Buscar

Tratamentos Capilares - Noções e Procedimentos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SUMÁRIO 
 
1. Importância dos cabelos 
2. Anatomia e fisiologia do folículo piloso e couro cabeludo 
3. Anatomia e fisiologia da haste capilar 
4. Ciclo do crescimento do pêlo 
5. Fatores que influenciam no crescimento do pêlo 
6. Classificação dos cabelos conforme o grau de oleosidade e hidratação 
7. A química dos xampus e condicionadores 
8. Principais patologias que afetam o couro cabeludo 
9. Patologias que afetam a haste capilar 
10. Fatores responsáveis por danos à haste capilar 
11. Hidratação capilar 
12. Cauterização capilar 
13. Queratinização capilar 
14. Alisamento capilar 
15. Ondulação capilar 
16. Tinturas capilares 
17.Uso indevido do formol na estética capilar 
18.Formulações diversas para uso capilar 
Bibliografia 
 
 
 
 
1 - Importância dos cabelos 
 
 
 
A preocupação com os cabelos ocorre desde o início da humanidade, onde 
inúmeras técnicas eram utilizadas por homens e mulheres para diminuir a queda capilar ou 
simplesmente para adornar os cabelos. 
Os cabelos apresentam duas funções muito importantes, que podemos dividir em 
função fisiológica e função estética. 
A função fisiológica dos cabelos é relacionada com a proteção do crânio contra 
traumatismos e radiações solares. 
Existem casos de melanoma solar (câncer de pele) relacionados com pacientes 
calvos, onde a função protetora dos cabelos deixa de existir e o sol queima o couro 
cabeludo do indivíduo. 
É importante salientar a indivíduos calvos (homens ou mulheres) a importância do 
uso de filtro solar bem como da utilização de chapéus ou bonés, visto que a proteção 
natural que são os cabelos, já não existe mais. 
 A função estética dos cabelos está em alta contemporaneamente. 
Os cabelos têm importante papel de adorno e veneração que invadiu impérios, fez 
parte da mitologia, atingiu a cultura, discerniu as classes sociais e hoje impulsiona a 
ciência, que desvenda mitos sobre os cabelos e avança sua tecnologia para melhorar cada 
vez mais os cosméticos para a linha capilar. 
A perda dos cabelos afeta diretamente o psicológico do ser humano, causando 
uma baixa na auto-estima, muitas vezes podendo até causar depressão. 
As mulheres sofrem mais com a queda de cabelo, são vítimas mais freqüentes da 
depressão devido à calvície. Atualmente existem muitas técnicas e cosméticos para tratar e 
prevenir a calvície e o mercado cresce a cada ano. 
Enfoque histórico: 
Alguns papiros egípcios foram encontrados com mais de 4000a.C., e já citavam a 
anatomia do couro cabeludo e fórmulas contra a alopecia, certamente em forma de 
desenhos rupestres. 
Lendas, contos mitológicos e fábulas também denotam a importância dos cabelos. 
Podemos citar Sansão, cuja força estava nos cabelos, e Rapunzel, que jogava as tranças 
da torre para ser salva. 
 
 
Atualmente preza-se pela manutenção da saúde do couro cabeludo e da haste 
capilar, realizando-se protocolos estéticos para tratamento de patologias do couro cabeludo 
e métodos de reestruturação da haste capilar, como hidratação, cauterização e 
queratinização. 
Houve a necessidade do surgimento de uma nova vertente na área capilar, 
denominada Terapia Capilar, que se compõe de um exame detalhado do couro 
cabeludo e da haste capilar, com o auxílio de instrumentos como 
videodermatoscópio e da Luz de Wood, com aplicação correta de substâncias 
cosméticas específicas, que têm a finalidade de resolver ou minimizar patologias 
como a pitiríase (caspa), dermatite seborreica, alopecia e a fragilidade da haste 
capilar, utilizando fitoterapia, esfoliações para desintoxicação do couro cabeludo, 
eletroterapia e massagens oxigenantes. 
As massagens oxigenantes podem ser shiatsu e drenagem linfática capilar. 
A desintoxicação do couro cabeludo pode ser feita de várias maneiras 
citadas abaixo: 
 Argiloterapia. 
 Esfoliação com uso de esfoliantes físicos como microesferas de 
polietileno e sementes trituradas. 
 Esfoliação química com ácido salicílico a 5%. 
 
Esta esfoliação do couro cabeludo desobstrui os óstios foliculares (local por 
onde sai o pêlo do couro cabeludo) e também remove células mortas do couro 
cabeludo, auxiliando no tratamento e prevenção de patologias como a queda 
capilar, dermatite seborreica, seborréia e foliculite. 
Contemporaneamente, não faz sentido que nem o profissional da área 
capilar e nem o cliente queiram só realizar procedimentos que visem melhorar a 
saúde da haste capilar, pois o couro cabeludo é a estrutura que sustenta esta haste; 
e se este não estiver em boas condições, a saúde da haste é prejudicada 
diretamente, como o aparecimento de quedas capilares, cabelos enfraquecidos. 
Um exemplo clássico que acontece com a maioria dos indivíduos que têm 
alguma patologia de couro cabeludo, como por exemplo pitiríase, é realizar uma 
escova ou uma hidratação na haste, procedimento que, dependendo do grau de 
oleosidade dos princípios ativos utilizados nos produtos, piora muito o quadro de 
 
 
pitiríase do cliente; então, ao invés de auxiliar o cliente, o profissional estaria 
prejudicando-o. 
É muito importante conhecer a química dos cosméticos utilizados nos 
procedimentos realizados pelo terapeuta capilar; isto diminui o risco de prejuízos 
aos clientes. 
Existem métodos para realizar uma escova em clientes, com patologias de 
couro cabeludo visando não só a saúde da haste como também do couro; isto pode 
ser feito realizando-se a limpeza adequada do couro cabeludo antes de se começar 
o procedimento de hidratação e escolhendo os ativos mais apropriados para cada 
cliente, ou seja, nem todos os clientes usarão os mesmos produtos. Não é aceitável 
que o profissional da área capilar tenha um único Kit para realizar hidratações. 
Na relação abaixo estão enumerados os passos sugestivos para um 
procedimento antiqueda, utilizando-se os conceitos de terapia capilar: 
 
1. Desincrust (limpeza com lauril éter sulfato de sódio2 % - ver 
módulo III). 
2. Esfoliação (pode ser química ou física). 
3. Shampoo de Jaborandi (ou outros ativos antiqueda). 
4. Condicionador específico para o tipo de cabelo tratado. 
5. Tônico para crescimento que deve ser aplicado no couro 
cabeludo. 
6. Finalizador para haste do tipo live-in (sem enxágüe). 
 
No quando abaixo, um exemplo de formulação de tônicos para crescimento 
capilar: 
 
Auxina tricógena --------------------------------15% 
Extrato glicólico de Jaborandi -------------- 10% 
Solução hidroalcoólica qsp ------------------ 100ml 
 
 
 
 
Foto do aparelho de luz de Wood ( www.aparelhosdeestetica.com.br) 
 
2 – Anatomia e Fisiologia do folículo piloso e couro cabeludo 
Couro cabeludo 
A espessura do couro cabeludo é muito variada. Entre os diversos 
indivíduos, em média, variam de 3 a 6mm. 
A camada que recobre e protege a caixa craniana é o couro cabeludo. Este 
é formado por cinco camadas que serão descritas a seguir: 
1. Cútis, ou pele que recobre a caixa craniana. 
2. Tecido subcutâneo denso. 
3. Aponeurose. 
4. Tecido subaponeurótico frouxo. 
5. Pericrânio. 
As 3 primeiras camadas estão ligadas entre si e movem-se como uma só, 
sendo explicadas abaixo. 
 
Cútis 
É a pele do couro cabeludo, camada mais externa, onde ficam os folículos 
 
 
pilosos da haste capilar. 
 
Tecido Subcutâneo Denso 
É formado por um extrato adiposo avascular e um extrato membranáceo 
vascular mais profundo, sendo que este último possui grandes vasos sangüíneos e 
nervos. 
 
Aponeurose (Gálea Aponeurótica) 
Um tecido fibroso que cobre a abóboda do crânio, entre os músculos occipital, 
auricular superior e frontal do lado direito e esquerdo. 
 
Tecido Subaponeurótico Frouxo (Calvária) 
Esta camada permite a movimentação das outras três primeiras camadas, contém 
inúmeras veias, é denominada área perigosa, pois a infecção progride rapidamente através 
dela, possibilitando invadir as estruturas endocrânicas. 
 
Pericrânio 
É o Periósteo da caixa craniana, tem pequenopoder osteogenético. 
 
É importante conhecer as camadas do couro cabeludo, e perceber a 
importância de manter sua saúde; a cútis é a primeira barreira de defesa, que impede 
a entrada de microorganismos e protege contra traumas físicos, deve-se manter esta 
camada sempre limpa , em boas condições de higiene. 
 
 
 
 
Inervação sensitiva do Couro Cabeludo 
 
O couro cabeludo possui terminações nervosas cranianas sensitivas que 
transmitem impulsos através do nervo oftálmico e do nervo mandibular; são ramificações do 
 
 
nervo trigêmeo. Possui também receptores cutâneos que captam os estímulos térmicos, 
mecânicos e dolorosos. 
V – trigêmeo 
V1-Nervo oftálmico 
V2-Nervo maxilar 
V3-nervo mandibular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ramos do nervo trigêmeo. (DRECOLL & ROHEN, 1998, p. 129). 
 
 
Irrigação do Couro Cabeludo 
 
A irrigação do couro cabeludo inicia-se num ponto de junção da artéria carótida 
comum que se dilata no nível onde se dá a divisão das artérias carótidas interna e externa. 
 
 
 
Artérias da Cabeça e do pescoço (DRECOLL & ROHEN, 1998 p. 121). 
 
