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Prévia do material em texto

Procedimentos 
Técnicos em Diálise 
 
 
 
 
 
 
 
BEM-VINDOS AO EBOOK 
 
 
 
 
 
 
Autor(a): Uol Cursos/Ciatech 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Procedimentos Técnicos em Diálise 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. 
CIATECH TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. 
2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISBN: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição são reservados a 
UOL Cursos Tecnologia Educacional ltda. e Ciatech tecnologia educacional ltda. 
É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios, sem autorização escrita da empresa. 
 
 
 
 
CIATECH TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA./ UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. 
Al: Barão de Limeira, 425 – 7º andar 01202-000 São Paulo - SP 
www.crescabrasil.com.br/ www.portaleducacao.com.br 
 
http://www.crescabrasil.com.br/
http://www.portaleducacao.com.br/
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
MÓDULO I 
1. NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA RENAL 
2. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA 
3. DOENÇA RENAL CRÔNICA 
4. NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA 
5. LIMPEZA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO 
6. PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO 
6.1 Doenças infecciosas (Hepatite B, Hepatite C e HIV) 
6.2 Biossegurança em diálise 
7. TIPOS DE DIÁLISE 
7.1 Hemodiálise 
7.2 Diálise Peritoneal 
 
 
MÓDULO II 
1. ACESSO VASCULAR PARA HEMODIÁLISE 
1.1 Fístula arteriovenosa 
1.2 Cuidados de Enfermagem com a fístula arteriovenosa 
1.3 Cateter para hemodiálise 
1.4 Cuidados de Enfermagem com o cateter para hemodiálise 
2. DIALISADORES 
2.1 Características 
2.2 Reuso dos dialisadores 
2.3 Vantagens e desvantagens do reuso 
2.4 Manuseio de soluções desinfetantes 
3. REUSO MANUAL PASSO A PASSO 
4. ANTICOAGUALAÇÃO EM HEMODIÁLISE 
5. TRATAMENTO DA ÁGUA PARA HEMODIÁLISE 
 
 
 
5.1 Aspectos gerais do controle de qualidade da água para hemodiálise 
6. INTERCORRÊNCIAS EM HEMODIÁLISE 
7. HEMODIÁLISE PASSO A PASSO 
 
 
MÓDULO III 
1. ASPECTOS GERAIS DA DIÁLISE PERITONEAL 
2. BOLSAS DE DIÁLISE PERITONEAL 
2.1 Características e Indicações 
2.2 Cuidados com a bolsa de diálise 
3. INTERCORRÊNCIAS EM DIÁLISE PERITONEAL 
4. DIÁLISE PERITONEAL PASSO A PASSO 
 
 
MÓDULO IV 
1. ÉTICA 
1.1 Postura profissional 
1.2 Relacionamento com os pacientes 
1.3 Relacionamento com a equipe 
2. ASPECTOS BIOÉTICOS EM NEFROLOGIA 
3. LEGISLAÇÃO EM DIÁLISE 
4. FUNÇÕES DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM 
5. ASPECTOS GERAIS DO TRANSPLANTE RENAL 
6. ENFERMAGEM NO TRANSPLANTE RENAL 
6.1 Complicações no transplante renal 
 
 
MÓDULO V 
1. EXAMES LABORATORIAIS 
1.1 Aspectos gerais 
1.2 Aspectos legais 
1.3 Técnica de coleta de exame pós-hemodiálise 
2. IMUNIZAÇÃO 
2.1 Relacionada ao paciente 
 
 
 
2.3 Relacionada à equipe 
3. TERAPIA MEDICAMENTOSA DE SUPORTE 
3.1 Importância da terapia de suporte 
GLOSSÁRIO 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
1. NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA RENAL 
 
 
Os rins são órgãos pares de coloração marrom avermelhada, que possuem 
a forma de um grão de feijão e são cobertos por uma cápsula fibromuscular. Eles 
estão paralelamente posicionados em relação à coluna vertebral, sobre o músculo 
psoas maior e se situam a altura da 12ª vértebra torácica até a 3ª vértebra lombar. 
Possuem cerca de 11 a 13 cm de comprimento; 5 cm de altura; 2;5 de 
espessura e pesam cerca de 150 gramas cada. O rim esquerdo é um pouco mais 
longo e maior que o direito. O rim é composto de um córtex, mais escuro e externo, 
e de uma medula, mais pálida e mais interna. Cada rim contém um milhão ou mais 
de túbulos renais epiteliais chamados de néfrons. 
 
 
 
Figura 1. Rim direito seccionado em vários pontos expondo o parênquima e a pelve renal. 
*Extraído de RIELLA, M.C. Princípios de nefrologia e distúrbios do equilíbrio hidroeletrolíticos. Porto 
Alegre, 2008. 
 
 
 
O néfron é a unidade funcional do rim e é composto por um glomérulo e por 
um túbulo. O glomérulo é composto por um enovelado de aproximadamente 50 
capilares que são alimentados por uma arteríola aferentes e drenados pela arteríola 
eferente. O túbulo é dividido em três partes: o túbulo proximal, a alça de Henle e o 
túbulo distal. 
Cada néfron é independente e possui a capacidade de formar urina por si 
só. A urina se forma no interior dos néfrons e então segue para os ductos coletores, 
que se unem para formar a pelve renal de cada rim. Por sua vez, cada pelve renal 
origina um ureter. O ureter é um tubo muscular de aproximadamente 25 a 30 cm de 
comprimento que conecta o rim com a bexiga. 
 
 
Figura 2. Néfron. 
*Extraído do Manual de Treinamento em Terapia Renal Substitutiva. Rio de Janeiro: Hospital dos 
Servidores do Estado, 2008. 
 
 
 
A bexiga urinária é uma víscera oca que atua como reservatório para o 
armazenamento temporário da urina. A forma, o tamanho e a posição da bexiga 
variam de acordo com a idade, o sexo e a quantidade de urina que ela contém. A 
 
 
Capilar glomerular 
Arteríola eferente Arteríola aferente 
Capilares peritubulares Artéria interlobular 
Vasos retos Artéria arqueada 
Veia interlobular Artéria interlobar 
Veia arqueada Artéria lobar 
Veia interlobar Artéria segmental 
Veia renal Artéria renal 
FLUXO SANGUÍNEO NO RIM 
Aorta abdominal Veia cava 
 
bexiga vazia, em um adulto, possui a forma arredondada. Localiza-se no interior da 
pelve e repousa sobre o púbis. Está situada ligeiramente mais baixa na mulher que 
no homem. Com o enchimento, a bexiga se eleva no abdome, podendo atingir o 
nível do umbigo. A parede da bexiga consiste predominantemente em músculo liso, 
que ao relaxar, permite o esvaziamento da bexiga durante a micção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro1. Esquema diagramático do fluxo sanguíneo no rim. 
 
 
Apenas 1% é transformado em urina 
99% do filtrado é reabsorvido pelos túbulos 
São filtrados 125 ml/minuto 
(coletados pela cápsula de Bowman) 
SEQUÊNCIA DA FILTRAÇÃO RENAL 
 
Passam pelo rim 650 ml de sangue por minuto 
 
A uretra é um tubo que permite a passagem da urina que está na bexiga 
para o exterior do organismo. Possui cerca de 20 cm de comprimento nos homens e 
4 cm nas mulheres. 
A irrigação do rim é feita por meio da artéria renal e a drenagem, pelas veias 
renais. As artérias renais têm origem na aorta abdominal e as veias renais 
transportam o sangue de volta até a veia cava inferior. 
A função básica do rim é limpar o plasma sanguíneo de substâncias 
indesejáveis ao organismo. As substâncias que precisam ser eliminadas incluem, 
sobretudo, os produtos finais do metabolismo, como a ureia, creatinina, ácido úrico e 
uratros. O mecanismo principal pelo qual o rim limpa o plasma dessas substâncias 
indesejáveis é a filtração. 
 
Quadro 2. Esquema da sequência de filtração renal. (Adaptado de Fermi MRV). 
Manual de diálise para enfermagem. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003. 
 
 
 
Outra função do rim é controlar a constituição de água e eletrólitos como 
potássio, cálcio, fósforo, hidrogênio no organismo. A pressão do sangue no 
glomérulo provoca a filtração do plasma na cápsula de Bowman. O líquido filtrado 
pelo glomérulo é chamado de filtrado glomerular. A composição deste filtrado é 
semelhante à do plasma, com exceção das proteínas e dos elementos do sangue. 
O filtrado glomerular flui pelo túbulo proximal, alça de Henle, Túbulo distal, 
túbulo coletor e, finalmente, libera o conteúdo na pelve do rim. À medida que o 
filtrado glomerular flui pelos túbulos, a maior parte de sua água e seus vários solutos 
é reabsorvida pelos capilares peritubulares. A água e os solutos que não são 
reabsorvidos transformam-se em urina. 
O rim também atua na produção de hormônios. A eritropoetina (EPO) 
também pode ser chamada de fator estimulante eritropoético. Esse hormônio age 
estimulando a medula óssea na eritropoese. O paciente com patologia renal crônica 
apresenta déficit dessehormônio, tornando sua reposição necessária para quase a 
totalidade dos pacientes com insuficiência renal crônica. 
A principal fonte de cálcio no organismo é a dieta (principalmente o leite e 
seus derivados). O cálcio é um íon de muita importância para o organismo. Quando 
a concentração desse íon no sangue cai abaixo dos níveis normais (hipocalcemia), 
as fibras nervosas tornam-se tão excitáveis que começam a sofrer descargas 
espontâneas, iniciando impulsos nervosos sobre os musculosesqueléticos, o que 
causa a contração tetânica. Em geral, a hipocalcemia aguda no ser humano não 
causa nenhum outro efeito significativo porque o paciente morre antes de outros 
sintomas aparecerem. 
Quando os níveis de cálcio no sangue se elevam acima do normal 
(hipercalcemia), ocorrem depressão do sistema nervoso central e diminuição dos 
reflexos do sistema nervoso central. O organismo tem de manter os níveis de cálcio 
no sangue dentro da normalidade; entretanto, esse íon é pouco absorvido pelo trato 
intestinal em virtude de sua insolubilidade. 
A vitamina D possui potente efeito no aumento da absorção de cálcio pelo 
trato intestinal. Contudo, a vitamina D propriamente dita não é a substância ativa 
responsável por esse efeito. A vitamina D deve ser convertida primeiramente pelo 
 
 
 
fígado e por último, pelos rins, em uma substância ativa chamada 25- 
hodroxicolecalciferol. Portanto, a substância ativa responsável pela absorção de 
cálcio pelo organismo depende muito desses órgãos. Na ausência dos rins a 
vitamina D é quase que totalmente ineficaz. A desordem desse íon pode acarretar 
outras patologias secundárias como hiperparatireodismo. 
 
 
2. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA 
 
 
A insuficiência renal aguda (IRA) é a perda súbita da função renal 
provocando o acúmulo de escórias no organismo. A IRA possui diferentes causas. 
Para seu tratamento, são utilizadas terapias dialíticas para substituir a função renal 
perdida subitamente e/ou diminuir o comprometimento causado pela patologia de 
base. 
O tratamento da IRA tem como objetivo, controlar o volume de líquidos no 
organismo e os níveis de pressão arterial, prevenir infecções e alterar hábitos 
alimentares contribuindo assim para a reabilitação do equilíbrio do paciente. Para 
alcançar os objetivos do tratamento, empregam-se a hemodiálise, diálise peritoneal, 
ou determinadas modalidades de terapias dialíticas distintas das anteriormente 
descritas. São elas: 
 
▪ Terapia renal substitutiva intermitente (TRSI): qualquer terapia 
extracorpórea de depuração sanguínea indicada para substituir a ausência da 
função renal, seja parcial ou total, aplicada por período menor que 12 h/dia; 
 
▪ Terapia renal substitutiva contínua (TRSC): idêntica a TRSI, porém, 
é aplicada por período prolongado de tempo, durante 24 h/dia; 
 
▪ Hemodiálise contínua (HDC): o tratamento procede de maneira 
ininterrupta, 24h por dia, com fluxos de sangue (100 a 150mL/min.) e de solução de 
diálise (0,5 a 2 L/h) oferecendo menor instabilidade hemodinâmica no paciente. 
 
 
 
 
▪ Hemodiafiltração contínua: é a diálise com a capacidade de 
depuração dos hemofiltros alterada por uma membrana de alto fluxo; 
 
▪ Hemodiálise diária estendida (HDDE): solutos e água são 
transportados por meio de uma membrana de baixo fluxo, semipermeável artificial 
(celulose ou sintética) para o dialisato, a duração é inferior a 12 horas; 
 
▪ Hemodiálise sustentada de baixa eficiência (HDSBE): solutos e 
água são transportados por meio de uma membrana de baixo fluxo, semipermeável 
(celulose ou sintética) para o dialisato, a duração é de 12 horas; 
 
▪ Ultrafiltração isolada contínua (UFIC): processo de remoção de 
líquidos, contínuo, por meio de uma membrana de baixa permeabilidade; 
 
▪ Ultrafiltração isolada (UFI): processo agudo de remoção de líquidos 
por meio de uma membrana de baixa permeabilidade sem o uso de dialisato; 
 
▪ Hemoperfusão (HP): o sangue é exposto a uma substância com 
propriedades adsortivas (carvão ativado, proteína A ou material sintético) com a 
finalidade de remover fármacos, toxinas, solutos ou outras substâncias. O balanço 
hídrico não é alterado e não exige a reposição de solutos. 
 
 
3. DOENÇA RENAL CRÔNICA 
 
 
A doença renal crônica (DRC) é a fase final de diversas patologias renais, 
sendo, muitas vezes, somente diagnosticada a partir de sintomatologia urêmica. É 
definida pela presença destes sintomas por mais de três meses e redução gradual 
da excreção de creatinina endógena e/ou evidência de diminuição de tamanho dos 
 
 
 
rins e/ou sinais de agravos oriundos da uremia crônica como: anemia, neuropatia 
periférica e osteodistrofia renal. 
A DRC está classificada em fases de acordo com o dano renal ou a perda de 
sua função (Tabela 6). 
 
 
Tabela 1 
Fases 
 
Taxa de filtração 
glomerular 
Fase 1 Maior ou igual a 90 
mL/min 
Fase 2 60-89 mL/min 
Fase 3 30-59 mL/min 
Fase 4 16-29 mL/min 
Fase 5 Menor que 15 
mL/min 
 
 
 
Na Fase 1, embora a filtração glomerular seja normal, o dano renal é 
evidenciado pela presença de marcadores para nefropatia, como proteinúria por 
exemplo; na Fase 2, existe o dano renal associado à leve diminuição da filtração 
glomerular; na Fase 3, há uma perda moderada da função renal; na Fase 4, a perda 
da função é severa com filtração glomerular a níveis baixos; a Fase 5, também 
 
 
 
chamada de Insuficiência Renal Terminal, é caracterizada por níveis insatisfatórios 
de filtração (menor que 15mL/min) e necessidade de diálise. 
Como consequências da DRC, temos: 
 
 
 
e sódio; 
▪ Hipertensão: causada pela perda do controle da excreção de líquidos 
 
 
▪ Uremia: síndrome causada pelo acúmulo de ureia, que pode levar a 
vômitos, confusão mental, tremores, hálito urêmico (odor de urina), cansaço e 
diarreia; 
▪ Edema: acúmulo de líquidos no espaço intracelular causado pela perda 
do controle da excreção de líquidos; 
▪ Anemia: causada pela diminuição da produção de eritropoetina; 
▪ Osteodistrofia: ocasionada pela perda da capacidade de excretar 
fósforo e da absorção de cálcio, e diminuição da produção de vitamina D. 
No diagnóstico é importante primeiramente realizar o diagnóstico diferencial 
entre DRC e IRA. Uma vez descartando-se a possibilidade de IRA, alguns elementos 
devem ser adotados para diagnosticar a DRC: 
▪ História do paciente; 
▪ Exame físico; 
▪ Sedimento urinário (quantificação da proteinúria); 
▪ Biópsia renal. 
 
 
A escolha do tratamento mais apropriado para o paciente envolve alguns 
fatores (Quadro 20). As modalidades de tratamento são: 
▪ Tratamento conservador: para fases iniciais da DRC, quando é 
possível identificar sinais de dano renal e uremia, consiste no tratamento 
medicamentoso a fim de melhorar a sintomatologia e controlar os sinais presentes; 
▪ Diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal); 
▪ Transplante renal. 
 
 
Fontes energéticas para as bactérias (proteínas, gorduras, 
vitaminas, etc.) 
 
Temperatura entre 5°C e 65°C (ideal 37°C) 
Umidade 
Oxigênio 
CONDIÇÕES FAVORÁVEIS AO CRESCIMENTO 
MICROBIANO 
 
 
4. NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA 
 
 
Microbiologia é o ramo da biologia que estuda os microrganismos, como as 
bactérias, os fungos e os vírus. A maioria dos trabalhos em microbiologia é feita com 
métodos de bioquímica e genética. Também é relacionada com a patologia, já que 
muitos organismos são patogênicos. As bactérias podem ser classificadas em dois 
grupos diferentes: 
- Benéficas – por exemplo, as que intervêm em processos de produção, 
como de queijos e iogurtes; 
- Patogênicas – que são tóxicas para o homem e podem afetar gravemente 
a sua saúde. 
No contexto hospitalar uma das maiores preocupações é em relação ao 
controle e prevenção de infecções, portanto a comissão de controle de infecção 
hospitalar deve ser vista como um grande fornecedor de dados epidemiológicos 
acerca da ocorrência de infecção e também, o principal divulgadorde medidas 
preventivas do aparecimento desses agravos. 
 
Quadro 3. Condições favoráveis ao crescimento bacteriano. 
 
 
Toda vez que houver suspeita de peritonite ou o líquido 
efluente (que é drenado da cavidade do paciente) 
apresentar-se turvo, o líquido das bolsas de CAPD devem 
ser submetidas a exame laboratorial. A peritonite em CAPD 
é geralmente associada com a presença de um efluente e 
bactérias no efluente dialisado, demonstrados pela coloração 
de Gram ou cultura. 
EXAME DE BOLSAS DE CAPD 
IMPORTANTE! 
 
