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Respostas do réu

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INTRODUÇÃO 
 
Após a propositura da ação, o réu é citado para vir responder ao pedido de tutela 
jurisdicional pelo autor. Não implica dizer que o demandado ou o réu tenha o dever ou a 
obrigação de responder, contudo, para ele haverá apenas o ônus de defesa, pois não o 
fazendo, sofrerá as consequências da revelia. De forma objetiva, a resposta para o réu é 
uma faculdade processual, da qual pode livremente dispor. 
Ocorre, inclusive, a possibilidade de expressão de adesão do réu ao pedido do 
autor e, neste caso, a lide se compõe pelas próprias partes (art. 269, II, CPC), ocorrendo 
o reconhecimento jurídico ao pedido do autor, por parte do demandado. No entanto, se a 
lide versar sobre direito indisponível, o demandado não terá a possibilidade de renunciar 
a defesa, por meio de inércia ou revelia. 
 
1. REQUISITOS DA CONTESTAÇÃO 
 
Os requisitos da contestação são muito semelhantes aos da petição inicial: nome 
e prenome das partes (qualificação não é necessária, se corretamente já feita na inicial), 
endereçamento ao juízo da causa, documentos indispensáveis, requerimento de provas, 
dedução dos fatos e fundamentos jurídicos da defesa. Além disso, ela deve vir em forma 
escrita, excepcionada a hipóteses de contestação nos Juizados Especiais Cíveis, que 
admite a forma oral. 
Mormente, diz-se que a contestação está para o réu como a petição inicial está 
para o autor. Nesse sentido, trata-se do instrumento da exceção exercida (exercício do 
direito de defesa), tal como a petição inicial é o instrumento da demanda (ação exercida). 
Cabe ressaltar que, no procedimento comum, a contestação é escrita e deve ser assinada 
por quem tenha capacidade postulatória. 
 
Prazo 
 
De acordo com o artigo 335, caput, do Código de Processo Civil, o prazo para a 
apresentação da contestação é de quinze dias. Sendo o réu o Ministério Público (art. 180, 
CPC), ente público (art. 183, CPC), réu representado judicialmente por defensor público 
(art. 186, CPC) ou litisconsorte com advogado diferente do outro litisconsorte (art. 229, 
CPC), o prazo é o dobro. Nesse viés, o termo inicial do prazo é a data: 
 
A) Da audiência de conciliação ou mediação, ou da última sessão de conciliação, 
quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver 
autocomposição (art. 335, I, CPC); 
B) Do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de 
mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4°, 
inciso I (art. 335, II, CPC); 
C) Prevista no art. 231 do CPC, de acordo com o modo como foi feita a citação, 
nos demais casos – quando, por exemplo, a audiência preliminar de 
conciliação ou mediação nem for marcada (art. 335, III, CPC). 
 
Caso haja litisconsórcio passivo e um deles manifestar desinteresse na realização 
da audiência preliminar (art. 334, § 6°, CPC), o termo inicial será, para cada um dos réus, 
a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência (art. 335, 
§ 1°, CPC). Nesse contexto, se a audiência preliminar não for designada e o autor desistir 
do processo em relação a um dos réus não citados, o prazo para contestação correrá da 
data de intimação da decisão que homologar a desistência (art. 335, § 2°, CPC). 
 
Regra da eventualidade ou da concentração da defesa 
 
Essa regra, na contestação, significa que cabe ao réu formular toda sua defesa na 
contestação (art. 336, CPC). Isto é, toda defesa deve ser formulada de uma só vez como 
uma medida de previsão ad eventum, sob pena de preclusão. Nesse sentido, do mesmo 
modo que o autor pode cumular pedidos, própria ou impropriamente, pode o réu cumular 
defesas, própria ou impropriamente. Assim, haverá cumulação própria de defesas quando 
o réu apresentar defesa contra vários pedidos, que também foram apresentados em 
cumulação própria, e haverá cumulação eventual de defesas quando o réu alega uma 
defesa para hipótese de a outra, que foi formulada anteriormente, não ser acolhida. 
 
