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Apostila Filosofia e Lógica - Universo EAD

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Filosofia e Lógica 
 
Filosofia e Lógica 
Delmo Mattos 
2ª
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çã
o 
Filosofia e Lógica 
 
 
 
DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Marcio Barros Dutra 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Diretora Claudia Antunes Ruas Guimarães 
Assessora Andrea Jardim 
 
FICHA TÉCNICA 
Texto: Delmo Mattos 
Revisão: Lívia Antunes Faria Maria e Walter P. Valverde Júnior 
Projeto Gráfico e Editoração: Andreza Nacif, Antonia Machado, Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Janaina Gonçalves de Jesus 
Ilustração: Daniel Mattos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói 
M444f Mattos, Delmo . 
Filosofia e lógica. Delmo Mattos ; revisão de Lívia Antunes 
Faria Maria e Walter P. Valverde Júnior. – 2.ed. - Niterói, RJ: 
UNIVERSO, 2010. 
218p. ; il. 
 
 
1. Filosofia. 2. Lógica. I- Maria, Lívia Antunes Faria. II- 
Valverde Júnior, Walter P. III- Título. 
 
CDD 100 
 
Bibliotecária: ANA MARTA TOLEDO PIZA VIANA – CRB/ 7 - 2224 
 
© Departamento de Ensino a Distância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora 
da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
 
Filosofia e Lógica 
 
 
Palavra da Reitora 
 
 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente 
e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira 
(UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO Virtual, que reúne os diferentes segmentos do 
ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as 
diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa 
modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos 
dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar 
seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria 
aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite 
que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento 
ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
Seja bem-vindo à UNIVERSO Virtual! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora
Filosofia e Lógica 
 
 
Filosofia e Lógica 
 
 
 
Sumário 
 
1. Apresentação da disciplina ......................................................................................................................................... 06 
2. Plano da disciplina .......................................................................................................................................................... 09 
3. Unidade 1 – A importância da investigação filosófica ....................................................................................... 13 
4. Unidade 2 – As diversas formas de interpretação da realidade: o senso 
 comum, conhecimento científico e o conhecimento filosófico ..................................................................... 29 
5. Unidade 3 – A filosofia conta a sua história: os principais períodos da 
 história da filosofia .......................................................................................................................................................... 47 
6. Unidade 4 – Os principais campos de investigação do conhecimento 
 filosófico .............................................................................................................................................................................. 63 
7. Unidade 5 – O problema do conhecimento e a reflexão acerca da 
 verdade ................................................................................................................................................................................ 81 
8. Unidade 6 – A teoria do conhecimento: A explicação filosófica acerca 
 das possibilidades do conhecimento humano ..................................................................................................... 95 
9. Unidade 7 - Os conceitos fundamentais da Lógica clássica e a sua 
 aplicabilidade no campo da ........................................................................................................................................ 113 
10. Unidade 8 - Matemática e da ciência ...................................................................................................................... 127 
11. Unidade 9 - A epistemologia e a filosofia da ciência .......................................................................................... 145 
12. Unidade 10 - A filosofia moral: ética, moral e valores humanos .................................................................... 161 
13. Unidade 11 - A filosofia política .................................................................................................................................. 177 
14. Unidade 12 - A filosofia no Brasil: a questão sobre a existência de uma 
 filosofia genuinamente brasileira .............................................................................................................................. 193 
15. Considerações finais ....................................................................................................................................................... 207 
16. Conhecendo o autor ....................................................................................................................................................... 208 
17. Referências ......................................................................................................................................................................... 209 
18. Anexos ......................................................................................................................................................................................211 
 
Filosofia e Lógica 
 
 
Apresentaçãoda Disciplina 
 
Você acaba de receber o Livro de Estudo da disciplina Filosofia e Lógica. 
Este livro foi elaborado página a página pensando em você e nas suas 
necessidades. Por isso, leia-o sempre e reflita sobre cada assunto. O estudo 
constante lhe garantirá maior segurança e aprendizado. 
Você já parou para refletir sobre a sua condição de estudante universitário? Em 
geral, o que um estudante universitário está procurando é um curso que o 
transforme em um profissional qualificado. Por isso, este se dispõe a ficar alguns 
anos por conta de obter o diploma que lhe dará crédito no mercado de trabalho. 
Neste sentido, a universidade é só um meio para alcançar essa ansiada meta: ser 
profissional para entrar no mercado de trabalho e ter sucesso na vida. Trata-se, 
portanto, de uma perspectiva individualista que segue uma lógica bastante 
evidente: eu passei para a universidade, eu devo passar em cada uma das 
disciplinas, eu devo passar em cada um dos semestres, eu devo fazer minha 
monografia, eu devo obter meu título ou a minha graduação. 
Pensando assim, o terceiro grau é um vago episódio na nossa vida. Ela é 
somente um “ente” que nos confere um título. Usando a experiência universitária 
neste sentido, jogamos fora a grande chance que a universidade nos dá: pertencer 
a uma longínqua tradição. Tradição de pensamento, tradição de conhecimento, 
tradição de busca, tradição de sentimento. Perdemos a oportunidade de vivenciar 
a experiência de pertencer a uma teia que tem raízes muito profundas na história 
humana, pois o conhecimento, em qualquer das áreas de especialização, não é 
outra coisa que o resultado dos esforços de milhares de homens e mulheres que, 
ao longo dos milênios, acumularam saber e o transmitiram de geração em geração 
até o presente e o farão no futuro. 
Assim, a disciplina de Filosofia será apresentada sob esta forma de ver nosso 
percurso pela universidade: eu chego à faculdade onde serei iniciado numa 
tradição de conhecimento que está, por sua vez, conectada intimamente com a 
história do pensamento e do conhecimento da humanidade. Ao final disso, serei 
um iniciado capaz de perpetuar essa tradição, transmitindo e ampliando seus 
conteúdos. Tornar-me-ei um membro legítimo de um grupo de seres humanos que 
durante milênios perseguiram o seu desejo de conhecer o mundo que os rodeia, a 
sociedade e a si mesmos. 
 
9
Filosofia e Lógica 
 
 
Como a Filosofia é uma instituição que tem uma tradição e uma história de 
mais de vinte e cinco séculos, nada mais coerente com o nosso propósito de 
estudar a disciplina Filosofia é travar um debate com a sua própria história. Assim, a 
melhor maneira de se estudar Filosofia é refazermos o percurso percorrido pela 
história da Filosofia desde o seu nascimento. Sem vivenciar o passado filosófico, 
sem examinar a sua problemática através de uma prévia visão retrospectiva do seu 
evoluir histórico, é quase impossível compreendê-la. Porque de todos os saberes 
nenhum é tão comprometido como o seu passado histórico do que a Filosofia. 
Outros saberes ou ciências aceitam os resultados da sua evolução histórica, 
bastando apenas o aproveitamento destes sem a necessidade de se reportar a sua 
própria história. A Filosofia, ao contrário de outras ciências, historicamente se 
constitui, em parte, em si mesma, porque a construção histórica da Filosofia já é um 
filosofar e, portanto, é já Filosofia. Por isso, a necessidade de ao estudar a Filosofia 
tenha necessariamente que iniciar por refazer minuciosamente a sua própria 
história para compreender a sua problemática, a sua importância e finalidade como 
também reconhecer que o que somos e o que temos é resultado de uma grande 
aventura que se chama: história da humanidade. 
Levando em conta tudo o que foi dito acima, a nossa disciplina tem por 
finalidade principal: 
- Capacitação para um modo especificamente filosófico de formular e 
propor soluções a problemas nos diversos campos do conhecimento; 
- Capacidade de desenvolver uma consciência crítica sobre 
conhecimento, razão e realidade sócio-histórico-política; 
- Estimular a aquisição de competências adequadas ao exercício 
profissional compromissado com o “aprender a aprender”, 
possibilitando o crescimento pessoal e o amadurecimento intelectual; 
- Compreensão da importância das questões acerca do sentido e da 
significação da própria existência e das produções culturais; 
- Percepção da integração necessária entre a Filosofia e a produção 
científica, artística, bem como com o agir pessoal e político; 
 
10 
Filosofia e Lógica 
 
- 
Capacidade de relacionar o exercício da crítica filosófica com a promoção 
integral da cidadania e com o respeito à pessoa, dentro da tradição de 
defesa dos direitos humanos. 
- Capacitar o discente a interpretar, discutir e relacionar logicamente os 
conceitos e dados de cada disciplina específica. 
Aceite esse desafio que lhe convidamos agora, mergulhe de cabeça neste 
imenso oceano do pensamento e do raciocínio, e deixe o resto por conta de sua 
competência e destreza. Bom estudo ! 
Não esqueça de se organizar! Reserve um horário para leituras 
complementares, fazer seus exercícios, garantindo assim um ótimo desempenho. 
Desejamos que você tenha um excelente estudo e alcance o sucesso! 
 