 
 
 
1- Artéria temporal superficial 
2- Artéria occipital 
6- Artéria carótida interna 
9- Divisão da artéria carótida comum em interna e externa (seio carótico) 
10- Músculo temporal. 
11- Artéria maxilar 
13- Mandíbula 
14- Artéria fácil 
15- Artéria carótida externa 
16- Glândula submandibular 
 
 
Folículo piloso 
 
Os Folículos pilosos desenvolvem-se durante o terceiro mês de gestação , por 
volta do quinto mês o feto torna-se coberto de pêlos muito delicados chamados Lanugem, 
 
 
 
estes pêlos caem antes do nascimento , exceto nas regiões de sobrancelhas, pálpebras e 
couro cabeludo, estes pêlos também caem alguns meses 
Os Folículos pilosos desenvolvem-se durante o terceiro mês de gestação; por volta 
do quinto mês o feto torna-se coberto de pêlos muito delicados chamados lanugens. Estes 
pêlos caem antes do nascimento, exceto nas regiões de sobrancelhas, pálpebras e couro 
cabeludo; também caem alguns meses após o nascimento, e são substituídos por outros um 
pouco mais grossos, chamados velos. 
Sentimos dor quando arrancamos um fio de cabelo porque este sai de uma 
estrutura viva, com células e suprimento sangüíneo, chamada folículo pilo-sebáceo, e 
também devido ao couro cabeludo ter inervação sensitiva. 
Os fatores determinantes genéticos influem diretamente sobre a textura, cor, 
curvatura, densidade, crescimento dos cabelos, quantidade e localização dos folículos 
pilosos. 
Então, a cor dos nossos cabelos, por exemplo, é determinada geneticamente, 
sendo herança da mistura genética de nossos pais. 
Velos são pêlos mais grossos do que a lanugem que têm coloração clara, são finos, 
curtos e muito delicados, caracteristicamente vistos nas faces e membros superiores. 
Ocupam 65 % do corpo das mulheres. 
Os pêlos terminais são grossos e escuros, exceto nos louros. São divididos em 
pêlos cerdosos, que são pequenos , mais ou menos ásperos e localizam-se em regiões 
específicas como condutos auditivos, vestíbulos do nariz , sobrancelhas e órgãos genitais e 
pêlos compridos (cabelos), encontram-se no couro cabeludo. Ocupam 95% do corpo dos 
homens. 
 
 
 
 
O folículo pilo-sebáceo é constituído pelas seguintes estruturas: 
 
 
 
1. Glândula sebácea: é uma estrutura responsável por fornecer ao cabelo a 
oleosidade natural, necessária para gerar uma haste capilar saudável e deixar 
os cabelos brilhosos. 
 
2. Músculo eretor do pêlo; é uma estrutura que se localiza abaixo do local onde se 
insere o ducto da glândula sebácea, também chamado de horripilante, pois 
esta estrutura é responsável por eriçar os pêlos, sendo este mecanismo uma 
forma de defesa para os seres humanos, denotando situações de estresse, 
como por exemplo, quando sentimos frio, é o horripilante o responsável por 
eriçar os nossos pêlos. 
 
3. Papila germinativa: é à base do folículo piloso. 
 
4. Células germinativas: são células formadoras do folículo piloso; dentre elas 
estão os queratinócitos (células produtoras de queratina) e melanócitos (células 
produtoras de melanina). A melanina dá cor aos cabelos, é o pigmento 
responsável por colorir a haste. 
 
5. Vasos sangüíneos: levam nutrição e oxigenação às células germinativas para 
que essas consigam crescer e com isso manter a estrutura do folículo pilo-
sebáceo. 
 
A estrutura do folículo pilo-sebáceo será mostrada abaixo, ficando mais fácil de 
visualizar cada estrutura estudada anteriormente, pertencente a ele. 
 
 
 
Fonte: www .wikimedia.org 
 
Óstio folicular é um orifício afunilado por meio do qual o folículo piloso 
abre-se para a superfície cutânea e projeta a haste capilar. 
 
 
3. Anatomia e fisiologia da haste capilar 
A haste capilar é constituída de três camadas unidas. São elas: a cutícula, o córtex 
e a medula. 
1 Cutícula – é a camada mais externa dos fios de cabelo. Compõe-se de células 
tipo escamas, sobrepostas, formando um aspecto de “telhado”. Estas escamas 
são unidas por uma estrutura química denominada ceramidas (que é cimento 
biológico – composto por lipídeos intercelulares). A cutícula é também 
queratinizada, com altas concentrações de enxofre, que funcionam como uma 
barreira protetora para o córtex e a medula; são responsáveis por dar brilho, 
maciez e penteabilidade aos cabelos. Quando a cutícula se encontra aberta 
significa fios quebradiços, sem brilho e difíceis de pentear. Muitos são os 
 
 
fatores responsáveis por abrir as cutículas, dentre eles podemos citar os 
fatores climáticos como sol, vento, entre outros, os fatores físicos como escova 
e chapinha e os fatores químicos como tinturas e alisamentos capilares. 
2 Córtex - camada intermediária, composta de feixes de queratina e grânulos de 
melanina, é responsável pela resistência e elasticidade dos cabelos. O córtex é 
uma estrutura que fica protegida pela cutícula. 
3 Medula – camada mais interna; até hoje se desconhece qual a sua função e 
esta estrutura pode estar ausente nos pêlos mais finos. 
 
 
www.afrosline.com.br 
 
 
 
 
 A cor dos cabelos 
 
 
 
O pigmento endógeno que dá cor ao pêlo é denominado melanina, sintetizada 
pelos melanócitos, sendo que esta estrutura está situada no bulbo capilar. 
O depósito de melanina está localizado no córtex do pêlo. 
A diferença da cor se dá pela existência de dois tipos de melanina, que são 
controladas geneticamente: 
 
- Eumelanina – responsável pelos tons pretos e marrons. 
- Feomelanina – responsável pelos tons vermelhos e amarelados. 
Atualmente há uma mudança constante na coloração dos cabelos, existem 
inúmeras tinturas capilares e muitos modos de ação destas tinturas. 
Algumas tinturas são temporárias, outras são permanentes, algumas contêm 
amônia outras não contêm. O mercado para este segmento está a cada dia mais crescente 
e com inúmeras inovações. 
 
O embranquecimento dos cabelos ou canície 
 
Com o passar dos anos, a atividade dos melanócitos (células que produzem 
melanina) se altera, diminuindo a atividade da tirosinase, que é a enzima que transforma o 
aminoácido tirosina no pigmento melanina. Conseqüentemente, forma-se menos melanina, 
gerando a canície. 
A canície é a geração dos cabelos brancos. 
O estresse e algumas doenças (tireoidites ou anemia perniciosa) também levam ao 
aparecimento dos cabelos brancos. 
O mercado cosmético lança mão de inúmeras tinturas capilares para cobrir os 
cabelos brancos. 
É difícil contemporaneamente encontrar mulheres e homens acima de 60 anos que 
apresentem cabelos brancos. A maioria recorreu às tinturas capilares para pigmentar os 
cabelos, visto que esteticamente os cabelos brancos estão ligados ao envelhecimento. 
 
 
 
 4. Ciclo do Crescimento do Pêlo 
 
Os humanos têm cerca de 90 a 150 mil fios de cabelos implantados no couro 
cabeludo. 
A densidade capilar pode ser descrita como a quantidadede cabelos por 
centímetros cúbicos no couro cabeludo. 
A rarefação na quantidade de fios de cabelo no couro cabeludo pode ser percebida 
a olho nu ou com o auxílio do videodermatoscópio. Quando isto acontece, a densidade 
capilar diminui, ficando áreas com menor quantidade de pêlos no couro cabeludo, dando 
origem às denominadas “falhas”. 
A densidade capilar pode ser descrita como a quantidade de cabelos por 
centímetros cúbicos no couro cabeludo. 
Os cabelos crescem cerca de 1 a 2cm por mês, em média; por isso desconfie de 
fórmulas milagrosas para crescimento capilar que prometam o crescimento acima de 2cm 
mensais. Fisiologicamente, este crescimento é impossível. 
O crescimento dos cabelos é cíclico. Este ciclo apresenta três fases: anágena, 
catágena e telógena. 
Nem todos os fios de cabelo estão na mesma fase do ciclo do crescimento do pêlo, 
podendo ter uma parte dos cabelos na fase anágena e outra parte na fase catágena e outra 
parte na fase telógena. 
A falta de nutrientes para as células matriciais da base do folículo piloso pode gerar 
queda capilar, pois dificulta a divisão celular na fase anágena. 
Na fase anágena, o pêlo está se formando e quer crescer, na fase catágena o pêlo 
já está se preparando para cair e na fase telógena o pêlo desprende-se do folículo. 
As fases do ciclo folicular serão descritas a seguir : 
 
Fase anágena ou fase do crescimento ativo – fase que compreende o período 
de nascimento e crescimento contínuo do pêlo devido à multiplicação das células matriciais 
do bulbo (mitose), intensa atividade dos queratinócitos (produtoras de melanina) e dos 
melanócitos (células produtoras de melanina), duração de 2 a 7 anos; 85 a 95 % dos 
cabelos estão nesta fase. 
 
 
 
É a fase de maior duração do ciclo e a maior quantidade dos fios esta nesta fase, 
em que o crescimento de células na base do folículo é intenso. 
 
Fase catágena ou fase de regressão - é a fase em que o pêlo pára de crescer 
pela diminuição das atividades das células matriciais; cessa a atividade mitótica. Esta fase 
tem duração de duas a 3 semanas; 1% dos cabelos está nesta fase. 
 
Fase telógena ou de repouso – é neste período que o cabelo cai do folículo. Essa 
fase do pêlo dura em torno de três meses; em média, 4 a 14 % dos cabelos estão nesta 
fase. 
Esta é a fase da queda fisiológica, ou seja, onde há perda normal dos cabelos. 
A quantidade de cabelos perdida varia em torno de 50 a 100 fios diários. O cabelo 
fora de seu folículo , denomina-se cabelo em clava, devido à forma de sua raiz, que lembra 
uma clava dos antigos homens das cavernas. 
 
O desenho ilustrativo do ciclo do crescimento do pêlo apresenta-se a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
O Ciclo pilar (PEYREFITTE et al, 1998, p. 376) 
 
Existem vários medicamentos de uso oral como o Dermavit® que são prescritos 
pelos médicos para tratamento de alopecia. Este, por exemplo, é composto por várias 
vitaminas e vários minerais, como vitamina A, vitamina E, vitamina B2, vitamina C, vitamina 
B6, ácido fólico, biotina, cálcio, zinco, selênio, cobre manganês, cromo, licopeno e silício. 
 
 
Geralmente devem ser associados no tratamento da queda capilar, os recursos 
estéticos e também os medicamentos de uso oral, sendo que estes últimos repõem 
vitaminas e minerais necessários para os fios crescerem na fase anágena. 
Os fios que estiverem programados para cair na fase telógena não responderão ao 
uso de medicamentos de uso oral e cairão, com certeza. 
 