Inexistência ou nulidade de citação 
 
Se trata de defesa dilatória, visto que o máximo que o réu poderá conseguir com 
o acolhimento da sua alegação é a renovação do prazo para apresentação da sua resposta. 
Nesse sentido, o inciso I do § 2° do art. 239 do Código Processual Civil determina que, 
sendo rejeitada a alegação de nulidade de citação, o réu será considerado revel, no 
processo de conhecimento. 
 Nesse diapasão, vale ressaltar que essa regra se aplica somente ao caso em que o 
réu, após o prazo de resposta, pede a nulidade da citação e a devolução desse mesmo 
prazo. Contudo, se a alegação for produzida no bojo da contestação e apresentada 
tempestivamente, a sua rejeição não implica revelia, visto que o réu terá apresentado a 
defesa. Em sendo acolhida a alegação feita na contestação o réu tem novo prazo para 
apresentar resposta. 
 
Incompetência do juízo. Direito de o réu alegar incompetência no foro do seu 
domicílio 
 
A incompetência, seja absoluta ou relativa, será alegada na contestação. Como o 
réu pode oferecer a contestação no foro de seu domicílio, onde não está tramitando o 
processo, caso alegue incompetência, é necessário cancelar a audiência preliminar, que 
está marcada para ocorrer no foro onde o processo está tramitando. Tal contestação é, 
portanto, apta a adiar a audiência preliminar, pois é possível que o réu tenha interesse na 
autocomposição, mas apenas não aceita que a audiência preliminar seja realizada no foro 
que ele, réu, alega ser incompetente para tal. 
 
Incorreção do valor da causa 
 
Na contestação o réu também pode apresentar a sua impugnação ao valor da causa, 
atribuído pelo autor. Ela pode basear-se em dois fundamentos: a) o autor atribui à causa 
valor em desconformidade com o art. 292 do CPC; b) nas hipóteses não reguladas pelo 
art. 292, cabe ao autor atribuir o valor estimado à causa. Cabe sinalizar que, a não 
impugnação pelo réu, neste momento, gera preclusão (art. 293, CPC). A decisão do juiz 
sobre essa alegação é impugnável apenas por ocasião da apelação ou das contrarrazões 
(art. 1.009, § 1°, CPC). 
 
Inépcia da petição inicial 
 
A inépcia se relaciona ao pedido ou à causa de pedir, nessa ocasião, o silêncio do 
réu na defesa, pode dar a entender de que ele conseguiu defender-se do que foi pedido e, 
desse modo, não seria mais caso de rejeitar a petição inicial por tal defeito. Diante disso, 
a obscuridade do pedido ou da causa de pedir não inviabiliza a prestação jurisdicional, 
principalmente se da contestação for possível interpretar o que foi pedido. 
 
Alegação de convenção de arbitragem 
 
Primeiramente, na contestação, cabe ao réu o ônus de alegar a existência de 
convenção de arbitragem (art. 337, X, CPC). Dito isso, a existência de convenção de 
arbitragem é fato jurídico que o órgão jurisdicional não pode conhecer de ofício (art. 337, 
§ 5°, CPC). Além disso, caso haja a ausência de alegação de convenção de arbitragem 
por parte do réu, na contestação, será considerada como aceitação da jurisdição estatal e 
consequente renúncia ao juízo arbitral (omissão negocial do réu). Pode, ainda, ocorrer de 
a convenção de arbitragem já estar presentes nos autos do processo, juntada pelo autor no 
conjunto de documentos indispensáveis à propositura da ação, cabendo apenas ao réu 
apontar a existência do documento. 
Nesse ínterim, antes de examinar a alegação de convenção de arbitragem, o órgão 
julgador deve examinar a própria competência para fazer isso. Nisso, o art. 8°, parágrafo 
único, da lei n° 9.307/1996 (Lei de Arbitragem), estabelece que “caberá ao árbitro decidir 
de ofício, ou por provocação das partes, as questões acerca da existência, validade e 
eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula 
compromissória”. Ademais, o art. 485, VII, evidencia que o juiz estatal extinguirá o 
processo quando o juízo arbitral reconhecer a sua competência. 
Ou seja, tal regra estabelece que existeuma prioridade: na pendência de um 
processo arbitral, quem primeiro deve analisar questões relativas à competência ou à 
existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem é o próprio árbitro ou tribunal 
arbitral. Destaca-se que, o art. 20, § 2° da mesma lei, propõe a possibilidade de análise 
posterior pelo Poder Judiciário. 
A decisão que rejeita a alegação de convenção de arbitragem é impugnável por 
agravo de instrumento (art. 1.014, III, CPC). Note, porém, que a decisão que acolher a 
alegação de convenção de arbitragem é sentença (art. 203, § 1°, CPC) e, portanto, 
apelável. 
 
