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DPC3_T13 _ Medidas cautelares nominadas e inominadas

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
 
FACULDADE DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
Tema 13.	Medidas cautelares nominadas e inominadas. Classificação doutrinária e classificação legal. De constrição de bens, constitutivas de direito e conservativas de direito. Poder Geral da Cautela . Medida Cautelar e Tutela Antecipada.
Medidas cautelares, como já sabemos, constituem exatamente as providências acautelatórias que a pessoa espera colher da jurisdição. Providências essas que tanto podem encerrar constrição de bens, como serem constitutivas ou conservativas de direito.
O interessado, assim, aciona a jurisdição para obter a medida cautelar que mais se ajuste a uma pretensão presente ou futura, de modo a que, por meio do processo cautelar (seja preparatório ou incidente) possa garantir a eficácia da futura decisão, a ser proferida no processo principal.
O assunto deste ponto se propõe oferecer a classificação das medidas cautelares que, por exemplo, podem ser nominadas e inominadas.
Convém, de logo, esclarecer que as nominadas são também chamadas de típicas ou específicas e que as inominadas, por sua vez, são conhecidas também como atípicas, ou inespecíficas.
A preleção de Humberto Theodoro Júnior - obr. cit., págs. 377/378 - traz conceitos satisfatórios sobre o que bem sejam as medidas nominadas e inominadas, como seguem : 
“Medidas típicas e medidas atípicas
	Ao regular o poder cautelar do juiz, a lei, segundo a experiência da vida e a tradição do direito, prevê várias providências preventivas, definindo-as e atribuindo-lhes objetivos e procedimentos especiais. A essas medidas atribui-se a denominação de medidas cautelares ‘típicas’ ou ‘nominadas’. É o caso, por exemplo, do arresto, do seqüestro, das antecipações de prova, do atentado etc. (arts. 813 e 889 do CPC).
	Mas a função cautelar não fica restrita às providencias típicas, porque o intuito da lei é assegurar meio de coibir qualquer situação de perigo que possa comprometer a eficácia e utilidade do processo principal. Daí existir, também, a previsão de que caberá ao juiz determinar outras medidas provisórias, além das específicas, desde que julgadas adequadas, sempre que houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação (CPC, art. 798).
Há, destarte, medidas que o próprio legislador define e regula suas condições de aplicação, e há também medidas que são criadas e deferidas pelo próprio juiz, diante de situações de perigo não previstas ou não reguladas expressamente pela lei.
	Esse poder de criar providências de segurança, fora dos casos típicos já arrolados pelo Código, recebe, doutrinariamente, o nome de ‘poder geral de cautela’.
	É, porém, de ressaltar que entre as medidas típicas e as que provem do poder geral de cautela não há diferença de natureza ou substância.
	Em todos os casos - adverte Rocco - os órgãos judicantes desempenham a mesma função de natureza cautelar, ou seja, a atividade destinada a evitar um perigo proveniente de um evento possível ou provável, que possa suprimir ou restringir os interesses tutelados pelo direito.
	Diante, porém, do poder geral de cautela, a atividade jurisdicional apoia-se em ‘poderes indeterminados’, porque a lei, ao prevê-los, não cuidou de preordená-los a providências de conteúdo determinado e específico. Já nos procedimentos específicos, tudo que diga respeito ao exercício da função cautelar, quer quanto ao cabimento da providência, quer quanto ao seu objetivo, pressupostos e limites, tudo isto está adredemente previsto e regulado pela lei.
	Eis por que, conclui Rocco, a diferença entre as medidas típicas e as atípicas é apenas a maior ou a menor determinação de especificidade ”.
Importante, por outro lado, é conhecer as várias classificações de tais medidas e, para tanto, mais uma vez, permitimo-nos transcrever o citado autor que demonstra, com suficiência, o tema, de modo a permitir que o aluno nele seja situado sem equívoco :
“Classificação das medidas cautelares
	Há várias classificações das medidas cautelares na doutrina, conforme o ponto de vista particular de cada autor.
	Reputamos mais interessante, por seu caráter prático e objetivo a de Ramiro Podetti, que leva em conta não puramente o caráter finalístico da medida, mas faz uma conjugação entre a finalidade e o objeto sobre que deva incidir o provimento.
	Assim, podem-se encontrar três espécies de providências cautelares:
a)	Medidas para assegurar bens, compreendendo as que visam a garantir uma futura execução forçada e as que apenas procuram manter um estado de coisa.
b)	Medidas para assegurar pessoas, compreendendo providências relativas à guarda provisória de pessoas e as destinadas a satisfazer suas necessidades urgentes.
Medidas para assegurar provas, compreendendo antecipação de coleta de elementos de convicção e serem utilizadas na futura instrução do processo principal.
Obs.: Esta é a classificação doutrinária.