Composição química capilar 
A composição química da haste é bastante variada. Serão explicadas, a seguir, 
todas as estruturas: 
 
- Células mortas: compostas em sua maior parte por uma proteína denominada 
queratina. Esta é formada por 85% de aminoácidos como cisteína, cistina e 
citrulina, que têm alto teor de enxofre, e são ligados entre si por ligações 
denominadas peptídicas. 
A explicação da pergunta – Por que não sentimos dor quando cortamos o cabelo? - 
está no parágrafo acima, ou seja, porque a haste capliar é composta de células mortas, 
somente o folículo piloso é composto por células vivas. 
Sobre a proteína queratina esta será estudada no módulo 3. 
- Ceramidas: são os lipídeos responsáveis pela união das cutículas (camada mais 
externa da haste capilar). São extremamente necessárias para o aspecto saudável 
dos cabelos. São chamadas de cimento biológico. 
Atualmente existem as ceramidas sintéticas, que são adicionadas aos produtos 
capilares como shampoos, condicionadores e cremes sem enxágüe. Estes produtos têm a 
finalidade de repor o cimento biológico perdido por agressões externas à haste, como por 
exemplo o sol e o uso de secador capilar. 
- Pigmentos: melanina, formada pelos melanócitos. 
- Água: componente da maior parte do nosso organismo. 
- Sais minerais (cobre, zinco, ferro, manganês,entre outros) e vitaminas (B, C 
e D). 
As vitaminas e os sais minerais também são importantes para o desenvolvimento 
do pêlo a partir do folículo piloso. 
 
 
 
 
 5 . Fatores que influenciam no crescimento do pêlo 
 
 Nutricionais 
A falta de proteínas, sais minerais e vitaminas são fruto de uma nutrição 
desequilibrada, como por exemplo, os desequilíbrios provocados pelos regimes radicais. 
Com falta de proteínas, vitaminas e sais minerais, aumenta o número dos folículos em 
repouso, determinando o afinamento, a perda do brilho e a interrupção do crescimento dos 
fios. 
Especificamente: 
A falta de vitamina B – pode provocar a queda capilar. 
A falta de vitamina C – deixa os cabelos frágeis e escassos. 
A falta de vitamina D – serve para nutrição do bulbo piloso. 
A falta de sais minerais – como zinco, ferro e enxofre, provoca queda dos cabelos. 
 
 Hormonais 
Os hormônios circulantes na corrente sangüínea podem gerar queda capilar em 
algumas situações como na gravidez, na menopausa e na terceira idade, quando há uma 
alteração na dosagem de hormônios no organismo. 
 
 Químicos 
Alguns medicamentos como os quimioterápicos podem levar à queda dos cabelos. 
Alguns exemplos serão citados abaixo: 
- Acetaminofeno, albendazol, amitriptilina, captopril, carbamazepina, etc. 
 
 Psíquicos 
Os transtornos emocionais ou estresse intenso podem originar perda dos fios. 
 
 
 
 Envelhecimento 
O envelhecimento é gerado pelas alterações decorrentes da ação dos radicais 
livres, que agridem as células do folículo piloso e levam-nas à morte, tendo como resultado 
principal uma menor quantidade de cabelos no couro cabeludo. 
 
6. Classificação dos cabelos conforme o grau de oleosidade e 
hidratação 
 
Cabelos normais – são aqueles em que as glândulas sebáceas liberam oleosidade 
suficiente para lubrificar fisiologicamente os cabelos. 
Os fios são brilhantes, macios, maleáveis e se desembaraçam com facilidade. São 
cabelos não oleosos na raiz e nem secos nas pontas, as cutículas do cabelo são fechadas. 
A limpeza deste tipo de cabelo pode ser diária (uso de xampu e condicionador para 
cabelos normais). 
 
Cabelos secos – são aqueles em que as glândulas sebáceas são 
hipofuncionais, com secreção deficiente. 
Os fios são opacos, ressecados, rebeldes e sem vida . 
As cutículas do cabelo são abertas, tornando-os porosos, ásperos, frágeis, 
arrepiados (acumulam energia estática), embaraçam-se com facilidade e as pontas 
se rompem com facilidade. 
Além do fator hereditário, os hábitos alimentares, as longas exposições ao 
sol, os banhos de piscina ou mar sem proteção, as tinturas, os alisamentos e os 
permanentes tornam também os cabelos secos e desidratados. 
A limpeza deste tipo de cabelo pode ser feita 3 vezes por semana (uso de xampus 
e condicionadores que contenham princípios ativos hidratantes). 
 
Cabelos oleosos - são aqueles em que as glândulas sebáceas são hiperativas, 
apresentando exagerada produção de sebo, fato que pode levar ao aparecimento de 
patologias, como queda, pitiríase, etc. 
 
 
Os fios de cabelo apresentam-seaglutinados, sem volume, gordurosos, e às vezes 
exalam odor característico de ranço. 
Pode haver irritação e prurido no couro cabeludo. 
Além da hereditariedade, o estresse, as alterações emocionais, os problemas 
hormonais e uma alimentação desequilibrada podem acelerar a produção de sebo pelas 
glândulas sebáceas, influindo negativamente na oleosidade da pele e dos cabelos. 
A limpeza deve ser diária, com água fria (água quente estimula a oleosidade) e uso 
de xampus desengordurantes e com seborreguladores. Os condicionadores devem ser com 
pouca carga de ativos oleosos; devem ser usados ativos hidrofílicos como d-pantenol, 
colágeno, entre outros. 
 
Cabelos mistos - são aqueles que apresentam a raiz oleosa e as pontas secas. 
O ressecamento dos fios pode ocorrer por: tinturas, alisamentos, permanentes, sol 
em excesso sem proteção de filtros solares capilares adequados, secadores, pranchas e 
uso de produtos inadequados. 
A limpeza deve ser diária, com água fria (água quente estimula a oleosidade), deve 
ser feito o uso de shampoos que contenham princípios ativos hidratantes. 
 
Cabelos frágeis – determinados geneticamente ou por deficiências nutricionais ou 
metabólicas. 
São cabelos finos e com pouca resistência. 
Deve-se evitar realizar tração excessiva, bem como usar xampus e condicionadores 
hidratantes, quando houver necessidade, entrar com reposição de vitaminas, proteínas e 
aminoácidos via oral, como por exemplo, o Pill Food (alimento do pêlo), o Pantogar ® e o 
Dermavit®. Estes medicamentos devem ser prescritos por médicos e apresentam resultados 
no que se refere à redução da queda e crescimento de novos fios de cabelos. 
A identificação correta de cada tipo de cabelo é que vai definir o tratamento ideal. A 
melhor forma é observar as características conjuntamente, evitando assim, correr riscos de 
danificar a haste e o couro cabeludo com produtos inadequados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. A química dos xampus e condicionadores 
 
Xampus 
 
Os Xampus são formas cosméticas líquidas, consideradas monofásicas, formadas 
pela mistura de vários tensoativos com o objetivo de limpar, higienizar e tratar dos cabelos e 
couro cabeludo. 
O xampu é como um medicamento; deve ser indicado somente por um 
profissional qualificado, após exame dos fios e do couro cabeludo, sob a pena de 
danificar a haste capilar e o couro cabeludo pela utilização de xampus inadequados. 
A função básica de um xampu é remover a sujeira da haste e do couro cabeludo. 
Poderá também conter ativos de tratamento, como por exemplo, um xampu com ceramidas 
que tem ação hidratante, um xampu com piritionato de zinco tem ação anti-seborreica e um 
xampu com jaborandi que tem ação antiqueda. 
Os xampus contêm, geralmente, detergentes aniônicos com cargas elétricas 
negativas que abrem as escamas das cutículas para limpeza. É por esse motivo que quando 
utilizamos somente o xampu e não utilizamos o condicionador, os cabelos ficam ásperos e 
difíceis de pentear, visto que as cutículas dos cabelos encontram-se abertas. 
As sujidades que devem ser eliminadas por um xampu são constituídas por: 
- corpos oleosos, secretados pelas glândulas sebáceas; 
- restos queratínicos, ou seja, de queratina , que são advindos da descamação 
normal da cútis, que é a primeira camada do couro cabeludo; 
- restos minerais ou orgânicos, resultantes da evaporação do suor; 
- poeiras depositadas; 
- restos de produtos cosméticos diversos (fixadores , cremes sem enxágüe, etc.). 
 
Os xampus de tratamento do couro cabeludo, por exemplo, para patologias como 
alopecia, dermatite seborreica, pitiríase, dentre outras, devem ser deixados no couro 
cabeludo por no mínimo 10 minutos e no máximo 15 minutos, visando um tempo de contato 
entre o couro e os ativos, para poder ocorrer a ação destes ativos. 
 
 
As pessoas às vezes reclamam que um xampu antiqueda, por exemplo, não faz 
efeito, mas na maioria dos casos a pessoa não deixa o produto agir no couro cabeludo, não 
dando realmente tempo do ativo veiculado neste produto fazer efeito. 
O aparecimento de sintomas como ardência, irritação, coceira, vermelhidão 
ou feridas após o uso de determinado xampu sinaliza a inadequação do uso do 
mesmo e deve ser feita a suspensão do uso do produto. 
O pH do couro cabeludo varia de 3,8 a 5,6 (sendo que o pH entre 0 e 6,9 – 
é considerado ácido, o pH 7,0 é considerado neutro e o pH acima de 7,0 até 14,0 é 
considerado básico). O pH ideal para um xampu está entre 5 e 7. 
Se o pH do xampu for maior que 7 as cutículas se abrirão com maior 
facilidade. Este é o caso dos xampus anti-resíduos (geralmente pH maior que 7), 
que eliminam em maior profundidade os corpos oleosos, restos de queratina, 
poeiras e cosméticos depositados na haste capilar. 
Contudo, os xampus anti-resíduos ressecam os cabelos se usados 
diariamente, por isso devem ser usados com cautela e nunca diariamente, e por 
isso, o uso desses xampus está indicado em algumas situações, como quando o 
cliente faz uso de cosméticos sem enxágüe com freqüência. Então, este xampu 
pode ser usado semanalmente ou quinzenalmente para diminuir o excesso de 
cosméticos na haste, o que também poderia gerar danos a ela. 
Outro caso em que os xampus anti-resíduos podem ser utilizados é no início 
dos procedimentos de cauterização e queratinização, para promover maior abertura 
da cutícula, necessária para aumentar a penetração da queratina na haste e garantir 
uma melhor efetividade do procedimento. 
Um bom xampu deverá: 
- Limpar sem agredir os fios ou couro cabeludo. 
- Ser facilmente enxaguável. 
- Ter espuma rica e cremosa. 
- Ter odor e aspecto agradável. 
- Não irritar olhos e mucosas. 
Os xampus são formados pela mistura de tensoativos considerando 
algumas propriedades intrínsecas aos xampus como: 
 
 
 Detergência. 
 Formação de espuma. 
 Redução de irritabilidade. 
 Espessamento. 
 Solubilidade. 
 Condicionamento. 
 