 
11 
Filosofia e Lógica 
 
 
Plano da Disciplina 
 
Esta disciplina foi elaborada tendo em vista fornecer um quadro geral de 
uma determinada questão filosófica, o que facilita o seu estudo em profundidade, 
pois permite facilmente uma visão segura do campo geral em que está colocada 
cada questão particular da Filosofia. Desta forma, não se constitui em uma síntese 
esquemática e sufocante para os estudantes, mas oferece uma exposição que 
realça o que é de essencial sobre uma determinada questão ou assunto, deixando 
outras para que você tenha iniciativa de investigá-las por conta própria. Há assim 
uma unidade que se manifesta no equilíbrio da exposição, na proporção e 
hierarquia dos assuntos apresentados. Além disso, a elaboração do conteúdo desta 
disciplina tem por objetivo fazer com que você se contagie pelo gosto do 
raciocínio e utilização da reflexão crítica, pois veremos que esta disciplina lhe trará 
satisfação e liberdade. 
Segue abaixo um pequeno resumo acerca de cada unidade para que você 
possa ter uma visão global daquilo que irá estudar. 
 
UNIDADE 1: A IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA. 
Objetivo: Procuramos através desta unidade mostrar a relevância e a 
necessidade do estudo da disciplina Filosofia, focando, sobretudo, o seu aspecto 
questionador como um exercício da liberdade da humana. Por outro lado, faz-se 
necessário investigar a sua necessidade diante das especificidades da sociedade 
em que vivemos. 
UNIDADE 2: AS DIVERSAS FORMAS DE INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE: 
SENSO COMUM, CONHECIMENTO CIENTÍFICO E O CONHECIMENTO 
FILOSÓFICO. 
Objetivo: Compreender que a interpretação humana da realidade se dá 
através de várias formas, sendo estas formas as relações que o homem 
compreende e interpreta o mundo. Caracterizar cada uma dessas formas de 
interpretação da realidade, Senso Comum, Conhecimento Científico e 
Conhecimento Filosófico indicando suas características marcantes a fim de 
problematizar o que as distinguem uma das outras. 
12 
Filosofia e Lógica 
 
 
UNIDADE 3: O NASCIMENTO DA FILOSOFIA E O SEU ESTABELECIMENTO 
ENQUANTO CONHECIMENTO RACIONAL. 
Objetivo: Compreender as condições que permitiram o surgimento de uma 
nova forma de pensar denominada de Filosofia. Problematizar a discussão, 
inicialmente, em torno do pensamento mítico, mostrando que a Filosofia se inicia a 
partir deste pensamento. Mostrar as principais características da Filosofia em seu 
nascimentona Grécia, e o que especulavam os primeiros filósofos. 
UNIDADE 4: A FILOSOFIA CONTA A SUA HISTÓRIA: OS PRINCIPAIS PERÍODOS 
DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA. 
Objetivo: Compreender a evolução da Filosofia através dos principais 
períodos da sua história. Trata-se, portanto, de percorrer a história da Filosofia 
através dos seus momentos e dos tipos de abordagem que variam ao longo da 
história da humanidade. 
UNIDADE 5: OS PRINCIPAIS CAMPOS DE INVESTIGAÇÃO DO CONHECIMENTO 
FILOSÓFICO. 
Objetivo: Procuramos através desta unidade delinear algumas das principais 
disciplinas ou ramos da Filosofia. Nosso objetivo principal é mostrar o 
desdobramento da Filosofia em vários campos de conhecimento. 
UNIDADE 6: O PROBLEMA DO CONHECIMENTO E A REFLEXÃO ACERCA DA 
VERDADE. 
Objetivo: O objetivo desta unidade é fornecer uma introdução ao problema 
do conhecimento. Procuramos destacar alguns aspectos iniciais acerca deste 
problema, tais como: o conceito de verdade e a questão da relação entre o sujeito e 
o objeto, à medida que fornecemos uma preparação para a próxima unidade em 
que analisaremos a teoria do conhecimento propriamente dita. 
UNIDADE 7: A TEORIA DO CONHECIMENTO: A EXPLICAÇÃO FILOSÓFICA 
ACERCA DAS POSSIBILIDADES DO CONHECIMENTO HUMANO. 
Objetivo: Pretende-se apresentar o desenvolvimento histórico do tema e dos 
problemas da teoria do conhecimento pelo estudo dos problemas filosóficos 
relativos ao alcance, limite e origem do conhecimento. 
 
13 
Filosofia e Lógica 
 
 
UNIDADE 8: OS CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA LÓGICA CLÁSSICA E A SUA 
APLICABILIDADE NO CAMPO DA MATEMÁTICA E DA CIÊNCIA. 
Objetivo: Através do exame de um ramo específico da Filosofia denominada 
de Lógica, iremos analisar os conceitos fundamentais da Lógica Clássica, como 
também a sua aplicabilidade no campo da matemática e da ciência. Com isto, 
pretendemos conduzi-lo a uma abordagem que contemple tanto o aspecto da 
lógica no sentido filosófico, como também a sua aplicabilidade e funcionalidade no 
âmbito das ciências exatas. 
UNIDADE 9: A FILOSOFIA DA CIÊNCIA. 
Objetivo: O objetivo desta unidade é de examinar a constituição da filosofia 
da ciência e fornecer uma apreciação mais ampla dos argumentos que 
transformaram o debate sobre a ciência numa discussão sobre os valores e o 
compromisso do conhecimento científico para com a sociedade. 
UNIDADE 10: ÉTICA, MORAL E VALORES HUMANOS. 
Objetivo: Esta unidade constitui uma reflexão sobre o significado dos 
conceitos de ética e moral. Começaremos por apresentar o significado dos valores 
morais, para a partir desses, examinarmos os conceitos de moral e de ética. 
UNIDADE 11: A FILOSOFIA POLÍTICA. 
Objetivo: Fornecer uma análise dos problemas fundamentais da filosofia 
política com base em alguns temas e autores relevantes que apresentam 
problemas que continuam sendo fundamentais na reflexão sobre o poder, o 
Estado, as instituições sociais e as relações entre os seres humanos. 
UNIDADE 12: FILOSOFIA NO BRASIL: A QUESTÃO SOBRE A EXISTÊNCIA DE 
UMA FILOSOFIA GENUINAMENTE BRASILEIRA. 
Objetivo: Esta unidade possui como objeto apresentar uma reflexão acerca da 
genuinidade da reflexão de uma filosofia brasileira. Procura mostrar alguns 
aspectos do debate sobre a originalidade da filosofia no Brasil, como também, 
delineia a trajetória da formação de um pensamento filosófico no Brasil, seja ele 
genuíno ou não. 
 
14 
Filosofia e Lógica 
 
 
Filosofia e Lógica 
 
A Importância da 
Investigação Filosófica 
O que é Filosofia e por que é necessário estudá-la? 
A utilidade da reflexão Filosófica. 
1 
Filosofia e Lógica 
14
 
Caro aluno, seja bem-vindo a nossa primeira unidade. Ela visa delinear a 
configuração do pensamento filosófico. Para isso, buscamos compreender a 
questão acerca da sua utilidade através de uma breve explicação da relevância da 
Filosofia como atitude de questionamento da realidade. Espero que por intermédio 
desta explicação você se sinta mais confortável ao se introduzir no espetacular 
“mundo da Filosofia”. 
 
OBJETIVOS DA UNIDADE: 
Reconhecer a relevância e a necessidade do estudo da disciplina Filosofia, 
focando, sobretudo, o seu aspecto questionador como um exercício da liberdade 
humana e investigar a sua necessidade diante das especificidades da sociedade em 
que vivemos. 
 
PLANO DA UNIDADE: 
• O que é Filosofia e por que é necessário estudá-la? 
• A utilidade da reflexão Filosófica. 
 
Bem-vindo à primeira unidade de estudo. 
Sucesso! 
 
Filosofia e Lógica 
15
 
O que é filosofia e por que é necessário estudá-la? 
 
Uma definição precisa do real significado do que é Filosofia é quase 
impraticável. Difícil se torna entender a definição de Filosofia sem se possuir uma 
vivência, por mais insignificante que seja, acerca dos seus “problemas” 
fundamentais. Dessa forma, o significado ou a simples definição do que é Filosofia, 
formulado no início de qualquer compêndio ou tratado, 
só passa adquirir pleno sentido e profunda ressonância 
no entendimento do estudante de Filosofia, quando este, 
assimiladas certas questões fundamentais, pode aplicá-
las a situações concretas e deduzir daí como procede a 
reflexão filosófica. Pois bem, afinal de contas, por que é 
necessário estudar Filosofia? 
Segundo Porta (2002, p. 25), “para quem não se dedicou a um estudo 
sistemático da filosofia e tem um contato primário com essa disciplina, a impressão 
de um certo caos é inevitável”. A Filosofia, neste sentido, é compreendida como 
uma disciplina em que cada Filósofo ou autor pode dizer o que quiser sobre o 
conteúdo e o discurso filosófico. Porém, esta impressão é falsa, ou seja, a reflexão 
filosófica não pode ser compreendida assim. Se o 
estudante de Filosofia não entende o que os 
Filósofos dizem, acreditando que cada um 
meramente diz “o que quer”, isso pode ser explicado 
pelo fato de que não se entende o “problema” que 
os Filósofos apresentam ou, ainda, porque não 
constata que existam “problemas”. Esse é um dos 
motivos principais que nos faz entender o motivo básico da falta de interesse pelo 
estudo da Filosofia. 
 
