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Procedimentos Técnicos em Diálise BEM-VINDOS AO EBOOK Autor(a): Uol Cursos/Ciatech Procedimentos Técnicos em Diálise 1ª Edição SÃO PAULO UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. CIATECH TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. 2022 ISBN: Todos os direitos desta edição são reservados a UOL Cursos Tecnologia Educacional ltda. e Ciatech tecnologia educacional ltda. É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios, sem autorização escrita da empresa. CIATECH TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA./ UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. Al: Barão de Limeira, 425 – 7º andar 01202-000 São Paulo - SP www.crescabrasil.com.br/ www.portaleducacao.com.br http://www.crescabrasil.com.br/ http://www.portaleducacao.com.br/ SUMÁRIO MÓDULO I 1. NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA RENAL 2. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA 3. DOENÇA RENAL CRÔNICA 4. NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA 5. LIMPEZA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO 6. PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO 6.1 Doenças infecciosas (Hepatite B, Hepatite C e HIV) 6.2 Biossegurança em diálise 7. TIPOS DE DIÁLISE 7.1 Hemodiálise 7.2 Diálise Peritoneal MÓDULO II 1. ACESSO VASCULAR PARA HEMODIÁLISE 1.1 Fístula arteriovenosa 1.2 Cuidados de Enfermagem com a fístula arteriovenosa 1.3 Cateter para hemodiálise 1.4 Cuidados de Enfermagem com o cateter para hemodiálise 2. DIALISADORES 2.1 Características 2.2 Reuso dos dialisadores 2.3 Vantagens e desvantagens do reuso 2.4 Manuseio de soluções desinfetantes 3. REUSO MANUAL PASSO A PASSO 4. ANTICOAGUALAÇÃO EM HEMODIÁLISE 5. TRATAMENTO DA ÁGUA PARA HEMODIÁLISE 5.1 Aspectos gerais do controle de qualidade da água para hemodiálise 6. INTERCORRÊNCIAS EM HEMODIÁLISE 7. HEMODIÁLISE PASSO A PASSO MÓDULO III 1. ASPECTOS GERAIS DA DIÁLISE PERITONEAL 2. BOLSAS DE DIÁLISE PERITONEAL 2.1 Características e Indicações 2.2 Cuidados com a bolsa de diálise 3. INTERCORRÊNCIAS EM DIÁLISE PERITONEAL 4. DIÁLISE PERITONEAL PASSO A PASSO MÓDULO IV 1. ÉTICA 1.1 Postura profissional 1.2 Relacionamento com os pacientes 1.3 Relacionamento com a equipe 2. ASPECTOS BIOÉTICOS EM NEFROLOGIA 3. LEGISLAÇÃO EM DIÁLISE 4. FUNÇÕES DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM 5. ASPECTOS GERAIS DO TRANSPLANTE RENAL 6. ENFERMAGEM NO TRANSPLANTE RENAL 6.1 Complicações no transplante renal MÓDULO V 1. EXAMES LABORATORIAIS 1.1 Aspectos gerais 1.2 Aspectos legais 1.3 Técnica de coleta de exame pós-hemodiálise 2. IMUNIZAÇÃO 2.1 Relacionada ao paciente 2.3 Relacionada à equipe 3. TERAPIA MEDICAMENTOSA DE SUPORTE 3.1 Importância da terapia de suporte GLOSSÁRIO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MÓDULO I 1. NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA RENAL Os rins são órgãos pares de coloração marrom avermelhada, que possuem a forma de um grão de feijão e são cobertos por uma cápsula fibromuscular. Eles estão paralelamente posicionados em relação à coluna vertebral, sobre o músculo psoas maior e se situam a altura da 12ª vértebra torácica até a 3ª vértebra lombar. Possuem cerca de 11 a 13 cm de comprimento; 5 cm de altura; 2;5 de espessura e pesam cerca de 150 gramas cada. O rim esquerdo é um pouco mais longo e maior que o direito. O rim é composto de um córtex, mais escuro e externo, e de uma medula, mais pálida e mais interna. Cada rim contém um milhão ou mais de túbulos renais epiteliais chamados de néfrons. Figura 1. Rim direito seccionado em vários pontos expondo o parênquima e a pelve renal. *Extraído de RIELLA, M.C. Princípios de nefrologia e distúrbios do equilíbrio hidroeletrolíticos. Porto Alegre, 2008. O néfron é a unidade funcional do rim e é composto por um glomérulo e por um túbulo. O glomérulo é composto por um enovelado de aproximadamente 50 capilares que são alimentados por uma arteríola aferentes e drenados pela arteríola eferente. O túbulo é dividido em três partes: o túbulo proximal, a alça de Henle e o túbulo distal. Cada néfron é independente e possui a capacidade de formar urina por si só. A urina se forma no interior dos néfrons e então segue para os ductos coletores, que se unem para formar a pelve renal de cada rim. Por sua vez, cada pelve renal origina um ureter. O ureter é um tubo muscular de aproximadamente 25 a 30 cm de comprimento que conecta o rim com a bexiga. Figura 2. Néfron. *Extraído do Manual de Treinamento em Terapia Renal Substitutiva. Rio de Janeiro: Hospital dos Servidores do Estado, 2008. A bexiga urinária é uma víscera oca que atua como reservatório para o armazenamento temporário da urina. A forma, o tamanho e a posição da bexiga variam de acordo com a idade, o sexo e a quantidade de urina que ela contém. A Capilar glomerular Arteríola eferente Arteríola aferente Capilares peritubulares Artéria interlobular Vasos retos Artéria arqueada Veia interlobular Artéria interlobar Veia arqueada Artéria lobar Veia interlobar Artéria segmental Veia renal Artéria renal FLUXO SANGUÍNEO NO RIM Aorta abdominal Veia cava bexiga vazia, em um adulto, possui a forma arredondada. Localiza-se no interior da pelve e repousa sobre o púbis. Está situada ligeiramente mais baixa na mulher que no homem. Com o enchimento, a bexiga se eleva no abdome, podendo atingir o nível do umbigo. A parede da bexiga consiste predominantemente em músculo liso, que ao relaxar, permite o esvaziamento da bexiga durante a micção. Quadro1. Esquema diagramático do fluxo sanguíneo no rim. Apenas 1% é transformado em urina 99% do filtrado é reabsorvido pelos túbulos São filtrados 125 ml/minuto (coletados pela cápsula de Bowman) SEQUÊNCIA DA FILTRAÇÃO RENAL Passam pelo rim 650 ml de sangue por minuto A uretra é um tubo que permite a passagem da urina que está na bexiga para o exterior do organismo. Possui cerca de 20 cm de comprimento nos homens e 4 cm nas mulheres. A irrigação do rim é feita por meio da artéria renal e a drenagem, pelas veias renais. As artérias renais têm origem na aorta abdominal e as veias renais transportam o sangue de volta até a veia cava inferior. A função básica do rim é limpar o plasma sanguíneo de substâncias indesejáveis ao organismo. As substâncias que precisam ser eliminadas incluem, sobretudo, os produtos finais do metabolismo, como a ureia, creatinina, ácido úrico e uratros. O mecanismo principal pelo qual o rim limpa o plasma dessas substâncias indesejáveis é a filtração. Quadro 2. Esquema da sequência de filtração renal. (Adaptado de Fermi MRV). Manual de diálise para enfermagem. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003. Outra função do rim é controlar a constituição de água e eletrólitos como potássio, cálcio, fósforo, hidrogênio no organismo. A pressão do sangue no glomérulo provoca a filtração do plasma na cápsula de Bowman. O líquido filtrado pelo glomérulo é chamado de filtrado glomerular. A composição deste filtrado é semelhante à do plasma, com exceção das proteínas e dos elementos do sangue. O filtrado glomerular flui pelo túbulo proximal, alça de Henle, Túbulo distal, túbulo coletor e, finalmente, libera o conteúdo na pelve do rim. À medida que o filtrado glomerular flui pelos túbulos, a maior parte de sua água e seus vários solutos é reabsorvida pelos capilares peritubulares. A água e os solutos que não são reabsorvidos transformam-se em urina. O rim também atua na produção de hormônios. A eritropoetina (EPO) também pode ser chamada de fator estimulante eritropoético. Esse hormônio age estimulando a medula óssea na eritropoese. O paciente com patologia renal crônica apresenta déficit dessehormônio, tornando sua reposição necessária para quase a totalidade dos pacientes com insuficiência renal crônica. A principal fonte de cálcio no organismo é a dieta (principalmente o leite e seus derivados). O cálcio é um íon de muita importância para o organismo. Quando a concentração desse íon no sangue cai abaixo dos níveis normais (hipocalcemia), as fibras nervosas tornam-se tão excitáveis que começam a sofrer descargas espontâneas, iniciando impulsos nervosos sobre os musculosesqueléticos, o que causa a contração tetânica. Em geral, a hipocalcemia aguda no ser humano não causa nenhum outro efeito significativo porque o paciente morre antes de outros sintomas aparecerem. Quando os níveis de cálcio no sangue se elevam acima do normal (hipercalcemia), ocorrem depressão do sistema nervoso central e diminuição dos reflexos do sistema nervoso central. O organismo tem de manter os níveis de cálcio no sangue dentro da normalidade; entretanto, esse íon é pouco absorvido pelo trato intestinal em virtude de sua insolubilidade. A vitamina D possui potente efeito no aumento da absorção de cálcio pelo trato intestinal. Contudo, a vitamina D propriamente dita não é a substância ativa responsável por esse efeito. A vitamina D deve ser convertida primeiramente pelo fígado e por último, pelos rins, em uma substância ativa chamada 25- hodroxicolecalciferol. Portanto, a substância ativa responsável pela absorção de cálcio pelo organismo depende muito desses órgãos. Na ausência dos rins a vitamina D é quase que totalmente ineficaz. A desordem desse íon pode acarretar outras patologias secundárias como hiperparatireodismo. 2. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA A insuficiência renal aguda (IRA) é a perda súbita da função renal provocando o acúmulo de escórias no organismo. A IRA possui diferentes causas. Para seu tratamento, são utilizadas terapias dialíticas para substituir a função renal perdida subitamente e/ou diminuir o comprometimento causado pela patologia de base. O tratamento da IRA tem como objetivo, controlar o volume de líquidos no organismo e os níveis de pressão arterial, prevenir infecções e alterar hábitos alimentares contribuindo assim para a reabilitação do equilíbrio do paciente. Para alcançar os objetivos do tratamento, empregam-se a hemodiálise, diálise peritoneal, ou determinadas modalidades de terapias dialíticas distintas das anteriormente descritas. São elas: ▪ Terapia renal substitutiva intermitente (TRSI): qualquer terapia extracorpórea de depuração sanguínea indicada para substituir a ausência da função renal, seja parcial ou total, aplicada por período menor que 12 h/dia; ▪ Terapia renal substitutiva contínua (TRSC): idêntica a TRSI, porém, é aplicada por período prolongado de tempo, durante 24 h/dia; ▪ Hemodiálise contínua (HDC): o tratamento procede de maneira ininterrupta, 24h por dia, com fluxos de sangue (100 a 150mL/min.) e de solução de diálise (0,5 a 2 L/h) oferecendo menor instabilidade hemodinâmica no paciente. ▪ Hemodiafiltração contínua: é a diálise com a capacidade de depuração dos hemofiltros alterada por uma membrana de alto fluxo; ▪ Hemodiálise diária estendida (HDDE): solutos e água são transportados por meio de uma membrana de baixo fluxo, semipermeável artificial (celulose ou sintética) para o dialisato, a duração é inferior a 12 horas; ▪ Hemodiálise sustentada de baixa eficiência (HDSBE): solutos e água são transportados por meio de uma membrana de baixo fluxo, semipermeável (celulose ou sintética) para o dialisato, a duração é de 12 horas; ▪ Ultrafiltração isolada contínua (UFIC): processo de remoção de líquidos, contínuo, por meio de uma membrana de baixa permeabilidade; ▪ Ultrafiltração isolada (UFI): processo agudo de remoção de líquidos por meio de uma membrana de baixa permeabilidade sem o uso de dialisato; ▪ Hemoperfusão (HP): o sangue é exposto a uma substância com propriedades adsortivas (carvão ativado, proteína A ou material sintético) com a finalidade de remover fármacos, toxinas, solutos ou outras substâncias. O balanço hídrico não é alterado e não exige a reposição de solutos. 3. DOENÇA RENAL CRÔNICA A doença renal crônica (DRC) é a fase final de diversas patologias renais, sendo, muitas vezes, somente diagnosticada a partir de sintomatologia urêmica. É definida pela presença destes sintomas por mais de três meses e redução gradual da excreção de creatinina endógena e/ou evidência de diminuição de tamanho dos rins e/ou sinais de agravos oriundos da uremia crônica como: anemia, neuropatia periférica e osteodistrofia renal. A DRC está classificada em fases de acordo com o dano renal ou a perda de sua função (Tabela 6). Tabela 1 Fases Taxa de filtração glomerular Fase 1 Maior ou igual a 90 mL/min Fase 2 60-89 mL/min Fase 3 30-59 mL/min Fase 4 16-29 mL/min Fase 5 Menor que 15 mL/min Na Fase 1, embora a filtração glomerular seja normal, o dano renal é evidenciado pela presença de marcadores para nefropatia, como proteinúria por exemplo; na Fase 2, existe o dano renal associado à leve diminuição da filtração glomerular; na Fase 3, há uma perda moderada da função renal; na Fase 4, a perda da função é severa com filtração glomerular a níveis baixos; a Fase 5, também chamada de Insuficiência Renal Terminal, é caracterizada por níveis insatisfatórios de filtração (menor que 15mL/min) e necessidade de diálise. Como consequências da DRC, temos: e sódio; ▪ Hipertensão: causada pela perda do controle da excreção de líquidos ▪ Uremia: síndrome causada pelo acúmulo de ureia, que pode levar a vômitos, confusão mental, tremores, hálito urêmico (odor de urina), cansaço e diarreia; ▪ Edema: acúmulo de líquidos no espaço intracelular causado pela perda do controle da excreção de líquidos; ▪ Anemia: causada pela diminuição da produção de eritropoetina; ▪ Osteodistrofia: ocasionada pela perda da capacidade de excretar fósforo e da absorção de cálcio, e diminuição da produção de vitamina D. No diagnóstico é importante primeiramente realizar o diagnóstico diferencial entre DRC e IRA. Uma vez descartando-se a possibilidade de IRA, alguns elementos devem ser adotados para diagnosticar a DRC: ▪ História do paciente; ▪ Exame físico; ▪ Sedimento urinário (quantificação da proteinúria); ▪ Biópsia renal. A escolha do tratamento mais apropriado para o paciente envolve alguns fatores (Quadro 20). As modalidades de tratamento são: ▪ Tratamento conservador: para fases iniciais da DRC, quando é possível identificar sinais de dano renal e uremia, consiste no tratamento medicamentoso a fim de melhorar a sintomatologia e controlar os sinais presentes; ▪ Diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal); ▪ Transplante renal. Fontes energéticas para as bactérias (proteínas, gorduras, vitaminas, etc.) Temperatura entre 5°C e 65°C (ideal 37°C) Umidade Oxigênio CONDIÇÕES FAVORÁVEIS AO CRESCIMENTO MICROBIANO 4. NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA Microbiologia é o ramo da biologia que estuda os microrganismos, como as bactérias, os fungos e os vírus. A maioria dos trabalhos em microbiologia é feita com métodos de bioquímica e genética. Também é relacionada com a patologia, já que muitos organismos são patogênicos. As bactérias podem ser classificadas em dois grupos diferentes: - Benéficas – por exemplo, as que intervêm em processos de produção, como de queijos e iogurtes; - Patogênicas – que são tóxicas para o homem e podem afetar gravemente a sua saúde. No contexto hospitalar uma das maiores preocupações é em relação ao controle e prevenção de infecções, portanto a comissão de controle de infecção hospitalar deve ser vista como um grande fornecedor de dados epidemiológicos acerca da ocorrência de infecção e também, o principal divulgadorde medidas preventivas do aparecimento desses agravos. Quadro 3. Condições favoráveis ao crescimento bacteriano. Toda vez que houver suspeita de peritonite ou o líquido efluente (que é drenado da cavidade do paciente) apresentar-se turvo, o líquido das bolsas de CAPD devem ser submetidas a exame laboratorial. A peritonite em CAPD é geralmente associada com a presença de um efluente e bactérias no efluente dialisado, demonstrados pela coloração de Gram ou cultura. EXAME DE BOLSAS DE CAPD IMPORTANTE! Alguns dos microrganismos mais comumente causadores de infecção hospitalar são: ▪ Staphylococcus aureus: bactéria mais abundante nas mãos. Propaga-se por meio da manipulação de alimentos e objetos. Há medidas preventivas de infecções causadas por este organismo com: a lavagem das mãos, a desinfecção de objetos utilizados e manipulados, além de puxadores e maçanetas das portas, higienização de máquinas e equipamentos. ▪ Echerichia coli: encontrada principalmente no intestino de animais e do homem. Amplamente difundida no ambiente. Sua presença indica falta de higiene correta. Como medidas preventivas têm-se a lavagem das mãos com água e sabão (principalmente após utilização de sanitários), desinfecção correta do ambiente. 