Alguns dos microrganismos mais comumente causadores de infecção 
hospitalar são: 
 
▪ Staphylococcus aureus: bactéria mais abundante nas mãos. 
Propaga-se por meio da manipulação de alimentos e objetos. 
Há medidas preventivas de infecções causadas por este organismo com: a 
lavagem das mãos, a desinfecção de objetos utilizados e manipulados, além de 
puxadores e maçanetas das portas, higienização de máquinas e equipamentos. 
 
▪ Echerichia coli: encontrada principalmente no intestino de animais 
e do homem. Amplamente difundida no ambiente. Sua presença indica falta de 
higiene correta. 
Como medidas preventivas têm-se a lavagem das mãos com água e sabão 
(principalmente após utilização de sanitários), desinfecção correta do ambiente. 
 
 
 
 
 
5. LIMPEZA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO 
Limpeza 
Antes de dar início a processos de desinfecção ou esterilização deve-se 
remover, por meio da aplicação de água, sabão ou desincrostante, toda matéria 
orgânica residual do artigo a ser processado (urina, fezes, secreções, etc.), a esse 
processo denomina-se limpeza. A limpeza dos artigos pode ser manual ou com 
máquinas (de lavar ou de ultrassom) que utilizam água e sabão, e produtos 
enzimáticos e/ou químicos. 
Depois de realizada a limpeza, os artigos devem ser enxaguados de maneira 
abundante em água corrente e seca com pano limpo/compressa. Caso o artigo 
necessite esterilização, deve então ser acondicionado de maneira adequada a 
seguir para esse processo. 
Os desencrostantes são substâncias capazes de remover qualquer 
substância orgânica de artigos hospitalares. Eles são capazes de dissolver soluções 
como sangue e outros restos orgânicos, porém, não possuem qualquer ação 
desinfetante e não são germicidas. 
 
 
uadro 4. Fatores que interferem na desinfecção. Adaptado de Mozachi, N. 
Inspecionar os materiais a fim de descartar os que não 
estiverem em condições de uso 
 
Encaminhar os materiais para o preparo de embalagem ou 
processo de desinfecção ou esterilização 
Secar com compressa ou pano úmido 
Enxaguar abundantemente 
ROTINA DE LIMPEZA DOS MATERIAIS 
 
Remover toda a sujeira e matéria orgânica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Q 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O hospital: manual do ambiente hospitalar. Curitiba: Os Autores, 2005. 
 
 
 
Desinfecção 
 
 
É o método capaz de eliminar a maioria dos organismos causadores de 
doenças, com exceção dos esporos. É classificada em vários níveis e possui alguns 
fatores que influenciam na eficácia da sua operação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 5. Fatores que interferem na desinfecção. Adaptado de Mozachi, N. 
O hospital: manual do ambiente hospitalar. Curitiba: Os Autores, 2005. 
 
 
 
Quanto aos níveis, a desinfecção é classificada em: 
 
 
▪ Baixo Nível: Na desinfecção de baixo nível são destruídas bactérias 
em forma vegetativa, alguns vírus e fungos. É eficaz, porém sobrevivem a este 
método esporos bacterianos, o vírus da hepatite B (HBV), vírus lentos e o bacilo da 
tuberculose. As soluções utilizadas neste nível são o álcool etílico, n-propílico e 
isopropílico, o hipoclorito de sódio e o quartenário de amônia; 
 
▪ Alto Nível: nesse nível de desinfecção são destruídas bactérias, 
fungos e alguns esporos. Sobrevivem apenas alguns esporos bacterianos e os vírus 
lentos. As soluções adotadas são o hipoclorito de sódio, glutaraldeído, solução de 
peróxido de hidrogênico, cloro e compostos clorados, ácido peracético, 
ortophtalaldeído e água superoxidada. 
 
▪ Mista: é o tipo de desinfecção utilizada por alguns equipamentos como 
máquinas de lavar roupa e louças (aquecidas com temperaturas que varia de 60° a 
90°C). 
Limpeza prévia mal-executada 
Tempo de exposição ao germicida insuficiente 
Solução germicida com ação ineficaz 
Temperatura e pH do processo 
FATORES QUE INTERFEREM NA EFICÁCIA DA 
DESINFECÇÃO 
 
 
 
 
▪ Médio Nível: promove desinfecção contra os mesmos tipos que a 
desinfecção de baixo nível, porém é eficaz também contra o bacilo da tuberculose, a 
maioria dos vírus e fungos. Sobrevivem a esse método, os esporos e os vírus lentos. 
As soluções utilizadas são o álcool etílico (70%) e isopropílico (92%), hipoclorito de 
sódio, fenólicos e iodóforos. 
 
▪ Não definido: engloba métodos como passar a ferro (aplicar calor 
seco), água fervente por 30 minutos, pastilhas de formaldeído. O nível irá depender 
da concentração dos germicidas e da temperatura aplicada. 
 
Esterilização 
 
 
É o método que destrói todos os organismos patogênicos (bactérias, fungos, 
esporos e vírus) mediante a aplicação de agentes físicos, químicos e físico- 
químicos. Na escolha do método de esterilização é avaliado o material a ser 
submetido ao processo, considerando sua natureza e a resistência do mesmo a 
calor, vapor ou ambos. 
 
Esterilizantes físicos: autoclaves, estufas, pasteurizadoras, radiação 
ultravioleta, raios Gama, flambagem; 
 
Esterilizantes químicos: aldeídos (glutaraldeído, formaldeído), ácido 
peracético (utilizado no reprocessamento de dialisadores); 
 
Esterilizantes físico-químicos: esterilizadoras a óxido de etileno, e plasma 
de peróxido de hidrogênio. 
 
 
 
6. PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO 
 
 
As infecções são a segunda maior causa de óbitos dos pacientes em diálise 
no Brasil e a principal causa de internação hospitalar de pacientes com doença renal 
crônica em programas de substituição da função renal. 
O grande número de infecções ocorre pela realização constante, e em 
grande número, de procedimentos invasivos além de distúrbios imunológicos, seja 
por fatores orgânicos (linfócitos e granulócitos em baixa por causa do acúmulo de 
toxina urêmica, desnutrição e deficiência de Vitamina D) ou por bioincompatibilidade 
de materiais utilizados nos procedimentos. Os maiores agentes causadores de 
infecção em pacientes renais são microrganismos da flora bacteriana da sua própria 
pele que, eventualmente, contaminam equipamentos e soluções. 
 
6.1 Doenças infecciosas (Hepatite B, Hepatite C e HIV) 
 
 
▪ Hepatites: os vírus da hepatite B (HBV) e da Hepatite C (HCV) são os 
mais prevalentes nos pacientes em terapia renal substitutiva. A identificação 
sorológica deve ser realizada a fim de identificar os pacientes portadores e isolá-los 
dos pacientes suscetíveis para prevenir novas contaminações, comumente chamada 
de soroconversão. 
(I) HBV: A exposição ao vírus da hepatite B ocorre devido ao 
reprocessamento de dialisadores, equipamentos, equipe e transfusões sanguíneas 
(quando indicadas) além da tendência à baixa imunidade associada à uremia. A 
prevenção da transmissão do vírus em pacientes submetidos à hemodiálise se faz 
por meio da implementação de medidas de precaução universal, além de vacinação 
de pacientes que iniciam o tratamento e apresentam HBsAg e anti-HBs negativos 
(controle do HBsAg e anti-HBs são feitos com base na legislação vigente, 
semestralmente). É recomendada a vacinação de todos os pacientes com doença 
renal crônica contra hepatite B. Para a imunização é realizada dose dupla da vacina, 
pois a resposta vacinal nesse grupo é baixa; 
 
 
 
(II) HCV: Atualmente a prevalência de hepatite C é maior entre os 
pacientes dependentes de hemodiálise do que na população em geral. Entre os 
fatores de risco estão o tempo de tratamento hemodialítico, transmissão vias 
componentes sanguíneos, transmissão paciente-pacientepor meio de equipamentos 
e materiais compartilhados. Não é recomendado o isolamento de pacientes com 
HCV. Recomenda-se que o reuso dos dialisadores de portadores do HCV seja em 
sala separada e as máquinas de diálise sejam desinfetadas entre cada turno além 
da adoção de medidas de precaução universal; 
▪ HIV: os fatores de risco para esta infecção em pacientes em 
tratamento hemodialítico englobam as transfusões sanguíneas, transplante renal, 
contato sexual ou compartilhamento de agulhas (em caso de abuso de drogas). 
Melhorias nas práticas no controle de infecções nos centros de diálise diminuíram a 
prevalência de HBV e HCV, porém a prevalência de pacientes infectados com HIV 
tem aumentado. Esse aumento se deve ao próprio aumento da população geral 
infectada pelo HIV, já que não há registro de transmissão horizontal desse vírus. 
Como medida de controle, o Ministério da Saúde, recomenda o descarte do circuito 
de diálise após a sessão de hemodiálise. 
 
6.2 Biossegurança em diálise 
 
 
Nos serviços de diálise pacientes e funcionários estão sujeitos à infecção. 
Sendo assim, a preocupação com a sua prevenção e controle é foco constante dos 
profissionais e gestores que devem seguir os protocolos estabelecidos na RDC nº 
154, que é o Regulamento Técnico para o Funcionamento dos Serviços de Diálise 
publicado pelo Ministério da Saúde. Em seu texto há uma determinação para que 
todos os centros de diálise formulem um Programa de Controle e Prevenção de 
Infecções e Eventos Adversos, de acordo com a legislação do Programa de Controle 
de Infecção Hospitalar do Ministério da Saúde, e sob a responsabilidade do médico 
ou do enfermeiro do serviço de diálise. 
Alguns fatores são importantes de serem observados pela equipe atendo as 
rotinas estabelecidas para o controle e prevenção de infecções. Entre eles: o 
 
 
RELEMBRANDO... 
Todos os pacientes devem ser considerados potenciais 
portadores de doenças transmissíveis. 
 
O profissional deve adotar uma postura de modo a não se 
infectar ou ser transportador de doenças para outros 
pacientes ou seus familiares. 
 
Hepatite B e C, citomegalovírus, HIV, sífilis, herpes, são 
infecções evitadas com o simples uso de medidas de 
precaução universal (lavagem das mãos, luvas, óculos de 
proteção, avental e descarte de material perfurocortante) 
 
monitoramento da água (qualidade, tratamento, armazenagem e distribuição da 
água tratada), monitorização das máquinas de diálise (verificação da eficácia dos 
processos de desinfecção automática e a desinfecção externa), avaliação da 
solução de diálise e observação do uso correto de medidas de precaução universal. 
 
 
 
 
 
7. TIPOS DE DIÁLISE 
 
 
Serão descritas a seguir as modalidades de terapia dialíticas mais 
amplamente utilizadas para casos de IRA e DRC. 
 
7.1 Hemodiálise 
 
 
A diálise é um processo no qual a composição do soluto de uma solução 
(solução A) é modificada pela exposição à outra (solução B) utilizando-se, para isto, 
uma membrana semipermeável. Podemos considerar a membrana como sendo uma 
superfície contendo poros por onde as moléculas de água e de solutos com baixo 
peso molecular, presentes nas soluções A e B, conseguem passar e se misturar, 
 
 
 
enquanto moléculas maiores não conseguem atravessar a membrana. Na 
hemodiálise, a membrana semipermeável está no dialisador. 
Para ocorrer essa passagem da solução A para o lado da membrana 
onde se encontra a solução B e vice-versa, os solutos capazes de atravessar a 
membrana se utilizam de dois mecanismos difusão e ultrafiltração. 
O sangue para hemodiálise é proveniente de um acesso vascular (cateter 
venoso, fístula arteriovenosa ou prótese) e impulsionado para o circuito 
extracorpóreo por uma bomba. No circuito o sangue entra em contato com a 
membrana semipermeável do dialisador onde ocorrem as trocas entre o sangue e o 
dialisado. A difusão de solutos entre o sangue e a solução de diálise resulta na 
remoção das escórias metabólicas e na reposição de solutos como o bicarbonato. 
Para a remoção eficaz das escórias, o sangue é bombeado por meio do 
circuito com um fluxo de 300 a 500mL/ min, enquanto o dialisato flui em direção 
contrária, com fluxo de 500 a 800mL/ min. O bicarbonato utilizado na composição do 
dialisato tem a finalidade de tampão. Na composição do dialisato, as concentrações 
das substâncias levam a perdas das mesmas que se encontram em maior 
quantidade no sangue do paciente. 
Atualmente é grande a variedade de máquinas de hemodiálise disponível no 
mercado, diversos modelos com variáveis técnicas e financeiras que influenciam 
diretamente na escolha do equipamento pelos gestores de centros de diálise e 
instituições hospitalares. Diante da variedade, há normatização técnica em relação 
aos equipamentos necessários e ao funcionamento de uma unidade de diálise, com 
objetivo de manter a eficiência e a segurança do tratamento hemodialítico. 
Essas normas preconizam alguns itens e funções obrigatórias para os 
aparelhos de diálise, são elas: 
▪ Condições de realizar diálise com solução de bicarbonato de sódio; 
▪ Monitores de temperatura e de pressão do compartimento de sangue 
e de diálise; 
▪ Monitor de condutividade e de ruptura de membrana; 
▪ Detector de bolhas; 
▪ Módulo de ultrafiltração; 
 
 
 
▪ Sistema de bypass da solução de diálise. 
 
 
O aparelho para hemodiálise se divide em circuito de sangue e circuito de 
solução de diálise (“banho”) que se encontram no dialisador, o circuito de sangue 
preenchendo a câmara interna e o circuito de diálise preenchendo a câmara externa 
(Figura 3). 
Figura 3. Exemplo de aparelho para hemodiálise 
Disponível em: <www.nefroclinica.med.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. 
 
 
 
O circuito de sangue se inicia no acesso vascular (fístula arteriovenosa ou 
cateter), é bombeado por meio do equipo de infusão de sangue arterial (linha 
arterial) até o dialisador e, então, o sangue retorna para o paciente por meio do 
equipo para infusão de sangue venoso (linha venosa). O sistema possui diversas 
câmaras, portas laterais e monitores ligados aos equipos de infusão arterial e 
venosa que são utilizados para infundir solução de heparina e salina, para medir as 
pressões e para detectar a entrada de ar no circuito (Figura 4). 
O circuito de diálise inclui o sistema de aporte de solução de diálise, que 
forma a solução de diálise on-line a partir da água purificada e concentrada, e logo 
após bombeia a solução por intermédio de vários monitores que asseguram que a 
solução de diálise está de acordo com os padrões de temperatura, concentração de 
sais dissolvidos e não está sendo exposta ao sangue. 
http://www.nefroclinica.med.br/
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Figura 4. Esquema do sistema de hemodiálise. 
Disponível em: <www.nefroclinica.med.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. 
 
 
 
É recomendado que todos os equipamentos sejam testados antes de seu 
uso, limpos internamente com solução desincrostante e desinfetados com agentes 
químicos ou calor respeitando as orientações do fabricante e as normas da 
comissão de controle de infecção da instituição. Após cada turno de diálise deve-se 
realizar a desinfecção das máquinas de hemodiálise. 
 
7.2 Diálise Peritoneal 
 
 
A diálise peritoneal é uma modalidade de terapia de substituição da função 
renal utilizada para pacientes portadores de insuficiência renal aguda ou doença 
renal crônica que consiste em um processo de filtração do sangue em que é 
removido o excesso de água e substâncias que não são aproveitadas e que 
deveriam ser eliminadas pelo organismo por meio da urina. Para ocorrer, a diálise 
peritoneal utiliza o revestimento do interior do abdômen (membrana peritoneal) como 
membrana semipermeável para filtrar o sangue (Figura 5). 
http://www.nefroclinica.med.br/
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Figura 5. Princípios de diálise peritoneal. 
Disponível em: <www.kidney.ab.ca>.Acesso em: 10 de Junho de 2009. 
 
 
 
A membrana peritoneal é ricamente vascularizada e todo o sangue que nela 
circula carrega o excesso de substâncias que devem ser eliminadas como potássio, 
ureia, entre outras. Para que ocorra a filtração as escórias, um líquido especial 
(solução de diálise) é infundido no abdômen por meio de um cateter implantado. Por 
possuir uma composição especial, a qual promove gradiente de concentração, em 
geral a glicose, este líquido tem por finalidade transferir as escórias presentes no 
sangue do paciente para a solução de diálise. 
Passadas algumas horas, esta solução é drenada do abdômen e substituída 
por uma nova solução que permanecerá no abdômen também por mais algum 
período de tempo para que o processo de purificação seja repetido. O cateter 
utilizado para infundir a solução dialisadora e drená-la é inserido, por intermédio de 
Cateter 
Cavidade 
peritoneal 
Peritônio 
http://www.kidney.ab.ca/
 
 
 
uma pequena cirurgia, próximo da cicatriz umbilical, alguns dias antes da primeira 
diálise. O cateter permanece implantado permanentemente. 
A diálise peritoneal é indicada para pacientes com Insuficiência renal aguda 
e crônica que não queiram se submeter à hemodiálise e transplante renal, em 
situações de intoxicações exógenas causadas, por exemplo, pelo uso de 
barbitúricos, em estados de hipervolemia com comprometimento cardiovascular, e 
em tratamento de hipotermia ou pancreatite hemorrágica, pois a lavagem peritoneal 
poderá ser benéfica. 
A contraindicação é absoluta quando o paciente sofre de Insuficiência 
respiratória severa, obstrução intestinal, hérnias, perfuração diafragmática e que 
tenha feita cirurgia recente que necessite de drenagem abdominal. 
Há também contraindicações relativas quando o paciente fez recentemente 
algum tipo de cirurgia abdominal, sofre de Insuficiência respiratória subjacente que 
necessite de intervenção mecânica na respiração, tem íleo adinâmico, tumores 
abdominais, peritonite, prótese aórtica recente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
------------------ FIM DO MÓDULO I --------------------- 
 
 
Artéria radial 
Veia cefálica 
ÓDULO II 
 
 
 
1. ACESSO VASCULAR PARA HEMODIÁLISE 
 
 
A necessidade de acesso vascular para hemodiálise pode ser permanente 
(fístula arteriovenosa) ou temporária (cateter). Tipos de acesso vascular para 
hemodiálise: 
 
1.1 Fístula arteriovenosa 
 
 
A fístula arteriovenosa (FAV) é uma anastomose subcutânea de uma artéria 
e uma veia, que promove, ao longo de vários meses, uma dilatação de seu ramo 
venoso e o espessamento das paredes desse vaso, permitindo assim que seja 
suportado o número repetitivo de punções que serão realizadas e fornecendo o fluxo 
sanguíneo adequado para a HD. 
 