Composição dos xampus 
 
Os xampus são compostos por: 
- tensoativos; 
- substâncias doadoras de viscosidade (podem ou não ser tensoativos) ; 
- realçadores de espuma; 
- agentes de suspensão; 
- opacificantes; e, em alguns casos 
- agentes condicionantes. 
 
Estudaremos cada componente de um xampu separadamente a seguir. 
 
Os Tensoativos: 
São compostos químicos que possuem na mesma molécula uma parte hidrofílica. 
Esta possui afinidade pela água e uma parte lipofílica (hidrofóbica), que possui afinidade por 
óleo. Sendo assim, a molécula tem afinidade com a água e com o óleo. 
Os tensoativos agem pela redução da tensão superficial entre os líquidos, tendo a 
propriedade de dispersar água em óleo ou vice-versa.. 
 
Desenho esquemático da molécula de um tensoativo: 
 
 
 
 
------------------------------------ooooooooooo 
extremidade hidrofóbica extremidade 
hidrofílica 
 afinidade com óleo afinidade com água 
 
O processo de formação de micelas: 
Os tensoativos conseguem fazer o arraste das sujidades (hidrofílicas ou 
hidrofóbicas) pela formação de estruturas denominadas micelas. 
As micelas são estruturas esféricas, formadas por várias moléculas de tensoativos 
quando colocadas em contato com água e óleo. 
 
Desenho esquemático de uma micela 
 
 
 
 
 
 
Classificação dos tensoativos: 
 
 Tensoativo primário 
- É o agente espumante/limpador principal do xampu. 
- Normalmente são aniônicos. 
 
 
 
 
Caso o xampu seja destinado ao público infantil, este tensoativo primário deve ser 
substituído por tensoativos anfóteros, menos irritantes, como por exemplo, a coco amido 
propil betaína. 
 
Tensoativo secundário 
 
- É o segundo tensoativo escolhido para composição de um xampu. 
- Normalmente, tensoativos com propriedades de reduzir o ressecamento 
(sobreengordurante) induzido pelo tensoativo primário. 
- São menos agressivos à haste e ao couro cabeludo. 
 
Doadorde viscosidade 
 
Para os consumidores, poucas coisas são mais importantes em um xampu do que 
sua viscosidade, consistência. 
As pessoas consideram que um xampu viscoso é “concentrado”, “forte”, melhor, o 
que nem sempre corresponde à verdade. 
A viscosidade do xampu não é diretamente proporcional a sua eficácia. 
Os tensoativos não iônicos, são bons doadores de viscosidade aos xampus, assim 
como as betaínas. 
Realmente, é menos agressivo para os cabelos o espessamento do xampu com o 
tensoativo não iônico, como a dietanolamina de ácido graxo de coco do que o 
espessamento de um xampu com cloreto de sódio (sal). Os xampus espessados com 
dietanolamina de ácido graxo de coco são denominados de xampu sem sal. 
O sal pode danificar a haste capilar porque fica impregnado nesta podendo causar 
desidratação da mesma, o que se torna pior em cabelos que já receberam algum tipo de 
química prévia, como alisamento químico ou tintura por exemplo. 
 
 
Pode-se comprovar o poder desidratante do sal, observando os cabelos de pessoas 
adeptas ao contato com o mar sem proteção aos cabelos, geralmente a haste é 
extremamente desidratada. 
 
Estabilizador/realçador de espuma 
 
Estes tensoativos usados para “melhorar” a qualidade da espuma produzida pelos 
xampus, têm mais um papel comercial do que uma função propriamente dita. 
O xampu ter mais espuma não significa mais limpeza. Os xampus infantis por 
exemplo, possuem pouca capacidade de espuma e têm tensoativo suficiente para limpar o 
couro cabeludo. Para esta finalidade, são usados os tensoativos como alcanolamidas de 
ácido graxo. 
 
Agente de suspensão 
 
Aumentam a viscosidade do xampu, promovendo a suspensão de partículas de 
ativos ou outras que sejam insolúveis. 
Não são tensoativos, aumentam a densidade por aumento da viscosidade. 
Como exemplo, podemos citar a hidroxietilcelulose, goma xantana entre outros. 
 
Agente Condicionador 
 
A maioria dos xampus comercializados hoje em dia possui algum tipo de tensoativo 
com propriedades condicionantes, mesmo os que não anunciam isso. Tal fato decorre de 
um apelo dos consumidores de terem xampus com melhor desempenho de penteabilidade 
dos fios. 
Xampus ditos 2 em 1, possuem altas concentrações de tensoativos 
condicionadores que interferem na propriedade de detergência do tensoativo primário, 
interferindo na ação de limpeza do produto. Esses tipos de xampus têm a propriedade de 
limpeza reduzida. 
 
 
 
 
Opacificante 
 
São os produtos que conferem um aspecto “perolizado” ao xampu, que deixam de 
ser translúcidos. 
A utilização de opacificantes pode ser feita pela necessidade de esconder uma 
turvação inerente ao produto, considerando ainda que os xampus perolizados são vistos 
pelos consumidores como xampus “ricos”. 
A listagem abaixo relaciona os principais componentes de um xampu: 
 
 Tensoativos aniônicos (principais tensoativos em xampus) 
- Lauril éter sulfato de sódio. 
- Lauril éter sulfato de amônia. 
- Lauril sulfato de trietanolamina. 
 
 Tensoativos anfóteros (co-tensoativos em xampus) 
- Cocoanfocarboxiglicinato. 
- Cocobetaína. 
- Cocoamidopropilbetaína. 
 
 Tensoativos não-iônicos (co-tensoativos em xampus) 
- Dietanolamina de ácidos graxos de coco. 
- Alquil poliglicosídeos. 
 
 Opacificantes/perolizantes 
- Mono-di estearato de etilenoglicol. 
- Micas perolescentes. 
 
 
- Estearato de dietilenoglicol. 
 
 Espessantes 
- Goma xantana. 
- Polímeros carboxivinílicos. 
- Derivados de celulose. 
- Cloreto de sódio. 
 
 Modificadores de pH 
 - Ácido de frutas. 
- Ácido cítrico. 
- Trietanolamina. 
 Seqüestrantes 
- EDTA dissódico e tetrasódico. 
 
 Conservantes 
- Nipagim ® - Metilparabeno. 
- Nipazol ® - propilparabeno. 
- imidazolidinil uréia. 
 
Os diferentes tipos de xampus 
 
 Xampu para cabelos oleosos : 
- Podem ter maior quantidade de tensoativos detergentes do que xampus para 
cabelos secos ou ressecados. 
- Possuem muito pouco ou nenhum agente condicionante 
- Podem conter substâncias com caráter adstringente com o objetivo de controlar a 
oleosidade, como por exemplo, extrato de hamamélis e piritionato de zinco. 
 
 
 
 Xampu infantil 
- Os produtos destinados ao uso infantil possuem baixa concentração de 
tensoativos aniônicos, pois são estes os mais irritantes. 
- Normalmente tem como tensoativo primário um tensoativo anfótero, menos 
alergênico à pele e olhos. 
- Devem ser produtos com embalagens seguras, com mínima quantidade de 
corantes e essência, sendo de preferência hipoalergênicos. 
 
 Xampus para cabelos normais 
- Possuem em sua fórmula uma combinação balanceada de tensoativos, agentes 
condicionantes e agentes para a reposição de componentes engordurantes, que 
servem para proteção natural do cabelo, como ceramidas. 
 
 Xampus para cabelos secos 
- Possuem quantidade menor de tensoativos. 
- Possuem maior efeito condicionante. 
- Substâncias encontradas: lanolinas, silicones, aminoácidos e proteínas , 
vitaminas, ceramidas. 
 
 Xampus para cabelos mistos 
- É difícil encontrar um produto específico para este tipo de cabelo. 
- Recomenda-se o uso de xampus para cabelos oleosos. 
- Recomenda-se, para evitar o ressecamento, utilizar um bom condicionador nas 
pontas. 
 
CONDICIONADORES CAPILARES 
 
 
 
Os condicionadores capilares são emulsões (cremes) capilares. O material base 
destes produtos é normalmente um tensoativo catiônico ou de natureza quaternária, o que 
lhe confere substantividade (aderência) ao cabelo. 
No condicionamento, o cabelo fica suave e macio, com redução do efeito estático 
esvoaçante (flyaway). Isso se deve à interação da carga positiva do tensoativo catiônico 
com a carga negativa sobre a fibra capilar, deixada pelos tensoativos aniônicos 
(detergentes) do xampu ou por danos da própria estrutura das proteínas do cabelo. 
Então, as cargas negativas deixadas pelos xampus são anuladas pelas cargas 
positivas deixadas pelos condicionadores, diminuindo o efeito estático nos cabelos e 
melhorando a penteabilidade. 
Os condicionadores formam uma película invisível sobre os fios, que fecham 
as cutículas do fio e facilitam o pentear, deixando os cabelos macios. 
 
 
8 . Principais patologias que afetam o couro cabeludo 
 
Dermatite seborreica 
 
É um distúrbio causado pelo excesso de secreção sebácea, o que gera 
irritação no couro cabeludo. 
Patologia não contagiosa, pode ser associada a prurido, descamação, 
vermelhidão e formação de placas arredondadas ou ovaladas no couro cabeludo. 
Pode ser combatida com produtos específicos como coaltar, ácido salicílico, 
piritionato de zinco, sulfeto de selênio, Octopirox ® entre outros. 
 
Caspa 
 
Caracterizada pela descamação maciça de pequenos corpos da camada 
superficial da pele chamada córnea, pode ser chamada também de pitiriasis capitis, 
pitiríase furfurácea, pitiríase esteatóide, pitiríase simples ou pitiríase vulgar . 
 
 
Sua presença causa um desconforto muito grande socialmente, visto que a 
descamação dos pequenos corpos pode cair na roupa das pessoas acometidas, 
gerando um aspecto de falta de higiene e sujeira. 
A oleosidade em excesso favorece o crescimento de alguns 
microorganismos, aqueles que se alimentam de lipídeos. Alguns estudos mostram 
que o microorganismo mais comum nessas condições é o fungo Ptirosporum ovale. 
Os microorganismos que se alimentam de lipídeos cutâneos como o 
Ptirosporum ovale, secretam as enzimas lípases; estas quebram os lipídeos, 
transformando-os em ácidos graxos, que em contato com o ar se oxidam e dão 
origem a substâncias altamente irritantes, que podem gerar a caspa. 
A oleosidade excessiva no couro cabeludo pode gerar irritações e resultar na 
chamada caspa oleosa. 
Bons produtos anticaspa devem : 
- apresentar atividade contra o Ptirosporum ovale; 
- inibir o ressecamento do couro cabeludo, com a ação de bons umectantes; 
- inibir a formaçãodos ácidos graxos que podem causar irritação; 
- ser capazes de normalizar a renovação da camada córnea. 
 
