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DPC3_T18_Modificação e renovação das medidas cautelares.

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
 
FACULDADE DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
Tema 18 .	Modificação e revogação das medidas cautelares. Responsabilidade Civil. Recursos e efeitos.
MODIFICAÇÃO E REVOGAÇÃO 
 DAS MEDIDAS CAUTELARES 
Consoante já examinamos em oportunidades anteriores, as medidas cautelares, inclusive por serem provisórias e fungíveis, comportam revogação, modificação e substituição. Tudo na conformidade das disposições dos arts. 805 e 807 do CPC, igualmente já examinados.
Isto em razão dessas ações, que objetivam medidas seguradoras do futuro resultado de uma lide, em procedimento de mérito, não resultarem em “res judicata”, no sentido material.
Todavia, a modificação ou revogação da medida cautelar, somente é viável por meio de uma outra ação, que a parte deve promover perante o mesmo juízo, em processo separado e apenso ao da ação cautelar que se pretende modificada, ou revogada. Igualmente não é possível por ato unilateral da parte. É necessário que haja contenciosidade para que as partes fundamentem suas razões e promovam as provas necessárias e suficientes, de modo a justificar tal ou qual pretensão dessa espécie.
Humberto Theodoro Júnior, às fls. 354 da sua citada obra, discorre com clareza sobre este assunto :
“Revogabilidade
A sentença proferida em processo cautelar não faz coisa julgada material, que é a eficácia que torna imutável e indiscutível a sentença de mérito não mais sujeita a recurso (art. 467).
É característica da medida cautelar como provimento emergencial de segurança, a possibilidade de sua substituição (art. 805), modificação ou revogação, a qualquer tempo (art. 807).
E, além do mais, é inadmissível falar em decisão de mérito na ações cautelares, porque não versam elas sobre a lide.
Decorrem, outrossim, a mutabilidade e a revogabilidade da medida cautelar de sua própria natureza e objetivos. Se desaparece a situação fática que levou o órgão jurisdicional a acautelar o interesse da parte, cessa a razão de ser da precaução.
As medidas cautelares como ensinava Lopes da Costa, ‘são concedidas em atenção a uma situação passageira, formada por circunstâncias que podem modificar-se de repente, exigindo uma nova apreciação’, de maneira que ‘o juiz resolve então sic rebus stantibus’.
Além do mais não se pode argüir, in casu, o empecilho da res judicata, pois, como é sabido, só existe coisa julgada sobre o mérito (art. 468), e a decisão da ação cautelar nunca é de mérito, porque não atinge a lide.
A revogação ou modificação, todavia, não são atos livres de forma nem decisões de mero arbítrio do juiz.
Surgidas as medidas em processo de ação, gera situação jurídica definida e estável para as partes, de modo que ‘podem ser revogadas ou modificadas, não ex officio ou a requerimento simples e por mero despacho, mas com obediência ao procedimento cautelar comum. Cabe ao que sofreu a medida alegar e provar que as coisas e as circunstâncias mudaram. Esse processo é ainda contencioso. Será uma ação cautelar em sentido inverso’ ”.
Já na págs. 406/407, da mesma obra, mencionado autor assim se manifesta quanto a substituição de cautelar outra, por caução :
“Procedimento
A substituição reclama processo especial e será examinada e solucionada em autos apensados aos da medida cautelar decretada. Não pode o juiz admiti-la sem prévia audiência da parte contrária, pois esta, como é obvio, poderá ter objeções de ordem prática a fazer quanto à eficiência da cautela no caso concreto ou quanto à idoneidade ou suficiência da garantia oferecida.
Pode até surgir um contraditório incidental que reclamará provas como a documental (título de domínio, negativa de ônus, etc.) e a avaliação do bem a caucionar.
Isto tudo será processado sumariamente, conforme o rito dos arts. 826 a 838, mas de modo a resguardar a segurança do processo cautelar e a eficiência de seus objetivos.
A caução substitutiva, naturalmente, pode ser real(bens móveis ou imóveis) ou fidejussória(fiança), como ocorre com todas as cauções, de maneira geral (art. 826). E uma vez deferida há de ser reduzida a termo nos autos, confiando-se os bens, se forem corpóreos, à guarda de depositário.