Ausência de legitimidade ou de interesse processual. O direito de substituição do réu 
e o dever de o réu indicar o legitimado passivo. Novas hipóteses de intervenção de 
terceiro. 
 
O inciso XII do art. 337 do CPC permite que o réu alegue ilegitimidade ou falta 
de interesse processual. Contudo, existem duas regras especiais sobre a alegação de 
ilegitimidade passiva. Mormente, a alegação de ilegitimidade passiva, formulada pelo réu 
em sua defesa, dá ao autor o direito de, no prazo de quinze dias, pedir a alteração da 
petição inicial para a substituição do réu (art. 338, caput, CPC). Se a substituição for 
realizada, o autor reembolsará as despesas e pagará honorários ao procurador do réu 
excluído, que serão fixados entre 3% e 5% do valor da causa. 
Porém, há situações, porém, em que o réu que alegar a sua ilegitimidade tem o 
dever de indicar o legitimado passivo. Esses são os casos em que, pelas circunstâncias do 
caso, o réu tem o conhecimento de quem seja o legitimado passivo (art. 339, caput, CPC). 
Caso o réu não cumprir esse dever, arcará com as despesas processuais e indenizará o 
autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. Aceita a indicação pelo autor, este, 
no prazo de quinze dias, procederá à alteração da petição inicial para a substituição réu. 
O autor pode, ainda, dentro do prazo de quinze dias, alterar a petição inicial para 
incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu: em vez de pedir a 
substituição do réu, o autor pode pedir a ampliação do polo passivo da demanda. O autor 
tem o direito de optar por substituir o réu ou ampliar o polo passivo, não havendo a 
necessidade de consentimento do réu originário. 
 
Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar 
 
O inciso XII do art. 337 autoriza que o réu alegue, na contestação, a falta de caução 
ou de outra prestação que a lei exigir como preliminar. 
 
 Indevida concessão do benefício da gratuidade concedida ao autor 
 
O requerimento de revogação da justiça gratuita concedida ao autor tem de ser 
apresentado pelo réu na própria contestação (art. 337, inciso XIII). Caso a gratuidade da 
justiça seja concedida após a petição inicial, o pedido de revogação será formulado por 
petição simples, no prazo de quinze dias (art. 100, caput, CPC). Da indecisão que acolhe 
esse pedido de revogação da justiça gratuita, cabe agravo de instrumento (art. 101 e art. 
1.015, V, CPC). 
 
Defesas que têm de ser alegadas fora da contestação e que podem ser alegadas depois 
da contestação 
 
Há, contudo, defesas que a própria lei impõe que sejam alegadas em peça distinta 
da contestação: arguição de impedimento ou suspeição do juiz, membro do Ministério 
Público ou auxiliar da justiça. Há também, defesas que podem ser alegadas após a 
apresentação da contestação (art. 342 do CPC): que se refiram a direito ou a fato 
superveniente, que se tratem a objeções ou matérias que, por força de lei, podem ser 
deduzidas a qualquer tempo. 
 
Pedido do réu 
 
O réu também pode demandar, embora com pedidos bastante peculiares. Pode 
pedir o réu, em sua peça de defesa: a) a extinção do processo sem exame do mérito; b) a 
remessa dos autos ao juízo competente ou ao juízo prevento; c) a devolução do prazo de 
defesa; d) a improcedência do pedido do autor; e) a condenação do autor às verbas da 
sucumbência; f) condenação do autor por litigância de má-fé; g) a sua pretensão dúplice 
nos casos de ação de dúplice. Também há pedido quando o réu exerce um contra-direito. 
 
