, o aluno fosse capaz de construir um rádio caseiro. 
A ideia era levar a possibilidade de ter uma profissão as pessoas mais carentes e que 
morassem em regiões distantes, desprovidas de outra forma de educação profissional. Em 
1939 foi fundado o Instituto Radiotécnico Monitor sendo todos os seus cursos oferecidos 
por correspondência. (ALMEIDA, 2012)
O Instituto Universal Brasileiro iniciou suas atividades em meados do século pas-
sado, utilizando como meio de divulgação revistas em quadrinhos, fotonovelas e outras 
publicações populares e se propunha a preparar pessoas oferecendo cursos profissiona-
lizantes como corte-e-costura, eletricista, cabeleireiro, mestre de obras, entre outros. As 
pessoas que faziam o curso terminavam o mesmo com uma profissão e melhoravam sua 
13UNIDADE I Breve Histórico da Educação a Distância no Brasil e no Mundo
qualidade de vida atuando na área escolhida. Era uma possibilidade real para aqueles que 
não podiam frequentar as salas de aula por precisarem trabalhar em tempo integral para 
manter suas famílias, mas vislumbravam ter uma profissão que lhes permitisse uma folga 
em seu orçamento doméstico.
O Projeto Minerva iniciou em setembro de 1970, sob o comando do Serviço de Ra-
diodifusão Educativa do Ministério da Educação e Cultura. Seu nome era uma homenagem 
a Deusa grega da sabedoria. O site do projeto destaca como características essenciais o 
aporte para o incremento do sistema educacional, a complementação dastarefas propos-
tas pelo sistema regular de ensino, a promoção da educação continuada, a divulgação de 
programas culturais, a elaboração de materiais didáticos e a avaliação dos resultados da 
utilização dos horários pela emissora de rádio. O rádio foi a mídia escolhida em função do 
baixo custo e da familiaridade dos ouvintes.
Segundo Castro (2009), o mesmo contou com a seguinte estrutura:
a) Recepção organizada - desenvolvia-se em radiopostos locais, onde 30 a 50 
alunos se reuniam, sob a liderança de um monitor, para ouvir a transmissão das aulas. O 
radioposto funcionava em escolas, quartéis, clubes, igrejas e outros locais.
b) Recepção controlada - os alunos recebiam isoladamente a transmissão dos cur-
sos reunindo-se semanal ou quinzenalmente sob a orientação do monitor, a fim de discutir 
ideias e dirimir dúvidas. 
c) Recepção isolada- os alunos recebiam emissões em suas casas.
Castro (2009) explicita ainda que de outubro de 1970 ao mesmo período em 1971, 
174.246 alunos participaram do projeto e desses, apenas 61.866 o concluíram. Obser-
varam-se elementos negativos como evasões durante o curso e a avaliação que não foi 
efetivada, obrigando os alunos a fazer exames supletivos oferecidos pelo Departamento de 
Ensino Supletivo do MEC.
14UNIDADE I Breve Histórico da Educação a Distância no Brasil e no Mundo
3. A TELEVISÃO E A EAD NO BRASIL
 
Considerando a televisão como mídia responsável pela educação a distância, ob-
servamos o seguinte histórico:
Em 1978 a Fundação Roberto Marinho em parceira com a Fundação Padre An-
chieta assinaram um convênio que permitia a realização do que seria o primeiro projeto 
de teleducação: o Telecurso 2º Grau. Foi a primeira vez que uma rede comercial de TV 
se lançava em um projeto educativo. No ano de 1981 foi a vez da Fundação Bradesco 
buscar parceria com a Fundação Roberto Marinho para oferecer o Telecurso 1º Grau que se 
destinava ao Ensino Fundamental em suas últimas 4 séries, tendo recebido apoio do MEC 
assim como da UnB – Universidade de Brasília. (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 2015)
Novamente uma parceria com a Fundação Roberto Marinho, em 1994, dessa vez 
com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) uma proposta para quem 
não havia concluído o Ensino Fundamental ou o Ensino Médio: o Telecurso 2000. De acordo 
com dados expostos no site do Telecurso, o mesmo é reconhecido como uma metodologia 
que otimiza a qualidade na educação, tendo favorecido mais de 5,5 milhões de pessoas 
nas 27.714 telessalas no país. (TELECURSO, 2017)
De acordo com Markun (2010, p. 11), presidente da Fundação Padre Anchieta,
Nos últimos anos, o avanço da tecnologia e o surgimento de novas mídias trans-
formara a televisão, que no final do dos anos 1960 era tecnologia de ponta, em parte de 
um complexo muito maior que envolve as tecnologias de informação e comunicação. Tais 
15UNIDADE I Breve Histórico da Educação a Distância no Brasil e no Mundo
tecnologias oferecem inúmeras possibilidades: capacidade praticamente infinita de juntar 
informação; apresentação de conteúdos em diversos formatos; interatividade que permite 
a colaboração coletiva na produção desses conteúdos.
Dessa maneira, hoje tornou-se imprescindível que a televisão, para acompanhar 
todo esse avanço, integre as várias mídias para produzir e estabelecer os conteúdos edu-
cacionais que pretende incluir em sua grade.
 O que se espera é a socialização do saber de modo a contribuir efetivamente para 
a melhora do nível de educação e, consequentemente, a melhora da qualidade de vida dos 
cidadãos em nosso país.
16UNIDADE I Breve Histórico da Educação a Distância no Brasil e no Mundo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta nossa primeira unidade, verificamos que a Educação a distância via correio, 
foi a primeira forma pensada para tornar possível a educação em locais e horários distintos 
possibilitando que toda a população, independente do lugar onde vive de norte a sul do 
país, tenha acesso a educação de modo a poder melhorar sua qualidade de vida e, por 
conseguinte, a de sua comunidade.
Vimos que a historia da EAD, segundo alguns pesquisadores, pode ser dividida 
em três gerações: uma primeira que abarca o ensino utilizando a correspondência como 
estratégia e servia-se de manuais escritos por professores para fundamentar os estudos 
de seus alunos, em um segundo momento contamos com a teleducação, que pode ser 
transmitida tanto por rádio quanto por televisão e, finalmente, a mais conhecida que faz uso 
de ambientes virtuais de aprendizagem e se caracteriza como a terceira geração.
O Brasil apresenta um panorama bem distinto no que tange a composição histórica 
da EAD. Não há como falar dessa história sem mencionar os bem-sucedidos cursos por 
correspondência disponibilizados pelo Instituto Monitor e pelo Instituto Universal Brasileiro. 
Tivemos também a oferta do Projeto Minerva e, num passado recente, do Telecurso já 
como uma iniciativa da tv e que tem seu horário até hoje.
17UNIDADE I Breve Histórico da Educação a Distância no Brasil e no Mundo
LEITURA COMPLEMENTAR
A TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL
Sandra Maria Castanho
 
O Brasil tem passado por diversas transformações no campo educacional, as novas 
tecnologias tem proporcionado a aceleração do desenvolvimento da Educação a Distância 
(EaD) e uma maior transmissão de informações e instruções. Isto pode ser observado 
nas situações em que a educação convencional é de difícil acesso, seja pelas pessoas 
residirem em área geograficamente isolada ou por existir um déficit das condições sócio-e-
conômicas que dificultam o acesso das mesmas aos cursos de ensino regular ou superior 
em período apropriado. A EaD também tem contribuído com aqueles que trabalham em 
horários que impossibilitam a freqüência em um curso presencial. O processo histórico da 
Educação a Distância foi marcado por experimentações, sucessos e fracassos. Sua origem 
foi caracterizada pela educação por correspondência iniciada no final do século XVIII e 
com ampla divulgação em meados do século XIX. A EaD tem sido adotada em diversos 
países e com várias possibilidades de atuação. Entre os propósitos da EAD tem aberta e 
continuada e uma educação que promove a cidadania. Assim, é neste final de milênio que 
surgem “os grandes sistemas de educação superior a distância, primeiramente na Europa 
e, em seguida, no Canadá, nos Estados Unidos e na Austrália”, para depois se expandir 
a todos os países desenvolvidos e para muitos países em processo de desenvolvimento 
(GUIMARÃES, 1997, p. 3). No que se refere a implementação da EaD no Brasil, des-
tacamos a fundação das “Escolas Internacionais” em 1904, representando organizações 
norteamericanas. Um marco importante foi o Jornal do Brasil, que iniciou suas atividades 
em 1891, noticiando na primeira edição da seção de classificados, anúncio que oferecia a 
profissionalização por correspondência (datilógrafo), isto comprova como havia tentativas 
em se buscar alternativas para a melhoria a educação brasileira
 
Fonte: CASTANHO, Sandra Maria. A trajetória da educação a distância no Brasil. Disponível em 
http://www.indev.com.br/semana/trabalhos/2012/5.pdf
18UNIDADE I Breve Histórico da Educação a Distância no Brasil e no Mundo
 
 MATERIAL COMPLEMENTAR
 
LITTO, Fredric M.; FORMIGA, Marcos. Educação a Distância: o estado da arte. 
São Paulo: Pearson, 2009.
 
