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PROCESSO CIVIL - RECURSOS EM ESPÉCIE - RESUMO - RECURSOS EXCEPCIONAIS - RECURSO EXTRAORDINÁRIO - RECURSO ESPECIAL

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Érika Cerri dos Santos 
UFES 2022/1 
 
RECURSOS EXCEPCIONAIS – EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL 
 
Os recursos excepcionais, também chamados de extraordinários, são aqueles que têm como finalidade primeira a 
aplicação do direito positivo na espécie em julgamento, e não propriamente a busca da melhor solução para o caso 
concreto (SCARPINELLA, 2022). A missão fundamental do STF e do STJ ao julgar esses recursos é buscar a inteireza 
da interpretação do direito constitucional federal e do direito infraconstitucional federal em todo o território 
brasileiro. 
 
RECURSOS ORDINÁRIOS -> São colocados à disposição das partes com a finalidade de dar-lhes um mecanismos de 
controle irrestrito das decisões judiciais, capazes de propiciar uma revisão ilimitada e incondicionada por parte do 
órgão ad quem. Objetiva-se, pois, permitir que os fundamentos de fato e de direito utilizados pelar partes e objeto de 
análise do órgão a quo sejam novamente apreciados. 
 
RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS -> Não se prestam à satisfação de um interesse pessoal do recorrente. Sua função é 
com a correta interpretação e aplicação da lei, seja constitucional ou infraconstitucional. Não servem para corrigir 
injustiças na decisão, mas tão somente para possibilitar a extirpação de eventual violação ao direito objetivo, 
conferindo-lhe uniformidade de entendimento, estabilidade e previsibilidade, além de assegurar-lhe integridade. 
Em razão dessas características, tratam-se de recursos de fundamentação vinculada, pois seu cabimento exige a 
presença de um dos vícios apontados na Constituição Federal. 
 
A relevância desta última classificação é que, nessa modalidade recursal, há certa dificuldade de 
se fazer a distinção entre os juízos de admissibilidade e de mérito do recurso – circunstância que 
tem reflexos na identificação da decisão coberta pela coisa julgada, bem como o objeto de eventual 
ação rescisória. 
- Cheim, 2017 
 
Hoje, entende-se que os recursos excepcionais foram instituídos com o fim de assegurar o primado da Constituição e 
a unidade da jurisprudência do direito federal (Alfredo Buzaid). Além disso, a doutrina ainda identificou uma série de 
funções exercidas por este tipo de recurso, considerando também sua aplicação em outros países. 
 
 
 
 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2022/1 
 
FUNÇÃO MONOFILÁTICA 
Finalidade dos recursos extraordinários de estarem 
vocacionados a resguardar e proteger a inteligência e 
unidade do direito positivo. Função de proteger, 
preservar e conservar a higidez e correta interpretação 
da norma jurídica, não se preocupando com o interesse 
das partes posto em juízo. 
- art. 1.029, §3º, CPC 
FUNÇÃO UNIFORMIZADORA 
Uniformização jurisprudencial. 
Prevista em nosso ordenamento jurídico a partir da 
possibilidade de se recorrer de decisões ante a 
divergência jurisprudencial acerca de mesma lei federal. 
- Art. 926, CPC. 
FUNÇÃO DIKELÓGICA 
Está associada à aplicação da justiça ao caso concreto. 
Quando do julgamento da causa e aplicação do direito ao 
caso concreto, expressa-se a função dikelógica dos 
recursos excepcionais, tendo em vista que, ao cassar a 
decisão recorrida, deve-se proferir decisão que a 
substitua. 
- Art. 1.034, CPC 
FUNÇÃO PARADGMÁTICA 
Consiste na observância e respeito pelos tribunais ao 
entendimento externado nas decisões e nas 
interpretações dadas pelas cortes de cúpula. 
- Art. 927, CPC 
 
 
DO JUÍZO DE MÉRITO DOS RECURSOS EXCEPCIONAIS 
O formato dos recursos excepcionais adotado pelo Brasil permite que haja a aplicação da função dikelógica, de modo 
que, após cassada a decisão, seja proferida outra em seu lugar, em vez de os autos serem remetidos ao Tribunal a 
quo para o proferimento de nova decisão. 
Em razão disso, o juízo de mérito comportará duas fases: judicium rescindens e o judicium rescisorium. 
 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2022/1 
 
 
 
Segundo Cheim (2017), essa característica de julgamento bipartido faz com que o julgamento dos recursos 
excepcionais tenha o julgamento semelhante ao da ação rescisória. 
 