Aditamento e indeferimento da contestação 
 
A contestação pode ser indeferida se for intempestiva ou se não ficar comprovada 
a regularidade de representação processual da sua parte. Se o réu se apresenta sem 
advogado, não deve o juiz indeferir a contestação, deve nomear um advogado dativo, que 
pode ser um defensor público, para ratificar a peça de defesa. 
Dado o exposto, o aditamento da contestação somente é possível nas hipóteses 
que excepcionam a regra da eventualidade que preside o oferecimento da resposta do réu 
e que já foi examinada. Ou seja, pode-se aditar a contestação para acrescentar as defesas 
que podem ser alegadas após o prazo de resposta do réu e que estão previstas no art. 342, 
CPC. 
 
2. QUESTÕES BÁSICAS SOBRE RECONVENÇÃO 
 
Em primeiro lugar, a reconvenção é demanda do réu contra o autor no mesmo 
processo em que está sendo demandado. É tipo um contra-ataque que enseja o 
processamento simultâneo da ação principal e da ação reconvencional, a fim de que o juiz 
resolva as duas lides na mesma sentença. Ela pode ser de qualquer natureza: declaratória, 
condenatória ou constitutiva. 
Isto é, trata-se de um incidente processual que amplia o objeto litigioso do 
processo. Não se trata de processo incidente, pois a reconvenção é demanda nova em 
processo já existente. Assim sendo, a decisão do magistrado que indefere a petição inicial 
da reconvenção não extingue o processo, pois é decisão interlocutória e, portanto, 
agravável. 
A intimação para a resposta (contestação) à reconvenção pode ser feita na pessoa 
do próprio advogado do autor, que recebe da lei esse poder, e o prazo é de quinze dias 
(art. 343, § 1°, CPC). A resposta à reconvenção é ampla, podendo inclusive, denunciar a 
lide ou proceder ao chamamento do processo. Cabe ressaltar que, a reconvenção e ação 
principal hão de ser julgadas na mesma sentença, embora sejam autônomas. Contra 
decisão que indeferir liminarmente a petição inicial da reconvenção ou julgá-la 
liminarmente improcedente, cabe agravo de instrumento (art. 354, parágrafo único, e art. 
1.015, II, CPC). 
 
Requisitos 
 
Além dos pressupostos processuais exigidos em todas as demandas (requisitos da 
petição inicial), deve o reconvinte obedecer aos seguintes requisitos: 
 
A) Haja uma causa pendente 
A reconvenção pressupõe a existência de uma causa já pendente, visto que não é 
possível reconvenção autônoma. 
 
B) A observância do prazo de resposta 
A reconvenção deve ser apresentada no mesmo prazo da contestação e na mesma peça 
em que ela é apresentada, sob pena de preclusão consumativa. Além disso, os prazos 
especiais de defesa se estendem à reconvenção. Ademais, a reconvenção e 
contestação são apresentadas em única peça processual (art. 343, caput, CPC). Mas o 
réu pode reconvir independentemente de contestar, se esta for a sua vontade (art. 343, 
§ 6°, CPC). 
 
C) Competência 
O juízo da causa principal também deve ser competente para julgar a reconvenção. 
Ou seja, somente é possível ao réu reconvir se o juízo da causa principal, que tem 
competência funcional para julgar a reconvenção, tiver competência em razão da 
matéria e da pessoa para julgar a causa. Além disso, se o juízo não tiver competência 
para a reconvenção, indeferirá a sua petição inicial, não admitindo o seu 
processamento. 
 
D) Compatibilidade entre os procedimentos 
O procedimento para a demanda reconvencional tem de ser compatível com o 
procedimento da causa principal, tendo em vista que ambas serão processadas 
conjuntamente. Nesse caso, aplica-se, por analogia, a regra do inciso III do § 1° do 
art. 327, do CPC, que impõe a compatibilidade de procedimento como requisito para 
a cumulação de pedidos. Já no procedimento, vale a regra de que, se tratando de 
procedimento especial que se converteem ordinário após o prazo de defesa, cabe 
reconvenção. 
 
E) Conexão 
A reconvenção deve ser demanda conexa à ação principal ou a algum dos 
fundamentos da defesa (art. 343, caput). A conexão aqui exigida não é a mesma 
conexão fato gerador de modificação de competência. Nessa ocasião, trata-se de 
vínculo mais singelo, sendo necessário apenas ter certa afinidade de questões. 
 