5. LIMPEZA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO Limpeza Antes de dar início a processos de desinfecção ou esterilização deve-se remover, por meio da aplicação de água, sabão ou desincrostante, toda matéria orgânica residual do artigo a ser processado (urina, fezes, secreções, etc.), a esse processo denomina-se limpeza. A limpeza dos artigos pode ser manual ou com máquinas (de lavar ou de ultrassom) que utilizam água e sabão, e produtos enzimáticos e/ou químicos. Depois de realizada a limpeza, os artigos devem ser enxaguados de maneira abundante em água corrente e seca com pano limpo/compressa. Caso o artigo necessite esterilização, deve então ser acondicionado de maneira adequada a seguir para esse processo. Os desencrostantes são substâncias capazes de remover qualquer substância orgânica de artigos hospitalares. Eles são capazes de dissolver soluções como sangue e outros restos orgânicos, porém, não possuem qualquer ação desinfetante e não são germicidas. uadro 4. Fatores que interferem na desinfecção. Adaptado de Mozachi, N. Inspecionar os materiais a fim de descartar os que não estiverem em condições de uso Encaminhar os materiais para o preparo de embalagem ou processo de desinfecção ou esterilização Secar com compressa ou pano úmido Enxaguar abundantemente ROTINA DE LIMPEZA DOS MATERIAIS Remover toda a sujeira e matéria orgânica Q O hospital: manual do ambiente hospitalar. Curitiba: Os Autores, 2005. Desinfecção É o método capaz de eliminar a maioria dos organismos causadores de doenças, com exceção dos esporos. É classificada em vários níveis e possui alguns fatores que influenciam na eficácia da sua operação. Quadro 5. Fatores que interferem na desinfecção. Adaptado de Mozachi, N. O hospital: manual do ambiente hospitalar. Curitiba: Os Autores, 2005. Quanto aos níveis, a desinfecção é classificada em: ▪ Baixo Nível: Na desinfecção de baixo nível são destruídas bactérias em forma vegetativa, alguns vírus e fungos. É eficaz, porém sobrevivem a este método esporos bacterianos, o vírus da hepatite B (HBV), vírus lentos e o bacilo da tuberculose. As soluções utilizadas neste nível são o álcool etílico, n-propílico e isopropílico, o hipoclorito de sódio e o quartenário de amônia; ▪ Alto Nível: nesse nível de desinfecção são destruídas bactérias, fungos e alguns esporos. Sobrevivem apenas alguns esporos bacterianos e os vírus lentos. As soluções adotadas são o hipoclorito de sódio, glutaraldeído, solução de peróxido de hidrogênico, cloro e compostos clorados, ácido peracético, ortophtalaldeído e água superoxidada. ▪ Mista: é o tipo de desinfecção utilizada por alguns equipamentos como máquinas de lavar roupa e louças (aquecidas com temperaturas que varia de 60° a 90°C). Limpeza prévia mal-executada Tempo de exposição ao germicida insuficiente Solução germicida com ação ineficaz Temperatura e pH do processo FATORES QUE INTERFEREM NA EFICÁCIA DA DESINFECÇÃO ▪ Médio Nível: promove desinfecção contra os mesmos tipos que a desinfecção de baixo nível, porém é eficaz também contra o bacilo da tuberculose, a maioria dos vírus e fungos. Sobrevivem a esse método, os esporos e os vírus lentos. As soluções utilizadas são o álcool etílico (70%) e isopropílico (92%), hipoclorito de sódio, fenólicos e iodóforos. ▪ Não definido: engloba métodos como passar a ferro (aplicar calor seco), água fervente por 30 minutos, pastilhas de formaldeído. O nível irá depender da concentração dos germicidas e da temperatura aplicada. Esterilização É o método que destrói todos os organismos patogênicos (bactérias, fungos, esporos e vírus) mediante a aplicação de agentes físicos, químicos e físico- químicos. Na escolha do método de esterilização é avaliado o material a ser submetido ao processo, considerando sua natureza e a resistência do mesmo a calor, vapor ou ambos. Esterilizantes físicos: autoclaves, estufas, pasteurizadoras, radiação ultravioleta, raios Gama, flambagem; Esterilizantes químicos: aldeídos (glutaraldeído, formaldeído), ácido peracético (utilizado no reprocessamento de dialisadores); Esterilizantes físico-químicos: esterilizadoras a óxido de etileno, e plasma de peróxido de hidrogênio. 6. PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO As infecções são a segunda maior causa de óbitos dos pacientes em diálise no Brasil e a principal causa de internação hospitalar de pacientes com doença renal crônica em programas de substituição da função renal. O grande número de infecções ocorre pela realização constante, e em grande número, de procedimentos invasivos além de distúrbios imunológicos, seja por fatores orgânicos (linfócitos e granulócitos em baixa por causa do acúmulo de toxina urêmica, desnutrição e deficiência de Vitamina D) ou por bioincompatibilidade de materiais utilizados nos procedimentos. Os maiores agentes causadores de infecção em pacientes renais são microrganismos da flora bacteriana da sua própria pele que, eventualmente, contaminam equipamentos e soluções. 6.1 Doenças infecciosas (Hepatite B, Hepatite C e HIV) ▪ Hepatites: os vírus da hepatite B (HBV) e da Hepatite C (HCV) são os mais prevalentes nos pacientes em terapia renal substitutiva. A identificação sorológica deve ser realizada a fim de identificar os pacientes portadores e isolá-los dos pacientes suscetíveis para prevenir novas contaminações, comumente chamada de soroconversão. (I) HBV: A exposição ao vírus da hepatite B ocorre devido ao reprocessamento de dialisadores, equipamentos, equipe e transfusões sanguíneas (quando indicadas) além da tendência à baixa imunidade associada à uremia. A prevenção da transmissão do vírus em pacientes submetidos à hemodiálise se faz por meio da implementação de medidas de precaução universal, além de vacinação de pacientes que iniciam o tratamento e apresentam HBsAg e anti-HBs negativos (controle do HBsAg e anti-HBs são feitos com base na legislação vigente, semestralmente). É recomendada a vacinação de todos os pacientes com doença renal crônica contra hepatite B. Para a imunização é realizada dose dupla da vacina, pois a resposta vacinal nesse grupo é baixa; (II) HCV: Atualmente a prevalência de hepatite C é maior entre os pacientes dependentes de hemodiálise do que na população em geral. Entre os fatores de risco estão o tempo de tratamento hemodialítico, transmissão vias componentes sanguíneos, transmissão paciente-pacientepor meio de equipamentos e materiais compartilhados. Não é recomendado o isolamento de pacientes com HCV. Recomenda-se que o reuso dos dialisadores de portadores do HCV seja em sala separada e as máquinas de diálise sejam desinfetadas entre cada turno além da adoção de medidas de precaução universal; ▪ HIV: os fatores de risco para esta infecção em pacientes em tratamento hemodialítico englobam as transfusões sanguíneas, transplante renal, contato sexual ou compartilhamento de agulhas (em caso de abuso de drogas). Melhorias nas práticas no controle de infecções nos centros de diálise diminuíram a prevalência de HBV e HCV, porém a prevalência de pacientes infectados com HIV tem aumentado. Esse aumento se deve ao próprio aumento da população geral infectada pelo HIV, já que não há registro de transmissão horizontal desse vírus. Como medida de controle, o Ministério da Saúde, recomenda o descarte do circuito de diálise após a sessão de hemodiálise. 6.2 Biossegurança em diálise Nos serviços de diálise pacientes e funcionários estão sujeitos à infecção. Sendo assim, a preocupação com a sua prevenção e controle é foco constante dos profissionais e gestores que devem seguir os protocolos estabelecidos na RDC nº 154, que é o Regulamento Técnico para o Funcionamento dos Serviços de Diálise publicado pelo Ministério da Saúde. Em seu texto há uma determinação para que todos os centros de diálise formulem um Programa de Controle e Prevenção de Infecções e Eventos Adversos, de acordo com a legislação do Programa de Controle de Infecção Hospitalar do Ministério da Saúde, e sob a responsabilidade do médico ou do enfermeiro do serviço de diálise. Alguns fatores são importantes de serem observados pela equipe atendo as rotinas estabelecidas para o controle e prevenção de infecções. Entre eles: o RELEMBRANDO... Todos os pacientes devem ser considerados potenciais portadores de doenças transmissíveis. O profissional deve adotar uma postura de modo a não se infectar ou ser transportador de doenças para outros pacientes ou seus familiares. Hepatite B e C, citomegalovírus, HIV, sífilis, herpes, são infecções evitadas com o simples uso de medidas de precaução universal (lavagem das mãos, luvas, óculos de proteção, avental e descarte de material perfurocortante) monitoramento da água (qualidade, tratamento, armazenagem e distribuição da água tratada), monitorização das máquinas de diálise (verificação da eficácia dos processos de desinfecção automática e a desinfecção externa), avaliação da solução de diálise e observação do uso correto de medidas de precaução universal. 7. TIPOS DE DIÁLISE Serão descritas a seguir as modalidades de terapia dialíticas mais amplamente utilizadas para casos de IRA e DRC. 7.1 Hemodiálise A diálise é um processo no qual a composição do soluto de uma solução (solução A) é modificada pela exposição à outra (solução B) utilizando-se, para isto, uma membrana semipermeável. Podemos considerar a membrana como sendo uma superfície contendo poros por onde as moléculas de água e de solutos com baixo peso molecular, presentes nas soluções A e B, conseguem passar e se misturar, enquanto moléculas maiores não conseguem atravessar a membrana. Na hemodiálise, a membrana semipermeável está no dialisador. Para ocorrer essa passagem da solução A para o lado da membrana onde se encontra a solução B e vice-versa, os solutos capazes de atravessar a membrana se utilizam de dois mecanismos difusão e ultrafiltração. O sangue para hemodiálise é proveniente de um acesso vascular (cateter venoso, fístula arteriovenosa ou prótese) e impulsionado para o circuito extracorpóreo por uma bomba. No circuito o sangue entra em contato com a membrana semipermeável do dialisador onde ocorrem as trocas entre o sangue e o dialisado. A difusão de solutos entre o sangue e a solução de diálise resulta na remoção das escórias metabólicas e na reposição de solutos como o bicarbonato. Para a remoção eficaz das escórias, o sangue é bombeado por meio do circuito com um fluxo de 300 a 500mL/ min, enquanto o dialisato flui em direção contrária, com fluxo de 500 a 800mL/ min. O bicarbonato utilizado na composição do dialisato tem a finalidade de tampão. Na composição do dialisato, as concentrações das substâncias levam a perdas das mesmas que se encontram em maior quantidade no sangue do paciente. Atualmente é grande a variedade de máquinas de hemodiálise disponível no mercado, diversos modelos com variáveis técnicas e financeiras que influenciam diretamente na escolha do equipamento pelos gestores de centros de diálise e instituições hospitalares. Diante da variedade, há normatização técnica em relação aos equipamentos necessários e ao funcionamento de uma unidade de diálise, com objetivo de manter a eficiência e a segurança do tratamento hemodialítico. Essas normas preconizam alguns itens e funções obrigatórias para os aparelhos de diálise, são elas: ▪ Condições de realizar diálise com solução de bicarbonato de sódio; ▪ Monitores de temperatura e de pressão do compartimento de sangue e de diálise; ▪ Monitor de condutividade e de ruptura de membrana; ▪ Detector de bolhas; ▪ Módulo de ultrafiltração; ▪ Sistema de bypass da solução de diálise. O aparelho para hemodiálise se divide em circuito de sangue e circuito de solução de diálise (“banho”) que se encontram no dialisador, o circuito de sangue preenchendo a câmara interna e o circuito de diálise preenchendo a câmara externa (Figura 3). Figura 3. Exemplo de aparelho para hemodiálise Disponível em: <www.nefroclinica.med.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. O circuito de sangue se inicia no acesso vascular (fístula arteriovenosa ou cateter), é bombeado por meio do equipo de infusão de sangue arterial (linha arterial) até o dialisador e, então, o sangue retorna para o paciente por meio do equipo para infusão de sangue venoso (linha venosa). O sistema possui diversas câmaras, portas laterais e monitores ligados aos equipos de infusão arterial e venosa que são utilizados para infundir solução de heparina e salina, para medir as pressões e para detectar a entrada de ar no circuito (Figura 4). O circuito de diálise inclui o sistema de aporte de solução de diálise, que forma a solução de diálise on-line a partir da água purificada e concentrada, e logo após bombeia a solução por intermédio de vários monitores que asseguram que a solução de diálise está de acordo com os padrões de temperatura, concentração de sais dissolvidos e não está sendo exposta ao sangue. http://www.nefroclinica.med.br/ http://www.nefroclinica.med.br/ Figura 4. Esquema do sistema de hemodiálise. Disponível em: <www.nefroclinica.med.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. É recomendado que todos os equipamentos sejam testados antes de seu uso, limpos internamente com solução desincrostante e desinfetados com agentes químicos ou calor respeitando as orientações do fabricante e as normas da comissão de controle de infecção da instituição. Após cada turno de diálise deve-se realizar a desinfecção das máquinas de hemodiálise. 7.2 Diálise Peritoneal A diálise peritoneal é uma modalidade de terapia de substituição da função renal utilizada para pacientes portadores de insuficiência renal aguda ou doença renal crônica que consiste em um processo de filtração do sangue em que é removido o excesso de água e substâncias que não são aproveitadas e que deveriam ser eliminadas pelo organismo por meio da urina. Para ocorrer, a diálise peritoneal utiliza o revestimento do interior do abdômen (membrana peritoneal) como membrana semipermeável para filtrar o sangue (Figura 5). http://www.nefroclinica.med.br/ http://www.nefroclinica.med.br/ Figura 5. Princípios de diálise peritoneal. Disponível em: <www.kidney.ab.ca>.Acesso em: 10 de Junho de 2009. A membrana peritoneal é ricamente vascularizada e todo o sangue que nela circula carrega o excesso de substâncias que devem ser eliminadas como potássio, ureia, entre outras. Para que ocorra a filtração as escórias, um líquido especial (solução de diálise) é infundido no abdômen por meio de um cateter implantado. Por possuir uma composição especial, a qual promove gradiente de concentração, em geral a glicose, este líquido tem por finalidade transferir as escórias presentes no sangue do paciente para a solução de diálise. Passadas algumas horas, esta solução é drenada do abdômen e substituída por uma nova solução que permanecerá no abdômen também por mais algum período de tempo para que o processo de purificação seja repetido. O cateter utilizado para infundir a solução dialisadora e drená-la é inserido, por intermédio de Cateter Cavidade peritoneal Peritônio http://www.kidney.ab.ca/ uma pequena cirurgia, próximo da cicatriz umbilical, alguns dias antes da primeira diálise. O cateter permanece implantado permanentemente. A diálise peritoneal é indicada para pacientes com Insuficiência renal aguda e crônica que não queiram se submeter à hemodiálise e transplante renal, em situações de intoxicações exógenas causadas, por exemplo, pelo uso de barbitúricos, em estados de hipervolemia com comprometimento cardiovascular, e em tratamento de hipotermia ou pancreatite hemorrágica, pois a lavagem peritoneal poderá ser benéfica. A contraindicação é absoluta quando o paciente sofre de Insuficiência respiratória severa, obstrução intestinal, hérnias, perfuração diafragmática e que tenha feita cirurgia recente que necessite de drenagem abdominal. Há também contraindicações relativas quando o paciente fez recentemente algum tipo de cirurgia abdominal, sofre de Insuficiência respiratória subjacente que necessite de intervenção mecânica na respiração, tem íleo adinâmico, tumores abdominais, peritonite, prótese aórtica recente. ------------------ FIM DO MÓDULO I --------------------- Artéria radial Veia cefálica ÓDULO II 1. ACESSO VASCULAR PARA HEMODIÁLISE A necessidade de acesso vascular para hemodiálise pode ser permanente (fístula arteriovenosa) ou temporária (cateter). Tipos de acesso vascular para hemodiálise: 1.1 Fístula arteriovenosa A fístula arteriovenosa (FAV) é uma anastomose subcutânea de uma artéria e uma veia, que promove, ao longo de vários meses, uma dilatação de seu ramo venoso e o espessamento das paredes desse vaso, permitindo assim que seja suportado o número repetitivo de punções que serão realizadas e fornecendo o fluxo sanguíneo adequado para a HD. Incisão transversa Artéria ulnar Fístula arteriovenosa Figura 6. Fistula arteriovenosa (FAV). Disponível em: <www.urologia.com.