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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUVERAVA
FACULDADE DR. FRANCISCO MAEDA
Jordana Lorena Bruno Alves
O ERRO MÉDICO NA CIRURGIA PLÁSTICA E SUA RESPONSABILIDADE CIVIL
ITUVERAVA
2014
�
JORDANA LORENA BRUNO ALVES
O ERRO MÉDICO NA CIRURGIA PLÁSTICA E SUA RESPONSABILIDADE CIVIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Dr. Francisco Maeda. Fundação Educacional de Ituverava, para obtenção do título de Bacharel em Direito.
Orientador: Prof. Carlos de Almeida
ITUVERAVA
2014
JORDANA LORENA BRUNO ALVES
O ERRO MÉDICO NA CIRURGIA PLÁSTICA E SUA RESPONSABILIDADE CIVIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Dr. Francisco Maeda. Fundação Educacional de Ituverava, para obtenção do título de Bacharel em Direito.
Ituverava, __ de _______ de 2014.
Orientador: __________________________________________
 Prof.Carlos de Almeida 
Examinador (a): _______________________________________
Examinador (a): _______________________________________
�
DEDICATÓRIA
Dedico a realização deste trabalho em especial a minha família que muito me apoiou e me ajudou a superar os momentos considerados difíceis.
�
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus por ter me iluminado e me protegido durante essa caminhada proporcionando-me a possibilidade de iniciar e finalizar o curso.
Agradeço à minha família, principalmente minha mãe Valéria, que durante todos esses anos mesmo estando longe e sentindo muita saudade de vê-la depois de um dia longo e poder observar o seu sorriso e seus cuidados com as pequenas coisas, sempre me incentivou e depositou toda sua confiança nunca desacreditando em meu potencial.
Às minhas irmãs Bárbara e Gabriella, que sempre me proporcionaram momentos de muita alegria, e também à minha avó Cida que sempre cuidou de mim e tolerou o meu mau humor e desatenção.
Aos meus amigos, especialmente à minha amiga Marielle que desde o ensino médio sempre caminhou comigo em busca do mesmo objetivo apoiando uma a outra durante essa caminhada, é uma irmã que Deus permitiu que eu escolhesse.
A todos dessa instituição de ensino, por menor que tenha sido a sua participação, agradeço por me fornecerem os cuidados e o conhecimento necessário ao crescimento pessoal e profissional.
Aos professores doutores por dividirem conosco todo o seu saber e serem incansáveis em seus ensinamentos, transmitindo-nos muito dos seus conhecimentos.
Agradeço ao professor Carlos de Almeida por me orientar nessa última tarefa para concluir parte do meu aprendizado, sempre com muito carinho e dedicação, deixo aqui o meu reconhecimento e meu muito obrigada.
Agradeço também a todos que tanto contribuíram para a conclusão dessa etapa de minha vida e para a Jordana que sou hoje singelamente o meu muito obrigado. 
Que Deus os abençoe a todos.
“Que todo o meu ser louve ao Senhor, e que eu não esqueça nenhuma das suas bênçãos.”
Salmos 103:2
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo de apontar conjunturas em que se pode atribuir a Responsabilidade Civil do médico, acerca de erros realizados em uma cirurgia plástica, bem como o enquadramento jurídico desse profissional. 	Para um melhor entendimento da situação jurídica, buscou-se explicitar as fontes doutrinárias, visando a abrangência das aplicações da possível responsabilidade civil. Para tanto buscou-se fontes doutrinarias para um melhor esclarecimento da responsabilidade civil do cirurgião. Para tanto procurou-se discutir quando o erro médico se configura e também quando o profissional poderá ser responsabilizado por seus atos. À pesquisa penal, intercala-se a Civil já que se trata de uma relação humana e profissional, onde a parte que causar dano à outra, ficará obrigada a indenização ou reparação. Discutiu-se, também no decorrer do trabalho, se a responsabilidade do médico é objetiva ou subjetiva, ou seja, se depende ou não de culpa. Por fim o estudo discute o dano provocado pela cirurgia plástica, os julgados e entendimentos dos tribunais quanto ao seu resultado, de modo a demonstrar se a responsabilidade civil do cirurgião, procurando entender a consequente obrigação de reparar ou não o dano causado.
Palavras-chave: Responsabilidade Civil- Cirurgia Plástica- Erro Médico- Indenização.
SUMMARY
This paper aims to point out situations in which it may assign to the Medical Liability, about mistakes made ​​in plastic surgery, as well as the legal framework of this professional. For a better understanding of the legal situation, we sought to clarify the doctrinal sources, aiming the scope of the possible liability applications. For this we sought doctrinal sources to further clarifying the liability of the surgeon. For both sought to argue when the malpractice is configured and when the professional can be held liable for their actions. In the criminal search, intercalates-Civil since it is a human and professional relationship where the party causing damage to another, shall be obliged to repair or compensation. Was discussed also in this work, is the responsibility of the physician is objective or subjective, ie, dependent or not guilty. Finally the paper discusses the damage caused by plastic surgery, tried and understandings of the courts as to its outcome, in order to demonstrate the liability of the surgeon, trying to understand the consequent obligation to repair the damage or not.
Keywords: Civil-liability- Plastic Surgery- Medical Error – Compensation.
SUMÁRIO
9INTRODUÇÃO	�
101 DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA NA HISTÓRIA	�
111.1 História Da Medicina Do Brasil	�
131.2 Sistema De Saúde	�
152 RESPONSABILIDADE CIVIL: ORIGEM E PRESSUPOSTOS GERAIS	�
152.1 Conceito e Origem	�
172.1.1 Responsabilidade Penal e Responsabilidade Civil	�
172.1.2 Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva	�
182.1.3 Responsabilidade Contratual e Extracontratual	�
192.2 Pressupostos da Responsabilidade Civil	�
192.2.1 Ação ou Omissão	�
192.2.2 Imputabilidade	�
202.2.3 Dolo e Culpa	�
212.2.4 Nexo de Causalidade	�
212.2.5 Dano	�
233 DA RESPONSABILIADE CIVIL DO MÉDICO	�
233.1 O Médico	�
233.2 A Relação Medico – Paciente	�
253.3 Relação de Consumo	�
283.4 Obrigações De Meio E De Resultado	�
304 DO DANO DA CIRURGIA PLASTICA COMETIDO PELO MÉDICO E O DEVER DE REPARAÇÃO	�
304.1 Culpa Médica	�
314.1.1 Imprudência	�
314.1.2. Negligência	�
314.1.3. Imperícia	�
324.2 Reparação, Indenização e o Direito à Ação	�
35CONCLUSÃO	�
37REFERÊNCIAS	�
39ANEXO	�
�
�
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como pressuposto examinar o tema da responsabilidade civil do médico na cirurgia plástica. Justifica-se o trabalho sendo que tal ramo está cada vez mais explorado, havendo um crescimento estimável de ação a respeito do erro desse profissional.
Com o intensivo desenvolvimento da ciência médica, notadamente o da cirurgia plástica os problemas afrontados pelos médicos nos dias atuais ganharam nova significação. Contudo a busca cada vez maior de uma cirurgia plástica em nosso País é cada vez mais crescente.
Procura-se decompor o comportamento do médico em relação ao seu paciente, somando-se os deveres de sigilo, informação e ética profissional. Também busca-se compreender o comportamento do paciente já que esse muitas vezes não segue as recomendações do profissional assim não chegando ao resultado esperado. 
Tal situação serviu como impulso para realização deste trabalho por abordar tema de extrema relevância sobre atividades sociais seja para médicos, estudiosos do direito ou leigos em geral.
Nos dias atuais, cada vez mais se enxerga a necessidade de explicações sobre cirurgias plásticas por parte dos profissionaisque a fazem e principalmente por parte dos pacientes. As responsabilidades e consequências dos atos exercidos pelos médicos ganham evidente relevância quando analisadas no processo do ordenamento jurídico. Por isso, o trabalho apresentado é extremamente oportuno frente às novas necessidades trazidas pelo ramo da cirurgia estética. E os que se preparam para exercer uma carreira jurídica voltada para a ciência médica terão mais esse instrumento como fonte de conhecimento das normas existentes em relação à matéria.
