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aula 04 Juiz, Ministério Público, acusado e defensor. Assistentes e auxiliares da justiça. Atos de terceiros.

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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
AULA 04 – SUJEITOS PROCESSUAIS 
 
Futuros Aprovados, 
 
Hoje trataremos dos sujeitos processuais, tema este essencial para o correto 
entendimento do Direito Processual Penal. 
Esse assunto vem cada vez mais sendo exigido em concursos públicos e, no 
decorrer da aula, veremos os pontos que normalmente são apresentados 
pelo CESPE. 
 
Vamos ao que interessa! 
 
Bons estudos!!! 
 
********************************************************************** 
 
4.1 – SUJEITOS PROCESSUAIS 
 
 4.1.1 CONCEITO 
 
A relação jurídica processual abrange várias pessoas. Estas recebem a 
denominação de sujeitos processuais e podem ser classificados como: 
 
a) Principais (ou essenciais): são aqueles cuja existência é 
fundamental para que se tenha uma relação jurídica processual 
regularmente instaurada. Consiste na figura do juiz, do acusador 
(Ministério Público ou querelante) e do réu; 
b) Secundários (ou acessórios): são aqueles que, apesar de não 
serem imprescindíveis, poderão intervir no processo a título eventual. É 
o caso do assistente de acusação e do terceiro interessado. 
 
Além dos supracitados sujeitos do processo, há, também, um grupo de 
indivíduos que apesar de não integrarem propriamente a relação 
processual, nela intervêm através de atos que concorrem para o regular 
tramitar do processo penal. 
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Como exemplos, podemos citar os auxiliares da justiça, peritos, terceiros 
não interessados etc. 
 
 4.1.2 JUIZ 
 
O magistrado tem como finalidade principal substituir a vontade das partes 
e aplicar o direito material ao caso concreto. 
Por expressa disposição legal, ao juiz incumbirá prover à regularidade do 
processo e manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para 
tal fim, requisitar a força pública. Observe: 
 
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo 
e manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, 
para tal fim, requisitar a força pública. 
 
O juiz (já sabemos que o magistrado é o próprio Estado no ambiente 
processual), como disposto no art. 251, tem por fim garantir a 
regularidade da administração processual, isto é, dos vários atos que se 
seguem, ordenadamente e que também se coordenam durante o processo 
penal, dando ensejo ao resultado aproximativo do justo. 
Caso os atos se produzam de maneira difusa, aleatória, tumultuária, 
poderá se produzir qualquer coisa, menos a justiça que deve resultar do 
processo. 
Por isso, o acerto do julgamento depende da exata adequação desses 
vários atos que vão se internando no ambiente processual para dar ensejo 
aos seus resultados, cabendo ao juiz, como sujeito processual de tipo 
essencial (que não pode faltar em um processo), presidir a elaboração e 
a prática desses atos. 
 
Para poder exercer a jurisdição, deve o magistrado possuir as seguintes 
características: 
 
a) Capacidade funcional: deve estar no regular exercício do cargo; 
b) Capacidade processual: deve ser competente para a causa; 
c) Imparcialidade: deve realizar o julgamento de forma isenta, não 
sendo influenciado por emoções ou sentimentos pessoais. 
 
 
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 4.1.2.1 PRERROGATIVAS DO JUIZ 
 
São garantias conferidas aos juízes a fim de garantir o desempenho da 
atividade jurisdicional da maneira mais isenta possível. São elas: 
 
a) Vitaliciedade: após dois anos, o magistrado se torna vitalício no 
cargo, só o perdendo em caso de sentença judicial transitada em 
julgado (CF/1988, art. 95, I); 
 
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após 
dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse 
período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver 
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada 
em julgado; 
 
b) Inamovibilidade: garante ao juiz a permanência no local em 
que se encontra classificado, salvo por razões de interesse público, por 
meio de decisão por voto da maioria absoluta do Tribunal a que estiver 
vinculado ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada a ampla 
defesa (CF/1988, art. 95, II); 
 
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
 [...] 
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na 
forma do art. 93, VIII; 
 
c) Irredutibilidade de subsídio: resguarda o magistrado de 
perseguições de ordem financeira por parte dos governantes (CF/1988, 
art. 95, III). 
 
