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1 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA UniRV Problema 02 – “Nossa Foi Tão Perto!” O clima da faculdade essa semana estava triste, por causa da notícia que D. Joana, 43 anos, auxiliar de serviços gerais da UniGR; perdeu seu bebê. Quando chegou à maternidade, estava com 32 semanas de sua primeira gestação, pesando 87 Kg, tinha ganhado 22 kg até aquele momento. A prima, Carmelita, esteve no Campus esta manhã para trazer o atestado e contou que D. Joana já tinha pressão alta antes da gravidez e, naquele dia, chegou ao hospital apresentando dor de cabeça que não melhorava com a medicação, vômitos e dor em queimação no estômago. Ao aferir a pressão, o médico informou que estava muito alta, PA: 220 X 110 mmHg e o exame de urina simples mostrava proteína de 4+/4+. A cesariana foi realizada logo após uma medicação, administrada com intuito de evitar convulsões. Infelizmente o bebê não resistiu. Carmelita estava chorosa e queria entender o que aconteceu com a prima, afinal D. Joana ainda permanecia na UTI, com dificuldade de controle pressórico. INSTRUÇÃO: Como você explicaria toda esta situação para a Carmelita? BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA NASCIMENTO DJ. Manual de Orientação Gestação de Alto Risco. —2ª Ed. – São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2011 RUDGE MVC, VASCONCELLOS MJA. Diabete e hipertensão na gravidez: manual de orientação / FEBRASGO - 2004. BRASIL. Gestação de Alto Risco – Manual Técnico. Ministério da Saúde. 5ª edição 2012 (disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_gestacao_alto_risco.pdf.) MELO VH, PIRES DO RIO SM. Projeto Diretrizes: Assistência Pré-Natal. 2006 (disponível em: http://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/assistencia-pre-natal.pdf) FREIRE CMV, TEDOLDI CL. Hipertensão asterial na gestação. Em Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia para Gravidez na Mulher Portadora de Cardiopatia. Arq Bras Cardiol 93(6 supl.1): e110-e178, 2009. SOUZA ASR, NORONHA NETO C, AMORIM MMR, COUITINHO IC. Sulfato de Magnésio nas Síndromes Hipertensivas da Gestação: Efeitos Hemodinâmicos Maternos e Fetais. Femina, vol. 34 nº 9, 2006 Termos desconhecidos: não tem. Definição do problema: “O desconhecimento acerca da gestação de alto risco.” O ganho de peso exagerado e a hipertensão arterial podem levar a complicações na gestação. Chuva de ideias: Objetivos: O1. Discutir síndromes hipertensivas da gestação (inclusive os aspectos epidemiológicos, conceitos básicos e os fatores de risco). O2. Descrever mecanismos fisiopatológicos da DHEG e suas complicações. O3. Compreender o tratamento com Sulfato de Magnésio na DHEG. O4. Discutir o impacto psicossocial da perda fetal na família e como agir para noticiar situações adversas a familiares. O1. Discutir síndromes hipertensivas da gestação (inclusive os aspectos epidemiológicos, conceitos básicos e os fatores de risco). As síndromes hipertensivas intercorrentes na gestação, em especial a pré-eclâmpsia (PE), acarretam risco real e impacto significativo nos indicadores relacionados à saúde materna e infantil. Além de constituir fator causal relativo às mortes maternas e perinatais, implica em limitações definitivas na saúde materna e graves problemas decorrentes da prematuridade iatrogênica associada, sendo a PE a principal causa de prematuridade eletiva no Brasil. Não existem informações precisas sobre a incidência de pré-eclâmpsia em todo o mundo, porém estima-se que ocorra entre 3,0% e 5,0% das gestações. Especificamente para o Brasil, uma revisão sistemática identificou a incidência de 1,5% para PE e 0,6% para eclâmpsia. Seria razoável afirmar que as informações relativas ao Brasil são ainda subestimadas, certamente variando segundo suas regiões. Um estudo brasileiro registra que nas áreas mais desenvolvidas a prevalência de eclâmpsia foi estimada em 0,2%, com índice de morte