Compêndio: Estudo 
introdutório e 
sintetizado de uma 
determinada disciplina 
ou assunto. 
Filosofia e Lógica 
16
 
IMPORTANTE 
No entanto, a Filosofia está repleta de “problemas”, e mais, a lista 
dos “problemas” filosóficos está submetida a uma constante revisão, que 
nunca tem fim. Ora, pode-se dizer que se a Filosofia se faz com “problemas”, 
quando este não há, tampouco pode haver Filosofia propriamente dita. Isto é 
lógico! Bom, se a Filosofia se faz com “problemas”, você já deve estar se 
perguntando: quais são os “problemas” da Filosofia? Por incrível que pareça os 
“problemas” fundamentais da Filosofia se originam do “espanto” e da 
“perplexidade” que temos diante das coisas que parecem ser comuns a nós. 
 
 
Assim, na visão de Garcia Morente (1970, p. 33-34): 
 
“Para abordar a Filosofia, para entrar no território da 
Filosofia, é absolutamente indispensável uma primeira 
disposição de ânimo. É absolutamente indispensável que 
o aspirante a filósofo sinta a necessidade de levar a seu 
estudo uma disposição infantil. Quem quiser ser filósofo 
necessitará infantilizar-se, transformar-se em menino.” 
 
Esta afirmação paradoxal de Garcia Morente nos coloca diante do mais 
importante ou o ponto de partida de todos os “problemas” que irão permear o 
estudo da Filosofia, ou seja, o “espanto” ou a “perplexidade” como o início de todo 
o processo da reflexão filosófica. 
 
Espanto - Usa-se o termo “espanto” no sentido de admiração e inquietação 
dianteda realidade. A primeira virtude do Filósofo, afirmava Platão, é o espanto (em 
grego: thaumázein) que significa a capacidade de admirar e problematizar as coisas. 
Filosofia e Lógica 
17
 
O que significa este “espanto” e tal “perplexidade” para com as coisas, com a 
realidade em que estamos inseridos? Ora, a capacidade de se 
espantar diante das coisas, de se admirar é uma característica 
própria de todo ser humano. Do “espanto” e da “perplexidade” 
surge a nossa capacidade de interrogação, ou seja, de uma 
busca incessante de uma explicação plausível para os fatos sobre 
os quais nos deparamos, pelas coisas que vivemos, sentimos, da 
nossa realidade e das coisas que ainda podemos esperar. Esta atitude é comparada 
com a de uma criança ou um menino, como vimos na citação de Morente. 
Doravante, o sentido de que a disposição do ânimo que se faz presente na origem 
do processo da reflexão filosófica deve consistir necessariamente em perceber e 
sentir por onde quer que for, tanto no âmbito de nossas vidas, tanto no âmbito da 
realidade que participamos, um sentimento de admiração, espanto e de uma 
curiosidade insaciável, como a de uma criança que inicialmente não compreende 
nada e para quem tudo está repleto de “problemas”. 
É neste sentido que a etimologia da palavra 
Filosofia é compreendida. O termo “Filosofia” 
significava originariamente “amante da sabedoria”, 
tendo surgido com a famosa réplica de Pitágoras aos 
que o chamavam de “sábio”. Insistia Pitágoras em que 
sua sabedoria consistia unicamente em reconhecer sua 
ignorância, não devendo, portanto, ser chamado de 
“sábio”, mas apenas de “amante da sabedoria”. Nesta 
acepção, a Filosofia apresenta-se como uma busca 
incessante pelo saber, através do “espanto” originário 
de todo ser humano. Com efeito, a Filosofia mantém 
acesa a capacidade humana de espantar-se com tudo, 
na medida em que chama a nossa atenção de que nada 
é tão óbvio assim e que todas as coisas são passíveis de 
“espanto” e “perplexidade”. Nada pode escapar ao olhar 
crítico de quem se espanta com os fatos. Quem se 
“espanta” também possui a capacidade de questionar, 
de duvidar, pois o “espanto” e a “perplexidade” são a 
base para a atitude questionadora da Filosofia. 
A palavra filosofia é grega. É 
composta por duas outras: 
philo e sophia. Philo deriva de 
philia, que significa amizade, 
amor fraterno, respeito entre 
os iguais. Sophia quer dizer 
sabedoria e dela vem a 
palavra sophos, sábio. 
Pitágoras - Atribui-se ao 
filósofo grego Pitágoras de 
Samos (que viveu no século V 
antes de Cristo) a invenção 
da palavra filosofia. Pitágoras 
teria afirmado que a 
sabedoria plena e completa 
pertence aos deuses, mas 
que os homens podem 
desejá-la ou amá-la, 
tornando-se filósofos. 
Filosofia e Lógica 
18
 
Dizia Pitágoras que três tipos de pessoas compareciam aos jogos olímpicos (a 
festa mais importante da Grécia): as que iam para comerciar durante os jogos, ali 
estando apenas para servir aos seus próprios interesses e sem preocupação com as 
disputas e os torneios; as que iam para competir, isto é, os atletas e artistas (pois 
durante os jogos também havia competições artísticas: dança, poesia, música, 
teatro) e as que iam para contemplar os jogos e torneios, para avaliar o 
desempenho e julgar o valor dos que ali se apresentavam. Este terceiro tipo de 
pessoa, dizia Pitágoras, é como o filósofo. 
Se você percebeu, através do que apresentamos acima, delineamos a principal 
característica da Filosofia, talvez o seu postulado fundamental, que é o seu caráter 
de questionamento. Através desta caracterização, podemos, enfim, entender a 
importância e a finalidade de se estudar a Filosofia. 
 
De acordo com Iglesias (2002, p. 17): 
 
“Ora, quando uma sociedade em que as explicações estão 
prontas, onde as normas são aceitáveis sem discussão, a 
tendência é estagnar. As alterações, inevitáveis em 
qualquer comunidade humana, ficam por conta de fatores 
externos: mudanças climáticas, cataclismas, guerras, 
invasões... Mas onde há questionamento de tudo existe 
um princípio interno de transformação, e existe a 
permanente possibilidade de mudança.” 
 
Como se pode notar pela citação da autora acima, na maioria das vezes a 
sociedade, em seu cotidiano, é repleta de crenças, muitas vezes “silenciosas”, em 
que as explicações “prontas” nos fazem aceitar as coisas e as ideias como sendo 
óbvias e naturais. Isso pode ser explicado porque em nossa “experiência cotidiana” 
na sociedade, surge uma série de concepções que são aceitas de modo que se 
tornam um consenso entre os seus membros. Ao acharmos como óbvias tais 
concepções, estas se tornam uma verdade incontestável, mas na verdade elas 
escondem ideias e valores falsos, parciais e preconceituosos. 
 
Filosofia e Lógica 
19
 
Mas por que razão acreditamos nestas crenças e nestes valores? Acreditamos 
porque não nos espantamos e nem temos uma perplexidade diante deles. Apenas 
acreditamos, na medida em que fazemos parte de uma sociedade que não 
estimula aquela curiosidade insaciável tal como a de uma criança. Pois, aquele para 
quem tudo resulta muito natural e óbvio, nunca poderá compreender que há uma 
falta de fundamentação, uma ambiguidade e uma incompatibilidade entre os fatos 
do cotidiano, isto é, da “experiência cotidiana”. 
Desta forma, a Filosofia pressupõe uma “não-aceitação” às crenças e aos 
preceitos da “experiência cotidiana”. Quando não aceitamos mais as coisas como 
óbvias, introduzimos na nossa atitude com a realidade certo distanciamento 
daquilo que é consenso, daquilo que é aceito por todos. Por esta atitude, somos 
instigados a questionar as crenças e os valores da “experiência cotidiana” e, ao 
questionarmos, exigimos respostas e justificações para as crenças e valores que 
dominam a sociedade. 
Segundo Chauí (2005, p. 18): 
 
“Para Platão, o discípulo de Sócrates, a Filosofia começa com 
a admiração ou, como escreve seu discípulo Aristóteles, a 
Filosofia começa com o espanto ‘... pois os homens começam 
e começaram sempre a filosofar movidos pelo espanto (...) 
Aquele que se coloca uma dificuldade e se espanta 
reconhece a sua própria ignorância (...) De sorte que, se 
filosofaram, foi para fugir da ignorância.” 
 