O presente trabalho também pretende ser um auxiliar nos estudos da ciência jurídica, em seus diversos aspectos, dando relevo às discussões de caráter doutrinário e procurando demonstrar os aspectos relevantes das diversas situações que possam surgir da relação estabelecida entre o médico e o paciente.
1 DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA NA HISTÓRIA
A palavra medicina se refere à arte de curar, aliviar a dor, prevenir doenças, de remediar um mal e tem sentido de socorro. A medicina trata-se de uma área de conhecimento, prática e reparação da saúde que tem por finalidade prevenir e curar doenças. A medicina é baseada em aproximar a ciência da prática por meio do uso de recurso cientifico, pesquisando por intermédio de técnicas e estudos para executar o melhor diagnóstico para o paciente.
Desde o aparecimento da vida humana na terra já havia as primeiras manifestações de doenças. Na idade paleozóica inúmeros acontecimentos como fraturas, cáries dentárias e doenças parasitárias já acompanhavam a raça humana. (CASTIGLIONI, 1947)
Como ensina Castiglioni (1947, p.121), “Os Índios eram especialmente hábeis em cirurgia, faziam uma grande limpeza de feridas e usavam suturas, cautérios estípticos e cataplasmas. Colocavam os ossos fraturados entre telas e reduziam luxações”.
A medicina esteve presente nas tribos indígenas onde havia o curandeiro que executava-se de vários métodos para aliviar a dor do corpo físico. Os povos antigos sugeriam também tratamentos naturais como as plantas, pois eles acreditavam que ajudaria no tratamento e levaria a cura (AGUIAR, 2010).
A medicina mágica que significa forças supernaturais, crenças, orações e ritos que tinha o poder de modificar o ato hostil das pessoas, era muito utilizada por aqueles povos que eram afastados da civilização, atrás de um feiticeiro que era considerado um médico inteligente e hábil. (CASTIGLIONI, 1947)
Segundo Oliveira (1981), a medicina estabeleceu, como ciência, na Grécia, por meio de Hipócrates que é considerado o “pai da medicina”, e que viveu entre os anos 460 a 377 A.C., além de médico era um mestre que dominava as escolas e os médicos de sua época, ele deixou grandes ensinamentos de ética e mora que são válidos até hoje.
Conforme Castiglioni traz a seguinte transcrição sobre os ensinamentos de Hipócrates na medicina:
Se tivermos a pretensão de querer avaliar a contribuição capital do maior médico de todos os tempos, parece-nos que reside em ter Hipócrates demonstrado que a doença é um processo natural, que seus sintomas são reações do organismo à doença que o principal papel da médico é ajudar as forças naturais do organismo .( 1947, p 178)
	 
Iniciador do pensamento cientifico Hipócrates procurava estudar a doença que os pacientes apresentavam para chegar a um diagnóstico, utilizando esclarecimento sobrenaturais apesar de toda limitação de conhecimento daquela época.
Durante a Idade Média surgiu um dos acontecimentos mais importante e significativos na história da medicina, a formação da grande escola de Salerno. Nesta instituição de ensino juntava todas as grandes correntes do pensamento médico da época.
Nessa linha, assevera o precitado autor que:
Sem se saber ao certo a data em que um centro de ensino e de exercício da medicina ai se constituiu, o fato é encontrar-se nessa região por volta do século X, e com mais segurança no século XI, um conjunto de mestres, discípulos e escritos dedicados a assuntos médicos. (OLIVEIRA, 1981, p 147)
A medicina conforme com sua evolução sempre manteve relações com as correntes filosófico-religiosas, e durante a Idade Média permanecia essa mesma ligação com o cristianismo. (CASTIGLIONI, 1947)
A evolução da medicina não parou, pois conforme o tempo foi passando a luta do homem contra a morte entrou em uma nova fase cada vez mais moderna e exigindo cada vez mais dos conhecimentos e habilidade dos médicos.
No ano de 1865, iniciou-se uma nova era, pois Louis Pasteur aduziu que as causas de infecções eram acarretadas através dos seres vivos. Foi ele que inventou o processo utilizado em alimentos para destruir microrganismos, esse procedimento é reconhecido como pasteurização, com o avanço de Pasteur melhorou a qualidade de vida dos humanos, dando a origem à conservação dos remédios, admitindo assim, que os produtos pudessem ser transportados sem sofrerem decomposição. (GEISON, 2002)
1.1 História Da Medicina Do Brasil
A medicina no Brasil surgiu através das benzeduras, rezas e bruxarias conforme o autor Gondra (2004), que informa: até 1808, a medicina aqui praticada era aquela oriunda dos povos que aqui chegaram em 1500 e nos séculos subsequentes, incorporada as práticas de cura dos povos indígenas que aqui viviam.
 No período Colonial a cidade do Rio de Janeiro era empregada como uma província de experimentos de remédios, embora D. João VI tenha enviado médicos considerado bons para assim finalmente curar as pessoas hostis, esses próprios médicos usavam as técnicas de medicina popular as quais já eram empregadas pelos povos indígenas. (GONDRA, 2004)
Nesse período no Brasil não havia Faculdade de Medicina e as pessoas que desejavam estudar eram obrigados a ir estudar em uma cidade portuguesa chamada Coimbra, Portugal. O grande marco da medicina no Brasil foi dado pela Academia Nacional de Medicina, foi fundada em 1829 pelo Dr. Joaquim Cândido Soares de Meireles, seu segundo nome foi Sociedade de Medicina. Em seguida foi nomeada Academia Imperial de Medicina. (NAVA, 2003)
No século XIX havia os curandeiros, embusteiros, feiticeiros, mães-de-santo, raizeiros e pajés que acreditavam que suas crenças e métodos ajudavam na prevenção ou até mesmo na cura das pessoas que se encontravam em enfermos. Assim utilizavam os métodos dos índios, negros que aplicavam recursos como plantas medicinais, amuletos entre outros. Já nesse século surgiram os hospitais de misericórdia e as casas de enfermaria que atendia somente através de ordens. Nesse período já havia começado a se manifestar as doenças infectocontagiosas, como catapora, gripe, sarampo, tuberculose entre outras. (NAVA, 2003)
No Entendimento de Ribeiro (1997), havia a necessidade emergencial de atendimento como uma terapêutica, na qual corpo, espírito, santos, e medicamentos eram inseparáveis.
Segundo Nava (2003), havia uma verdadeira panóplia de santos no apelo de curas nas práticas populares que unificavam medicina e religiosidade.
Sob esse mesmo assunto, faz-se importante transcrever uma passagem, que diz:
Os remédios dessa medicina, mesmo aqueles que agem por via natural, são ministrados com um cerimonial de mistério e de magia, que aos olhos do povo só pode aumentar seu valor e suas eficácias [...] onde o gosto por essa mistura do humano com o divino está patenteado nas invocações, nas preces simples ou seguidas de imposições manuais e de gestos de esconjuro; no rudimento de atos sacrificiais praticados sobre animais vivos; no esboço de penitência e castigo buscados no remédio estercorário e imundo, que acompanham a administração corriqueira de suadouros; de purgas de velame e de jalapa; de infusos, cozimentos e tinturas de jatobá, pinhão, aroeira e pimenta; de fórmulas contendo o tártaro para o paludismo e o mercúrio para a sífilis. (NAVA, 2003, p. 179).
Com a evolução da medicina em 1808 foi assinado por D João VI, o documento onde autorizava a criar a escola de Cirurgia no Estado da Bahia (atualmente Universidade Federal da Bahia- UFBA), foi nesse período que designouo inicio da liberdade cientifica, cultural e do ensino da medicina no Brasil. (RIBEIRO, 1997)
Sistema De Saúde 
O sistema de saúde é bastante complexo e está frequentemente mudando, assim composto de relações políticas, econômicas e institucionais responsáveis pela direção dos métodos relacionado à saúde de uma determinada sociedade que é efetivada por organizações, regras e serviços que se destinam atingir resultados para poder chegar a uma compreensão da saúde perante a sociedade. (GIOVANELLA, 2013)
Através do sistema de saúde podemos verificar como suas estruturas estão errando ou sendo bem sucedidas a fim de promover a saúde, garantindo a melhoria das condições perante a sociedade e os cuidados com as pessoas para aliviar o seu sofrimento.