materna de 0,8%, enquanto que em regiões menos favorecidas esta prevalência se eleva para 8,1% com razão de morte materna correspondente a 22,0%. Classificação: Existem várias classificações descritas para os distúrbios hipertensivos na gravidez. Em 2013, a International Society for the Study in Hypertension and Pregnancy (ISSHP) revisou a classificação dos distúrbios hipertensivos na gestação: Hipertensão arterial crônica: Hipertensão arterial crônica na gravidez é a ocorrência de HAS precedendo a gestação. Em muitos casos não há registro de medidas de PA antes da gestação, por isso, considera-se HAS crônica quando a HAS é constatada no 1º trimestre da gestação ou, no máximo, até a 20ª semana. Classificada como primária (essencial) ou secundária, diferencia-se segundo a origem, sendo a primária idiopática, e a secundária, quando deriva de outras patologias, como diabetes, obesidade e dislipidemia. 2 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA UniRV Ambas têm necessidade de controle laboratorial cuidadoso, tratamento com medicamentos e, em certos casos, até cirúrgico. Na maioria dos casos a hipertensão crônica refere-se à hipertensão essencial, em geral associada à história familiar de hipertensão e frequentemente acompanhada de sobrepeso ou obesidade. Mais raramente pode haver hipertensão secundária. Pela faixa etária das gestantes, a hipertensão secundária, quando presente, em geral se deve à doença renal parenquimatosa subjacente, tais como glomerulonefrite e ou nefropatia de refluxo. Fatores de risco para HAS podem ser modificáveis e não modificáveis: Epidemiologia: A hipertensão arterial pode ser também classificada pela sua etiologia. Acredita-se que 95 e 99% dos casos são de hipertensão primária ou essencial, para a qual não existe causa orgânica evidente. Para os demais casos, a hipertensão é secundária à administração de drogas (contraceptivos orais, hormônios da suprarrenal, dentre outras); gravidez; doença cardiovascular como coarctação da aorta, doença renal; doença das glândulas suprarrenais (córtex ou medula). Inquéritos populacionais em cidades brasileiras nos últimos vinte anos apontaram uma prevalência de HAS acima de 30%. Considerando-se valores de PA > 140/90 mmHg, 22 estudos encontraram prevalências entre 22,3% e 43,9%, (média de 32,5%), com mais de 50% entre 60 e 69 anos e 75 % acima de 70 anos. Entre os gêneros, a prevalência foi de 35,8% em homens e de 30% em mulheres, semelhante à de outros países.8 Revisão sistemática quantitativa de 2003 a 2008, de 44 estudos em 35 países, revelou uma prevalência global de 37,8% em homens e 32,1% em mulheres. Hipertensão gestacional: É a hipertensão arterial que surge pela primeira vez após a 20ª semana de gestação, sem estar acompanhada de nenhum sinal, sintoma ou alteração laboratorial que caracterize a pré-eclâmpsia. As complicações da hipertensão na gestação são principalmente abortamento, parto prematuro, restrição do crescimento fetal, descolamento da placenta, sofrimento fetal e afecções em órgãos vitais após o nascimento. A situação mais grave, no entanto, é quando a doença evolui para pré-eclâmpsia, eclâmpsia ou síndrome hemólise, elevação de enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas (HELLP), que são síndromes de elevado risco para a vida materna. 3 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA UniRV Fatores de risco: Fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão na gravidez são diabetes, doença renal, obesidade, gravidez múltipla, primiparidade, idade superior a 30 anos, antecedentes pessoais ou familiares de pré-eclâmpsia e/ou hipertensão arterial crônica e raça negra. Pré-eclâmpsia: A PE é definida por HA identificada pela primeira vez após a 20ª semana associada à proteinúria, podendo estar sobreposta a outro estado hipertensivo. Levando em conta o conceito atual de síndrome PE, conceitos rígidos têm sido abandonados. Assim, na ausência de proteinúria, o