Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CATEDRAIS E ARTE GÓTICA Mestranda do Curso de Pós-graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo UNIVAG em associação com a PUC-Campinas, docente do curso de Arquitetura e Urbanismo do UNIVAG Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ARTE GÓTICA • Não podemos definir o Período Gótico apenas em termos temporais ou período cronológico. • No início, por volta de 1150, compreendia espacialmente a província Ile-de-France (Paris e arredores). 2 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENEVOLO, Leonardo. A História da Cidade. São Paulo, Perspectiva, 2009. DUCHER, Robert. Características dos estilos. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2001. FEIST, H. Pequena viagem pelo mundo da arquitetura. 1ª edição. São Paulo: Moderna, 2006 GRAHAN-DIXON, Andrew. Arte: o guia visual definitivo. Traduzido por Eliana Rocha. São Paulo: Publifolha, 2013. JANSON, H. W. Iniciação à história da Arte. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 1996. 3 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 4 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte Paris e arredores Inicio por volta 1150 ILE-DE-FRANCE ISLÂNDIA ORIENTE PRÓXIMO SICÍLIA 100 anos mais tarde, a maior parte da Europa, da Sicília à Islândia, torna-se gótica, com alguns bolsões românicos. Figura 1 - Mapa da Europa no século XIV Fonte: https://kuadro-static.storage.googleapis.com/3a4c960b5a727cffaf2676398545a603 5 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ILE-DE- FRANCE ORIENTE PRÓXIMO SICÍLIA Devido as Cruzadas chega até o Oriente Próximo. Figura 2 - Baixa Idade Média: formação dos estados nacionais europeus e as Cruzadas. Fonte: http://www.educabras.com/media/emtudo_img/upload/_img/20110316_160954.gif ARTE GÓTICA • O Gótico foi notadamente a expressão artística mais importante do final da Idade Média. • Seu apogeu ocorre na Baixa Idade Média. • A maior parte das obras góticas se concentram na arquitetura. • As novas formas associadas aos elementos da construção e a quebra com a estética românica são os traços mais marcantes dessa transformação. 6 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte —ARTE: GUIA VISUAL DEFINITO, P. 82 “Dois estilos de arte e arquitetura dominaram a Europa ocidental depois do ano 1000. O primeiro foi o Românico, sucedido aos poucos durante o século seguinte pelo Gótico, que permaneceu em alguns lugares até o século XVI” 7 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ARTE ROMÂNICA E GÓTICA • Os termos “românico” e “gótico” aplicavam-se de início apenas à arquitetura. • Posteriormente estenderam-se à arte de cada um desses períodos. • Os dois estilos se espalharam pela Europa, assumindo muitas formas nacionais e locais. • A Idade média é marcada pela invasão de povos bárbaros ao Império Romano Ocidental no século V, acarretando a queda de Roma. 8 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ARTE ROMÂNICA E GÓTICA • Somente quando estes de deram por satisfeitos com suas conquistas territoriais e com a destruição ao legado romano. • Que os europeus puderam impulsionar sua economia, desenvolver a vida urbana e expressar concretamente seu intenso fervor religioso, criando dois grandes estilos: o ROMÂNICO e o GÓTICO. • Para entender tal manifestação passaremos brevemente pela arquitetura românica. 9 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ARQUITETURA ROMÂNICA • O românico foi o primeiro estilo arquitetônico coerente da Europa Cristã. • E para tudo que ainda não era gótico, criaram o termo ROMÂNICO. • Recebe essa denominação, porque as suas formas (uso do arco pleno, construções sólidas e pesadas) derivam fundamentalmente do estilo romano de construção, apesar das influências diversas que vão recebendo do decorrer dos tempos. 10 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ARQUITETURA ROMÂNICA • Nesse sentido toda arte medieval entre 1050 e 1200 pode ser chamada de românica. • Impulsionada pela ambição de Carlos Magno em reconstruir o Império Romano. • E, pela prática da peregrinação nos séculos XI e XII pela Europa. Estes desejavam alcançar em sua viagem lugares santos, tais como Jerusalém, Santiago de Compostela. 