F) Interesse processual 
Quando o efeito prático almejado pela reconvenção puder se alcançado com a simples 
contestação, como nos casos das ações dúplices, não se admite a reconvenção por 
falta de interesse processual. Contudo, isso não quer dizer que em ações dúplices e 
em procedimentos que admitam pedido contraposto não seja possível a reconvenção. 
Um exemplo disso são as ações meramente declaratórias. Nessa vertente, o Supremo 
Tribunal Federal editou o enunciado n° 258 da súmula da sua jurisprudência, em que 
admite a reconvenção em ação declaratória. 
 
G) Cabimento 
A reconvenção é cabível no procedimento comum. Mas há procedimentos em que se 
veda expressamente a reconvenção, como é o caso do procedimento dos Juizados 
Especiais Cíveis (art. 31 da lei n° 9.099/1995); 
 
H) Despesas processuais 
Duas observações são importantes aqui: a) caberá à lei estadual definir se há ou não 
pagamento de custas processuais em razão da reconvenção. No caso da Justiça 
Federal, a reconvenção não se sujeita ao pagamento de custas (lei n° 9.289/1996); b) 
dispensa-se a caução às custas, na reconvenção (art. 83, § 1°, III, CPC); 
 
I) Reconvenção e substituição processual 
Caso o réu queira reconvir em face do substituto processual, deverá fundar o seu 
pedido em pretensão que tenha em face do substituído, desde que para tal pretensão o 
substituto tenha legitimação extraordinária passiva (art. 343, § 5°, CPC). Sendo o réu 
o substituto processual, apenas poderá reconvir se a sua legitimação extraordinária o 
habilite à postulação. 
 
3. EFEITOS DA AUSÊNCIA DE CONTESTAÇÃO DO RÉU 
 
Em primeiro lugar, a revelia é definida como um ato-fato processual, que consiste 
na não apresentação tempestiva da contestação (art. 344, CPC). Ou seja, há revelia quando 
o réu, citado, não comparece em juízo, apresentando a sua resposta, ou, comparecendo ao 
processo, também não apresenta a sua resposta tempestivamente. Nesse sentido, seus 
principais efeitos são: 
 
A) Presunção de veracidade das alegações de fato feitas pelo demandante (art. 
344, CPC); 
B) Os prazos contra o réu revel que não tenha advogado fluem a partir da 
publicação da decisão (art. 346, CPC); 
C) Preclusão em desfavor do réu do poder de alegar algumas matérias de defesa; 
D) Possibilidade de julgamento antecipado do mérito da causa, caso se produza o 
efeito material da revelia (art. 355, II, CPC). 
 
A presunção de veracidade não é efeito necessário da revelia 
 
Contudo, é possível que haja revelia e não se presuma a ocorrência dos fatos 
deduzidos contra o revel. Sobre isso, o artigo 345 do CPC traz quatro situações em que a 
presunção de veracidade dos fatos afirmados, em razão da revelia, não se produz: 
 
A) Se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação, não haverá 
presunção de veracidade quanto á alegação de fato que seja comum ao 
litisconsorte revel e àquele que o contestou; 
B) Se o direito material em discussão indisponível (art. 345, II, CPC); 
C) Se a inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere da 
substância do ato (art. 345, III, CPC); 
D) O simples fato da revelia não pode tornar verossímil o absurdo (art. 345, IV, 
CPC). 
 
Revelia não implica necessariamente vitória do autor 
 
A revelia não quer dizer que o autor venceu automaticamente, visto que os fatos 
podem não se subsumir à regra de direito invocada. Assim, ao réu revel é permitido, sem 
impugnar os fatos, tratar apenas do direito. 
 
Proibição de alteração de pedidos ou da causa de pedir 
 
O autor, diante da revelia, não poderá aditar ou alterar o pedido ou a causa de 
pedir, exceto se promover nova citação ao réu, a quem será assegurado o direito de 
responder no prazo de 15 dias (art. 329, II, CPC). 
 
Intervenção do réu revel 
 
O réu revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado 
em que se encontrar (art. 346, parágrafo único, CPC), passando, assim, a ser intimado dos 
atos que forem praticados no processo. Poderá, inclusive, produzir provas (art. 349, CPC; 
enunciado n° 231 da Súmula do STF). 
 
