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RESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Danilo Melo Em princípio toda atividade que acarreta prejuízo gera responsabilidade ou dever de indenizar. Haverá por vezes, excludentes, que impedem a indenização. O TERMO RESPONSABILIDADE: É utilizado em qualquer situação em que uma pessoa, natural ou jurídica, deva arcar com as consequências de um ato, fato ou negocio danoso. Sob essa noção então, toda atividade humana, pode acarretar o dever de indenizar. ATENÇÃO: Cada vez mais a necessidade do exame da culpa ocupa local secundário. Dos Atos Ilícitos O conceito de ato ilícito, portanto, é um conceito aberto no campo civil, exposto ao exame do caso concreto e as noções referidas de dano, imputabilidade, culpa e nexo causal, as quais, também, podem coincidir com um ilícito penal. Em qualquer dos casos, porém, existe infração à lei e a um dever de conduta. Assim, o mesmo ato pode causar concomitantemente um crime e um ilícito civil. Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. RESPONSABILIDADE OBJETIVA: RISCO LEVA-SE em conta a atividade do causador do dano. Exemplos: Empresa de fabricação de fogos de artificio, espetáculos populares. A legislação do consumidor é outro exemplo bem atual da responsabilidade objetiva. ATENÇÃO: A doutrina e a jurisprudência têm admitido a responsabilidade objetiva agravada em alguns caso (artigo 735 CC). Exemplo: Tendo em vista o risco especifico do transportador responderá por acidente com passageiro por culpa de terceiro, tendo, apenas direito a ação regressiva. Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. ATENÇÃO: O princípio gravitador da responsabilidade extracontratual no Código Civil ainda é o da responsabilidade subjetiva, ou seja, responsabilidade com culpa. TEORIA DO RISCO INTEGRAL: Modalidade extrema que justifica o dever de indenizar até mesmo quando não existe nexo causal. O dever de reparar estará presente tão somente com a ocorrência do dano, ainda que com culpa exclusiva da vítima, fato de terceiro, caso fortuito e força maior. RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL CULPA - CONCEITO: Em sentido amplo, culpa é a inobservância de um dever que o agente devia conhecer e observar. O modelo a ser seguido é o do homem médio. Quando é mencionado a culpa no direito civil abrange a culpa (negligencia, imprudência e imperícia) e o dolo (o agente procura intencionalmente o resultado). ATENÇÃO :Em regra a intensidade da culpa não deve graduar o montante da indenização. Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. Mas o entendimento moderno é o de que a indenização pecuniária não tem apenas o cunho de reparação do prejuízo, mas também o de caráter punitivo ou sancionatório, pedagógico, preventivo e repressor em sede de dano moral. DANO E INDENIZAÇÃO. PERDA DE UMA CHANCE É claro que se a ação se fundar em mero dano hipotético, não cabe reparação. Mas esta será devida se se considerar, dentro na ideia de perda de uma oportunidade e puder situar-se na certeza do dano. Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. O dano patrimonial abrange o dano emergente (o que efetivamente perdeu) e o lucro cessante. Não é fácil estabelecer ate onde o fato danoso projeta sua repercussão. Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. A doutrina mais recente menciona também o dano reflexo ou dano em ricochete (exemplo á perda da cacacidade de uma pessoa reflete em prejuízo para seus dependentes diretos). DANO MORAL Dano moral é o prejuízo que afeta o animo psíquico, moral e intelectual da vitima. Não é qualquer dissabor da vida que gera o dano moral. Também se aplica o psiquismo do homem médio. O dano imaterial é irreparável, insusceptíveis de avaliação pecuniária porque incomensurável. A condenação em dinheiro é mero lenitivo para a dor. NEXO CAUSAL Para se precisar se uma determinada causa concorreu para o evento, suprime-se esse fato mentalmente e imagina-se se teria ocorrido da mesma forma. Se assim for, não será causa. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE- Rompimento do nexo de causalidade -CULPA DA VÍTIMA Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. -CASO FORTUITO (FORÇA DA NATUREZA) E FORÇA MAIOR (ATOS HUMANOS) -ESTADO DE NECESSIDADE, LEGITIMA DEFESA, EXERCICIO REGULAR DO DIREITO. Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. FATO DE TERCEIRO. CLAUSULA DE NÃO INDENIZAR (diz respeito a Responsabilidade contratual) No CDC é clausula nula.
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