A substituição da medida decretada por caução, finalmente, não suspende nem interrompe o prazo em curso para ajuizamento da ação principal(art. 806).”
Contudo, considerando o crédito de que é detentor o renomado jurista transcrito, convém registrar que, por certo, ocorreu um pequeno lapso de revisão na sua obra. Todavia, é bem provável que aquela seja efetivamente a posição do jurista, uma vez que ainda existe uma pequena corrente doutrinária não admitindo a decisão de ofício.
Isto porque a sua última Edição, a 17ª, Vol. II, 1996, no particular, mantêm a mesma redação da anterior. Conseqüentemente, não foi levado em conta a alteração que se processou no Código, à partir de 13 de dezembro de 1994, Lei nº 8.952, exatamente para permitir que o Juiz autorize a substituição, de uma cautelar concedida, por caução.
Com efeito, o art. 805, anteriormente continha o seguinte dispositivo:
“Art. 805. A medida decretada poderá ser substituída pela prestação de caução, sempre que esta seja adequada e suficiente para evitar a lesão ou repará-la integralmente.”
Presentemente, esse mesmo artigo assim disciplina:
“A medida cautelar poderá ser substituída, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pela prestação de caução ou outra garantia menos gravosa para o requerido, sempre que adequada e suficiente para evitar a lesão ou repará-la integralmente.
Como se vê, é possível processualmente a substituição “ex-officio” de uma cautelar por caução, ou outra garantia menos gravosa.
Assim é que, neste sentido, tanto a doutrina quanto a jurisprudência, na sua maioria, acompanham o entendimento seguinte, que nos parece correto:
“Art. 805: 1. Se a caução for requerida pela parte,obedecerá os disposto nos arts. 826 a 838; se determinada pelo juiz, não estará sujeita a esse entendimento (v. art. 829, nota 1).”
...............................................................................................................................
“Art. 829: 1. O Juiz pode, de ofício, determinar que seja prestada caução e, neste caso, a providência não se sujeita ao procedimento previsto nos arts. 826 a 838 (RT 594/197). Neste sentido: TFR-5ª Turma, Ag 60.215-PR, rel. Min. José Delgado, j. 13.3.89, negaram provimento, v.u., DJU 26.6.89, p. 11.161, 1ª col., em. Contra, exigindo processo cautelar em separado: RT 609/72, maioria.” 
- In Código de Processo Civil - 27ª Edição - 1996 - Teotônio Negrão - pags. 552/559 - 
Por seu turno, sobre o assunto Sálvio de Figueiredo Teixeira, assim comenta no seu Código de Processo Civil anotado, Sexta Edição, 1996, Editora Saraiva, pag. 550: 
“A modificação imposta pela Lei nº 8952/94 teve duplo objetivo: a) permitir que a substituição se faça independentemente de requerimento; b) assinalar que a substituição não se restrinja apenas à caução, podendo efetuar-se também por outra garantia menos gravosa.
 Simpósio, concl. LXVIII, em face de redação anterior: ‘A caução de que trata o art. 805 não pode ser concedida de ofício’ (RF 252/18 - por unanimidade).
 Não há necessidade de processo especial para essa substituição. Neste sentido, Frederico Marques e Marcos Afonso Borges, dentre outros.”
Do quanto dito e esclarecido, o texto transcrito, do respeitável Mestre Theodoro Júnior, é todo ele valido, excetuando-se tão só a hipótese em que o Juiz pode ordenar a substituição independentemente de requerimento da parte e de procedimento específico, a teor do dispositivo em estudo.
De modo que, para esses casos, quando ocorre requerimento da parte, é reclamado um procedimento sumário, observadas as prescrições do Código, da seguinte maneira : I - Para a substituição por caução,o procedimento é o prescrito nos arts. 826 a 838 do CPC; e II - para a modificação ou revogação, observar-se-á “o procedimento cautelar comum”, previsto nos arts. 801 a 804 do CPC.
RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil, que poderá onerar o requerente de uma ação cautelar, o qual tem a obrigação civil de reparar os danos e prejuízos que causar ao requerido, poderá ser prevenida com a contracautela determinada de ofício, ou a requerimento do ator passivo da relação processual.
Todavia, o ônus dessa responsabilidade não é dependente da contracautela, tanto que o Código prevê a cominação da responsabilidade civil, no art. 811, bastando que, para tanto, ocorra realmente uma situação jurídica justificadora de uma indenização dos prejuízos. Mas, para que tal seja apurado, haverá de ser proposta a liquidação nos próprios autos do procedimento cautelar.
Daí decorre o perigo de se propor uma ação cautelar temerária, ou seja com o caráter de litigância de má-fé, ou coisa que o valha, tanto mais quando “responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente” - art. 16 do CPC.
Vale dizer que, mesmo que o requerente pleitei de boa fé, estará passivo da responsabilidade civil, nos casos previstos no art. 811.
No caso específico da ação cautelar, aquele que causar prejuízo na execução da medida, independentemente de responder por litigância de má-fé, responde ao requerido pelo prejuízo que lhe causar, na dicção do Código :
“art. 811 - Sem prejuízo do disposto no art,. 16, o requerente do procedimento cautelar responde ao requerido pelo prejuízo que lhe causar a execução da medida:
I. 	se a sentença no processo principal for desfavorável;
II. 	se, obtida liminarmente a medida no caso do art. 804 deste Código, não promover a citação do requerido dentro de 5 dias;
III. 	se ocorrer a cessação da eficácia da medida, em qualquer dos casos previstos no art. 808, deste Código;
IV. 	se o juiz acolher, no procedimento cautelar, a alegação da decadência ou prescrição do direito do autor (art. 810).
Parágrafo único - A indenização será liquidada nos autos do procedimento cautelar”.
 RECURSOS E EFEITOS
Sabemos todos, por que já analisados em oportunidades anteriores, que os recursos cabíveis, no processo cautelar, são o de agravo e o de apelação , ambos no efeito devolutivo, tanto que não suspendem o prosseguimento do processo cautelar, muito menos os efeitos da medida concedida.
O agravo cabe da decisão que concede ou não liminarmente, ou após justificação prévia, a medida cautelar, por ser esta uma decisão interlocutória. Como de resto, cabe agravo de todas as demais decisões interlocutórias, no processo cautelar.
Enquanto que a não suspensividade do processo cautelar, e dos efeitos da decisão, por motivo da apelação, está prevista no art. 520, inciso IV, que atribui efeito devolutivo a esse recurso.
Todavia, é de bom alvitre lembrar que a jurisdição, na sua atividade de segunda instância, ou seja no Tribunal, poderá suspender o curso do processo cautelar, no cumprimento da respectiva decisão, na ocorrência de agravo ou de apelação, consoante a inteligência do CPC :
“art. 558 - O relator poderá, a requerimento do agravante, nos casos de prisão civil, adjudicação, remição de bens, levantamento de dinheiro sem caução idônea e em outros casos dos quais possa resultar lesão grave e de difícil reparação, sendo relevante a fundamentação, suspender o cumprimento da decisão até o pronunciamento definitivo da turma ou câmara.
	Parágrafo único - Aplicar-se-á o disposto neste artigo às hipóteses do art. 520”.
Desse modo, convém o recorrente estar atento para promover a suspensão do cumprimento da decisão em processo cautelar, por ocasião de agravo ou de apelação, sempre que o efeito devolutivo “possa resultar lesão grave e de difícil reparação”, emprestando toda relevância à fundamentação .
___________________________________________________________________
APOSTILA ELABORADA PELO PROF. MÁRIO MARQUES DE SOUZA E PELO PROF. LUIZ SOUZA CUNHA E POR ESTE REESCRITA.
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS :
Moacyr Amaral Santos 	Direito Processual Civil
 3º Vol. 12ª - Edição - 1988
José Frederico Marques 	Manual de Direito Processual Civil
	4º Vol. - 7ª Edição - 1987
Humberto Theodoro Júnior 	Curso de Direito Processual Civil
 Vol. II - 37 Edição - 2005
Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
		Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
		Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
Atualizada em julho/2008
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