A seguir está uma listagem com alguns ativos anticaspa e seus mecanismos 
de ação: 
 
 Cetoconazol – antimicótico imidazólico, que interfere na síntese do ergosterol, 
componente essencial à sobrevivência dos fungos. 
 Octopirox ® - é a piroctona olamina – antibacteriano, antifúngico. 
 Piritionato de zinco – antifúngico. 
 Também são usados os produtos citados para tratamento de dermatite 
seborreica. 
 
Queda de cabelo 
 
Há a queda de cabelo fisiológica, que compreende o período em que o cabelo está 
na fase telógena de seu ciclo, onde podem cair até 100 fios por dia, não podendo ser 
confundida com a queda patológica. 
 
 
O nome técnico para a queda de cabelo patológica é alopecia, sendo que existem 
vários tipos. 
Alguns exemplos serão citados abaixo: 
 
 Eflúvio telógeno 
É a queda abundante de cabelo após situações traumáticas, como por exemplo, 
mortes na família, pós-parto, etc. Pode ocorrer também quando o organismo está sob 
estresse e sob efeito de hormônios em doses elevadas. 
Os fios estão na fase telógena, mas caem numa quantidade maior do que 100 fios 
por dia. 
 
 Areata: 
Na maioria das vezes ocorre em áreas. Provoca uma queda capilar relativamente 
freqüente, ligada muitas vezes ao emocional, embora as causas não estejam totalmente 
elucidadas pelos médicos, sabe-se que algumas drogas podem provocar esta patologia. 
A recuperação pode ser rápida ou demorar anos, dependendo do caso e da 
etiologia . 
 
 
 
Alopecia areata. 
 
 Eflúvio anágeno 
 É a perda de cabelo no período de crescimento, ou seja, fase anágena. Pode ser 
causado por fármacos citotóxicos, como ciclofosfamida. 
 
 Alopecia androgenética padrão masculino 
Inicia-se pelas regiões fronto-laterais e vértice do couro cabeludo. Nesta forma de 
alopecia existe uma telogenização muito intensa; são os cabelos ditos miniaturizados. 
A miniaturização ocorre em nível de folículo piloso, onde a ação da testosterona é 
extremamente negativa, sendo a causa deste fato. A testosterona é transformada em 
diidrotestosterona pela ação da enzima alfa-5-redutase e leva à miniaturização do folículo 
piloso, e, conseqüentemente, à queda capilar. 
Um dos medicamentos que trata a queda capilar, é o finasteride que age inibindo a 
ação da enzima alfa-5-redutase e, conseqüentemente, diminuindo a queda capilar. 
 
 
 
 Alopecia feminina 
Não tão rara nas mulheres, pode ter várias causas como: deficiência de ferro, 
modificações na produção dos hormônios tireoidianos, etc. 
 
Pediculose (piolhos) 
Acomete, na maioria da vezes, crianças, mas pode pode acometer também 
profissionais que trabalham com crianças acometidas, como babás, professoras, etc, pois 
trata-se de uma patologia contagiosa. 
É causada por um ácaro visível a olho nu , o piolho, cujo ovo, chamado de lêndea, 
são depositadas nos fios de cabelo. 
-Provoca intensa coceira no couro cabeludo, e o tratamento desta patologia 
emprega antiparasitário vendido no mercado. 
 
 
Psoríase 
Doença não-contagiosa causado por reação auto-imune, pode surgir em várias 
regiões da pele, inclusive couro cabeludo, ocorrendo a presença de placas grossas e 
intimamente aderidas ao couro cabeludo com bases avermelhadas. 
As pessoas geralmente acometidas possuem pré-disposição genética. 
O tratamento é feito por um médico, podendo ser utilizados xampus à base de 
coaltar e ácido salicílico. 
 
Foliculite 
Geralmente se manifesta com a presença de pústulas, causadas pela infecção dos 
folículos pilosos por bactérias. 
Existem vários tipos de foliculites como: decalvante, eosinofílica, dissecante, por 
tração, etc. 
O tratamento é médico e geralmente com antibióticos. 
 
 
A pessoa acometida deve fazer sempre uma boa limpeza no local e no couro 
cabeludo de uma forma geral. 
 
Micoses de couro cabeludo 
Causadas por fungos, as mais comuns são as causadas pelos fungos Tinea capitis 
e Ptiríase versicolor. 
O tratamento é médico com utilização de antimicóticos. 
As pessoas mais acometidas são as pessoas em situação de estresse ou os que 
possuem o sistema imune deprimido. 
 
Irritações causadas por produtos químicos 
Atualmente, cerca de 80% das mulheres apresentam algum tipo de química capilar. 
Estas químicas podem ser: tinturas, alisamentos e permanentes, que podem causar 
irritações locais, queimaduras e até reações sistêmicas. 
A medida adequada a ser tomada em caso de irritação pela química capilar é a 
imediata suspensão do uso do produto, procurando auxílio médico se não ocorrer melhora 
no quadro. 
 
 
9. Patologias que afetam a haste capilar 
 
Tricoptilose 
Trata-se da famosa ponta dupla. É uma fissura longitudinal na haste do cabelo, 
geralmente acometendo a porção distal da haste capilar, nas extremidades, que ficam 
bifurcadas ou com múltiplas pontas. 
Pode, contudo, ocorrer em qualquer parte da extensão da haste, sendo muito 
freqüente em cabelos longos. 
 
Triconodose 
 
 
Representada por um nó que se forma no cabelo. Esse nó pode ser simples ou 
duplo. Pode ser conseqüência de fricção ou procedimentos cosméticos mal feitos. 
No local do nó pode haver alteração da cutícula, o que torna a região quebradiça. - 
Normalmente acomete cabelos mais finos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Triconodose (PEREIRA, 2001, p. 223). 
 
Moniletrix 
- Patologia que gera um defeito hereditário da haste. 
- A aparência da haste é igual às contas de um rosário. 
- Geralmente o quadro é acompanhado de foliculite. 
- Pode acometer todos os pêlos do corpo. 
 
10 . Fatores responsáveis por danos à haste capilar 
 
Todas as fibras do cabelo sofrem algum grau de degradação cuticular e 
cortical secundária, desde a matriz até as extremidades antes de serem eliminadas 
 
 
durante a fase telógena que é fase final do ciclo de crescimento do pêlo, ou 
anágena, fase inicial do ciclo de crescimento do pêlo. 
São vários os fatores que contribuem para a danificação das cutículas e 
aumento das cargas elétricas negativas na haste , deixando os cabelos com aspecto 
ressecado, sem brilho, arrepiado e com embaraçamento fácil . 
Dentre estes fatores responsáveis por danificar a haste podemos citar 
traumas físicos e químicos, que serão explicados abaixo. 
Traumas químicos 
Tratamentos químicos em geral são considerados traumas químicos à haste. 
Neste caso estão inclusos tinturas, alisamentos, permanentes capilares, onde pode 
ocorrer a destruição da cutícula. 
As lavagens freqüentes utilizando xampus com grandes concentrações de 
detergente ou pH alcalino (geralmente maior do que 7,0 ) , também são 
consideradas traumas químicos, visto que na composição de um xampu estão 
inúmeras substâncias químicas. 
 
Traumas físicos 
A escovação freqüente é considerada um trauma físico. A escovação ativa a 
força eletrostática dos cabelos (que deixa os cabelos arrepiados); para isso não são 
utilizadas substâncias químicas, somente um instrumento que é a escova. 
Secadores e chapinhas levam à desidratação dos fios, e o ar condicionado 
retira a umidade dos fios. 
 
 
 
DERMATOSCOPIA 
 
 
 
O Dermatoscópio é um aparelho óptico de aumento. Um dermatoscópio 
pode aumentar uma lesão poucas vezes ou dezenas de vezes. Esta técnica é 
chamada dermatoscopia, epilominescência microscópica, microscopia de superfície 
ou simplesmente episcopia. 
Pequenos detalhes observados pela dermatoscospia podem confirmar ou afastar 
uma determinada dermatose (doença de pele). 
Apenas em caráter didático, pelo dermatoscópio evidenciamos cinco itens básicos: 
 Couro cabeludo; 
 Disposição arquitetônica dos cabelos; 
 Óstio folicular; 
 Haste do cabelo; 
 Extremidade da haste. 
 
Tricoptilose 
 
A tricoptilose é a divisão longitudinal da haste do cabelo. São as chamadas “pontas 
divididas”, sendo a resposta da haste do cabelo aos efeitoscumulativos dos traumas físicos 
e químicos. 
A haste danificada pode ser vista a olho nu, com auxílio de uma lupa de 
aumento ou com auxílio do videodermatoscópio, onde há a vantagem do profissional 
capilar poder mostrar o dano na haste para o cliente, pois o videodermatoscópio é 
um aparelho que pode aumentar em até 300 vezes a imagem e a envia para a tela 
de um televisor acoplado ao dermatoscópio, justificando o nome do aparelho como 
videodermatoscópio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tricoptilose (PEREIRA, 2001, p. 223) . 
Agentes externos responsáveis por danificar a haste capilar 
 
 
 
Os agentes externos responsáveis por danificar a haste capilar são divididos em 
fatores climáticos ou ambientais, processos químicos e processos físicos, que serão 
explicados logo abaixo: 
- Fatores climáticos ou ambientais: o sol, o vento, o cloro de piscina, a água do mar, 
etc. 
- Processos químicos: tinturas, alisamentos, permanentes, uso de xampus 
inadequados, etc. 
- Processos físicos: uso constante de secador e chapinha. 
 
A ação dos agentes externos responsáveis por danificar a haste capilar gera a 
abertura das escamas da cutícula capilar, permitindo a saída das moléculas de água e 
outros nutrientes que compõem a haste capilar (sais minerais, proteínas, vitaminas, etc). 
Os aspectos da haste capilar danificada são: cabelos opacos, sem maciez, sem 
boa elasticidade e ressecados. 
Os procedimentos para recuperação da haste capilar têm por finalidade 
proporcionar cabelos mais saudáveis, disciplinados, com brilho, maciez, boa elasticidade, 
etc. 
As substâncias repostas nos processos de recuperação da haste capilar são: 
- Proteínas (principalmente queratina). 
- Água. 
- Sais minerais. 
- Vitaminas. 
 