Composto por 60 capítulos escritos por especialistas brasileiros em EAD, este livro 
transmite ao leitor o conhecimento atingido pelas abordagens da educação a distância no 
país, considerando o contexto do cenário internacional de aprendizagem, tanto acadêmica 
quanto de treinamento corporativo.
19
Plano de Estudo:
• Conceituando a educação a distância
• Distâncias e presenças
• Ead e legislação brasileira
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar educação a distância considerando-se todas as suas dimensões.
• Distinguir o que são distâncias e o que são presençasno cenário da educação brasi-
leira
• Apresentar a legislação que rege a EAD no Brasil
UNIDADE II
Processo de Ensino e de Aprendizagem 
na Educação Superior: Perfil Docente e 
Discente
Prof. Dra. Siderly do Carmo Dahle de Almeida
Prof. Me. Alvaro Martins Fernandes Junior 
20UNIDADE II Processo de Ensino e de Aprendizagem na Educação Superior: Perfil Docente e Discente
INTRODUÇÃO
Temos ciência de que muitos elementos perpassam a educação a distância e todo 
o processo de ensino e de aprendizagem nessa modalidade. Iniciemos por conceituá-la, 
prescindindo de conceitos importantes para a compreensão da mesma, como por exemplo, 
o papel das tecnologias digitais de informação e comunicação, as principais características 
que a definem e as contraposições entre distâncias e presenças.
Compreender a transitoriedade social que estamos vivendo, com a inserção de 
tecnologias de comunicação e informação, e demais fatores econômicos e políticos que 
contribuem para a transformação do tempo e do espaço, é imprescindível para que os edu-
cadores discutam a utilização, expansão e normatização da educação a distância dentro 
dos espaços escolares.
A Educação a distância, sistematizada e propagada através do correio, vem for-
mando pessoas há longo tempo, porém, podemos considerar que apenas nos últimos vinte 
anos começou a adquirir consistência, com a “era do conhecimento”. Mesmo com essa 
grande jornada, ainda tentamos estabelecer parâmetros específicos para essa modalidade 
de educação, e ainda ouvimos comparações com a educação presencial. Isso nos leva a 
refletir sobre a necessidade de haver muito estudo e pesquisa na área, buscando novas 
experiências em novos contextos.
Para essa modalidade de educação, é preciso formar docentes hábeis para traba-
lhar em equipe, que se utilizem do conhecimento e criatividade coletivos, que se aproximem 
mais dos alunos, apesar da distância espaço-temporal, tendo todos os envolvidos nesse 
processo um objetivo fundamental: possibilitar que todos os cidadãos, independente do 
lugar em que vivem, em qualquer região do país, tenham acesso a educação de maneira 
a poder melhorar sua qualidade de vida e, por conseguinte, a de sua comunidade. A isso 
podemos chamar de democratização da educação.
21UNIDADE II Processo de Ensino e de Aprendizagem na Educação Superior: Perfil Docente e Discente
1. CONCEITUANDO A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
 
Para muitos autores é possível caracterizar a EAD de acordo com o espaço físico, 
sugerindo que, se docente e educando não se encontram em um mesmo espaço, isto já 
significa educação a distância. Porém, quantas vezes nós mesmos enquanto alunos nos 
sentimos “ignorados” por nossos professores presenciais, que davam suas aulas sem se 
importar se estávamos compreendendo o que estavam falando, cumpridores de seu papel 
de “transmissores de conhecimento”?
Belloni afirma que a ‘’educação a distância é modalidade de ensino adequada às 
sociedades contemporâneas.’’ (2008, p. 3). Ao tornar-se um aspecto pedagógico inserido 
na realidade educacional, a EAD possibilita que as pessoas tenham condições eficientes 
e eficazes de compartilhar o conhecimento, debatendo, questionando e reformulando 
ideias, valores, percepções e experiências, sem a necessidade da palavra impressa e da 
presencialidade física. Isso supera a lógica das formas tradicionais de educação, como a 
obrigatoriedade do professor e do aluno em um mesmo ambiente físico, mas sem anular 
aquilo que é essencial: o conteúdo socialmente elaborado dentro de necessidades e inte-
resses comuns.
Assim sendo, o sistema educacional contemporâneo deve ligar-se diretamente 
a essa forma de produção do saber, sob uma concepção de ensino decorrente de um 
trabalho escolar realizado em sintonia com os novos tempos, acordos sociais e demandas 
institucionais.
22UNIDADE II Processo de Ensino e de Aprendizagem na Educação Superior: Perfil Docente e Discente
Nesse contexto uma expressão bem conhecida é “aprendizagem colaborativa”. É 
necessário que, para atuar à distância, o docente tenha vontade, vocação e conhecimento, 
tanto sobre o seu discurso quanto sobre a tecnologia que deverá dominar para propor um 
bom trabalho no ambiente virtual de aprendizagem. Devemos ainda levar em conta que não 
existe uma pedagogia própria para a EAD, e que somos nós, num processo colaborativo, 
que vamos construí-la.
 
SAIBA MAIS
Destacando a questão do conceito de EAD, Moore e Kearsley (2007) afirmam que EAD 
é: “O aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lugar diferente do local de 
ensino, exigindo técnicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por 
meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais”.
(MOORE; KEARSLEY, 2007, p. 2).
Os autores enfatizam o aspecto geográfico e as exigências específicas no processo pe-
dagógico, com formas próprias de docência e interação para essa modalidade de ensi-
no, bem como abordam a necessidade de recursos que facilitem a comunicação. Ainda 
nessa concepção, percebemos que na educação a distância a gerência dos processos 
didáticos e pedagógicos é estruturada com base em equipes de profissionais que plane-
jam e tomam as decisões pedagógicas e administrativas.
 
Os cursos de formação docente não preveem em seus currículos formação es-
pecífica para docentes na modalidade EAD, sejam estes formadores responsáveis pelas 
aulas ou conteudistas, tutores e demais profissionais que se fazem necessários a área, isto 
constitui-se em um alerta sobre a necessidade de se repensar os currículos de formação 
de professores.
23UNIDADE II Processo de Ensino e de Aprendizagem na Educação Superior: Perfil Docente e Discente
2. DISTÂNCIAS E PRESENÇAS
 