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
[...] 
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos 
arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 
 
Além destas prerrogativas, podemos citar, também, que constituem 
garantias atinentes à magistratura: 
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d) Ingresso na carreira mediante concurso público de provas e 
títulos: Exige-se bacharelato em Direito e no mínimo 03 anos de 
comprovada prática jurídica. Além disso, o candidato deve ser 
aprovado em concurso e as nomeações deverão acontecer na ordem da 
classificação final do concurso. (art. 93, I, da CF/1988 e Resolução 
11/2006 do Conselho Nacional de Justiça). 
 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal 
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados 
os seguintes princípios: 
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz 
substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com 
a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as 
fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três 
anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à 
ordem de classificação; 
 
e) A promoção para entrância superior, com abertura de vagas 
em cada localidade ou juízo, a serem providas, alternadamente, 
por antiguidade e merecimento: Para o correto entendimento deste 
ponto, vamos exemplificar: 
Imaginemos que foi publicado no diário da justiça vagas referentes a 
promoções. O texto apresentava a seguinte distribuição: 
• Rio de Janeiro (03 vagas – por merecimento); 
• São Paulo (02 vagas – por antiguidade); 
No próximo edital de abertura de vagas que vier a ser publicado, 
obrigatoriamente o Rio de Janeiro será por antiguidade e São Paulo por 
merecimento, ou seja, o edital posterior sempre deve apresentar o 
termo oposto do anterior: Se foi antiguidade será merecimento e vice-
versa. 
 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal 
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados 
os seguintes princípios: 
[...] 
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, 
por antigüidade e merecimento [...]. 
 
Do exposto, podemos resumir: 
 
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 4.1.2.2 VEDAÇÕES AOS MAGISTRADOS 
 
Com foco na manutenção da imparcialidade, os juízes não poderão 
(CF/1988, art. 95, parágrafo único): 
 
a) EXERCER, AINDA QUE EM DISPONIBILIDADE, OUTRO CARGO OU 
FUNÇÃO, SALVO UMA DE MAGISTÉRIO; 
b) RECEBER, A QUALQUER TÍTULO OU PRETEXTO, CUSTAS OU 
PARTICIPAÇÃO EM PROCESSO; 
c) DEDICAR-SE À ATIVIDADE POLÍTICO-PARTIDÁRIA; 
d) RECEBER, A QUALQUER TÍTULO OU PRETEXTO, AUXÍLIOS OU 
CONTRIBUIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS, ENTIDADES PÚBLICAS OU 
PRIVADAS, RESSALVADAS AS EXCEÇÕES PREVISTAS EM LEI; 
e) EXERCER A ADVOCACIA NO JUÍZO OU TRIBUNAL DO QUAL SE 
AFASTOU, ANTES DE DECORRIDOS TRÊS ANOS DO AFASTAMENTO DO 
CARGO POR APOSENTADORIA OU EXONERAÇÃO. 
 
4.1.2.3 IMPEDIMENTO 
 
 Caro (a) aluno (a), imagine que você foi aprovado(a) para o concurso de 
Juiz Federal. 
Após alguns anos de trabalho você é designado para realizar o 
julgamento de sua sogra, ou mesmo de sua mãe. 
Pergunto: Neste caso sua atuação será completamente imparcial e 
impessoal? 
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É claro que para 99,9% das pessoas a resposta só pode ser negativa e, 
exatamente por isso, existem as hipóteses de impedimento. Vamos, a 
partir de agora, entender melhor este instituto processual. 
Apesar da necessidade de ser imparcial, o juiz não deixa de ser uma 
pessoa, suscetível de sentimentos. 
Assim, a lei antecipa a proibição de o juiz exercer a jurisdição em 
determinados casos, presumindo a possibilidade de parcialidade. 
No caso dos impedimentos, tal presunção é absoluta (jure et jure). 
“Mas, professor... O que é essa tal de presunção absoluta?” 
Para responder, vamos abrir o nosso dicionário do concurseiro: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As causas de impedimento, também consideradas como ensejadoras da 
incapacidade objetiva do juiz, definem que o magistrado não poderá 
exercer jurisdição no processo em que (art. 252 do CPP): 
 
a) TIVER FUNCIONADO SEU CÔNJUGE OU PARENTE, CONSANGUÍNEO 
OU AFIM, EM LINHA RETA OU COLATERAL ATÉ O TERCEIRO GRAU, 
INCLUSIVE, COMO DEFENSOR OU ADVOGADO, ÓRGÃO DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO, AUTORIDADE POLICIAL, AUXILIAR DA 
JUSTIÇA OU PERITO; 
 
 
 