 Incisão transversa 
 
 
 
 
 
 
 
 Artéria ulnar 
 Fístula arteriovenosa 
 
Figura 6. Fistula arteriovenosa (FAV). 
Disponível em: <www.urologia.com.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. 
http://www.urologia.com.br/
http://www.urologia.com.br/
 
 
 
Para que seja realizada a primeira punção da FAV, é necessário aguardar 
aproximadamente seis semanas. É nesse período de tempo que ocorre a dilatação 
da artéria que nutre a veia, promovendo então sua dilatação. 
 
Vantagens: 
Possui maior durabilidade; 
Baixo índice de infecção e trombose; 
Promove liberdade de movimentos e ação; 
Maior segurança. 
 
Desvantagens: 
Isquemia de extremidade; 
Necessita de tempo para estar em condições de uso; 
Baixo fluxo e espasmo; 
Trombose venosa parcial ou total; 
Surgimento de aneurisma; 
Pode haver dor no momento da punção; 
Hematomas. 
 
Orientações: 
Realizar exercícios de apreensão e extensão; 
Manter o local limpo e seco; 
Não usar o membro da FAV para carregar peso, aferir pressão arterial ou 
colher sangue para exames; 
Observar sinais de infecção. 
 
 
1.2 Cuidados de Enfermagem com a fístula arteriovenosa 
 
 
Lavar os braços antes de cada tratamento, com água e sabão, e secá-los 
com papel toalha são tarefas do paciente antes de cada sessão e a equipe de 
enfermagem deve checar se esta recomendação está sendo seguida e avaliar a 
 
 
IMPORTANTE! 
No membro da FAV não se deve: 
Verificar pressão arterial 
Realizar punção que não seja a da 
própria FAV 
 
técnica utilizada, orientando quanto à realização correta quando verificada falha na 
técnica. 
Outros cuidados de enfermagem relacionada à FAV são: 
▪ Antissepsia: limpeza do membro da FAV solução antisséptica 
segundo protocolo da instituição. Utilizar técnica asséptica durante a punção; 
▪ Alternagem dos pontos de punção: os locais de posicionamento 
das agulhas, na punção da FAV, devem ser alternados a cada sessão para evitar a 
formação de aneurismas; 
▪ Punção arterial: deve ser realizada cerca de 3 cm de distância do 
local da anastomose para evitar trombose da FAV; 
▪ Punção venosa: deve ser afastada 5 cm da punção arterial para 
evitar a recirculação sanguínea; 
▪ Fixação das agulhas: tem a função de evitar traumatismos e 
sangramentos. Devem ser fixadas no membro do paciente. 
▪ Extravasamento sanguíneo: ocorrendo o extravasamento pré ou 
transdiálise deve-se comprimir o local da punção e aplicar gelo; 
▪ Curativos: devem ser mantidos secos e limpos sendo 
compressivos, porém jamais devem ser circulares. 
 
 
 
 
 
1.3 Cateter para hemodiálise 
 
 
O Cateter de Duplo Lúmen (CDL) constitui o acesso vascular temporário 
mais utilizado para hemodiálise. O acesso é estabelecido por meio da inserção 
percutânea em uma veia calibrosa (Figuras 7, 8 e 9). Os locais mais comuns de 
inserção do CDL são a veia subclávia, femoral e jugular interna e sendo esta, a veia 
de primeira escolha. 
 
 
Figura 7. Cateter duplo lúmen Figura 8. Cateter duplo lúmen Figura 9. Cateter triplo lúmen para hemodiálise. para HD 
com extensões curvas. para hemodiálise. 
Disponível em: < www.biomedical.ind.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. 
 
 
 
Observa-se o relato de desconforto e dor pelos pacientes com acesso em 
subclávia e o risco aumentado de infecção no local de inserção do CDL quanto está 
é implantada em veia femoral. Este é um acesso temporário bastante utilizado em 
pacientes com IRA, DRC sem acesso permanente disponível, indicação urgente de 
HD e casos de perda do acesso definitivo. 
 
Vantagens: 
Indolor durante a sessão de diálise; 
Produz baixa resistência venosa; 
Pode ser utilizado imediatamente após instalação. 
http://www.biomedical.ind.br/
 
 
 
Desvantagens: 
Maior risco de infecção; 
Maior risco de trombose; 
Alto índice de recirculação. 
 
1.4 Cuidados de Enfermagem com o cateter para hemodiálise 
 
 
Os cuidados com o CDL são: 
 
 
▪ Curativos: devem ser realizados, pelo enfermeiro, antes de cada 
sessão com solução antisséptica de escolha da instituição. Deve-se manter o 
curativo fechado durante e após a HD; 
▪ Lavagem das vias: deverá ser realizada, com soro fisiológico, ao final 
de cada sessão para retirada de qualquer coágulo que possa existir no percurso do 
CDL; 
▪ Uso de anticoagulantes: ao final de cada sessão deve ser 
administrada uma dose de heparina pura em cada via do cateter. A quantidade varia 
de acordo com as características do CDL; 
▪ Retirada do anticoagulante: deve ser feita a aspiração da heparina de 
cada via do CDL (administrada na sessão anterior) antes da utilização do CDL para 
evitar assim uma superdosagem para o paciente durante a sessão. 
 
2. DIALISADORES 
 
 
Os dialisadores são também chamados de “filtros” ou “capilares”. São 
constituídos por um cilindro dividido em duas partes (Figura 10): 
▪ Câmara interna: nesta parte ficam as membranas capilares 
semipermeáveis que será preenchida com o sangue do paciente; 
▪ Câmara externa: Esta parte abriga o dialisato para que este entre em 
contato com o sangue que flui na parte interna das membranas capilares 
semipermeáveis que flui em direção contrária, no interior da câmara interna.Figura 10. Dialisador. 
Disponível em: <www.nephrocare.com>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. 
 
 
 
2.1 Características 
 
 
As membranas existentes para os dialisadores possuem duas naturezas: 
▪ Celulósicas: Cuprofane, acetato celulose e triacetato celulose; 
▪ Sintéticas: Polisulfona, hemophan. São mais compatíveis com o 
organismo. 
 
Possuem ainda duas variações relacionadas com a função: 
▪ Membranas de Alto Fluxo: São os dialisadores CA170, CA210 e F8. 
Possuem alta capacidade de ultrafiltração, porém o alto clearance de ureia nem 
sempre é observado. Esses dialisadores devem ser utilizados em máquinas de 
ultrafiltração controlada. 
▪ Membranas de alta eficiência: são os dialisadores do tipo F60, F80 e 
CT 190. Possuem alto clearance por ter maior superfície e alta capacidade de 
ultrafiltração. Promovem grande remoção de drogas como, por exemplo, 
vancomicina. 
http://www.nephrocare.com/
http://www.nephrocare.com/
 
 
 
A capacidade de remoção de moléculas pequena e médias por meio da 
membrana de um dialisador é chamada de clearance. Geralmente, o clearance 
disponibilizado pelo fabricante do dialisador é maior que o obtido na hemodiálise. O 
clearence é influenciado pelo tamanho da fibra do dialisador. Dialisadores com 
coeficiente de ultrafiltração maior que 8.0 devem ser utilizados apenas em aparelhos 
de ultrafiltração. 
 
2.2 Reuso dos dialisadores 
 
 
O reprocessamento de dialisadores permite a reutilização de dialisadores e 
linhas de sangue de forma segura. É permitido e regulamentado pelo Ministério da 
Saúde, exige treinamento específico, pode ser manual ou automatizado, tem normas 
rígidas quanto à segurança para pacientes e funcionários “reusistas”. 
O número de vezes que o dialisador pode ser reprocessado é estabelecido 
pelo Ministério da Saúde pelo modo empregado, (manual 12 vezes e automatizado 
20 vezes). Dialisadores de pacientes infectados por HIV ou com sepse não devem 
ser reprocessados. Deve-se ter uma sala separada para o reprocessamento de 
dialisadores de pacientes portadores do vírus da hepatite C (HCV). 
É necessário certificar a capacidade ou volume do enchimento (priming) de 
um dialisador para avaliar sua eficácia, jamais se deve utilizar um dialisador que, 
após ter sido reprocessado, tenha uma perda de 20% do priming em relação ao 
valor inicial. 
 
2.3 Vantagens e desvantagens do reuso 
 
 
A principal vantagem do reuso de dialisadores é a diminuição dos custos 
com a HD permitindo o uso de dialisadores mais avançados trazendo benefícios aos 
pacientes por produzir menores efeitos de ativação do sistema imune pela 
diminuição da exposição a resíduos de produtos provenientes do processo de 
esterilização industrial dos dialisadores novos. 
 
 
 
Como desvantagens têm: 
▪ Exposição do paciente e equipe a riscos devido à manipulação e 
contato com produtos químicos, o que pode causar reações; 
▪ Aumento do potencial para contaminação do dialisador por bactérias e 
endotoxinas; 
▪ Perda da eficiência do dialisador; 
▪ Potencial risco de transmissão de infecção entre dialisadores durante o 
processo de reuso. 
 
2.4 Manuseio de soluções desinfetantes 
 
 
O uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) neste setor é 
obrigatório e constituem importante proteção contra eventuais intoxicações com 
gases emitidos pelas soluções esterilizantes que são altamente tóxicas. 
 
 
3. REUSO MANUAL PASSO A PASSO 
 
 
1º PASSO 
 
 
 
 
Manter a pressão abaixo de 20psi. 
 
 
2º PASSO 
 
Passar um Flush de água no compartimento interno do dialisador. 
3º PASSO 
Passar um Flush de água no compartimento externo do dialisador. 
 
 
4º PASSO 
 
 
 
 
Colocar o dialisador sob pressão por aproximadamente 10 minutos. 
 
 
 
5º PASSO 
 
Preencher com água o compartimento interno do dialisador. 
 
 
 
6º PASSO 
 
Medir o priming do capilar. 
7º PASSO 
 
 
 
▪ Preencher o compartimento interno e externo do dialisador com 
solução esterilizante, removendo todo o ar do sistema visando não permitir a 
proliferação de microrganismos presentes nestes espaços. 
 
▪ Manter fechado com solução esterilizante, no tempo preestabelecido 
pelo fabricante. 
 
 
 
 
 
Repita o procedimento girando agora 
a parte venosa do dialisador de um 
lado para outro enquanto o soro 
circula pelo mesmo. 
 
 
 
 
***Fotos extraídas do Manual de Treinamento em Terapia Renal Substitutiva. Rio de Janeiro: 
Hospital dos Servidores do Estado, 2008. 
 
 
 
4. ANTICOAGUALAÇÃO EM HEMODIÁLISE 
 
 
A anticoagulação sistêmica no paciente visa impedir a coagulação no acesso 
vascular, o que impediria o bom fluxo sanguíneo essencial para realização da 
hemodiálise. Utilizam-se anticoagulantes no circuito extracorpóreo para evitar a 
formação de coágulos no acesso vascular. A anticoagulação do circuito tem ainda a 
finalidade de garantir que o sangue no circuito extracorpóreo não coagule. 
PARA MELHORAR O REUSO 
 
Garanta a dose correta de heparina 
e mantenha. 
 
Ao desligar o paciente gire a parte 
arterial do dialisador de um lado 
para outro enquanto o soro circula 
pelo mesmo. 
 
 
 
FATORES QUE FAVORECEM A COAGULAÇÃO DO 
SANGUE NO CIRCUITO EXTRACORPÓREO 
 
Baixo fluxo sanguíneo 
 
 
Hematócrito elevado 
 
 
Quadro 6. Modalidades de anticoagulação. 
 
 
 
O anticoagulante mais utilizado é a heparina. Muitos são os fatores que 
podem favorecer a formação de coágulos. A coagulação pode ocorrer no acesso 
vascular (cateter vascular) obstruindo um ou mais vasos de modo parcial ou total. 
 
 
MODALIDADES DE ANTICOAGULAÇÃO 
Sistêmica Parcial 
Intermitente: 
Dose única: feita no início 
da HD no trajeto venoso; 
Dose fracionada: feita no 
início (trajeto venoso) da HD e na 2ª 
hora (trajeto arterial). 
Usada em pacientes com 
alto risco de sangramento; 
Usada dose inicial menor, 
verificando o tempo de coagulação 
para mantê-lo acima de 20 
segundos. 
Contínua: 
Feita, por meio de bomba 
infusora, de modo contínuo no 
trajeto arterial. 
 
 
 
 
Quadro 7. Fatores que favorecem a coagulação sanguínea no circuito extracorpóreo. 
*Extraído de DAUGIRDAS, J.T. Manual de Diálise. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 
 
 
 
A anticoagulação deve ser fácil de ser empregada e possuir eficácia durante 
todo o dia, prolongar o tempo de utilização do dialisador e diminuir o aparecimento 
de efeitos colaterais. Deve, ainda, não permitir a formação de coágulos, porém a 
dose indicada de acordo com o paciente e o tipo de circuito extracorpóreo tem de ser 
respeitada, pois, a anticoagulação excessiva ainda tem sido observada em cerca de 
30% dos pacientes em hemodiálise. 
A coagulação do sangue no circuito extracorpóreo tem relação com a 
adesão plaquetária e os anticoagulantes agem diretamente sobre a cascata de 
coagulação impedindo o agrupamento destas células. Como este é um fator 
individual e o tempo de coagulação varia de uma pessoa para outra, as doses de 
anticoagulante para manter o circuito pode variar assim como o tipo de 
anticoagulação empregada no sistema. 
Caso seja verificado algum coágulo na linha arterial, deve-se interromper a 
continuidade da diálise desconectando o sistema sem realizar a devolução do 
sangue ao paciente. O circuito com o coágulo é desprezado e o processo deve ser 
reiniciado a partir da montagem de um novo circuito, aumentando também os custos 
para a instituição. É importante ressaltar que a administração de soluções no circuito 
 
Taxa de ultrafiltração alta 
Recirculação no acesso de diálise 
Transfusão de hemoderivado e de sangue intradialítico 
Infusão intradialítica de lipídios 
Uso de câmaras de gotejamento 
 
 
 
SINAIS DE COAGULAÇÃO DO CIRCUITO 
EXTRACORPÓREO 
 
Coloração do sangue extremamente escura 
Estrias negras ou sombras no dialisador 
Espuma com formação de coágulo subsequente nas 
câmaras de gotejamento e na retenção venosa 
 
Enchimento rápido dos monitores do transdutorcom 
sangue 
 
IMPORTANTE! 
A medicação que anula o efeito da heparina é 
o SULFATO DE PROTAMINA 
 
de diálise deve estar restrita a anticoagulantes ou líquidos de reposição hídrico- 
eletrolítica. 
 
 
Quadro 8. Sinais de coagulação do circuito extracorpóreo. 
*Extraído de DAUGIRDAS, J.T. Manual de Diálise. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 
 
 
 
É importante a manutenção da integridade do circuito, bem como fluxos 
sanguíneos e do dialisato para garantir a eficácia das ações de anticoagulação 
adotadas. Entre outros aspectos, a monitoração da ultrafiltração, do balanço de 
fluidos e da reposição da volemia para o paciente também devem ser observadas. 
 
 
 
 
5. TRATAMENTO DA ÁGUA PARA HEMODIÁLISE 
 
 
Numa sessão de hemodiálise, cada paciente tem contato com cerca de 120 
a 200 litros de solução de diálise. As substâncias presentes na água que tentam 
passar pela membrana do dialisador podem ter acesso direto à corrente sanguínea 
do paciente, é por isso que há um rígido controle na qualidade da água utilizada na 
HD. 
Os sistemas de tratamento de água para HD são: 
▪ Deionizador: tem custo elevado; composto por várias colunas em série, 
uma de areia de variados tamanhos de grãos, uma de carvão, uma de resina 
catiônica, uma de resina aniônica e filtros microporosos; é muito eficaz contra os 
contaminantes iônicos, mas, representam alto risco para contaminação 
microbiológica (Figura 11). 
 
Figura 11. Deionizador. 
Disponível em: <www.ipabras.com.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. 
 
 
 
▪ Osmose reversa: mais comum; oferece água de melhor qualidade; 
composto por várias colunas em série, uma de areia de vários tamanhos de grãos, 
uma de carvão e uma de abrandador; a água é transferida de um compartimento 
para outro por meio da diferença de pressão hidrostática e osmótica, utilizando uma 
membrana semipermeável; retêm 90 a 99% de elementos minerais e 95 a 99% dos 
elementos orgânicos (Figura 12). Para realização de HD externas aos centros de 
diálise, utiliza-se a osmose reversa portátil (Figura 13). 
http://www.ipabras.com.br/
http://www.ipabras.com.br/
 
 
 
 
Figura 12. Osmose reversa. 
Disponível em: <www.ipabras.com.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. 
 
Figura 13. Osmose reversa portátil. 
Disponível em: <www.ipabras.com.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. 
 
 
 
O reservatório de água dos centros de diálise deve ser constituído por 
material atóxico, não deve possuir cantos e o fundo deve ser cônico a fim de permitir 
seu total esvaziamento. A tubulação deve ser do mesmo material do reservatório, 
sem pontos cegos e deve possuir ainda um sistema de recirculação da água tratada 
– a água deve estar em constante movimentação. (Figura 14) 
Para desinfecção do reservatório recomenda-se o uso de hipoclorito a 0,1%, 
seguido de enxágue até que o teste residual para o produto apresente resultado 
negativo. A periodicidade deve ser mensal. 
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Figura 14. Reservatório de água. 
Disponível em: <www.ipabras.com.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. 
 