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. http://www.urologia.com.br/ http://www.urologia.com.br/ Para que seja realizada a primeira punção da FAV, é necessário aguardar aproximadamente seis semanas. É nesse período de tempo que ocorre a dilatação da artéria que nutre a veia, promovendo então sua dilatação. Vantagens: Possui maior durabilidade; Baixo índice de infecção e trombose; Promove liberdade de movimentos e ação; Maior segurança. Desvantagens: Isquemia de extremidade; Necessita de tempo para estar em condições de uso; Baixo fluxo e espasmo; Trombose venosa parcial ou total; Surgimento de aneurisma; Pode haver dor no momento da punção; Hematomas. Orientações: Realizar exercícios de apreensão e extensão; Manter o local limpo e seco; Não usar o membro da FAV para carregar peso, aferir pressão arterial ou colher sangue para exames; Observar sinais de infecção. 1.2 Cuidados de Enfermagem com a fístula arteriovenosa Lavar os braços antes de cada tratamento, com água e sabão, e secá-los com papel toalha são tarefas do paciente antes de cada sessão e a equipe de enfermagem deve checar se esta recomendação está sendo seguida e avaliar a IMPORTANTE! No membro da FAV não se deve: Verificar pressão arterial Realizar punção que não seja a da própria FAV técnica utilizada, orientando quanto à realização correta quando verificada falha na técnica. Outros cuidados de enfermagem relacionada à FAV são: ▪ Antissepsia: limpeza do membro da FAV solução antisséptica segundo protocolo da instituição. Utilizar técnica asséptica durante a punção; ▪ Alternagem dos pontos de punção: os locais de posicionamento das agulhas, na punção da FAV, devem ser alternados a cada sessão para evitar a formação de aneurismas; ▪ Punção arterial: deve ser realizada cerca de 3 cm de distância do local da anastomose para evitar trombose da FAV; ▪ Punção venosa: deve ser afastada 5 cm da punção arterial para evitar a recirculação sanguínea; ▪ Fixação das agulhas: tem a função de evitar traumatismos e sangramentos. Devem ser fixadas no membro do paciente. ▪ Extravasamento sanguíneo: ocorrendo o extravasamento pré ou transdiálise deve-se comprimir o local da punção e aplicar gelo; ▪ Curativos: devem ser mantidos secos e limpos sendo compressivos, porém jamais devem ser circulares. 1.3 Cateter para hemodiálise O Cateter de Duplo Lúmen (CDL) constitui o acesso vascular temporário mais utilizado para hemodiálise. O acesso é estabelecido por meio da inserção percutânea em uma veia calibrosa (Figuras 7, 8 e 9). Os locais mais comuns de inserção do CDL são a veia subclávia, femoral e jugular interna e sendo esta, a veia de primeira escolha. Figura 7. Cateter duplo lúmen Figura 8. Cateter duplo lúmen Figura 9. Cateter triplo lúmen para hemodiálise. para HD com extensões curvas. para hemodiálise. Disponível em: < www.biomedical.ind.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. Observa-se o relato de desconforto e dor pelos pacientes com acesso em subclávia e o risco aumentado de infecção no local de inserção do CDL quanto está é implantada em veia femoral. Este é um acesso temporário bastante utilizado em pacientes com IRA, DRC sem acesso permanente disponível, indicação urgente de HD e casos de perda do acesso definitivo. Vantagens: Indolor durante a sessão de diálise; Produz baixa resistência venosa; Pode ser utilizado imediatamente após instalação. http://www.biomedical.ind.br/ Desvantagens: Maior risco de infecção; Maior risco de trombose; Alto índice de recirculação. 1.4 Cuidados de Enfermagem com o cateter para hemodiálise Os cuidados com o CDL são: ▪ Curativos: devem ser realizados, pelo enfermeiro, antes de cada sessão com solução antisséptica de escolha da instituição. Deve-se manter o curativo fechado durante e após a HD; ▪ Lavagem das vias: deverá ser realizada, com soro fisiológico, ao final de cada sessão para retirada de qualquer coágulo que possa existir no percurso do CDL; ▪ Uso de anticoagulantes: ao final de cada sessão deve ser administrada uma dose de heparina pura em cada via do cateter. A quantidade varia de acordo com as características do CDL; ▪ Retirada do anticoagulante: deve ser feita a aspiração da heparina de cada via do CDL (administrada na sessão anterior) antes da utilização do CDL para evitar assim uma superdosagem para o paciente durante a sessão. 2. DIALISADORES Os dialisadores são também chamados de “filtros” ou “capilares”. São constituídos por um cilindro dividido em duas partes (Figura 10): ▪ Câmara interna: nesta parte ficam as membranas capilares semipermeáveis que será preenchida com o sangue do paciente; ▪ Câmara externa: Esta parte abriga o dialisato para que este entre em contato com o sangue que flui na parte interna das membranas capilares semipermeáveis que flui em direção contrária, no interior da câmara interna.Figura 10. Dialisador. Disponível em: <www.nephrocare.com>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. 2.1 Características As membranas existentes para os dialisadores possuem duas naturezas: ▪ Celulósicas: Cuprofane, acetato celulose e triacetato celulose; ▪ Sintéticas: Polisulfona, hemophan. São mais compatíveis com o organismo. Possuem ainda duas variações relacionadas com a função: ▪ Membranas de Alto Fluxo: São os dialisadores CA170, CA210 e F8. Possuem alta capacidade de ultrafiltração, porém o alto clearance de ureia nem sempre é observado. Esses dialisadores devem ser utilizados em máquinas de ultrafiltração controlada. ▪ Membranas de alta eficiência: são os dialisadores do tipo F60, F80 e CT 190. Possuem alto clearance por ter maior superfície e alta capacidade de ultrafiltração. Promovem grande remoção de drogas como, por exemplo, vancomicina. http://www.nephrocare.com/ http://www.nephrocare.com/ A capacidade de remoção de moléculas pequena e médias por meio da membrana de um dialisador é chamada de clearance. Geralmente, o clearance disponibilizado pelo fabricante do dialisador é maior que o obtido na hemodiálise. O clearence é influenciado pelo tamanho da fibra do dialisador. Dialisadores com coeficiente de ultrafiltração maior que 8.0 devem ser utilizados apenas em aparelhos de ultrafiltração. 2.2 Reuso dos dialisadores O reprocessamento de dialisadores permite a reutilização de dialisadores e linhas de sangue de forma segura. É permitido e regulamentado pelo Ministério da Saúde, exige treinamento específico, pode ser manual ou automatizado, tem normas rígidas quanto à segurança para pacientes e funcionários “reusistas”. O número de vezes que o dialisador pode ser reprocessado é estabelecido pelo Ministério da Saúde pelo modo empregado, (manual 12 vezes e automatizado 20 vezes). Dialisadores de pacientes infectados por HIV ou com sepse não devem ser reprocessados. Deve-se ter uma sala separada para o reprocessamento de dialisadores de pacientes portadores do vírus da hepatite C (HCV). É necessário certificar a capacidade ou volume do enchimento (priming) de um dialisador para avaliar sua eficácia, jamais se deve utilizar um dialisador que, após ter sido reprocessado, tenha uma perda de 20% do priming em relação ao valor inicial. 2.3 Vantagens e desvantagens do reuso A principal vantagem do reuso de dialisadores é a diminuição dos custos com a HD permitindo o uso de dialisadores mais avançados trazendo benefícios aos pacientes por produzir menores efeitos de ativação do sistema imune pela diminuição da exposição a resíduos de produtos provenientes do processo de esterilização industrial dos dialisadores novos. Como desvantagens têm: ▪ Exposição do paciente e equipe a riscos devido à manipulação e contato com produtos químicos, o que pode causar reações; ▪ Aumento do potencial para contaminação do dialisador por bactérias e endotoxinas; ▪ Perda da eficiência do dialisador; ▪ Potencial risco de transmissão de infecção entre dialisadores durante o processo de reuso. 2.4 Manuseio de soluções desinfetantes O uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) neste setor é obrigatório e constituem importante proteção contra eventuais intoxicações com gases emitidos pelas soluções esterilizantes que são altamente tóxicas. 3. REUSO MANUAL PASSO A PASSO 1º PASSO Manter a pressão abaixo de 20psi. 2º PASSO Passar um Flush de água no compartimento interno do dialisador. 3º PASSO Passar um Flush de água no compartimento externo do dialisador. 4º PASSO Colocar o dialisador sob pressão por aproximadamente 10 minutos. 5º PASSO Preencher com água o compartimento interno do dialisador. 6º PASSO Medir o priming do capilar. 7º PASSO ▪ Preencher o compartimento interno e externo do dialisador com solução esterilizante, removendo todo o ar do sistema visando não permitir a proliferação de microrganismos presentes nestes espaços. ▪ Manter fechado com solução esterilizante, no tempo preestabelecido pelo fabricante. Repita o procedimento girando agora a parte venosa do dialisador de um lado para outro enquanto o soro circula pelo mesmo. ***Fotos extraídas do Manual de Treinamento em Terapia Renal Substitutiva. Rio de Janeiro: Hospital dos Servidores do Estado, 2008. 4. ANTICOAGUALAÇÃO EM HEMODIÁLISE A anticoagulação sistêmica no paciente visa impedir a coagulação no acesso vascular, o que impediria o bom fluxo sanguíneo essencial para realização da hemodiálise. Utilizam-se anticoagulantes no circuito extracorpóreo para evitar a formação de coágulos no acesso vascular. A anticoagulação do circuito tem ainda a finalidade de garantir que o sangue no circuito extracorpóreo não coagule. PARA MELHORAR O REUSO Garanta a dose correta de heparina e mantenha. Ao desligar o paciente gire a parte arterial do dialisador de um lado para outro enquanto o soro circula pelo mesmo. FATORES QUE FAVORECEM A COAGULAÇÃO DO SANGUE NO CIRCUITO EXTRACORPÓREO Baixo fluxo sanguíneo Hematócrito elevado Quadro 6. Modalidades de anticoagulação. O anticoagulante mais utilizado é a heparina. Muitos são os fatores que podem favorecer a formação de coágulos. A coagulação pode ocorrer no acesso vascular (cateter vascular) obstruindo um ou mais vasos de modo parcial ou total. MODALIDADES DE ANTICOAGULAÇÃO Sistêmica Parcial Intermitente: Dose única: feita no início da HD no trajeto venoso; Dose fracionada: feita no início (trajeto venoso) da HD e na 2ª hora (trajeto arterial). Usada em pacientes com alto risco de sangramento; Usada dose inicial menor, verificando o tempo de coagulação para mantê-lo acima de 20 segundos. Contínua: Feita, por meio de bomba infusora, de modo contínuo no trajeto arterial. Quadro 7. Fatores que favorecem a coagulação sanguínea no circuito extracorpóreo. *Extraído de DAUGIRDAS, J.T. Manual de Diálise. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. A anticoagulação deve ser fácil de ser empregada e possuir eficácia durante todo o dia, prolongar o tempo de utilização do dialisador e diminuir o aparecimento de efeitos colaterais. Deve, ainda, não permitir a formação de coágulos, porém a dose indicada de acordo com o paciente e o tipo de circuito extracorpóreo tem de ser respeitada, pois, a anticoagulação excessiva ainda tem sido observada em cerca de 30% dos pacientes em hemodiálise. A coagulação do sangue no circuito extracorpóreo tem relação com a adesão plaquetária e os anticoagulantes agem diretamente sobre a cascata de coagulação impedindo o agrupamento destas células. Como este é um fator individual e o tempo de coagulação varia de uma pessoa para outra, as doses de anticoagulante para manter o circuito pode variar assim como o tipo de anticoagulação empregada no sistema. Caso seja verificado algum coágulo na linha arterial, deve-se interromper a continuidade da diálise desconectando o sistema sem realizar a devolução do sangue ao paciente. O circuito com o coágulo é desprezado e o processo deve ser reiniciado a partir da montagem de um novo circuito, aumentando também os custos para a instituição. É importante ressaltar que a administração de soluções no circuito Taxa de ultrafiltração alta Recirculação no acesso de diálise Transfusão de hemoderivado e de sangue intradialítico Infusão intradialítica de lipídios Uso de câmaras de gotejamento SINAIS DE COAGULAÇÃO DO CIRCUITO EXTRACORPÓREO Coloração do sangue extremamente escura Estrias negras ou sombras no dialisador Espuma com formação de coágulo subsequente nas câmaras de gotejamento e na retenção venosa Enchimento rápido dos monitores do transdutorcom sangue IMPORTANTE! A medicação que anula o efeito da heparina é o SULFATO DE PROTAMINA de diálise deve estar restrita a anticoagulantes ou líquidos de reposição hídrico- eletrolítica. Quadro 8. Sinais de coagulação do circuito extracorpóreo. *Extraído de DAUGIRDAS, J.T. Manual de Diálise. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. É importante a manutenção da integridade do circuito, bem como fluxos sanguíneos e do dialisato para garantir a eficácia das ações de anticoagulação adotadas. Entre outros aspectos, a monitoração da ultrafiltração, do balanço de fluidos e da reposição da volemia para o paciente também devem ser observadas. 5. TRATAMENTO DA ÁGUA PARA HEMODIÁLISE Numa sessão de hemodiálise, cada paciente tem contato com cerca de 120 a 200 litros de solução de diálise. As substâncias presentes na água que tentam passar pela membrana do dialisador podem ter acesso direto à corrente sanguínea do paciente, é por isso que há um rígido controle na qualidade da água utilizada na HD. Os sistemas de tratamento de água para HD são: ▪ Deionizador: tem custo elevado; composto por várias colunas em série, uma de areia de variados tamanhos de grãos, uma de carvão, uma de resina catiônica, uma de resina aniônica e filtros microporosos; é muito eficaz contra os contaminantes iônicos, mas, representam alto risco para contaminação microbiológica (Figura 11). Figura 11. Deionizador. Disponível em: <www.ipabras.com.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. ▪ Osmose reversa: mais comum; oferece água de melhor qualidade; composto por várias colunas em série, uma de areia de vários tamanhos de grãos, uma de carvão e uma de abrandador; a água é transferida de um compartimento para outro por meio da diferença de pressão hidrostática e osmótica, utilizando uma membrana semipermeável; retêm 90 a 99% de elementos minerais e 95 a 99% dos elementos orgânicos (Figura 12). Para realização de HD externas aos centros de diálise, utiliza-se a osmose reversa portátil (Figura 13). http://www.ipabras.com.br/ http://www.ipabras.com.br/ Figura 12. Osmose reversa. Disponível em: <www.ipabras.com.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. Figura 13. Osmose reversa portátil. Disponível em: <www.ipabras.com.