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DPC3_T11_ Embargos a arrematação.

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
 
FACULDADE DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
Tema 11.	Embargos à arrematação à alienação e à adjudicação. Retenção por benfeitorias. 
EMBARGOS À ARREMATAÇÃO E À ADJUDICAÇÃO
Os embargos à arrematação e à adjudicação se distanciam dos embargos à execução, propriamente ditos, primeiramente, quanto ao momento em que são oferecidos. Enquanto os embargos à execução podem ser opostos logo após a garantia do Juízo, pela penhora ou pelo depósito, nos casos de quantia certa e de entrega de coisa, ou à partir da citação, nas obrigações de fazer e de não fazer, ou seja, no início do processo de execução, os embargos à arrematação e à adjudicação, como não poderia deixar de ser, são oponíveis após praticados esses atos, ou seja, ao final do procedimento de execução, consoante soa o CPC :
 
“Art. 746 - É lícito ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da adjudicação, alienação ou arrematação, oferecer embargos fundados em nulidade da execução, ou em causa extintiva da obrigação, desde que superveniente à penhora, aplicando-se no que couber, o disposto neste capítulo.
§ 1º. Oferecidos embargos, poderá o adquirente desistir da aquisição.
§ 2º. No caso do § 1º. Deste artigo, o juiz definirá de plano o requerimento, com a imediata liberação do depósito feito pelo adquirente (art. 694, § 1º, inciso IV)
§ 3º. Casos os embargos, sejam declarados manifestadamente protelatórios, o juiz imporá multa ao embargante, não superior a 20% (vinte por cento) do valor da execução, em favor de quem desistiu da aquisição.”
 ( vide arts.736 e ss. e 741 e ss.)
Observa-se ainda que esses embargos não têm efeito suspensivo, porquanto não haveria mais razão para tanto, eis que o processo, aí, já estará no seu término, não havendo mais o que suspender. Todavia resta ainda evitar-se a inquestionalidade tanto da arrematação quanto da adjudicação, por meio dessa medida acautelatória.
Também, convém examinar-se o momento em que se inicia a contagem do prazo para o oferecimento desses dois tipos de embargos, que igualmente são de 15 (quinze) dias: Para a arrematação, o termo “a quo” é o dia em que foi assinado o auto de arrematação, ou seja, quando esta ficou perfeita e acabada; quando for o caso de embargos à adjudicação, o prazo começa a contar à partir da assinatura do auto, quando houver um só pretendente e, no caso de licitação, à partir da publicação da Sentença. 
Sobre o assunto, assim sintetiza Marinoni :
“Os embargos á arrematação, à alienação e à adjudicação
Além dos embargos à execução, poderá o executado apresentar outra ação semelhante, até o limite de cinco dias após a adjudicação, a alienação ou a arrematação. A esses embargos dá-se o nome de embargos à adjudicação, a alienação ou à arrematação, conforme o caso.
Nestes embargos, poderá o executado deduzir qualquer causa de nulidade da execução ou causa extintiva da obrigação, desde que seja superveniente à penhora (art. 746 do CPC). A rigor, é possível dizer que esta figura é uma extensão dos embargos à execução. Porque os embargos à execução têm prazo preclusivo para serem apresentados (quinze dias, contados da juntada aos autos do mandado de citação), as questões que não puderam ser deduzidas nesta via poderão ser alegadas nos embargos à arrematação, à adjudicação, ou à alienação.
Exatamente porque o objeto destes novos embargos é permitir a discussão de questões que não puderam ser deduzidas nos embargos à execução, deve-se dar interpretação ampliativa à exigência legal de que os fundamentos sejam supervenientes à penhora. Na realidade, pode-se alegar nos embargos à arrematação, à adjudicação, ou à alienação, qualquer questão que não tenha sido possível deduzir nos embargos à execução. Assim, mesmo temas anteriores à penhora poderão integrar a causa de pedir dos segundos embargos. Bastará que se prove que a questão não foi ventilada nos embargos do executado por razão justa – a exemplo do desconhecido do fato ou da inviabilidade de sua prova – para que se permita que a alegação seja feita nesta nova via.
Seguirá esta ação o mesmo procedimento previsto para os embargos à execução. Poderá receber efeito suspensivo a critério do juiz (se preenchidos os requisitos do art. 739-A, § 1º, do CPC), admitindo contraditório, provas e sentença, à semelhança do que ocorre nos embargos à execução.
Apresentados os embargos, poderá o adquirente desistir da arrematação do bem, a seu livre critério, sendo restituído da importância depositada (art. 746, § § 1º e 2º, do CPC). Precisamente por esta razão, embora caiba ao arremate, em regra depositar imediatamente a quantia do lanço vencedor, este valor não deve ser entregue ao exeqüente, senão depois de transcorrido o prazo de cinco dias da assinatura do auto de arrematação. Assim, evita-se o complexo procedimento necessário para rever o quantum entregue ao credor.
Ainda neste caso, à semelhança do que ocorre com os embargos à execução, considerando o juiz que os embargos à arrematação, à alienação ou à adjudicação têm caráter meramente protelatório, deverá impor multa ao embargante até o limite de vinte por cento do valor da execução, a reverter em favor do arrematante que diante dos embargos, desistiu da aquisição (art. 746, § 3º, do CPC).”
- Obr. cit. pag. 458 -
Os procedimentos aplicáveis, a essas espécies, são os comuns dos embargos do devedor, quanto às disposições gerais, naquilo que couber. 
EXERCÍCIO DO DIREITO DE RETENÇÃO POR BENFEITORIAS