O sistema que destinou a mudança do processo social no Brasil é o Sistema Único de Saúde (SUS) que garante a atenção à saúde, ou seja, cuidados com a saúde, incluindo atenção básica e especializada, ações e serviços de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação de toda a sociedade. Criado em 1988 pela Constituição Federal brasileira, para ser o sistema de saúde de toda a população, abrangendo desde o simples atendimento ambulatorial até transplante de órgãos, garantindo acesso gratuito, integral e universal. (MENDONÇA, 2013)
A Constituição brasileira de 1988 diz que a saúde é direito de todos e dever do Estado, sendo assim isso deve ser garantido por politicas sociais e econômicas diminuindo o risco de doenças, oferecendo serviços para a recuperação da saúde, dessa maneira a saúde deve ser entendida como qualidade de vida e não apenas como ausência de doença. Contudo por motivo das mudanças serem mais demoradas, pois exigem decisões mais complicadas para colocar em prática, uma vez que não esta sendo cumprindo o que a lei prevê em razão dos profissionais e até mesmo o governo não estarem preparados ou não estando de acordo com as mudanças previstas e deixando, assim, de implementa-las. (GIOVANELLA, 2013)
Desse modo Giovanella fala sobre o relacionamento do sistema de saúde e a sociedade:
[...] ao longo do tempo, os valores sociais sobre a proteção, sobre a saúde, ou seja, a forma como a sociedade concebe a saúde e o risco de adoecer e como trata os problemas relacionados ao processo saúde- enfermidade. A proteção à saúde será tanto mais ampla quanto mais a sociedade entender a saúde como um problema coletivo, não de cada individuo ou família, mas de todos os cidadãos. (2013, p.91).
Como sabemos a doença é um risco que todos os seres humanos estão sujeitos em sua vida, mesmo contra a sua vontade. Assim o bem-estar de cada indivíduo é fundamental, como as condições de saúde que tem sua participação integral perante a sociedade, desse modo, não podemos tratar a saúde como um objeto de benefício conforme as condições de cada cidadão, deve ser compromisso do Estado. (BERTOLLI FILHO, 2004)
O sistema público de saúde surgiu por iniciativa de organizações de trabalhadores e partidos políticos, que elaboraram sociedades de socorro mútuo, ou seja, sociedades voluntárias que contribuíam para beneficio individual de cada contribuinte em caso de necessidade, através dessa contribuição voluntária essas associações adquiriam recursos financeiros em caso de perda de salário por doenças, para pagar o médico que prestava seus serviços. (MENDONÇA, 2013)
Sobre esse assunto Giovanella transcreve: 
Sociedades mútuas também foram criadas por iniciativa de indústrias para a proteção de seus trabalhadores e em alguns casos por governos locais. Frequentemente, essas associações foram a base organizacional para nascentes movimentos de trabalhadores [...] Em países como a Alemanha, foram criadas entidades mútuas como forma de burlar legislação autoritária que proibia a organização dos trabalhadores e deram origem a sindicatos (2013, p.95).
A decisão do governo em meados do século XIX, para verificar a vida social e conduzir as sociedades de ajuda mútua marcou a primeira legislação no processo histórico de constituição dos sistemas públicos de saúde. Em 1988 só era concebido o sistema público para quem contribuía para a previdência social e quem não tinha recurso financeiro dependia de caridade e da filantropia. Esse mesmo sistema era centralizado e de responsabilidade federal. Atualmente o Sistema Único de Saúde (SUS) é descentralizado, municipalizado e é para todos, sem discriminação. (BERTOLLI FILHO, 2004)
Podemos então observar que o sistema público de saúde admitiu uma visão abrangente de sistema associando com o desenvolvimento da proteção social em diferentes momentos históricos. 
A prestação de serviços é um dos propósitos do sistema de saúde, que visa melhorar o desempenho dos sistemas para poder melhorar as condições de saúde da sociedade. Existem várias formas de especificar a prestação de serviços, a mais comum é a dificuldade de atenção, após isso vêm os serviços específicos. (GIOVANELLA, 2013)
2 RESPONSABILIDADE CIVIL: ORIGEM E PRESSUPOSTOS GERAIS
2.1 Conceito e Origem
O conhecimento de não prejudicar outra ideia que está relacionada à responsabilidade civil. A responsabilidade pode ser determinada como a aplicação de medidas que obriguem alguém a reparar as lesões causadas ​​a terceiros em razão de sua ação ou omissão.
Nas palavras de Stoco:
A noção da responsabilidade pode ser haurida da própria origem da palavra, que vem do latim respondere, responder a alguma coisa, ou seja, a necessidade que existe de responsabilizar alguém pelos seus atos danosos. Essa imposição estabelecida pelo meio social regrado, através dos integrantes da sociedade humana, de impor a todos o dever de responder por seus atos, traduz a própria noção de justiça existente no grupo social estratificado. Revela-se, pois, como algo inarredável da natureza humana. (2007, p.114).
Segundo Rodrigues (2003, p.6), “A responsabilidade civil é a obrigação que pode incumbir uma pessoa a reparar o prejuízo causado a outra, por fato próprio, ou por fato de pessoas ou coisas que dela dependam”.
O termo responsabilidade Civil, conforme a definição de Pinheiro é:
Dever jurídico, em que se coloca a pessoa, seja em virtude de contrato, seja em face de fato ou omissão, que lhe seja imputado, para satisfazer a prestação convencionada ou para suportar as sanções legais, que lhe são impostas. Onde quer, portanto, que haja obrigação de fazer, dar ou não fazer alguma coisa, de ressarcir danos, de suportar sanções legais ou penalidades, há a responsabilidade, em virtude da qual se exige a satisfação ou o cumprimento da obrigação ou da sanção. (2010, p. 642).
No direito atual, a tendência é de não deixar a vítima de atos ilícitos sem ressarcimento, de forma a restaurar seu equilíbrio moral e patrimonial. 
Conforme o entendimento de Bittar:
O lesionamento a elementos integrantes da esfera jurídica alheia acarreta ao agente a necessidade de reparação dos danos provocados. É a responsabilidade civil, ou obrigação de indenizar, que compele o causador a arcar com as consequências advindas da ação violadora, ressarcindo os prejuízos de ordem moral ou patrimonial, decorrente de fato ilícito próprio, ou de outrem a ele relacionado. (1999, p. 561).
No na definição etimológico e também no sentido legal, a responsabilidade está ligada à ideia de consideração, de encargo e obrigação. No entanto, é importante apontar a obrigação de responsabilidade. A obrigação é sempre um dever jurídico originário; responsabilidade é a é uma obrigação jurídica sucessiva consequente à violação do primeiro. (CAVALIERI FILHO, 2012)
A responsabilidade civil é assunto vivo e eficaz, que constantemente se revigora para que cada vez que houver novas teorias jurídicas, a fim de atender às necessidades sociais. A responsabilidade civil é institucional ao direito civil que teve um desenvolvimento nos últimos cem anos. Este instituto lidou com um desenvolvimento multidimensional, considerando-se que a ampliação tomou como sua história, seus fundamentos, sua áreade incidência e sua profundidade. (THEODORO JUNIOR, 2000)
O conceito de responsabilidade é ressarcir o dano causado ilicitamente, sempre houve pelo fato de ser natureza humana. O método de reparação deste dano, no entanto, foi se modificando ao longo do tempo, sofrendo uma evolução. (CAVALIERI FILHO, 2012)
A origem da instituição da responsabilidade civil do Direito Romano, e com base em uma compreensão de vingança individual, ou seja, uma revanche pessoal, sendo uma forma simples, mas compreensível do ponto de vista humano como reação pessoal autêntico contra o mal sofrido. (GONÇALVES, 2008)
Mesmo após o aparecimento da Lei das XII Tábuas, que foi um marco do Direito Romano, ainda era admissível identificar a chamada Pena do Talião, que traz o princípio “Olho por olho, e dente por dente”.
Ao longo do tempo à aplicação da pena de morte, no entanto, está agora marcado pela intervenção do poder público, o que poderia aceita-la ou coibir.