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. O reservatório de água dos centros de diálise deve ser constituído por material atóxico, não deve possuir cantos e o fundo deve ser cônico a fim de permitir seu total esvaziamento. A tubulação deve ser do mesmo material do reservatório, sem pontos cegos e deve possuir ainda um sistema de recirculação da água tratada – a água deve estar em constante movimentação. (Figura 14) Para desinfecção do reservatório recomenda-se o uso de hipoclorito a 0,1%, seguido de enxágue até que o teste residual para o produto apresente resultado negativo. A periodicidade deve ser mensal. http://www.ipabras.com.br/ http://www.ipabras.com.br/ http://www.ipabras.com.br/ http://www.ipabras.com.br/ Figura 14. Reservatório de água. Disponível em: <www.ipabras.com.br>. Acesso em: 10 de Junho de 2009. 5.1 Aspectos gerais do controle de qualidade da água para hemodiálise A seguir estão listadas os contaminantes mais comuns encontrados na água e que podem representar perigo aos pacientes. Seus efeitos no organismo podem variar de leves náuseas atingindo níveis fatais de complicações: ▪ Alumínio: é adotado, por muitos sistemas municipais de tratamento de água, como agente floculador, removendo partículas suspensas incapazes de serem filtradas; ▪ Cloramina: evita a proliferação bacteriana na água; ▪ Fluoreto: no Brasil, é adicionado à água para evitar a deterioração dos dentes; ▪ Cobre e Zinco: podem estar presentes na água por sua eliminação de canos e equipamentos constituídos ou compostos por esses elementos; ▪ Bactérias e Endotoxinas: uma vez que as substâncias adicionadas ao abastecimento de água para prevenir a proliferação bacteriana são removidas pelo sistema de purificação da água do aparelho de diálise, aumenta a susceptibilidade de contaminação microbiológica por bactérias e endotoxinas. http://www.ipabras.com.br/ http://www.ipabras.com.br/ 6. INTERCORRÊNCIAS EM HEMODIÁLISE Embolia gasosa: Causada pela entrada, em grande quantidade, de ar no sistema por baixo fluxo arterial, ruptura do circuito de sangue e/ou frasco de soro vazio ou perfurado. Seus sinais e sintomas são: ▪ Tosse seca; ▪ Dispneia; ▪ Mal-estar; ▪ Pressão no peito; ▪ Cianose; ▪ Convulsão; e ▪ Parada cardíaca. A conduta é: ▪ Interromper a HD; ▪ Instalar O2 sob cateter ou máscara; ▪ Colocar o paciente na posição de “Trendelemburg”; ▪ Recircular o sangue; e ▪ Comunicar a equipe médica. Síndrome do desequilíbrio: Causada por HD’s iniciais agressivas, erros na composição do banho, alto fluxo de diálise e dialisadores de grandes áreas. Seus sinais e sintomas são: ▪ Cefaleia; ▪ Náuseas; ▪ Hipertensão; ▪ Confusão mental; ▪ Espasmos musculares; ▪ Convulsão e coma. A conduta é: ▪ Interromper a HD; ▪ Instalar O2 sob cateter nasal ou máscara; ▪ Recircular o sangue; e ▪ Comunicar a equipe médica. Reação pirogênica: Causada pela assepsia incorreta durante a HD ou contaminação por endotoxina bacteriana, no circuito de água do equipamento. Seus sinais e sintomas são: ▪ Tremores; ▪ Calafrios; ▪ Febre; e ▪ Náusea. A conduta é: ▪ Interromper a HD; ▪ Comunicar ao enfermeiro para que ele realize coleta de hemocultura e comunique a equipe médica; ▪ Trocar o sistema, se necessário. Hipersensibilidade à solução esterilizante: É causada pela presença de resíduos da solução esterilizante no circuito, por tempo de recirculação insuficiente ou lavagem inadequada das linhas. Seus sinais e sintomas são: ▪ Pressão no peito; ▪ Dor em queimação no local do acesso; ▪ Edema de face e glote; ▪ Dormência nos lábios; ▪ Cefaleia; ▪ Hipotensão; ▪ Dispneia; ▪ Convulsão; e ▪ Parada cardiorrespiratória. A conduta envolve: ▪ Interromper a HD; ▪ Instalar O2 sob cateter nasal ou máscara; ▪ Comunicar o enfermeiro; e ▪ Comunicar a equipe médica. Hemólise: A hemólise em HD é causada pela baixa concentração do banho de diálise (solução de diálise hipotônica) ou banhos em temperaturas extremas, ou muito frio ou muito quente. Os sinais e sintomas dessa intercorrência envolvem: ▪ Dor abdominal; ▪ Sangue com aspecto de vinho; ▪ Cianose; e ▪ Febre. A conduta a ser seguida é: ▪ Interromper a HD; ▪ Administrar O2 sob máscara ou cateter e chamar equipe médica; ▪ Lavar todo o sistema; e ▪ Rever os parâmetros do equipamento. Convulsão: Em geral as convulsões em HD são causadas por: ▪ Síndrome do desequilíbrio; ▪ Hipotensão; ▪ Hipertensão; ▪ Hiponatremia (baixo nível de cálcio no organismo); e ▪ Acidente Vascular Encefálico (AVE). Sua sintomatologia envolve: ▪ Perda da consciência; ▪ Abalos musculares; ▪ Sialorreia; ▪ Movimentos anormais dos olhos ▪ Apneia; ▪ Cianose; e ▪ Parada cardiorrespiratória. A conduta é: ▪ Interromper a HD; ▪ Proteger a cabeça do paciente e o local do acesso vascular; ▪ Instalar O2; e ▪ Chamar o enfermeiro; e ▪ Comunicar a equipe médica. Hipertensão arterial: A hipertensão arterial, como intercorrência na HD, é causada por hipernatremia (nível alto de sódio no organismo) que causa grande ganho de peso entre as sessões. São sinais e sintomas: ▪ Aumento da pressão arterial; ▪ Visão turva; e ▪ Cefaleia. A conduta diante desse quadro é: ▪ Desprezar o priming ao instalar o paciente; ▪ Solicitar ao médico que prescreva um medicamento específico para casos de pico hipertensivo; e ▪ Verificar a pressão arterial maisvezes durante a sessão. Hipotensão arterial A hipotensão arterial é a complicação mais comum em HD e a queda dos níveis pressóricos pode ser causada pela retirada muito rápida de líquidos do sangue do paciente por meio de ultrafiltração mais alta que o suportado pelo paciente. Outros fatores desencadeantes desse agravo são: a dosagem inadequada de medicamentos para hipertensão arterial, dialisador com grande área, hematócrito baixo, alta resistência venosa, tamponamento cardíaco e hemorragia. Seus sinais e sintomas incluem: ▪ Vômitos; ▪ Mal-estar; ▪ Confusão mental; ▪ Taquicardia; ▪ Palidez cutânea; ▪ Apatia; e ▪ Convulsões. A conduta frente ao quadro de hipotensão arterial é: ▪ Reduzir a ultrafiltração; Saída da mangueira de drenagem Suprimento de água tratada para a máquina ▪ Administrar soro fisiológico a 0,9%; ▪ Aferir a pressão arterial com maior periodicidade, se possível, instalar monitor de PA não invasivo; ▪ Solicitar avaliação médica. 7. HEMODIÁLISE PASSO A PASSO 1º PASSO Verificar se a máquina está ligada à tomada elétrica correspondente. 2º PASSO Verificar se o registro conectado à máquina encontra-se aberto. Painel de controle da máquina de diálise 3 º PASSO Verificar se a mangueira de drenagem encontra-se encaixada no local apropriado. 4º PASSO No painel de controle da máquina, aperte a tecla LIGA/DESLIGA por 3 segundos e a máquina executará uma função de checagem das funções. No indicador de tempo aparecerá “Fch”. 5º PASSO Nesse momento você pode dar início à montagem do sistema (linha arterial, linha venosa, capilar) quando a tecla do priming acender e o mostrador da bomba de sangue estiverem piscando, ou, também, é possível realizar a montagem do sistema antes mesmo de ligar o equipamento. Lembre-se: a linha arterial apresenta destaques na cor vermelha e um segmento mais grosso que será encaixado na bomba de sangue da máquina. A linha venosa possui, por sua vez, destaques na cor azul e um cata-bolhas com filtro (cata-bolhas venoso). 6º PASSO Insira a linha arterial na bomba de sangue. É importante que o encaixe seja feito no mesmo sentido da rotação da bomba para o posicionamento correto dos componentes do sistema, respeitando o segmento específico da linha nos roletes da bomba. Conector do equipo de soro Conector do equipo de soro da linha arterial 7º PASSO Conecte o equipo de soro fisiológico na linha arterial. O conector para o equipo de soro fica no segmento anterior à bomba de sangue, na linha arterial. 8º PASSO Bomba de sangue da máquina de diálise Conector do equipo de soro da linha arterial Conecte a ponta da linha arterial (na cor vermelha) na extremidade vermelha do dialisador, com o sistema. Repita o processo conectando a extremidade azul da linha venosa à extremidade azul do dialisador. 9º PASSO Encaixe o dialisador na garra correspondente que está na parte lateral da máquina. 58º PASSO Encaixe o cata-bolhas venoso no sensor de gotejamento e bolhas da máquina. Caso o sistema montado tenha sido reprocessado, é necessário realizar um teste para verificar a presença de solução esterilizante no circuito. O teste consiste em colocar umas gotas de solução de iodeto de potássio a 7,5% em um recipiente limpo e adicionar uma pequena quantidade do líquido presente no sistema a este recipiente. Se a solução reagir tomando uma coloração acastanhada é porque ainda há solução esterilizante no sistema. Nesse caso, repita a lavagem (o processo de lavagem será descrito a frente) do sistema e realize um novo teste. A lavagem deverá ser feita até que o líquido do sistema, quando adicionado a solução de iodeto de potássio a 7,5% permaneça transparente. A presença de solução esterilizante promove reações no paciente que podem levá-lo a parada cardiorrespiratória, convulsões e edema de glote, entre outras complicações. 59º PASSO Aguarde a máquina sinalizar sonoramente a necessidade de conectar a solução ácida e básica e realize a conexão entre tubo de sucção vermelho e a solução ácida e o tubo de sucção azul e a solução básica. 12º PASSO Espere a máquina sinalizar que atingiu a condutividade adequada e está pronta para liberar o banho de diálise. Neste momento a tecla Bypass (que indica corte o banho) ficará piscando. Garra de Hansen 13º PASSO Conecte as garras de Hansen (Garras laterais que conduzirão o banho à câmara externa do dialisador e seu retorno à máquina para eliminação), obedecendo à codificação de cores e libere o banho de diálise apertando a tecla Bypass (nesse momento a luz dessa tecla deverá ficar apagada indicando que o banho está fluindo). Todo sistema contendo solução esterilizante deverá ser lavado com soro fisiológico e testado com solução de iodeto a 7,5% até que o teste se mostre negativo para a presença de solução esterilizante. Nos dialisadores utilizados pela primeira vez, deve-se preencher seu interior com soro fisiológico a 0,9% e deixar recircular por alguns minutos. 14º PASSO Ligue a bomba de sangue mantendo o soro fechado nos primeiros dois minutos para liberação da pressão existente no dialisador, abrindo o mesmo em seguida. 15º PASSO Mantenha o fluxo da bomba de sangue em torno de 150ml/min. Após doze minutos a mesma irá parar automaticamente. 16º PASSO Ligue a bomba de sangue novamente para iniciar a lavagem de todas as pontas do sistema, desprezando o líquido saído das pontas em um recipiente limpo, evitando tocar as pontas. Após a lavagem faça o teste com iodeto e feche as pontas utilizando conexão própria. 17º PASSO Verifique os sensores da máquina e se algum está emitindo mensagem escrita ou sonora. Em caso positivo atenda as solicitações exigidas por ela. 18º PASSO O tempo estará ajustado automaticamente para quatro horas de diálise, caso a prescrição seja um valor diferente ajuste o mesmo. Ajuste também o volume de ultrafiltração. INSTALANDO O PACIENTE NA MÁQUINA DE DIÁLISE 1º PASSO Conectar o isolador de pressão venosa na máquina logo após a lavagem do sistema e administrar a heparina prescrita. Ao Colocar o cata-bolhas venoso no detector de ar é importante certificar-se que o mesmo encontra-se seco e que o nível da linha que será conectada ao isolador de pressão é o mesmo da máquina. Após a colocação correta do cata- bolhas com o nível devidamente ajustado e a condutividade liberada pela máquina o tempo de diálise aparecerá no visor do painel de controle. 2º PASSO Nesse momento deverá ser avaliado o tipo de acesso vascular do paciente, pois parte do processo de instalação seguirá critérios específicos no que diz respeito ao acesso vascular. 3º PASSO Se o paciente dialisado por FAV, deverá ter feito a lavagem do membro da fístula ao chegar ao serviço, antes de ser puncionado. Deverá ser avaliado pelo profissional o frêmito do local a ser puncionado com posterior assepsia local. 4º PASSO A FAV será puncionada, enquanto checa-se a máquina, deve-se administrar 10 ml de soro fisiológico para preencher o circuito da agulha evitando a coagulação do sangue em seu interior. É importante ressaltar que durante todo esse processo a máquina deverá estar recirculando soro, significando que todo o circuito está preenchido e aquecido. 5º PASSO Se o acesso vascular for o CDL, deverão ser retiradas as tampinhas das vias do cateter e realizada a assepsia das pontas. Para retirada das tampinhas do CDL, SEMPRE, as vias deverão estar pinçadas para evitar complicações fatais como a emboliagasosa. 6º PASSO Para instalação do paciente, a bomba deverá estar desligada, a entrada de soro fechada e a linha arterial e venosa pinçadas para a desconexão. 7º PASSO Realize a assepsia das ponteiras das linhas após a desconexão e conecte o ramo arterial na respectiva saída do CDL (retirando a heparina das vias do CDL antes da conexão) e na agulha da FAV. Despince o ramo arterial da agulha ou a via arterial do CDL. Despince a linha arterial e venosa do circuito. Ligue a bomba de sangue com fluxo em torno de 100ml/min. Despreze o conteúdo do sistema até que o sangue do paciente bombeado para o sistema ultrapasse o cata-bolhas venoso. Pare a bomba. Conecte a saída venosa do sistema à via venosa do CDL ou agulha venosa da FAV. Despince a agulha ou o a via do cateter. Ligue a bomba de sangue com o fluxo prescrito. Abra a saída de soro. 8º PASSO Certifique-se dos padrões prescritos para o paciente. Observe o paciente, os parâmetros da máquina e o circuito extracorpóreo durante todo o processo. TÉRMINO DA HD Ao terminar a sessão deve-se retornar para o paciente o máximo de volume de sangue presente no circuito extracorpóreo. O procedimento é o descrito a seguir: 1. Abra o equipo de soro fisiológico e a pinça que está conectada ao sistema arterial, antes da bomba de sangue, e automaticamente pince a linha arterial para interromper o fluxo de sangue do paciente, deixe entrar o soro até clarear o sistema venoso. É nesse instante que medicações como Ferro intravenoso e Eritropoetina devem ser administradas; 2. Desligue a bomba de sangue, pince a linha venosa e abra a linha arterial, deixando retornar por gravidade o sangue desta parte do circuito; 3. Pince todo o sistema, as agulhas e as linhas e coloque-as fechadas em Bypass na caixa do paciente. CUIDADO AO PACIENTE 1. Verifique a pressão arterial do paciente. Certifique-se que o mesmo encontra-se bem e, só então, retire as agulhas ou feche o curativo de CDL. 2. Quando o acesso for FAV: retire primeiro, uma das agulhas com uma compressa gaze, após hemostasia troque a gaze e feche o curativo com tiras de esparadrapo. Retire a outra agulha e repita o procedimento. 