diagnóstico de PE pode ser baseado na presençade cefaleia, turvação visual, dor abdominal ou exames laboratoriais alterados como plaquetopenia (menos que 100.000/mm³), elevação de enzimas hepáticas (o dobro do basal), comprometimento renal (acima de 1,1 mg/dl ou o dobro do basal) ou ainda edema pulmonar e distúrbios visuais ou cerebrais, como cefaleia, escotomas ou convulsão. Esses critérios devem ser adotados para pacientes com HA preexistente (HÁ precedendo a gestação ou identificada antes de 20 semanas), sendo que o agravamento do nível basal da pressão arterial e o surgimento de proteinúria sugerem a sobreposição de PE. Pré-eclâmpsia é o ressurgimento ou agravamento da hipertensão e proteinúria após 20 semanas de gestação. Eclâmpsia é a ocorrência de convulsões generalizadas e inexplicadas em mulheres com pré- eclâmpsia. O diagnóstico é clínico e pela mensuração de proteínas urinárias. O tratamento normalmente é com sulfato de magnésio IV e parto a termo. Pré-eclâmpsia afeta 3 a 7% das gestantes. A pré- eclâmpsia e a eclâmpsia se desenvolvem após 20 semanas de gestação; até 25% dos casos se desenvolvem pós-parto, com mais frequência nos 4 primeiros dias, mas, em alguns casos, em até 6 semanas após o parto. Pré-eclâmpsia não tratada permanece latente por tempo variável e, então, repentinamente, caminha para eclâmpsia, o que ocorre em 1/200 pacientes. Eclâmpsia não tratada costuma ser fatal. Fatores de risco: • Nuliparidade • Hipertensão crônica preexistente • Distúrbios vasculares (p. ex., distúrbios renais , vasculopatia diabética) • Diabetes preexistente ou gestacional • Idade materna avançada (> 35 anos) ou muito jovem (p. ex., < 17 anos) • História familiar de pré-eclâmpsia • Pré-eclâmpsia ou maus resultados em gestações anteriores • Gestação multifetal • Obesidade • Distúrbios trombóticos (p. ex., síndrome do anticorpo antifosfolipídio ) Sinais e sintomas: A pré-eclâmpsia pode ser assintomática ou causar edema ou ganho de peso excessivo. Edema não dependente, tal como o facial e o de mãos (os anéis podem não mais caber nos dedos), é mais específico que o edema dependente. A reatividade reflexa pode ser aumentada, indicando irritabilidade neuromuscular, que pode progredir para convulsões (eclâmpsia). 4 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA UniRV As petéquias podem se desenvolver, assim como outros sinais de coagulopatia. Pré-eclâmpsia com características graves pode causar danos nos órgãos; essas características podem incluir • Cefaleia intensa • Distúrbios visuais • Confusão • Dor abdominal no epigástrico ou no hipocôndrio direito (refletindo isquemia hepática ou distensão capsular) • Náuseas e/ou vômitos • Dispnéia [refletindo edema pulmonar, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) ou disfunção cardíaca secundária ao aumento da pós-carga] • Acidente vascular encefálico (raramente) • Oligúria (refletindo diminuição do volume plasmático ou necrose tubular aguda isquêmica) Diagnostica-se pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica quando nova proteinúria inexplicável se desenvolve ou a proteinúria piora após 20 semanas em uma mulher que sabe-se ter hipertensão com elevação da PA acima da linha basal, ou quando ou sinais de pré-eclâmpsia com características graves se desenvolvem após 20 semanas em uma mulher que sabe-se ter hipertensão e proteinúria. Diagnóstico: Início recente da hipertensão (pressão arterial > 140/90 mmHg) mais proteinúria inexplicada (> 300 mg/24 horas após 20 semanas ou razão proteína/creatinina na urina de ≥ 0,3). Sugere-se o diagnóstico da pré-eclampsia pelos sintomas ou pela presença de hipertensão, definida como pressão arterial sistólica > 140 mmHg, pressão arterial diastólica > 90 mmHg, ou ambas. Exceto em emergências, a hipertensão deve ser documentada em > 2 mensurações realizadas pelo menos em intervalos de 4 horas. A excreção de proteínas pela urina é medida em uma coleta de 24 horas. A