Após, ao vigor da Lei das XII Tábuas, se deu o inicio do período de composição tarifado, onde a própria lei determinou o quantum para a compensação, ou seja, o quantum para indenização, que regulamenta o caso concreto.
Nas palavras de Lima (1999, p.21), “é a reação contra a vingança privada, que é assim abolida e substituída pela composição obrigatória”.
O maior desenvolvimento do instituto ocorreu com o advento da Lex Aquilia, que deu origem a denominação da responsabilidade civil delitual ou extracontratual, que é também classificada como responsabilidade aquiliana. (DINIZ, 2012)
Esta legislação destacou-se por ocasionar a substituição da multa fixa por um aparo proporcional ao dano causado.
O intitulado dammun injuria datum, regulado por esta lei, definia o crime praticado por alguma pessoa que danificasse a outrem, injustificadamente, por dolo ou culpa, tanto física como materialmente. 
Na jurisprudência da época, como ensina Rodrigues:
A indenização permanecia substituindo o caráter da pena, sendo que os textos relativos a ações de responsabilidade se espraiaram de tal forma que, em ultimo grau do direito romano, já não mais faziam menção apenas aos danos materiais, mas também aos danos morais. (2003, p. 26)
Na legislação francesa, mais precisamente no Código Civil de Napoleão, a culpa foi inserida como pressuposto da responsabilidade civil aquiliana, sendo influencia de várias legislações, até para próprio o Código Civil Brasileiro de 1916. (GONÇALVES, 2012)
Contudo, esta teoria da culpa citada pela legislação francesa não foi aceitável para regular todos os acontecimentos concretos ao longo do tempo, o que fez aparecer outras teorias. Tais teorias são auxiliadas em diversas legislações mundiais, sem, fazer desaparecer completamente a teoria clássica da culpa, o que adveio o Código Civil brasileiro.
2.1.1 Responsabilidade Penal e Responsabilidade Civil
	A responsabilidade pode ser considerada como civil ou como penal. Nas duas situações há a infração de uma pratica. Contudo, na penal o sujeito desobedece a um dever de direito público, contravindo a ordem social como um todo e a reação da sociedade é revelada através da pena. Já na civil, a importância é o privado e, não o público. A conduta do sujeito pode não ter infringido uma norma de ordem pública, porém, já que sua posição produziu dano a alguém, o autor do dano tem a obrigação de compensa-lo. (GONÇALVES, 2012)
2.1.2 Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva
	Segundo Stoco (2007), a responsabilidade civil também pode ser subjetiva ou objetiva. A inicial é baseada na teoria da culpabilidade, que considera a culpa como base de fundamento da responsabilidade civil. Se não há culpa, não há encargo de responsabilidade. Desse modo, a prova da culpa é essencial para que a perda seja indenizável. Assim, a vítima somente terá beneficio à retaliação do dano se provar a culpa do atuante. 
	Conforme Stoco:
Denomina-se responsabilidade civil subjetiva aquela causada por conduta culposa lato sensu, que envolve a culpa stricto sensu e o dolo. A culpa (stricto sensu) caracteriza-se quando o agente causador do dano praticar o ato com negligencia ou imprudência. Já o dolo é a vontade conscientemente dirigida à produção do resultado ilícito. (2007, p.114).
Já a segunda para Cavalieri Filho (2012), é baseada na falta de consideração do fator culpa, para determinar a responsabilidade civil. Á responsabilidade Subjetiva não necessita de culpa, pois se satisfaz com a perda ou dano e a coesão de causalidade. Essa responsabilidade tem como apoio a teoria do perigo que implica que todo dano gera ressarcimento, independentemente de culpa. Portanto, a culpa do atuante não precisa ser confirmada para que ele tenha que reparar o dano ocasionado.
Segundo Cavalieri Filho (2012, p.137), “Todo prejuízo deve ser atribuído ao seu autor e reparado por quem o causou independente de ter ou não agido com culpa. Resolve-se o problema na relação de nexo de causalidade, dispensável qualquer juízo de valor sobre a culpa”.
2.1.3 Responsabilidade Contratual e Extracontratual
	Dentro da responsabilidade civil deparamos com duas linhas que dividem o estudo desse conteúdo em reponsabilidade civil contratual e responsabilidade civil extracontratual. A responsabilidade ocorrerá em qualquer situação onde um indivíduo deverá se responsabilizar pela ação praticada, desta forma todo ato humano que causar prejuízo a outrem constitui a obrigação de indenizar.
 	Para Diniz (2012, p.276): “resulta, portanto de ilícito contratual, ou seja, de fala de adimplemento ou da mora no cumprimento de qualquer obrigação”.
	A responsabilidade contratual poderá ser ampliada a terceiros atingidos, respeitando os limites da indenização que se refere nos artigos. 389 e 395 do Código Civil, fundamentadas na adimplência da obrigação, sua concretização é favorável processualmente devido à existência precedente de um contrato ligado entre as partes. (DINIZ, 2012)
Quando o parecer jurídico violado, aparecer assentado numa convenção ou contrato, a responsabilidade civil será contratual. 
Como ensina Cavalieri Filho (2012, p.16): “Se preexistir um vínculo obrigacional, e o dever de indenizar é consequência do inadimplemento, temos a responsabilidade contratual, também chamada de ilícito contratual ou relativo”.
	Entretanto por outro lado, será extracontratual quando o ato pré-fixado desrespeitado não tiver como alicerce uma coexistência, mas por encaminho uma norma imposta pelo o direito. 
	Na responsabilidade extracontratual a obrigação jurídica infringida não está previsto em nenhum contrato e em nenhuma relação jurídica anterior entre o lesante e a vítima.
A diferença entre responsabilidade contratual e extracontratual se caracteriza para Gonçalves (2012, p. 16): “Na responsabilidade extracontratual, o agente infringe um dever legal, e , na contratual, descumpre o avençado, tornando-se inadimplente”.
A responsabilidade do Médico começa a partir do momento em que o profissional se coloca a disposição do paciente. Assim inicia um vínculo podendo ser contratual ou extracontratual; contratual quando acontecer uma prestação de serviço por escrito, verbalmente ou tacitamente; extracontratual é quando o médico interfere em uma situação de urgência para dar assistência ao paciente. Muitas vezes a responsabilidade do médico é sem formalidade, ou seja, acontece de maneira natural e verbalmente.
2.2 Pressupostos da Responsabilidade Civil
	Segundo Stoco (2007), a ação ou omissão, nexo causal e dano são pressupostos elementares para a existência da responsabilidade civil. Quando houver falta de um desses elementos, a ação de responsabilizar ou indenizar se torna inexistente, salvo da responsabilidade objetivo, onde o fator culpa não se analisa.
	Caracterizado no Código Cível brasileiro que define o ato ilícito em seu artigo 186, “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”.
2.2.1 Ação ou Omissão
	ParaCavalieri Filho (2012), o nascimento da responsabilidade cível se destaca na conduta humana voluntaria em desanexo a ordem jurídica. A voluntariedade está no intímo humano, ou seja, a livre escolha do agente irresponsável, com o livre arbitro de consciência de sua escolha. Entretanto que o sujeito for coagido por outro, e este efetuar o tal ato, este não pode ser considerado uma conduta humana.
	Esta conduta pode ser negativa ou positiva. Negativa na ação de não fazer e positiva na ação de fazer. Para tanto a responsabilidade civil é resultado de obra própria, de ato de terceiro que responsabiliza sob os cuidados do agente. (CAVALIERI FILHO, 2012)
2.2.2 Imputabilidade
	Cavalieri Filho afirma que a imputabilidade:
[...] é atribuir a alguém a responsabilidade por alguma coisa. A imputabilidade é o conjunto de condições pessoais que dão ao agente capacidade para poder responder pelas consequências de seus próprios atos. Imputável é aquele que podia e devia ter agido de outro modo. Desse modo, não há como responsabilizar alguém pela prática de um ato danoso, se no momento da prática do ato, o agente tem não capacidade para compreender o caráter reprovável de sua ação [...] (2012, p.28)
	A imputabilidade é de grande importância para identificar a responsabilidade do agente. Assim determinar que o agente imputável se caracteriza por aquele que é capaz de realizar e entender sua conduta realizada , salvo os considerados mentalmente incapazes ou menores de dezesseis anos. (BITTAR, 1999)
2.2.3 Dolo e Culpa
	Quando o agente agir por querer, com a finalidade de provocar dano, consistira por si em dolo. Entretanto haverá culpa quando o agente causador sem que se tenha intenção originar o dano.