O direito de retenção da coisa é conferido ao possuidor de boa fé pela norma de direito material, na dicção do art. 1.219 do Código Civil :
“O possuidor de boa fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se lhe não forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis”.
Importante, é conhecermos, na oportunidade, o dispositivo do art. 1.220 do mesmo Diploma:
“Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; mas não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.” 
Há de observar que somente se pode embargar para reter a coisa, quando a retenção não tenha sido articulada em outro qualquer processo de conhecimento e, por isso mesmo, não tenha sido objeto de decisão negativa, ou bem seja não tenha sido negado, esse direito, por sentença transitada em julgado. 
De bom Alvitre registrar, de logo, que se pode embargar para pretender a retenção na execução de titulo extrajudicial para entrega de coisa certa “ex-vi” do art. 745, IV, do CPC.
É preciso, entretanto, ficar bem claro que o direito de retenção não implica na decisão de manter a coisa em poder da parte obrigada, mas tão somente em reter provisoriamente a coisa até que o obrigado seja indenizadopelas despesas havidas com as benfeitorias necessárias e úteis, excluídas as volupterárias porque estas, não sendo necessárias ou úteis, poderão ser retiradas desde que não comprometa a estrutura da coisa. É bem verdade que o credor poderá, a qualquer tempo, imitir-se na posse da coisa, prestando caução ou depositando o respectivo valor.
Quanto ao prazo, muito embora a legislação não o tenha explicitado, ele é de 15 dias, em razão da natureza do procedimento e por analogia ao procedimento específico.
Esses embargos, têm efeito suspensivo. Além do que a própria natureza da retenção, até o pagamento do valor devido, prestação de caução ou depósito, pelo credor, induz a suspensão. (art. 745, § 2º.)
Outra regra aplicável aos embargos de retenção, é a que diz respeito à garantia do Juízo, segundo entendimento jurisprudencial, pelo que o embargante haverá de depositar em juízo o bem retido, previamente. Só assim poderá oferecer embargos de retenção.
A lei processual civil, assim regra os embargos de retenção : 
“Art. 745 – Nos embargos, poderá o executado alegar :
...................................................................................................................................
IV – retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos caso de título para entrega de coisa certa. (art. 621);
V - ............................................................................................................................ 
§ 1º - Nos embargos de retenção por benfeitorias, poderá o exeqüente requerer a compensação de seu valor com o dos frutos ou danos considerados devidos pelo executado, cumprindo ao juiz, para a apuração dos respectivos valores, nomear perito, fixando-lhe breve prazo para entrega do laudo. 
§ 2º - O exeqüente poderá, a qualquer tempo, ser imitido na posse da coisa, prestando caução ou depositando o valor devido pelas benfeitorias ou resultante da compensação.”
Os demais procedimentos de embargos, poderão ser assimilados também nos ensinamentos de Marinoni :
“Por outro lado, diante do direito de retenção por benfeitorias, o devedor de boa-fé (ou o terceiro de boa-fé que esteja na posse do bem) só terá de entregar a coisa depois de indenizado das benfeitorias necessárias e úteis que houver realizado. Por isso, é condição da execução - que não será iniciada sem a prova deste fato (art. 615, IV, do CPC) – a prévia liquidação das benfeitorias indenizáveis. Não promovida a liquidação (e o depósito, se necessário, do valor correspondente), pode o devedor alegar, embargos à execução, direito de retenção por benfeitorias( art. 745, IV, do CPC) .
O embargado pode alegar que o embargante deve ressarcimento por danos e frutos, pedindo a compensação deste valor com o das benfeitorias, cumprindo ao juiz nomear perito para a apuração dos respectivos valores ( art. 745, § 1º, do CPC e art. 1.221 do CC). Havendo credito em favor do devedor, o credor deverá depositar a diferença. Restando saldo em favor do credor, a importância poderá ser exigida nos mesmo autos da execução ( art. 628 do CPC) . Efetuado o depósito da quantia devida pelas benfeitorias indenizáveis não compensadas – ou prestando caução suficiente para tanto -, poderá o credor ser imediatamente emitido na posse do bem ( art. 745, § 2º, do CPC), salvo quando houver sido invocado outro fundamento nos embargos à execução e, em razão dele, houver sido outorgado o feito suspensivo.”
- Obr. cit. pag. 469 -
_________________________________________________________________
APOSTILA ELABORADA PELO PROF. MÁRIO MARQUES DE SOUZA E PELO PROF. LUIZ SOUZA CUNHA E POR ESTE REESCRITA.
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS :
Moacyr Amaral Santos 	Direito Processual Civil
 3º Vol. 12ª - Edição - 1988
José Frederico Marques 	Manual de Direito Processual Civil
	4º Vol. - 7ª Edição - 1987
Humberto Theodoro Júnior 	Curso de Direito Processual Civil
 Vol. II - 37 Edição - 2005
Luiz Guilherme Marinoni 	Execução (Curso de Processo Civil) 
 	Vol. 3 - Revista dos Tribunais – 2006/2007
Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
		Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
		Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
Atualizada em julho/2008
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DPC3_T11_Embargos à arrematação

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