11 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ARQUITETURA ROMÂNICA • As igrejas eram construções fortes, com grossas paredes, e eram chamadas de “Fortaleza de Deus”. • Vamos observar a construção de igrejas em forma de cruz latina com uma torre no encontro da haste central com o transepto. • No estilo românico, a maior delas é a de SAINT-SERNIN (c. 1080-1120), em Toulousse, no sul da França. • Semelhante a outras igrejas desse período é um edifício robusto, de paredes espessas e janelas estreitas. 12 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 13 Figura 03: Igreja de Saint Sernin (vista aérea), Toulousse. 1080-1120 d.C. ARQUITETURA ROMÂNICA Igreja de Saint Sernin • Na imagem anterior podemos ver bem a planta em forma de CRUZ LATINA, que tem os braços transversais (TRANSEPTO) mais curtos que a haste. • A torre, foi construída posteriormente no estilo gótico, é bem mais alta que a do projeto original. 14 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 15 Figura 04: Igreja de Saint Sernin (planta baixa), Toulousse. 1080-1120 d.C. transepto abside Capelas laterais (absidíolas) cruzeiro deambulatório absidíolas nave central nave lateral nave lateral ABÓBADA DE BERÇO COM ARCOS TRANSVERSAIS narthex ABÓBADA DE ARESTA C C C C C C P P P P 16 Figura 05: Planta Padrão de uma igreja românica 16 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte Figura 06: Tipos de abóbadas de uma igreja românica ARTE ROMÂNICA Fonte: DUCHER, Robert. Características dos estilos. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 37. Figura 07: Igreja de Saint Sernin, maquete virtual. 17 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte Figura 08: Igreja de Saint Sernin, nave central. ARQUITETURA ROMÂNICA Igreja de Saint Sernin Características: • Planta em forma de cruz latina • Interior dividido por intercolúnios ou espaços entre as colunas • Arcos plenos e abóbadas de berço (nave central); e UMA TORRE no encontro transepto e nave central • Sólidos elementos de sustentação 18 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 1. Como o nome indica, a arquitetura românica recuperou aspectos da arte romana, em especial quanto à grandiosidade: as construções românicas eram quase sempre imensas, expressão da renovada confiança após um período em que a cristandade ocidental se vira ameaçada da destruição. 2. A escultura de grande escala também ressurgiu, assim como a pintura e o trabalho em metal e em materiais preciosos. Românico 19 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 1. Enquanto a arquitetura românica é sólida, austera e às vezes opressiva, a gótica é ativa e graciosa, baseada num novo arcabouço construtivo que permitiu que amplas janelas ocupassem o espaço de sólidas paredes. 2. Em pintura e escultura a arte gótica serviu basicamente à Igreja católica, apesar de algumas expressões seculares, em especial, quando assumiu o estilo elegante conhecido como gótico internacional. Gótico Arte românica Gislebertus: ativo na primeira metade do século XII • A arte românica foi quase sempre fruto de trabalho anônimo, mas alguns nomes de artistas chegaram até nós, em especial o escultor grego Gislebertus, que trabalhou na região da Borgonha, na França, por volta de 1125. 20 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte Figura 09: Relevo A tentação de Eva, calcário, 0,72x 1,32x 0,32m. C. 1125-35. Gislebertus. Conservada no Musée Rolin, em Autun, França. Fonte: https://artrianon.files.wordpress.com/2017/06/la_tentation_deve_droite.j pg?w=720&h=477Figura 10: Relevo O Juízo Final. C. 1125-35, pedra, Catedral Saint-Lazare, Autun, França. Fonte: https://artrianon.files.wordpress.com/2017/06/la_tentation_deve_droite.jpg?w=720&h=477 21 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte Obra prima de Gislebertus, O juízo Final, na Catedral de Autun, destaque para imagem do centro de Cristo, muito maior que as demais, domina o tímpano da porta principal. Ele aparece separando os bem- aventurados (à esquerda) dos condenados (à direita). 