Quando nos referimos ao trabalho docente na educação a distância, um dos princi-
pais conceitos a ser repensado é o que diz respeito ao termo distância. Afinal, que distância 
é essa a qual estamos nos referindo? E quando pensamos em seu antônimo – presença 
– será que ela é mesmo o contrário de distância, ou seja, quem está presente, não está 
distante?
Para nos ajudar nesta tarefa, vamos voltar ao dicionário. Ferreira (1986) eviden-
cia distância como ”espaço entre duas coisas ou pessoas, intervalo; lonjura, longitude; 
separação, apartamento, afastamento”. Já no Houaiss (2008) temos como “um espaço 
muito grande que separa dois seres, dois lugares ou dois objetos”. Hum... então um espaço 
pequeno não significa distância. Será?
Aqui gostaríamos de esclarecer que existem distintos tipos de distâncias que se 
fazem relevantes em muitas áreas, mas de modo bem especial quando tratamos da educa-
ção a distância. Ressaltamos que, em primeiro lugar, devemos ponderar sobre a distância 
geográfica que separa os atores do processo educacional na EAD: professores e alunos. 
Essa distância possível de ser medida é um dos aspectos cuja superação determina a 
maioria dos programas na modalidade.
Considerando-se que a distância geográfica e o uso de múltiplas mídias são carac-
terísticas inerentes à educação a distância, mas não suficientes para definirem a concepção 
educacional, discute-se a educação a distância (EaD) não como uma solução paliativa 
24UNIDADE II Processo de Ensino e de Aprendizagem na Educação Superior: Perfil Docente e Discente
para atender alunos situados distantes geograficamente das instituições educacionais nem 
apenas como a simples transposição de conteúdos e métodos de ensino presencial para 
outros meios e com suporte em distintas tecnologias. Os programas de EaD podem ter o 
nível de diálogo priorizado ou não segundo a concepção epistemológica, tecnologias de 
suporte e respectiva abordagem pedagógica. (ALMEIDA, 2003, p. 327)
Esses programas procuram alcançar o sujeito que vive em locais geograficamente 
afastados do local em que os professores se encontram para ministrar as aulas ou mes-
mo do local em que essas aulas são produzidas. Se levarmos em conta aspessoas com 
dificuldade ou mesmo que não tem meios de locomoção para os grandes centros, aquelas 
que muitas vezes se utilizam de bicicleta, barco, cavalo, ou ainda que andam quilômetros 
em busca de progredir em seus estudos, essa distância geográfica nem precisa ser tão 
grande.
Outra distância a ser avaliada é a que se refere ao poder aquisitivo do aluno. É 
certo que, além do valor das mensalidades de um curso em uma instituição de ensino, 
devem ser considerados gastos com meio de transporte, alimentação, materiais de estudo, 
o que pode tornar a educação mais distante da realidade de muitas pessoas que concluem 
que a mesma não cabe em seu orçamento doméstico.
É preciso falar ainda sobre a distância de papéis entre professor e alunos, pois 
alguns professores infelizmente se colocam em um patamar inacessível, não possibilitando 
o diálogo com seus alunos. Isso se torna mais frequente em cursos com turmas maiores em 
que o aluno não passa de um a mais na plateia, sendo ser passivo na construção de seu 
conhecimento, cabendo a ele apenas ouvir e repetir o que o professor disse. Simão Neto 
(2008, p. 17) chama esta de distância transacional:
Esse tipo de distância pode ser mais comumente observado em grandes turmas que 
seguem modelos de ensino, como os cursos preparatórios para vestibulares e concursos. 
Neles, o aluno é apenas mais um membro da plateia a desempenhar o simples papel de 
receptor passivo das informações que o professor envia. Vale notar que o tamanho da tur-
ma não é uma condição para existir a distância transacional. Mesmo em turmas pequenas, 
nas quais o professor ainda segue metodologias expositivas responsáveis por afastá-lo dos 
alunos, as distâncias também podem ser muito grandes.
O vocábulo distância pode também indicar para uma questão temporal e na EAD, 
isso é bem comum, afinal, o professor pode ter gravado uma aula na semana passada, no 
ano passado ou a mais tempo ainda. Por outro lado, se tomarmos a escrita como exemplo, 
25UNIDADE II Processo de Ensino e de Aprendizagem na Educação Superior: Perfil Docente e Discente
podemos ler obras de autores que já se foram muito anos de nós termos até mesmo nascido 
e muitas vezes tais obras podem ter conteúdos bem atuais.
Aliás, o próprio conceito de distância está se transformando, como as relações 
de tempo e espaço, em virtude das incríveis possibilidades de comunicação a distância 
que as tecnologias de telecomunicações oferecem. Também o conceito de interatividade 
carrega em si grande ambigüidade, oscilando entre um sentido mais preciso de virtualidade 
técnica e um sentido mais amplo de interação entre sujeitos, mediatizada pelas máquinas. 
(BELLONI, 2008, p. 123)
Agora que já pensamos nas questões que se referem as distâncias, vamos enten-
der um pouquinho o conceito de presença? Entendida muitas vezes como antônimo de 
distância pois, se estamos presentes é porque não estamos ausentes, é preciso notar que 
presenças não excluem distâncias.
 
REFLITA
As mídias e tecnologias de informação e comunicação, a televisão interativa, o celular 
são alguns exemplos de tecnologias que permitem uma aproximação ainda que não 
física.
26UNIDADE II Processo de Ensino e de Aprendizagem na Educação Superior: Perfil Docente e Discente
3. EAD E LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
 
Para entendermos o papel histórico da EAD em nosso contexto nacional, faz-se 
importante tomar conhecimento da legislação que a ampara. Há exatamente vinte anos, a 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação - 9394/96, instituía em seu art. 87 a chamada “Dé-
cada da Educação” em que se pretendia promover a formação em nível superior de todos 
os professores em exercício, determinando ainda que “cada Município e, supletivamente, o 
Estado e a União, deverá (...) realizar programas de capacitação para todos os professores 
em exercício, utilizando também, para isto, os recursos da educação a distância”. (BRASIL, 
1996).
Muitos dos parágrafos da lei foram posteriormente revogados, no entanto, neste 
período, começam a surgir cursos de graduação na modalidade a distância, especialmente 
os de formação de professores – inicialmente o magistério superior e, após, a pedagogia, e 
também o curso de administração, para suprir a demanda existente.
A Associação Brasileira de Educação a Distância – ABED, em seu relatório analítico 
da aprendizagem a distância no Brasil – Censo EAD 2013, aponta que existem 1772 cursos 
regulamentados totalmente a distância oferecidos pelas instituições participantes do Censo, 
atingindo 692.279 alunos regularmente matriculados nestas mesmas instituições. (ABED, 
2013, p. 68). Aqui não se contabilizam os cursos semipresenciais, cursos livres e educação 
corporativa que, somados aos cursos totalmente a distância contabilizam 15.733 cursos e 
4.044.315 alunos impactados.
27UNIDADE II Processo de Ensino e de Aprendizagem na Educação Superior: Perfil Docente e Discente
Ainda de acordo com o Censo da ABED, entre os principais obstáculos enfrentados 
pelas instituições participantes do Censo, está a resistência dos educadores à modalidade 
EAD, ou seja, vinte anos após a promulgação da lei, ainda se percebe uma oposição a 
modalidade de ensino.
Observando a Lei 9.394/96, o artigo 80 é o primeiro a se mencionar a Educação a 
distância, exibindo o seguinte texto: “Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento 
e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de 
ensino, e de educação continuada. ”
Salienta-se então que interessa ao Poder Público que se compartilhe o saber siste-
matizado por meio de currículos e programas de Educação a distância, levando o acesso e 
democratização do conhecimento em todos os seus níveis a todos os cidadãos.
Nos parágrafos que acompanham este art. 80, é possível avaliar que a Federa-
ção organiza os regulamentos para que se concretizem os exames e futuros registros de 
diplomas em cursos que se realizem em tal modalidade. O artigo 82 faz referência aos 
estágios, indicando que as instituições de ensino devem sistematizar as normas para que 
estes se realizem, advertindo que tal estágio não constitui vínculo empregatício de qualquer 
natureza.
Após quase dez anos da publicação da Lei 9.394/96, o Presidente da República 
estabelece o decreto que regulamenta o artigo 80, apresentando o seguinte texto:
Art. 1o Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como 
modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino 
e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comuni-
cação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou 
tempos diversos.
Assim, observamos uma definição para a EAD que apresenta a tecnologia como 
qualidade sine-qua-non para que o processo de ensino e de aprendizagem se efetive nes-
sa modalidade observando-se inclusive a distância espaço-temporal como característica 
particular da mesma. No parágrafo primeiro do artigo, se estabelece que necessariamente 
na educação a distância, é preciso que haja momentos presenciais especialmente no que 
tange a avaliação dos educandos.
A despeito de toda legislação e estudos sobre a modalidade, é preciso salientar 
que muitos cursos oferecem ainda uma visão tradicional de ensino, atendo-se mais as 
ferramentas oferecidas e as tecnologias empregadas para oferecer material aos alunos, 
28UNIDADE II Processo de Ensino e de Aprendizagem na Educação Superior: Perfil Docente e Discente
remetendo-nos ao instrucionismo do início do século passado, importando-se muito mais 
com os aspectos do ensinar do que com as possibilidades e condições de o aluno aprender.
A modalidade EAD necessita, baseada na democratização do conhecimento, ser 
aberta, espontânea, de vanguarda, criativa e global, pois se encontra em um permanente 
processo de mudança e sistematização desenvolvendo a competência de auto estudo e de 
análiseda própria essência, assim como da natureza do outro, levando o sujeito que busca 
mudar o mundo a querer entender a si próprio e suas necessidades de transformação.
29UNIDADE II Processo de Ensino e de Aprendizagem na Educação Superior: Perfil Docente e Discente
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Averiguamos que os programas em EAD buscam alcançar o aluno que vive em 
locais geograficamente distantes do local em que os professores ministram as aulas ou do 
local em que tais aulas são geradas. A distância econômica também deve ser considerada, 
assim como, a distância de papéis entre professor e aluno, lembrando que, utilizando as 
tecnologias de informação e comunicação o professor pode estar presente ainda que dis-
tante. É essencial que as instituições de ensino e os educadores que desejam atuar com 
EAD considerem todas as formas de distâncias possíveis vistas, buscando tirar proveito de 
cada uma delas e não as vendo como dificuldades ou empecilhos.
Observamos que no portal do MEC temos a nossa disposição todas as diretrizes 
para os níveis de educação, desenvolvidos na modalidade à distância, incluindo aspectos 
como validação de cursos e emissão de diplomas.
Abordamos os artigos da Lei 9.394/96 que regulamentam a Educação a distância 
no Brasil, e ainda alguns decretos e portarias que nos levaram a melhor compreender o que 
ampara a EAD em nosso país, como o artigo 80 que é o primeiro a se referir a Educação 
a distância, o art. 82 que se refere a estágios, e o art. 87 que dispõe sobre a Década da 
Educação e em seu parágrafo 3º lembra da importância de cada Estado e Município dis-
ponibilizar cursos presenciais ou a distância aos jovens e adultos sem ou com insuficiente 
escolaridade e ainda promover cursos de educação continuada a todo o seu quadro de 
docentes em exercício, lembrando em seu artigo 4º que ao fim da Década da Educação só 
professores habilidades em nível superior poderiam exercer a docência.
30UNIDADE II Processo de Ensino e de Aprendizagem na Educação Superior: Perfil Docente e Discente
 LEITURA COMPLEMENTAR
 