 
 
5.1 Aspectos gerais do controle de qualidade da água para hemodiálise 
 
 
A seguir estão listadas os contaminantes mais comuns encontrados na água 
e que podem representar perigo aos pacientes. Seus efeitos no organismo podem 
variar de leves náuseas atingindo níveis fatais de complicações: 
▪ Alumínio: é adotado, por muitos sistemas municipais de tratamento de 
água, como agente floculador, removendo partículas suspensas incapazes de serem 
filtradas; 
▪ Cloramina: evita a proliferação bacteriana na água; 
▪ Fluoreto: no Brasil, é adicionado à água para evitar a deterioração dos 
dentes; 
▪ Cobre e Zinco: podem estar presentes na água por sua eliminação de 
canos e equipamentos constituídos ou compostos por esses elementos; 
▪ Bactérias e Endotoxinas: uma vez que as substâncias adicionadas ao 
abastecimento de água para prevenir a proliferação bacteriana são removidas pelo 
sistema de purificação da água do aparelho de diálise, aumenta a susceptibilidade 
de contaminação microbiológica por bactérias e endotoxinas. 
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6. INTERCORRÊNCIAS EM HEMODIÁLISE 
Embolia gasosa: 
Causada pela entrada, em grande quantidade, de ar no sistema por baixo 
fluxo arterial, ruptura do circuito de sangue e/ou frasco de soro vazio ou perfurado. 
Seus sinais e sintomas são: 
▪ Tosse seca; 
▪ Dispneia; 
▪ Mal-estar; 
▪ Pressão no peito; 
▪ Cianose; 
▪ Convulsão; e 
▪ Parada cardíaca. 
 
 
A conduta é: 
▪ Interromper a HD; 
▪ Instalar O2 sob cateter ou máscara; 
▪ Colocar o paciente na posição de “Trendelemburg”; 
▪ Recircular o sangue; e 
▪ Comunicar a equipe médica. 
 
 
Síndrome do desequilíbrio: 
 
 
Causada por HD’s iniciais agressivas, erros na composição do banho, alto 
fluxo de diálise e dialisadores de grandes áreas. 
Seus sinais e sintomas são: 
▪ Cefaleia; 
▪ Náuseas; 
▪ Hipertensão; 
 
 
 
▪ Confusão mental; 
▪ Espasmos musculares; 
▪ Convulsão e coma. 
 
 
A conduta é: 
▪ Interromper a HD; 
▪ Instalar O2 sob cateter nasal ou máscara; 
▪ Recircular o sangue; e 
▪ Comunicar a equipe médica. 
 
 
 
Reação pirogênica: 
 
 
Causada pela assepsia incorreta durante a HD ou contaminação por 
endotoxina bacteriana, no circuito de água do equipamento. 
Seus sinais e sintomas são: 
▪ Tremores; 
▪ Calafrios; 
▪ Febre; e 
▪ Náusea. 
 
 
A conduta é: 
▪ Interromper a HD; 
▪ Comunicar ao enfermeiro para que ele realize coleta de hemocultura e 
comunique a equipe médica; 
▪ Trocar o sistema, se necessário. 
 
 
Hipersensibilidade à solução esterilizante: 
 
 
É causada pela presença de resíduos da solução esterilizante no circuito, 
por tempo de recirculação insuficiente ou lavagem inadequada das linhas. 
 
 
 
Seus sinais e sintomas são: 
▪ Pressão no peito; 
▪ Dor em queimação no local do acesso; 
▪ Edema de face e glote; 
▪ Dormência nos lábios; 
▪ Cefaleia; 
▪ Hipotensão; 
▪ Dispneia; 
▪ Convulsão; e 
▪ Parada cardiorrespiratória. 
 
 
A conduta envolve: 
▪ Interromper a HD; 
▪ Instalar O2 sob cateter nasal ou máscara; 
▪ Comunicar o enfermeiro; e 
▪ Comunicar a equipe médica. 
 
 
Hemólise: 
 
 
A hemólise em HD é causada pela baixa concentração do banho de diálise 
(solução de diálise hipotônica) ou banhos em temperaturas extremas, ou muito frio 
ou muito quente. 
Os sinais e sintomas dessa intercorrência envolvem: 
▪ Dor abdominal; 
▪ Sangue com aspecto de vinho; 
▪ Cianose; e 
▪ Febre. 
A conduta a ser seguida é: 
▪ Interromper a HD; 
▪ Administrar O2 sob máscara ou cateter e chamar equipe médica; 
▪ Lavar todo o sistema; e 
 
 
 
▪ Rever os parâmetros do equipamento. 
 
 
Convulsão: 
Em geral as convulsões em HD são causadas por: 
▪ Síndrome do desequilíbrio; 
▪ Hipotensão; 
▪ Hipertensão; 
▪ Hiponatremia (baixo nível de cálcio no organismo); e 
▪ Acidente Vascular Encefálico (AVE). 
 
 
Sua sintomatologia envolve: 
▪ Perda da consciência; 
▪ Abalos musculares; 
▪ Sialorreia; 
▪ Movimentos anormais dos olhos 
▪ Apneia; 
▪ Cianose; e 
▪ Parada cardiorrespiratória. 
 
 
A conduta é: 
▪ Interromper a HD; 
▪ Proteger a cabeça do paciente e o local do acesso vascular; 
▪ Instalar O2; e 
▪ Chamar o enfermeiro; e 
▪ Comunicar a equipe médica. 
 
 
Hipertensão arterial: 
 
 
A hipertensão arterial, como intercorrência na HD, é causada por 
hipernatremia (nível alto de sódio no organismo) que causa grande ganho de peso 
entre as sessões. 
 
 
 
São sinais e sintomas: 
▪ Aumento da pressão arterial; 
▪ Visão turva; e 
▪ Cefaleia. 
 
 
A conduta diante desse quadro é: 
▪ Desprezar o priming ao instalar o paciente; 
▪ Solicitar ao médico que prescreva um medicamento específico para 
casos de pico hipertensivo; e 
▪ Verificar a pressão arterial maisvezes durante a sessão. 
 
 
 
Hipotensão arterial 
 
 
A hipotensão arterial é a complicação mais comum em HD e a queda dos 
níveis pressóricos pode ser causada pela retirada muito rápida de líquidos do 
sangue do paciente por meio de ultrafiltração mais alta que o suportado pelo 
paciente. Outros fatores desencadeantes desse agravo são: a dosagem inadequada 
de medicamentos para hipertensão arterial, dialisador com grande área, hematócrito 
baixo, alta resistência venosa, tamponamento cardíaco e hemorragia. 
Seus sinais e sintomas incluem: 
▪ Vômitos; 
▪ Mal-estar; 
▪ Confusão mental; 
▪ Taquicardia; 
▪ Palidez cutânea; 
▪ Apatia; e 
▪ Convulsões. 
 
 
A conduta frente ao quadro de hipotensão arterial é: 
▪ Reduzir a ultrafiltração; 
 
 
Saída da 
mangueira de 
drenagem 
Suprimento de água 
tratada para a máquina 
 
▪ Administrar soro fisiológico a 0,9%; 
▪ Aferir a pressão arterial com maior periodicidade, se possível, instalar 
monitor de PA não invasivo; 
▪ Solicitar avaliação médica. 
 
 
 
7. HEMODIÁLISE PASSO A PASSO 
 
 
1º PASSO 
 
 
Verificar se a máquina está ligada à tomada elétrica correspondente. 
 
 
2º PASSO 
 
 
Verificar se o registro conectado à máquina encontra-se aberto. 
 
 
 
 
Painel de 
controle da 
máquina de 
diálise 
 
 
 
 
3 º PASSO 
 
 
Verificar se a mangueira de drenagem encontra-se encaixada no local 
apropriado. 
 
 
4º PASSO 
 
 
No painel de controle da máquina, aperte a tecla LIGA/DESLIGA por 3 
segundos e a máquina executará uma função de checagem das funções. No 
indicador de tempo aparecerá “Fch”. 
 
 
 
 
 
5º PASSO 
 
 
Nesse momento você pode dar início à montagem do sistema (linha arterial, 
linha venosa, capilar) quando a tecla do priming acender e o mostrador da bomba de 
sangue estiverem piscando, ou, também, é possível realizar a montagem do sistema 
antes mesmo de ligar o equipamento. Lembre-se: a linha arterial apresenta 
destaques na cor vermelha e um segmento mais grosso que será encaixado na 
bomba de sangue da máquina. A linha venosa possui, por sua vez, destaques na cor 
azul e um cata-bolhas com filtro (cata-bolhas venoso). 
 
 
6º PASSO 
 
 
Insira a linha arterial na bomba de sangue. É importante que o encaixe seja 
feito no mesmo sentido da rotação da bomba para o posicionamento correto dos 
componentes do sistema, respeitando o segmento específico da linha nos roletes da 
bomba. 
 
 
Conector do equipo 
de soro 
Conector do equipo de 
soro da linha arterial 
 
 
7º PASSO 
 
 
 
 
Conecte o equipo de soro fisiológico na linha arterial. O conector para o 
equipo de soro fica no segmento anterior à bomba de sangue, na linha arterial. 
 
 
 
8º PASSO 
Bomba de 
sangue da 
máquina de 
diálise 
Conector do equipo de 
soro da linha arterial 
 
 
 
Conecte a ponta da linha arterial (na cor vermelha) na extremidade vermelha 
do dialisador, com o sistema. Repita o processo conectando a extremidade azul da 
linha venosa à extremidade azul do dialisador. 
 
9º PASSO 
 
 
Encaixe o dialisador na garra correspondente que está na parte lateral da 
máquina. 
 
 
 
 
 
58º PASSO 
 
 
Encaixe o cata-bolhas venoso no sensor de gotejamento e bolhas da 
máquina. 
 
 
 
 
Caso o sistema montado tenha sido reprocessado, é necessário realizar um 
teste para verificar a presença de solução esterilizante no circuito. O teste consiste 
em colocar umas gotas de solução de iodeto de potássio a 7,5% em um recipiente 
limpo e adicionar uma pequena quantidade do líquido presente no sistema a este 
recipiente. Se a solução reagir tomando uma coloração acastanhada é porque ainda 
há solução esterilizante no sistema. Nesse caso, repita a lavagem (o processo de 
lavagem será descrito a frente) do sistema e realize um novo teste. A lavagem 
deverá ser feita até que o líquido do sistema, quando adicionado a solução de iodeto 
de potássio a 7,5% permaneça transparente. A presença de solução esterilizante 
promove reações no paciente que podem levá-lo a parada cardiorrespiratória, 
convulsões e edema de glote, entre outras complicações. 
 
 
 
59º PASSO 
 
 
Aguarde a máquina sinalizar sonoramente a necessidade de conectar a 
solução ácida e básica e realize a conexão entre tubo de sucção vermelho e a 
solução ácida e o tubo de sucção azul e a solução básica. 
 
 
12º PASSO 
 
 
 
 
Espere a máquina sinalizar que atingiu a condutividade adequada e está 
pronta para liberar o banho de diálise. Neste momento a tecla Bypass (que indica 
corte o banho) ficará piscando. 
 
 
Garra de 
Hansen 
 
 
 
 
13º PASSO 
 
 
Conecte as garras de Hansen (Garras laterais que conduzirão o banho à 
câmara externa do dialisador e seu retorno à máquina para eliminação), obedecendo 
à codificação de cores e libere o banho de diálise apertando a tecla Bypass (nesse 
momento a luz dessa tecla deverá ficar apagada indicando que o banho está 
fluindo). 
 
 
 
 
 
Todo sistema contendo solução esterilizante deverá ser lavado com soro 
fisiológico e testado com solução de iodeto a 7,5% até que o teste se mostre 
negativo para a presença de solução esterilizante. Nos dialisadores utilizados pela 
primeira vez, deve-se preencher seu interior com soro fisiológico a 0,9% e deixar 
recircular por alguns minutos. 
 
14º PASSO 
 
 
Ligue a bomba de sangue mantendo o soro fechado nos primeiros dois 
minutos para liberação da pressão existente no dialisador, abrindo o mesmo em 
seguida. 
 
15º PASSO 
 
 
Mantenha o fluxo da bomba de sangue em torno de 150ml/min. Após doze 
minutos a mesma irá parar automaticamente. 
 
16º PASSO 
 
 
Ligue a bomba de sangue novamente para iniciar a lavagem de todas as 
pontas do sistema, desprezando o líquido saído das pontas em um recipiente limpo, 
evitando tocar as pontas. Após a lavagem faça o teste com iodeto e feche as pontas 
utilizando conexão própria. 
 
17º PASSO 
 
 
Verifique os sensores da máquina e se algum está emitindo mensagem 
escrita ou sonora. Em caso positivo atenda as solicitações exigidas por ela. 
 
 
 
 
18º PASSO 
 
 
O tempo estará ajustado automaticamente para quatro horas de diálise, caso 
a prescrição seja um valor diferente ajuste o mesmo. Ajuste também o volume de 
ultrafiltração. 
 
 
INSTALANDO O PACIENTE NA MÁQUINA DE DIÁLISE 
 
 
1º PASSO 
 
 
Conectar o isolador de pressão venosa na máquina logo após a lavagem do 
sistema e administrar a heparina prescrita. 
 
 
 
Ao Colocar o cata-bolhas venoso no detector de ar é importante certificar-se 
que o mesmo encontra-se seco e que o nível da linha que será conectada ao 
isolador de pressão é o mesmo da máquina. Após a colocação correta do cata- 
 
 
 
bolhas com o nível devidamente ajustado e a condutividade liberada pela máquina o 
tempo de diálise aparecerá no visor do painel de controle. 
 
2º PASSO 
 
 
Nesse momento deverá ser avaliado o tipo de acesso vascular do paciente, 
pois parte do processo de instalação seguirá critérios específicos no que diz respeito 
ao acesso vascular. 
 
3º PASSO 
 
 
Se o paciente dialisado por FAV, deverá ter feito a lavagem do membro da 
fístula ao chegar ao serviço, antes de ser puncionado. Deverá ser avaliado pelo 
profissional o frêmito do local a ser puncionado com posterior assepsia local. 
 
 
 
 
 
4º PASSO 
 
 
A FAV será puncionada, enquanto checa-se a máquina, deve-se administrar 
10 ml de soro fisiológico para preencher o circuito da agulha evitando a coagulação 
do sangue em seu interior. É importante ressaltar que durante todo esse processo a 
máquina deverá estar recirculando soro, significando que todo o circuito está 
preenchido e aquecido. 
 
 
 
 
5º PASSO 
 
 
Se o acesso vascular for o CDL, deverão ser retiradas as tampinhas das vias 
do cateter e realizada a assepsia das pontas. Para retirada das tampinhas do CDL, 
SEMPRE, as vias deverão estar pinçadas para evitar complicações fatais como a 
emboliagasosa. 
 
 
 
 
 
6º PASSO 
 
 
Para instalação do paciente, a bomba deverá estar desligada, a entrada de 
soro fechada e a linha arterial e venosa pinçadas para a desconexão. 
 
 
 
 
7º PASSO 
 
 
Realize a assepsia das ponteiras das linhas após a desconexão e conecte o 
ramo arterial na respectiva saída do CDL (retirando a heparina das vias do CDL 
antes da conexão) e na agulha da FAV. Despince o ramo arterial da agulha ou a via 
arterial do CDL. Despince a linha arterial e venosa do circuito. Ligue a bomba de 
sangue com fluxo em torno de 100ml/min. Despreze o conteúdo do sistema até que 
o sangue do paciente bombeado para o sistema ultrapasse o cata-bolhas venoso. 
Pare a bomba. Conecte a saída venosa do sistema à via venosa do CDL ou agulha 
venosa da FAV. Despince a agulha ou o a via do cateter. Ligue a bomba de sangue 
com o fluxo prescrito. Abra a saída de soro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8º PASSO 
 
 
Certifique-se dos padrões prescritos para o paciente. Observe o paciente, os 
parâmetros da máquina e o circuito extracorpóreo durante todo o processo. 
 
TÉRMINO DA HD 
 
 
Ao terminar a sessão deve-se retornar para o paciente o máximo de volume 
de sangue presente no circuito extracorpóreo. O procedimento é o descrito a seguir: 
1. Abra o equipo de soro fisiológico e a pinça que está conectada ao 
sistema arterial, antes da bomba de sangue, e automaticamente pince a linha arterial 
para interromper o fluxo de sangue do paciente, deixe entrar o soro até clarear o 
sistema venoso. É nesse instante que medicações como Ferro intravenoso e 
Eritropoetina devem ser administradas; 
2. Desligue a bomba de sangue, pince a linha venosa e abra a linha 
arterial, deixando retornar por gravidade o sangue desta parte do circuito; 
3. Pince todo o sistema, as agulhas e as linhas e coloque-as fechadas em 
Bypass na caixa do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUIDADO AO PACIENTE 
1. Verifique a pressão arterial do paciente. Certifique-se que o mesmo 
encontra-se bem e, só então, retire as agulhas ou feche o curativo de CDL. 
 
2. Quando o acesso for FAV: retire primeiro, uma das agulhas com uma 
compressa gaze, após hemostasia troque a gaze e feche o curativo com tiras de 
esparadrapo. Retire a outra agulha e repita o procedimento. 
3. Quando o acesso for por CDL: lave as vias do cateter com soro 
fisiológico a 0,9% e coloque a quantidade de heparina prescrita, fechando a seguir 
as conexões. 
 
O paciente só deve ser liberado após verificação da PA e pesagem. 
 
 
 
***Hemodiálise passo a passo foi adaptada do Manual de Treinamento em Terapia 
Renal Substitutiva. Rio de Janeiro: Hospital dos Servidores do Estado, 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
------------------FIM DO MÓDULO II-----------------
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
1. ASPECTOS GERAIS DA DIÁLISE PERITONEAL 
 
 
A membrana peritoneal é ricamente vascularizada e todo o sangue que nela 
circula carrega o excesso de substâncias que devem ser eliminadas como potássio, 
ureia, entre outras. Para que aconteça a filtração das substâncias a serem 
eliminadas, que são chamadas de escórias, um líquido especial (solução de diálise) 
é infundido no abdômen por intermédio de um cateter implantado. Este líquido tem 
por finalidade trazer as escórias presentes no sangue do paciente para a solução de 
diálise na cavidade abdominal. 
A diálise peritoneal é indicada para pacientes com Insuficiência renal aguda 
e crônica que não queiram se submeter à hemodiálise e transplante renal, para 
pacientes em situações de intoxicações por medicamentos, e com excessos de 
líquidos no organismo (hipervolemia) causando comprometimento do sistema 
cardiovascular, e em tratamento de hipotermia ou pancreatite hemorrágica, pois a 
lavagem peritoneal poderá ser benéfica. 
A contraindicação é absoluta quando o paciente sofre de Insuficiência 
respiratória severa, obstrução intestinal, hérnias, perfuração do diafragma e que 
tenha feito cirurgia recente com drenagem abdominal. 
A diálise peritoneal constitui um método que fornece ao paciente maior 
estabilidade hemodinâmica já que as trocas são efetuadas mais lentamente e de 
modo fisiológico, entretanto existe mais de uma opção dentro dessa terapia de 
substituição renal. São eles: 
 
CAPD - Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua: geralmente, são 
realizadas quatro trocas de bolsas de solução de diálise por dia, em casa ou no local 
de trabalho. O tempo de infusão médio é de 10 minutos e o de drenagem é de 
aproximadamente 20 minutos. A solução permanece na cavidade abdominal no 
intervalo entre trocas (4 a 6 horas), nesse período o paciente fica livre para realizar 
 
 
Solução de 
diálise 
Bolsa de 
drenagem 
Conector 
Cateter 
Equipo de 
transferência 
Peritônio 
Bolsa de 
solução 
 
suas atividades tendo de tornar a realizar o ciclo de infusão e drenagem uma vez 
transcorrido o intervalo prescrito. O cateter implantado no abdômen fica adaptado a 
um equipo pequeno, fechado e fixado ao corpo. 
 