3. Quando o acesso for por CDL: lave as vias do cateter com soro fisiológico a 0,9% e coloque a quantidade de heparina prescrita, fechando a seguir as conexões. O paciente só deve ser liberado após verificação da PA e pesagem. ***Hemodiálise passo a passo foi adaptada do Manual de Treinamento em Terapia Renal Substitutiva. Rio de Janeiro: Hospital dos Servidores do Estado, 2008. ------------------FIM DO MÓDULO II----------------- MÓDULO III 1. ASPECTOS GERAIS DA DIÁLISE PERITONEAL A membrana peritoneal é ricamente vascularizada e todo o sangue que nela circula carrega o excesso de substâncias que devem ser eliminadas como potássio, ureia, entre outras. Para que aconteça a filtração das substâncias a serem eliminadas, que são chamadas de escórias, um líquido especial (solução de diálise) é infundido no abdômen por intermédio de um cateter implantado. Este líquido tem por finalidade trazer as escórias presentes no sangue do paciente para a solução de diálise na cavidade abdominal. A diálise peritoneal é indicada para pacientes com Insuficiência renal aguda e crônica que não queiram se submeter à hemodiálise e transplante renal, para pacientes em situações de intoxicações por medicamentos, e com excessos de líquidos no organismo (hipervolemia) causando comprometimento do sistema cardiovascular, e em tratamento de hipotermia ou pancreatite hemorrágica, pois a lavagem peritoneal poderá ser benéfica. A contraindicação é absoluta quando o paciente sofre de Insuficiência respiratória severa, obstrução intestinal, hérnias, perfuração do diafragma e que tenha feito cirurgia recente com drenagem abdominal. A diálise peritoneal constitui um método que fornece ao paciente maior estabilidade hemodinâmica já que as trocas são efetuadas mais lentamente e de modo fisiológico, entretanto existe mais de uma opção dentro dessa terapia de substituição renal. São eles: CAPD - Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua: geralmente, são realizadas quatro trocas de bolsas de solução de diálise por dia, em casa ou no local de trabalho. O tempo de infusão médio é de 10 minutos e o de drenagem é de aproximadamente 20 minutos. A solução permanece na cavidade abdominal no intervalo entre trocas (4 a 6 horas), nesse período o paciente fica livre para realizar Solução de diálise Bolsa de drenagem Conector Cateter Equipo de transferência Peritônio Bolsa de solução suas atividades tendo de tornar a realizar o ciclo de infusão e drenagem uma vez transcorrido o intervalo prescrito. O cateter implantado no abdômen fica adaptado a um equipo pequeno, fechado e fixado ao corpo. Figura 15. Princípios de diálise peritoneal. A CAPD é a terapia indicada para início de tratamento. Outras indicações envolvem: ▪ Médio e baixo transporte; ▪ Maior controle de volume; ▪ Maior controle de pressão arterial; ▪ Opção do paciente. As características da CAPD são: ▪ Possibilidade de trocas durante o dia; ▪ Longos períodos de permanência da solução na cavidade abdominal; ▪ Maior dificuldade em aumentar trocas e volumes; ▪ Menor liberdade ao paciente durante o dia em razão à periodicidade de trocas a serem realizadas ▪ Risco para infecção do peritônio (peritonite). No momento da troca de bolsas não deve ser utilizado objeto cortante como tesoura por exemplo. O paciente poderá fazê-lo sozinho ou com auxílio de um familiar devidamente treinado para a realização do procedimento. As bolsas e o equipo devem ser checadas para verificar a integridade. As soluções de diálise devem estar aquecidas por calor seco para infusão (Não aquecer em micro-ondas ou em banho-maria). O procedimento consiste em: 1. Separar e checar o material contendo: máscara, equipo em Y, sistema de diálise (solução a ser infundida e bolsa de drenagem) e pinças. 2. Lavar as mãos com água e sabão por 5 minutos (É importante não tocar em nada, além do material para que não haja contaminação); 3. Conectar o equipo em Y ao minicap e em seguida ao cateter; 4. Pinçar o equipo de infusão e drenar o líquido da cavidade abdominal; 5. Pinçar o equipo de drenagem e infundir a solução nova da bolsa de diálise; 6. Fechar e desconectar o sistema; 7. Higienizar o cateter e fixá-lo; 8. Desprezar o líquido drenado no vaso sanitário. Diálise Peritoneal Intermitente – DPI: pode ser manual ou automatizada. Caracteriza-se como uma terapia intermediária entre CAPD e DPA e está indicada para pacientes que não podem realizar hemodiálise e não possuem condições satisfatórias para o autocuidado. São realizadas, duas vezes na semana, sessões que variam de 12 a 24 horas de duração. A característica intermediária desta modalidade permite a confecção de acesso vascular permanente, caso haja indicação para continuidade da terapia renal substitutiva sob a forma de hemodiálise, ou ainda, o treinamento do paciente para as modalidades domiciliares de diálise peritoneal (CAPD e DPA). As bolsas de DPI são de 5 litros e a realização da terapia necessita do uso de uma máquina. É ela quem realiza de modo automático a infusão do líquido aquecido na cavidade abdominal e as drenagens sempre que transcorridos o tempo necessário. Diálise Peritoneal Automatizada – DPA: é realizada todas as noites com auxílio de uma máquina cicladora que automaticamente realiza o processo de infusão e drenagem de solução da cavidade peritoneal, efetuando a drenagemde toxinas e água, seguindo a programação de acordo com a prescrição. Normalmente é realizado de quatro a cinco ciclos noturnos e, durante o dia, o paciente fica com a cavidade livre ou com líquido se for esta a programação. Em alguns casos é feita manualmente a realização de mais um ciclo durante o dia. Suas indicações são: necessidade do dia livre, dependência de outras pessoas, altos transportadores com retenção de líquidos, menor risco de complicações mecânicas e otimização da diálise peritoneal. 2. BOLSAS DE DIÁLISE PERITONEAL 2.1 Características e Indicações Quanto ao tamanho: ▪ 0,5 litros – utilizado em bebês; ▪ 1 litro – indicado para crianças até 45kg; ▪ 2 litros – indicado para adultos com mais de 45kg; ▪ 2,5 litros - indicado para adultos com mais de 80kg; ▪ 5 litros – indicado para uso hospitalar. Quanto à concentração de glicose: ▪ 1,5% - isotônica – a concentração de glicose é idêntica à concentração plasmática, por essa razão é a bolsa que promove menor filtração; ▪ 2,3% - intermediária ou do equilíbrio – retiram água em quantidade média e não permite acúmulo e nem perda excessiva para o paciente; ▪ 4,25% - hipertônica – possuem alta concentração de glicose e, por esta razão, promove filtração, em grande quantidade, de líquidos do organismo. Quanto ao uso: ▪ 1,5% - geralmente é utilizada três vezes ao dia ou de acordo com a prescrição médica individual. Esta bolsa é indicada em casos em que o paciente apresenta hipotensão ou desidratação; Capacidade de drenagem: 2.100 a 2.300 mL; Tempo de permanência: 4 a 6 horas. ▪ 2,3% - Utilizada quando não há perdas com a bolsa de 1,5% ou perde demais quando utiliza a bolsa de 4,25%; Capacidade de drenagem: 2.300 a 2.700 mL; Tempo de permanência: 4 a 6 horas. ▪ 4,25% - utilizada uma vez ao dia ou em caso de hipertensão ou edema com pressão normal; Capacidade de drenagem: 2.500 a 3.000 mL; Tempo de permanência: 4 a 6 horas. 2.2 Cuidados com a bolsa de diálise As bolsas de diálise devem ficar armazenadas em local limpo e seco e, antes de serem utilizadas devem ser inspecionadas para verificar a integridade e aquecidas com calor seco (Nunca com calor úmido – banho-maria). Para o procedimento de trocas deve ser observado se o local está limpo, possui uma mesa ou bancada de fácil remoção da sujeira ou do pó, não possui correntes de ar, tenha boa iluminação, não tenha no ambiente circulação de animais durante a conexão. 3. INTERCORRÊNCIAS EM DIÁLISE PERITONEAL As complicações mais comumente encontradas em pacientes sob terapia renal substitutiva, na modalidade de DP estão listadas a seguir. Vazamento pericateter Normalmente surge pela utilização precoce do cateter (menos de uma semana após a instalação do mesmo) e é caracterizada pelo extravasamento da solução por meio do orifício de saída do cateter. Falha na drenagem Geralmente detectada quando a diferença entre o volume infundido e a solução drenada é muito grande. Pode ocorrer pela dobra externa do cateter ou equipo de transferência, dobra subcutânea do cateter (somente verificado por radiografia; requer substituição do cateter), diminuição da motilidade do intestino e obstrução do cateter por coágulos de sangue e/ou fibrina. Infecção do orifício do cateter É identificada pela hiperemia, grande quantidade de crostas ou presença de secreção purulenta no orifício do cateter. Se a infecção persistir, há necessidade de remover o cuff. Figura 16. Infecção no orifício do cateter. Dor durante a infusão A dor normalmente se relaciona com o pH ácido da solução de diálise, pelo super aquecimento da solução ou ainda, pela aderência do omento ao cateter (exige troca do cateter). Peritonite As duas maiores causas de peritonite são: técnica de troca inadequada e migração de bactérias do intestino para o peritônio. Também pode ocorrer, em menor escala, a infecção hematógena (causada por bactérias da corrente sanguínea). Os sintomas mais comuns da peritonite são: ▪ Dor abdominal, ▪ Mal-estar generalizado, ▪ Náuseas e vômitos, ▪ Diarreia, ▪ Calafrios; ▪ Febre. O sinal que indica essa complicação é a turvação do líquido peritoneal, que acontece pelo grande número de leucócitos na cavidade abdominal. O diagnóstico leva em consideração o histórico do paciente e determina a cultura do líquido peritoneal que irá identificar o agente causador da infecção. No tratamento são realizadas lavagens peritoneais com objetivo de remover os agentes inflamatórios, as células de defesa e também, aliviar a dor abdominal do paciente. É utilizada ainda antibioticoterapia, que pode ser endovenosa ou intraperitoneal. Indica-se também o uso de heparina para diminuir a quantidade de fibrina apresentada no líquido peritoneal devido à infecção. Se a infecção persistir deve-se remover o cateter. Hérnia O aparecimento desta complicação se dá em pacientes com a integridade da parede abdominal prejudicada e é provocado pelo aumento da pressão intra- abdominal ocasionado pela constante infusão de líquidos. 4. DIÁLISE PERITONEAL PASSO A PASSO CAPD 1º PASSO Lave as mãos de forma simples e na 1ª hora lavar também os clamps (pinças azuis). Deve-se esfregar entre os dedos por várias vezes. A lavagem das mãos é um procedimento fundamental para evitarmos infecções e deve ser feita por no mínimo 5 minutos. Seque as mãos com papel e com a última folha de papel feche a torneira. Após a lavagem das mãos limpe a bancada com álcool 70% ou água e sabão. 2º PASSO O material deve ser separado na bancada após a lavagem das mãos. Coloque máscara e mantenha o ambiente fechado. Se o paciente usa fita adesiva para fixar o cateter, oriente-o a deixar o cateter exposto. 3º PASSO A bolsa deve ser aberta e deve ser verificado o seu volume, sua concentração, a validade, a presença de furos. 4°PASSO Separe a bolsa vazia da cheia. 5°PASSO Prenda na bancada o equipo com a fita adesiva e coloque os clamps em cada bolsa (um de cada lado). 6º PASSO Retire o lacre. 7° PASSO Retire a tampa do cateter. 8º PASSO Conecte o equipo no cateter por meio do sistema de rosqueamento. bolsa. 9º PASSO Quebre o lacre e pendure a 10º PASSO Coloque o plástico que envolve a bolsa no chão e apoie a bolsa sobre ele. Abra as pinças azuis (de baixo e de cima). Conte até 10 e feche a pinça azul de cima. 11º PASSO Mantenha a pinça debaixo aberta e abra também a pinça do cateter (Twist Clamp). Assim, com esta sequência o procedimento de drenagem tem início. Aguarde 20 minutos, pince o equipo de drenagem e abra o de infusão para iniciar o processo. 12º PASSO Com o término da infusão verifique o aspecto do líquido drenado e se a bolsa está turva. 13º PASSO Com toda a entrada do líquido feche a pinça de cima. Feche os três clamps (o clamp do equipo de cima, o clamp do equipo de baixo e o twist clamp). 14º PASSO Abra a nova tampa do cateter e verifique se a mesma está embebida em Iodopovidona. 15º PASSO Desconecte o equipo da bolsa e o equipo de 6” (Nunca devemos torcer o equipo de 6” ou o cateter). 16° PASSO Coloque a tampa no cateter. Faça o balanço da diálise (Meça os volumes e faça as anotações). Pré DPA e DPI 17° PASSO Despreze o líquido no vaso sanitário, ponha a bolsa vazia num saco plástico e descarte em um lixo convencional. Etapas comuns aos dois procedimentos Uma ponta do cabo deforça deve ser conectada no equipamento e a outra ponta na tomada. Ligue o equipamento no botão ao lado do cabo de força. Minicap. se: O material deve estar separado. Lembre- ▪ Bolsas de solução e máscara; ▪ Equipo cassete; ▪ Clamp; ▪ Extensão da linha de drenagem e Antes da manipulação dos materiais devemos limpar a máquina e o balcão. Lave as mãos conforme a técnica. Inspecione o material. Lembre-se: ▪ Retire o plástico protetor de cada bolsa a ser utilizada; ▪ Verifique se o líquido dentro da bolsa está limpo e se a concentração da solução está correta, assim como o volume; ▪ Verifique o prazo de validade da bolsa; ▪ Certifique-se que a bolsa não está furada; ▪ Observe a integridade dos protetores de esterilidade do tubo de medicamentos e de conexão. DPA – Técnicas específicas Após ligar a máquina, o visor mostrará a mensagem aperte GO para dar início ao procedimento. Acione o botão GO e aguarde até aparecer à frase inserir CASSETE. Abra a porta da máquina empurrando a alavanca para cima e encaixe o equipo cassete. Depois feche a porta empurrando a alavanca para baixo. recipiente grande. Conecte o segmento para a linha de drenagem do equipo cassete com a extensão da linha de drenagem. Aperte o botão GO. No visor aparecerá a mensagem AUTOTESTE. Leve a outra ponta da extensão de drenagem para um ralo sanitário ou Instale primeiro o clamp na bolsa que está no aquecedor e depois remova do organizador o segmento do equipo cassete que tenha pinça vermelha. Conecte o equipo de pinça vermelha à bolsa de solução aquecida e remova o clamp. Instale as bolsas adicionais nos segmentos do equipo com pinças brancas. O segmento com pinça azul deve ser utilizado para deixarmos medicação na cavidade abdominal ou quando a concentração de glicose da última infusão for diferente. DPI – Técnicas específicas No procedimento de DPI, o paciente irá ao hospital e os ciclos de DP serão programados para 24 horas. A máquina é ajustada para uma utilização média de 40 litros de solução de diálise peritoneal para cada paciente por 24 horas. Para este procedimento são utilizadas bolsas de 5 litros de solução de diálise e um equipo multiplicador que permite um total de oito bolsas ligadas ao equipo cassete ao mesmo tempo. Equipo Multiplicador. Demonstração das oito bolsas ligadas ao equipo cassete. Instale primeiro o clamp na bolsa que está no aquecedor e remova do organizador o segmento do equipo cassete que tenha pinça vermelha. Conecte o equipo de pinça vermelha à bolsa de solução que está no aquecedor e remova o clamp. Instale as bolsas adicionais nos segmentos do equipo com pinças brancas. Abra somente as pinças dos segmentos que estão conectados às bolsas de solução e a pinça da linha do paciente e aperte o botão GO. Aparecerá no visor a mensagem PREENCHENDO LINHAS. Quando tudo estiver preenchido aparecerá no visor à mensagem CONECTE-SE. Verifique se está preenchida a linha do paciente antes de efetuar a conexão. O equipo de transferência deve ficar fora da veste do paciente e a pinça Twist Clamp deve estar fechada. Mantenha a máscara e lave as mãos. Retire o protetor de esterilidade azul da linha do paciente. Mantenha a linha no organizador e retire o Minicap do equipo de transferência. Também retire a linha do paciente do organizador. Conecte a linha do paciente ao equipo de transferência. Após a conexão abra as pinças do equipo e a pinça Twist Clamp do paciente. Aperte o botão GO. O procedimento de DP está iniciado. Aparecerá no visor à mensagem DRENAGEM INICIAL. Anote a drenagem inicial apertando a seta azul para baixo. Para anotar a UF total aperte a seta azul para baixo. Verifique e anote os parâmetros da terapia. Pressione o botão GO e no visor irá aparecer à mensagem FECHAR TODOS OS CLAMPS. Feche todas as pinças da linha de solução Twist Clamp do equipo de transferência e lave as mãos. Abra o novo protetor de desconexão (Minicap). Não se esqueça de verificar a integridade. Desconecte o equipo de transferência da linha do paciente do equipo cassete descartável. Instale imediatamente o protetor de desconexão no equipo de transferência. Verifique se todas as pinças estão fechadas. Retire o equipo cassete do sistema e despreze. Descarte as bolsas de solução. Aperte o botão GO e no visor irá aparecer à mensagem DESLIGUE-ME. Anote o balanço da diálise que é fornecido pela cicladora e despreze os resíduos. MÓDULO IV 1. ÉTICA O cotidiano dos pacientes com doença renal crônica exige uma rotina de tratamento que altera grandemente o modo de vida dos pacientes. Nesse sentido é importante que todos que trabalhem com essa clientela, tenha o conhecimento técnico especializado necessário, mas possua também a sensibilidade para entender o modo de vida e o modo de enfrentar a vida destes pacientes e, ainda, tenha a postura ética diante dos aspectos emocionais do paciente. Essa conduta é necessária, já que, por vezes, por estar cansado da rotina empregada pelo tratamento, principalmente a hemodiálise por limitar as atividades pela necessidade de ir à clínica de três a quatro vezes na semana. Quando estes pacientes apresentam atitudes de rebeldia e desejam não realizar procedimentos ou sessões, cabe a equipe, informar-lhes dos riscos que a não realização de tal processo implica à vida deles, na tentativa de orientá-los sobre a importância do tratamento para a manutenção da sua vida, respeitando assim a sua autonomia. 