A legislação que trata da EAD
Candido Alberto da Costa Gomes
Quando se fechavam os portões das cidades medievais, permaneciam fora das 
suas muralhas muitas pessoas e grupos que tinham comportamentos desviantes ou in-
desejados, como indivíduos de modesta condição social, minorias étnicas, criminosos e 
exércitos inimigos. Embora parte deles tivesse admissão às urbes, dentro destas fi cava a 
relativa ‘ordem’; fora, a relativa ‘desordem’. Essas tradições viajaram para o Brasil, tanto 
que o Rio de Janeiro foi envolvido por uma paliçada de barro, enquanto cidade provisória, 
e depois de pedra, em seu sítio definitivo. Se a ‘ordem’ oferecia segurança, afastando 
flibusteiros, índios e contingentes de escravos, a flexibilidade da ‘desordem’ ensejava rela-
ções e dinâmicas sociais novas que, depois, não raro adentravam as muralhas. A metáfora 
sugere que a EAD também nasceu fora dos muros da educação formal e convencional, 
utilizando desde a correspondência até as novas TICs. Atendendo a educandos situados a 
longa distância social e geográfica, sem um perfil muito claro, utilizando tecnologias pouco 
credíveis inicialmente, os nichos por ela encontrados foram os dos chamados cursos livres, 
na legislação brasileira. Se os saberes são estratificados pela sua valorização social, po-
de-se imaginar, no princípio, uma pirâmide em cujo topo se acha a educação acadêmica 
regular, abaixo, a educação de adultos e, em estrato inferior, a EAD (Gomes, 2005). O 
próprio termo, recente, depois de um meandro de outras denominações, patenteia a falta 
de defi nições e de reconhecimento social. Por essas e outras características, a sociologia 
organizacional já havia classificado a educação de adultos como uma área menos valoriza-
da, alvo de recursos residuais, inclusive orçamentários. Embora este não seja o local para 
historiar a EAD, cabe lembrar o papel que os cursos livres profissionalizantes e os cursos 
de madureza desempenharam em seus primórdios. Como setor de pouco prestígio social, 
cabia à EAD o desafio de ser eficiente e bem-sucedida, isto é, buscar outro caminho para 
seu reconhecimento. Apesar da mistura do joio e do trigo, os bons cursos necessitavam 
atuar como a mulher de César, sendo e parecendo honestos. Esse status extramuros foi 
confirmado pelas leis orgânicas do ensino, que articularam e deram unidade à educação 
formal, segundo a arquitetura centralista e autoritária do Estado Novo. O mesmo foi ratifi-
cado pela primeira LDB (no 4.024, de 20 de dezembro de 1961) e pela lei no 5.692, de 15 
31UNIDADE II Processo de Ensino e de Aprendizagem na Educação Superior: Perfil Docente e Discente
de agosto de 1971. Essas duas últimas abriram porta estreita, construída para a exceção e 
não para a regra: a primeira, pelo artigo 104, permitiu a organização de cursos ou escolas 
experimentais, dependendo de autorização caso a caso do CEE, ao se tratar dos cursos 
primários e médios, e do CFE, quando cursos superiores. A lei no 5.692 não só manteve 
em vigor o dispositivo, como também dispôs que os conselhos de educação pudessem 
autorizar experiências pedagógicas com regimes diversos. Mais ainda, determinava que os 
cursos supletivos fossem ministrados também por meio do rádio, televisão, correspondên-
cia e outros meios de comunicação que permitissem “alcançar o maior número de alunos”. 
A concepção larga de ensino supletivo, abrangendo a educação continuada, vislumbrava 
novos horizontes e visava a ampliação do acesso. No entanto, os estudos supletivos esta-
vam sujeitos a exames externos para terem validade. Desse modo, a EAD passava a contar 
com uma espécie de conta-gotas, processo a processo, contando com o notório saber dos 
colegiados. De certo modo, aproximava-se dos muros, porém não ingressava nos recintos 
urbanos fortificados.
Fonte: GOMES, Candido Alberto da Costa. A legislação que trata da EAD. In: LITTO, Fredric M.; 
FORMIGA, Marcos. Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson, 2009. Disponível em 
http://www.abed.org.br/arquivos/Estado_da_Arte_1.pdf Acesso em 05 set. 2017.
32UNIDADE II Processo de Ensino e de Aprendizagem na Educação Superior: Perfil Docente e Discente
MATERIAL COMPLEMENTAR
MEC atualiza regulamentação de EaD e amplia a oferta de cursos
Para ampliar a oferta de cursos de ensino superior no país, o Ministério da Educa-
ção (MEC) publicou nesta quarta-feira, 21, portaria que regulamenta o Decreto nº 9057, de 
25 de maio de 2017, com o objetivo de ampliar a oferta de cursos superiores na modalidade 
a distância, melhorar a qualidade da atuação regulatória do MEC na área, aperfeiçoando 
procedimentos, desburocratizando fluxos e reduzindo o tempo de análise e o estoque de 
processos.
A portaria possibilita o credenciamento de instituições de ensino superior (IES) para 
cursos de educação a distância (EaD) sem o credenciamento para cursos presenciais. 
Com isso, as instituições poderão oferecer exclusivamente cursos EaD, na graduação e na 
pós-graduação lato sensu, ou atuar também na modalidade presencial. O intuito é ajudar 
o país a atingir a Meta 12 do Plano Nacional de Educação (PNE), que determina a eleva-
ção da taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida em 33% 
da população de 18 a 24 anos. Na mesma linha, as IES públicas ficam automaticamente 
credenciadas para oferta EaD, devendo ser recredenciadas pelo MEC em até 5 anos após 
a oferta do primeiro curso EaD.
 
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. MEC atualiza regulamentação de EAD e amplia a oferta 
de cursos. Disponível em http://portal.mec.gov.br/busca-geral/212-noticias/educacao-superior-1690610854/
50451-mec-atualiza-regulamentacao-de-ead-e-amplia-a-oferta-de-cursos Acesso em 05 set. 2017.
33
Plano de Estudo:
• Ambiente virtual de aprendizagem: o aluno como protagonista
• O professor e os ambientes virtuais de aprendizagem
• Ambientes virtuaisde aprendizagem e aprendizagem colaborativa
Objetivos da Aprendizagem
• Analisar o papel do aluno enquanto protagonista em um Ambiente Virtual de Aprendi-
zagem.
• Verificar o papel do professor no Ambiente Virtual de Aprendizagem
• Compreender o significado de aprendizagem colaborativa na Educação a Distância.
UNIDADE III
A Modalidade de Educação a 
Distância e os Ambientes Virtuais de 
Aprendizagem
Prof. Dra. Siderly do Carmo Dahle de Almeida
Prof. Me. Alvaro Martins Fernandes Junior 
34UNIDADE III A Modalidade de Educação a Distância e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem
INTRODUÇÃO
Quando refletimos sobre a modalidade de Educação a distância – EAD - e os 
ambientes virtuais de aprendizagem – AVA - torna-se essencial que nos voltemos para 
algumas categorias que são fundantes para a análise e compreensão de tal modalidade.
Muitos foram os motivos que levaram a normatização da educação a distância, en-
tre eles, a democratização da educação. Considerando que o Brasil é um país de grandeza 
continental, em localidades remotas, a ausência ou a pouca oferta de instituições públicas 
e privadas que oferecem educação superior denota a supressão de grandes contingentes 
da população ao acesso e a permanência na Educação Superior.
Por esta perspectiva, as instituições de ensino superior iniciaram um movimento 
de concepção e oferta de cursos na modalidade a distância, utilizando-se de ambientes 
virtuais de aprendizagem de natureza distinta, com a finalidade de atender a demandas 
econômicas e sociais: cursos de graduação, de pós-graduação, de extensão, tecnólogos, 
técnicos, profissionalizantes ou livres.
Uma das propostas que aflorou neste movimento foi a premência de cursos de 
formação docente. Consequentemente, a maioria das instituições que se ocupam da for-
mação ainda não agregou, em suas práticas pedagógicas, atividades suficientes e efetivas 
para a inclusão das tecnologias na educação e muitos têm ainda dificuldade para aderir a 
EAD e navegar em seus ambientes virtuais.
Compreender a transitoriedade social que estamos vivendo, com a inserção de 
tecnologias de comunicação e informação e demais fatores econômicos e políticos que 
contribuem para a transformação do tempo e do espaço, é imprescindível para que os edu-
cadores discutam a utilização, expansão e normatização da educação a distância dentro 
dos espaços escolares
35UNIDADE III A Modalidade de Educação a Distância e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem
1. AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: O ALUNO COMO PROTAGONISTA
 
Como vimos anteriormente, muitos autores gostam de caracterizar a EAD salien-
tando a separação espaço-temporal entre professores e alunos. Sabemos que essa lacuna 
existe até mesmo no ensino presencial, pois, muitas vezes, o estudante está presente, mas 
com o pensamento tão distante que, ao término da aula, nem sabe sobre o que o professor 
falou. Outras vezes, os educadores fazem tanta questão de utilizar um vocabulário riquíssi-
mo que também não conseguem se fazer entender. Que presenças são essas?
A educação se faz “com” e “para” as pessoas. Assim, por trás da tecnologia, dos 
materiais impressos ou virtuais e das aulas disponibilizadas em vídeos, existem pessoas – e 
todas elas, independentemente do papel que desempenham, devem estar comprometidas 
com a qualidade da educação.
Ao consultarmos o dicionário, encontramos a seguinte definição de “aluno”:
1. Pessoa que recebe instrução e/ou educação de algum mestre ou mestres em 
estabelecimento de ensino ou particularmente; estudante, educando, discípulo. 2. Aquele 
que tem escassos conhecimentos em certa matéria, ciência ou arte; aprendiz. (FERREIRA, 
1986, p. 95).
Temos aqui algumas mudanças de paradigmas muito claras. Na primeira acepção, 
vemos que, para ser aluno, o indivíduo deveria frequentar um estabelecimento de ensino 
ou ter um professor que o atendesse particularmente. De acordo com o significado do 
dicionário, não se cogita a possibilidade de o estudante ser alguém que estuda em casa, 
36UNIDADE III A Modalidade de Educação a Distância e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem
sem a presença física de um mestre. Como se não houvesse a possibilidade de existir 
um aluno capaz de aprender e ter uma profissão lendo, estudando um material, fazendo 
atividades, pesquisando, enfim, dedicando-se sozinho para obter conhecimento.
Podemos observar outra mudança de paradigma na segunda definição: nem sem-
pre o estudante é alguém que tem escassos conhecimentos. Hoje, sabemos que todos os 
conhecimentos adquiridos ao longo da vida podem (e devem) ser levados em consideração 
pelo professor, deixando de lado a ideia de que o aluno vai para a escola porque não sabe 
nada e que o professor é o único profissional do mundo com uma capacidade infinita de 
conhecimento.
Em geral, o estudante que se matricula em uma instituição de ensino na modalidade 
a distância tem anseios diferentes daquele de um curso presencial. É um aluno mais ma-
duro, comprometido com seus ideais, que sabe o que quer e que se dedica para alcançar 
seus objetivos. Normalmente, é mais velho que o aluno do ensino presencial, trabalha fora, 
tem filhos e, portanto, precisa de uma modalidade de ensino que não exija sua presença em 
horários regulares e constantes. Muitas vezes, só vai poder assistir virtualmente a uma aula 
ou fazer suas leituras e atividades depois de preparar o jantar e colocar os filhos na cama.
Muitos acreditam ser mais fácil ser aluno de EAD, mas é uma modalidade que exige 
muita motivação, concentração, disciplina, organização e gosto pela leitura e pesquisa. Os 
ambientes virtuais oferecem ampla gama de materiais que devem ser lidos, estudados e 
pensados. É preciso realizar as atividades nos prazos estabelecidos, organizar-se para es-
tudar todo o material e dedicar-se para conseguir uma nota que compense todo o trabalho 
do semestre.
É importante lembrar que o aluno desempenha papel central no ambiente virtual 
de aprendizagem, sendo portanto, seu principal sujeito e para onde as ações educativas 
devem convergir.
37UNIDADE III A Modalidade de Educação a Distância e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem
2. O PROFESSOR E OS AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
 
O olhar nos diz muito em sala de aula; por meio dele, podemos avaliar nosso próprio 
desempenho. Sabemos se a aula está agradando ou causando sonolência. Percebemos se 
deixamos os alunos curiosos o bastante para pesquisarem mais sobre o assunto proposto 
na aula; se agregamos algum novo conhecimento ou até se nossa aula não atingiu o obje-
tivo almejado.
No caso da EAD, o educador precisa aprender a utilizar outro “termômetro” que 
não o olhar do aluno. Como o contato entre professor e aluno nessa modalidade de ensino 
se dá pelo ambiente virtual, ele precisa estar atento ao retorno que tem de suas aulas: 
Qual foi a quantidade de respostas ao fórum postado? Há questões a respeito do texto 
publicado para leitura complementar? Há participação nas atividades quando elas não são 
avaliativas? Esses são alguns exemplos que podem ajudar a mensurar o trabalho realizado 
por meio da EAD. Os educadores que atuam na EAD devem, assim como na educação 
presencial, saber quem é seu aluno, quais são seus sonhos, suas angústias, necessidades 
e, talvez o mais importante: por que optou por essa modalidade e o que busca alcançar no 
final desse curso a distância.
38UNIDADE III A Modalidade de Educação a Distância e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem
 
REFLITA
No Brasil, uma das razões que determinam esse crescimento exponencial é que o MEC 
proíbe que se diferencie os diplomas entregues aos alunos, ou seja, independentemen-
te da modalidade escolhida pelo educando, o diploma recebido é o mesmo.
 