proteinúria é definida como > 300 mg/24 horas. Alternativamente, diagnostica-se a proteinúria com base na razão proteína/creatinina ≥ 0,3 ou leitura de tira reagente de 1+; o teste de tira reagentes só é utilizado quando outros métodos quantitativos não estão disponíveis. Ausência da proteinúria em testes menos precisos (p. ex., testes de urina com tira reagente, exame de urina) não descarta a pré- eclâmpsia. Na ausência de proteinúria, a pré-eclâmpsia também é diagnosticada se gestantes têm hipertensão de início recente, além de qualquer um dos seguinte de início recente: • Trombocitopenia (plaquetas < 100.000/mcL) • Insuficiência renal (creatinina > 1,1 mg/dL ou duplicação da creatinina no soro em mulheres sem doença renal) • Função hepática comprometida (aminotransferases > 2 vezes o valor normal) • Edema pulmonar • Sintomas cerebrais ou visuais A síndrome HELLP é indicada por resultados microangiopáticos (p. ex., esquizócitos, células capacete) encontrados no sangue periférico, elevados níveis de enzimas hepáticas e uma baixa contagem de plaquetas. Hipertensão do avental branco: Cerca de 25% das pessoas que apresentam medidas aumentadas de PA no consultório têm hipertensão do avental branco. O diagnóstico pode ser confirmado por medidas seriadas (preferentemente feitas por enfermeiras) ou por monitorização ambulatorial da PA (MAPA). Há poucos estudos sobre a repercussão deste tipo de distúrbios na gestação, alguns apontando que em até 50% destes casos haja evolução para hipertensão gestacional ou PE. Diagnóstico diferencial entre pré-eclâmpsia e hipertensão arterial sistêmica crônica: Quando a hipertensão e a proteinúria surgem pela primeira vez em uma primigesta após a 20ª semana da gestação, o diagnóstico de PE é facilmente inferido. Do mesmo modo, gestantes que apresentam níveis pressóricos elevados antes da 20ª semana ou mesmo antes do início da gestação devem ser diagnosticadas como portadoras de hipertensão arterial crônica. Contudo, o diagnóstico diferencial pode tornar se difícil quando a gestante é vista pela primeira vez após a 20ª semana com hipertensão arterial e não sabe informar com precisão seus níveis pressóricos anteriores. Se a gestante não for primigesta e tiver ácido úrico sérico menor do que 4,5 mg/dL, uma calciúria de 24 horas > 100 mg, o diagnóstico de HAS crônica é mais provável. O diagnóstico definitivo de HAS somente ocorrerá no puerpério. Referências: https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s &source=web&cd=&ved=2ahUKEwiYnay0tY3zAhV_E bkGHTRRAlUQFnoECAYQAQ&url=https%3A%2F%2 Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Feins%2Fv18%2Fpt_2317- 6385-eins-18-AO4682.pdf&usg=AOvVaw3nXFG2bz- h5K6IkcORobRZ https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s &source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKE wifueiit43zAhWErJUCHRQJB- gQFnoECBAQAw&url=https%3A%2F%2Fwww.fvj.br %2Fuploads%2Frevistas%2Fedicoes%2F1%2Fpublic acoes%2F19%2F26XJV6SQML-10E8LXKQMD- 2016HAGHS5.pdf&usg=AOvVaw0JCEh9wIwiDdq2G VLqKrlP https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/gineco logia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na- gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9- ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia O2. Descrever mecanismos fisiopatológicos da DHEG e suas complicações. https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwiYnay0tY3zAhV_EbkGHTRRAlUQFnoECAYQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Feins%2Fv18%2Fpt_2317-6385-eins-18-AO4682.pdf&usg=AOvVaw3nXFG2bz-h5K6IkcORobRZ https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwiYnay0tY3zAhV_EbkGHTRRAlUQFnoECAYQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Feins%2Fv18%2Fpt_2317-6385-eins-18-AO4682.pdf&usg=AOvVaw3nXFG2bz-h5K6IkcORobRZ https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwiYnay0tY3zAhV_EbkGHTRRAlUQFnoECAYQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Feins%2Fv18%2Fpt_2317-6385-eins-18-AO4682.pdf&usg=AOvVaw3nXFG2bz-h5K6IkcORobRZ https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwiYnay0tY3zAhV_EbkGHTRRAlUQFnoECAYQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Feins%2Fv18%2Fpt_2317-6385-eins-18-AO4682.pdf&usg=AOvVaw3nXFG2bz-h5K6IkcORobRZhttps://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwiYnay0tY3zAhV_EbkGHTRRAlUQFnoECAYQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Feins%2Fv18%2Fpt_2317-6385-eins-18-AO4682.pdf&usg=AOvVaw3nXFG2bz-h5K6IkcORobRZ https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwiYnay0tY3zAhV_EbkGHTRRAlUQFnoECAYQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Feins%2Fv18%2Fpt_2317-6385-eins-18-AO4682.pdf&usg=AOvVaw3nXFG2bz-h5K6IkcORobRZ https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwifueiit43zAhWErJUCHRQJB-gQFnoECBAQAw&url=https%3A%2F%2Fwww.fvj.br%2Fuploads%2Frevistas%2Fedicoes%2F1%2Fpublicacoes%2F19%2F26XJV6SQML-10E8LXKQMD-2016HAGHS5.pdf&usg=AOvVaw0JCEh9wIwiDdq2GVLqKrlP https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwifueiit43zAhWErJUCHRQJB-gQFnoECBAQAw&url=https%3A%2F%2Fwww.fvj.br%2Fuploads%2Frevistas%2Fedicoes%2F1%2Fpublicacoes%2F19%2F26XJV6SQML-10E8LXKQMD-2016HAGHS5.pdf&usg=AOvVaw0JCEh9wIwiDdq2GVLqKrlP https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwifueiit43zAhWErJUCHRQJB-gQFnoECBAQAw&url=https%3A%2F%2Fwww.fvj.br%2Fuploads%2Frevistas%2Fedicoes%2F1%2Fpublicacoes%2F19%2F26XJV6SQML-10E8LXKQMD-2016HAGHS5.pdf&usg=AOvVaw0JCEh9wIwiDdq2GVLqKrlP https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwifueiit43zAhWErJUCHRQJB-gQFnoECBAQAw&url=https%3A%2F%2Fwww.fvj.br%2Fuploads%2Frevistas%2Fedicoes%2F1%2Fpublicacoes%2F19%2F26XJV6SQML-10E8LXKQMD-2016HAGHS5.pdf&usg=AOvVaw0JCEh9wIwiDdq2GVLqKrlP https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwifueiit43zAhWErJUCHRQJB-gQFnoECBAQAw&url=https%3A%2F%2Fwww.fvj.br%2Fuploads%2Frevistas%2Fedicoes%2F1%2Fpublicacoes%2F19%2F26XJV6SQML-10E8LXKQMD-2016HAGHS5.pdf&usg=AOvVaw0JCEh9wIwiDdq2GVLqKrlP https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwifueiit43zAhWErJUCHRQJB-gQFnoECBAQAw&url=https%3A%2F%2Fwww.fvj.br%2Fuploads%2Frevistas%2Fedicoes%2F1%2Fpublicacoes%2F19%2F26XJV6SQML-10E8LXKQMD-2016HAGHS5.pdf&usg=AOvVaw0JCEh9wIwiDdq2GVLqKrlP https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwifueiit43zAhWErJUCHRQJB-gQFnoECBAQAw&url=https%3A%2F%2Fwww.fvj.br%2Fuploads%2Frevistas%2Fedicoes%2F1%2Fpublicacoes%2F19%2F26XJV6SQML-10E8LXKQMD-2016HAGHS5.pdf&usg=AOvVaw0JCEh9wIwiDdq2GVLqKrlP https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwifueiit43zAhWErJUCHRQJB-gQFnoECBAQAw&url=https%3A%2F%2Fwww.fvj.br%2Fuploads%2Frevistas%2Fedicoes%2F1%2Fpublicacoes%2F19%2F26XJV6SQML-10E8LXKQMD-2016HAGHS5.pdf&usg=AOvVaw0JCEh9wIwiDdq2GVLqKrlP https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia 5 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA UniRV A hipertensão preexistente na gravidez pode ser diagnosticada antes da concepção ou até a 20ª semana, sendo considerada doença hipertensiva específica da gestação (DHEG) após esta data e até 42 dias pós-parto. A fisiopatologia da pré-eclâmpsia e eclâmpsia é parcialmente compreendida. Os fatores podem ser o desenvolvimento insuficiente das arteríolas espiraladas uteroplacentárias (que diminuem o fluxo sanguíneo uteroplacentário em gestação tardia), uma anormalidade genética no cromossomo 13, anormalidades imunológicas e isquemia ou infartos placentários. A peroxidação lipídica da membrana das células, induzida por radicais livres, pode contribuir para a pré-eclâmpsia. Complicações Pode ocorrer restrição do crescimento fetal ou morte fetal . O vasoespasmo difuso ou multifocal pode causar isquemia materna, eventualmente danificando múltiplos órgãos, em particular cérebro, rins e fígado. Os fatores que podem contribuir para o vasospasmo incluem decréscimo de prostaciclinas (vasodilatador derivado do endotélio), aumento da endotelina (vasoconstritor derivado