1.1 Postura profissional A postura da equipe frente ao paciente crônico que realiza terapia de substituição renal deve ser uma postura amistosa, respeitosa e, acima de tudo, que atenda os mais diversos campos da vida do paciente e não só as necessidades físicas e biológicas. O seguimento de normas criadas pela instituição, à aplicação correta de técnicas e procedimentos realizados, além da adoção e uso correto de técnicas e equipamentos que visam proteger o profissional e o paciente (equipamento de proteção individual), são condutas a serem observadas sempre pelo profissional. 1.2 Relacionamento com os pacientes O cotidiano crônico de saúde, o constante contato entre paciente e profissional leva a um grau de intimidade relativamente grande tornando profissionais e pacientes próximos um do outro. Essa proximidade permite que o paciente, muitas vezes para se sentir melhor, se abra com o profissional, contando para ele questões pessoais e muitas vezes ouvindo do profissional tais particularidades também. Essa relação de proximidade já foi discutida diversas vezes no meio acadêmico e, de modo geral, sempre apontam efeitos positivos na relação paciente-equipe, porém, é necessário estar atento para respeitar os limites dessa relação não divulgando e abrindo para discussão entre outros pacientes e membros da equipe um problema ou confissão trazidos por um paciente em conversa pessoal. É importante estar atento para ouvir e captar os problemas, realizando a análise entre o que foi dito e seus reflexos na vida do paciente, principalmente se for possível notar nele desânimo quanto ao tratamento ou a espera pelo transplante. 1.3 Relacionamento com a equipe É essencial ter em mente que no serviço de nefrologia é muito importante a atuação da equipe interdisciplinar e multiprofissional para a garantia de um cuidado sistêmico ao paciente.O bom relacionamento entre a equipe só visa oferecer aos pacientes sob seus cuidados uma oferta de assistência de qualidade e de respeito à vida. 2. ASPECTOS BIOÉTICOS EM NEFROLOGIA A bioética é uma ética aplicada à área biomédica. Ela tem por objetivo estudar os principais problemas éticos e controvérsias existentes na nossa área de atuação. Existem várias maneiras de abordar os problemas morais que surgem com pacientes em terapia renal substitutiva, porém é necessário sempre avaliar se suas ações respeitam os princípios básicos da bioética. São eles: 1. Autonomia: respeito à vontade, à crença, aos valores morais do paciente, reconhecendo seu domínio sobre sua própria vida e à sua intimidade; 2. Beneficência: garante o bem-estar dos pacientes, assegurando para que não lhe aconteçam danos e garantindo o atendimento aos seus interesses. Está diretamente ligado e é inseparável do princípio da autonomia; 3. Não maleficência: assegura que sejam minorados ou evitados danos físicos aos sujeitos da pesquisa ou pacientes. Riscos da pesquisa são as possibilidades de danos de dimensão física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano, em qualquer fase de uma pesquisa e dela decorrente. Dano associado ou decorrente da pesquisa é o agravo imediato ou tardio, ao indivíduo ou à coletividade, com nexo causal comprovado, direto ou indireto, decorrente do estudo científico. 4. Justiça: exige que os bens e benefícios em qualquer área da ciência sejam distribuídos de maneira igual a todos; 5. Proporcionalidade: é o princípio do equilíbrio entre riscos e benefícios. Tem o objetivo de levar ao indivíduo o melhor, causando o mínimo dano possível. 3. LEGISLAÇÃO EM DIÁLISE O avanço das leis em diálise permitiu a garantia da qualidade da assistência ofertada e a segurança para os pacientes que necessitam dessa terapia. As principais leis que regem a terapia renal são: 1. Da ANVISA: 1.1 RDC nº 50 de 21/02/2002 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Diálise. 1.2 RDC nº 154 de 15/06/2004 Estabelece o Regulamento Técnico para o funcionamento dos Serviços de 2. Do ministério da Saúde: 2.1 Portaria GM/MS nº 518 de 25/03/2004 Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. 3. Do Ministério do Trabalho e Emprego: 3.1 NR-32 (PORTARIA N.° 939, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2008) A norma regulamentadora 32 (NR-32) de segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de assistência à saúde busca estabelecer medidas que visam à proteção e a segurança dos profissionais de saúde que atuam em estabelecimentos que prestam este tipo de serviço à população, constituindo normas e deveres para os dirigentes das instituições e profissionais que nelas atuam. 4. FUNÇÕES DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM O técnico de enfermagem atuante em diálise é o agente executor das prescrições médicas e de enfermagem. Ele é um dos responsáveis pela garantia de uma assistência individualizada ao paciente. Suas ações se aplicam ao campo assistencial (na atenção direta ao paciente) e no campo administrativo (em ações voltadas ao modo e local de trabalho). É importante saber que o técnico de enfermagem, quando na hemodiálise, deve observar os parâmetros da terapia de modo a avaliar se está de acordo com o estado do paciente e, junto ao enfermeiro, discutir a adequação da diálise. Ainda na hemodiálise, é o técnico de enfermagem o responsável pelo reprocessamento de dialisadores, e é imprescindível que ele tenha conhecimento das normas de biossegurança e faça a adoção do uso de equipamentos de proteção individual necessários naquele setor. AÇÕES ASSISTENCIAIS DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM Realizar higiene do paciente (enfermaria) Fiscalizar a higiene do paciente pré-hemodiálise Instalação do paciente nas máquinas de diálise Monitorização da terapia Atuação nas intercorrências que possam surgir durante a terapia Administração de medicamentos prescritos Atuação sistêmica de maneira integral ao paciente É importante também que estes profissionais tenham sensibilidade para entender o estado emocional dos pacientes e sejam agentes de mudança na unidade, oferecendo conforto e atenção ao pacientes que, por vezes, mostram-se cansados da rotina que o cotidiano crônico de saúde exige. 5. ASPECTOS GERAIS DO TRANSPLANTE RENAL O Transplante Renal (Tx) surge como opção dentre as terapias renais AÇÕES ADMINISTRATIVAS DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM Auxiliar na elaboração de escala de tarefas Auxiliar no controle e no uso racional de roupas, materiais utilizados pela enfermagem e pela equipe multiprofissional de cuidado ao paciente renal. Auxiliar na conservação e no controle do patrimônio da unidade. Operar equipamentos da unidade de diálise com cautela, desde o preparo para diálise, monitorização transdialítica e desinfecção pós-procedimentos. Seguir as normas de biossegurança. Executar ações de assistência de enfermagem ao paciente renal, com exceção àquelas privativas do enfermeiro. Rim original substitutivas quando há perda gradual e irreversível da função renal, provocada pela insuficiência renal crônica em estágio terminal. O Tx apresenta-se hoje como a melhor forma de terapia da doença renal, na fase 5, em pacientes selecionados. Além disso, tem maior aceitação dos pacientes e da equipe. Para a realização do transplante há dois grupos de doadores: vivos (relacionados – pais e irmãos ou não relacionados – esposa, marido ou amigos) ou cadáveres. Para doadores vivos, a legislação brasileira permite a doação de cônjuges ou parentes até quarto grau, devem ter mais de 21 anos e menos de 70. Há ainda outros casos possíveis de doação diferentes desses, porém é necessária autorização judicial para a realização do transplante. Para doação de órgão proveniente de cadáver, é necessário o diagnóstico de morte encefálica por médico que não pertença à equipe do transplante. São poucas as contraindicações para a realização do transplante renal. Bexiga Figura 17. Esquema demonstrativo da localização do rim transplantado. Disponível em: <http://my.clevelandclinic.org >. Acesso em: 10 de Junho de 2009. Rim Transplantado Rim original http://my.clevelandclinic.org/ PRINCIPAIS EFEITOS DROGAS IMUNOSSUPRESSORAS E SEUS Azatioprina – é tóxica para o fígado e deprime a medula; Corticoides internação; – necessitam, em alguns casos, de Ciclosporina – tóxica para o rim dependendo da dose; Anticorpos monoclonais – Causa febre, calafrios, mal- estar, diarreia, hipotensão arterial, anorexia e dores musculares Ao contrário do que muita gente pensa, no transplante renal, o rim deficiente não é retirado e substituído pelo rim doado. Este, por sua vez é implantado na pelve do paciente, que ficará então com três órgãos. Mas até que o rim do doador encontre seu novo organismo existem etapas a serem cumpridas. Para receber um rim de um doador cadáver, há que se respeitar a lista de espera de doadores, a compatibilidade entre o sistema imune do receptor e o rim doado, a sorologia do paciente, entre outros fatores. Escolhido o doador e sendo realizada a cirurgia, a fim de tratar e prevenir uma possível rejeição do enxerto, o paciente terá de fazer uso ao longo da vida ou enquanto durar o enxerto, de medicamentos depressores do sistema imune. Esses medicamentos chamados imunossupressores têm a finalidade de baixar as ações de defesa do organismo contra corpos estranhos- o novo órgão implantado é visto pelo organismo como um corpo estranho e sem uso dessas drogas seria combatido como um vírus ou bactéria, por exemplo. Atualmente são quatro os medicamentos imunossupressores principais utilizados na preservação do enxerto. Algumas das complicações mais comuns e os cuidados de enfermagem em Tx serão vistas logo à frente. 6. ENFERMAGEM NO TRANSPLANTE RENAL Enfermagem no transplante com doador vivo A enfermagem exerce fundamental papel no transplante, desempenhando ações em todas as esferas descritas a seguir. Cuidados de enfermagem no pré-operatório A equipe de enfermagem é responsável pela coleta, de exames de sorologia e pré-operatórios, e encaminhamento do material para análise laboratorial. Além disso, deve providenciar para que haja reserva de sangue para a cirurgia. A realização da prova cruzada não deve ser esquecida (teste imunológico). Esse teste é o mais importante no pré-operatório e define a presença de anticorpos pré-formados do receptor contra os antígenos do doador. O transplante só será realizado se o resultado do teste for negativo. Cabe ainda a equipe de enfermagem providenciar reservas no centro cirúrgico e na unidade de terapia intensiva. Deve ser feita ainda uma análise da arteriografia renal do doador (quando doador vivo) para determinar qual dos órgãos será removido. Essa análise é uma importante ação da equipe de enfermagem a fim de detectar possíveis equívocos que possam levar a retirada do rim diferente do doador. O jejum por oito horas antes da cirurgia deve ser garantido pela equipe de enfermagem tanto do receptor quanto do doador. No caso de doador vivo, este deve ser hidratado por via parenteral com aproximadamente dois litros de solução salina durante a noite antecedente a cirurgia. Cuidados de enfermagem no operatório No doador: após a anestesia geral, realiza-se antissepsia da pele da região abdominal e genital com solução antisséptica degermante e cateterismo vesical com sonda Folley que permanecerá instalada por 24 horas. Logo após, prepara-se o paciente posicionando-o em decúbito lateral, mantendo elevada a lateral do corpo onde será realizada a retirada do rim (nefrectomia). No receptor: realiza-se também a degermação da pele e cateterização vesical com sonda Folley de três vias para irrigação após a cirurgia, e será mantida por quatro dias. O posicionamento do receptor será decúbito dorsal, já que o enxerto será posicionado na fossa ilíaca. Após a realização da nefrectomia no doador, ocorre o início da perfusão renal que deve ser realizada com 500 mL de solução de preservação de órgãos a 4°C. A perfusão ocorre em mesa auxiliar numa altura de 60cm, até que seja observada a drenagem pela veia renal. Assim ocorre o preparo do órgão para implante no receptor. Esse período entre a perfusão do órgão e a anastomoses vasculares chama-se isquemia fria. Cuidados de enfermagem no pós-operatório Os cuidados de enfermagem no pós-operatório imediato, com o doador, são: ▪ Lavagem das mãos sempre, antes e após prestar assistência ao paciente; ▪ Manutenção do jejum oral; ▪ Elevação da cabeceira da cama a 30°; ▪ Manutenção do repouso absoluto no leito; ▪ Controle dos sinais vitais e diurese horária nas primeiras 12 horas e a cada 2 horas nas 12 horas seguintes; ▪ Manutenção da hidratação venosa; ▪ Manutenção da perfusão na sonda vesical; ▪ Realização de controle hídrico; ▪ Troca de curativo da incisão cirúrgica, caso haja necessidade; ▪ Sedação e antibioticoterapia segundo prescrição médica. Após 24 horas: ▪ Oferecer dieta leve e observar aceitação; ▪ Pesar o paciente; ▪ Retirar a sonda vesical e o acesso venoso; ▪ Auxiliar no banho de aspersão; ▪ Retirar o curativo da incisão cirúrgica; ▪ Observar débito urinário; ▪ Controlar sinais vitais; ▪ Observar o funcionamento intestinal. Deve ser dada orientação ao paciente e seus familiares quanto aos cuidados pós-cirúrgicos, a observação dos sinais e sintomas de infecção e a que serviços recorrer no caso de complicação. A alta hospitalar é programada para o dia seguinte. A assistência de enfermagem ao receptor tem por objetivo evitar as intercorrências ligadas à instabilidade hemodinâmica e a necessidade de reposição parenteral em grande quantidade. As ações de enfermagem são: ▪ Lavagem das mãos sempre, antes e após prestar assistência ao paciente; ▪ Elevação da cabeceira da cama a 30°; ▪ Manutenção do repouso absoluto no leito por 24 horas; ▪ Monitorização cardíaca; ▪ Observação do nível de consciência, alterações respiratórias, cianose de extremidades e hipotermia; ▪ Controle dos sinais vitais e diurese horária; ▪ Garantir oxigenação; ▪ Reposição da hidratação volêmica com Soro Fisiológico 0,9% alternando com Soro Glicosado 5% monitorado pela bomba infusora, não excedendo 500mL/hora; ▪ Verificação da glicemia capilar a cada 2 horas; ▪ Manutenção da perfusão na sonda vesical; iniciar irrigação vesical se for observada hematúria; ▪ Controle de debito urinário; ▪ Controle hídrico rigoroso; ▪ Observar sangramento na incisão cirúrgica, realizando a troca de curativo caso haja necessidade; ▪ Sedação e antibioticoterapia segundo prescrição médica; ▪ Observar sinais e sintomas de infecção e possível rejeição do enxerto. Após 24 horas: ▪ Lavagem das mãos sempre, antes e após prestar assistência ao paciente; ▪ Realização do exame físico cefalocaudal; ▪ Coleta de sangue para exames laboratoriais; ▪ Pesar o paciente em jejum; ▪ Auxiliar o paciente no banho de aspersão; ▪ Trocar curativo se necessário; ▪ Auxiliar na alimentação; ▪ Estimular a hidratação oral; ▪ Retirar o acesso venoso; ▪ Realizar controle dos sinais vitais de seis em horas; ▪ Manutenção da perfusão na sonda vesical; ▪ Controle de debito urinário por períodos (manhã, tarde e noite); ▪ Orientar sobre as medicações imunossupressoras; ▪ Observar o funcionamento intestinal; ▪ Observar sinais e sintomas de infecção e possível rejeição do enxerto. Enfermagem no transplante com doador cadáver Após a constatação de morte encefálica, o médico assistente do potencial doador deve informar as familiares sobre o diagnóstico e comunicar à Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO). A omissão por parte do médico assistente à CNCDO da morte encefálica do paciente pode acarretar sanção legal (prisão) para o mesmo. A CNCDO informa a Organização para Procura de Órgãos (OPO) que é responsável pela Instituição que fez a notificação e providencia um profissional para avaliar o potencial doador e questionar a família em relação à doação dos órgãos. Caso haja autorização da família, um familiar e duas testemunhas assinam o Termo de Consentimento em três vias. Os cuidados de enfermagem para a garantia da estabilidade hemodinâmica e a viabilidade dos órgãos do indivíduo com morte encefálica são: ▪ Punção de acessos vasculares para hidratação e administração de eletrólitos; ▪ Manutenção de ventilação mecânica com aspiração frequente; ▪ Cateterização vesical; ▪ Sondagem nasogástrica em sifonagem; ▪ Administração de drogas vasoativas para manter a pressão arterial; ▪ Controle da temperatura corporal; ▪ Realização de glicemia capilar de controle; ▪ Oclusão das pálpebras para proteção das córneas. Cabe ainda à equipe de enfermagem providenciar a coleta de sangue para análises clínicas, sorologia e confirmação da tipagem sanguínea e ainda linfonodos inguinais que serão encaminhados ao laboratório de imunologia para realizar a tipagem HLA e a prova cruzada. Os órgãos e tecidos para doação seguem rotinas preconizadas de retirada. Após nefrectomia pelo cirurgião inicia-se a perfusão renal, sob responsabilidade do enfermeiro a garantia de material necessário para este procedimento.A seguir, os rins são condicionados em três invólucros estéreis e armazenados em recipiente com gelo. O recipiente é vedado, sendo identificado e armazenado no Centro Cirúrgico até o implante do órgão no receptor selecionado. 