De acordo com Morin (2002, p. 39), “o conhecimento, ao buscar construir-se como 
referência ao contexto, ao global e ao complexo, deve mobilizar o que o conhecedor sabe 
do mundo”. Dessa forma, não é possível que o docentecontinue deixando de lado o conhe-
cimento prévio que o estudante construiu ao longo de sua vida, seja na convivência com os 
familiares, nas relações estabelecidas com os amigos ou, ainda, por meio da Internet ou de 
experiências e observações próprias.
Tanto quanto os alunos, os docentes são, muitas vezes despertados a vislumbrar a 
possibilidade de trabalhar na educação a distância, levando em consideração algumas con-
veniências que tal modalidade oferece, como por exemplo, desempenhar suas atividades 
em qualquer período do dia ou da noite. Sendo também considerada uma modalidade de 
vanguarda, pois se utiliza de distintas metodologias que envolvem tecnologias de comu-
nicação, muitos professores desejam atuar na mesma para se sentirem mais valorizados 
e, de certo modo, com outras opções de empregabilidade. De todo modo, um ambiente 
virtual de aprendizagem é muito diferente de uma sala de aula convencional e qualquer 
docente sem experiência, precisa de capacitação específica para atuar de modo efetivo, 
contribuindo para o sucesso na aprendizagem dos alunos.
Os cursos de formação específica e continuada para docentes que vem do ensino 
presencial e pretendem atuar na EAD em ambientes virtuais de aprendizagem, ajudam 
no sentido de alterarem crenças e até mesmo atitudes em relação ao processo de ensino 
e aprendizagem e também contribuem com relação às metodologias e tecnologias que 
podem ser disponibilizadas e utilizadas nestes ambientes. Na verdade, as competências 
para a prática online precisam ir além do uso da tecnologia, convergindo para a utilização 
que os alunos fazem dela mesmo quando fora da sala de aula.
39UNIDADE III A Modalidade de Educação a Distância e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem
 
SAIBA MAIS
Palloff (2013, p. 60) apresenta princípios relevantes na aprendizagem de adultos que 
devem ser considerados quando se planeja a capacitação de docentes para atuarem 
em ambientes virtuais:
• Os adultos aprendem melhor quando sua experiência é reconhecida e o novo conhe-
cimento é construído sobre o conhecimento e a experiência anteriores.
• Os adultos são intrinsecamente e extrinsecamente motivados a aprender.
• Todos os adultos possuem formas preferidas de aprendizagem e processamento de 
informações;
• É pouco provável que os adultos participem de situações de aprendizagem, a não 
ser que essas tenham sentido para eles.
• Os adultos são pragmáticos em sua aprendizagem e desejam aplicar diretamente o 
que estão aprendendo.
• Os adultos chegam até as situações de aprendizagem com metas e objetivos pes-
soais que podem não se alinhar as metas e aos objetivos planejados;
• Os adultos preferem ser alunos ativos do que passivos.
• Os adultos aprendem usando meios colaborativos e interdependentes, bem como 
independentemente.
• Os adultos são mais receptivos à aprendizagem quando ela ocorre em ambientes 
física e psicologicamente confortáveis.
 
 
Isto evidencia que nem todos os docentes entram no processo de modo homogêneo, 
cada um trará sua bagagem de conhecimento e esta deve ser reconhecida. A progressão 
também ocorrerá de forma diversa: uns aprendem mais rápido, outros de modo mais lento. 
Os que chegam sem nenhum conhecimento de ambiente online, devem ser reconhecidos 
por sua experiência no ensino presencial, assim, não se sentirão desprezados ou humilha-
dos.
Para não frustrar os que já conhecem melhor os AVA, nem aqueles que tem bom 
desenvolvimento didático em suas aulas é preciso oferecer níveis diferentes de capacitação 
tecnológica e pedagógica.
40UNIDADE III A Modalidade de Educação a Distância e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Quem oferece capacitação a principiantes precisa apresentar a capacitação pen-
sando neste perfil, lembrando de suas primeiras experiências online e buscando ajustar o 
ritmo de tecnologia e de aprendizagem.
Alguns docentes tem interesse em melhorar o processo de ensino e aprendizagem 
com integração de tecnologia. Assim, tem motivação interna para se capacitar. Outros preci-
sam de incentivo para integrar tecnologias a aprendizagem, estes necessitam de motivação 
externa para aprender, fazer e refletir sobre o que fizeram, e a instituição que fornece a 
capacitação deve se preocupar em atender tais necessidades.
Palloff (2013, p. 63) salienta que “quando os docentes são incapazes de se engajar 
nesse ciclo de aprender, fazer e refletir, eles tem dificuldade de entender o significado do 
que aprenderam e, muitas vezes, ficarão frustrados.” Para que não fracassem, é necessário 
conduzir a capacitação antes ainda que deem início a sua experiência em cursos online.
A possibilidade de envolver os docentes no design e no desenvolvimento da ca-
pacitação pode contribuir para que todos os partícipes sejam ouvidos e apresentem suas 
reais necessidades, tornando tal momento, de grande relevância para o professor. Outra 
forma de atender o corpo docente é modelar a aula de tal modo que a metodologia e as 
técnicas do processo de ensino e aprendizagem possam ser posteriormente utilizadas em 
suas próprias aulas. Estes docentes podem até mesmo pensar em uma comunidade de 
aprendizagem que sirva de suporte quando passarem de alunos a docentes efetivamente.
41UNIDADE III A Modalidade de Educação a Distância e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem
3. AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM COLABORA-
TIVA
 