do endotélio) e aumento do Flt-1 solúvel (um receptor circulante para fator de crescimento do endotélio vascular). Mulheres com pré-eclâmpsia têm risco de descolamento prematuro de placenta nas gestações atuais e futuras, possivelmente porque ambas as doenças estão relacionadas à insuficiência uteroplacentária. O sistema de coagulação está ativado, possivelmente secundário à disfunção celular endotelial, ocasionando ativação plaquetária. A síndrome HELLP se desenvolve em 10 a 20% das mulheres com pré- eclâmpsia grave ou eclâmpsia; esta incidência é aproximadamente de 100 vezes menor para todas as gestações (1 a 2/1.000). A maioria das gestantes com a síndrome HELLP tem hipertensão e proteinúria, mas algumas não têm nenhuma delas. Algumas evidências apoiam a hipótese do envolvimento do sistema imunológico materno na doença. A partir de problemas de adaptação imunológica ao trofoblasto, ocorreriam problemas na perfusão do trofoblasto, com hipóxia consequente. Essas alterações primárias seriam o gatilho de uma série de fenômenos locais de hipóxia, e reoxigenação poderia amplificar os efeitos locais, tais como a formação de espécies reativas de oxigênio, ativação do sistema inflamatório materno, aceleração de processos de apoptose celular que limitariam o estabelecimento da placentação normal e desequilíbrio entre fatores pró-angiogênicos, como o VEGF e PLGF, e fatores solúveis antiangiogênicos, como o sFLT-1, com predomínio desses últimos, resultando no conjunto em ativação generalizada do sistema inflamatório materno, disfunção endotelial universal e limitação na vascularização placentária. O espasmo arteriolar universal devido à ativação endotelial resulta em processo insidioso e progressivo, culminando com insuficiência de múltiplos órgãos. A PE deve ser interpretada como doença crônica com potencial para insuficiência progressiva de múltiplos órgãos. Esse caráter evolutivo deve ser levado em consideração, bem como sua imprevisibilidade e instabilidade clínica nas decisões. A ativação endotelial determina basicamente: 1. Vasoconstrição e consequente aumento da resistência periférica; 2. Alterações na permeabilidade capilar, responsável pelo edema; 3. Ativação do sistema de coagulação. Os rins sofrem com padrões anatomopatológicos (glomeruloendoteliose e esclerose focal) com consequente proteinúria e comprometimento da filtração glomerular. No fígado ocorre isquemia em intensidade variável, acarretando disfunção com elevação dos níveis de transaminases. O edema e/ou a hemorragia focais ou confluentes distendem sua cápsula, podendo resultar em ruptura hepática com hemorragia maciça. O vasoespasmo dificulta o fluxo uteroplacentário, com intensidade variável dependente do momento da instalação do processo e de lesão crônica preexistente. No que diz respeito à coagulação, verifica-se ativação e consumo de plaquetas com consumo progressivo e instalação de coagulação disseminada. O cérebro pode ser afetado por isquemia, agravado por edema difuso, resultando em convulsão (eclampsia) ou acidentes vasculares. Pacientes que exibem quadros graves, particularmente eclampsia, devem receber cuidados diferenciados em face da limitação funcional progressiva de múltiplos órgãos. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e- obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na- gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia- e-eclampsia e manual da FREBASGO PRÉ-ECLAMPSIA 2017 O3. Compreender o tratamento com sulfato de magnésio na DHEG. Sulfato de magnésio Assim que a eclâmpsia é diagnosticada,deve-se administrar sulfato de magnésio para evitar a recorrência das convulsões. Se as pacientes têm pré-eclâmpsia com características graves, administra-se sulfato de magnésio para prevenir convulsões, que é administrado por 24 horas após o parto. É controverso se as pacientes com pré-eclâmpsia sem características graves sempre exigem sulfato de magnésio antes do parto. Sulfato de magnésio IV, 4 g ao longo de 20 minutos, seguido por infusão IV contínua de 1 a 3 g/hora, com doses suplementares como necessário. A dose é ajustada de acordo com os reflexos da paciente. As pacientes com níveis anormalmente altos de magnésio (p. ex., com > 10 mEq/L, ou um diminuição súbita da reatividade aos reflexos), disfunção cardíaca (p. ex., com dispneia ou dor no peito) ou hipoventilação são tratadas com gliconato de cálcio 1 g IV. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia 6 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA UniRV O sulfato de magnésio IV pode causar letargia, hipotonia e depressão respiratória transitória em neonatos. Entretanto, são incomuns as complicações neonatais sérias. Terapia preventiva anticonvulsivante A droga de escolha para prevenção da eclampsia e o sulfato de magnésio, único fármaco com efeitos preventivos comprovados em relação as convulsões eclâmpticas. Ensaios clínicos randomizados comprovam que o sulfato de magnésio e superior a hidantoina, ao diazepam e ao placebo para prevenção da eclampsia e das convulsões recorrentes na eclampsia. O tratamento com sulfato de magnésio deve ser utilizado durante o trabalho de parto, previamente a cesariana ou sempre que existirem sinais/sintomas compatíveis com iminência de eclâmpsia. O sulfato de magnésio reduz em 57% o risco de ocorrência de eclâmpsia e diminui o risco (RR: 0,55) de morte materna sem efeitos deletérios sobre o feto. O sulfato de magnésio deve ser utilizado por ate 24 horas após o parto nos casos de eclâmpsia e PEG. O sulfato de magnésio não é uma droga isenta de riscos, sua administração deve ser monitorada. Quando por via IV, utilizar bomba de infusão com controle rigoroso de enfermagem, para evitar os riscos de depressão e parada respiratória por superdosagem. Apesar de a terapia com sulfato de magnésio ter sido mais efetiva do que o placebo para prevenção da eclampsia, mesmo nos casos de PEL, e seu uso nao ter sido associado a desfechos materno fetais desfavoráveis, existem controvérsias quanto ao seu uso em pacientes com PEL, tendo em vista a baixa incidência (0,6%) de eclampsia nessas pacientes. Nas pacientes com PEL, o NNT para prevenção de um caso e de 129, enquanto nas com PEG e de 36. A utilização racional do sulfato de magnésio, evitando se o uso rotineiro no grupo sabidamente com PEL, possui um custo menor. O uso de infusão de sulfato de magnésio em baixa dose (0,6 g/h) após dose de ataque padrão de 4 g IV se mostrou tão eficaz quanto o esquema tradicional de 5 g IM de 4/4 horas, com recorrência de 3,3% nas pacientes com MgSO4 IM e 2% nas com infusão IV de 0,6 g/h. Portanto, a infusão intravenosa continua em dose baixa (0,6 g/h) pode ser uma alternativa, especialmente nas pacientes com incidência maior de efeitos colaterais ou, ainda, com comprometimento da função renal. A preferência e por terapia IV em bomba de infusão na concentração de 1 g/h. Os esquemas de utilização do sulfato de magnésio podem ser vistos nos quadros 6 e 7. Simultaneamente ao tratamento da hipertensão grave e a prevenção da eclampsia, deve se avaliar o grau de comprometimento materno fetal. Havendo epigastralgia intensa e persistente, mormente se associada a níveis pressóricos muito elevados, pode estar havendo distensão da capsula hepática por hemorragia subcapsular. Nessa situação, e importante avaliar a loja hepática com ultrassonografia ou tomografia. A comprovação de hematoma implica a necessidade de um controle rigoroso da PA e a indicação de cesariana, pois, durante o período expulsivo, pode haver ruptura hepática. Alem disso, devem ser solicitados exames laboratoriais para avaliar as funções renais e hepáticas e as possíveis alterações hematológicas (Quadro 8). https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e- obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na- gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia- e-eclampsia O4. Discutir o