Figura 15. Princípios de diálise peritoneal. 
 
 
 
A CAPD é a terapia indicada para início de tratamento. Outras indicações 
envolvem: 
▪ Médio e baixo transporte; 
▪ Maior controle de volume; 
▪ Maior controle de pressão arterial; 
 
 
 
▪ Opção do paciente. 
 
 
As características da CAPD são: 
▪ Possibilidade de trocas durante o dia; 
▪ Longos períodos de permanência da solução na cavidade abdominal; 
▪ Maior dificuldade em aumentar trocas e volumes; 
▪ Menor liberdade ao paciente durante o dia em razão à periodicidade de 
trocas a serem realizadas 
▪ Risco para infecção do peritônio (peritonite). 
 
 
No momento da troca de bolsas não deve ser utilizado objeto cortante como 
tesoura por exemplo. O paciente poderá fazê-lo sozinho ou com auxílio de um 
familiar devidamente treinado para a realização do procedimento. As bolsas e o 
equipo devem ser checadas para verificar a integridade. As soluções de diálise 
devem estar aquecidas por calor seco para infusão (Não aquecer em micro-ondas 
ou em banho-maria). O procedimento consiste em: 
 
1. Separar e checar o material contendo: máscara, equipo em Y, 
sistema de diálise (solução a ser infundida e bolsa de drenagem) e pinças. 
 
 
 
 
 
 
2. Lavar as mãos com água e sabão por 5 minutos (É importante não 
tocar em nada, além do material para que não haja contaminação); 
 
3. Conectar o equipo em Y ao minicap e em seguida ao cateter; 
 
 
 
 
 
4. Pinçar o equipo de infusão e drenar o líquido da cavidade 
abdominal; 
 
 
 
 
 
 
 
5. Pinçar o equipo de drenagem e infundir a solução nova da bolsa de 
diálise; 
 
 
 
 
 
 
6. Fechar e desconectar o sistema; 
 
 
 
 
7. Higienizar o cateter e fixá-lo; 
 
 
8. Desprezar o líquido drenado no vaso sanitário. 
 
 
Diálise Peritoneal Intermitente – DPI: pode ser manual ou automatizada. 
Caracteriza-se como uma terapia intermediária entre CAPD e DPA e está indicada 
para pacientes que não podem realizar hemodiálise e não possuem condições 
satisfatórias para o autocuidado. São realizadas, duas vezes na semana, sessões 
que variam de 12 a 24 horas de duração. 
A característica intermediária desta modalidade permite a confecção de 
acesso vascular permanente, caso haja indicação para continuidade da terapia renal 
substitutiva sob a forma de hemodiálise, ou ainda, o treinamento do paciente para as 
modalidades domiciliares de diálise peritoneal (CAPD e DPA). 
As bolsas de DPI são de 5 litros e a realização da terapia necessita do uso 
de uma máquina. É ela quem realiza de modo automático a infusão do líquido 
 
 
 
aquecido na cavidade abdominal e as drenagens sempre que transcorridos o tempo 
necessário. 
 
Diálise Peritoneal Automatizada – DPA: é realizada todas as noites com 
auxílio de uma máquina cicladora que automaticamente realiza o processo de 
infusão e drenagem de solução da cavidade peritoneal, efetuando a drenagemde 
toxinas e água, seguindo a programação de acordo com a prescrição. Normalmente 
é realizado de quatro a cinco ciclos noturnos e, durante o dia, o paciente fica com a 
cavidade livre ou com líquido se for esta a programação. Em alguns casos é feita 
manualmente a realização de mais um ciclo durante o dia. 
Suas indicações são: necessidade do dia livre, dependência de outras 
pessoas, altos transportadores com retenção de líquidos, menor risco de 
complicações mecânicas e otimização da diálise peritoneal. 
 
 
2. BOLSAS DE DIÁLISE PERITONEAL 
 
 
2.1 Características e Indicações 
Quanto ao tamanho: 
▪ 0,5 litros – utilizado em bebês; 
▪ 1 litro – indicado para crianças até 45kg; 
▪ 2 litros – indicado para adultos com mais de 45kg; 
▪ 2,5 litros - indicado para adultos com mais de 80kg; 
▪ 5 litros – indicado para uso hospitalar. 
 
 
Quanto à concentração de glicose: 
 
 
▪ 1,5% - isotônica – a concentração de glicose é idêntica à concentração 
plasmática, por essa razão é a bolsa que promove menor filtração; 
▪ 2,3% - intermediária ou do equilíbrio – retiram água em quantidade 
média e não permite acúmulo e nem perda excessiva para o paciente; 
 
 
 
▪ 4,25% - hipertônica – possuem alta concentração de glicose e, por esta 
razão, promove filtração, em grande quantidade, de líquidos do organismo. 
 
Quanto ao uso: 
▪ 1,5% - geralmente é utilizada três vezes ao dia ou de acordo com a 
prescrição médica individual. Esta bolsa é indicada em casos em que o paciente 
apresenta hipotensão ou desidratação; 
Capacidade de drenagem: 2.100 a 2.300 mL; 
Tempo de permanência: 4 a 6 horas. 
 
▪ 2,3% - Utilizada quando não há perdas com a bolsa de 1,5% ou perde 
demais quando utiliza a bolsa de 4,25%; 
Capacidade de drenagem: 2.300 a 2.700 mL; 
Tempo de permanência: 4 a 6 horas. 
 
▪ 4,25% - utilizada uma vez ao dia ou em caso de hipertensão ou edema 
com pressão normal; 
Capacidade de drenagem: 2.500 a 3.000 mL; 
Tempo de permanência: 4 a 6 horas. 
 
2.2 Cuidados com a bolsa de diálise 
 
 
As bolsas de diálise devem ficar armazenadas em local limpo e seco e, 
antes de serem utilizadas devem ser inspecionadas para verificar a integridade e 
aquecidas com calor seco (Nunca com calor úmido – banho-maria). Para o 
procedimento de trocas deve ser observado se o local está limpo, possui uma mesa 
ou bancada de fácil remoção da sujeira ou do pó, não possui correntes de ar, tenha 
boa iluminação, não tenha no ambiente circulação de animais durante a conexão. 
 
 
 
3. INTERCORRÊNCIAS EM DIÁLISE PERITONEAL 
 
 
As complicações mais comumente encontradas em pacientes sob terapia 
renal substitutiva, na modalidade de DP estão listadas a seguir. 
 
Vazamento pericateter 
 
 
Normalmente surge pela utilização precoce do cateter (menos de uma 
semana após a instalação do mesmo) e é caracterizada pelo extravasamento da 
solução por meio do orifício de saída do cateter. 
 
Falha na drenagem 
 
 
Geralmente detectada quando a diferença entre o volume infundido e a 
solução drenada é muito grande. Pode ocorrer pela dobra externa do cateter ou 
equipo de transferência, dobra subcutânea do cateter (somente verificado por 
radiografia; requer substituição do cateter), diminuição da motilidade do intestino e 
obstrução do cateter por coágulos de sangue e/ou fibrina. 
 
Infecção do orifício do cateter 
 
 
É identificada pela hiperemia, grande quantidade de crostas ou presença de 
secreção purulenta no orifício do cateter. Se a infecção persistir, há necessidade de 
remover o cuff. 
 
 
 
 
Figura 16. Infecção no orifício do cateter. 
 
 
 
Dor durante a infusão 
 
 
A dor normalmente se relaciona com o pH ácido da solução de diálise, pelo 
super aquecimento da solução ou ainda, pela aderência do omento ao cateter (exige 
troca do cateter). 
 
Peritonite 
 
 
As duas maiores causas de peritonite são: técnica de troca inadequada e 
migração de bactérias do intestino para o peritônio. Também pode ocorrer, em 
menor escala, a infecção hematógena (causada por bactérias da corrente 
sanguínea). 
Os sintomas mais comuns da peritonite são: 
▪ Dor abdominal, 
▪ Mal-estar generalizado, 
▪ Náuseas e vômitos, 
▪ Diarreia, 
▪ Calafrios; 
▪ Febre. 
 
 
O sinal que indica essa complicação é a turvação do líquido peritoneal, que 
 
 
 
acontece pelo grande número de leucócitos na cavidade abdominal. O diagnóstico 
leva em consideração o histórico do paciente e determina a cultura do líquido 
peritoneal que irá identificar o agente causador da infecção. 
No tratamento são realizadas lavagens peritoneais com objetivo de remover 
os agentes inflamatórios, as células de defesa e também, aliviar a dor abdominal do 
paciente. É utilizada ainda antibioticoterapia, que pode ser endovenosa ou 
intraperitoneal. Indica-se também o uso de heparina para diminuir a quantidade de 
fibrina apresentada no líquido peritoneal devido à infecção. Se a infecção persistir 
deve-se remover o cateter. 
 
Hérnia 
 
 
O aparecimento desta complicação se dá em pacientes com a integridade da 
parede abdominal prejudicada e é provocado pelo aumento da pressão intra- 
abdominal ocasionado pela constante infusão de líquidos. 
 
 
4. DIÁLISE PERITONEAL PASSO A PASSO 
 
 
CAPD 
1º PASSO 
 
 
Lave as mãos de forma simples e 
na 1ª hora lavar também os clamps 
(pinças azuis). Deve-se esfregar entre os 
dedos por várias vezes. A lavagem das 
mãos é um procedimento fundamental 
para evitarmos infecções e deve ser feita 
por no mínimo 5 minutos. Seque as mãos com papel e com a última folha de papel 
feche a torneira. Após a lavagem das mãos limpe a bancada com álcool 70% ou 
água e sabão. 
 
 
 
 
2º PASSO 
 
 
O material deve ser separado na 
bancada após a lavagem das mãos. 
Coloque máscara e mantenha o ambiente 
fechado. Se o paciente usa fita adesiva 
para fixar o cateter, oriente-o a deixar o 
cateter exposto. 
 
 
3º PASSO 
A bolsa deve ser aberta e deve 
ser verificado o seu volume, sua 
concentração, a validade, a presença de 
furos. 
 
 
 
 
 
 
 
4°PASSO 
Separe a bolsa vazia da cheia. 
 
 
 
 
5°PASSO 
Prenda na bancada o equipo 
com a fita adesiva e coloque os clamps 
em cada bolsa (um de cada lado). 
 
 
 
 
 
 
 
 
6º PASSO 
Retire o lacre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7° PASSO 
Retire a tampa do cateter. 
 
 
 
 
 
 
 
 
8º PASSO 
Conecte o equipo no cateter por 
meio do sistema de rosqueamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
bolsa. 
9º PASSO 
Quebre o lacre e pendure a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10º PASSO 
Coloque o plástico que envolve a 
bolsa no chão e apoie a bolsa sobre ele. 
Abra as pinças azuis (de baixo e de 
cima). Conte até 10 e feche a pinça azul 
de cima. 
 
 
 
 
11º PASSO 
Mantenha a pinça debaixo aberta 
e abra também a pinça do cateter (Twist 
Clamp). Assim, com esta sequência o 
procedimento de drenagem tem início. 
Aguarde 20 minutos, pince o equipo de 
drenagem e abra o de infusão para 
iniciar o processo. 
 
 
 
 
12º PASSO 
Com o término da infusão 
verifique o aspecto do líquido drenado e 
se a bolsa está turva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13º PASSO 
Com toda a entrada do líquido 
feche a pinça de cima. Feche os três 
clamps (o clamp do equipo de cima, o 
clamp do equipo de baixo e o twist 
clamp). 
 
 
 
 
 
 
14º PASSO 
Abra a nova tampa do cateter e 
verifique se a mesma está embebida em 
Iodopovidona. 
 
 
 
 
 
 
 
15º PASSO 
Desconecte o equipo da bolsa e o 
equipo de 6” (Nunca devemos torcer o 
equipo de 6” ou o cateter). 
 
 
 
 
 
 
 
 
16° PASSO 
Coloque a tampa no cateter. Faça o 
balanço da diálise (Meça os volumes e faça as 
anotações). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pré DPA e DPI 
17° PASSO 
Despreze o líquido no vaso sanitário, 
ponha a bolsa vazia num saco plástico e descarte 
em um lixo convencional. 
 
 
Etapas comuns aos dois procedimentos 
 
 
Uma ponta do cabo deforça deve ser 
conectada no equipamento e a outra ponta na 
tomada. Ligue o equipamento no botão ao lado 
do cabo de força. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minicap. 
 
se: 
O material deve estar separado. Lembre- 
 
 
▪ Bolsas de solução e máscara; 
▪ Equipo cassete; 
▪ Clamp; 
▪ Extensão da linha de drenagem e 
 
 
 
 
Antes da manipulação dos materiais 
devemos limpar a máquina e o balcão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lave as mãos conforme a técnica. 
 
 
 
 
 
 
 
Inspecione o material. Lembre-se: 
 
 
▪ Retire o plástico protetor de cada bolsa a ser utilizada; 
 
 
▪ Verifique se o líquido dentro da bolsa está limpo e se a concentração 
da solução está correta, assim como o volume; 
 
▪ Verifique o prazo de validade da bolsa; 
 
 
▪ Certifique-se que a bolsa não está furada; 
 
 
▪ Observe a integridade dos protetores de esterilidade do tubo de 
medicamentos e de conexão. 
 
 
 
 
DPA – Técnicas específicas 
 
 
Após ligar a máquina, o visor mostrará a 
mensagem aperte GO para dar início ao procedimento. 
Acione o botão GO e aguarde até aparecer à frase 
inserir CASSETE. 
 
 
 
 
Abra a porta da máquina empurrando a 
alavanca para cima e encaixe o equipo cassete. Depois 
feche a porta empurrando a alavanca para baixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
recipiente grande. 
Conecte o segmento para a linha de drenagem 
do equipo cassete com a extensão da linha de 
drenagem. Aperte o botão GO. No visor aparecerá a 
mensagem AUTOTESTE. Leve a outra ponta da 
extensão de drenagem para um ralo sanitário ou 
 
 
Instale primeiro o clamp na bolsa que está no 
aquecedor e depois remova do organizador o segmento 
do equipo cassete que tenha pinça vermelha. 
 
 
Conecte o equipo de pinça vermelha à bolsa de 
solução aquecida e remova o clamp. Instale as bolsas 
adicionais nos segmentos do equipo com pinças 
brancas. O segmento com pinça azul deve ser utilizado 
 
 
 
para deixarmos medicação na cavidade abdominal ou quando a concentração de 
glicose da última infusão for diferente. 
 
DPI – Técnicas específicas 
 
 
No procedimento de DPI, o paciente irá ao hospital e os ciclos de DP serão 
programados para 24 horas. A máquina é ajustada para uma utilização média de 40 
litros de solução de diálise peritoneal para cada paciente por 24 horas. Para este 
procedimento são utilizadas bolsas de 5 litros de solução de diálise e um equipo 
multiplicador que permite um total de oito bolsas ligadas ao equipo cassete ao 
mesmo tempo. 
 
Equipo Multiplicador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Demonstração das oito bolsas ligadas ao 
equipo cassete. 
 
 
 
 
 
 
 
 Instale primeiro o clamp na bolsa que está no 
 aquecedor e remova do organizador o segmento 
do equipo cassete que tenha pinça vermelha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Conecte o equipo de pinça vermelha à bolsa de solução 
 que está no aquecedor e remova o clamp. Instale as 
 bolsas adicionais nos segmentos do equipo com pinças 
 brancas. 
 
 
Abra somente as pinças dos segmentos que 
estão conectados às bolsas de solução e a pinça da 
linha do paciente e aperte o botão GO. 
 
 
Aparecerá no visor a mensagem 
PREENCHENDO LINHAS. Quando tudo estiver 
preenchido aparecerá no visor à mensagem 
CONECTE-SE. 
 
 
 
 
 
Verifique se está preenchida a linha do 
paciente antes de efetuar a conexão. 
 
 
 
 
 
O equipo de transferência deve ficar fora da 
veste do paciente e a pinça Twist Clamp deve estar 
fechada. 
 
 
 
 
Mantenha a máscara e lave as mãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Retire o protetor de esterilidade azul da linha do 
paciente. Mantenha a linha no organizador e retire o 
Minicap do equipo de transferência. Também retire a 
linha do paciente do organizador. 
 
 
 
 
Conecte a linha do paciente ao equipo de 
transferência. Após a conexão abra as pinças do 
equipo e a pinça Twist Clamp do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
Aperte o botão GO. O procedimento de DP está 
iniciado. Aparecerá no visor à mensagem DRENAGEM 
INICIAL. 
 
 
 
 
 
Anote a drenagem inicial apertando a seta azul 
para baixo. Para anotar a UF total aperte a seta azul 
 
 
 
para baixo. Verifique e anote os parâmetros da terapia. Pressione o botão GO e no 
visor irá aparecer à mensagem FECHAR TODOS OS CLAMPS. 
 
Feche todas as pinças da linha de solução 
Twist Clamp do equipo de transferência e lave as 
mãos. 
 
 
 
 
 
Abra o novo protetor de desconexão (Minicap). 
Não se esqueça de verificar a integridade. 
 