Conforme Diniz:
 A culpa em sentido amplo, como violação de um dever jurídico, imputável a alguém, em decorrência de fato intencional ou de omissão de diligência ou cautela, compreende o dolo, e a culpa em sentido estrito, caracterizada pela imperícia, imprudência ou negligência, sem qualquer deliberação de violar um dever. (2012, p.331).
O dolo e a culpa existem conduta facultativa do individuo, porém no dolo a conduta já surge ilícita, assim nesse caso há vontade de concretizar o resultado, o agente quer praticar a conduta visando o resultado, enquanto a culpa já surge lícita podendo se tornar ilícita conforme for afastando os exemplos adequados, nesse caso de culpa o individuo só pratica a ação sem visar o resultado que só ocorreu por falta de cuidado. (CAVALIERI FILHO, 2012)
A culpa se define em uma conduta ostensiva, que envolve atitudes e atos quando há negligência, imprudência e imperícia. Assim é fundamental verificar se o individuo agiu com culpa civil, pois para adequar-se a indenização não é necessária à apuração do grau que foi praticado o dolo ou a culpa.
Nesse sentindo estabelece o art.944 do Código Civil que “a indenização mede-se pela extensão do dano”.
 Cavalieri Filho instrui sobre a culpa uma acepção abrangente:
A conduta culposa do agente erige-se, como assinalado, em pressuposto principal da obrigação de indenizar. Importa dizer que nem todo comportamento do agente será apto a gerar o dever de indenizar, mas somente aquele que estiver revestido de certas características previstas na ordem jurídica. A vítima de um dano só poderá pleitear ressarcimento de alguém se conseguir provar que esse alguém agiu com culpa; [...] (2012, p.30).
Os elementos do dolo é a representação do resultado, ou seja, tem previsão do resultado, assim o individuo tem o conhecimento da sua ilegalidade. Desta forma o agente poderia agir de forma adversa, porém almeja praticar o delito, nesse caso é necessário que tenha presumido o resultado.
2.2.4 Nexo de Causalidade
Para Vieira (2000), o nexo de causalidade é um contexto importantíssimo da responsabilidade civil. É uma pratica que existe entre o fato causado pelo agente e o dano sofrido pela vitima. 
O nexo de causalidade é a analogia de causa e a resultado entre ação praticada e o efeito. Para se puder distinguir-se a responsabilidade civil do agente, não consiste que o mesmo tenha cometido um procedimento ilícito, e nem mesmo que a vítima tenha sofrido uma lesão. É indispensável que o dano tenha sido conduta ilícita do atuante e que tenha entre ambos uma necessária relação de causa e efeito. (VIEIRA, 2000)
Segundo Diniz (2012), o nexo de causalidade é condição efetiva para qualquer espécie de responsabilidade, muito diferente do que acontece com a culpa, que se faz presente na responsabilidade objetiva.
2.2.5 Dano
	O dano é um requisito fundamental na responsabilidade civil. São prejuízos, e lesões podendo ser material, moral ou até mesmo estético, causado por alguma pessoa a outrem.
	Sem dano não existe a responsabilidade civil. Com a falta desse elemento a responsabilidade á indenização é inexistente. Para tanto, seja qual for à origem da responsabilidade (contratual ou extracontratual; subjetiva ou objetiva) o dano é indispensável para sua interpretação. (COELHO,2005)
	Assim o dano estético, assunto do presente estudo, apareceu com o desmembramento do dano que esta ligado as deformidades físicas de acordo com Cavalieri Filho (2012, p.123), “casos de marcas e outros defeitos físicos que causem a vítima desgosto ou complexo de inferioridade”.
	No mesmo sentido também o autor Cavalieri Filho transcreve (2012, p.124) “o dano estético não passa de aspecto do dano moral, em razão de sua gravidade e da intensidade do sofrimento, que perdura no tempo, o dano oral deve ser arbitrado em quantia mais expressiva quando a vitima sofre deformidade física”.
Portanto o dano é o prejuízo que a vitima sofre em virtude de uma omissão ou ação do agente causador.
Conforme o artigo 944 do Código Civil “a indenização mede-se pela extensão do dano”.
3 DA RESPONSABILIADE CIVIL DO MÉDICO
3.1 O Médico
O médico é um profissional com habilitação universitária para o cumprimento da medicina, obtida por uma certificação do ministério da Educação e Cultura. 
	Segundo Theodoro Junior (2000), no século XIX, o médico era considerado um amigo familiar que servia para dar conselhos à família. Contudo esse âmbito de convivência, por parte, profissional era bastante comum e confiável.
	Segundo Venosa (2012, p.134) “O médico, em sua arte, deve ser conhecedor da ciência para dar segurança ao paciente”.
	Nos dias atuais as circunstancias anteriores modificaram um tanto quanto. As padronizações das relações foi um circunstancial que distanciou o médico de seu paciente. O profissional que antes era visto como um amigo de família, hoje, se tornou um prestador de serviço à comunidade, baseado em uma sociedade consumista, informada cada vez mais por seus direitos e incontestáveis a resultados finais cada vez mais proeminentes. (VIEIRA,2000)
3.2 A Relação Medico – Paciente
	Conforme Venosa (2012), o médico não pode garantir a cura, ou seja, o resultado. O profissional tem a obrigação de utilizar de todos os métodos e técnicas possíveis para curar o paciente, na maior parte dos procedimentos a obrigação do médico é de meio, só será de resultado como assegura a cirurgia plástica.
	Para Theodoro Junior (2000), quando se entra em um consultório de um profissional médico e se senta frente a frente, o paciente está diante de um contrato pré-estabelecido entre médico e paciente. Não é muito diferente quando um cidadão entra em um hospital e é atendido por um médico.
	Portanto de acordo com a lei, o profissional médico está inserido como prestador de serviços e está sujeito a pareceres do Código de Defesa do Consumidor. (GONÇALVES, 2008)
	Entretanto, a relação medico-paciente não pode ser estabelecida como uma relação comercial. O profissional da medicina ao exercer sua função, cumpre também uma atividade social, tentando executar o melhor de seu conhecimento para o bem estar do paciente. (VIEIRA, 2000)
	Segundo Venosa (2012), o médico tem a obrigação de orientar e diagnosticar,ou seja, para comunicar o real estado de saúde de seu paciente. A confiabilidade e transparência são de real importância para essa afinidade. Além disso, o médico deve exercer a sua profissão com extrema cautela evitando erros muito graves no decorrer de suas atividades. No entanto, o paciente deve adotar integralmente as diretrizes previamente estabelecidas por seu médico sem se sucumbir de remédios por pessoas leigas no assunto.
Por muito tempo, houve discussão sobre a responsabilidade legal do médico, se era contratual ou extracontratual. Atualmente, não há dúvida de que a responsabilidade médica é contratual e subjetiva. Sendo contratual, porque há uma relação de consumo entre médico e paciente, isto é, o médico é um prestador de serviços e o paciente é o que recebe tais serviços. E é subjetiva, porque a responsabilidade exige a prova de culpa por parte do paciente e seus familiares em caso de negligência, imprudência ou falta de médico. (DIAS, 1997)
A responsabilidade médica é muito delicada, uma vez que o médico tem em suas mãos a vida de uma pessoa. O papel do médico é curar e tratar as doenças que abrange a propriedade legalmente protegidas, como a vida, a integridade física, e a honra. 
Como ensina Vieira (2000, p.148) “Profissão que penetra na intimidade da vida do indivíduo e se estende à coletividade, necessita de um grande apoio jurídico que lhe dê segurança e garantia no exercício de sua atividade”.
De acordo com a autora Vieira (2000, p 152) “Não existe no momento, no mundo inteiro, outra profissão mais visada pela lei que a medicina, chegando a ser uma das mais difíceis de exercer sob o ponto de vista legal”. 
