Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CEDERJ – Polo São Gonçalo QUÍMICA III Prática 3: Investigação Quantitativa da Reação de um Metal com Ácido Clorídrico 29/08/2015 PAULA DE MELO RODRIGUES MATRÍCULA: 14114070066 CURSO: LICENCIATURA EM QUÍMICA TUTOR: THIAGO CRISPIM I. INTRODUÇÃO: No estudo dos gases adota-se um modelo teórico, simples e que na pratica não existe, com o comportamento aproximado ao dos gases reais. Essa aproximação é cada vez melhor quanto menor for a pressão e maior a temperatura. Esse modelo de gás é denominado de gás perfeito. O gás perfeito é um gás que obedece às equações PV/T = k e PV = nRT, com exatidão matemática. Os gases coletados em laboratório são, geralmente, coletados por deslocamento de água, em um dispositivo especial chamado Base de Bernoulli. Um gás coletado dessa maneira, sobre a superfície da água encontrar-se-á uma mistura de gás e vapor d’água. As moléculas de água que evaporam também exercem uma pressão, chamada pressão de vapor. Assim, se o nível de água é o mesmo dentro e fora do cilindro de recolhimento, a pressão dentro e fora deve ser a mesma e é igual à pressão atmosférica. Assim, a pressão do gás é dada por: Pgás = Patm – PV(H2O). No entanto, se o nível da água do cilindro e no banho não é o mesmo a pressão atmosférica é “compensada” pela soma da pressão do gás, do vapor d’água e a pressão exercida pela coluna d’água (Ph), ou seja: Pgás = Patm – (PV(H2O) + Ph). Em 1789, Lavoisier enunciou a seguinte lei: “Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. Quando a lei é aplicada especificamente ao caso das reações, temos que: “A soma das massas dos produtos é igual à soma das massas dos reagentes”. É este princípio que nos obriga a balancear uma reação química e que nos permite usá-la para calcular as quantidades, em massa, de substâncias formadas ou que reagiram. II. OBJETIVOS: O objetivo deste experimento é determinar, utilizando as equações e métodos adequados de coleta de gases, a pressão parcial exercida pelo gás hidrogênio e o volume produzido do mesmo gás à temperatura e pressão ambiente, sendo advindo da reação entre magnésio metálico e ácido clorídrico. III. MATERIAIS E REAGENTES: MATERIAIS REAGENTES Béquer 10,00 mL Ácido Clorídrico P.A. 37% (HCl) Balança analítica Fita de Magnésio Bureta 50,00 mL Água destilada Pipeta 5,00 mL Capela Pêra Rolha Fios de cobre Proveta 10,00 e 1000 mL IV. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: Utilizando uma pipeta transferiu-se 5,00 mL de Ácido Clorídrico 37% dentro de uma capela para um béquer de 10,00 mL contendo aproximadamente 5,00 mL de água destilada. Homogeneizou-se a solução. Em uma balança analítica pesou-se 0,0391 g de fita de Magnésio. Adicionou-se água em uma bureta de 50,00 mL de forma que fosse possível apenas medir o volume de água que preenche o espaço após a torneira. Esse volume foi medido com uma proveta de 10,00 mL e o valor encontrado foi de 4,4 mL. Em um rolha contendo um fio de cobre preso em sua extremidade enrolou-se a fita de magnésio de forma que ela ficasse presa na pontinha do fio de cobre. Transferiu-se a solução de Ácido Clorídrico para a bureta e completou-se o volume com água até o topo. Em seguida tampou-se a bureta com a rolha. Utilizou-se uma proveta de 1000 mL cheia de água e adicionou-se a bureta dentro da proveta para melhor observação da reação. V. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Quando a solução de Ácido Clorídrico entra em contato com a fita de Magnésio presa em um rolha no topo da bureta, é possível ver nitidamente que pequenas bolhas se formam em volta da fita de magnésio até que ocorre uma efervescência que vai ficando cada vez mais forte até o magnésio ser consumido totalmente indicando o fim da reação. Isso ocorre pois acontece uma reação de oxirredução, onde o metal Mg é oxidado a um íon carregado positivamente e o H+ é reduzido a H2 formando o gás. Uma vez cessada a reação, observou-se que houve uma redução no volume de água dentro da bureta que agora continha vapor d’água e H2. Sabendo-se o volume da bureta que é de 50,00 mL e o volume após a reação ocorrer (15,00 mL) e o volume da extremidade da bureta (4,4 mL), realizando um simples cálculo de subtração e soma foi possível concluir experimentalmente que o volume de gás coletado foi de 39,4 mL. E sabendo a massa adicionada do Mg e sabendo a estequiometria da reação é possível calcular com através da fórmula dos gases ideias (P.V = n.R.T) o volume de gás produzido, confirmando o valor medido experimentalmente. O valor encontrado utilizando a fórmula foi de 39 mL de gás Hidrogênio, e o volume encontrado pela medição de volume na bureta foi de 39,4 mL de gás Hidrogênio, essa diferença de 0,4 atribuímos a perda de gás que pode ter ocorrido devido à má vedação da bureta ou mesmo por outros fatores como: - A fita de magnésio não foi previamente lixada, eliminando assim vestígios de impurezas e óxido em sua superfície. Bem como, foi pesada diretamente na balança e manuseada sem intermédio de pinças, havendo então a contaminação do material com a umidade e gordura das mãos. - A precisão das medidas tomadas pode causar desvios, principalmente as medições de temperatura e volume, feitas observando-se escalas a olho nu. - Os cálculos usados no experimento (como a Lei de Dalton) levam em conta gases ideais, enquanto que se trabalhou com gases reais. # Cálculos: 10,00 mL de uma solução de HCl 6 mol/L Dados: - HCl P.A. 37% - d= 1,19 g/mL - PM= 36,5 g/mol 1,19 g de solução de HCl ------------------------ 1,00 mL de solução HCl P.A. x ---------------------------- 10,00 mL x = 1,19 x 10,00 ÷ 1,00 = 11,9 g de solução de HCl P.A. 11,9 g de solução ---------------------- 100% Xg -------------------------- 37% Xg = 11,9 x 37 ÷ 100 = 4,403 g de HCl 1 mol de HCl ------------- 36,5 g X mol ----------------- 4,403 g X mol = 4,403 x 1 ÷ 36,5 = 0,1206 mols de HCl 0,1206 mols ------------------- 10,00 mL X -------------------- 1000 mL X = 0,1206 x 1000 ÷ 10,00 = 12,06 mol/L HCl #Concentração: C1 x V1 = C2 x V2 12,06 x V1 = 6,00 x 10,00 V1 = 60,00 ÷ 12,06 V1 = 4,975 ≈ 5,00 mL # Massa de Mg: Massa pesada: 0,0391 g MM= 24,301 g/mol 1 mol Mg ----------- 24,301 g Xmol ------------- 0, 0391 g Xmol = 0, 0391 x 1 ÷ 24,301 Xmol = 0,0016 mols de Mg #Volume de H2: Experimental: Volume dentro da bureta após término da reação = 35 mL Volume da parte de baixo da bureta = 4,4 mL Vhidrogênio = 35 + 4,4 = 39,4 mL Equação dos Gases Ideais: P.V = n.R.T Pressão = 1 atm V = ? n = 0,0016 mols R = 0,082 T = 22ºC + 273 = 295 K P.V = n.R.T 1 x V = 0, 0016 x 0,082 x 295 1x V = 0,038704 V = 0,038704 ÷ 1 = 0,038704 ≈ 0,039 L = 39 mL de H2 # QUESTÕES 1. Determine o número de moles de magnésio usados. 