As tecnologias da informação e comunicação são essenciais para a ação docente 
nos ambientes virtuais de aprendizagem. Neles, é possível fazer uso de imagens, textos, 
planilhas, tabelas, mapas, enfim, uma infinidade de recursos antes de difícil acesso e, hoje, 
tão fáceis de serem utilizados. Chats, fóruns de discussão e e-mails entre tantas outras 
possibilidades, permitem que professores e estudantes, ainda que virtualmente, comuni-
quem-se a qualquer hora, de qualquer lugar.
Com tanta facilidade, parece que todos os problemas educacionais tendem a 
desaparecer. No entanto, é preciso lembrar que ligar e desligar um computador não vai 
transformar o ensino. As pessoas envolvidas no processo precisam estar preparadas para 
empregar, da melhor maneira, todos os recursos que essas tecnologias oferecem.
Vygotsky (1896-1934), no começo do século passado, criou o que chamou de “zona 
de desenvolvimento proximal” e a conceituou como a distância entre o nível de desenvol-
vimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, 
e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob 
a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (VYGO-
TSKY, 2002, p. 112).
Desse modo, o autor enfatiza que o que se realiza em colaboração é mais con-
tundente e marcante do que aquilo que fazemos individualmente. Na aprendizagem cola-
42UNIDADE III A Modalidade de Educação a Distância e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem
borativa, pessoas com diferentes talentos e habilidades promovem descobertas de outros 
talentos nos demais integrantes do grupo, o que leva todos a novas aprendizagens.
Ainda seguindo essa linha de pensamento, temos Popper, filósofo vienense que 
defendia a máxima “Posso estar enganado e tu certo, mas, pelo esforço, podemos apro-
ximar-nos da verdade” (POPPER, 1996, p. 18). Esse autor acreditava na importância de 
não se aceitar o conhecimento como algo pronto, verdadeiro e indiscutível. Ao contrário, 
ele propunha que o debate era algo salutar e que a discussão crítica traria crescimento aos 
debatedores.
Podemos concluir que não há aprendizagem ou construção de conhecimento 
sem que haja uma discussão. Ninguém aprende nada sozinho. Ainda que pensemos em 
alguém autodidata, que não teve oportunidade ou não quis frequentar uma escola regular, 
que busca em livros a própria sabedoria, essa pessoa “discute” com os autores lidos suas 
experiências e conhecimentos a respeito daquele assunto.
Quando falamos em Inteligência coletiva, outro autormuito importante é Pierre Lévy. 
Em sua teoria, Lévy apresenta três princípios fundantes que direcionam o crescimento do 
ciberespaço: “a interconexão, a criação de comunidades virtuais e a inteligência coletiva”. 
(LÉVY, 1999, p. 127).
A interconexão traduz uma das pulsões mais fortes na origem do ciberespaço cons-
tituindo que “a humanidade em um contínuo sem fronteiras, cava um meio informacional 
oceânico, mergulha os seres e as coisas no mesmo banho de comunicação interativa”. 
(LÉVY, 1999, p. 127). Ainda de acordo com o autor, as comunidades virtuais são desenvol-
vidas conforme as afinidades em um processo de colaboração, sem considerar o espaço 
geográfico que seus interlocutores ocupam. Lévy acentua que, por se tratarem de relações 
“virtuais”, não se pode considerar que substituam ou representem os encontros físicos, mas 
é um engano pensar que uma comunidade virtual não possa ser real. Representa apenas 
um novo modo de organização.
A essência da aprendizagem colaborativa fica por conta da interação e da troca 
entre os participantes de um ambiente virtual de aprendizagem, tendo por objetivo otimizar 
a competência destes para que possam construir novos conhecimentos. Assim, é possível 
trabalhar junto para se atingir um objetivo comum que é aprender. É diferente de se trabalhar 
em grupo, pois neste tipo de trabalho não há garantia de que todos participarão a contento, 
pois é comum que alguns alunos acabem trabalhando mais que outros e que alguns até 
mesmo nem produzam nada, aproveitando-se dos esforços dos companheiros.
43UNIDADE III A Modalidade de Educação a Distância e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Desenvolver atividades de ensino e aprendizagem no meio digital implica lidar com 
a complexidade de situações educacionais evidenciadas por esse meio, enfrentar novos 
desafios relacionados às especificidades da comunicação multidirecional. Implica também 
utilizar o potencial da interatividade com os objetos de conhecimento, quer oriundos das 
informações pré-definidas para orientar o trabalho dos alunos, quer das interações entre 
participantes e suas respectivas produções. (ALMEIDA, 2005, p. 75).
Os registros de informação que acontecem por intermédio da cooperação em um 
ambiente virtual objetivam ampliar e facilitar o entendimento e a compreensão de conceitos 
entre os participantes, buscando diminuir a incerteza, a dúvida ou a falta de informação e 
também as respostas equivocadas, ambíguas ou que possam levar a conceitos conflitantes.
Quando o participante registra suas ideias no ambiente, organizando conceitos e 
estabelecendo relações entre as informações, torna-se possível investigar o caminho que 
percorreu para chegar aquela determinada conclusão.
Assim, a EAD pode utilizar o que há de mais sofisticado em termos de tecnologia, 
empregando nos ambientes virtuais de aprendizagem, como veremos no próximo capítulo, 
os mais variados tipos de instrumento para oferecer aos alunos um amplo leque de opções 
que possibilitam maior aprofundamento nos temas propostos.
44UNIDADE III A Modalidade de Educação a Distância e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade vimos que em tempos pós-modernos educação deve ser proativa, 
proporcionando uma formação que permita o desenvolvimento de habilidades e competên-
cias que inspirem melhores processos decisórios tanto na escolha das informações quanto 
na produção do conhecimento. Verificamos também que as tecnologias que favorecem 
o consumo também democratizam a educação. Os ambientes virtuais de aprendizagem 
são cenários que ocupam o ciberespaço e permeiam interfaces que facilitam a interação 
entre seus usuários, englobando instrumentos que favorecem a prática autônoma, apre-
sentando recursos para a aprendizagem coletiva e individual. O objetivo de tal ambiente é a 
aprendizagem em si e sua organização. As redes e os ambientes virtuais de aprendizagem 
possibilitam a comunicação deixando de lado as questões geográficas e temporais.
Entender a transitoriedade social que contemporaneamente estamos vivendo, com 
a entrada de tecnologias de comunicação e informação, e demais questões econômicas 
e políticas que contribuem para a transformação do tempo e do espaço, é necessário de 
modo a permitir que os educadores discutam a utilização, expansão e normatização da 
educação a distância dentro dos espaços escolares.
Observamos os papéis de professor e aluno, verificando que todos os conheci-
mentos adquiridos ao longo da vida podem ser levados em consideração pelo professor, 
deixando de lado a ideia de que o aluno vai para a escola porque não sabe nada e que o 
professor é o único profissional com uma capacidade infinita de conhecimento. Salientamos 
que toda a ação docente deveria ter por objetivo primordial a construção do conhecimento, 
buscando desenvolver as potencialidades e talentos dos alunos.
Observamos ainda que o que se realiza em colaboração é mais marcante do que 
aquilo que fazemos individualmente, pois, na aprendizagem colaborativa, pessoas com 
diferentes talentos e habilidades promovem descobertas de outros talentos nos demais 
integrantes do grupo, o que leva todos a novas aprendizagens. O ponto central da aprendi-
zagem colaborativa fica por conta da interação e da troca entre os usuários de um ambiente 
virtual de aprendizagem, tendo por mote melhorar as habilidades destes para que juntos 
possam construir novos conhecimentos.
 