 
 
 
 
Desconecte o equipo de transferência da linha 
do paciente do equipo cassete descartável. Instale 
imediatamente o protetor de desconexão no equipo de 
transferência. Verifique se todas as pinças estão 
fechadas. Retire o equipo cassete do sistema e 
despreze. Descarte as bolsas de solução. 
 
 
Aperte o botão GO e no visor irá aparecer à 
mensagem DESLIGUE-ME. 
 
 
 
 
 
 
Anote o balanço da diálise que é fornecido pela 
cicladora e despreze os resíduos. 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
1. ÉTICA 
 
 
O cotidiano dos pacientes com doença renal crônica exige uma rotina de 
tratamento que altera grandemente o modo de vida dos pacientes. Nesse sentido é 
importante que todos que trabalhem com essa clientela, tenha o conhecimento 
técnico especializado necessário, mas possua também a sensibilidade para 
entender o modo de vida e o modo de enfrentar a vida destes pacientes e, ainda, 
tenha a postura ética diante dos aspectos emocionais do paciente. 
Essa conduta é necessária, já que, por vezes, por estar cansado da rotina 
empregada pelo tratamento, principalmente a hemodiálise por limitar as atividades 
pela necessidade de ir à clínica de três a quatro vezes na semana. Quando estes 
pacientes apresentam atitudes de rebeldia e desejam não realizar procedimentos ou 
sessões, cabe a equipe, informar-lhes dos riscos que a não realização de tal 
processo implica à vida deles, na tentativa de orientá-los sobre a importância do 
tratamento para a manutenção da sua vida, respeitando assim a sua autonomia. 
 
1.1 Postura profissional 
 
 
A postura da equipe frente ao paciente crônico que realiza terapia de 
substituição renal deve ser uma postura amistosa, respeitosa e, acima de tudo, que 
atenda os mais diversos campos da vida do paciente e não só as necessidades 
físicas e biológicas. 
O seguimento de normas criadas pela instituição, à aplicação correta de 
técnicas e procedimentos realizados, além da adoção e uso correto de técnicas e 
equipamentos que visam proteger o profissional e o paciente (equipamento de 
proteção individual), são condutas a serem observadas sempre pelo profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2 Relacionamento com os pacientes 
 
 
O cotidiano crônico de saúde, o constante contato entre paciente e 
profissional leva a um grau de intimidade relativamente grande tornando 
profissionais e pacientes próximos um do outro. Essa proximidade permite que o 
paciente, muitas vezes para se sentir melhor, se abra com o profissional, contando 
para ele questões pessoais e muitas vezes ouvindo do profissional tais 
particularidades também. 
Essa relação de proximidade já foi 
discutida diversas vezes no meio acadêmico 
e, de modo geral, sempre apontam efeitos 
positivos na relação paciente-equipe, porém, 
é necessário estar atento para respeitar os 
limites dessa relação não divulgando e 
abrindo para discussão entre outros pacientes 
e membros da equipe um problema ou 
confissão trazidos por um paciente em conversa pessoal. É importante estar atento 
para ouvir e captar os problemas, realizando a análise entre o que foi dito e seus 
reflexos na vida do paciente, principalmente se for possível notar nele desânimo 
quanto ao tratamento ou a espera pelo transplante. 
 
 
 
1.3 Relacionamento com a equipe 
 
 
É essencial ter em mente que no serviço de 
nefrologia é muito importante a atuação da equipe 
interdisciplinar e multiprofissional para a garantia de um 
cuidado sistêmico ao paciente.O bom relacionamento 
entre a equipe só visa oferecer aos pacientes sob seus 
cuidados uma oferta de assistência de qualidade e de 
respeito à vida. 
 
 
2. ASPECTOS BIOÉTICOS EM NEFROLOGIA 
 
 
A bioética é uma ética aplicada à área biomédica. Ela tem por objetivo 
estudar os principais problemas éticos e controvérsias existentes na nossa área de 
atuação. 
Existem várias maneiras de abordar os problemas morais que surgem com 
pacientes em terapia renal substitutiva, porém é necessário sempre avaliar se suas 
ações respeitam os princípios básicos da bioética. São eles: 
 
1. Autonomia: respeito à vontade, à crença, aos valores morais do paciente, 
reconhecendo seu domínio sobre sua própria vida e à sua intimidade; 
 
2. Beneficência: garante o bem-estar dos pacientes, assegurando para que 
não lhe aconteçam danos e garantindo o atendimento aos seus interesses. Está 
diretamente ligado e é inseparável do princípio da autonomia; 
 
3. Não maleficência: assegura que sejam minorados ou evitados danos 
físicos aos sujeitos da pesquisa ou pacientes. Riscos da pesquisa são as 
possibilidades de danos de dimensão física, psíquica, moral, intelectual, social, 
cultural ou espiritual do ser humano, em qualquer fase de uma pesquisa e dela 
 
 
 
decorrente. Dano associado ou decorrente da pesquisa é o agravo imediato ou 
tardio, ao indivíduo ou à coletividade, com nexo causal comprovado, direto ou 
indireto, decorrente do estudo científico. 
 
4. Justiça: exige que os bens e benefícios em qualquer área da ciência 
sejam distribuídos de maneira igual a todos; 
 
5. Proporcionalidade: é o princípio do equilíbrio entre riscos e benefícios. 
Tem o objetivo de levar ao indivíduo o melhor, causando o mínimo dano possível. 
 
 
3. LEGISLAÇÃO EM DIÁLISE 
 
 
O avanço das leis em diálise permitiu a garantia da qualidade da assistência 
ofertada e a segurança para os pacientes que necessitam dessa terapia. As 
principais leis que regem a terapia renal são: 
 
1. Da ANVISA: 
 
 
1.1 RDC nº 50 de 21/02/2002 
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, 
elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de 
saúde. 
 
 
 
 
Diálise. 
1.2 RDC nº 154 de 15/06/2004 
Estabelece o Regulamento Técnico para o funcionamento dos Serviços de 
 
 
2. Do ministério da Saúde: 
2.1 Portaria GM/MS nº 518 de 25/03/2004 
Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e 
 
 
 
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de 
potabilidade, e dá outras providências. 
 
3. Do Ministério do Trabalho e Emprego: 
 
 
3.1 NR-32 (PORTARIA N.° 939, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2008) 
 
 
A norma regulamentadora 32 (NR-32) de segurança e saúde no trabalho em 
estabelecimentos de assistência à saúde busca estabelecer medidas que visam à 
proteção e a segurança dos profissionais de saúde que atuam em estabelecimentos 
que prestam este tipo de serviço à população, constituindo normas e deveres para 
os dirigentes das instituições e profissionais que nelas atuam. 
 
 
4. FUNÇÕES DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM 
 
 
O técnico de enfermagem atuante em diálise é o agente executor das 
prescrições médicas e de enfermagem. Ele é um dos responsáveis pela garantia de 
uma assistência individualizada ao paciente. Suas ações se aplicam ao campo 
assistencial (na atenção direta ao paciente) e no campo administrativo (em ações 
voltadas ao modo e local de trabalho). 
 
 
 
 
 
 
É importante saber que o técnico de enfermagem, quando na hemodiálise, 
deve observar os parâmetros da terapia de modo a avaliar se está de acordo com o 
estado do paciente e, junto ao enfermeiro, discutir a adequação da diálise. 
Ainda na hemodiálise, é o técnico de enfermagem o responsável pelo 
reprocessamento de dialisadores, e é imprescindível que ele tenha conhecimento 
das normas de biossegurança e faça a adoção do uso de equipamentos de proteção 
individual necessários naquele setor. 
AÇÕES ASSISTENCIAIS DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM 
 
 
Realizar higiene do paciente (enfermaria) 
Fiscalizar a higiene do paciente pré-hemodiálise 
Instalação do paciente nas máquinas de diálise 
Monitorização da terapia 
Atuação nas intercorrências que possam surgir durante a 
terapia 
 
 
Administração de medicamentos prescritos 
Atuação sistêmica de maneira integral ao paciente 
 
 
 
 
 
 
É importante também que estes profissionais tenham sensibilidade para 
entender o estado emocional dos pacientes e sejam agentes de mudança na 
unidade, oferecendo conforto e atenção ao pacientes que, por vezes, mostram-se 
cansados da rotina que o cotidiano crônico de saúde exige. 
 
 
5. ASPECTOS GERAIS DO TRANSPLANTE RENAL 
 
 
O Transplante Renal (Tx) surge como opção dentre as terapias renais 
AÇÕES ADMINISTRATIVAS DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM 
 
 
Auxiliar na elaboração de escala de tarefas 
 
 
Auxiliar no controle e no uso racional de roupas, 
materiais utilizados pela enfermagem e pela equipe 
multiprofissional de cuidado ao paciente renal. 
 
Auxiliar na conservação e no controle do patrimônio da 
unidade. 
 
Operar equipamentos da unidade de diálise com cautela, 
desde o preparo para diálise, monitorização transdialítica e 
desinfecção pós-procedimentos. 
 
Seguir as normas de biossegurança. 
 
 
Executar ações de assistência de enfermagem ao 
paciente renal, com exceção àquelas privativas do enfermeiro. 
 
 
Rim 
original 
 
substitutivas quando há perda gradual e irreversível da função renal, provocada pela 
insuficiência renal crônica em estágio terminal. O Tx apresenta-se hoje como a 
melhor forma de terapia da doença renal, na fase 5, em pacientes selecionados. 
Além disso, tem maior aceitação dos pacientes e da equipe. 
Para a realização do transplante há dois grupos de doadores: vivos 
(relacionados – pais e irmãos ou não relacionados – esposa, marido ou amigos) ou 
cadáveres. Para doadores vivos, a legislação brasileira permite a doação de 
cônjuges ou parentes até quarto grau, devem ter mais de 21 anos e menos de 70. 
Há ainda outros casos possíveis de doação diferentes desses, porém é necessária 
autorização judicial para a realização do transplante. Para doação de órgão 
proveniente de cadáver, é necessário o diagnóstico de morte encefálica por médico 
que não pertença à equipe do transplante. São poucas as contraindicações para a 
realização do transplante renal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Bexiga 
 
 
 
Figura 17. Esquema demonstrativo da localização do rim transplantado. 
Disponível em: <http://my.clevelandclinic.org >. Acesso em: 10 de Junho de 2009. 
Rim 
Transplantado 
Rim 
original 
http://my.clevelandclinic.org/
 
 
PRINCIPAIS 
EFEITOS 
DROGAS IMUNOSSUPRESSORAS E SEUS 
Azatioprina – é tóxica para o fígado e deprime a medula; 
Corticoides 
internação; 
– necessitam, em alguns casos, de 
Ciclosporina – tóxica para o rim dependendo da dose; 
Anticorpos monoclonais – Causa febre, calafrios, mal- 
estar, diarreia, hipotensão arterial, anorexia e dores musculares 
 
Ao contrário do que muita gente pensa, no transplante renal, o rim deficiente 
não é retirado e substituído pelo rim doado. Este, por sua vez é implantado na pelve 
do paciente, que ficará então com três órgãos. Mas até que o rim do doador 
encontre seu novo organismo existem etapas a serem cumpridas. 
Para receber um rim de um doador cadáver, há que se respeitar a lista de 
espera de doadores, a compatibilidade entre o sistema imune do receptor e o rim 
doado, a sorologia do paciente, entre outros fatores. 
Escolhido o doador e sendo realizada a cirurgia, a fim de tratar e prevenir 
uma possível rejeição do enxerto, o paciente terá de fazer uso ao longo da vida ou 
enquanto durar o enxerto, de medicamentos depressores do sistema imune. Esses 
medicamentos chamados imunossupressores têm a finalidade de baixar as ações de 
defesa do organismo contra corpos estranhos- o novo órgão implantado é visto pelo 
organismo como um corpo estranho e sem uso dessas drogas seria combatido como 
um vírus ou bactéria, por exemplo. Atualmente são quatro os medicamentos 
imunossupressores principais utilizados na preservação do enxerto. 
 
 
 
 
Algumas das complicações mais comuns e os cuidados de enfermagem em 
 
 
 
Tx serão vistas logo à frente. 
 
 
 
6. ENFERMAGEM NO TRANSPLANTE RENAL 
Enfermagem no transplante com doador vivo 
A enfermagem exerce fundamental papel no transplante, desempenhando 
ações em todas as esferas descritas a seguir. 
 
Cuidados de enfermagem no pré-operatório 
 
 
A equipe de enfermagem é responsável pela coleta, de exames de sorologia 
e pré-operatórios, e encaminhamento do material para análise laboratorial. Além 
disso, deve providenciar para que haja reserva de sangue para a cirurgia. 
A realização da prova cruzada não deve ser esquecida (teste imunológico). 
Esse teste é o mais importante no pré-operatório e define a presença de anticorpos 
pré-formados do receptor contra os antígenos do doador. O transplante só será 
realizado se o resultado do teste for negativo. 
Cabe ainda a equipe de enfermagem providenciar reservas no centro 
cirúrgico e na unidade de terapia intensiva. Deve ser feita ainda uma análise da 
arteriografia renal do doador (quando doador vivo) para determinar qual dos órgãos 
será removido. Essa análise é uma importante ação da equipe de enfermagem a fim 
de detectar possíveis equívocos que possam levar a retirada do rim diferente do 
doador. 
O jejum por oito horas antes da cirurgia deve ser garantido pela equipe de 
enfermagem tanto do receptor quanto do doador. No caso de doador vivo, este deve 
ser hidratado por via parenteral com aproximadamente dois litros de solução salina 
durante a noite antecedente a cirurgia. 
 
 
 
Cuidados de enfermagem no operatório 
 
 
No doador: após a anestesia geral, realiza-se antissepsia da pele da região 
abdominal e genital com solução antisséptica degermante e cateterismo vesical com 
sonda Folley que permanecerá instalada por 24 horas. Logo após, prepara-se o 
paciente posicionando-o em decúbito lateral, mantendo elevada a lateral do corpo 
onde será realizada a retirada do rim (nefrectomia). 
No receptor: realiza-se também a degermação da pele e cateterização 
vesical com sonda Folley de três vias para irrigação após a cirurgia, e será mantida 
por quatro dias. O posicionamento do receptor será decúbito dorsal, já que o enxerto 
será posicionado na fossa ilíaca. 
Após a realização da nefrectomia no doador, ocorre o início da perfusão 
renal que deve ser realizada com 500 mL de solução de preservação de órgãos a 
4°C. A perfusão ocorre em mesa auxiliar numa altura de 60cm, até que seja 
observada a drenagem pela veia renal. Assim ocorre o preparo do órgão para 
implante no receptor. Esse período entre a perfusão do órgão e a anastomoses 
vasculares chama-se isquemia fria. 
 
Cuidados de enfermagem no pós-operatório 
 
 
Os cuidados de enfermagem no pós-operatório imediato, com o doador, são: 
▪ Lavagem das mãos sempre, antes e após prestar assistência ao 
paciente; 
▪ Manutenção do jejum oral; 
▪ Elevação da cabeceira da cama a 30°; 
▪ Manutenção do repouso absoluto no leito; 
▪ Controle dos sinais vitais e diurese horária nas primeiras 12 horas e a 
cada 2 horas nas 12 horas seguintes; 
▪ Manutenção da hidratação venosa; 
▪ Manutenção da perfusão na sonda vesical; 
▪ Realização de controle hídrico; 
 
 
 
▪ Troca de curativo da incisão cirúrgica, caso haja necessidade; 
▪ Sedação e antibioticoterapia segundo prescrição médica. 
 
 
Após 24 horas: 
▪ Oferecer dieta leve e observar aceitação; 
▪ Pesar o paciente; 
▪ Retirar a sonda vesical e o acesso venoso; 
▪ Auxiliar no banho de aspersão; 
▪ Retirar o curativo da incisão cirúrgica; 
▪ Observar débito urinário; 
▪ Controlar sinais vitais; 
▪ Observar o funcionamento intestinal. 
 
 
Deve ser dada orientação ao paciente e seus familiares quanto aos cuidados 
pós-cirúrgicos, a observação dos sinais e sintomas de infecção e a que serviços 
recorrer no caso de complicação. A alta hospitalar é programada para o dia seguinte. 
A assistência de enfermagem ao receptor tem por objetivo evitar as 
intercorrências ligadas à instabilidade hemodinâmica e a necessidade de reposição 
parenteral em grande quantidade. As ações de enfermagem são: 
▪ Lavagem das mãos sempre, antes e após prestar assistência ao 
paciente; 
▪ Elevação da cabeceira da cama a 30°; 
▪ Manutenção do repouso absoluto no leito por 24 horas; 
▪ Monitorização cardíaca; 
▪ Observação do nível de consciência, alterações respiratórias, cianose 
de extremidades e hipotermia; 
▪ Controle dos sinais vitais e diurese horária; 
▪ Garantir oxigenação; 
▪ Reposição da hidratação volêmica com Soro Fisiológico 0,9% 
alternando com Soro Glicosado 5% monitorado pela bomba infusora, não excedendo 
500mL/hora; 
 
 
 
▪ Verificação da glicemia capilar a cada 2 horas; 
▪ Manutenção da perfusão na sonda vesical; iniciar irrigação vesical se 
for observada hematúria; 
▪ Controle de debito urinário; 
▪ Controle hídrico rigoroso; 
▪ Observar sangramento na incisão cirúrgica, realizando a troca de 
curativo caso haja necessidade; 
▪ Sedação e antibioticoterapia segundo prescrição médica; 
▪ Observar sinais e sintomas de infecção e possível rejeição do 
enxerto. 
 
Após 24 horas: 
▪ Lavagem das mãos sempre, antes e após prestar assistência ao 
paciente; 
▪ Realização do exame físico cefalocaudal; 
▪ Coleta de sangue para exames laboratoriais; 
▪ Pesar o paciente em jejum; 
▪ Auxiliar o paciente no banho de aspersão; 
▪ Trocar curativo se necessário; 
▪ Auxiliar na alimentação; 
▪ Estimular a hidratação oral; 
▪ Retirar o acesso venoso; 
▪ Realizar controle dos sinais vitais de seis em horas; 
▪ Manutenção da perfusão na sonda vesical; 
▪ Controle de debito urinário por períodos (manhã, tarde e noite); 
▪ Orientar sobre as medicações imunossupressoras; 
▪ Observar o funcionamento intestinal; 
▪ Observar sinais e sintomas de infecção e possível rejeição do enxerto. 
 