O Código de Defesa do Consumidor, no seu art. 14, §4º demonstra a culpa como pressuposto da responsabilidade no caso de profissionais, tais como médicos. Assim, a responsabilidade dos profissionais liberais, entre eles médicos, caracteriza uma ressalva ao princípio da responsabilidade objetiva nas relações de consumo. No entanto não envolve nessa ressalva pessoas jurídicas. Por exemplo: um médico que presta serviço à um hospital responderá somente ele por culpa , à medida que o hospital responderá por responsabilidade civil do hospital sendo objetivamente.
Para que a responsabilidade por danos causados ​​ao paciente em razão do desempenho profissional seja disposta, deve haver evidências de que o evento danoso ocorreu devido ao descuido, ou seja, imprudência, negligência ou imperícia, resultando em um erro grosseiro pelo médico. Assim, em casos de lesões e sequelas decorrentes da má atuação do médico, é fundamental para a prova de responsabilidade profissional.
Além disso, o prontuário médico é um documento de muita importância e influência, pois, quando se discuti uma falha médica, o prontuário se exibe como peça fundamental para esclarecimento dos fatos. 
Segundo o artigo 69 do Código de Ética Médica, o médico tem a obrigação de preencher corretamente o prontuário do paciente, podendo o paciente consulta-lo conforme seu direito. Na falta do prontuário o médico pode ser julgado culpado. 
Segundo o art.27 do Código de Defesa do Consumidor, o limite para o paciente, ou seja, a vítima do erro médico, adentrar com uma ação indenizatória em face do médico culpado por lesões derivada da prestação de serviços é de cinco anos a expor da ciência do acontecimento danoso. 
A responsabilidade se torna ausente, quando os médicos utilizam todos os procedimentos necessários aconselhados pela ciência médica no caso tratado. Desse modo, quando o médico aplicando os recursos científicos indicados, agindo com atenção e cautela, e utilizando corretamente o seu conhecimento, não se pode falar em culpa. (STOCO, 2007)
Além disso, o acordo de prestação de serviços médicos depende apenas do que foi combinado entre as partes, ou seja, depende da comunicação entre o médico e seu paciente. Assim, o contrato médico não é caracterizado um contrato de adesão.
Conforme o Artigo 54 do Código dos Direitos do Consumidor define:
Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenhas sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor para discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
Assim também define Pinheiro como: 
Contrato de adesão é o negócio jurídico no qual a participação de um dos sujeitos sucede pela aceitação em bloco de uma série de cláusulas formuladas antecipadamente, de modo geral e abstrato, pela outra parte, para constituir o conteúdo normativo e obrigacional de futuras relações concretas. (2001 p. 128).
O contrato médico feito com o seu paciente pode causar obrigações de meio ou obrigações de resultado. E quando houver descumprimento dessas obrigações manifesta-se à responsabilização do médico. Portanto, se o médico fracassar no cumprimento do seu dever, ou seja, no cumprimento de suas obrigações, ele poderá ser culpado. 
3.3 Relação de Consumo
O direito do consumidor é assegurado pela Constituição Federal brasileira que intercedeu para dispor alguns limites e objetivos especificando as obrigações que devem ser exercida de forma que a dignidade humana seja preservada e a justiça social seja divulgada, assim sendo, é um principio constitucional adicionado no capítulo dos princípios gerais da atividade econômica. Essa atividade econômica tem sempre o objetivo de lucrar. 
Para Andrade que se refere Maria Celina Bodin de Moraes transcreve:
O principio constitucional visa garantir o respeito e a proteção da dignidade humana não apenas no sentido de assegurar um tratamento humano e não degradante, e tampouco conduz ao mero oferecimento de garantias a integridade física do ser humano. ( 2006, p 03)
O principio da dignidade humana percorre junto com o principio da igualdade, uma vez que, a igualdade é capaz de conservar a própria dignidade humana, entretanto apesar do significado do principio de igualdade é tratar todos iguais perante a lei, conforme o art. 5º da Constituição Federal, porém as pessoas não são todas iguais. (ANDRADE, 2006)
Conforme Andrade define que:
Ora, se todos são iguais perante a lei, como compreender que a própria Constituição Federal em realidade somente afirmou que o consumidor não é igual ao fornecedor e que, por isso, merece tratamento diferenciado, para igualá-lo ao fornecedor, tendo-se limitado a tratar desigualdade o desigual na proporção da sua desigualdade. (2006, p 06)
O principio da igualdade deve sempre atentar o diferencial das pessoas, sendo legal ao legislador infraconstitucional legislar para estabelecer e promover a desigualdade, buscando a realidade como no caso do consumidor, que desfruta dos direitos que juridicamente esta acima do fornecedor.
É nessa definição que o caput do art. 4º do Código dos Direitos do Consumidor, indica as relações de consumo. Eis a redação legal:
A Politica Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo [...].
Por isso, que a Constituição Federal acrescentou a defesa do consumidor no capitulo dos direitos e garantias fundamentais, de maneira que, a dignidade humana e dignidade de consumidor deve ser mantida, sob pena deferimento constitucional fundamental. A Carta Magna também foi à defesa do consumidor alcançando condições de princípio da atividade econômica
Em seu artigo 170, V, “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observando os seguintes princípios: (...) V- defesa do consumidor; (...)”. 
A relação médico- paciente pode ser definida como uma relação de consumo, estando assim sujeito a execução das normas inclusas no Código de Defesa do Consumidor. No artigo 2º esclarece o consumidor como “toda pessoafísica ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”.
Já no artigo 3ª do mesmo código define fornecedor sendo “ toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços”.
Ainda no artigo 3º, no § 2º define o que vem a ser o serviço que “é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista”. Esta definição sobre serviço esclarece que seja qual for atividade remunerada oferecida no mercado de consumo, é atribuído como serviço.
O CDC regula sobre a responsabilidade civil nas relações de consumo, a qual estabeleceu estratégias para que o fornecedor tenha uma relação contratual onde responderá pelos prejuízos causados pela prestação de serviço ou produto que vier a provocar danos, a responsabilidade subjetiva em regra é objetiva nos casos de relação de consumo que envolve profissionais liberais.
A responsabilidade civil é procedente do fato do produto ou prestação de serviço que se encontra nos artigos 12 a 17 no CDC. O fato do produto é o defeito encontrado, conforme transcreve o § 1º do artigo 12 do CDC, “O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes entre as quais: [...]”.
No Código Civil de 1916 utilizava para aplicar responsabilidade civil a lei, desse modo à lei que estipulava o responsável pela reparação do dano e seus pressupostos. (ANDRADE, 2006)
Atualmente o Código Civil de 2002 trás várias cláusulas que compete ao juiz adequar em todas as condições, a lei não deixou de ser uma regra para ser aplicada, já que ainda existem várias normas contidas no Código, mas, no entanto não é a única forma de chegar a uma lide, pois o juiz pode intervir com alguns casos.
No art. 927 do Código Civil que reproduz: “Aquele que, por ato ilícito (art.186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigação a repará-lo”. 
Esse artigo o juiz terá que intervir analisando o grau de risco, uma vez que o preceito legal não apresenta nem uma definição de risco, cabendo ao juiz no caso concreto julgar se houve dano ou não em razão do desenvolvimento da prática de risco. Ele que vai considerar a responsabilidade aplicando as medidas cabíveis há responsabilidade civil, o juiz não poderá empregar de seus valores pessoais, deverá valer-se dos valores perante a sociedade naquele tipo de ocasião. (ANDRADE, 2006)
3.4 Obrigações De Meio E De Resultado 
De acordo com o autor Gonçalves (2012, p.190) “Diz-se que é de meio quando o devedor promete empregar seus conhecimentos, meios e técnicas para obtenção de determinado resultado, sem, no entanto responsabilizar-se por ele”.
A obrigação assumida pelo médico, como principio geral, é de meio, pois ele não promete curar ou fazer com que o paciente melhore, mas a tratar bem os enfermos prestando o seu serviço da melhor forma possível, utilizando os conhecimentos técnicos dispostos pela medicina. (VENOSA, 2012)
Assim ao prestar os serviços ao paciente o médico assume obrigação de meio, não de resultado.