45UNIDADE III A Modalidade de Educação a Distância e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem
LEITURA COMPLEMENTAR
As tecnologias da inteligência
Pierre Lévy
Pierre Lévy (1993) caracteriza o hipertexto por meio de seis princípios:
1. Metamorfose - o texto virtual é modificável, pode-se alterar, deletar, inserir, fazer 
correções etc. A rede hipertextual está em constante construção devido à dinâmica da 
propagação da informação na web.
2. Heterogeneidade - os nós, as informações e as conexões de uma rede hiper-
textual são heterogêneos. Os nós podem ser palavras, textos, imagens, gráficos, sons. 
Não há uma padronização. As informações são expostas sob variados pontos de vista. 
As conexões se dão devido a várias razões: trabalho, estudo, diversão. As pessoas que 
interagem na internet são diferentes (diferença de idade, sexo, gosto, cultura, procedência).
3. Multiplicidade – a rede oferece ao usuário um grande número de opções de 
conexões, de percursos, múltiplas opções de leitura. Exige um leitor autônomo, dinâmico, 
que faça suas opções e que se torne um co-autor.
4. Exterioridade - a rede não possui unidade, tamanho, início ou fim. Sua existência 
depende de múltiplas conexões entre pessoas e equipamentos.
5. Topologia - nos hipertextos, tudo funciona por proximidade, por vizinhança. 
Neles, o curso dos acontecimentos é uma questão de topologia, de caminhos. Não há es-
paço universal homogêneo onde haja forças de ligação e separação, onde as mensagens 
poderiam circular livremente. Tudo que se desloca deve utilizar-se da rede hipertextual tal 
como ela se encontra, ou então será obrigado a modificá-la. A rede não está no espaço, ela 
é o espaço.
6. Mobilidade - a rede não tem centro, tudo é móvel, passando de um nó a outro, 
de acordo com o usuário.
Considerando estes seis princípios, é possível compreender que o hipertexto leva 
o leitor a trilhar seu próprio caminho. Este “movimento” deve ter um fim, que é a construção 
de conhecimento.
Fonte: LEVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: Editora 34, 
1993.
46UNIDADE III A Modalidade de Educação a Distância e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem
MATERIAL COMPLEMENTAR NA WEB
O futuro da computação aposta no fim da separação entre mundo virtual e realida-
de física, e na completa eliminação da distância. A coluna Conecte visitou o laboratório da 
Microsoft, em Redmond, nos Estados Unidos.
A tecnologia inteligente ao alcance dos dedos. Começamos a contagem regressiva 
para a erados computadores invisíveis. “Invisíveis. “Não teremos que segurar um tablet, 
nem precisar de uma tela na nossa frente, entre nós”, como explica Steve Bathiche, diretor 
de pesquisas do centro de ciências aplicadas da Microsoft.
Essa tecnologia está em fase de testes na Microsoft. Que tal transformar uma folha 
de papel em uma tela virtual? Uma palavra escrita no Brasil pode ser vista, na hora, nos 
Estados Unidos. O documento que está nos Estados Unidos pode ser assinado do Brasil.
Assista mais em: Computação aposta no fim da separação entre mundo virtual 
e realidade física. Disponível em http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-da-globo/v/
computacao-aposta-no-fim-da-separacao-entre-mundo-virtual-e-realidade-fisica/2565341/ 
Acesso em 01 set. 2017
47
Plano de Estudo:
• Conceito de autonomia e ead
• Definição de emancipação e a ead
• Ead como proposta de emancipação social
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar autonomia e suas relações com a EAD
• Definir emancipação estabelecendo suas relações com a EAD
• Compreender a EAD como proposta de emancipação social
UNIDADE IV
Possibilidade de Autonomia e 
Emancipação pela EAD
Prof. Dra. Siderly do Carmo Dahle de Almeida
Prof. Me. Alvaro Martins Fernandes Junior 
48UNIDADE IV Possibilidade de Autonomia e Emancipação pela EAD
INTRODUÇÃO
Para começarmos a conversar nesta unidade, precisamos ter alguns conceitos 
bem elaborados: O que é autonomia e o que é emancipação. Para isso, vamos trabalhar 
com dois autores bem conhecidos na educação: Paulo Freire e Edgar Morin.
Paulo Freire (1921 – 1987), pernambucano, filósofo e educador que debruçou-se 
ao longo de sua vida sobre as questões que se referem a autonomia do aluno no processo 
de ensino e de aprendizagem reconhecendo a educação como um ato político que envolve 
a cultura. O autor se destacou por seus estudos sobre a educação popular, sempre pen-
sando a escola como possibilitadora de formação para uma consciência política, ou como 
o autor mesmo chama, uma pedagogia libertadora que conscientize o homem de seu lugar 
no mundo.
O francês Edgar Morin tem foco de estudo sobre a filosofia, a sociologia e a epis-
temologia e é um dos principais pesquisadores na área da complexidade e suas relações 
com a educação. Escreveu um livro muito utilizado pelos educadores de modo geral: os 
sete saberes necessários a educação do futuro, numa tentativa de mostrar a integração 
das disciplinas escolares, tendo em vista a compartimentalização destas desde a revolução 
industrial, afirmando que o todo é maior que a simples soma das partes.
Com a visão destes dois autores, propomos a leitura dessa unidade de modo a 
compreender as possibilidades da educação a distância como promotora da autonomia e 
da emancipação tanto do professor quanto do aluno e da sociedade como um todo.
49UNIDADE IV Possibilidade de Autonomia e Emancipação pela EAD
1. CONCEITO DE AUTONOMIA E EAD
 
Vamos começar este tópico buscando no dicionário o conceito de autonomia. Em 
Silveira Bueno (2000, p. 17) encontramos que autonomia é “1. A faculdade de se governar 
por si mesmo; direito ou faculdade de se reger por leis próprias; emancipação; indepen-
dência.” Também encontramos que um ser autônomo é aquele que se governa por leis 
próprias; independente; livre.
Com este conceito aclarado, vejamos como Paulo Freire o traz para suas reflexões. 
O autor analisa o processo de ensino e de aprendizagem sob a luz de uma ação que 
permite ao educando que possa construir gradualmente a sua independência no sentido de 
sua intelectualidade, de acordo com sua autonomia:
Se trabalho com crianças, devo estar atento a difícil passagem ou caminhada da 
heteronomia para a autonomia, atento à responsabilidade de minha presença que tanto 
pode ser auxiliadora como pode virar perturbadora da busca inquieta dos educandos, se 
trabalho com jovens ou adultos, não menos atento devo estar com relação a que o meu 
trabalho possa significar com estímulo ou não à ruptura necessária com algo defeituosa-
mente assentado e à espera de superação. Primordialmente, minha posição tem que ser 
de respeito à pessoa que queira mudar ou que recuse mudar. Não posso negar-lhe ou 
esconder-lhe minha postura mas não posso desconhecer o seu direito de rejeitá-la. Em 
nome do respeito que tenho aos alunos não tenho por que me omitir, por que ocultar a 
minha opção política, assumindo uma neutralidade que não existe. (FREIRE, 1996, p. 70).
50UNIDADE IV Possibilidade de Autonomia e Emancipação pela EAD
O que podemos verificar aqui é que o processo de ensino e de aprendizagem 
precisa ser uma ação compartilhada que permita aos alunos construir com suas expe-
riências, o seu conhecimento e é isso que o libertará e o tornará apto a transformar sua 
própria realidade e o que está a sua volta. Ser autônomo é, portanto, poder não apenas ter 
liberdade para escolher os caminhos que pretende seguir, mas poder fazer este caminho, 
no sentido de construí-lo.
O autor exemplifica que não é possível amanhecer um dia mais maduro, pois isto é 
uma construção diária, e cabe ao educador a tarefa de, não apenas acompanhar este pro-
cesso de maturação, mas estimular para que o aluno decida-se a libertação, a maturidade, 
a incansável busca pela autonomia e consequente amadurecimento individual e social.
Morin, nosso autor internacional, avalia que é preciso ultrapassar o ensino livresco 
e a assimilação de conteúdos estabelecidos em um currículo (o que Paulo Freire chamará 
de educação bancária ou aquela em que se “deposita” um conhecimento na cabeça do 
aluno, como se isso fosse um ato possível), sendo papel do professor não a transmissão 
ou transferência de saberes, mas o encorajamento ao autodidatismo, instigando a pensar, 
a ser reflexivo, criativo e crítico:
O termo formação com suas conotações de moldagem e conformação, tem o 
defeito de ignorar que a missão do didatismo é encorajar o autodidatismo, despertando, 
provocando, favorecendo a autonomia do espírito. O ensino, arte ou ação de transmitir os 
conhecimentos a um aluno, de modo que ele os compreenda e assimile, tem um sentido 
mais restrito, porque apenas cognitivo. (MORIN, 2001, p. 10).
Morin afirma que a complexidade não pode seguir receitas prontas, pois o desafio 
da educação é ensinar a pensar, respeitando os conhecimentos prévios que cada edu-
cando apresenta e que são diferentes entre si, tendo em vista que diferem de família, de 
costumes, de culturas. O autor reflete ainda que “o pensamento complexo comporta em 
seu interior um princípio de incompletude e de incerteza” (2001, p. 177), corroborando com 
Freire que enfatiza que o saber é sempre inconcluso, pois está em constante construção.
Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, 
consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é a diferença profunda 
entre o ser condicionado e o ser determinado. A diferença entre o inacabado que não se 
sabe como tal e o inacabado que histórica e socialmente alcançou a possibilidade de sa-
ber-se inacabado. Gosto de ser gente porque, como tal, percebo afinal que a construção de 
minha presença no mundo, que não se faz no isolamento, isenta da influência das forças 
sociais, que não se compreende fora da tensão entre o que herdo geneticamente e o que 
51UNIDADE IV Possibilidade de Autonomia e Emancipação pela EAD
herdo social, cultural e historicamente, tem muito a ver comigo mesmo. (FREIRE, 1996, p. 
53)
Se somos inconclusos e vivemos num mundo de incertezas conforme apontam os 
autores, a educação, independente da modalidade escolhida ou possível de ser cursada, 
se faz necessária no sentido de ser um processo permanente que permite construção, 
elaboração, atualização, interrelação e disseminação de novos conhecimentos, garantindo 
autonomia no processo de aprendizagem.
52UNIDADE IV Possibilidade de Autonomia e Emancipação pela EAD
2. DEFINIÇÃO DE EMANCIPAÇÃO E A EAD
 
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