JUDICIUM RESCIDENS 
Juízo de cassação. Trata-se da deliberação sobre a anulação ou a desconstituição 
da decisão recorrida, que se encontra em desconformidade com a correta 
inteligência e interpretação da norma federal ou constitucional (função 
monofilática). 
A limitação existente quanto à profundidade do efeito devolutivo, impedindo 
a apreciação de fundamentos e questões não previstas expressamente no 
acórdão recorrido, somente existirá no juízo de cassação, pois neste o que 
importa é a compatibilização da decisão com a norma tida por violada. 
JUDICIUM RESCISORIUM 
Destina-se ao rejulgamento da causa deduzida em juízo. A função desempenhada é 
destinada à satisfação do interesse das partes na apreciação da pretensão 
formulada, ante a análise dos fundamentos da causa e das demais questões nela 
surgidas (função dikelógica). 
Nessa fase, o julgador deverá ter acesso, conhecer, apreciar e julgar todos os 
fundamentos da causa que porventura não constem do acórdão, bem como 
conhecer de questões que sequer foram objeto de análise. 
A limitação com relação à profundidade não mais existirá, devendo a Corte 
Superior apreciar outras questões de direito e fundamentos existentes na 
demanda e que, porventura, não tenham sido objeto de análise pelo tribunal 
local. 
 
 
 
 
 
 
 
Juízo de Admissibilidade
Juízo de Mérito -
Cassação
Juízo de Mérito - Revisão
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2022/1 
 
O JULGAMENTO DA CAUSA E OS RECURSOS EXCEPCIONAIS 
 
Art. 1.034, CPC: Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o Supremo Tribunal 
Federal ou o Superior Tribunal de Justiça julgará o processo, aplicando o direito. 
 
Súmula 456, STF: O Supremo Tribunal Federal, conhecendo do recurso extraordinário, julgará a 
causa, aplicando o direito à espécie. 
 
A doutrina entende que é preciso conhecer do recurso, cassar o acórdão recorrido e somente depois julgar a causa 
em toda a sua profundidade, conforme explicado anteriormente, impondo-se o entendimento de que esses tipos de 
recursos possuem três etapas de julgamento, havendo uma relação de subordinação entre elas. Sob esse viés, a 
cassação é pressuposto e condiciona o novo julgamento da causa. 
Os Tribunais Superiores somente julgam a causa na eventualidade de ser reconhecida e declarada a 
ilegalidade praticada pela decisão recorrida. Logo, a correção da ilegalidade constitui questão prejudicial, 
cuja solução depende da efetiva renovação do julgamento. 
 
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
 
O Recurso Extraordinário foi instituído com a proclamação da República e em razão das características político-
constitucionais do sistema federativo adotado em nosso país (Cheim, 2017). 
 
Apesar da adoção do federalismo, o brasileiro não consagrou completa autonomia no plano 
judiciário, tal como se passa no âmbito administrativo e legislativo. Os Estados possuem apenas 
competência para disciplinar a organização judiciária, existindo, dessa forma, exclusivamente uma 
descentralização desse Poder. [...] Em que pese as diferenças existentes com esse sistema 
[americano], há que se reconhecer que o recurso extraordinário foi introduzido no Brasil como 
manifestação natural da adoção do federalismo lá concebido. 
A preocupação, portanto, que justificou a introdução do recurso extraordinário advinha da 
competência legislativa atribuída aos Estados e Municípios e a aplicação dessas normas 
pelos diversos órgãos estaduais do Poder Judiciário, em desacordo com a hierarquia das 
normas jurídicas estabelecidas em nossa Constituição. 
- Cheim, 2017 
 
 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2022/1 
 
STF -> Função primordial de guardião do direito constitucional. Competente para a análise do Recurso Extraordinário. 
Tal função pode ser exercida de diversas maneiras, previstas constitucionalmente: 
 
a) Julgando causas de sua competência 
originária; 
b) Julgando comotribunal de segundo grau, em 
recurso ordinário; 
c) Julgando em recurso extraordinário as 
causas que cumpram os requisitos. 
 
CABIMENTO -> O cabimento do recurso extraordinário é previsto pelo art. 102 da CF. 
 
Art. 102, CF: Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: 
[...] 
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causa decididas em única ou última instância, 
quando a decisão recorrida: 
a) Contrariar dispositivo desta Constituição; 
b) Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição; 
d) Julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
 
Este rol é taxativo, vez que elenca as questões que tem afinidade com a proteção da Constituição. Além disso, 
demonstra de maneira clara que a aplicação e manejo do recurso extraordinário é extremamente restrito, tendo em 
vista seu objetivo. 
Sobre o recurso extraordinário contra decisões proferidas por Turma Recursal, prescreve a Súmula 640, STF: 
 
Súmula 640, STF: É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro 
grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal. 
 