Necessidade de intimação do réu revel que tenha advogado constituído nos autos 
 
Segundo o artigo 346 do CPC, o réu revel que tenha patrono nos autos deverá ser 
intimado dos atos processuais. Somente ao réu revel que não tenha patrono nos autos se 
aplica o efeito da revelia de dispensa de intimação dos atos processuais. 
 
Querela Nullitatis 
 
O réu revel também tem a possibilidade de impugnar, a qualquer tempo, sentença 
que tenha sido proferida em seu desfavor, sem que tenha sido citado ou tenha havido 
citação inválida (art. 525, § 1°, I, e art. 535, I, CPC). 
 
Impedimento à extensão da coisa julgada à resolução da questão prejudicial 
incidental 
 
Havendo revelia, não se pode estender a coisa julgada à resolução da questão 
prejudicial incidental (art. 503, § 1°, II, CPC). Nesse diapasão, há uma regra de proteção 
ao revel, que estabelece que, com a revelia, não há contraditório suficiente para a extensão 
da coisa julgada à resolução de questão que não seja a principal. 
 
Revelia na reconvenção 
 
Se o autor-reconvindo for revel na reconvenção, mas a reconvenção for conexa à 
ação principal, de modo que o julgamento de ambas passe pela apreciação da existência 
de fatos comuns, o juiz, com base na regra da comunhão da prova (art. 371, CPC), não 
poderá presumir existentes, para fins da reconvenção, fatos que foram considerados não-
ocorridos por conta da instrução probatória ocorrida na ação originária. 
 
4. AS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E O SANEAMENTO 
 
Se a resposta do réu for apresentada ou não, inicia-se a fase do procedimento 
comum que se denomina de fase de saneamento. Nesta fase do processo, o magistrado, 
se for o caso, deve tomar providências que deixem o processo apto para que nele seja 
proferida uma decisão chamada de julgamento conforme o estado do processo (art. 347, 
CPC). 
Nessa vertente, o dever do magistrado de sanear o processo deve ser exercido ao 
longo de todo o procedimento, mas é na fase de saneamento que essa situação revela-se 
mais concentrada. Ressalta-se, aqui, que a fase de saneamento inicia-se após o 
escoamento do prazo de contestação. Contudo, é possível que, após esse momento, a fase 
postulatória se prolongue, visto que o réu pode ter reconvindo ou denunciado a lide a um 
terceiro, por exemplo. Assim, os primeiros atos da fase de saneamento podem coincidir, 
portanto, com a prática dos últimos atos da fase postulatória. 
 
• Rol de providências preliminares: 
 
A) Tendo sido apresentada defesa indireta, deve o juiz intimar o autor para apresentar a 
sua réplica, em 15 dias (arts. 350-351, CPC), que consiste na manifestação do 
demandante sobre os fatos novos deduzidos pelo réu em sua defesa. Caso a defesa 
seja direta, não haverá intimação para a réplica. E se o autor trouxer documentos na 
réplica, o réu deverá ser intimado para manifestar-se sobre eles, em 15 dias, conforme 
o art. 437, § 1°, do Código de Processo Civil; 
B) Se o réu apresentar defesa direta, mas trouxer documentos, deve o magistrado intimar 
o autor para manifestar-se sobre eles, no prazo de 15 dias (art. 437, § 1°, CPC); 
C) Se há defeitos processuais que possam ser corrigidos, deve o juiz providenciar a sua 
correção, fixando, para tanto, prazo não superior a trinta dias (art. 352, CPC); 
D) Se houver revelia, deve o magistrado verificar a regularidade da citação; 
E) Se, não obstante a revelia, a presunção de veracidade dos fatos afirmados pelo autor 
não se tiverproduzido, deve o magistrado intimar o autor para especificar as provas 
que pretende produzir em audiência (art. 348, CPC). Nesse caso, o prazo para 
especificação das provas é de 5 dias (art. 218, § 3°, CPC); 
F) Se a revelia decorrer de citação ficta ou se o réu revel for preso, deve o magistrado 
designar o curador especial (art. 72, II, CPC); 
G) Se o réu reconveio, deve o magistrado intimar o autor para contestar a reconvenção, 
em quinze dias; 
H) Se o réu promover uma denunciação da lide ou chamamento ao processo, o 
magistrado tomará as providências inerentes a essas intervenções; 
I) Se o réu requereu a revogação da justiça gratuita concedida ao autor, o juiz, após ouvi-
lo, decidirá a respeito. Se revogar a gratuidade da justiça, caberá agravo de 
instrumento (art. 101 e art. 1.015, V, CPC); 
J) Se houver alegação de incompetência, o juiz decidirá sobre a sua competência. Se 
reconhecer a sua incompetência, determinará a remessa dos autos ao juízo 
competente; 
K) O juiz decidirá sobre eventual impugnação ao valor da causa apresentada pelo réu na 
contestação; 
L) O magistrado deve verificar se é caso de intervenção do Ministério Público (art. 178, 
CPC), da Comissão de Valores Imobiliários, do Conselho Administrativo de Defesa 
Econômica, ou de qualquer outro órgão e entidade cuja presença no processo seja 
obrigatória, por força de lei. 
 