Classificação do direito positivo					 (ou classificação legal)
Nosso Código admite qualquer das classificações usuais. Existem, em seu bojo, porém, claramente reveladas duas importantes classificações:
I. A primeira divide as ações cautelares em:
a) medidas cautelares típicas ou nominadas: são as ações cautelares reguladas sob a denominação de ‘procedimentos cautelares específicos’(Capítulo II., Livro III);
b)	medidas cautelares atípicas ou inominadas compreendendo o poder geral de cautela admitido pelo art. 798.
Obs.: Procedimentos cautelares inespecíficos.
II.	A segunda classificação legal divide as medidas cautelares, conforme o momento em que são deferidas (art. 796), em:
a) Medidas preparatórias, conforme nomenclatura do art. 800, são as que antecedem à propositura da ação principal. Melhor seria qualificá-las de antecedentes e precedentes, porque a expressão ‘preparatória’ não se harmoniza bem com o conceito da atividade cautelar. A cautela, em essência, não se destina a preparar o processo principal (mas a assegurar sua eficácia e utilidade) e as medidas realmente preparatórias não são medidas de segurança, mas sim requisitos ou condições da ação principal, como ocorre com ‘o depósito preparatório de ação’, que o novo Código, aliás, excluiu do elenco das ações cautelares.
b)	Medidas incidentes : são as que surgem no curso do processo principal, como incidentes dele.
Outro aspecto relevante para a classificação das medidas cautelares em nosso atual direito positivo, reside no fato de ter o Código arrolado dentro dos limites do Livro III medidas que, realmente, não participam da natureza específica do processo cautelar.
À luz de nosso direito positivo e seguindo a orientação prática de Ramiro Podetti, podemos, finalmente, classificar as medidas cautelares codificadas segundo o seguinte esquema: 
I. poder geral de cautela - medidas inominadas.
II. medidas específicas - medidas nominadas, subdivididas em:
a) medidas sobre bens;
b) medidas sobre provas;
c) medidas sobre pessoas;
d)	medidas conservativas e outras não cautelares, e apenas submetidas ao procedimento cautelar ”.
							(idem, págs. 366/367 e mais o art. 888)
Observa-se, pois, que há classificação doutrinária e classificação legal que é a adotada pelo CPC, e as quais podemos assim esquematizar: 
. a) medidas para assegurar bens
Classificação doutrinária	. b) medidas para assegurar pessoas
	. c) medidas para assegurar provas
	. Típicas ou nominadas (arts. 813/887)
	. Primeira
	. Atípicas ou inominadas (arts. 798/799)
Classificação legal
	. Medidas preparatórias
	. Segunda
	. Medidas incidentais
PODER GERAL DA CAUTELA
As medidas cautelares típicas serão examinadas no decorrer deste curso. Todavia as medidas atípicas ficariam não exemplificadas caso delas não nosocupássemos. Para não permitir tal lacuna valemo-nos dos ensinamentos de Theodoro Júnior, mais uma vez (idem, págs. 381/382):
“Aplicação prática de medidas atípicas
	Pela amplitude do poder geral de cautela, é praticamente ilimitada a possibilidade de seu desdobramento em figuras práticas, diante do infinito e imprevisível número de situações de perigo que podem surgir antes do julgamento das diversas causas que o Poder Judiciário tem de dirimir.
	Apenas para ilustrar e para lembrar os casos mais freqüentes, em nossa experiência e na do direito europeu, podem-se arrolar os seguintes exemplos de medidas atípicas :
a)	a sustação do protesto cambiário, antes da ação anulatória do título ou de desconstituição do negócio subjacente, para evitar o notório prejuízo comercial que a medida acarreta ao devedor;
b)	a suspensão provisória de deliberação social, quando a minoria ou algum sócio vencido pretenda mover ação principal para anular a decisão tomada pela assembléia da sociedade civil ou comercial;
c)	a proibição de dispor, como medida menor do que o seqüestro e o arresto, pois conserva a posse do dono, e apenas interdita a possibilidade de alienação da coisa;
d)	o depósito, quando a parte litigante quer se desonerar do risco de continuar com a guarda do objeto litigioso e há recusa em recebê-lo por parte do adversário;
e)	a proibição de fabricar determinado produto, enquanto pende o juízo de tutela ao direito de invenção;
f)	a proibição de usar nome ou marca comercial, que se confunda com outro ou outra;
g)	admissão de exercício provisório de servidão de passagem sob litígio;
h)	autorização para o locador prover por meios próprios a cultura de um fundo rústico abandonado pelo locatário, que não o cultivava convenientemente;
i)	suspensão dos efeitos de uma eleição realizada por sociedade corporativa para composição dos órgãos de administração, sob fundamento de irregularidade na convocação da assembléia;
j)	autorização ao parceiro-proprietário para fazer a colheita da lavoura e depositar os frutos para posterior partilha, tendo em vista o abandono da plantação pelo parceiro-agricultor;
k)	suspensão de mandato social e nomeação de administrador judicial;
l)	condicionamento de certos atos de administração de bens litigiosos à prévia autorização judicial;
m) suspensão de atos de disposição do interditando, durante o processo de interdição.