6.1 Complicações As principais complicações imediatas envolvidas no transplante renal são a disfunção inicial do enxerto e a rejeição ao enxerto. Disfunção Inicial do Enxerto A Necrose Tubular Aguda (NTA) é caracterizada pela ausência de função do enxerto, sendo necessária a realização de sessões de hemodiálise na primeira semana após o transplante. É a principal causa de disfunção inicial do enxerto. A NTA é comum, sendo vista frequentemente em receptores de rins de doadores cadáveres. Os principais fatores de risco são: ▪ Estado e manejo do doador; ▪ Qualidade da nefrectomia; ▪ Tempo de isquemia; ▪ Tempo das anastomoses vasculares; ▪ Estado de hidratação do receptor. A NTA se configura com uma complicação pela necessidade de hemodiálise no pós-operatório, pelo aumento na dificuldade para o diagnóstico de rejeição aguda e nefrotoxicidade por drogas imunossupressoras, necessidade maior de procedimentos diagnósticos invasivos e elevação no período de internação hospitalar. Essa complicação tende a regredir espontaneamente. Rejeição do enxerto A rejeição ocorre pela formação de anticorpos anti-HLA ou, ainda, incompatibilidade nos antígenos desse sistema. A ativação de linfócitos T CD4+ pelos antígenos HLA do doador é iniciada logo após o transplante e leva à estimulação de mecanismos envolvidos na destruição do corpo estranho, neste caso o enxerto. Nesses mecanismos há o predomínio de anticorpos, responsável pela rejeição com componente humoral; e de células (linfócitos T, monócitos e macrófagos), responsável pela rejeição com componente celular. Tipos de Rejeição 1. Rejeição Aguda: Representa um tipo frequente de rejeição que pode ocorrer a qualquer tempo do período pós-transplante, sendo crítico o período que engloba da primeira semana até os três primeiros meses após o transplante. As drogas de imunossupressão empregadas no tratamento podem alterar sua apresentação clínica, principalmente se forem drogas potentes como a ciclosporina A ou o tacrolimus. Os sinais e sintomas clássicos envolvidos neste tipo de rejeição são: ▪ Febre; ▪ Hipertensão arterial; ▪ Ganho de peso; ▪ Aumento do volume do enxerto; ▪ Dor no enxerto; ▪ Diminuição do volume urinário; ▪ Aumento da creatinina sérica. Ao exame histológico se observam achados de nefrite intersticial com edema e infiltrados corticais por linfócitos, linfoblastos, macrófagos e eosinófilos. Pode haver focos de necrose nos túbulos. A agressividade do infiltrado é dada pela invasão da parede de túbulos e/ou vasos sanguíneos por leucócitos mononucleados (tubulite e/ou vasculite). Outros sinais de mau prognóstico quanto à possibilidade de reverter à rejeição do enxerto são: ▪ Necrose fibrinoide de pequenas artérias e arteríolas; ▪ Agregados plaquetários; ▪ Trombos de fibrina. Para este tipo de rejeição há terapia efetiva. Na grande maioria dos casos o paciente apresenta recuperação completa da função renal. 2. Rejeição Hiperaguda: é a forma de rejeição mediada por anticorpos anti-HLA, que são geralmente detectados na prova cruzada. Nesse caso o rim é rejeitado imediatamente após sua vascularização ou dentro das 24 horas seguintes ao procedimento. Essa rejeição ocorre por conta de anticorpos pré-formados do receptor aos antígenos HLA presentes no endotélio vascular do enxerto, que ativa o sistema complemento e coagulação intravascular. No exame histológico é possível verificar a presença de trombos plaquetários nos glomérulos e capilares dos túbulos. Passado algum tempo ocorre o infarto renal. Essa complicação também pode ocorrer quando o sistema ABO não é obedecido. Os anticorpos anti-HLA que podem estar presentes no receptor antes mesmo dos transplantes são decorrentes de exposição aos aloantígenos em virtude de transfusão sanguínea, gestação e/ou transplantes prévios. Para este tipo de rejeição não existe terapia efetiva, porém a detecção precoce destes anticorpos por meio da realização da prova cruzada podem evitar o quadro dramático que envolve a rejeição do enxerto. 3. Rejeição Acelerada: é uma forma de rejeição de baixa incidência que ocorre entre o segundo e o quinto dia após o transplante. Ocorre em razão à resposta imune secundária e apresenta um componente celular, mas é mediada de forma predominante por anticorpos. Configura-se como um das causas de perda precoce do enxerto. 4. Rejeição Crônica: na rejeição crônica do enxerto, também conhecida como nefropatia crônica do enxerto, é possível notar dois componentes: ▪ Imunológico: resultante da incompatibilidade HLA, com presença de mecanismos humorais e ocorrências de rejeição aguda; ▪ Não imunológico: secundário à HAS, hipertensão/hiperfiltração glomerular, isquemia renal, nefrotoxicidade por drogas, hiperlipidemia, e infecção por citomegalovírus. A característica predominante da rejeição crônica é a alteração vascular oclusiva, que causa isquemia do tecido do rim. Ao exame histológico é possível notar alterações em diferentes regiões: Tabela 2 Alterações Características Glomerulares ▪ Diminuição do tamanho dos glomérulos; ▪ Espessamento da membrana basal; ▪ Hialinização e fibrose intracapsular. Vasculares ▪ Proliferação da camada íntima e alterações degenerativas da camada média com duplicação e interrupção da lâmina elástica interna e obliteração dos capilares peritubulares. Tubulointersticiais ▪ Atrofia tubular com obliteração luminal, ▪ Fibrose intersticial ▪ Focos de infiltração por linfócitos mononucleados Tabela 2. Alterações provocadas pela rejeição crônica do enxerto. Complicações Tardias Inúmeras complicações podem surgir ou evoluir de maneira tardia em pacientes que foram submetidos a transplante renal. Elas estão associadas a fatores próprios do enxerto (rejeição crônica) e do paciente. ▪ Doença cardiovascular: representa uma importante causa de morbimortalidade em pacientes transplantados em razão as complicações cardiovasculares influenciadas por doenças preexistentes como hipertensão arterial sistêmica, diabetes melito e doença vascular; ▪ Dislipidemias: possui prevalência elevada, englobando cerca de 80% dos pacientes transplantados, em geral surge de maneira precoce e segue durante toda a sobrevida do enxerto. Atribui-se aos corticosteroides e à ciclosporina a responsabilidade pelo surgimento da dislipidemia, pois induzem o aumento da produção hepática de lipoproteínas e triglicerídeos, além de diminuírem o catabolismo de partículas periféricas; ▪ Doença hepática: ocorre principalmente por toxicidade de drogas ou infecções por vírus hepatotrópicos e constitui uma complicação importante pós- transplante; ▪ Neoplasias: sua incidência acomete cerca de 5% dos pacientes pós- transplantes; os fatores de risco estão relacionados à terapia imunossupressora e são: exposição ao so ▪ l, raça branca, idade avançada e sexo masculino; observa-se maior incidência de neoplasias nos lábios, linfomas, carcinoma de cérvice uterina e sarcoma de Kaposi. O prognóstico, em geral, é ruim, e o principal tratamento é a excisão cirúrgica; ▪ Diabetes melito: o surgimento do diabetes melito pós-transplante é verificado em cerca de 20% dos pacientes sendo a hiperglicemia assintomática a forma mais comum de apresentação da doença; acredita-se que muitas dessas variações ocorrem em função da terapia imunossupressora, em especial os corticosteroides que atuam reduzindo o número e a afinidade dos receptores de insulina, o que causa uma resistência periferia à sua ação; o tratamento consistebasicamente em dieta, podendo, mais raramente, haver necessidade do uso de insulina e, de modo geral, sendo utilizados hipoglicemiantes orais; ▪ Disfunção renal tardia: pode ocorrer eventualmente e envolve causas: ▪ Vasculares: estenose de artéria renal; ▪ Obstrutivas: obstrução no trato urinário; ▪ Nefropatias: doença crônica do enxerto; ▪ Glomerulopatias: a recorrência de glomerulopatias primárias ou secundárias. Neste caso, deve-se considerar a possibilidade de rejeição aguda tardia do enxerto em virtude a falha na terapia de imunossupressão por não adesão do paciente; esta representa uma importante causa de perda do enxerto, principalmente, em pacientes jovens de baixo padrão socioeconômico; ▪ Infecciosas: pielonefrite; uso de agentes nefrotóxicos como contraste ou fármacos. Complicações Infecciosas ▪ Infecção do tratourinário: principal causa de infecção no transplantado renal, acometendo cerca de 80% dos pacientes. O alto índice de incidência é devido ao uso de sondas vesicais, trauma cirúrgico, imunossupressão e refluxo vesicoureteral; ▪ Infecção pulmonar: representa uma forma importante de infecção nos pacientes transplantados, acometendo 20% destes indivíduos. Suas características são: infiltrado pulmonar e febre. O diagnóstico precoce é fundamental para a sobrevida do paciente; ▪ Infecção do sistema nervoso central: ocorrem geralmente no primeiro ano pós-transplante e seus sinais e sintomas são: febre e cefaleia, em geral, sem sintomatologia sistêmica. Quatro padrões clínicos são encontrados comumente: meningite aguda, meningite subaguda ou crônica, disfunção neurológica focal e demência progressiva. Complicações cirúrgicas As complicações cirúrgicas envolvidas no transplante renal estão diretamente relacionadas ao processo cirúrgico ou a outras complicações clínicas, que exigem intervenção cirúrgica. . . . . . . . . . 0. 1 CIRCUNSTÂNCIAS QUE INFLUENCIAM NO 2 SURGIMENTO DE COMPLICAÇÕES 3 4 5 6 7 8 9 1 11. Uso de medicações imunossupressoras Diabetes melito Doença vascular periférica Idade superior a 50 anos Anormalidades do tratourinário superior Prostaciclina (PGI2) Quadro 9. Circunstâncias que influenciam no surgimento de complicações. 1. Vasculares: as complicações vasculares estão relacionadas a índices significativos de morbimortalidade em pacientes transplantados. Elas atingem cerca de 5% dos pacientes transplantados e suas manifestações envolvem: Trombose vascular: causada por erro técnico ou aterosclerose dos vasos do doador ou receptor. Quando não detectada pode levar à perda do enxerto; 1.1 Hemorragia: rara, sendo originada de sangramento de pequenos vasos não ligados ou mais incomuns, como por problemas na anastomose vascular; 1.2 Ruptura do enxerto 1.4 Tromboflebite: complicação rara que ocorre mais frequentemente, a partir do quarto mês do transplante. É caracterizada pelo edema persistente na perna ipsilateral ao enxerto; 1.5 Estenose da artéria renal: costuma estar localizada na anastomose ou diretamente após, e os fatores de risco para seu desenvolvimento incluem erros técnicos, lesões do endotélio vascular do doador e angulação de artéria excessivamente longa. 2. Urológicas: são as complicações mais frequentemente observadas em pacientes transplantados, acometendo cerca de 15% dos transplantados. Suas manifestações são as seguintes: 2.1 Obstrução urinária: mais comum no pós-operatório imediato devido à grande quantidade de coágulos na bexiga neste período o que ocasiona o problema. Outras causas são: infarto do ureter, compressão pelo cordão espermático, compressão da extremidade distal ureteral do túnel vesical e angulação do ureter; 2.2 Linfocele e extravasamento de linfa: ocorrem pela insuficiência no ligamento dos vasos linfáticos que circundam a veia e a artéria ilíaca, causando extravasamento da linfa para a loja renal ou drenagem da linfa pela ferida operatória ou drenos. -----------FIM DO MÓDULO IV----------- MÓDULO V 1. EXAMES LABORATORIAIS A coleta de material do paciente em terapia renal substitutiva para exames laboratoriais periódicos é o meio mais preciso de avaliação do progresso da terapia e do estado geral do paciente. É por meio da análise desses resultados que deverão estar pautadas as ações e prescrições de diálise. 1.1 Aspectos gerais Os elementos a serem avaliados nos exames de rotina dos pacientes em diálise são: Ureia É produto do metabolismo de proteínas. Normalmente é excretada pelo rim, porém em casos de perda da função renal, se acumula no sangue provocando uremia. É um importante indicador da qualidade, pois para realização da avaliação da diálise do paciente utiliza-se a monitorização dos níveis pré e pós-sessão da ureia, devendo o valor pós ser inferior ao pré em 70%. Creatinina Produto do metabolismo da creatina. É encontrada nos músculos esqueléticos e utilizada na contração, portanto o seu valor varia conforme a quantidade de massa muscular da pessoa. É um importante índice de avaliação da função renal, pois não tem seu valor afetado por fatores externos (a ureia tem seu valor afetado pelo consumo de proteínas, por exemplo). Para a avaliação da função renal é necessário verificar o Clearence de creatinina e para isso, realiza-se a coleta de urina nas 24 horas, também chamada Urina tipo 2. Sódio É o eletrólito principal do soro e indica o estado de hidratação do organismo. É responsável pela regulação de hormônios como a aldosterona, o hormônio natriurético e o hormônio antidiurético. Quando em níveis elevados tem-se o quadro de hipernatremia. O paciente manifesta-se com: ▪ Fadiga; ▪ Pele seca; ▪ Tremores; ▪ Hipertensão arterial. EXEMPLO Ureia pré (100 mg/dL) Ureia pós (Menor ou igual a 30 mg/dL) Quando em níveis baixos tem-se o quadro de hiponatremia. As manifestações no paciente são: ▪ Confusão mental; ▪ Edema; ▪ Tremores; ▪ Cãibras; ▪ Cefaleia. Potássio É um eletrólito envolvido na condução de estímulos nervosos e nas funções musculares, inclusive no músculo cardíaco. Seu valor quando muito elevado se torna um risco à vida do paciente. Quando em níveis elevados tem-se o quadro de hipercalemia. A hipercalemia é causada por abusos na dieta (não segmento das recomendações quanto ao consumo de alimentos com potássio) e subdiálise (diálise em tempo ou ultrafiltração inadequadas, removendo menos escórias do que o recomendado; Ineficaz). Quando em níveis baixos tem-se o quadro de hipocalemia. A hipocalemia é causada por vômitos e diarreia em grande quantidade e pelo uso abusivo de diuréticos. Com presença de letargia, náusea, arritmia e fraqueza. Cálcio É um mineral necessário à formação óssea, contração muscular, transmissão de estímulos nervosos e coagulação do sangue. Para ser absorvido, necessita da forma ativa da vitamina D3. Quando em níveis elevados tem-se o quadro de hipercalcemia, com dor, hipotonicidade muscular, estupor e coma. Quando em níveis baixos tem-se o quadro de hipocalcemia, com espasmos musculares fasciais, arritmia e tetania. corpo. Fósforo É um componente da ATP, que age auxiliando na utilização de energia pelo Quando elevado tem-se o quadro de hiperfostatemia, e com isso pode ocorrer depósito de fosfato de cálcio nos músculos e articulações, causando prurido cutâneo. Hematócrito Indica a quantidade de células vermelhas no plasma. A deficiência na produção de eritropoetina que o paciente com DRC possui, leva a anemia pela diminuição da quantidade de células vermelhas no sangue. Albumina Proteína transportadora de drogas, enzimas e hormônios no sangue. Mantém o líquido dentrodas células e atua no processo de cicatrização. O Nível baixo deste elemento no sangue revela desnutrição do paciente. Transaminases: Visa investigar a função do fígado, em especial as hepatites, quando não são detectáveis ao exame clínico. Fosfatase alcalina: Visa detectar disfunção da tireoide ou doença do fígado. Ferro Componente essencial da hemoglobina, necessário à formação das células sanguíneas vermelhas. Indica anemia quando em níveis baixos. Hormônio da paratireoide (PTH): Tem por objetivo investigar doença óssea. HbsAg Revela a presença do vírus da hepatite B. Anti-HBs Detecta a presença de anticorpos contra a hepatite B adquiridos por contato com o vírus por meio de vacinação. Devem sempre ser encaminhados à vacinação os pacientes que apresentarem este resultado negativo. Anti-HBc Detecta a presença de anticorpos para a hepatite B adquiridos por contato anterior com o vírus. A indicação positiva para esse elemento revela imunidade do paciente contra a hepatite B, dispensando assim a necessidade de vacinação contra a doença. Anti-HCV Para detecção da presença de anticorpos para o vírus da hepatite C (HCV), indicando assim a presença do vírus no organismo. Anti-HIV Para detecção da presença de anticorpos para o vírus da AIDS (HIV), indicando assim a presença do vírus no organismo. Alumínio: Tem por objetivo investigar doença óssea causada pela má qualidade da água utilizada na hemodiálise. 