Julgamento conforme o estado do processo 
 
Depois de cumpridas as providências preliminares, ou não havendo necessidade 
delas, o juiz examinará o processo para que tome uma dessas decisões: 
 
A) Extingue-o sem resolução de mérito; 
B) Extingue-o com a resolução do mérito, em razão de autocomposição total; 
C) Extingue-o com resolução do mérito pela verificação da ocorrência da decadência ou 
prescrição; 
D) Julga antecipadamente o mérito da causa; 
E) Profere decisão de saneamento ou organização do processo, com ou sem audiência 
para produzi-la em cooperação com as partes. 
 
Decisão de saneamento e organização do processo 
 
Aqui, não sendo caso de extinção do processo sem resolução de mérito, nem de 
extinção do processo com resolução do mérito, deverá o magistrado proferir uma decisão 
de saneamento e organização do processo (art. 357, CPC). Nesse sentido, é uma situação 
clara em que o órgão jurisdicional terá de resolver o objeto litigioso, mas, como ainda não 
há elementos probatórios nos autos que lhe permitam fazer isso, terá de se preparar o 
processo para a atividade instrutória. 
Nessa decisão, órgão jurisdicional: resolverá as questões processuais pendentes; 
delimitará as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando 
os meios de prova admitidos; definirá a distribuição do ônus da prova, observado o art. 
373; delimitará as questões de direito relevantes para a decisão de mérito; designará, se 
necessário, audiência de instrução e julgamento. 
 
Audiência de saneamento e organização em cooperação com as partes 
 
O artigo 357, § 3° do CPC prevê a audiência de saneamento e organização feitos 
em cooperação com as partes. Nessa vertente, trata-se de uma regra que concretiza o 
princípio da cooperação. Tal dispositivo prescreve que “se a causa apresentar 
complexidade e matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o 
saneamento seja feito em cooperação com as partes”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Congresso Nacional. Código de Processo Civil, de 15 de março de 2015. 
Diário Oficial da União, Brasília. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 1 
ago. 2022. 
BRASIL. Congresso Nacional. Lei n° 9.307, de 22 de setembro de 1996. Diário Oficial 
da União, Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9307.htm. 
Acesso em: 15 ago. 2022. 
BRASIL. Congresso Nacional. Lei n° 9.099, de 25 de setembro de 1995. Diário Oficial 
da União, Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm. 
Acesso em: 15 ago. 2022. 
BRASIL. Congresso Nacional. Lei n° 9.289, de 03 de julho de 1996. Diário Oficial da 
União, Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9289.htm. 
Acesso em: 15 ago. 2022. 
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula 258. Julgamento em 13 de dezembro de 
1963. Corte ou Tribunal. Brasília. Disponível em: 
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/seq-sumula258/false. Acesso em: 15 ago. 
2022. 
DIDIER JÚNIOR, Fredie Souza. Curso de Direito Processual Civil. 17ª ed. Juspodivm, 
Salvador-BA, v. 1, 2015. 
LEITE, Gisele. As respostas do réu ou os meios de expressão processual do 
demandado. Âmbito Jurídico. 2008. Disponível em: 
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/as-respostas-do-reu-ou-
os-meios-de-expressao-processual-do demandado/. Acesso em: 14 ago. 2022.

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