 Se a intervenção médica não originou o resultado esperado, não pode considerar a ideia de descumprimento contratual. Ainda que incida a morte do paciente, não existindo negligência médica, não há como culpar o profissional pelo ocorrido. Assim, se o médico utilizou-se todas as normas técnicas necessárias para determinado caso, atuando com cuidado e fazendo tudo que estava ao seu alcance, o fracasso do tratamento não pode estimular em sua responsabilização, já que a responsabilidade civil do médico é fundamentada na seu comportamento, e não no resultado almejado. (RODRIGUES, 2003)
Se a obrigação adquirida pelo médico fosse de resultado, seriam civilmente responsabilizados, se acaso o paciente viesse a morrer.
Entretanto, existem casos em que o médico não se restringe ao acompanhamento do paciente garantindo chegar ao objetivo pretendido com todas as obrigações de cuidado. Assim sendo, a obrigação do médico constituirá em resultado, como o cirurgião plástico ao realizar uma atividade com característica embelezadora, ou seja, estética. (GONÇALVES, 2012)
Na falta do resultado desejado fica definido o inadimplemento contratual do médico. A cirurgia plástica estética é um padrão em que o médico atua com a obrigação de resultado, estando este responsabilizado pelo fato que vier incidir o descumprimento contratual, ou seja, caso o paciente não alcance o resultado de antes adequado. (CAVALIERI FILHO, 2012)
O paciente ao submeter-se ao método de cirurgias estéticas busca alcançar o melhor resultado específico, ou seja, corrigir um defeito ou um problema estético, assim, o dever do profissional é assegurar um resultado gratificante. Diferente das situações de tratamentos de enfermos ou doenças, onde o profissional deverá aplicar todo o seu conhecimento para atingir a cura, tendo sempre um objetivo de chegar a um resultado, porém, sem a obrigação de atingi-lo. (GONÇALVES, 2012) 
Nesse sentido explica Coelho:
Mas o que, decisivamente, sustenta a natureza de obrigação de meio dos cirurgiões plásticos nas intervenções motivadas apenas por razões estéticas é a presença das mesmas razões que impossibilitam os médicos das demais especialidades de assumir compromissos de resultado. (2005, p.139)
Entretanto há possibilidade de acontecer cirurgias estéticas que não poderá ser considerada obrigação de resultado, no caso de uma pessoa acidentada ou pessoas deformadas. 	
Conforme Gonçalves traz a seguinte transcrição:
O cirurgião plástico assume obrigação de resultado porque o seu trabalho é, em gera, de natureza estética. No entanto, em alguns casos a obrigação continua sendo de meio, como no atendimento a vítimas deformadas ou queimadas em acidentes, ou no tratamento de varizes e de lesões congênitas ou adquiridas, em que ressalta a natureza corretiva do trabalho. (2012, p.192)
4 DO DANO DA CIRURGIA PLASTICA COMETIDO PELO MÉDICO E O DEVER DE REPARAÇÃO
Na área de atividade médica, o aparecimento de dano estético no paciente, advindo dos procedimentos médico é muito comum, o dano pode ir de uma simples cicatriz localizada em região não apresentada no corpo até agressões mais evidentes e constrangedoras à aparência do indivíduo. As sequelas podem advir de procedimentos cirúrgicos, a exemplo da cirurgia plástica estética, até lesões por queimaduras ou decorrentes de outras causas. 
É interessante reproduzir a definição de dano estético proposta por Diniz:
O dano estético é toda alteração morfológica do indivíduo que, além do aleijão, abrange as deformidades ou deformações, marcas e defeitos, ainda que mínimos, e que impliquem, sob qualquer aspecto, um afeamento da vítima consistindo numa simples lesão desgostante ou num permanente motivo de exposição ao ridículo ou de complexo de inferioridade, exercendo ou não influência sobre sua capacidade laborativa. (2012, p.73)
4.1 Culpa Médica
O nosso Código Civil é baseado na teoria que a responsabilidade civil tem como princípios a culpa em suas diversas espécies, como: a imperícia, a imprudência e a negligência.
Segundo Diniz a responsabilidade é a obrigação de reparar um dano, ou seja, restaurar um estrago, que adveio da culpa ou de outra circunstância.
A culpa em sentido amplo, como violação de um dever jurídico, imputável a alguém, em decorrência de fato intencional ou de omissão de diligência ou cautela, compreende o dolo, e a culpa em sentido estrito, caracterizada pela imperícia, imprudência ou negligência, sem qualquer deliberação de violar um dever (2012, p. 331).
Assim, a culpa não abrange apenas o ato livre e consciente da atividade de vontade, assimcomo o médico não deixou de ser penalizado por não perceber seu ato nem medido as suas consequências. A culpa em suas distintas modalidades pode ser considerada como grave, quando há negligência do agente, quando a lesão poderia ter sido evitada com cuidados adequados. Observa-se que, embora haja diferenças doutrinárias, para a maioria dos legistas a importância da culpa não tem influência sobre a recuperação de danos. (LIMA, 1999)
4.1.1 Imprudência
A imprudência é a responsabilidade de quem age, ou seja, o agente culpado resolve afrontar desnecessariamente o perigo agindo de forma descuidada esquecendo-se dos cuidados necessários para alcançar o pretendido que é a saúde do paciente.
Para Capez, que menciona o também doutrinador Magalhães Noronha define:
A imprudência tem forma ativa. Trata-se de um agir sem cautele necessária. É forma militante e positiva da culpa, consistente no atuar o agente com precipitação, insensatez ou inconsideração, já por não atentar para a lição dos fatos ordinários, já por não perseverar no que a razão indica. (2011, p.233).
4.1.2. Negligência
A negligência é um deixar de empenhar certa diligência, ou seja, deixar de praticar atos necessários, um desleixo, preguiça, desatenção. A culpa é omissiva, ou seja, deixa de praticar os cuidados adequados antes de agir, isto é a falta de cumprimento do dever de cuidado. 
Sob o conceito de responsabilidade pela culpa costuma também abrange-se a hipótese da chamada negligência. Esta surge quando a produção ou o não impedimento de um evento (resultado), indesejável segundo a ordem jurídica, é proibido, mesmo que não tenha sido efetivamente previsto ou intencionalmente visado pelo individuo através de conduta ele foi produzido ou não foi evitado.
Um exemplo que se configura é quando o profissional deixa de observar os deveres atribuídos ou quando o doente é abandonado nas mãos de pessoas inexperientes. Assim, a negligência é sempre antes do inicio da ação onde o negligente deixa de aplicar as cautelas que deveria. (CAPEZ, 2011)
4.1.3. Imperícia
A imperícia que significa inexperiente, ou seja, não hábil. É a inaptidão ou falta de habilidade especifica para a realização de uma atividade técnica ou cientifica. Se um médico não tem conhecimentos específicos ele não pode realizar uma cirurgia, se acaso ele vier a fazer a cirurgia e causar dano ao paciente é um exemplo de imperícia profissional. (CAPEZ, 2011)
Conforme Capez:
Consiste na incapacidade, na falta de conhecimento ou habilidade para o exercício de determinado mister. Exemplos: médico vai curar uma ferida e amputa a perna, atirador de elite que mata a vitima, em vez de acertar o criminoso etc. (2011, p.233)
4.2 Reparação, Indenização e o Direito à Ação
São elementos de ação para reparar qualquer natureza de dano moral, independentemente de suas dimensões, ou suas projeções. No caso de lesão cabe ao médico tomas as medidas necessárias tendo em vista, a satisfação da restauração, ou seja, do conserto. É contra o médico que realizou o dano que deve incidir o ônus ou encargo de reparação. Os efeitos gerados por tratamento médico errôneo serão sofridos pelo médico. (KFOURI NETO, 1998)
Segundo a doutrina de Venosa:
Reparar o dano, qualquer que seja sua natureza, significa indenizar, tornar indene o prejuízo. Indene é o que se mostra íntegro, perfeito, incólume. O ideal de justiça é que a reparação de dano seja feita de molde que a situação anterior seja reconstruída: quem derrubou o muro do vizinho deve repará-lo e assim por diante. (2011, p.304)
Assim, qualquer que seja o dano efetuado deverá ser indenizado, de modo que seja restaurado o prejuízo causado.
A Constituição Federal prevê no artigo 5º, V e X, que assegura o direito de indenização ao prejudicado, que passou por sofrimento, dor, tristeza e humilhação.