Estas substâncias dependerão da formulação do produto utilizado para serem 
repostas, ou seja, não é todo o processo de hidratação capilar que repõe queratina; é 
preciso analisar o rótulo do produto para ver se a queratina está presente. 
 
 
Queratina : 
É uma proteína altamente emoliente, que constitui 80% da haste capilar e constitui 
também outras partes do corpo dos animais, como unhas, bicos de aves, chifres, pêlos, 
cascos e espinhos. 
A proteína queratina contém em sua composição aminoácidos como cistina, 
tirosina, arginina e citrulina, entre outros, que atuam na estrutura capilar e retêm a umidade. 
Estes aminoácidos acima citados quando em pequena quantidade podem: 
- dificultar a fixação dos pigmentos da coloração; 
- anular o efeito de relaxamentos e permanentes; 
- retirar o brilho e a cor dos cabelos; 
- gerar o aparecimento de pontas duplas. 
 
Atualmente a proteína queratina tem várias origens, que serão explicadas a seguir : 
- Humana –extraída do próprio fio de cabelo humano, sendo extremamente cara. 
- Vegetal – queratina à base de lipídios vegetais (ainda está sendo estudada). 
- Síntese química – é a queratina sintetizada em laboratório, sendo a mais 
inovadora a chamada nanoqueratina, ou as moléculas de queratina são 
modificadas estruturalmente e medidas em nanômeros , facilitando a penetração da 
queratina nas fissuras da haste capilar. 
 
O excesso de queratina na haste capilar pode levar à sua quebra, visto que o 
cabelo já possui mais ou menos 80% de queratina. 
Para dar a conformação espacial da queratina, milhares de cadeias de queratina 
estão entrelaçadas num único fio, em uma forma espiral. As proteínas interagem fortemente 
entre si, por ligações químicas resultando na forma característica de cada cabelo: liso, 
enrolado, ondulado, etc. 
A proteína queratina tem a função de : 
- Melhorar o brilho e a textura dos cabelos. 
- Aumentar a retenção de água, gerando a hidratação dos cabelos. 
 
 
- Auxiliar na penetração e fixação de tinturas. 
- Prevenir a formação de pontas duplas e restaurar as pontas duplas existentes. 
- Reduzir danos causados por tratamentos químicos, como alisamentos e tinturas. 
Na página seguinte será mostrado ilustrativamente um esquema da estrutura 
espacial da fibra capilar. 
Esquema da estrutura espacial da fibra capilar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11. Hidratação 
 
 
 
A hidratação capilar é um procedimento que visa a diminuição da perda de 
água da haste capilar com o uso de ativos hidratantes. Ex. D-pantenol, óleos de 
macadâmia e andiroba, etc. 
No procedimento de hidratação, o profissional capilar deve lembrar sempre 
da limpeza do couro cabeludo, inicialmente; então, o desincruste é o primeiro passo 
no procedimento de hidratação. 
O desincruste é a utilização de um tensoativo primário como o lauril éter 
sulfato de sódio em pequenas concentrações, como por exemplo a 1%, sendo que a 
concentração do mesmo tensoativo em um xampu pode chegar a 40%. 
O veículo utilizado com o lauril éter sulfato de sódio no desincruste é a água 
destilada, e a técnica consiste em friccionar um algodão embebido com a solução 
formada (lauril éter sulfato de sódio + água destilada) no couro cabeludo; depois de 
aplicada a solução deve-se esperar 5 minutos para se proceder à lavagem. 
A finalidade do desincruste é remover as sujidades do couro cabeludo de 
uma forma mais profunda. 
A hidratação pode ser feita com diversos produtos diferentes. Devendo ser 
observadas as características do tipo de cabelo de cada cliente para a escolha dos 
produtos corretos . 
Após o término de um procedimento de hidratação não é recomendável a 
utilização de fontes de calor como secadores. Isso porque as cutículas, após a 
hidratação, estão fechadas e assim retêm a água e outros nutrientes na fibra capilar. 
Quando é utilizado o secador, as cutículas abrem-se liberando a água e os 
nutrientes que acabaram de ser inseridos na haste no procedimento de hidratação, 
diminuindo a eficácia do procedimento. 
 
 
 
 
 
 Procedimento padrão para realização de hidratação capilar : 
 
I. Realizar primeiramente o desincruste do couro cabeludo, com auxílio 
de um chumaço de algodão, fazendo movimento de fricção leve no couro cabeludo. 
 
 
II. Escolher o shampoo adequado ao tipo de cabelo, aplicar o xampu, não 
esquecendo de limpar o couro cabeludo. O Xampu pode ser aplicado duas vezes . 
III. Aplicar o restaurador capilar hidratante, ocluindo de 10 a 30 minutos, 
pode-se utilizar touca plástica primeiramente e depois por cima a touca de alumínio 
para manter o calor local e melhorar a eficácia da hidratação, realizando 
posteriormente a manobra de enluvamento da haste, mecha por mecha. Pode ser 
feito um mix de condicionadores capilares na hora da realização da hidratação, 
misturando em uma cubeta, com o auxílio de uma espátula, 2 a 3 condicionadores 
diferentes. 
IV. Retirar todo o produto com água em abundância. Caso fiquem 
resíduos de condicionador na haste capilar, o cabelo ficará pesado e oleoso e pode 
apresentar mau cheiro. Neste caso, o cliente deve retornar ao lavatório para terminar 
de retirar o condicionador dos cabelos. 
V. Deve-se aplicar um finalizador (live in) de acordo com o tipo de cabelo 
do cliente. 
VI. Não realizar procedimentos como escovas ou chapinhas, depois da 
hidratação. 
 
12. Cauterização capilar 
 
É um processo térmico de restauração da haste capilar, com depósito de queratina 
e outras substâncias (sais minerais, vitaminas entre outros, dependendo da formulação do 
produto) na camada cortical (no córtex) da haste capilar. Também recebe outros nomes 
como recristalização térmica, selamento térmico, entre outros . 
No processo de cauterização capilar é primordial que haja queratina nos produtos 
utilizados na técnica. 
A cauterização não deve ser realizada em cabelos altamente porosos, visto que 
estes podem não suportar a carga de queratina e o calor, ocorrendo a quebra da haste 
capilar. 
Os cabelos porosos são cabelos extremamente danificados e com a cutícula nasua 
maioria aberta, ficando o córtex capilar à mostra. 
O aparelho doador de calor para cauterização é a prancha de cerâmica, onde a 
temperatura pode variar de 80ºC a 180ºC, sendo que é recomendável manter a temperatura 
 
 
entre 80ºC e 100ºC, devido à instabilidade da estrutura química da queratina acima de 
100ºC, pois acima de 100ºC a queratina não termo-ativada quebra sua estrutura química e a 
cauterização não tem efeito. 
A alta temperatura utilizada na técnica (até 100ºC) não agride os fios de cabelo, 
sendo utilizada para selar as escamas da cutícula, impedindo que a haste capilar volte a 
perder seus componentes essenciais. 
A cauterização pode ser realizada antes ou depois da tintura, sendo o ideal um 
espaçamento mínimo de 20 dias. 
Entre uma cauterização e outra o ideal é manter um espaçamento de, no mínimo, 3 
meses, porque a haste não agüentaria uma carga tão grande de queratina e acabaria 
quebrando o fio. 
É recomendado ao cliente pós-cauterização capilar que fique de 2 a 3 dias sem 
lavar os cabelos. 
O processo de cauterização é feito sempre em etapas (passos, steps, etc.), que são 
definidas pelo fabricante do kit e devem ser cuidadosamente observadas antes da 
realização da cauterização capilar no cliente. 
O processo de cauterização capilar de forma alguma deve ser feito por pessoas 
inexperientes, sem o conhecimento teórico e prático da técnica, visto que podem ocorrer 
danos, como corte químico da haste, queimaduras, entre outros problemas. 
 
 Passos do procedimento de cauterização de um tipo de kit (exemplo): 
 
1 – Shampoo anti-resíduos: limpeza dos fios e abertura das cutículas. 
2 - Concentrado de queratina: aplicar mecha a mecha no cabelo seco, o 
concentrado. 
3 – Secar os cabelos com secador e depois passar a prancha de cerâmica mecha 
por mecha (de 3 a 4 vezes em cada mecha). Esperar os cabelos esfriar e enxaguar bem. 
4 – Aplicar uma emulsão condicionante: deixar agir de 15–30 minutos, abafando 
com touca, depois enxaguar bem . 
5 – Aplicar o creme sem enxágüe-finalizador, para proteção dos fios. 
 
 
 
O procedimento dura em torno de 1 hora e meia. 
 
 Procedimento de cauterização capilar do ponto de vista químico: 
 
 Passo 1 - O xampu serve para abrir as escamas da cutícula dos fios para 
melhor penetração da queratina; ele prepara os cabelos para receber a queratina. 
 Passo 2 - A queratina é aplicada para melhorar a qualidade da haste capilar 
de uma forma geral; ela tem grande afinidade com a haste capilar por ter semelhança 
química com esta, fixando-se fortemente na haste. 
 
 Passo 3 – Utilizar a fonte de calor para garantir melhor penetração da 
queratina na haste capilar, sendo o instrumento a piastra de cerâmica. 
 
 Passo 4 - Os tensoativos catiônicos da emulsão condicionante têm cargas 
positivas que anulam as cargas negativas do cabelo, dando-lhes sedosidade e maciez. Os 
tensoativos catiônicos fecham as cutículas dos cabelos. 
 
 Passo 5 – O creme finalizador sem enxágüe geralmente apresenta silicone 
em sua composição; é um ativo que forma filme na haste capilar, evitando a perda de água 
e da queratina que acabou de ser reposta na haste, garantindo a eficácia da cauterização 
capilar. 
 
13. Queratinização 
 
Na realidade, todas as técnicas nas quais é utilizada a reposição de queratina na 
haste, são técnicas de queratinização capilar. A divisão será didática entre queratinização e 
cauterização para melhor entendimento do aluno. 
No processo de cauterização capilar é primordial que haja queratina nos produtos 
utilizados na técnica. 
A queratinização capilar é um processo a frio, com depósito de queratina e outras 
substâncias como sais minerais, vitaminas, entre outras, dependendo da formulação dos 
produtos utilizados. 
 
 
O procedimento de queratinização capilar deve ser realizado com prazo mínimo de 
20 dias entre uma sessão e outra. 
Depois de realizado o procedimento de queratinização, deve-se aguardar 48 horas 
para lavar os cabelos novamente, visando a um melhor resultado da técnica. 
O procedimento pode ser realizado em todos os tipos de cabelo, incluindo os 
cabelos extremamente porosos e deve ser feito por pessoa habilitada, para não correr o 
risco de gerar danos à haste ao invés de melhorá-la. 
 A queratinização devolve aos cabelos o brilho, a maciez e o viço . 
 