1 mol de Mg ------------- 24,301 g X --------------- 0,0391 g X = 0,0391 x 1 ÷ 24, 301 = 0,0016 mols de Mg. 2. Determine a pressão parcial do gás hidrogênio. Como este foi recolhido sobre a água, o gás no tubo é uma mistura de hidrogênio e vapor d’água. A pressão total produzida por esses dois gases é igual à pressão ambiente. Matematicamente podemos expressar este fato da seguinte maneira: Phidrogênio + Págua = Pambiente A pressão ambientepode ser determinada pela leitura do barômetro. A pressão do vapor d’água pode ser obtida pela tabela I. Tabela I: Pressão de vapor da água a diferentes temperaturas Temperatura (°C) Pressão (mmHg) Temperatura (°C) Pressão (mmHg) 15 12,8 23 21,0 16 13,6 24 22,4 17 14,5 25 23,8 18 15,5 26 25,2 19 16,5 27 26,7 20 17,5 28 28,3 21 18,6 29 30,0 22 19,8 30 31,8 A pressão parcial do hidrogênio pode então ser calculada da seguinte maneira: Dados: Pambiente = 1 atm = 760 mmHg T água = 22ºC Págua = 19,8 mmHg Phidrogênio = Pambiente - Págua PHidrogênio = 760 – 19,8 PHidrogênio = 740,2 mmHg 1 atm ------- 760 mmHg X --------- 740,2 mmHg X = 740, 2 x 1 ÷ 760 = 0,974 atm. Portanto a pressão parcial do Hidrogênio em atm é 0,974. 3. Determine o volume do gás hidrogênio obtido à pressão de 1 atm (760 mmHg): Você sabe que, a uma dada temperatura, o produto da pressão e volume do gás é constante: P.V = K. Para calcular o novo volume (à pressão de 760 mmHg) pode-se usar a seguinte relação matemática: Phidrogênio. Vmedido = 760 mmHg. V760 740, 2 . 0,0394 = 760 . VH 29,16388 = 760 . VH VH = 0,0394 L = 39,4 mL 4. Sabendo-se que um mol de magnésio produz um mol de hidrogênio, qual é o volume de um mol de hidrogênio à temperatura ambiente e pressão de 1 atm.? 1 mol Mg ----------- 1 mol H2 0,0016 mols Mg 0,0016 mols H2 T = 22ºC + 273 = 295 K P.V = n.R.T 1.V = 0,0016. 0,082. 295 1.V = 0,038704 V = 0,038704 ≈ 0,039 L = 39 mL de H2 5. Se a massa de um mol de hidrogênio é 2,0 g, qual é a massa de um litro de hidrogênio à temperatura ambiente e pressão de 1 atm., ou seja, qual é a densidade do hidrogênio, em g.L-1, naquelas condições de temperatura e pressão? 1 mol de H2 ------------ 2,0 g Determinando a massa em 1L de H2: P.V = n.R.T 1. 1 = n. 0,082. 295 1 = n. 24,19 n = 24,19 ÷ 1 n = 24,19 mols de H2 em 1 L 1 mol de H2 ---------- 2,0 g 24,19 mols ------------ x X = 24,19 . 2,0 ÷ 1 = 12,095 g de H2 em 1 L. d = 12,1 g.L-1 6. Escreva a equação da reação que se passou na experiência. Mg(s) + 2 HCl(aq) H2(g) + Mg+2(aq) + 2Cl-(aq) VI. CONCLUSÕES: Com análise dos resultados obtidos com o experimento, podemos ver que eles confirmam alguns itens teóricos, como as Leis dos Gases Ideais, pois os resultados experimentais estão bem próximos dos resultados teóricos. Isso mostra a importância desses modelos no estudo dos gases. VII. BIBLIOGRAFIA: Fundamentos da Química; Feltre Ricardo; ed.Moderna;4ª edição, São Paulo, 2005. Apostila de Química Experimenta. Universidade Federal de Campina Grande – Centro de Ciência e Tecnologia – Unidade Acadêmica de Engenharia Química, Vários Autores. Parte II Estudo dos Gases - Brasil Escola - Acessado em 08 de Setembro às 17:15 h - http://www.brasilescola.com/fisica/estudo-dos-gases.htm
Compartilhar