Além de ser necessário a demonstração das hipóteses elencadas, ainda é preciso que as questões constitucionais 
discutidas no caso tenham repercussão geral. 
 
 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2022/1 
 
Art. 102, §3º, CF: No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral 
das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine 
a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus 
membros. 
 
 
PRESSUPOSTOS E REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE-> Para que seja admissível, é preciso que sejam preenchidos 
alguns pressupostos. 
 
1) Julgamento da causa, em última ou única instância -> Necessário o esgotamento das vias ordinárias. 
Este esgotamento também implica na impossibilidade de pretensão do reexame de fato e prova. 
 
2) Existência de questão federal constitucional -> Uma controvérsia em torno da aplicação da Constituição. 
 
3) Prequestionamento -> Enfrentamento, no juízo a quo, da questão levada ao Tribunal. 
O prequestionamento pode ser entendido de três diferentes formas: 
 
a) Manifestação do Tribunal sobre a questão; 
b) Manifestação da parte sobre a questão; 
c) Manifestação do Tribunal e da parte sobre a questão. 
 
Segundo Humberto Theodoro Jr., justifica-se essa exigência em razão de a Constituição ter atribuído os 
recursos extraordinários às causas decididas em única ou última instância. Dessa forma, o recorrente deve 
demonstrar, necessariamente, que a questão ventilada no extraordinário foi objeto de apreciação e 
julgamento na instância ordinária. 
 
O prequestionamento, porém, diferentemente do que insinua o seu nome, caracteriza-se pelo 
enfrentamento de uma dada tese de direito constitucional ou de direito infraconstitucional federal 
na decisão a ser recorrida, e não pelo debate ou pela suscitação da questão antes de seu 
proferimento. A palavra deve ser compreendida como a necessidade de o tema objeto do recurso 
haver sido examinado, enfrentando, decidido, pela decisão atacada. 
- Scarpinella, 2022 
 
Mesmo as questões de ordem pública, segundo pacífica jurisprudência, devem ser submetidas ao 
prequestionamento. 
Sobre o assunto, discorre a jurisprudência: 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2022/1 
 
 
Súmula 356, STF: O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos 
declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do 
prequestionamento. 
 
Súmula 98, STJ: Embargos de declaração manifestados com notório propósito de 
prequestionamento não têm caráter protelatório. 
 
Súmula 211, STJ: Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de 
embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo. 
 
4) Demonstração da repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso -> Trata-se de 
mecanismo de filtragem do recurso extraordinário. 
É um requisito de admissibilidade, a ser analisado pelo próprio STF e cuja decisão é irrecorrível. 
 
Art. 102, §3º, CF: No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral 
das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine 
a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus 
membros. 
 
Art. 1.035, CPC: O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso 
extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos 
termos deste artigo. 
 
O CPC define a repercussão geral da seguinte forma: 
Art. 1.035, §1º, CPC: Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de 
questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que 
ultrapassem os interesses subjetivos do processo. 
[...] 
§3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que: 
I – contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal; 
III – tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 
da Constituição Federal. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2022/1 
 
 
A avaliação da repercussão geral in concreto faz-se sobre a questão debatida no recurso. Não há 
necessidade da coexistência de numerosos processos sobre a mesma questão. Ainda que só um 
recurso extraordinário exista entre partes singulares, é possível que a matéria nele cogitada 
envolva tema cuja solução ultrapasse o interesse individual delas, repercutindo significativamente 
no plano social e jurídico. Vale dizer: embora inexistente a multiplicidade de recursos, deverá 
a questão de direito envolver interesse de um grande número de pessoas, ainda que não 
configurado o interesse de massa. 
- Humberto Theodoro Jr., 2022 
 
Destaca-se que deve ser uma questão arguida pela parte, não sendo possível o reconhecimento de ofício. 
Dessa forma, caso não suscitada, o recurso será não conhecido. 
A súmula da decisão sobre a repercussão geral será publicada no Diário Oficial e valerá como acórdão (art. 
1.035, §11, CPC) 
Quando decidida a repercussão geral, há a produção natural de alguns efeitos, dentre eles: 
 
a) SE RECONHECIDA -> O relator no STF determinará a suspensão de todos os processos que versem sobre 
a questão. 
 
Art. 1.035, §5º, CPC: Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal 
determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou 
coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional. 
 
b) SE NEGADA -> A decisão passa a valer para todos os recursos que versem sobre matéria idêntica, ainda 
pendentes de apreciação. 
 