Lembra que dissemos acima que o “espanto” e a 
“perplexidade” são a base para a atitude questionadora 
da Filosofia? Pois então, aí está sinalizado o caminho 
para compreendermos porque precisamos estudar 
Filosofia. O “espanto” e a “perplexidade” que temos 
das coisas significam nada mais do que o 
reconhecimento da nossa ignorância e, ao reconhecê-
la, já estamos nos pondo diante de sua superação. Se 
nos espantamos com algo é porque este nos produz uma inquietação. Tal 
inquietação, certamente, nos 
Filosofia e Lógica 
20
 
conduzirá a um amontoado de questionamentos e indagações a respeito de algo, 
isto, portanto, só é possível na medida em que tomamos distância da “experiência 
cotidiana”, fugindo assim do consenso, daquilo que é aceito por todos sem uma 
prévia indagação. 
Desta forma, esse distanciamento configura-se como uma diferenciação, não 
aceitar o costumeiro é se distanciar do consenso, do comum, isto é, daquilo que 
não contém a atitude questionadora da Filosofia. Já vimos que a Filosofia tem 
como base a função de questionar, de refletir sobre os “fatos do cotidiano”. Assim, 
através da Filosofia, podemos conhecer a fundo a nossa capacidade de refletir e 
questionar. Você deve estar se perguntando em que sentido o estudo da Filosofia 
pode te levar a avaliar a sua capacidade reflexiva. A resposta é que ao utilizarmos a 
nossacapacidade de questionar e refletir, podemos exercer o poder de transformar 
a realidade que nos cerca e a nós mesmos, pois ao questionarmos ou nos 
espantarmos com certas coisas que são tidas como óbvias, estamos praticando 
nada mais do que o exercício de liberdade. Ora, sem questionarmos as coisas, não 
poderíamos ser de modo algum livres. Considerar as coisas, a “experiência 
cotidiana” sem um prévio questionamento é não ser dono de nossas próprias 
ações na medida em que se é movido por causas que não são as nossas. Essa é a 
diferença entre quem estuda Filosofia e aqueles que vivem imersos em valores e 
crenças do cotidiano. Estes não possuem o poder de reflexão e, por isso mesmo, 
não podem escolher por si mesmo o curso de ação que irão adotar. 
É neste momento que fica bastante claro a necessidade de se estudar Filosofia. 
A atitude de questionamento e de indagação é a condição de possibilidade para 
nos tornarmos livres. Se for assim, então o estudo da Filosofia está muito próximo 
da liberdade. Assim, se o questionamento e a indagação levam-nos a liberdade, e 
se a Filosofia nos permite usar essa capacidade de questionar as coisas com mais 
profundidade tal como a atitude de uma criança, então a Filosofia pode ser 
compreendida como uma ferramenta primordial para o exercício de nossa 
liberdade, pois nos leva a refletir sobre as coisas mais claramente, resultando no 
uso de nossa capacidade de escolha com mais plenitude. 
 
Filosofia e Lógica 
21
 
Eis, então, a resposta para a pergunta da necessidade de se estudar Filosofia, 
ou seja, o exercício e o estudo da Filosofia é a expressão mais profunda e plena da 
nossa liberdade. Ela representa a liberdade do refletir, do pensar e que, portanto, 
nos conduz a agirmos livremente. O estudo da Filosofia pressupõe que reflitamos e 
indagamos o sentido de nossas vidas, nossas ações e a realidade que nos rodeia, a 
situação do nosso país, os valores e as crenças da nossa sociedade etc. 
 
A utilidade da reflexão filosófica 
 
Há uma questão que muita gente formula de imediato quando ouve falar da 
Filosofia: qual a utilidade da Filosofia? Podemos ver acima que a principal 
característica da Filosofia consiste no caráter questionador e no exercício da 
liberdade. Será que estas características da Filosofia estão em conformidade com a 
realidade da nossa sociedade? Qual seria a utilidade da Filosofia em relação a esta 
realidade? 
Ora, na nossa sociedade atual é considerado útil aquilo que possui uma 
finalidade prática e imediata. Tudo se processa ou tem razão de existir se tiver uma 
aplicação prática que forneça algum resultado imediato, não é isso? Um exemplo 
deste fato é que todo mundo sabe que todo aquele que estuda engenharia, de 
uma maneira geral, irá participar da construção de edifícios, ruas, bairros, cidades 
etc. Todos sabem que a utilidade de se filmar um roteiro cinematográfico é, senão, 
para que as pessoas vejam o tal enredo sendo encenado e que ao assistirem ao 
filme pronto se emocionem, que se tal filme for bem aceito pelo público, seja 
merecedor de um Oscar e que ao ser visto por milhões de telespectadores, ele 
retorne em dividendos para seus produtores. Tudo hoje em dia é visto sob este 
aspecto finalístico, em que tudo que é feito possui uma razão de ser. 
Segundo Chauí (2005, p. 24): 
“(...) Nossa sociedade considera útil o que nos dá prestígio, 
poder, fama e riqueza. Julga o útil pelos resultados visíveis 
das coisas e das ações, identificando sua possível 
utilidade, como na famosa expressão ‘levar vantagem em 
tudo. ’” 
Filosofia e Lógica 
22
 
Sobre este aspecto, não há, certamente, expectativa 
alguma de que a Filosofia contribua para a produção de 
riqueza material. Contudo, a menos que suponhamos 
que a riqueza material seja a única coisa de valor, a 
incapacidade da Filosofia de promover este tipo de 
riqueza não implica em que não haja sentido prático em 
filosofar. Ora, se a Filosofia não traz riquezas, em muito 
menos nos dá prestígio ou poder. Por que, então há pessoas que se dedicam a essa 
atividade? Para que serve a filosofia? 
Para respondermos a tal indagação, faz-se necessário, em primeiro lugar, 
refletir sobre a expressão “para que serve?”. Primeiramente, devemos nos ater que 
a própria questão acerca do que “para que serve?” já é o começo de toda atitude 
filosófica, isto é, o ato de refletir. 
A questão acerca do que “para que serve?”, de antemão, pressupõe uma visão 
utilitária das coisas. No entanto, no sentido utilitário das coisas, não há como 
vislumbrar para que serviria a Filosofia. Aí então, poderíamos dizer a célebre 
expressão: a Filosofia não serve para nada! Mas, tal expressão só poderia fazer 
sentido se limitássemos a pensar a Filosofia através da possibilidade de que com 
ela se poderia obter uma utilidade econômica, isto é, obter lucro com a sua 
utilização. Se for assim, a Filosofia sempre permanecerá no direito de se manter 
inteiramente inútil. 
Se ao contrário, pensássemos a utilidade da Filosofia sem a visão utilitária que 
permeia a nossa sociedade, isto é, sem a visão do que o que é útil pressupõe uma 
finalidade, uma utilidade prática, poderíamos pensar a utilidade da Filosofia de 
uma outra forma. Você deve estar ansioso para saber qual seria a utilidade da 
Filosofia, não é? Então vamos lá! 
A utilidade da Filosofia se faz presente quando, com e para com ela 
abandonamos as crenças e os valores pré-concebidos. Ela se faz útil quando 
através dela exercemos nossa capacidade de ser livre. Ser livre, neste sentido é não 
aceitar que os valores e as crenças sem fundamentos possam governar nossas 
vidas. Além disso, a Filosofia está disposta a recuperar a unidade do saber na 
medida em que em nossos dias, o saber se “pulveriza” em uma gama de 
 
Filosofia e Lógica 
23
 
especializações que resulta em uma perda de visão mais ampla do conhecimento 
humano. Ao recuperar esta visão perdida sobre a visão unitária do conhecimento, a 
Filosofia procura questionar a validade dos métodos e critérios adotados pelas 
ciências. A Filosofia torna-se útil quando busca compreender e investigar as 
respostas à finalidade, ao sentido e ao valor da vida e de toda a realidade. Por este 
aspecto, ela torna-se o mais útil de todos os saberes que a humanidade foi capaz 
de conceber. 
Enfim, podemos agora com toda a clareza afirmar que a Filosofia possui uma 
utilidade, mas que a sua utilidade nada tem a ver com o sentido de utilidade que a 
nossa sociedade é regida. No entanto, ainda pode haver alguém que discorde 
dessa ideia e nos convença de que a Filosofia é o contrário de tudo o que dissemos, 
ou seja, “ela é justamente a ciência com a qual, ou sem a qual, o mundo continua 
tal e qual!”. 
 
LEITURA COMPLEMENTAR: 
JASPERS, Karl. Introdução ao pensamento filosófico. 3ª ed. São 
Paulo: Cultrix, (1980). 188p. 
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de Filosofia. Trad. Desidério Murcho: Rio 
de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. 437p. 
 
É HORA DE SE AVALIAR! 
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo, 
presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, 
além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso 
prefira, redija as respostas no caderno e depois as envie através do nosso ambiente 
virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! 
 