22 Figura 11: O tímpano da catedral acima do porta principal. É uma das melhores esculturas românicas da França e representa O Juízo Final. Fonte: https://archaeology-travel.com/wp-content/uploads/2018/10/autun-cathedral-tympanum.jpg Figura 12: Detalhe da inscrição no relevo O Juízo Final. O escultor assinou em destaque sob a figura de Cristo: Gislebertus hoc fecit (“Gisleberto fez isto”). Fonte: http://warburg.chaa-unicamp.com.br/img/obras/2lastj3.jpg 23 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte Figura 13: Detalhe dos capiteis sob o Tímpano do Juízo Final na Catedral de Autun, Borgonha, França. Fonte: (A) https://st4.depositphotos.com/14604964/22367/i/1600/depositphotos_223674528-stock-photo-close-element-last-judgement-tympanum.jpg (B) https://st4.depositphotos.com/14604964/22367/i/1600/depositphotos_223674692-stock-photo-close-element-last-judgement-tympanum.jpg 24 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte (A) (B) 25 (B) Figura 14: Detalhe do capiteL sob o Tímpano do Juízo Final na Catedral de Autun, Borgonha, França. Fonte: https://st4.depositphotos.com/1460 4964/22367/i/1600/depositphotos_ 223674756-stock-photo-close- element-last-judgement- tympanum.jpg 26 Figura 15: Detalhe do relevo dos bem-aventurados do Tímpano do Juízo Final na Catedral de Autun, Borgonha, França. Fonte: https://st4.depositphotos.com/1460 4964/22727/i/1600/depositphotos_ 227276102-stock-photo-close- element-last-judgement- tympanum.jpg Arte românica e gótica Nicholas de Verdun: ativo do fim do século XII ao início do século XIII • Nos períodos românico e gótico, obras feitas em materiais preciosos, em especial para adornar igrejas, eram muito apreciadas. • Um dos artistas mais notáveis nesse tipo de trabalho, foi o ourives e esmaltador Nicolas de Verdun. • Há duas obras assinadas por ele: o altar da Abadia Klosterneuburg e o Santuário da Relíquia da Virgem Maria. 27 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 28 Figura 16: Santuário da Relíquia da Virgem Maria (1205), na Catedral de Notre-Dame, Tournai, na Bélgica. Fonte: https://beyondarts.at/guides/en/klosterneuburg- monastery/the-verdun-altar/nicholas-of-verdun/ Santuário da Relíquia da Virgem Maria. Na Catedral de Tournai, dedicada à Virgem Maria, essa obra foi criada para guardar as relíquias de Nossa Senhora. É decorado com cenas relativas à vida Jesus e Maria. Em ouro e outros materiais, 78x88cm. Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte Figura 17: Detalhes das extremidades triangulares do Santuário da Relíquia Virgem Maria (1205), na Catedral de Notre-Dame, Tournai, na Bélgica. (A) Representa Cristo em Majestade (B) Representa a Adoração dos Reis Magos Fonte: https://www.meisterdrucke.pt/artista/Nichol as-of-Verdun.html 29 29 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte (A) (B) 30 Figura 18: Altar de Verdun em Klosterneuburg, Áustria. (1181, ouro e esmalte) Fonte: https://beyondarts.at/guides/en/klosterneuburg-monastery/the-verdun-altar/nicholas-of-verdun/ Altar Klosterneuburg Esta é a maior peça esmaltada da idade média. Composto por 51 painéis representando cenas bíblicas O esmalte é uma substâncea vítrea que ao se fundir com o fundo metálico por meio do calor, cria efeitos brilhantes de cor. Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 31 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte Figura 19: Detalhes do Altar de Verdun em Klosterneuburg, Áustria. (1181, ouro e esmalte) (A) Painel direito do altar (B) Detalhe Noé e a Arca (C) Detalhe Anunciação da Virgem Fonte: https://beyondarts.at/guides/en/ klosterneuburg-monastery/the- verdun-altar/nicholas-of- verdun/ (A) (B) (C) 32 Figura 20: Detalhe da lateral direita do painel central do Altar de Verdun em Klosterneuburg, Áustria. (1181, ouro e esmalte) Fonte: https://beyondarts.at/guides/en/klost erneuburg-monastery/the-verdun- altar/nicholas-of-verdun/ Detalhe Cenas Bíblicas O retábulo mostra complexas relações entre cenas do Velho e do Novo Testamento 33 Figura 21: Detalhe de uma beira do painel do Altar de Verdun em Klosterneuburg, Áustria. (1181, ouro e esmalte) Fonte: https://beyondarts.at/guides/en/klosterneuburg- monastery/the-verdun-altar/nicholas-of-verdun/ Detalhe Desenho Vigoroso Nicholas de Verdun representa animais, como este burro, e figuras humanas com cativante vitalidade. 