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Do imputado

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---------Capitulo 27 -DO IMPUTADO-------
Imputado,acusado ou réu é o sujeito processual da relação a quem se pede atuação do Direito Penal, em relação a quem res in judicio deducitur .
 Identidade do imputado: Em sentido amplo, é o sujeito passivo da pretensão penal,e é em relação a ele que se pede a atuação a pretensão.Segundo Fenech, essa qualidade é personalíssima e, não se deve atribuir tal qualidade a outra pessoa senão aquela que “genuinamente deva assumir esta carga no processo penal”.
Se não for possível determinar a identidade do imputado pela forma já indicada, o MP ou o querelante poderá apontar esclarecimentos pelos quais possa identifica-los, segundo expresso disposto no art.41.
Presença do Imputado 
É necessária no curso do processo mais não indispensável .É em relação a ele que se propõe a ação penal, e , por isso, cumpre-lhe vir defender-se. Em principio, seu não comparecimento, não lhe é prejudicial, pois o juiz não pode deixar de nomear-lhe um Defensor, estando presente, poderá fazer sugestões ao seu advogado, no sentido de formular perguntas as testemunhas, esclarecendo certas circunstancias que possam possibilitar ao Advogado fazer a testemunha contradizer-se ,ou pelo menos, esclarecer melhor os fatos.
Da Revelia
Se o acusado, regularmente citado, não atender ao chamado? Aplica-se a pena de revelia, nos termos do art.367 do CPP. Nesse caso ele não mais será intimado para qualquer ato do processo, salvo se for condenado(art.392).O Juiz nomeia lhe um Defensor e o processo prossegue. Se por acaso for citado por edital e este não atender ao chamamento e nem constituir advogado, aplica-se a regra do art.366, isto é, o processo fica paralisado até que ele apareça, sem prejuízo da colheita das provas de natureza urgente. Não corre a prescrição.Ela fica suspensa, como nas hipóteses previstas no art.116 do CP.
*(Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312)
*(Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:   I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime;   II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.  Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.)
Capacidade Processual
Para que exista, objetivamente, essa capacitas delicti ou seja a capacidade processual para ser imputado é necessário a coexistência de dois pressupostos: É preciso que se trate de pessoa física e que esta esteja viva.
Não se admite que as pessoas jurídicas possam ser sujeito passivo da pretensão punitiva pois a responsabilidade criminal é consequência da conduta do individuo , considerado como entidade física ou natural.
Certo que a C.F,não só no §5º do art.173 como também no art.225,§3º, admite claramente a possibilidade de a pessoa jurídica sujeitar-se a sanções penais.Mas, se lhe falta capacidade de culpabilidade,somente por arte mágica poder-se-á imputar-lhe a prática de crime. O S.T.J , julgando um R.E nº.665.212/SC, Relator Min. Felix Fischer (DJU,14-2-2015,p.235), assim decidiu: “Na dogmática penal a responsabilidade se fundamenta em ações atribuídas ás pessoas físicas. Dessarte , a prática de uma infração penal pressupõe necessariamente uma conduta humana.Logo, a imputação penal às pessoas jurídicas, frise-se, carecedoras de capacidade de ação, bem como de culpabilidade, é inviável em razão da impossibilidade de praticarem um injusto penal(precedentes).”
Direitos do Imputado
Entre os direitos que assistem ao imputado ou indiciado, avultam:
a)O dir. de não responder as perguntas que lhe forem formuladas, seja pela Autoridade Policial, seja pela Autoridade Judiciária. Trata-se de consequência lógica do principio nemo tenetur se detegere.
b)Direito de ser citado 
c)Dir. de ser intimado, de ser notificado.
d)Dir. de não ser preso, senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciaria competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em Lei.
e)Dir. de não ser recolhido à cadeia, nos crimes afiançáveis quando prestada a fiança.
f)Dir. de, se preso em flagrante, por qualquer infração, ser posto em liberdade com ou sem fiança , dês que não esteja presente uma das circunstancias autorizadoras da decretação da prisão preventiva.Ainda que se trate de crime hediondo, nada impede seja-lhe concedida a liberdade provisória,mesmo porque a proibição à liberdade provisória de que se tratava o seu art.2º,II, foi revogado pela Lei nº.11.464/2007.
g)Dir. de recorrer de toda e qualquer decisão, dês que prevista a via impugnativa.
h)Dir. a ampla defesa.
i)Dir. de não ver contra si uma prova colhida ilicitamente, ainda que “ilícita por derivação”.
j)Dir. de não ser privado de sua liberdade sem o devido processo legal.
k)Dir. de não ser submetido á identificação criminal, quando civilmente identificado, salvo naquelas hipóteses previstas na Lei nº. 12.037/2009.
l)Dir. de não ser considerado culpado até o transito em julgado de sentença penal condenatória.
m)Dir. ao silencio, sem que daí se extraiam conclusões contra ele(C.F, art.5º,LXIII).
n)Dir. de ser informado, quando preso, de seus direitos, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de Advogado etc.
o)Dir. de ser intimado de todas as decisões que comportem recurso, sob pena de nulidade (art.564,III,o, do CPP).
p)Dir. de ser interrogado pelo Juiz na presença de um Advogado, constituído ou dativo (art.185 do CPP).
q)Dir. de entrevista reservada com seu Defensor, antes da realização do interrogatório (art.185,§2º, do CPP).
r)Dir. de ver sua apelação ser recebida e processada, ainda que foragido.
Bibliografia:Manual de Processo Penal,Tourinho,Fernando da Costa Filho, ed.15ª,Saraiva,2012.

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