Chegamos ao final desta unidade. Esperamos que você tenha compreendido a 
relevância do estudo da Filosofia através dos argumentos apresentados acima e 
que a partir desta unidade, você se sinta estimulado a prosseguir com mais 
confiança e segurança ao exame dos problemas fundamentais da Filosofia. Então, 
te espero na próxima unidade.Ainda temos muito que estudar!
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Exercícios – unidade 1 
 
1. Complete a frase a abaixo. 
“A __________ da Filosofia se faz presente quando, com e para com ela 
__________ as crenças e os valores pré-concebidos. Ela se faz útil quando através 
dela exercemos nossa capacidade de ser livre. _____ , neste sentido, é não aceitar 
que os valores e as crenças sem __________ possam governar nossas vidas. Além 
disso, a Filosofia está disposta a __________ do saber na medida em que em 
nossos dias, o saber se “pulveriza” em uma gama de especializações que resulta em 
uma perda de visão mais ampla do _______________”. 
a) Utilidade - abandonamos - ser livre - fundamento - recuperar a unidade - 
conhecimento humano. 
b) Inutilidade - abandonamos - ser bom - esquecimento - recuperar a unidade - 
conhecimento desumano. 
c) Utilidade - achamos - ser mau - esquecimento - recuperar a inutilidade - 
conhecimento humano. 
d) Inutilidade - abandonamos - ser livre - fundamento - enumerar e unidade - 
conhecimento insano. 
e) Utilidade - abandonamos - ser bom - esquecimento - recuperar a unidade - 
conhecimento inato. 
 
2. Marque a única resposta incorreta: 
a) Uma definição precisa do real significado do que é Filosofia é quase 
impraticável. 
b) Do “espanto” e da “perplexidade” surge a nossa capacidade de interrogação. 
c) A questão acerca do que “para que serve?”, de antemão, pressupõe uma visão 
não-utilitária das coisas dos princípios. 
d) A Filosofia pressupõe uma “não-aceitação” às crenças e aos preceitos da 
“experiência cotidiana”. 
e) Na nossa sociedade atual é considerado útil aquilo que possui uma finalidade 
prática e imediata. 
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25
 
3. Dizia Pitágoras que três tipos de pessoas compareciam aos jogos Olímpicos (a 
festa mais importante da Grécia): as que iam para comerciar durante os jogos, ali 
estando apenas para servir aos seus próprios interesses e sem preocupação com as 
disputas e os torneios; as que iam para competir, isto é, os atletas e artistas (pois 
durante os jogos também havia competições artísticas: dança, poesia, música, 
teatro); e as que iam para contemplar os jogos e torneios, para avaliar o 
desempenho e julgar o valor dos que ali se apresentavam. Este terceiro tipo de 
pessoa, dizia Pitágoras, é o: 
a) Sofista. 
b) Hermeneuta. 
c) Médico. 
d) Filósofo. 
e) Atleta. 
 
4. Coloque (V) se a questão for verdadeira ou (F) se for falsa: 
( ) A utilidade da filosofia é facilmente perceptível. 
( ) A inutilidade da filosofia proclamada pelo senso comum decorre dele não 
tomar o significado de útil como aquilo que traz vantagem imediata. 
( ) A diferença entre ser útil e inútil depende do significado atribuído à palavra 
“útil”. 
( ) Muitas vezes o senso comum só percebe como útil aquilo que é 
empregado no seu dia-a-dia. 
( ) O senso comum só utiliza a filosofia quando esta é atualizada. 
 
a) F – F – V - V - F 
b) V - F - V - V - V 
c) F - F - F - F - V 
d) V - V - V - F - F 
e) V - V - F - V - V 
 
Filosofia e Lógica 
26
 
5. Sabemos que os “problemas” fundamentais da Filosofia possuem uma origem 
bastante precisa. Quais são estes problemas fundamentais pelos quais a Filosofia se 
principia? 
a) O inesperado e o absurdo. 
b) O próprio ato de discordar. 
c) O “espanto” e a “perplexidade”. 
d) A dúvida em relação ao existir. 
e) O espanto e da falta de clareza das coisas. 
 
6. Sabemos que Filosofia se opõe ao pensamento mítico. O que se pode entender 
por mito? 
a) Um conjunto de livros e doutrinas, ou seja, o mito caracteriza-se por 
oferecer uma explicação da realidade através de um conjunto de relatos 
físicos por intermédio de uma linguagem simbólica e misteriosa. 
b) Um conjunto de narrativas e doutrinas, ou seja, o mito caracteriza-se por 
oferecer uma explicação da realidade através de um conjunto de relatos 
físicos por intermédio da linguagem matemática. 
c) Um conjunto de livros e doutrinas, ou seja, o mito caracteriza-se por 
oferecer uma explicação da realidade através de um conjunto de obras 
filosóficas por intermédio de uma linguagem simbólica e misteriosa. 
d) Um conjunto de narrativas e doutrinas, o mito caracteriza-se por oferecer 
uma explicação da realidade através de um conjunto de relatos racionais 
por intermédio de uma linguagem simbólica e misteriosa. 
e) Um conjunto de narrativas e doutrinas, ou seja, o mito caracteriza-se por 
oferecer uma explicação da realidade através de um conjunto de relatos 
fantasiosos por intermédio de uma linguagem simbólica e misteriosa. 
 
7. Qual o significado da palavra “Filosofia”? 
a) Amigo dos preconceitos. 
b) Liberdade de pensamento. 
c) Amante da sabedoria. 
d) Questionamento. 
e) Amante da disputa. 
Filosofia e Lógica 
27
 
8. Marque a única afirmativa correta: 
a) Filosofia torna-se útil quando busca compreender e investigar as respostas 
à finalidade, ao sentido e ao valor da vida e de toda a realidade. 
b) Filosofia torna-se útil quando busca compreender e investigar porque o 
consenso é útil para nossas vidas. 
c) Filosofia torna-se útil quando busca compreender e investigar as respostas 
à finalidade, ao sentido e ao valor da consciência física e de toda a 
irrealidade. 
d) Filosofia torna-se útil quando busca compreender e investigar as respostas 
à finalidade daquilo que não precisa possuir finalidade. 
e) Filosofia torna-se inútil quando busca compreender e investigar as 
respostas à finalidade, ao sentido e ao valor da vida e de toda a realidade. 
 
9. Para Garcia Morente (1970, p. 33-34): 
“Para abordar a Filosofia, para entrar no território da Filosofia, é absolutamente 
indispensável uma primeira disposição de ânimo. É absolutamente indispensável 
que o aspirante a filósofo sinta a necessidade de levar o seu estudo uma disposição 
infantil. Quem quiser ser filósofo necessitará infantilizar-se, transformar-se em 
menino”. 
Comente a afirmação de Morente, procurando evidenciar o aspecto de todo o 
processo da reflexão filosófica. 
 
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10. Relacione a expressão “para que serve?” com a concepção do que é útil e do 
que é inútil na sociedade em que vivemos ? 
 
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ASDIVERSAS FORMAS DE 
INTERPRETAÇÃO DA 
REALIDADE:SENSO COMUM, 
CONHECIMENTO CIENTÍFICO E 
O CONHECIMENTO FILOSÓFICO. 
 
As formas de interpretação da realidade. 
O senso comum e sua caracterização. 
O conhecimento científico e a sua caracterização. 
O conhecimento filosófico e a sua caracterização. 
 
2 
Filosofia e Lógica 
30
 
Na unidade anterior, compreendemos a importância e a utilidade da Filosofia. 
Vimos que pensar filosoficamente é possível a qualquer um, bastando apenas certo 
distanciamento do “pensar ingênuo”, comum ao dogmatismo e que sejam 
colocadas questões fundamentais sobre a realidade. Nesta unidade, veremos quais 
são as formas humanas de interpretação da realidade. 
 
OBJETIVOS DA UNIDADE: 
• compreender que a interpretação humana da realidade se dá através de 
várias formas, sendo tais formas as relações que o homem compreende e 
interpreta o mundo; caracterizar cada uma dessas formas de interpretação da 
realidade: o senso comum, o conhecimento científico e o conhecimento filosófico, 
indicando suas características marcantes, a fim de problematizar o que as 
distinguem. 
 
PLANO DA UNIDADE: 
• As formas de interpretação da realidade. 
• O senso comum e sua caracterização. 
• O conhecimento científico e a sua caracterização. 
• O conhecimento filosófico e a sua caracterização. 
 
 
Bons estudos! 
  
Filosofia e Lógica 
31
 
As formas de interpretação da realidade 
 
O nosso objetivo nesta disciplina é o estudo da Filosofia em geral. No entanto, 
devemos ressaltar que a Filosofia não é a única forma de saber ou de 
conhecimento. Existem outras formas sob as quais interpretamos a realidade e 
buscamos respostas para nossos problemas. A partir deste momento, iremos 
conhecer as outras formas de interpretação da realidade, de modo que possamos 
distingui-las umas das outras e buscar compreender o papel da Filosofia diante de 
outras formas de interpretação da realidade. Cercado pelas coisas do mundo no 
convívio com seus semelhantes, o homem é um ser que, diferentemente dos 
demais, problematiza a realidade que o rodeia, colocando perguntas e 
investigando possíveis respostas. O homem não se contenta em simplesmente 
estar ou transitar entre as coisas, mas procura esclarecer o seu significado, seu 
porquê, ou seja, as causas das coisas. 
Para Buzzi (1992, p. 73), 
“A diferença do animal que vive no puro aberto, que não vê 
espaço e o tempo, o homem vê sempre dentro de uma 
moldura, define e delimita as coisas. Isso é o seu espaço. As 
coisas são vistas a partir desse espaço. São colhidas dentro 
de um determinado horizonte. Surge daí aquilo que 
chamamos de mundo, história, cultura, sociedade. Não 
vemos jamais as coisas puras em si, vemos a partir de uma 
representação, nas malhas de uma interpretação.” 
 