 
 
Enfermagem no transplante com doador cadáver 
 
 
Após a constatação de morte encefálica, o médico assistente do potencial 
doador deve informar as familiares sobre o diagnóstico e comunicar à Central de 
Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO). A omissão por parte do 
médico assistente à CNCDO da morte encefálica do paciente pode acarretar sanção 
legal (prisão) para o mesmo. A CNCDO informa a Organização para Procura de 
Órgãos (OPO) que é responsável pela Instituição que fez a notificação e providencia 
um profissional para avaliar o potencial doador e questionar a família em relação à 
doação dos órgãos. Caso haja autorização da família, um familiar e duas 
testemunhas assinam o Termo de Consentimento em três vias. 
Os cuidados de enfermagem para a garantia da estabilidade hemodinâmica 
e a viabilidade dos órgãos do indivíduo com morte encefálica são: 
▪ Punção de acessos vasculares para hidratação e administração de 
eletrólitos; 
▪ Manutenção de ventilação mecânica com aspiração frequente; 
▪ Cateterização vesical; 
▪ Sondagem nasogástrica em sifonagem; 
▪ Administração de drogas vasoativas para manter a pressão arterial; 
▪ Controle da temperatura corporal; 
▪ Realização de glicemia capilar de controle; 
▪ Oclusão das pálpebras para proteção das córneas. 
 
 
Cabe ainda à equipe de enfermagem providenciar a coleta de sangue para 
análises clínicas, sorologia e confirmação da tipagem sanguínea e ainda linfonodos 
inguinais que serão encaminhados ao laboratório de imunologia para realizar a 
tipagem HLA e a prova cruzada. 
Os órgãos e tecidos para doação seguem rotinas preconizadas de retirada. 
Após nefrectomia pelo cirurgião inicia-se a perfusão renal, sob responsabilidade do 
enfermeiro a garantia de material necessário para este procedimento.A seguir, os 
rins são condicionados em três invólucros estéreis e armazenados em recipiente 
 
 
 
com gelo. O recipiente é vedado, sendo identificado e armazenado no Centro 
Cirúrgico até o implante do órgão no receptor selecionado. 
 
6.1 Complicações 
 
 
As principais complicações imediatas envolvidas no transplante renal são a 
disfunção inicial do enxerto e a rejeição ao enxerto. 
 
Disfunção Inicial do Enxerto 
 
 
A Necrose Tubular Aguda (NTA) é caracterizada pela ausência de função do 
enxerto, sendo necessária a realização de sessões de hemodiálise na primeira 
semana após o transplante. É a principal causa de disfunção inicial do enxerto. A 
NTA é comum, sendo vista frequentemente em receptores de rins de doadores 
cadáveres. Os principais fatores de risco são: 
▪ Estado e manejo do doador; 
▪ Qualidade da nefrectomia; 
▪ Tempo de isquemia; 
▪ Tempo das anastomoses vasculares; 
▪ Estado de hidratação do receptor. 
 
 
A NTA se configura com uma complicação pela necessidade de hemodiálise 
no pós-operatório, pelo aumento na dificuldade para o diagnóstico de rejeição aguda 
e nefrotoxicidade por drogas imunossupressoras, necessidade maior de 
procedimentos diagnósticos invasivos e elevação no período de internação 
hospitalar. Essa complicação tende a regredir espontaneamente. 
 
Rejeição do enxerto 
 
 
A rejeição ocorre pela formação de anticorpos anti-HLA ou, ainda, 
incompatibilidade nos antígenos desse sistema. A ativação de linfócitos T CD4+ 
 
 
 
pelos antígenos HLA do doador é iniciada logo após o transplante e leva à 
estimulação de mecanismos envolvidos na destruição do corpo estranho, neste caso 
o enxerto. Nesses mecanismos há o predomínio de anticorpos, responsável pela 
rejeição com componente humoral; e de células (linfócitos T, monócitos e 
macrófagos), responsável pela rejeição com componente celular. 
 
Tipos de Rejeição 
 
 
1. Rejeição Aguda: Representa um tipo frequente de rejeição que pode 
ocorrer a qualquer tempo do período pós-transplante, sendo crítico o período que 
engloba da primeira semana até os três primeiros meses após o transplante. As 
drogas de imunossupressão empregadas no tratamento podem alterar sua 
apresentação clínica, principalmente se forem drogas potentes como a ciclosporina 
A ou o tacrolimus. 
Os sinais e sintomas clássicos envolvidos neste tipo de rejeição são: 
▪ Febre; 
▪ Hipertensão arterial; 
▪ Ganho de peso; 
▪ Aumento do volume do enxerto; 
▪ Dor no enxerto; 
▪ Diminuição do volume urinário; 
▪ Aumento da creatinina sérica. 
 
 
Ao exame histológico se observam achados de nefrite intersticial com edema 
e infiltrados corticais por linfócitos, linfoblastos, macrófagos e eosinófilos. Pode haver 
focos de necrose nos túbulos. A agressividade do infiltrado é dada pela invasão da 
parede de túbulos e/ou vasos sanguíneos por leucócitos mononucleados (tubulite 
e/ou vasculite). 
Outros sinais de mau prognóstico quanto à possibilidade de reverter à 
rejeição do enxerto são: 
▪ Necrose fibrinoide de pequenas artérias e arteríolas; 
 
 
 
▪ Agregados plaquetários; 
▪ Trombos de fibrina. 
 
 
Para este tipo de rejeição há terapia efetiva. Na grande maioria dos casos o 
paciente apresenta recuperação completa da função renal. 
 
2. Rejeição Hiperaguda: é a forma de rejeição mediada por anticorpos 
anti-HLA, que são geralmente detectados na prova cruzada. Nesse caso o rim é 
rejeitado imediatamente após sua vascularização ou dentro das 24 horas seguintes 
ao procedimento. 
Essa rejeição ocorre por conta de anticorpos pré-formados do receptor aos 
antígenos HLA presentes no endotélio vascular do enxerto, que ativa o sistema 
complemento e coagulação intravascular. No exame histológico é possível verificar a 
presença de trombos plaquetários nos glomérulos e capilares dos túbulos. Passado 
algum tempo ocorre o infarto renal. Essa complicação também pode ocorrer quando 
o sistema ABO não é obedecido. 
Os anticorpos anti-HLA que podem estar presentes no receptor antes 
mesmo dos transplantes são decorrentes de exposição aos aloantígenos em virtude 
de transfusão sanguínea, gestação e/ou transplantes prévios. Para este tipo de 
rejeição não existe terapia efetiva, porém a detecção precoce destes anticorpos por 
meio da realização da prova cruzada podem evitar o quadro dramático que envolve 
a rejeição do enxerto. 
 
3. Rejeição Acelerada: é uma forma de rejeição de baixa incidência que 
ocorre entre o segundo e o quinto dia após o transplante. Ocorre em razão à 
resposta imune secundária e apresenta um componente celular, mas é mediada de 
forma predominante por anticorpos. Configura-se como um das causas de perda 
precoce do enxerto. 
 
4. Rejeição Crônica: na rejeição crônica do enxerto, também conhecida 
como nefropatia crônica do enxerto, é possível notar dois componentes: 
 
 
 
▪ Imunológico: resultante da incompatibilidade HLA, com presença de 
mecanismos humorais e ocorrências de rejeição aguda; 
▪ Não imunológico: secundário à HAS, hipertensão/hiperfiltração 
glomerular, isquemia renal, nefrotoxicidade por drogas, hiperlipidemia, e infecção por 
citomegalovírus. 
 
A característica predominante da rejeição crônica é a alteração vascular 
oclusiva, que causa isquemia do tecido do rim. Ao exame histológico é possível 
notar alterações em diferentes regiões: 
 
 
Tabela 2 
Alterações 
 
Características 
 
 
Glomerulares 
▪ Diminuição do tamanho dos glomérulos; 
▪ Espessamento da membrana basal; 
▪ Hialinização e fibrose intracapsular. 
 
 
Vasculares 
▪ Proliferação da camada íntima e 
alterações degenerativas da camada média com 
duplicação e interrupção da lâmina elástica 
interna e obliteração dos capilares peritubulares. 
 
Tubulointersticiais 
▪ Atrofia tubular com obliteração luminal, 
▪ Fibrose intersticial 
▪ Focos de infiltração por linfócitos 
mononucleados 
Tabela 2. Alterações provocadas pela rejeição crônica do enxerto. 
 
 
 
Complicações Tardias 
 
 
Inúmeras complicações podem surgir ou evoluir de maneira tardia em 
pacientes que foram submetidos a transplante renal. Elas estão associadas a fatores 
próprios do enxerto (rejeição crônica) e do paciente. 
 
 
 
▪ Doença cardiovascular: representa uma importante causa de 
morbimortalidade em pacientes transplantados em razão as complicações 
cardiovasculares influenciadas por doenças preexistentes como hipertensão arterial 
sistêmica, diabetes melito e doença vascular; 
▪ Dislipidemias: possui prevalência elevada, englobando cerca de 
80% dos pacientes transplantados, em geral surge de maneira precoce e segue 
durante toda a sobrevida do enxerto. Atribui-se aos corticosteroides e à ciclosporina 
a responsabilidade pelo surgimento da dislipidemia, pois induzem o aumento da 
produção hepática de lipoproteínas e triglicerídeos, além de diminuírem o 
catabolismo de partículas periféricas; 
▪ Doença hepática: ocorre principalmente por toxicidade de drogas ou 
infecções por vírus hepatotrópicos e constitui uma complicação importante pós- 
transplante; 
▪ Neoplasias: sua incidência acomete cerca de 5% dos pacientes pós- 
transplantes; os fatores de risco estão relacionados à terapia imunossupressora e 
são: exposição ao so 
▪ l, raça branca, idade avançada e sexo masculino; observa-se maior 
incidência de neoplasias nos lábios, linfomas, carcinoma de cérvice uterina e 
sarcoma de Kaposi. O prognóstico, em geral, é ruim, e o principal tratamento é a 
excisão cirúrgica; 
▪ Diabetes melito: o surgimento do diabetes melito pós-transplante é 
verificado em cerca de 20% dos pacientes sendo a hiperglicemia assintomática a 
forma mais comum de apresentação da doença; acredita-se que muitas dessas 
variações ocorrem em função da terapia imunossupressora, em especial os 
corticosteroides que atuam reduzindo o número e a afinidade dos receptores de 
insulina, o que causa uma resistência periferia à sua ação; o tratamento consistebasicamente em dieta, podendo, mais raramente, haver necessidade do uso de 
insulina e, de modo geral, sendo utilizados hipoglicemiantes orais; 
 
▪ Disfunção renal tardia: pode ocorrer eventualmente e envolve causas: 
▪ Vasculares: estenose de artéria renal; 
 
 
 
▪ Obstrutivas: obstrução no trato urinário; 
▪ Nefropatias: doença crônica do enxerto; 
▪ Glomerulopatias: a recorrência de glomerulopatias primárias ou 
secundárias. Neste caso, deve-se considerar a possibilidade de rejeição aguda 
tardia do enxerto em virtude a falha na terapia de imunossupressão por não adesão 
do paciente; esta representa uma importante causa de perda do enxerto, 
principalmente, em pacientes jovens de baixo padrão socioeconômico; 
▪ Infecciosas: pielonefrite; uso de agentes nefrotóxicos como 
contraste ou fármacos. 
 
Complicações Infecciosas 
 
 
▪ Infecção do tratourinário: principal causa de infecção no 
transplantado renal, acometendo cerca de 80% dos pacientes. O alto índice de 
incidência é devido ao uso de sondas vesicais, trauma cirúrgico, imunossupressão e 
refluxo vesicoureteral; 
▪ Infecção pulmonar: representa uma forma importante de infecção 
nos pacientes transplantados, acometendo 20% destes indivíduos. Suas 
características são: infiltrado pulmonar e febre. O diagnóstico precoce é fundamental 
para a sobrevida do paciente; 
▪ Infecção do sistema nervoso central: ocorrem geralmente no 
primeiro ano pós-transplante e seus sinais e sintomas são: febre e cefaleia, em 
geral, sem sintomatologia sistêmica. Quatro padrões clínicos são encontrados 
comumente: meningite aguda, meningite subaguda ou crônica, disfunção 
neurológica focal e demência progressiva. 
 
Complicações cirúrgicas 
 
 
As complicações cirúrgicas envolvidas no transplante renal estão 
diretamente relacionadas ao processo cirúrgico ou a outras complicações clínicas, 
que exigem intervenção cirúrgica. 
 
 
. 
. 
. 
. 
. 
. 
. 
. 
. 
0. 
1 
CIRCUNSTÂNCIAS QUE INFLUENCIAM NO 
2 SURGIMENTO DE COMPLICAÇÕES 
3 
4 
5 
6 
7 
8 
9 
1 
11. 
Uso de medicações imunossupressoras 
Diabetes melito 
Doença vascular periférica 
Idade superior a 50 anos 
Anormalidades do tratourinário superior 
Prostaciclina (PGI2) 
 
 
 
 
Quadro 9. Circunstâncias que influenciam no surgimento de complicações. 
 
 
 
1. Vasculares: as complicações vasculares estão relacionadas a índices 
significativos de morbimortalidade em pacientes transplantados. Elas atingem cerca 
de 5% dos pacientes transplantados e suas manifestações envolvem: 
 
Trombose vascular: causada por erro técnico ou aterosclerose dos vasos 
do doador ou receptor. Quando não detectada pode levar à perda do enxerto; 
 
1.1 Hemorragia: rara, sendo originada de sangramento de pequenos 
vasos não ligados ou mais incomuns, como por problemas na anastomose vascular; 
 
1.2 Ruptura do enxerto 
 
 
1.4 Tromboflebite: complicação rara que ocorre mais frequentemente, a 
partir do quarto mês do transplante. É caracterizada pelo edema persistente na 
perna ipsilateral ao enxerto; 
 
 
 
 
1.5 Estenose da artéria renal: costuma estar localizada na anastomose 
ou diretamente após, e os fatores de risco para seu desenvolvimento incluem erros 
técnicos, lesões do endotélio vascular do doador e angulação de artéria 
excessivamente longa. 
 
2. Urológicas: são as complicações mais frequentemente observadas em 
pacientes transplantados, acometendo cerca de 15% dos transplantados. Suas 
manifestações são as seguintes: 
 
2.1 Obstrução urinária: mais comum no pós-operatório imediato devido à 
grande quantidade de coágulos na bexiga neste período o que ocasiona o problema. 
Outras causas são: infarto do ureter, compressão pelo cordão espermático, 
compressão da extremidade distal ureteral do túnel vesical e angulação do ureter; 
 
2.2 Linfocele e extravasamento de linfa: ocorrem pela insuficiência no 
ligamento dos vasos linfáticos que circundam a veia e a artéria ilíaca, causando 
extravasamento da linfa para a loja renal ou drenagem da linfa pela ferida operatória 
ou drenos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-----------FIM DO MÓDULO IV----------- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO V 
 
 
 
1. EXAMES LABORATORIAIS 
 
 
A coleta de material do paciente em terapia renal substitutiva para exames 
laboratoriais periódicos é o meio mais preciso de avaliação do progresso da terapia 
e do estado geral do paciente. É por meio da análise desses resultados que deverão 
estar pautadas as ações e prescrições de diálise. 
 
1.1 Aspectos gerais 
Os elementos a serem avaliados nos exames de rotina dos pacientes em 
diálise são: 
 
Ureia 
É produto do metabolismo de proteínas. Normalmente é excretada pelo rim, 
porém em casos de perda da função renal, se acumula no sangue provocando 
uremia. 
É um importante indicador da qualidade, pois para realização da avaliação 
da diálise do paciente utiliza-se a monitorização dos níveis pré e pós-sessão da 
ureia, devendo o valor pós ser inferior ao pré em 70%. 
 
 
 
 
 
 
 
Creatinina 
Produto do metabolismo da creatina. É encontrada nos músculos 
esqueléticos e utilizada na contração, portanto o seu valor varia conforme a 
quantidade de massa muscular da pessoa. 
É um importante índice de avaliação da função renal, pois não tem seu valor 
afetado por fatores externos (a ureia tem seu valor afetado pelo consumo de 
proteínas, por exemplo). Para a avaliação da função renal é necessário verificar o 
Clearence de creatinina e para isso, realiza-se a coleta de urina nas 24 horas, 
também chamada Urina tipo 2. 
 
Sódio 
É o eletrólito principal do soro e indica o estado de hidratação do organismo. 
É responsável pela regulação de hormônios como a aldosterona, o hormônio 
natriurético e o hormônio antidiurético. 
Quando em níveis elevados tem-se o quadro de hipernatremia. O paciente 
manifesta-se com: 
▪ Fadiga; 
▪ Pele seca; 
▪ Tremores; 
▪ Hipertensão arterial. 
EXEMPLO 
Ureia pré 
(100 mg/dL) 
 
 
Ureia pós 
(Menor ou igual a 30 mg/dL) 
 
 
 
Quando em níveis baixos tem-se o quadro de hiponatremia. As 
manifestações no paciente são: 
▪ Confusão mental; 
▪ Edema; 
▪ Tremores; 
▪ Cãibras; 
▪ Cefaleia. 
 
 
 
Potássio 
 
 
É um eletrólito envolvido na condução de estímulos nervosos e nas funções 
musculares, inclusive no músculo cardíaco. Seu valor quando muito elevado se torna 
um risco à vida do paciente. 
Quando em níveis elevados tem-se o quadro de hipercalemia. A 
hipercalemia é causada por abusos na dieta (não segmento das recomendações 
quanto ao consumo de alimentos com potássio) e subdiálise (diálise em tempo ou 
ultrafiltração inadequadas, removendo menos escórias do que o recomendado; 
Ineficaz). 
Quando em níveis baixos tem-se o quadro de hipocalemia. A hipocalemia é 
causada por vômitos e diarreia em grande quantidade e pelo uso abusivo de 
diuréticos. Com presença de letargia, náusea, arritmia e fraqueza. 
 
Cálcio 
É um mineral necessário à formação óssea, contração muscular, 
transmissão de estímulos nervosos e coagulação do sangue. Para ser absorvido, 
necessita da forma ativa da vitamina D3. 
Quando em níveis elevados tem-se o quadro de hipercalcemia, com dor, 
hipotonicidade muscular, estupor e coma. 
Quando em níveis baixos tem-se o quadro de hipocalcemia, com espasmos 
musculares fasciais, arritmia e tetania. 
 