 Procedimento (passo a passo da aplicação dos produtos): 
 
1- Shampoo anti-resíduos: limpeza dos fios e abertura das cutículas. 
2 - Concentrado de queratina : Aplicar mecha a mecha no cabelo e deixar agir por 
10 a 20 minutos, abafando com touca plástica e de alumínio; em seguida, enxaguar bem . 
3 - Emulsão condicionante: deixar agir por 15 – 30 minutos, abafando com touca 
plástica e de alumínio, enxaguar bem e retirar o excesso de água com uma toalha (sem a 
utilização de secador). 
4 – Utilizar o creme sem enxágüe, para finalizar. 
O procedimento dura em torno de 50 minutos. 
 Procedimento do ponto de vista químico: 
 
 Passo 1 - O Shampoo abre as escamas da cutícula dos fios para melhor 
penetração da queratina; ele prepara os cabelos para receber a queratina. 
 
 Passo 2 - A queratina é aplicada para melhorar a qualidade da haste capilar 
de uma forma geral; tem grande afinidade com a haste capilar por ter semelhança química 
com esta. 
 
 Passo 3 - Os tensoativos catiônicos da emulsão condicionante têm cargas 
positivas que anulam as cargas negativas do cabelo, dando-lhes sedosidade e maciez. Os 
tensoativos catiônicos fecham as cutículas dos cabelos. 
 
 
 
 Passo 4 – O creme finalizador sem enxágüe geralmente apresenta silicone 
em sua composição, ativo que forma filme na haste capilar, evitando a perda de água e da 
queratina que acabou de ser reposta na haste. Garante a eficácia da queratinização. 
 
 
Nanoqueratinização 
 
Processo realizado na haste capilar em que são introduzidas nanomoléculas de 
queratina nas fissuras da haste. As nanomoléculas são ativadas pelo calor da prancha de 
cerâmica e se ligam nas falhas dos fios que surgem com o uso da química, sol, poluição,etc. 
 
Passos da realização da nanoqueratinização : 
 
1 – Lavar com shampoo sem posterior aplicação de condicionador, desembaraçar e 
secar bem com secador. O Cabelo ficará arrepiado, este é um fato normal e esperado e 
serve para abrir a cutícula da haste. 
 
2 – Deve-se passar a escova própria com vaporizador; esta, tem um recipiente 
acoplado, onde está o concentrado com nanoqueratina. 
 
3 – Passar a chapinha para ativação da nanoqueratina. 
 
4 – Usar um finalizador, que é um creme sem enxágüe. Neste produto geralmente 
há algum tipo de silicone. 
 
A nanoqueratinização é um procedimento mais caro do que a queratinização e a 
cauterização, porque exige a utilização de uma a escova própria e também porque a 
nanoqueratina, por ser um produto novo e de nova tecnologia, é cara. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 Alisamento capilar 
 
O alisamento ou relaxamento capilar é um processo reativo para esticar os cabelos, 
onde são utilizadas substâncias químicas e anteparos físicos para a realização da técnica. 
A elongação do fio pode ser feita mecanicamente pressionando o cabelo contra 
implementos quentes, onde ocorre mudança da forma espacial da proteína, que retorna a 
sua forma original após a lavagem. 
A elongação do fio pode ser feita quimicamente pela ruptura de ligações das 
proteínas (as pontes dissulfeto) do cabelo, com produtos reativos. Estas ligações mudam de 
conformação espacial. 
O processo de alisamento, dependendo de como é feito, pode ser o processo mais 
danoso ao cabelo, pois, nesse caso, muitas das ligações que mantêm a integridade do fio 
podem ser rompidas, incluindo as ligações iônicas e as pontes dissulfeto, levando à quebra 
da haste. 
 
 
Alguns dos danos observados no processo de alisamento capilar estão listados 
abaixo: 
- diminuição da resistência do cabelo;- aumento da porosidade dos fios; 
- danos à cutícula. 
 O cabelo perde o brilho, a maciez e fica difícil de pentear. 
Não devem, em um curto período de tempo, ser realizados diferentes processos 
químicos, pois os danos à haste vão se acumulando. 
A renovação e reestruturação total de um cabelo danificado por química acontecem 
somente com o seu crescimento a partir da raiz. As técnicas de hidratação, cauterização e 
queratinização auxiliam a diminuir os danos causados à haste de forma paliativa e não 
representam uma resolução total ao problema da haste danificada. 
Processo químico de forma geral 
 
Com o uso de substâncias químicas alisantes, ocorre no filamento de 
queratina do cabelo uma reformação nas ligações dissulfeto (S-S, responsáveis pela 
elasticidade do cabelo), alterando a configuração final do cabelo. 
A principal diferença química entre ondulação permanente e alisamento é que no 
processo de alisamento ocorre maior quebra dos aminoácidos (unidades formadoras das 
proteínas – principalmente a queratina) do que no processo de ondulação permanente; as 
substâncias utilizadas são as mesmas. 
Nos produtos para realização de permanente, as substâncias químicas podem estar 
em uma concentração menor do que no alisamento. 
 O processo de elongação também é chamado de lantionização – onde ocorre a 
conversão do aminoácido cistina em lantionina. 
Para qualquer tipo de substância química alisante, antes de seu uso deve-se 
realizar o teste de alisamento e a prova do toque. 
O teste do alisamento mensura a qualidade da haste e a prova do toque mensura o 
risco de reação alérgica que o cliente pode vir a desenvolver com o uso dos produtos 
químicos para alisamento, tintura e clareadores. 
 
 
O teste do alisamento deve ser feito antes de cada alisamento, mesmo que já se 
tenha utilizado os mesmos produtos anteriormente, e demora apenas alguns minutos: 
1- Separe uma mecha fina próxima a nuca para o teste; 
2- Com um pincel plástico, aplique o creme alisante na mecha, até uma 
distância de 1cm do couro cabeludo; 
3- Penteie a mecha alisando-a; 
4- Deixe o produto agir pelo tempo de pausa determinado pelo fabricante do 
produto (geralmente 10 a 20 minutos); 
5- Aplique o neutralizante e espere o seu tempo de ação (aproximadamente 15 
minutos); 
6- Enxágüe com bastante água; 
7- Caso os cabelos tenham ficado com porosidade excessiva e pouca 
resistência, ou com aspecto ruim ou quebradiço, isso significa que o cabelo não está em 
boas condições para o alisamento. Há necessidade de um tratamento com cremes 
hidratantes antes de qualquer alisamento. 
 
A prova do toque é um teste previsto na legislação brasileira (Portaria nº 7, de 
29/05/96, da vigilância sanitária) e obedece aos seguintes passos: 
1- Prepare um pouco do produto como se fosse utilizá-lo; 
2- Aplique uma pequena quantidade no antebraço ou atrás da orelha; 
3- Lave o local após o tempo de pausa especificado no produto; 
4- Aguarde 24 horas. Se nesse período surgir irritação na pele, coceira ou 
ardência no local ou em sua proximidade, fica provada a hipersensibilidade da pessoa ao 
produto, não devendo ser usado. 
 
O profissional que realiza o alisamento deve proteger as mãos com luvas de 
borracha. 
A maioria dos relaxantes requer um passo de condicionamento adicional, para 
auxiliar a reparar os danos causados pelo processo reativo. 
 
 
Substâncias químicas responsáveis pelo alisamento dos cabelos 
 
 
 
1 - Tioglicolato de amônia 
É uma associação entre o ácido tioglicólico e o hidróxido de amônio. - Sua ação 
redutora sobre as ligações bissulfídicas do cabelo desfaz as ligações, que são refeitas na 
posterior aplicação de um neutralizante, ao final do processo de alisamento. 
O tioglicolato apenas relaxa os cachos, que são modelados em uma nova estrutura 
menos enrolada. Não se trata, assim, de um alisante com sais metálicos, mas um alisador 
químico permanente, moderadamente eficaz. 
Vantagens: menos agressivo do que os alisantes com sais metálicos. 
 
2 – Hidróxido de sódio ou NaOH 
- É um alisante com sais metálicos, chamado de soda cáustica, funcionando como 
um alisador químico permanente, moderadamente eficaz. 
Desvantagens: pode causar queimaduras graves na córnea e couro cabeludo; mais 
nocivo ao cabelo do que o tioglicolato de amônio. 
 
3 – Hidróxido de Guanidina 
É um alisador químico permanente e eficaz, também com sais metálicos. 
Tem a desvantagem de ser preparado na hora da aplicação, pela mistura de um 
composto de hidróxido de cálcio com carbonato de guanidina. 
Vantagem : bem menos irritante do que o hidróxido de sódio. 
 
Fórmula Química do hidróxido de Guanidina 
 
 
 
 
 
Outros alisantes com sais metálicos: 
- Hidróxido de cálcio ou (CaOH)2. 
- Hidróxido de lítio ou LiOH. 
- Hidróxido de Magnésio. 
 
Técnica de aplicação: 
 
O cabelo não deve ser lavado com xampu antes de se realizar o alisamento, visto 
que a técnica já é bastante agressiva e o xampu também retira o manto lipídico protetor do 
cabelo. 
I. Uma fina camada de vaselina ou qualquer substância oleosa, deve ser 
aplicada no contorno anterior e posterior do couro cabeludo e na orelha; esta 
camada hidrofóbica protege a pele da reação agressiva da solução aquosa alisante. 
II. - Depois de tomadas as precauções, o cabelo é repartido em quadrantes; 
III. - Aplique o produto com auxílio de um pente, sempre respeitando a distância de 
1cm do couro cabeludo; 
IV. - Penteie mecha por mecha; 
V. - O tempo de processamento varia de 10 a 20 minutos, dependendo do tipo de 
cabelo, do fabricante do produto e grau de estiramento desejado. Deve-se tomar cuidado 
para não deixar o relaxante por muito tempo, porque pode ocorrer quebra da haste capilar e 
ocorrência de irritação do couro cabeludo. 
VI. - O cabelo é então enxaguado com água em abundância; um bom enxágüe é 
fundamental para assegurar que os agentes reativos sejam completamente removidos. De 
outra maneira, poderiam ocorrer danos adicionais aos cabelos e couro cabeludo. 
VII. - Aplique o neutralizante homogeneamente sobre o cabelo, da raiz às pontas. 
VIII. - Enxágüe o neutralizante. 
IX. - Finalize com algum produto sem enxágüe. 
 