Diante desse variado mostruário, é fácil ter uma idéia de quão amplo e, até mesmo ilimitado, é o campo de aplicação das medidas cautelares atípicas, que, na realidade, se multiplicam infinitamente, diante das necessidades universais dos casos concretos”.
MEDIDA CAUTELAR E TUTELA ANTECIPADA
Um outro aspecto a considerar, sobre o tema, diz respeito à interpretação errônea, segundo a qual “o novo instituto da tutela antecipada poderia substituir, com vantagem, o instituto da ação cautelar”. Esta afirmativa, não é e não pode ser verdadeira. Com efeito, enquanto a ação cautelar busca garantir a eficácia e a utilidade de uma futura decisão de mérito, a tutela antecipada, de que se ocupa o art. 273, seus incisos e parágrafos, realiza a prestação jurisdicional pela entrega do objeto pretendido, ainda que de modo provisório, e podendo ser parcial ou total, observando-se que “não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.”
Em sendo assim, essas duas figuras jurídicas de direito processual, muito embora possam ser parecidas quanto ao perfil de assegurar a entrega da prestação jurisdicional, têm essências diversamente profundas. Uma é verdadeiramente uma cautela e a outra é verdadeiramente um sério risco de precipitação, ao antecipar-se o provimento de mérito.
O nosso festejado Mestre, muitas vezes citado aqui, faz, igualmente, lúcido e plausível comentário:
“Medidas cautelares e outras medidas provisórias: tutela cautelar e tutela antecipatória.
	Registra-se nas principais fontes do direito europeu contemporâneo, o reconhecimento de que, além da tutela cautelar, destinada a assegurar a efetividade do resultado final do processo principal, deve existir, em determinadas circunstâncias, o poder do juiz de antecipar, provisoriamente, a própria solução definitiva esperada no processo principal.
	
Assim, fala-se em medidas provisórias de natureza cautelar e medidas provisórias de natureza antecipatória; estas, de cunho satisfativo, e aquelas de cunho apenas preventivo.
	Entre nós, várias leis recentes têm previsto, sob a forma de liminares, deferíveis inaudita altera parte, a tutela antecipatória, como, por exemplo, se dá na ação popular, nas ações locatícias, na ação civil pública, na ação declaratória direta de inconstitucionalidade etc.
	Agora, com a Lei nº 8.952. de 13.12.94, que alterou a redação do art. 273, do CPC, está sendo introduzida a antecipação de tutela em caráter genérico, ou seja, para aplicação, em tese, a qualquer procedimento de cognição, sob a forma de liminar deferível sem necessidade de observância do rito das medidas cautelares.
	O texto do dispositivo legal em questão prevê que a tutela antecipada, que poderá ser total ou parcial em relação ao pedido formulado na inicial, dependerá dos seguintes requisitos:
a) requerimento da parte;
b) produção de prova inequívoca dos fatos arrolados na inicial;
c)	convencimento do juiz em torno da verossimilhança da alegação da parte;
d)	caracterização de abuso de direito de defesa ou manifesto propósito protelatório ao réu;
possibilidade de reverter a medida antecipada, caso o resultado da ação venha a ser contrário à pretensão da parte que requereu a antecipação satisfativa.
	Tanto a medida cautelar propriamente dita (objeto da ação cautelar) como a medida antecipatória (objeto de liminar na própria ação principal) representam providências, de natureza emergencial, executiva e sumária, adotadas em caráter provisório. O que, todavia, as distingue, em substância, é que é a tutela cautelar apenas assegura uma pretensão, enquanto a tutela antecipatória realiza de imediato a pretensão.
Urge, pois, não confundir o regime legal das medidas cautelares (sempre não satisfativas) com as medidas liminares de antecipação da tutela de caráter satisfativo provisório, por expressa autorização da lei”.
								(idem, págs. 369/370)
Ambas as medidas, como se vê, são provisórias, além de revogáveis, ou modificáveis, só que uma apenas garante, mas não satisfaz a pretensão; a outra, embora possa ter cunho de garantia, vai muito mais além porquanto realiza a entrega do objeto do litígio, antecipadamente.
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APOSTILA ELABORADA PELO PROF. MÁRIO MARQUES DE SOUZA E PELO PROF. LUIZ SOUZA CUNHA E POR ESTE REESCRITA 
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS
José Frederico Marques - Manual de Direito Processual Civil
 4º Volume - 7ª Edição - 1987.
Humberto Theodoro Júnior - Curso de Direito Processual Civil
 Volume II - 17ª Edição - 1996.
Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
		Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
		Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
Atualizada em maio/2011
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DPC3P13 - Medidas cautelares nominadas e inominadas

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