Art. 1.035, §8º, CPC: Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do 
tribunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem 
que versem sobre matéria idêntica. 
 
 
c) VÁRIOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS EM PROCESSAMENTO QUE TRATAM SOBRE A MESMA 
CONTROVÉSIA -> Deverá o tribunal local selecionar dois ou mais recursos que representem a 
controvérsia para encaminhá-los ao STF, para que este se pronuncie a respeito da repercussão geral da 
matéria. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2022/1 
 
 
Art. 1.036, CPC: Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais 
com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de acordo 
com as disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do Supremo 
Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça. 
 
§1º O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunalregional federal 
selecionará dois ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão encaminhados 
ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação 
determinando a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou 
coletivos, que tramitem no Estado ou na região, conforme o caso. 
 
5) Tempestividade -> O prazo é de 15 dias, a contar da intimação. 
 
6) Preparo -> O recurso extraordinário está sempre sujeito ao preparo. Por meio de resolução, o STF fixa e revê 
periodicamente as tabelas de custas e despesas recursais, cujo recolhimento se faz antecipadamente, junto 
ao tribunal de onde se origina o recurso. 
 
EFEITOS -> Assim como os outros recursos, o recurso extraordinário exerce alguns efeitos sobre curso processual. 
 
❖ EFEITO DEVOLUTIVO: Os efeitos de natureza devolutiva é limitado à questão federal. 
 
❖ EFEITO SUSPENSIVO: O recurso extraordinário não possui eficácia suspensiva (art. 995, CPC). Por isso, não 
impede a execução provisória do acórdão recorrido. 
Se a execução gerar perigo para a eficácia do julgamento final do apelo, configurado estará o periculum in 
mora. Assim, será possível requerer o efeito suspensivo em sede de tutela de urgência caso comprovado 
também a probabilidade de direito. 
 
PROCEDIMENTO -> INTERPOSIÇÃO -> CONTRADITÓRIO -> JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE -> JUÍZO DE MÉRITO OU NÃO 
CONHECIMENTO DO RECURSO. 
 
 
 
 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2022/1 
 
DO RECURSO ESPECIAL 
 
O surgimento do Recurso Especial está ligado àquilo que se intitulou de crise do STF ou a crise do recurso 
extraordinário, relativa à incapacidade do STF de absorver a quantidade de processos e recursos que anualmente ali 
são distribuídos. 
 
É certo que a criação do STJ foi idealizada, num primeiro momento, por José Afonso da Silva, em 
1963, sob a premissa de que o órgão de cúpula destinado à preservação da incolumidade e unidade 
do direito objetivo e da uniformização da lei federal “não precisa ser o STF”. 
Seria adequado, na visão do autor, que fosse criado um outro órgão, à semelhança do TSE e do 
TST, para julgamento das questões federais, reservando ao STF apenas as matérias de índole 
constitucional [...]. 
- Cheim, 2017 
 
STJ -> Função primordial de guardião do direito positivo federal. Competente para a análise do Recurso Especial. 
Em regra, os REsp são movidos em face de acórdãos de tribunais, federais ou estaduais. 
 
CABIMENTO -> As hipóteses de cabimento do recurso especial estão descritas no art. 105, da CF: 
 
Art. 105, CF: Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
[...] 
III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a 
decisão recorrida: 
a) Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
c) Der a lei federal interpretação divergente da lhe que haja atribuído outro tribunal. 
 
Observe que as causas decididas devem derivar de decisões proferidas em única ou última instância, pelos 
Tribunais. Dessa forma, não cabe recurso especial contra decisões proferidas por Turmas Recursais. 
 
OUTROS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE 
 
1) Esgotamento das vias ordinárias. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2022/1 
 
 
2) Violação a tratado ou lei federal. 
 
3) Regularidade formal é a mesma exigida nos recursos extraordinários. 
DISPOSIÇÕES COMUNS DE ADMISSIBILIDADE 
 
❖ A admissibilidade é feita no Tribunal de origem; 
❖ A decisão de não conhecimento pode gerar dois tipos diferentes de recursos: 
 
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL OU EM RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO (arts. 994, VIII, e 1.042, CPC) 
Após a interposição do agravo, o recurso sobre ao 
STF ou STJ, o qual reafirma ou reforma a decisão. Se 
reformada, já é feito o julgamento do mérito. 
AGRAVO INTERNO 
Julgado pelo pleno do Tribunal local, serve nas 
circunstâncias em que a aplicação do sistema de 
precedentes no caso concreto é revisada. Assim, na 
peça do agravo interno a parte deve demonstrar a 
razão pela qual aquele caso se distingue do 
precedente.

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