1.2 Aspectos legais A legislação vigente para os serviços de terapia renal substitutiva preconizam a realização de exames periódicos para avaliação do estado dos IMPORTANTE! Também periodicamente, os profissionais envolvidos na assistência devem realizar exames sorológicos para monitoramento. pacientes sob este tratamento em todo o país. Deste modo, são realizados exames de rotina e de avaliação da qualidade da diálise periodicamente. Os exames de rotina são distribuídos em periodicidades diferentes, como a seguir: ▪ Mensais: medição do hematócrito, dosagem de hemoglobina, dosagem da ureia pré e pós a sessão de diálise, potássio, cálcio, fósforo, transaminase glutâmico-pirúvica (TGP), glicemia para pacientes diabéticos e creatinina durante o primeiro ano; ▪ Trimestrais: hemograma completo, medição da saturação da transferrina, dosagem de ferritina, ferro sérico, proteínas totais e frações fosfatase alcalina; ▪ Semestrais: parato-hormônio, anti-HBs, HBsAg e anti-HCV (para pacientes suscetíveis e com resultado negativo anterior), dosagem de creatinina após o primeiro ano; ▪ Anuais: colesterol total e fracionado, triglicérides, dosagem de anticorpos para HIV e do Nível sérico de alumínio, radiografia de tórax. 1.3 Técnica de coleta de exame pós-hemodiálise Para avaliação da adequação da diálise, deve-se medir a quantidade de hemodiálise pelo método da cinética da ureia. Nesse método, a hemodiálise pode ser medida de maneira precisa quanto sua eficiência ou não de acordo com a prescrição do paciente. Essa avaliação é feita periodicamente, em geral, mensalmente. Sabe-se que a diálise acima ou abaixo das reais necessidades de depuração do indivíduo acarreta a sua saúde problemas que podem levá-los a necessidade de internação hospitalar ou até mesmo, a morte em alguns casos. O método de avaliação mensal utilizado para verificar a adequação da diálise é o de Kt/V e a taxa de redução de ureia (ureia pré e ureia pós-diálise). Para o método é necessário realizar coleta de sangue. O procedimento deverá ser o seguinte: Para o exame de Ureia-pré e Kt/V 1. Separe o material (um tubo de ensaio de tampa vermelha, identificado como ureia pré, luvas de procedimento, seringa de 10ml, agulha, algodão e álcool 70%); 2. Lave as mãos conforme técnica; 3. Informe ao paciente o procedimento que será realizado; 4. Calce as luvas; 5. Realize antissepsia no local de administração de medicamentos e/ou coleta de material da linha arterial do sistema extracorpóreo; 6. Colete o sangue do paciente (8 ml); 7. Preencha o tubo vermelho com o sangue; 8. Descarte o material perfurocortante do recipiente adequado e o material comum em lixo comum; 9. Lave as mãos; 10. Envie ao laboratório a amostra devidamente etiquetada e identificada. Para a Ureia-pós 1. Repita os procedimentos, desta vez com um tubo de tampa na cor vermelha, identificado como Ureia pós. 2. IMUNIZAÇÃO A imunização em diálise se refere tanto aos pacientes em terapia renal substitutiva quanto à equipe multiprofissional que lhe oferece assistência. Conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, deve-se assegurar a imunização de todos os pacientes e equipe segundo o calendário de vacinação do adulto. IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS EVITADAS A partir de 20 anos dT (Dupla tipo adulto) 1ª dose Difteria e Tétano Contra Febre Amarela Dose inicial Febre Amarela SCR (Tríplice viral) Dose inicial Sarampo, Caxumba e Rubéola Dois meses após a 1ª dose contra Difteria e Tétano dT (Dupla tipo adulto) 2ª dose Difteria e Tétano A cada 10 anos por toda a vida dT (Dupla tipo adulto) Reforço Difteria e Tétano Contra Febre Amarela Reforço Febre Amarela 60 anos ou mais Influenza Dose anual Influenza ou Gripe Pneumococo Dose única Pneumonia causada por pneumococo Tabela 3. Calendário de vacinação do adulto e idoso. Adaptado da Portaria GM/MS nº1602, de 17 de julho de 2006. É importante ressaltar que na tabela acima não é mencionada a vacina contra hepatite B, pois esta imunização é preconizada pelo Ministério da Saúde para o calendário da criança. Em adultos não imunizados segue-se a vacinação com três doses, sendo: 1ª dose: Aplicação inicial, momento 0; 2ª dose: Um mês após o momento 0; 3ª dose: Seis meses após o momento 0. A imunização do paciente com as especificidades exigidas pela imunossupressão que o tratamento provoca será discutida mais a frente. Aqui, cabe destacar apenas que justamente pelo comprometimento do sistema imune, o calendário de vacina deve estar em dia para prevenir assim possíveis infecções, com consequentes internações dessa clientela. No que se refere aos profissionais, é importante destacar que os profissionais de enfermagem, espcialmente os técnicos de enfermagem, que desenvolvem atividades no reprocessamento de dialisadores, devem estar em dia com o calendário de vacinação, com ênfase na vacinação contra hepatite B, já que sua atividade de trabalho envolve contato constante com uma possível fonte de contaminação que é o sangue dos pacientes (envolvido nos procedimentos e presente nos dialisadores). Assim, vale lembrar a importância da adoção e utilização correta de técnicas e procedimentos de biossegurança. Outro ponto a ser destacado é a necessidade de saber se a vacina aplicada provocou de fato a imunidade no paciente contra a doença-alvo a ser evitada. Para isso, realiza-se o exame para detecção de marcadores virais para verificar a existência de anticorpos contra a doença. 2.1 Relacionada ao paciente Todos os pacientes em terapia renal substitutiva devem ser vacinados contra hepatite B em dosagem dupla. Isso deve ser feito por conta da condição de imunossupressão que estes pacientes possuem. A via de administração é a mesma adotada na população em geral, Intramuscular (IM), com preferência para a aplicação no músculo deltoide. O intervalo entre doses é: 1ª dose: Aplicação inicial, momento 0; 2ª dose: Um mês após o momento 0; 3ª dose: Dois meses após o momento 0; 4ª dose: Seis meses após o momento 0. O estado de imunossupressão desses pacientes permite que, ao exame laboratorial, ora os anticorpos formados pela imunização sejam detectados e ora eles passem despercebidos.Como já visto, a cada seis meses, todos os pacientes realizam o exame para detectar a presença de marcadores virais, nesse caso, o Anti-HBs, que mede a imunidade contra a hepatite B. 2.3 Relacionada à equipe Deve ser entregue ao serviço de diálise a cópia das carteiras de vacinação dos profissionais envolvidos na assistência e, periodicamente, realizada a verificação da necessidade de atualização de vacinação. Geralmente, é oferecida pela própria instituição, em época de campanhas, a disponibilização das vacinas para os funcionários. É importante saber que o técnico de enfermagem, em especial os atuantes em hemodiálise, estão em constante contato com possível fonte de contaminação que é o sangue do paciente. Sendo assim, o uso de equipamentos de proteção PRINCIPAIS DOENÇAS CONTRA AS QUAIS OS PROFISSIONAIS DEVEM ESTAR/SER IMUNIZADOS Hepatite B Difteria e Tétano Sarampo Caxumba Rubéola Varicela Gripe Pneumococo BCG individual aliado a técnicas gerais de biossegurança e imunização representa proteção e segurança ao profissional em dobro. A imunização tem por finalidade proteger, de modo geral, o profissional fora ou dentro do serviço onde atua. A constante convivência com material infectante por vezes, pode provocar acidentes que requerem atenção especial. Acidentes por material biológico Os cuidados imediatos após a exposição são: ▪ Exposição por meio da pele ou percutânea: lavar o local com água e sabão de maneira abundante. ▪ Exposição de mucosa (olho, boca, ou outras): lavar o local com água ou solução fisiológica de maneira abundante. ▪ Evitar manipulação excessiva da área exposta e buscar imediatamente orientação para avaliar o risco do acidente. 3. TERAPIA MEDICAMENTOSA DE SUPORTE Os pacientes com doença renal crônica, geralmente fazem uso de vários medicamentos constantemente. De acordo com a terapia dialítica, surgem demandas específicas, pois na diálise juntamente com as escórias, há perdas de nutrientes. Alguns medicamentos atendem essa demanda repondo substâncias perdidas e que são necessárias ao organismo do paciente e outros medicamentos tem por objetivo controlar a doença de base. A prescrição deve ser ajustada de maneira individual e a escolha do medicamento e dosagem deve estar baseada nos níveis de função renal de cada paciente. Um ponto muito importante é a observação das interações existentes entre os medicamentos, assim como de possíveis efeitos adversos, e para isso deve ser feita a monitoração regularmente. É muito importante que o paciente siga sempre corretamente as orientações dadas pela equipe multiprofissional. Nesse sentido, cabe a enfermagem verificar o entendimento dos pacientes quanto à prescrição, observando se estão sendo seguidas as doses corretas e os horários dos medicamentos, já que o uso indevido ou suspensão abrupta da medicação por conta própria podem trazer sérias complicações. IMPORTANTE! Jamais utilize soluções irritantes como éter, hipoclorito e glutaraldeído para lavar o local exposto. As medicações mais comuns são: ANTI-HIPERTENSIVOS Muitos pacientes utilizam esses medicamentos, já que a hipertensão é a maior causa de DRC no Brasil. São utilizadas para diminuir os níveis pressóricos dos pacientes e em alguns casos, logo após controle de peso no tratamento dialítico, são descontinuados. SEVELAMER É fornecido pelo governo. Diminui a absorção do fósforo contido nos alimentos consumidos, proporcionado a redução do nível sérico do fósforo (nível no sangue). Deve ser ingerido juntamente com as refeições e estas, por sua vez, devem ser restritas de fósforo conforme orientação nutricional. ANTIBIÓTICOS São utilizados no tratamento de infecções. Para sua utilização em pacientes com DRC recomenda-se a realização de antibiograma, pois alguns quando utilizados indiscriminadamente ou rapidamente, podem causar diminuição na capacidade auditiva ou surdez total. ERITROPOETINA Também é fornecida pelo governo. Ajuda as células da medula óssea na produção de glóbulos vermelhos, melhorando a anemia, que é causada pela hemodiálise. É administrado no final da sessão de hemodiálise, na linha venosa ou por injeção subcutânea, conforme indicação e orientação. CARBONATO DE CÁLCIO É usado para auxiliar na construção e manutenção de ossos e dentes resistentes. Também auxilia nas atividades musculares e nervosas, além de ter efeito sobre a coagulação do sangue. VITAMINA C Possui duas atuações básicas: ▪ Aumentando o nível de cálcio; ▪ Reduzindo o nível de fósforo. Auxilia na cicatrização, no controle da pressão arterial e na absorção do ferro dos alimentos. Porém, seu excesso pode prejudicar o rim, o coração, a tireoide e as veias. É administrada duas vezes por mês no término da diálise, em alguns casos. ANTICOAGULANTES Visam evitar a coagulação sanguínea no circuito extracorpóreo durante a Hemodiálise e também no acesso vascular, seja ele fistula arteriovenosa ou cateter de duplo lúmen. VITAMINA D Faz com que o cálcio seja absorvido pelo organismo. A exposição ao sol auxilia na produção da vitamina D. É indicado ficar exposto ao sol de 10 a 15 minutos, duas a três vezes na semana antes das 10h ou após as15h. SUPLEMENTOS VITAMÍNICOS E MINERAIS São utilizados para corrigir a anemia e a desnutrição causada pela doença renal e para prevenir a doença óssea. FERRO O ferro é uma substância essencial para o funcionamento do organismo. A sua falta pode provocar o agravamento da anemia do paciente. Ele é administrado ao final da sessão de hemodiálise, assim como a eritropoetina. 3.1 Importância da terapia de suporte A terapia de suporte tem por finalidade diminuir os problemas provocados pela doença de base ou agravados em decorrência da terapia dialítica que elimina também nutrientes essenciais. Sua importância se revela no fato de o uso continuado e combinado das medicações prescritas produzirem melhorias na qualidade de vida dos pacientes e no seu estado clínico. É de suma importância que a enfermagem ofereça apoio e orientação a utilização correta destes medicamentos por meio do reforço da conscientização do paciente para seu uso e reconhecimento dos benefícios na vida cotidiana. Periodicamente deve ser revista a prescrição do paciente e o profissional de enfermagem, juntamente com o paciente, pode e deve elaborar um plano para administração dos horários e doses, além de acondicionamento correto com as especificidades que alguns medicamentos exigem. A eritropoetina e o ferro são medicações distribuídas aos pacientes em número de doses necessárias para seu uso no mês. O mesmo as leva para casa e deve acondicioná-las e transportá-las até o local da diálise, em dias de sua sessão, onde lhe serão administradas as medicações. Uma informação importante a ser oferecida ao paciente é que a eritropoetina deve ser mantida em refrigerador (quando estiver em sua casa) e transportada em recipiente com gelo até o local de aplicação. ----------- FIM DO MÓDULO V ----------- GLOSSÁRIO A ANASTOMOSE: abertura entre dois órgãos ou espaços, criada cirurgicamente ou decorrente de um trauma ou doença, ou ainda, congênita. D DIÁLISE: processo físico-químico pelo qual duas soluções de concentrações diferentes, são separadas por uma membrana semipermeável. E ENXERTO: transferência de células ou de tecido de um local para outro do mesmo indivíduo ou para o corpo de outro indivíduo. I IMUNOSSUPRESSÃO: supressão artificial da resposta imunológica, geralmente com a utilização de fármacos, para evitar a rejeição de enxertos por exemplo. N NÉFRON: Unidade funcional mais elementardo rim que corresponde o corpúsculo ou glomérulo renal e o túbulo renal correspondente. O OLIGÚRIA: diminuição da quantidade de urina emitida, que pode estar ligada a fatores fisiológicos ou patológicos, ligados a afecções renais ou gerais. P PERITONITE: inflamação do peritônio. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AJZEN, H.; SCHOR, N. Nefrologia: guia de medicina ambulatorial e hospitalar UNIFESP/Escola Paulista de Medicina. São Paulo: Manole; 2002. BARBOSA, G.S.; VALADARES, G.V. 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ENDEREÇOS ELETRÔNICOS RECOMENDADOS Associação Brasileira de Enfermagem em Nefrologia http://www.soben.com.br/ Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos http://www.abto.org.br/ Jornal Brasileiro de Nefrologia http://jbn.org.br/ Journal of the American Society of Nephrology http://www.jasn.org/ National Kidney Foundation http://kidney.org/ Sociedade Brasileira de Nefrologia http://www.sbn.org.br/ -----------FIM DO CURSO!----------- http://www.sbn.org.br/ http://www.sbn.org.br/ http://www.sbn.org.br/ http://www.sbn.org.br/ http://www.soben.com.br/ http://www.abto.org.br/ http://jbn.org.br/ http://www.jasn.org/ http://kidney.org/ http://www.sbn.org.br/