34 Figura 22: Detalhe da cena da Natividade do painel do Altar de Verdun em Klosterneuburg, Áustria. (1181, ouro e esmalte) Fonte: https://beyondarts.at/guides/en/klosterneuburg- monastery/the-verdun-altar/nicholas-of-verdun/ Detalhe Cor Esmaltes coloridos foram usados com ótimo efeito para contar passagens bíblicas, como esta da natividade Arte românica e gótica Vitrais c. 1150-1500 • Vitrais de grande porte surgiram no período românico, mas atingiram a plenitude no período gótico, tornando-se uma das glórias da arte medieval. • Com a evolução do estilo gótico e a tecnologia da fabricação do vidro, os vitrais das igrejas atingiram enormes dimensões, estimulando o desenvolvimento dessa arte, que floresceu em especial na França, mas também em outros países do norte e do oeste da Europa. 35 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte Arte românica e gótica Vitrais c. 1150-1500 • As catedrais de Chartres e de Canterbury são famosas por seus vitrais. • O vitral do início do período gótico tinha grandiosidade e ousadia, e cores puras e fortes, mas, a partir do século XV, tendeu a imitar os efeitos das pinturas, ganhando sutiliza mas perdendo o vigor. 36 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 37 Figura 23: Detalhe vitrais da Catedral de Canterbury, Reino Unido. (1220) Fonte: https://1.bp.blogspot.com/- b4A9_XHLY6Y/UA6GZe3bP OI/AAAAAAAAJrE/SPipeGAb s9g/s640/IMG_9291.JPG 38 Figura 24: Detalhe vitral da Catedral de Chartres, França. Mostra a história de Jesus e o bom samaritano Fonte: https://4.bp.blogspot.com/_IyON- S5kV6M/SBTrYxwqBkI/AAAAAAAABI8/GZUMNDHg- 1o/s400/Chartres,+vitral+do+bom+samaritano,+catedrais+medievais.jpg Figura 25: Detalhe vitral da Catedral de Chartres, França. Jesus Cristo na Última Ceia Fonte: https://1.bp.blogspot.com/_IyON- S5kV6M/SBTpdBwqBiI/AAAAAAAABIs/1Jm5VYrd3DA/s640/Chartres,+Jesu s+Cristo+na+%C3%9Altima+Ceia,+catedrais+medievais.jpg ARQUITETURA GÓTICA • Ao contrário dos sólidos e robustos edifícios românicos, a arquitetura gótica apresenta edifícios destacados pela verticalidade. • Como vimos anteriormente, o período em que se desenvolve a arte gótica começa no século XII. • Lembremos que era uma época em que se vivia uma intensificação das atividades comerciais e da vida urbana. • E, as igrejas eram um importante espaço nesse novo cenário urbano crescente na Europa Ocidental. 39 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ARQUITETURA GÓTICA Características: • Arcos pontiagudos (arcos ogivais) 40 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ARCO OGIVAL ARCO PLENO ARQUITETURA GÓTICA Características: • Consequentemente, a abóbada cilíndrica (abóbada de berço) torna-se pontiaguda e ganha nervuras, ou molduras salientes. 41 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte Figura 26: Abóbada sobre cruzeiro deogivas Fonte: Fonte: DUCHER, Robert. Características dos estilos. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 49. 42 Figura 27: Abóbada em cruzaria 42 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ARQUITETURA GÓTICA Uma das principais características da arquitetura gótica é a aplicação das chamadas abóbadas em cruzaria (derivadas das abóbadas de aresta), e geralmente com elas são identificadas, as abóbadas de ogivas (ou abóbadas em cruzaria de ogivas) e a abóbada de nervuras (ou abóbada de nervos). //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5b/Sixpartite_rib_vault-scheme.png 43 Figura 28: Arcobotante 43 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ARQUITETURA GÓTICA O Arcobotante, elemento de sustentação em forma de meio arco que escora ou reforça externamente a parede ou a abóbada – reduzindo o peso da cobertura, aumentando a altura das paredes e permitindo a abertura de amplas janelas com belos vitrais coloridos. //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9d/Cathedral_PT.svg 44 44 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte O contraforte é um reforço de um muro ou muralha, geralmente constituído de um pilar de alvenaria na superfície externa ou interna de uma parede, para sustentar a pressão de uma abóbada, terraço ou outros esforços que possam derrubá-la. ARQUITETURA GÓTICA Figura 29: Arcobotante e contrafortes Arcobotantes (ou botaréu) contrafortes ARQUITETURA GÓTICA Características: • Por consequência desses elementos de construção as paredes e os pilares tornam-se mais esbeltos e o interior das igrejas ficam mais espaçosos. • A fachada, é profusamente decorada com esculturas, contendo grandes portais de entrada com tímpanos decorados e rosáceas, elemento circular com vitral. 45 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 46 Figura 30: Exterior e interior da rosácea oeste da Catedral de Notre- Dame de Paris, França. 