impacto psicossocial da perda fetal na família e como agir para noticiar situações adversas a familiares. A morte de um filho antes do nascimento, geralmente, representa grande perda para os pais, especialmente para a mãe (Nazaré, Fonseca, Pedrosa & Canavarro, 2010), já que é a mulher que vivencia uma perda que afeta seu corpo, com a eliminação das características de grávida como a extensão da barriga, por exemplo, e realização de procedimentos médicos. Dessa forma, o psiquismo feminino entra em um processo de luto simbólico pelo filho perdido, e os sonhos, esperanças, expectativas e planejamentos que o casal normalmente deposita no nascimento da criança são colocados em suspenso (Souza & Muza, 2011). Nos casos em que a perda gestacional ocorre nas primeiras semanas de gestação, ao qual pouco se visualiza o crescimento da barriga, percebe-se que nem sempre o luto realizado pela mulher é socialmente aceito. Nesses casos, não se considera o feto como um bebê em si e não se incentiva um espaço para elaboração simbólica deste momento (Sousa & Muza, 2011). Pelo contrário, é comum as pessoas tentarem silenciar e conter o sofrimento da mulher, desconsiderando o luto materno ou minimizando sua dor através de tentativas de convencimento como: “logo você vai ter outro”. De acordo com Assunção & Tocci (2003), tais atitudes minimizam o suporte social a ser oferecido à mulher que poderia ajudá-la em seu luto. De uma maneira geral, sabe-se que a gravidez exige da mulher um processo de ajustamento, no qual ela tem que se https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia 7 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA UniRV adaptar tanto às mudanças físicas (modificações corporais, hormonais e/ou metabólicas) quanto psicológicas, tais como a aceitação da realidade da gravidez, a mudança da imagem corporal, a simbolização do bebê e o desenvolvimento do vínculo afetivo, dentre outros aspectos (Farias & Villwock, 2010). Tendo em vista todos estes fatores, a perda gestacional se torna um fenômeno complexo, sendo importante investigar como ele afeta a mulher. Tal investigação deve ter como base a compreensão dos conceitos de perda e luto, os quais serão de suma importância para subsidiar práticas assistenciais de atenção à saúde física e emocional dessa mulher e sua família. A perda de um bebê ainda durante o período gestacional causa reações diversas, comumente, muito sofridas. Para um número significativo de mulheres, este tipo de perdaé um acontecimento significativo que envolve memórias do passado e expectativas para o futuro, principalmente quando a gestação é planejada (Carvalho & Meyer, 2007; Farias & Villwock, 2010). A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a morte fetal como: A morte do produto da gestação antes da expulsão ou de sua extração completa do corpo materno, independentemente da duração da gravidez. Indica o óbito o fato de, depois da separação, o feto não respirar nem dar nenhum outro sinal de vida como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária1 (Brasil, 2009, p. 22). Duarte e Turato (2009) apontam que o processo de gravidez em mulheres que já vivenciaram insucessos em gestações anteriores significa um duplo esforço para a manutenção do equilíbrio físico e psíquico, já que a situação de uma nova gravidez, após uma ou mais perdas gestacionais, implica, geralmente, em ansiedade. Além disso, é comum, as mulheres apresentarem grande insegurança e autoestima abalada frente à nova gestação, comprometendo sua percepção acerca da sua capacidade reprodutiva e materna (Carvalho & Meyer, 2007; Nazaré et al. 2010; Sousa & Muza, 2011). https://www.scielo.br/j/pcp/a/hdydgBr4rBQJthMgXSf3q5n/ ?lang=pt https://www.scielo.br/j/pcp/a/hdydgBr4rBQJthMgXSf3q5n/?lang=pt https://www.scielo.br/j/pcp/a/hdydgBr4rBQJthMgXSf3q5n/?lang=pt 8 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA UniRV
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