IMPORTANTE 
Todo indivíduo, ao nascer, já se encontra imediatamente inserido em um 
mundo previamente interpretado. Desde o nascimento, encontramos 
um “sistema” de coisas com uma significação definida, transmitida pela cultura de 
uma determinada sociedade. A interpretação da realidade é uma necessidade 
essencial do ser humano, pois surge da necessidade de resolver certos problemas 
impulsionados pelos mais variados interesses. Assim, de acordo com certos 
interesses, o homem interpreta a realidade das mais variadas formas. 
Filosofia e Lógica 
32
 
Há muitos modos de se conhecer e interpretar a realidade que dependem da 
postura do homem frente às suas necessidades fundamentais. De acordo com esta 
postura, a interpretação da realidade pode ser explicada através do mito, do Senso 
Comum, da Ciência, da Filosofia e da Arte. Todos eles são formas de conhecimento, 
pois cada um, a seu modo, oferece uma resposta para os mais variados interesses 
do homem, atribuindo-lhes um sentido. 
Sendo assim, o mito é um modo de interpretação da realidade em que ocorre 
o apelo ao sagrado na medida em que fornece segurança e conforto ao homem. O 
Senso Comum ou “conhecimento espontâneo” é a primeira compreensão do 
mundo resultante da herança do grupo a que pertencemos e das experiências 
atuais que continuam sendo efetuadas. A ciência procura descobrir o 
funcionamento da natureza através, principalmente, das relações de causa e efeito, 
busca o conhecimento objetivo e lógico, através de métodos desenvolvidos para 
manter a coerência interna de suas afirmações. Dotada de aplicabilidade, pode 
resultar em tecnologias que permitem ao homem intervir na natureza. A Filosofia, 
por sua vez, propõe oferecer um tipo de conhecimento que busca, com todo o 
rigor, a origem dos problemas, relacionando-os a outros aspectos da vida humana, 
numa abordagem “totalizante”, e o conhecimento proporcionado pela Arte nos dá 
não o conhecimento de um objeto, mas de um mundo interpretado pela 
sensibilidade do artista e traduzido numa obra individual. 
Como vimos, podemos conhecer e interpretar a realidade de diversas 
maneiras. A seguir, iremos examinar os três tipos básicos de interpretação da 
realidade: Senso Comum, Conhecimento Científico e a Filosofia. Deixaremos o mito 
para uma outra unidade e a Arte, não entraremos no mérito da questão. 
 
O senso comum e sua caracterização 
 
No seu cotidiano, o homem adquire espontaneamente um modo de entender 
e atuar sobre a realidade que o cerca. Algumas pessoas, por exemplo, não passam 
por baixo de escadas, porque acreditam que dão azar, outras acham que se 
quebrarem um espelho podem ter sete anos de azar. Algumas confeiteiras sabem 
que o forno não pode ser aberto enquanto o bolo está assando, senão ele “sola”, 
sabem também que determinados pratos, feitos em “banho-maria”, deve-se 
acrescentar algumas gotas de limão para que a vasilha em que está inserido não
Filosofia e Lógica 
33
 
fique escura. Como estas pessoas aprendem tais informações? Elas foram 
transmitidas de geração para geração. Elas não só foram assimiladas como também 
transformadas, contribuindo assim para uma compreensão da realidade. Em todos 
os tempos, o homem se defronta com dificuldades de ordem prática que 
necessitam de soluções imediatas e imprescindíveis para a sua sobrevivência e seu 
bem-estar. 
 
IMPORTANTE 
Com efeito, podemos perceber que este tipo de conhecimento é 
um produto de uma prática que se faz social e historicamente. Todas as 
explicações para a vida, para as regras de comportamento, para o trabalho, para os 
fenômenos da natureza etc., passam a fazer parte das explicações para tudo o que 
observamos e “experimentamos”. Todos estes são elementos assimilados ou 
transformadosde forma espontânea. Por isso, raramente há questionamento sobre 
outras possibilidades de explicações para a realidade. Acostumamos-nos a uma 
determinada compreensão de mundo e não mais questionamos, nos tornamos 
“conformistas de algum conformismo”. 
 
Aos que não detêm o conhecimento científico, resta buscar a resolução de 
seus problemas cotidianos sem a ajuda das construções racionais e metódicas da 
ciência, sem os instrumentos que a ciência desenvolveu para que se atinja uma 
melhor compreensão do mundo. Dotados de informações e interpretações que 
adquirem com a experiência de vida, os “homens comuns” procuram dar respostas 
às questões e às necessidades de seu mundo baseados num “conhecimento” cujo 
conjunto de formulações a ciência denomina: senso comum ou conhecimento 
espontâneo. Portanto, podemos dizer que o senso comum é o modo comum, 
corrente e espontâneo de conhecer e interpretar a realidade, que se adquire no 
trato direto com as coisas e os seres humanos; é o saber que prevalece em nossas 
vidas diárias, aquele que é sem comprovação ou estudo, sem a aplicação de um 
estudo (método) mais cuidadoso e sem se haver refletido sobre algo que é 
afirmado como verdade. 
 
Filosofia e Lógica 
34
 
Muitas das concepções do senso comum transformam-se em frases feitas ou 
ditados populares, como por exemplo: “homem que é homem não chora”, “filho de 
peixe, peixinho é”, “Deus ajuda a quem cedo madruga”. Frases como estas, 
repetidas irrefletidamente no cotidiano, na verdade escondem ideias falsas, 
parciais e preconceituosas. Mas, o que caracteriza basicamente as ideias 
provenientes do senso comum não é a sua verdade ou falsidade, mas uma falta de 
fundamentação. Ou seja, não nos preocupamos com o porquê destas ideias. Elas 
são aceitas, repetidas e até defendidas, mas não sabemos explicá-las. Trata-se, 
portanto, de um conhecimento adquirido sem uma base crítica ou de 
questionamento. 
Isto explica o motivo pelo qual o senso comum apresenta-se como um 
conhecimento superficial adquirido espontaneamente, sem preocupação com o 
método, com a crítica ou com a sistematização. Desta forma, o senso comum é 
indisciplinar e ametódico; não resulta de uma prática especificamente orientada 
para o produzir, reproduz-se espontaneamente no suceder quotidiano da vida. Por 
último, o senso comum é retórico e metafórico; não ensina, persuade. 
 
As principais características do senso comum são: 
• Subjetivo: Só exprime sentimentos e opiniões individuais de um 
determinado grupo, variando de indivíduo para indivíduo, conforme as 
condições em que se vive; 
• Natural: Transmitido de “pai para filho” quase da mesma forma como se 
transmitem as características genéticas - sem qualquer esforço 
consciente, sem intenção nem intervenção da vontade; 
• Conservador: O novo, as mudanças, o desconhecido é evitado, pois 
exigiria maior empenho do pensamento e uma mudança de hábitos; 
• Preconceituoso: Não há o costume de verificar e checar as informações, 
os valores e os comportamentos que são repetidos pela maioria. 
• Fragmentário: Não percebe os fatos relacionados entre si, embora 
diferentes na aparência. Assim, as ideias desenvolvem-se 
independentemente umas das outras, opiniões contrárias são 
submetidas ao mesmo tempo; algo dito agora, pode ser negado por 
outra coisa dita logo depois; 
Filosofia e Lógica 
35
 
Espontâneo ou intuitivo: Surge como se não obedecesse a nenhuma 
determinação da razão, se faz por imitação e da associação por analogias. 
 
Porém, é importante assinalar que o senso comum é uma forma válida de 
conhecimento e explicação da realidade, pois o homem precisa dele para se 
orientar, resolver ou superar suas necessidades imediatas do cotidiano. 
Os pais, por exemplo, educam seus filhos mesmo não sendo psicólogos ou 
pedagogos e nem sempre os filhos de pedagogos ou psicólogos são mais bem 
educados. 
Levando em conta a reflexão feita até aqui, podemos considerar o senso 
comum como sendo uma visão de mundo, uma explicação precária e fragmentada 
da realidade. Mesmo possuindo o seu valor enquanto processo de construção e 
explicação do conhecimento e da realidade, ele deve ser superado por um tipo de 
explicação que o incorpore, que se estenda a uma concepção crítica e coerente e 
que possibilite, até mesmo, o acesso a um saber mais elaborado, como a ciência e a 
Filosofia. 
Mostraremos a você, no próximo tópico, o que é e o que caracteriza o 
conhecimento científico. 
 