46 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ARQUITETURA GÓTICA A função das rosáceas é a iluminação da abóbada da nave e do transepto. Suas dimensões eram consideráveis podendo atingir dez metros de diâmetro. Fonte: DUCHER, Robert. Características dos estilos. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 54. 47 Figura 31: Janelas com óculos (Chartres e Reims). Fonte: DUCHER, Robert. Características dos estilos. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 55. 47 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ARQUITETURA GÓTICA Janelas com óculos , era o tipo de janela mais difundido de janela gótica é constituído de dois arcos pontiagudos e de uma pequena rosácea: óculos na parte superior da janela. Fonte: DUCHER, Robert. Características dos estilos. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 54 e 55 48 Figura 32: Os arcos pontiagudos das catedrais góticas permitem impressionantes vitrais, como os de Notre Dame de Chartres, uma cidade a cerca de uma hora a sudoeste de Paris. Fonte: https://media.gettyimages.com/photos/choir-of-chatres- cathedral-picture-id683847274 49 Figura 33: Desenho da Gárgula da Catedral de Notre-Dame de Paris. 49 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ARQUITETURA GÓTICA Gárgulas, são aquelas esculturas em forma de monstros nas catedrais góticas. As águas pluviais escoam por calhas na cobertura para chegar às gárgulas, que lançam a água para longe das paredes. Fonte: DUCHER, Robert. Características dos estilos. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 52. 50 Figura 34: Gárgulas da Catedral de Notre-Dame, Paris. Fonte: https://www.vigoenfotos.com/paris/imagenes/paris/notre_gargolas//g_vigoenfotos_3335p.jpg 51 Figura 35: Portal da lateral (fachada Norte) Notre-Dame de Paris. Fonte: https://st3.depositphotos.com/3517931/17777/i/1600/depositphotos_177774252- stock-photo-notre-dame-de-paris.jpg 51 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte ARQUITETURA GÓTICA PINÁCULO EMPENA (GABLETE) TÍMPANO ARQUIVOLTAS 52 Figura 36: Detalhe do Tímpano do Portal da Fachada Norte da Catedral de Notre-Dame, Paris. Fonte: https://cdn.culturagenial.com/imagens/ notre-dame-paris-portail-du-cloitre- tympan-cke.jpg ARQUITETURA GÓTICA Características: • Rendilhado (armação de pedra que emoldura as janelas) • Torres principais muito altas e arrematadas por flechas, além de várias torres menores, também com flechas p/ o alto. • Plantas baixas em formato de cruz 53 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 54 Legenda: 1. Capela Radial 2. Deambulatório 3. Altar 4. Coro 5. Corredores laterais do coro 6. Cruzeiro 7. Transepto 8. Contraforte 9. Nave 10. Nave lateral 11. Fachada, portal A planta básica da catedral gótica pouco diferia das encontradas em catedrais de períodos anteriores. Sob a forma de uma cruz, a catedral se dividia basicamente em: nave, transeptos, e coro. Na parte inferior da cruz se situava a nave central circundada por naves laterais; na faixa horizontal existiam os transeptos e o cruzeiro, e na base da nave tinha-se a fachada principal; existiam ainda torres, porém de localização variada. Figura 37: Planta Baixa da Catedral de Amiens. Estética e História da Arte CATEDRAIS 55 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte Arte gótica França: Saint-Denis (c. 1137-1144), Abbot Suger • A primeira igreja a apresentar características góticas. 56 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte Figura 38: Fachada Oeste Basílica de Saint Denis Figura 39: Deambulatório da Basílica de Saint Denis 57 Figura 40: Nave central da Basilica de Saint Denis Figura 41: Rosácea da Basílica de Saint Denis Estética e História da Arte 58 Figura 43: Nave, Vitrais e Abside da Basílica de Saint Denis Estética e História da Arte Arquitetura e Urbanismo Arte gótica França: Notre-Dame (c. 1163-1250) • Projeto atribuído a Jean de Chelles e outros mestres desconhecidos. • Dimensões: Abóbadas com 34 m de altura; nave central com 12 m de largura e comprimento externo de 130 m. • Material: Alvenaria de pedra com argamassa 59 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 60 Figura 44: Fachada Catedral de Notre-Dame, Paris. 61 Figura 45: Fachada Sul Catedral de Notre-Dame, Paris. 