Art. 5º. V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou á imagem.
Art. 5º. X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
A pessoa responsável pela reparação são as que direta ou indiretamente se relacionam com o fato causador do dano conforme a lei. Nesse sentido a figura do médico cirurgião plástico que ao exercer atividade de risco, não pode evitar eventuais problemas decorrentes ao seu desempenho profissional. (LOPEZ, 1999)
Segundo Tersa Ancona Lopez, é importante notar que a responsabilidade do cirurgião deve proceder da lei, observando a culpa ou dolo do agente, bem como o nexo de causalidade entre o comportamento do médico e o sofrimento do paciente. 
Prevê-se a reparação do dano moral no art.186 do Código Civil que se refere ao ato ilícito, “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Existem discussões a respeito da reparação do dano moral. Alguns autores enxergam apenas a atitude punitiva, enquanto outros asseguram que tal colocação não é satisfatória para o embasamento de ressarcimento de dano moral, já que o ato ilícito admite gravidade, pela ameaça social resultante, assim o direito penal intervém empregando a pena ao delituoso. (GONÇALVES, 2012)
Sendo a cirurgia plástica uma cirurgia reconstrutiva realizada em uma pessoa, a conduta do cirurgião sempre atinge o indivíduo, ou seja, o paciente que passou por cirurgia plástica. Essa é a pessoa com direito de pleitear em juízo os ressarcimentos devidos, ou seja, a indenização necessária. Os indivíduos são pessoas naturais, nascidas ou que ainda não nasceram (nascituras), capazes ou incapazes. Esses podem incluir-se como o autor de uma ação reparatória. Os menores, como definido no Código, será representado pelos pais, de acordo com a lei. (VIEIRA, 2000)
A reparação consiste em fazer com que as coisas voltem à situação de antes, ou seja, à situação que a vítima se achava antes da lesão.
Quando incide a morte do paciente devido à cirurgia plástica, não há nenhuma forma de trazer a pessoa de volta, e muito menos atingir sua situação material adequada, portanto, à reparação de danos ocorre o pagamento, o que nem sempre ressarce a vítima, neste caso será de vida ao parentesco da vítima. 
Existem duas formas de processar o ressarcimento do dano: pela reparação específica ou natural, e por indenização pecuniária. A primeira corresponde ao regresso da situação que se encontrava a vítima antes do dano, ou seja, a vítima volta ao estado de antes, enquanto a indenização pecuniária é quando se torna impossível a reparação da situação que a vítima se encontrava, assim, ressarce a vítima em dinheiro. (GONÇALVES, 2012)
A liquidação é muito importante para a ação indenizatória, na etapa de execução, ou seja, torna legítimo e eficaz a reparação para a vítima, nos critérios estabelecidos pelo art. 402 do Código Civil: “Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar”.
Assim, o indivíduo ocasionador do dano, em uma ação indenizatória será responsável em ressarcir a vítima, além do que ela poderia receber se estivesse em condição normal de saúde para atingir a sua função de antes.
Segundo Dias:
O que o prejudicado deve provar, na ação, é o dano, sem consideração ao seu quantum, que é matéria da liquidação. Não basta, todavia, que o autor mostre que o fato de que se queixa, na ação seja capaz de produzir dano, seja concreta, assim entendida a realidade do dano que experimentou, relegando para a liquidação a avaliação do seu montante. (1997, p.150)
A indenização não pode causar enriquecimento ilícito da vítima, pois é somente para reparação da lesão, ou seja, do prejuízo, e não um alcance de vantagem.
Para Kfouri (1998), a reparação não aborda a arbitrariedade, mas critério do juiz para definir o quantum, a fim de repararo dano, e analisar a situação concreta do fato ocorrido. Assim, percebemos a importância da interpretação e a sensibilidade do juiz sobre os fatos da vida social, em acordo com a vontade dela.
O critério que tem sido seguido no Brasil, para a definição concreta do ressarcimento, é o critério objetivo correspondente a situações idênticas decididas anteriormente. São os parâmetros jurisprudenciais, portanto, a jurisprudência é uma fonte formal do direito.
O juiz determinará um questionamento objetivo, usando os critérios de razoabilidade, ou seja, critérios de proporcionalidade, e a relação da causa e do efeito que foi atingido, observando sempre a posição social da vítima.
O Direito brasileiro procura sempre equilíbrio social, assim justifica a busca pelo ressarcimento do dano sofrido.
Existem dois fins para a reparação dos danos morais resultante da cirurgia plástica. O primeiro seria a reparação do dano, restaurando-se a vítima, apesar que um bem moral não é possível atribuir uma avaliação exata ou medição do que foi lesado. O outro seria de natureza repressiva, fazer com que o cirurgião não cometa atos prejudiciais repetidas vezes em seus pacientes. O culpado pelo dano deve repará-lo, pois se deve punir a conduta prejudicial, especialmente de forma preventiva, impedindo que ocorram danos iguais, e que exista uma indenização, ou seja, uma compensação à vítima. (BITTAR, 1999)
Com as reparações, o magistrado atribui ao infrator freio necessário para não cometer novos atos ilícitos. A reparação não deve ser exagerada a ponto de prejudicar o seu reparador, e sim apenas dissuadi-lo a deixar de praticá-los. 
CONCLUSÃO
O presente trabalho procurou estudar o instituto da responsabilidade civil com o objetivo de focalizar no erro médico diante a cirurgia plástica.
O tema é muito acentuado, já que o problema do erro médico existe desde o principio da profissão médica.
A medicina é a arte de curar, de aliviar a dor e de remediar um mal, trata-se de uma área de conhecimento que tem por finalidade prevenir e curar doenças. Desde o começo da vida humana já havia as primeiras manifestações de doenças, assim a medicina deve ser presente nas tribos indígenas, onde havia curandeiros que executavam vários métodos de tratamento.
A medicina estabeleceu-se como ciência por meio de Hipócrates, considerado o pai da medicina, que sempre procurou estudar as doenças. A medicina chegou ao Brasil através das benzeduras, rezas e bruxarias.
Com o desenvolvimento da medicina surgiu também o sistema de saúde composto de relações políticas, econômicas e institucionais responsáveis pela direção dos métodos relacionada à saúde.
A responsabilidade civil é um instituto aceito pelo Código Civil, que constitui a obrigação de reparar o dano ou de indenizar o prejuízo causado a outrem, dano esse ocorrido da própria ação ou omissão.
O art. 927, parágrafo único, do mesmo Código, diz que aquele que causar dano a outrem será obrigado a ressarcir, independente, de culpa.
Assim, se o médico, na atividade regular de sua profissão, causar danos ao seu paciente, será obrigado a ressarcir, ou seja, indenizá-lo, desde que comprovado o nexo de causalidade entre o procedimento danoso e o resultado.
A relação entre médico e paciente é importante para caracterizar a responsabilidade civil, por esse motivo à relação de ser contratual ou extracontratual, no âmbito civil, deve ser objetiva ou subjetiva, e por fim, as obrigações do médico sendo de meio ou de resultado.
Em se tratando de cirurgia plástica o paciente busca alcançar o melhor resultado específico, assim, o dever do profissional é assegurar o resultado, ou seja, o cirurgião plástico atua com a obrigação de resultado.
Existe a possibilidade de advir cirurgia estética que não será considerada obrigação de resultado, como no caso de uma pessoa acidentada ou pessoas deformadas.
Com isso, examinou-se as ações de reparação na esfera da responsabilidade civil, ficando claro o direito subjetivo da ação, sendo também avaliado os métodos utilizados pelos juízes na determinação do valor do ressarcimento.
Desse modo foram citadas opiniões de autores do meio jurídico brasileiro, dando sentido à codificação das opiniões inicialmente procuradas, buscando comprovar a variedade de critérios adotados pelos magistrados em face do assunto proposto.
Por fim, tratou-se das características do médico e sua responsabilidade com o paciente, tendo em vista a valoração da vida, observando a importância da justiça nas relações sociais, como o equilíbrio para o desenvolvimento da medicina atual, buscando sempre atuar com responsabilidade, sinceridade e respeito humano.
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ANEXO
ANEXO – Acordão do TJSP Apelação nº 0022834-66.2007.8.26.0320.

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