O conhecimento científico e a sua caracterização 
 
Quando nos deparamos com o tema ciência, uma polêmica logo se faz 
presente quanto ao significado que se quer dar ao termo. Assim, para o senso 
comum, a ciência significa uma coisa, como significou outra coisa para Aristóteles e 
Platão. Tem ainda um significado bem específico para os filósofos e cientistas da 
contemporaneidade. Para o senso comum, a ciência pode significar habilidade na 
execução de uma tarefa específica ou uma informação mais apurada sobre um 
determinado assunto. Nos dias atuais, a ciência reveste-se de um caráter especial: 
não é simplesmente uma habilidade especial, nem um conhecimento obtido com 
o uso da razão sobre um objeto qualquer, mas sim um conhecimento rigoroso, 
sistematizado e demonstrado metodicamente. 
Filosofia e Lógica 
36
 
É neste sentido que trataremos de examinar o 
conhecimento científico, ou seja, através do seu caráter 
sistemático, metodológico e do seu rigor. Diferentemente do 
senso comum que concebia o mundo fragmentado, a ciência 
ou o conhecimento científico passa a conceber os fatos do 
mundo através de uma explicação investigativa, cuja causa 
deve ser explicada e comprovada. Explicar uma causa é 
resolver um problema sobre o porquê de um fato. No entanto, 
no caso do conhecimento científico, somente se pode explicar 
um fato através da utilização de um método adequado. 
 
IMPORTANTE 
A palavra método tem sua origem na língua grega (em grego, ‘meta’ 
quer dizer ‘através de’, ‘por meio’ de e ‘hodós’, ‘caminho’). O método, 
portanto, sinaliza para a ciência que suas especulações precisam seguir um 
caminho para se obter resultados seguros, embora este caminho não lhe traga 
garantias de que os resultados esperados sejam realmente o que buscamos. É 
como você ter uma receita e querer fazer um bolo. A receita é o método e o bolo é 
a solução do problema que você irá resolver. Na ciência, tudo se passa como se 
alguém perguntasse se o “bolo está bom”, e você respondesse que ele está 
delicioso porque você seguiu perfeitamente a receita. Ou seja, você não pode 
aperfeiçoar seu bolo com toques especiais na preparação, não pode pôr seus 
preconceitos e sentimentos, e muito menos suas crenças pessoais. A ciência quer 
somente que seu bolo seja conforme a receita diz. 
 
Tudo bem que a receita pode, em certos casos, ser omissa, mas neste, 
você pode fazer o que quiser, sem ficar em desacordo com o método. 
O método é um estranho caminho que nos leva a um 
lugar, mas não temos certeza que lugar é este. Assim, o 
método configura-se como um “roteiro de pesquisa”, ou 
seja, uma orientação que guia a ciência na busca das 
explicações sobre os fatos. No entanto, é importante notar 
que a utilidade do método para a ciência não consiste em
A Ciência é um 
conhecimento 
racional, metódico, 
verificável e 
sistemático que visa 
estabelecer relações 
necessárias entre as 
coisas. 
Filosofia e Lógica 
37
 
chegar a conclusões dos seus problemas mais gerais, mas, sobretudo, em evitar 
que a sua atividade se perca enquanto procura resolver seus problemas. Ou seja, o 
método não garante que se chegue lá aonde se quer chegar, masgarante que não 
se assumam certos procedimentos em desacordo com o procedimento científico. 
O método científico pode ser resumido em quatro momentos principais: a 
observação, a hipótese, a experimentação e a generalização. Veja cada um a seguir: 
A observação científica: Observar é uma das atitudes mais comuns de todo ser 
humano. Observarmos o comportamento dos outros, como se vestem, como 
falam, como comem, observamos o clima, entre outras coisas. Este tipo de 
observação, normalmente, ocorre de uma forma superficial e aleatória, isto é, 
observamos por acaso, sem uma preocupação de levarmos isso a diante, pois esta 
observação é própria de nossa consciência espontânea ou natural. Ao contrário da 
observação natural, a observação científica só se dá numa consciência 
anteriormente preparada para a pesquisa científica. Portanto, a observação 
científica pressupõe um conjunto de conhecimentos e informações prévias daquilo 
que se está observando. 
A hipótese científica: A observação científica pode originar uma hipótese 
científica. Por hipótese, deve-se entender uma explicação provisória que necessita 
de um amadurecimento maior e uma averiguação posterior. 
A experimentação científica: A característica da hipótese consiste em não 
concluir a certeza ou a evidência, pois assim não seria mais considerada uma 
hipótese, mas um postulado. Uma vez lançada a hipótese, a ciência prepara as 
condições necessárias para a sua verificação. Enquanto no primeiro momento a 
observação se dá in loco, aqui a observação se faz a partir de um artifício, pois o 
cientista forja uma situação em que o objeto de seu estudo pode receber um 
tratamento mais minucioso. Além disso, a ciência faz uso dos instrumentos que 
considera adequado para o controle do mesmo. 
A Generalização: Uma vez confirmada a hipótese, o cientista chega ao 
momento mais almejado: a generalização da sua hipótese, ou seja, a conclusão 
obtida em que seja aplicada a situações semelhantes àquela particularmente 
testada. 
 
Filosofia e Lógica 
38
 
As generalizações são, portanto, o ponto de chegada de uma pesquisa 
científica. No entanto, esta deve proceder de uma linguagem apropriada. Isto quer 
dizer que a ciência possui uma linguagem extremamente rigorosa cujos conceitos 
são definidos, a fim de evitar ambiguidades. Desta forma, a linguagem científica 
torna-se cada vez mais precisa, na medida em que utiliza a matemática como a 
linguagem específica da ciência. A matematização da ciência se inicia a partir do 
século XVII com Galileu Galilei. Depois deste, os acontecimentos do mundo são 
interpretados e representados matematicamente, portanto, experimentados e 
medidos. 
 
As principais características do Conhecimento científico são: 
• Sistematização: A ciência organiza-se sob a forma sistêmica, isto é, 
em sistemas. Por sistema entende-se o caráter orgânico e coerente 
em que as hipóteses e conclusões da ciência estão dispostas; 
• Verificação: As conclusões científicas são passíveis de verificação. 
Em certos casos, através destas experiências, uma hipótese é 
comprovada, tornando-se, por sua vez, uma teoria; 
• Operatividade: Consiste no postulado de que todo e qualquer 
conceito científico somente tem valor científico se for definido 
mediante uma série de operações físicas, experiências e medidas 
idealmente possíveis; 
• Objetividade: Capacidade de distanciamento de todo elemento 
afetivo e subjetivo, isto é, tendência a ser independente dos 
“sentimentos pessoais”. A objetividade da ciência quer dizer, 
sobretudo, que o seu conhecimento tem um caráter universal. 
 
No próximo tópico mostraremos a você o que é e o que caracteriza o 
conhecimento filosófico. 
 
Filosofia e Lógica 
39
 
O conhecimento filosófico e a sua caracterização 
 
A Filosofia é uma forma de interpretação da realidade 
como a ciência e o senso comum. Diferentemente da ciência, 
a Filosofia não assenta em experimentações nem em 
observação, sua especificidade está no pensamento. Ao 
contrário do senso comum, a Filosofia não surge da 
necessidade de se enfrentar as circunstâncias imediatas sem a 
necessidade de uma prévia discussão ou fundamentação. 
De uma maneira geral, o que diferencia o conhecimento filosófico das outras 
formas de conhecimento é a maneira como problematiza as coisas. A Filosofia é 
uma forma de reflexão, ou melhor, uma reflexão crítica acerca dos fundamentos de 
todas as coisas. Ela pode ser considerada uma ciência, mas uma ciência que possui 
a pretensão de obter as explicações mais complexas e profundas sobre todas as 
coisas, a partir de suas causas e seus fins últimos. Não vá pensando que os mesmos 
problemas da ciência sejam os problemas da Filosofia. A ciência pretende alcançar 
a determinação constante dos nexos, ou seja, a regularidade dos fenômenos, com 
a descrição do que acontece na realidade e suas causas próprias, suscetíveis de 
serem registradas pela experiência. A experiência permite fornecer uma 
uniformidade às investigações científicas, de modo que esta adquire mais 
objetividade. Ao contrário, a Filosofia pretende saber as razões últimas de todos os 
seres, sem a preocupação de uma referência à experiência, pois a Filosofia parte da 
experiência vivida o que permite ir além da mera constatação científica. 
 