62 Figura 46: Catedral de Notre- Dame, Paris. Fonte: https://midia.gruposinos.com.br/_ midias/jpg/2019/04/15/catedral_n otre_dame-3725877.jpg 63 Figura 47: Portal de Catedral de Notre- Dame, Paris. Fonte: https://st3.depositphotos.c om/3517931/17796/i/1600 /depositphotos_17796955 2-stock-photo-notre- dame-de-paris.jpg 64 Figura 48: Portal do Juízo Final Catedral de Notre-Dame, Paris. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/cc/Paris_July_2011- 39.jpg/800px-Paris_July_2011-39.jpg?1633340071492 Estética e História da Arte Na arquitrave inferior do lintel está representada a ressurreição dos mortos que se apresentam para o julgamento. Na arquitrave superior o Arcanjo Miguel, com uma balança, pesa as almas e, de acordo com a forma como viveram na terra e a fé e o amor que tiveram por Cristo, as envia para a salvação ou para a danação. Figura 49: Detalhe do lintel do Portal do Juízo Final Santa Ana Catedral de Notre-Dame, Paris. 65 Estética e História da Arte Figura 50: Detalhe do tímpano central do Portal do Juízo Final Catedral de Notre-Dame, Paris. Arquitetura e Urbanismo Figura 51: Detalhe arquivoltas do tímpano central do Portal do Juízo Final Catedral de Notre-Dame, Paris. Figura 52: Detalhe arquivolta do tímpano central do Portal do Juízo Final Catedral de Notre- Dame, Paris. Do lado esquerdo, onde estão as almas salvas, as figuras apresentam-se serenas e contentes, e arrematando o acabamento externo das arquivoltas,há um homem entre sentado e agachado, voltado para o exterior da igreja. 66 Estética e História da Arte Arquitetura e Urbanismo 67 Figura 53: Detalhe Arcobotante, fachada posterior da Catedral de Notre-Dame, Paris. 68 Figura 54: Detalhe Arcobotante, fachada posterior da Catedral de Notre-Dame, Paris. 69 Figura 55: Catedral de Notre-Dame, Paris. 70 Figura 56: Nave da Catedral de Notre-Dame, Paris. Figura 57: Abóbada da Nave da Catedral de Notre-Dame, Paris. Estética e História da Arte 71 Figura 58: Rosácea da Catedral de Notre-Dame, Paris. Figura 59: Fachada Sul do Transepto da Catedral de Notre-Dame, Paris. Arte gótica França: Saint Chapelle (1246) • A Sainte Chapelle, igreja lateral do palácio, foi mandada erigir por Luís IX, o Santo, para receber as relíquias compradas de Bizâncio da coroa de Cristo. • Destacam-se nessa igreja a liberação das paredes para a colocação de janelas e os vitrais contendo cenas da Paixão de Cristo. 72 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 73 Figura 60: Fachada Posterior Saint Chapelle. 74 Figura 60: Fachada Principal Saint Chapelle. 75 Figura 61: InteriorSaint Chapelle. 76 Figura 62: Interior Saint Chapelle. Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 77 Figura 63: Interior Saint Chapelle. 78 Figura 64: Interior Saint Chapelle. 79 Figura 65: Interior Saint Chapelle. Figura 66: Detalhe Vitrais Saint Chapelle. Figura 67: Detalhe Rosácea Saint Chapelle. 81 82 Figura 68: InteriorSaint Chapelle. 83 Figura 69: Fachada Lateral Saint Chapelle. Arte gótica Inglaterra: Abadia de Westminster (1258-1375) • A abadia de Westminster é o local onde são coroados os reis na Inglaterra, é a igreja mais francesa do gótico inglês. • O arquiteto, Henrique de Reyns, contratado por Henrique III, aproveitou diversos elementos das catedrais francesas em construção na época. 84 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte Arte gótica Inglaterra: Igreja da Abadia de Westminster (1258-1375) • Os vitrais são rendilhados, como na Sainte Chapelle; • O coro é poligonal; • O deambulatório com a coroa de absidíolas; • Possui transepto de 3 naves; • Arcadas altas e estreitas, o andar central baixo e o clerestório alto; • A altura (32m) 85 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 86 Figura 70: Igreja da Abadia de Westminster Estética e História da Arte Figura 71: Planta Baixa da Igreja da Abadia de Westminster 87 Figura 72: Fachada lateral da Igreja da Abadia de Westminster 88 Figura 73: Fachada lateral do transepto Igreja da Abadia de Westminster 89 Figura 74: Fachada lateral do transepto Igreja da Abadia de Westminster 90 Figura 75: Fachada lateral do transepto Igreja da Abadia de Westminster Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte 91 Figura 76: Interior da Igreja da Abadia de Westminster Muito obrigada! 92 Arquitetura e Urbanismo Estética e História da Arte
Compartilhar