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Lei das XII Tábuas - Comparativo com a atual legislação brasileira

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Lei das XII Tábuas
Comparativo com a atual legislação brasileira
Disciplina:
Fundamentos Histórico-Sistemáticos do Direito
Introdução:
Os romanos são um povo cuja história constitui a “genética cultural” de nossa atual sociedade. Herdamos deles a língua, proveniente do latim, a noção urbana, política e administrativa, a literatura e principalmente o Direito.
Em se tratando do Direito sistematizado como o estudamos hoje, o Direito Romano possui papel de extrema importância, dado que oitenta por cento dos artigos do Direito Civil brasileiro encontram nas normas jurídicas romanas sua base.
Caracterizam-se como Direito Romano as normas vigentes em Roma entre sua Fundação, datada do século VIII a.C., e Justiniano, no século VI d.C.. Tendo desenvolvido os parâmetros que eram julgados essenciais ao caput mundi romanos e a sua vaidade, esse direito fundamenta-se nos mandamentos: “viver honestamente, não lesar ninguém e dar a cada um o que é seu”.
Há no Direito Romano uma periodização que o divide em três fases distintas, sendo elas o Período Arcaico ou Pré-Clássico, que vai da Fundação de Roma até o século II a.C.; o Período Clássico, do século II a.C. ao século II d.C.; e o Período Pós-Clássico, referente ao período entre o século III até o século VI d.C..
O Período Arcaico, caracterizado pela rigidez, pelo formalismo e pela ritualidade e centrado na família, teve como marco a chamada Lei das XII Tábuas. Essa legislação, feita em 451 e 450 a.C. como resposta a uma revolta plebeia, formava o cerne da constituição da República Romana e do mos maiorum, legislação não escrita com base na qual os Romanos estabeleciam suas regras sociais.
Até hoje considerada como a fonte de todo o direito, a Lei das XII Tábuas divide seus temas da seguinte maneira:
Tábuas I e II – Organização e procedimento judicial;
Tábua III – Normas contra os inadimplentes;
Tábua IV – Pátrio poder;
Tábua V – Sucessão e tutela;
Tábua VI – Propriedade;
Tábua VII – Servidões;
Tábua VIII – Dos delitos;
Tábua IX – Direito público;
Tábua X – Direito sagrado;
Tábuas XI e XX – Complementares.
Pontos Comparativos:
a) Inciso XI, Tábua I. O pôr do sol será o termo final da audiência.
Art. 172, Código de Processo Civil. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
Comparando-se o inciso XI da Tábua I com o art. 172 do Código de Processo Civil, nota-se semelhança na delimitação relativa ao horário dos atos processuais.
Há, porém, diferenças entre códigos pela aceitação de exceções pelo Código de Processo Civil brasileiro, segundo o qual:
Art. 172, § 1º, Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
b) Inciso V, Tábua VI. As terras serão adquiridas por usucapião depois de dois anos de posse, as coisas móveis depois de um ano.
Art. 183, Constituição Federal. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
Art. 1.240, Código Civil. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Em se tratando da área urbana, nota-se que não há diferenças quanto ao prazo tanto no artigo 183 da Constituição Federal e no artigo 1.240 do Código Civil, que são idênticos, como no texto da Lei das XII Tábuas.
Art. 191, Constituição Federal. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Art. 1.239, Código Civil. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Com respeito à propriedade rural, salienta-se na legislação brasileira que o agente não deve ser proprietário de nenhum imóvel rural ou urbano.
Art. 1.238, Código Civil. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
No entanto, diferenciam-se, no artigo 1.238 do Código Civil. O prazo de quinze anos expresso no caput do artigo é reduzido a dez anos em seu parágrafo único caso o possuidor tenha estabelecido moradia ou realizado obras ou serviços de caráter produtivo no imóvel.
Bibliografia:
CASTRO, Flávia Lages. História do Direito Geral e Brasil. 10ª ed. RJ: Editora Lumen Juris, 2014.
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=bibliotecaConsultaProdutoBibliotecaSimboloJustica&pagina=tabuas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm

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