IMPORTANTE 
O conhecimento filosófico é um saber crítico e conceitual. A 
exigência da crítica é própria do ideal da Filosofia. Trata-se de um 
conhecimento que se assenta em base crítica, mas não basta apenas a crítica para 
caracterizar a Filosofia. Esta é uma atividade de investigação e questionamento 
permanente. A atitude filosófica exige uma insatisfação constante para a abertura 
de novos horizontes, a fim de solucionar os problemas mais gerais que se impõe 
aos homens. Enfim, podemos concluir que a Filosofia é uma forma de 
conhecimento que, a partir da reflexão rigorosa, radical e totalizante sobre o real, 
procura construir um conhecimento cada vez mais verdadeiro através da sua 
atitude questionadora, a fim de ultrapassar o caráter finito e óbvio da interpretação 
superficial que apresenta o saber comum. 
Filosofia e Lógica 
40
As principais características do conhecimento filosófico são: 
• A Filosofia é uma atividade racional, pois exige a utilização do 
pensamento. Por sua vez, o uso da razão torna viável a reflexão e a 
crítica, cuja principal finalidade é a procura da verdade e do sentido da 
existência humana. O uso da razão permite ainda a autonomia e a 
independência intelectual, ou seja, pensar por si mesmo; 
• A Filosofia procura os fundamentos, as causas fundamentais da 
realidade de modo a encontrar a sua essência. Procura a razão de ser 
das coisas, o seu sentido geral, a verdade que se encontra por trás das 
aparências. Esta, portanto, implica em um questionamento e uma 
problematização constante. Exige uma solução para as perguntas que 
vai ao “por que” último das coisas; 
• A Filosofia pressupõe inquietações que interessam a todos os homens. 
Desta forma, os temas da Filosofia são temas universais, pois exprimem 
inquietações próprias de toda a humanidade. 
 
LEITURA COMPLEMENTAR: 
GARCIA MORENTE, Manuel. Fundamentos de filosofia. 8ª edição. São 
Paulo: Mestre Jou, 1980. 324p. 
CORBISIER, Roland. Introdução à filosofia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira, 1986, 288p. 
REALE, Miguel. Introdução à Filosofia. 4ª ed. São Paulo, Saraiva, 1994 2002. 
322p. 
 
É HORA DE SE AVALIAR! 
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo, 
presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, 
além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso 
prefira, redija as respostas no caderno e depois as envie através do nosso ambientevirtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! 
Nesta unidade foram apresentadas as diferentes formas de interpretação da 
realidade. Cada uma delas é um modo como o homem interpreta a realidade que o 
cerca. Espero que você tenha compreendido a questão acerca dos modos como 
interpretamos a realidade. Na próxima unidade, vamos analisar o surgimento da 
Filosofia, ou seja, o seu nascimento na Grécia antiga. Até lá! 
 
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41 
 
Exercícios – unidade 2 
 
1. Qual das alternativas abaixo é concernente à caracterização do caráter 
“subjetivo” do senso comum? 
a) Só exprime sentimentos e opiniões individuais de um determinado grupo, 
variando de indivíduo para indivíduo, conforme as condições em que se vive. 
b) Transmitido de “pai para filho” quase da mesma forma como se transmitem as 
características genéticas - sem qualquer esforço consciente, sem intenção 
nem intervenção da vontade. 
c) O novo, as mudanças, o desconhecido é evitado, pois exigiria maior empenho 
do pensamento e uma mudança de hábitos. 
d) Não há o costume de verificar e checar as informações, os valores e os 
comportamentos que são repetidos pela maioria. 
e) Não percebe os fatos relacionados entre si, embora diferentes na aparência. 
Assim, as ideias desenvolvem-se independentemente umas das outras, 
opiniões contrárias são submetidas ao mesmo tempo; algo dito agora, pode 
ser negado por outra coisa dita logo depois. 
 
2. Complete a frase abaixo. 
No seu cotidiano, __________ adquire __________ um modo de entender e atuar 
sobre a _______ que o cerca. 
a) O animal, criticamente, realidade. 
b) O homem, criticamente, realidade. 
c) O homem, espontaneamente, realidade. 
d) O animal, reflexivamente, realidade. 
e) O homem, reflexivamente, realidade. 
 
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3. Dentre as alternativas abaixo, qual delas caracteriza a “hipótese científica”? 
a) Deve-se entender como uma “explicação científica” provisória que necessita 
de um amadurecimento maior e uma averiguação posterior. 
b) Deve-se entender como uma verificação inconsequente e imprevisível. 
c) Consiste no postulado de que todo e qualquer conceito científico somente 
tem valor científico se for definido mediante uma série de operações físicas, 
experiências e medidas idealmente possíveis. 
d) Consiste em uma hipótese, ou seja, uma conclusão obtida em que seja 
aplicada a situações semelhantes àquela particularmente testada. 
e) Deve-se entender como uma atividade racional que exige a retrospectiva do 
pensamento. 
 
4. Qual das alternativas a seguir refere-se à caracterização de “generalização”. 
a) Capacidade de distanciamento de todo elemento afetivo e subjetivo, isto é, 
tendência a ser independente dos “sentimentos pessoais”. 
b) Entende-se o caráter orgânico e coerente em que as hipóteses e conclusões 
da ciência estão dispostas. 
c) Uma conclusão obtida em que seja aplicada a situações semelhantes àquela 
particularmente testada. 
d) Entende-se o caráter orgânico e coerente em que as falácias e conclusões da 
ciência estão dispostas. 
e) Capacidade de congestionamento de todo elemento afetivo e objetivo, isto é, 
tendência a ser independente dos “sentimentos impessoais”. 
 
Filosofia e Lógica 
 
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5. Das alternativas abaixo, qual delas reapresenta uma característica do 
conhecimento filosófico? 
a) Espontâneo. 
b) Fragmentário. 
c) Impreciso. 
d) Procura da verdade e do sentido da existência humana. 
e) Desonesto. 
 
6. Há muitos modos de se conhecer e interpretar a realidade que dependem da 
postura do homem frente às suas necessidades fundamentais. Quais são eles? 
a) A hipótese, a lei, a generalização e a memorização. 
b) O mito, o Senso Comum, a Ciência, a Filosofia e a Arte. 
c) O mito, o senso comum, a ciência, a memorização e a arte. 
d) A lei, a regra, a generalização e a arte. 
e) O mito, a hipótese, a generalização e a ciência. 
 
7. Para Buzzi, o que diferencia o animal do homem? 
a) Para Buzzi, o animal vive no puro aberto e não vê o espaço e o tempo. O 
homem, por sua vez, vê sempre dentro de uma moldura pela qual define e delimita 
as coisas. 
b) Para Buzzi, o animal vive no puro aberto no qual estabelece uma relação 
com o espaço e o tempo. O homem, por sua vez, vê sempre dentro de uma 
moldura pela qual define e delimita as coisas. 
c) Para Buzzi, o animal vive no puro aberto no qual estabelece uma relação 
com o espaço e o tempo. O homem, por sua vez, é limitado à estrutura irracional. 
d) Para Buzzi, o animal vive no puro aberto no qual não estabelece uma 
relação com o espaço e o tempo. O homem, por sua vez, vê sempre dentro de uma 
moldura pela qual define e delimita as coisas. 
e) Para Buzzi, o animal, apesar de não viver no puro aberto, estabelece uma 
relação com o espaço e o tempo. O homem, por sua vez, não consegue ver dentro 
de uma moldura pela qual define e delimita as coisas. 
Filosofia e Lógica 
 
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8. Complete a seguinte frase: 
“O ______ é um estranho caminho que nos leva a um lugar, mas não temos certeza 
que lugar é este. Assim, o método configura-se como ____________, ou seja, uma 
orientação que guia _______ na busca das explicações sobre os fatos. No entanto, 
é importante notar que a utilidade do método para a ciência não consiste em 
chegar a _________ dos seus problemas mais gerais, mas, sobretudo, em evitar que 
a sua atividade se perca enquanto procura resolver seus problemas”. 
 
a) Método, um “roteiro de pesquisa”, a ciência, conclusões. 
b) Vocabulário, um “roteiro de pesquisa”, a ciência, conclusões. 
c) Sentido, um “roteiro de pesquisa”, a ciência, conclusões. 
d) Método, um “roteiro de pesquisa”, o senso comum, conclusões. 
e) Vocabulário, um “roteiro de pesquisa”, a ciência, conclusões. 
 
9. Atente ao texto que se segue: 
“Quando uma pessoa faz um bolo, segue a receita e incorpora uma série de 
informações para melhor sucesso do seu trabalho. Sabe que ao bater as claras dos 
ovos, elas crescem e tornam-se esbranquiçadas; sabe que não convém abrir o forno 
quando o bolo começa a cozinhar senão ele sola: que medida adequada de fermento 
faz o bolo crescer. Se fizer um pudim em “Banho-Maria”, sabe que uma rodela de limão 
na água evita o crescimento deste na vasilha, o que facilitará o trabalho posterior. Essa 
pessoa sabe tudo isso, mas não sabe explicar o porquê e como ocorrem esses 
fenômenos, não conhecendo as suas causas constitutivas”. (Autor desconhecido). 
 
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A) Identifique o tipo de conhecimento a que o texto se refere. 
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B) Cite duas características deste tipo de conhecimento. 
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10. O que significa a “operatividade” e a “objetividade” no conhecimento 
científico? 
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