OBS: 
- O agente neutralizante serve para neutralização do excesso de alcalinidade dos 
cabelos, voltando ao pH ácido e refaz as ligações para que o cabelo assuma a forma 
alisada. 
 
 
- O neutralizante mais utilizado é geralmente um produto contendo peróxido de 
hidrogênio 20 v. Outro neutralizante eventual é o persulfato de amônio. 
- Explique ao cliente que seu cabelo está fragilizado e não é recomendável fazer 
escova. 
- Evite outros tratamentos químicos capilares como tinturas, descolorações, por seis 
meses. 
- Os retoques da raiz podem ser feitos depois de três meses. 
 
15. Ondulação capilar 
 
Os métodos para ondulação capilar datam desde os egípcios antigos, que 
primitivamente misturavam água + lama. Esta mistura era aplicada às mechas do 
cabelo com auxílio de bastões que serviam de anteparo para os cachos e depois 
deixavam os cabelos secar ao sol. 
O método de ondulação capilar foi muito utilizado na década de 80, 
atualmente é uma técnica em desuso. 
A 1º solução ondulante foi criada em 1906 por Nessler, era denominada de 
pasta de bórax e era utilizada à quente para ondulação. 
Em 1930 foi criada a ondulação fria, que já era feita com tioglicolato de 
amônio e pH controlado. 
 
Processo químico: 
No filamento de queratina do cabelo ocorre uma reformação nas ligações 
dissulfeto (S-S, responsáveis pela elasticidade do cabelo), alterando a configuração 
final do cabelo de liso para enrolado, utilizando como substância química o 
tioglicolato de amônia, usando sempre um anteparo, que na maioria das vezes são 
hastes plásticas (os bigudis ). 
 
Técnica de aplicação da ondulação fria 
I. - Procede-se inicialmente à lavagem dos cabelos para remover sujeira e 
sebo. 
 
 
II. -Em seguida faz-se a divisão do cabelo, enrolando-os em hastes 
plásticas. 
III. - O tamanho da haste determina o diâmetro da onda. 
IV. - Deve ser aplicada uma tensão suficiente ao cabelo, quando enrolado na 
haste, para auxiliar no rompimento da ligação enxofre-enxofre. 
V. - Não aplicar tensão forte demais, pois o cabelo pode ultrapassar sua 
variação elástica, transformando-se em substância frágil e que se romperá 
facilmente. 
VI. - Antes de iniciar a enrolação do cabelo na haste plástica, devem ser 
colocados papelotes ou papéis de permanente nas pontas dos cabelos, para 
proteção contra absorção excessiva da solução de permanente nas pontas; também 
auxiliam os cabelos a manter a configuração apropriada. 
VII. - Quando todas as hastes estiverem posicionadas, aplica-se a solução 
permanente, deixando agir por 15 a 20 minutos (dependendo da condição do cabelo 
e do comando do fabricante). Durante este estágio é que ocorre a quebra das 
pontes dissulfeto. 
VIII. - Enxágua-se o cabelo com água, abundantemente, para interromper a 
quebra das pontes dissulfeto. 
IX. - Posteriormente aplica-se o neutralizador , para gerar a neutralização, 
processo onde é feita a aplicação de um agente oxidante para serem restabelecidas 
as pontes dissulfeto. 
X. - Desenrole os bigudis com cuidado para manter os cachos da melhor 
forma possível. 
XI. - Enxágüe o cabelo; isto deve ser feito cuidadosamente, para não desfazer 
os cachos. 
 
Fatores que influenciam a ondulação fria 
 
O cabelo não deve ser enrolado com tensão excessiva em torno das hastes, 
ou pode ocorrer aumento da ruptura. 
O diâmetro do cacho é determinado de acordo com o diâmetro da haste;. 
Hastes menores produzirão cachos menores, que são nocivos à raiz do cabelo. O 
cabelo deve dar pelo menos uma volta completa em torno da haste para formação 
completa do cacho, em clientes com cabelo curto. 
 
 
Cachos de teste nos quadrantes da cabeça devem ser realizados 
previamente. 
OBs. Uma solução de permanente mais concentrada não produzirá um 
cacho mais apertado 
 
Alterações capilares pós ondulação permanente 
 
O cabelo fica irreversivelmente alterado, sendo que a raiz capilar fica 17% 
mais fraca e menos capaz de resistir ao trauma de pentear ou escovar. Além disso, 
fica mais difícil de pentear e demonstra maior capacidade de aumentar volume, que 
é evidência do dano cortical. 
 
 
16. Tinturas capilares 
 
As tinturas capilares são cosméticos destinados a restaurar a cor dos cabelos 
brancos ou modificar a cor natural dos cabelos. 
Cerca de 40% das mulheres tingem regularmente os cabelos. 
Após a década de 80 os homens também começaram a aderir mais à tintura 
capilar. 
Tingir os cabelos era uma antiga tradição dos persas, gregos e romanos. 
Existem 4 tipos de coloração: gradual, temporária, semipermanente e permanente. 
A primeira tintura conhecida foi a Henna, no Egito, há 4000a.C. 
A descoloração dos cabelos com peróxido de hidrogênio (H2O2 – água oxigenada) 
ocorreu em 1867, descoberta por Thillary e Hugo, onde a ação da água oxigenada dá-se por 
oxidação da melanina. 
O uso de tinturas capilares pode levar à ocorrência de dermatites de contato e/ou 
alergia, por isso antes de seu uso deve-se fazer a prova do toque. 
 
Tipos de tintura para cabelo 
 
 
O parâmetro usado para classificar os tipos de tinturas é o tempo de permanência 
da coloração artificial. Este, é resultado da capacidade de deposição e penetração do 
pigmento na fibra capilar. 
 
1- Gradual ou coloração com sais metálicos 
Também conhecida como “metálica” ou “progressiva”, requer aplicação repetida 
para resultar em escurecimento gradual dos cabelos. Normalmente é utilizada para cabelos 
grisalhos. Formada por sais de metais solúveis em água (prata, cobre, ferro, manganês, 
etc.) que são depositados na haste do cabelo, sendo que este depósito é cumulativo, pois 
há uma interação entre os metais e a queratina do cabelo. 
A cor varia de cinza/amarelo a marrom-preto, em algumas semanas, mas não é 
possível clareamento capilar e não existe controle sobre a cor final. 
Desvantagens 
 - os cabelos ficam duros e quebradiços. 
- O cabelo perde o brilho e torna-se mais áspero e poroso. 
- Exemplos: loções capilares e xampus. 
 
Obs. Não deve ser usada por mulheres grávidas ou lactentes. 
 
2- Temporária 
 
Trata-se da tintura destinada a ser removida em uma lavagem. Popularmente é 
conhecida como rinsagem , sendo que o público alvo são as pessoas de 3ª idade. 
Contém pigmentos ácidos: aminoantraquinonas, nitroanilinas, etc. mas o tamanho 
da partícula desses pigmentos é grande demais (alto peso molecular) para penetrar através 
da cutícula, somente depositam-se sobre o fio, não conseguem penetrá-lo. - 
Pode ser em formas líquidas, mousse, gel ou pulverizador. 
Não contém peróxido de hidrogênio. 
3- Semi-permanente 
 
 
 
- 
Sempre usada para escurecer, nunca para clarear os cabelos, as partículas do 
corante são de tamanho intermediário, tanto podem entrar como sair do córtex do cabelo, 
sendo removidas de 4 a 6 lavadas. 
Produz colorações tom a tom, ao invés de efetuar alterações drásticas de cor. 
Composição química pigmentosa – nitroanilinas, nitroaminofenóis, etc. Este tipo de 
tinta não contém amoníaco nem água oxigenada. 
Formas – loções e xampus (mais populares). 
 
4- Permanentes 
 
A tintura permanente proporciona a coloração mais permanente possível aos 
cabelos, com modificação quase que total da cor natural dos cabelos e cobertura completa 
dos fios brancos. São então de longa duração e geram uniformidade de cor aos cabelos. 
São as mais utilizadas contemporaneamente e as mais tradicionais. 
Os produtos usados não contêm material corante direto, mas sim precursores de 
cor e agentes acopladores. 
 
Composição de uma tintura permanente: 
 
1 - Precursores de cor: 
- para-fenilenidiamina; 
- para-toluenodiaminas; 
- para-aminodifenilamina; 
- para-aminofenol; 
- para-diaminoanisol; 
- para-fenilenodiamino. 
2 – Agentes acopladores 
 
 
- meta-fenilenodiaminas; 
- 2,4-diaminoanisol; 
- resorcinol; 
- meta-aminofenol; 
- meta-clororesorcinol; 
- 1,5 –dihidroxinaftaleno 6-metil, 3-aminofenol 2-metil resorcinol. 
 
3 – Agentes oxidantes 
- H2O2 ou peróxido de hidrogênio (geralmente este é o mais encontrado). 
- Perborato de cálcio. 
- Peróxido de magnésio. 
 
4 - Agente alcalinizante 
 NH4OH - Hidróxido de amônia (geralmente este é o mais encontrado). 
 
Os precursores de cor são substâncias que funcionam como corantes apenas 
depois de oxidados pelo peróxido de hidrogênio. 
Precursor de cor + peróxido de hidrogênio – CORANTES. 
Os acopladores ligam-se aos corantes então formados, dando origem a uma 
estrutura que modifica a cor dos cabelos, que não pode ser removida pelos xampus. 
A principal alteração da haste capilar pós-descoloração é o aumento da porosidade. 
Os resultados da cor dependem da habilidade do esteticista capilar, da 
concentração da tintura, do peróxido usado e da qualidade do cabelo. 
Dificilmente conseguem-se dois resultados idênticos, não se podendo garantir um 
tom determinado ao final. 
Este processo de coloração é extremamente danoso pra os cabelos, pois 
algumas das ligações das pontes capilares são destruídas pela reação de oxidação 
causada pela água oxigenada. 
 
 
 
Cores das tinturas capilares 
As cores das tinturas capilares são divididas em 10 tons fundamentais, que 
geralmente são respeitados pelos fabricantes das tinturas: 
1. Preto. 
2. Preto – azulado. 
3. Castanho – escuro. 
 4. Castanho médio ou natural. 
5. Castanho – claro. 
6. Louro – escuro. 
7. Louro – natural. 
8. Louro – claro. 
9. Louro – ultraclaro. 
 10.Louro – claríssimo. 
 
As nuances ou direções de cor, são reflexos ou variações sobre os tons 
fundamentais, que variam bastante entre os diversos fabricantes de tinturas: 
1. Cinza 
 2. Mate 
3. Dourado 
4. Cobre

Continue navegando