 
 
 
 
 
corpo. 
Fósforo 
É um componente da ATP, que age auxiliando na utilização de energia pelo 
 
 
Quando elevado tem-se o quadro de hiperfostatemia, e com isso pode 
ocorrer depósito de fosfato de cálcio nos músculos e articulações, causando prurido 
cutâneo. 
 
Hematócrito 
Indica a quantidade de células vermelhas no plasma. A deficiência na 
produção de eritropoetina que o paciente com DRC possui, leva a anemia pela 
diminuição da quantidade de células vermelhas no sangue. 
 
Albumina 
Proteína transportadora de drogas, enzimas e hormônios no sangue. 
Mantém o líquido dentrodas células e atua no processo de cicatrização. O Nível 
baixo deste elemento no sangue revela desnutrição do paciente. 
 
Transaminases: 
Visa investigar a função do fígado, em especial as hepatites, quando não 
são detectáveis ao exame clínico. 
 
Fosfatase alcalina: 
Visa detectar disfunção da tireoide ou doença do fígado. 
 
 
Ferro 
Componente essencial da hemoglobina, necessário à formação das células 
sanguíneas vermelhas. Indica anemia quando em níveis baixos. 
 
Hormônio da paratireoide (PTH): 
Tem por objetivo investigar doença óssea. 
 
 
 
HbsAg 
Revela a presença do vírus da hepatite B. 
 
 
Anti-HBs 
Detecta a presença de anticorpos contra a hepatite B adquiridos por contato 
com o vírus por meio de vacinação. Devem sempre ser encaminhados à vacinação 
os pacientes que apresentarem este resultado negativo. 
 
Anti-HBc 
Detecta a presença de anticorpos para a hepatite B adquiridos por contato 
anterior com o vírus. A indicação positiva para esse elemento revela imunidade do 
paciente contra a hepatite B, dispensando assim a necessidade de vacinação contra 
a doença. 
 
Anti-HCV 
Para detecção da presença de anticorpos para o vírus da hepatite C (HCV), 
indicando assim a presença do vírus no organismo. 
 
Anti-HIV 
Para detecção da presença de anticorpos para o vírus da AIDS (HIV), 
indicando assim a presença do vírus no organismo. 
 
Alumínio: 
Tem por objetivo investigar doença óssea causada pela má qualidade da 
água utilizada na hemodiálise. 
 
1.2 Aspectos legais 
 
 
A legislação vigente para os serviços de terapia renal substitutiva 
preconizam a realização de exames periódicos para avaliação do estado dos 
 
 
IMPORTANTE! 
 
Também periodicamente, os profissionais envolvidos na 
assistência devem realizar exames sorológicos para monitoramento. 
 
pacientes sob este tratamento em todo o país. Deste modo, são realizados exames 
de rotina e de avaliação da qualidade da diálise periodicamente. 
 
Os exames de rotina são distribuídos em periodicidades diferentes, como a 
seguir: 
 
 
▪ Mensais: medição do hematócrito, dosagem de hemoglobina, dosagem 
da ureia pré e pós a sessão de diálise, potássio, cálcio, fósforo, transaminase 
glutâmico-pirúvica (TGP), glicemia para pacientes diabéticos e creatinina durante o 
primeiro ano; 
 
▪ Trimestrais: hemograma completo, medição da saturação da 
transferrina, dosagem de ferritina, ferro sérico, proteínas totais e frações fosfatase 
alcalina; 
 
▪ Semestrais: parato-hormônio, anti-HBs, HBsAg e anti-HCV (para 
pacientes suscetíveis e com resultado negativo anterior), dosagem de creatinina 
após o primeiro ano; 
 
▪ Anuais: colesterol total e fracionado, triglicérides, dosagem de 
anticorpos para HIV e do Nível sérico de alumínio, radiografia de tórax. 
 
 
 
 
 
 
1.3 Técnica de coleta de exame pós-hemodiálise 
 
 
Para avaliação da adequação da diálise, deve-se medir a quantidade de 
hemodiálise pelo método da cinética da ureia. Nesse método, a hemodiálise pode 
ser medida de maneira precisa quanto sua eficiência ou não de acordo com a 
prescrição do paciente. Essa avaliação é feita periodicamente, em geral, 
mensalmente. 
Sabe-se que a diálise acima ou abaixo das reais necessidades de 
depuração do indivíduo acarreta a sua saúde problemas que podem levá-los a 
necessidade de internação hospitalar ou até mesmo, a morte em alguns casos. 
O método de avaliação mensal utilizado para verificar a adequação da 
diálise é o de Kt/V e a taxa de redução de ureia (ureia pré e ureia pós-diálise). 
Para o método é necessário realizar coleta de sangue. O procedimento 
deverá ser o seguinte: 
 
Para o exame de Ureia-pré e Kt/V 
 
 
1. Separe o material (um tubo de ensaio de tampa vermelha, 
identificado como ureia pré, luvas de procedimento, seringa de 10ml, 
agulha, algodão e álcool 70%); 
2. Lave as mãos conforme técnica; 
3. Informe ao paciente o procedimento que será realizado; 
4. Calce as luvas; 
5. Realize antissepsia no local de administração de 
medicamentos e/ou coleta de material da linha arterial do sistema 
extracorpóreo; 
6. Colete o sangue do paciente (8 ml); 
7. Preencha o tubo vermelho com o sangue; 
8. Descarte o material perfurocortante do recipiente 
adequado e o material comum em lixo comum; 
9. Lave as mãos; 
 
 
 
10. Envie ao laboratório a amostra devidamente etiquetada e 
identificada. 
 
Para a Ureia-pós 
 
 
1. Repita os procedimentos, desta vez com um tubo de tampa 
na cor vermelha, identificado como Ureia pós. 
 
 
2. IMUNIZAÇÃO 
 
 
A imunização em diálise se refere tanto aos pacientes em terapia renal 
substitutiva quanto à equipe multiprofissional que lhe oferece assistência. Conforme 
preconizado pelo Ministério da Saúde, deve-se assegurar a imunização de todos os 
pacientes e equipe segundo o calendário de vacinação do adulto. 
 
 
IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS EVITADAS 
 
A partir de 
20 anos 
dT (Dupla tipo adulto) 1ª dose Difteria e Tétano 
Contra Febre Amarela Dose inicial Febre Amarela 
SCR (Tríplice viral) Dose inicial Sarampo, 
Caxumba e Rubéola 
 
Dois meses 
após a 1ª 
dose contra 
Difteria e 
Tétano 
 
dT (Dupla tipo adulto) 
 
2ª dose 
 
Difteria e Tétano 
 
A cada 10 
anos por 
toda a vida 
dT (Dupla tipo adulto) Reforço Difteria e Tétano 
Contra Febre Amarela Reforço Febre Amarela 
 
 
 
 
60 anos ou 
mais 
Influenza Dose anual Influenza ou Gripe 
Pneumococo Dose única Pneumonia causada por 
pneumococo 
Tabela 3. Calendário de vacinação do adulto e idoso. Adaptado da Portaria GM/MS nº1602, 
de 17 de julho de 2006. 
 
 
É importante ressaltar que na tabela acima não é mencionada a vacina 
contra hepatite B, pois esta imunização é preconizada pelo Ministério da Saúde para 
o calendário da criança. Em adultos não imunizados segue-se a vacinação com três 
doses, sendo: 
 
1ª dose: Aplicação inicial, momento 0; 
2ª dose: Um mês após o momento 0; 
3ª dose: Seis meses após o momento 0. 
 
 
A imunização do paciente com as especificidades exigidas pela 
imunossupressão que o tratamento provoca será discutida mais a frente. Aqui, cabe 
destacar apenas que justamente pelo comprometimento do sistema imune, o 
calendário de vacina deve estar em dia para prevenir assim possíveis infecções, 
com consequentes internações dessa clientela. 
No que se refere aos profissionais, é importante destacar que os 
profissionais de enfermagem, espcialmente os técnicos de enfermagem, que 
desenvolvem atividades no reprocessamento de dialisadores, devem estar em dia 
com o calendário de vacinação, com ênfase na vacinação contra hepatite B, já que 
sua atividade de trabalho envolve contato constante com uma possível fonte de 
contaminação que é o sangue dos pacientes (envolvido nos procedimentos e 
presente nos dialisadores). Assim, vale lembrar a importância da adoção e utilização 
correta de técnicas e procedimentos de biossegurança. 
Outro ponto a ser destacado é a necessidade de saber se a vacina aplicada 
provocou de fato a imunidade no paciente contra a doença-alvo a ser evitada. Para 
 
 
 
isso, realiza-se o exame para detecção de marcadores virais para verificar a 
existência de anticorpos contra a doença. 
 
 
2.1 Relacionada ao paciente 
 
 
Todos os pacientes em terapia renal substitutiva devem ser vacinados contra 
hepatite B em dosagem dupla. Isso deve ser feito por conta da condição de 
imunossupressão que estes pacientes possuem. A via de administração é a mesma 
adotada na população em geral, Intramuscular (IM), com preferência para a 
aplicação no músculo deltoide. O intervalo entre doses é: 
1ª dose: Aplicação inicial, momento 0; 
2ª dose: Um mês após o momento 0; 
3ª dose: Dois meses após o momento 0; 
4ª dose: Seis meses após o momento 0. 
 
 
O estado de imunossupressão desses pacientes permite que, ao exame 
laboratorial, ora os anticorpos formados pela imunização sejam detectados e ora 
eles passem despercebidos.Como já visto, a cada seis meses, todos os pacientes 
realizam o exame para detectar a presença de marcadores virais, nesse caso, o 
Anti-HBs, que mede a imunidade contra a hepatite B. 
 
2.3 Relacionada à equipe 
 
 
Deve ser entregue ao serviço de diálise a cópia das carteiras de vacinação 
dos profissionais envolvidos na assistência e, periodicamente, realizada a verificação 
da necessidade de atualização de vacinação. Geralmente, é oferecida pela própria 
instituição, em época de campanhas, a disponibilização das vacinas para os 
funcionários. 
É importante saber que o técnico de enfermagem, em especial os atuantes 
em hemodiálise, estão em constante contato com possível fonte de contaminação 
que é o sangue do paciente. Sendo assim, o uso de equipamentos de proteção 
 
 
PRINCIPAIS DOENÇAS CONTRA AS QUAIS OS 
PROFISSIONAIS DEVEM ESTAR/SER IMUNIZADOS 
 
Hepatite B 
Difteria e Tétano 
Sarampo 
Caxumba 
Rubéola 
Varicela 
Gripe 
Pneumococo 
BCG 
 
individual aliado a técnicas gerais de biossegurança e imunização representa 
proteção e segurança ao profissional em dobro. 
A imunização tem por finalidade proteger, de modo geral, o profissional fora 
ou dentro do serviço onde atua. A constante convivência com material infectante por 
vezes, pode provocar acidentes que requerem atenção especial. 
 
 
 
 
 
 
Acidentes por material biológico 
Os cuidados imediatos após a exposição são: 
 
 
▪ Exposição por meio da pele ou percutânea: lavar o local com água e 
sabão de maneira abundante. 
▪ Exposição de mucosa (olho, boca, ou outras): lavar o local com água 
ou solução fisiológica de maneira abundante. 
▪ Evitar manipulação excessiva da área exposta e buscar imediatamente 
orientação para avaliar o risco do acidente. 
 
 
 
 
 
 
 
3. TERAPIA MEDICAMENTOSA DE SUPORTE 
 
 
Os pacientes com doença renal crônica, geralmente fazem uso de vários 
medicamentos constantemente. De acordo com a terapia dialítica, surgem 
demandas específicas, pois na diálise juntamente com as escórias, há perdas de 
nutrientes. Alguns medicamentos atendem essa demanda repondo substâncias 
perdidas e que são necessárias ao organismo do paciente e outros medicamentos 
tem por objetivo controlar a doença de base. 
A prescrição deve ser ajustada de maneira individual e a escolha do 
medicamento e dosagem deve estar baseada nos níveis de função renal de cada 
paciente. Um ponto muito importante é a observação das interações existentes entre 
os medicamentos, assim como de possíveis efeitos adversos, e para isso deve ser 
feita a monitoração regularmente. 
É muito importante que o paciente siga sempre corretamente as orientações 
dadas pela equipe multiprofissional. Nesse sentido, cabe a enfermagem verificar o 
entendimento dos pacientes quanto à prescrição, observando se estão sendo 
seguidas as doses corretas e os horários dos medicamentos, já que o uso indevido 
ou suspensão abrupta da medicação por conta própria podem trazer sérias 
complicações. 
IMPORTANTE! 
 
Jamais utilize soluções irritantes 
como éter, hipoclorito e 
glutaraldeído para lavar o local 
exposto. 
 
 
 
 
 
 
As medicações mais comuns são: 
 
 
ANTI-HIPERTENSIVOS 
Muitos pacientes utilizam esses medicamentos, já que a hipertensão é a 
maior causa de DRC no Brasil. São utilizadas para diminuir os níveis pressóricos dos 
pacientes e em alguns casos, logo após controle de peso no tratamento dialítico, são 
descontinuados. 
 
 
 
 
 
SEVELAMER 
 
 
É fornecido pelo governo. Diminui a absorção do fósforo contido nos 
alimentos consumidos, proporcionado a redução do nível sérico do fósforo (nível no 
sangue). Deve ser ingerido juntamente com as refeições e estas, por sua vez, 
devem ser restritas de fósforo conforme orientação nutricional. 
 
ANTIBIÓTICOS 
São utilizados no tratamento de infecções. Para sua utilização em pacientes 
com DRC recomenda-se a realização de antibiograma, pois alguns quando utilizados 
indiscriminadamente ou rapidamente, podem causar diminuição na capacidade 
auditiva ou surdez total. 
 
 
ERITROPOETINA 
 
 
Também é fornecida pelo governo. Ajuda as 
células da medula óssea na produção de glóbulos 
vermelhos, melhorando a anemia, que é causada pela 
hemodiálise. É administrado no final da sessão de 
hemodiálise, na linha venosa ou por injeção subcutânea, 
conforme indicação e orientação. 
 
 
 
CARBONATO DE CÁLCIO 
É usado para auxiliar na construção e manutenção de ossos e dentes 
resistentes. Também auxilia nas atividades musculares e nervosas, além de ter 
efeito sobre a coagulação do sangue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
VITAMINA C 
Possui duas atuações básicas: 
▪ Aumentando o nível de cálcio; 
▪ Reduzindo o nível de fósforo. 
 
 
Auxilia na cicatrização, no controle da pressão arterial e na absorção do 
ferro dos alimentos. Porém, seu excesso pode prejudicar o rim, o coração, a tireoide 
e as veias. É administrada duas vezes por mês no término da diálise, em alguns 
casos. 
 
ANTICOAGULANTES 
Visam evitar a coagulação sanguínea no circuito extracorpóreo durante a 
Hemodiálise e também no acesso vascular, seja ele fistula arteriovenosa ou cateter 
de duplo lúmen. 
 
VITAMINA D 
Faz com que o cálcio seja absorvido pelo organismo. 
A exposição ao sol auxilia na produção da vitamina D. É indicado ficar 
exposto ao sol de 10 a 15 minutos, duas a três vezes na semana antes das 10h ou 
após as15h. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUPLEMENTOS VITAMÍNICOS E MINERAIS 
 
 
São utilizados para corrigir a anemia e a desnutrição causada pela doença 
renal e para prevenir a doença óssea. 
 
 
 
 
FERRO 
O ferro é uma substância essencial para o funcionamento do organismo. A 
sua falta pode provocar o agravamento da anemia do paciente. Ele é administrado 
ao final da sessão de hemodiálise, assim como a eritropoetina. 
 
 
 
 
3.1 Importância da terapia de suporte 
 
 
A terapia de suporte tem por finalidade diminuir os problemas provocados 
pela doença de base ou agravados em decorrência da terapia dialítica que elimina 
também nutrientes essenciais. 
Sua importância se revela no fato de o uso continuado e combinado das 
medicações prescritas produzirem melhorias na qualidade de vida dos pacientes e 
no seu estado clínico. 
É de suma importância que a enfermagem ofereça apoio e orientação a 
utilização correta destes medicamentos por meio do reforço da conscientização do 
paciente para seu uso e reconhecimento dos benefícios na vida cotidiana. 
Periodicamente deve ser revista a prescrição do paciente e o profissional de 
enfermagem, juntamente com o paciente, pode e deve elaborar um plano para 
administração dos horários e doses, além de acondicionamento correto com as 
especificidades que alguns medicamentos exigem. 
A eritropoetina e o ferro são medicações distribuídas aos pacientes em 
número de doses necessárias para seu uso no mês. O mesmo as leva para casa e 
deve acondicioná-las e transportá-las até o local da diálise, em dias de sua sessão, 
onde lhe serão administradas as medicações. Uma informação importante a ser 
oferecida ao paciente é que a eritropoetina deve ser mantida em refrigerador 
(quando estiver em sua casa) e transportada em recipiente com gelo até o local de 
aplicação. 
 
 
 
----------- FIM DO MÓDULO V ----------- 
 
 
 
GLOSSÁRIO 
 
A 
ANASTOMOSE: abertura entre dois órgãos ou espaços, criada 
cirurgicamente ou decorrente de um trauma ou doença, ou ainda, congênita. 
 
D 
DIÁLISE: processo físico-químico pelo qual duas soluções de concentrações 
diferentes, são separadas por uma membrana semipermeável. 
 
E 
ENXERTO: transferência de células ou de tecido de um local para outro do 
mesmo indivíduo ou para o corpo de outro indivíduo. 
 
I 
IMUNOSSUPRESSÃO: supressão artificial da resposta imunológica, 
geralmente com a utilização de fármacos, para evitar a rejeição de enxertos por 
exemplo. 
 
N 
NÉFRON: Unidade funcional mais elementardo rim que corresponde o 
corpúsculo ou glomérulo renal e o túbulo renal correspondente. 
 
O 
OLIGÚRIA: diminuição da quantidade de urina emitida, que pode estar 
ligada a fatores fisiológicos ou patológicos, ligados a afecções renais ou gerais. 
 
P 
PERITONITE: inflamação do peritônio. 
 
 
 
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