 
 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
PPRREESSUUNNÇÇÃÃOO AABBSSOOLLUUTTAA XX RREELLAATTIIVVAA 
Existem duas espécies de presunção: presunção absoluta e 
presunção relativa. 
A presunção absoluta, também conhecida como presunção juris et de 
jure, caracteriza-se pela impossibilidade de prova em contrário. 
Como exemplo disso, em direito penal, tem-se a imputabilidade dos 
menores de 18 anos, pois presume-se de forma absoluta que os 
mesmos não possuem condições de entender o caráter ilícito dos 
fatos e de se determinarem de acordo com tal entendimento. 
A presunção relativa, por sua vez, tem como conseqüência a inversão 
do ônus da prova, ou seja, quem está sofrendo a imputação do fato é 
que vai ter que demonstrar que quem acusa está errado. 
OBSERVAÇÃO 
São parentes de 1º grau: PAI, MÃE E FILHOS. 
São parentes de 2º grau: AVÓS E NETOS. 
São parentes de 3º grau: TIOS, SOBRINHOS, BISNETOS, BISAVÓS. 
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b) ELE PRÓPRIO HOUVER DESEMPENHADO QUALQUER DESSAS 
FUNÇÕES OU SERVIDO COMO TESTEMUNHA; 
c) TIVER FUNCIONADO COMO JUIZ DE OUTRA INSTÂNCIA, 
PRONUNCIANDO-SE, DE FATO OU DE DIREITO, SOBRE A QUESTÃO; 
d) ELE PRÓPRIO OU SEU CÔNJUGE OU PARENTE, CONSANGUÍNEO OU 
AFIM, EM LINHA RETA OU COLATERAL ATÉ O TERCEIRO GRAU, 
INCLUSIVE, FOR PARTE OU DIRETAMENTE INTERESSADO NO FEITO. 
 
Cabe ressaltar que, segundo entendimento do STF, as hipóteses de 
impedimento previstas no CPP constituem rol taxativo e, portanto, não 
podem ser ampliadas. (STF, HC 97.293/SP, DJ 26.06.2009, Informativo 
551). 
 
Observações: 
 
• Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os 
juízes que forem entre si parentes, consanguíneos ou afins, em 
linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive (art. 253). 
 
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo 
processo os juízes que forem entre si parentes, consangüíneos 
ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, 
inclusive. 
 
• O impedimento deverá ser reconhecido ex officio pelo juiz. Não o 
fazendo, poderá ser arguido o impedimento por qualquer das 
partes. 
 
4.1.2.4 SUSPEIÇÃO 
 
As causas de suspeição, conhecidas como motivos de incapacidade 
subjetiva do juiz, abrangem situações em que é duvidosa a 
imparcialidade do magistrado. Há, nestes casos, presunção relativa de 
incapacidade (juris tantum). 
Mas quando o juiz será considerado suspeito? 
O juiz dar-se-á por suspeito e, se não o fizer, poderá ser recusado por 
qualquer das partes (art. 254): 
 
 
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a) SE FOR AMIGO ÍNTIMO OU INIMIGO CAPITAL DE QUALQUER DELES; 
b) SE ELE, SEU CÔNJUGE, ASCENDENTE OU DESCENDENTE ESTIVEREM 
RESPONDENDO A PROCESSO POR FATO ANÁLOGO, SOBRE CUJO 
CARÁTER CRIMINOSO HAJA CONTROVÉRSIA; 
c) SE ELE, SEU CÔNJUGE OU PARENTE, CONSANGUÍNEO OU AFIM, ATÉ 
O TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, SUSTENTAREM DEMANDA OU 
RESPONDEREM A PROCESSO QUE TENHA DE SER JULGADO POR 
QUALQUER DAS PARTES; 
d) SE TIVER ACONSELHADO QUALQUER DAS PARTES; 
e) SE FOR CREDOR OU DEVEDOR, TUTOR OU CURADOR DE QUALQUER 
DAS PARTES; 
f) SE FOR SÓCIO, ACIONISTA OU ADMINISTRADOR DE SOCIEDADE 
INTERESSADA NO PROCESSO. 
 
Diferentemente do impedimento, as hipóteses de suspeição constituem 
rol exemplificativo, ou seja, podem haver outras situações 
ensejadoras da suspeição que não encontram previsão expressa no 
Código de Processo Penal . 
 
Observação: Imagine que Tício está sendo processado por estupro e, 
no dia do julgamento, percebe que será julgado por uma juíza (Mévia). 
Indignado com a situação e acreditando que um juiz (sexo masculino) 
poderia atribuir-lhe uma pena mais branda, resolve injuriar Mévia a fim 
de gerar “confusão” e, posteriormente, alegar suspeição. Será que isso é 
possível? 
A resposta é negativa e encontra base no art. 256 do Código de 
Processo Penal. Observe: 
 
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem 
reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der 
motivo para criá-la. 
 
4.1.2.5 CESSAÇÃO DO IMPEDIMENTO E DA SUSPEIÇÃO 
 
Nos termos do art. 255 do CPP, o impedimento ou suspeição decorrente 
de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento que 
Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes. 
Exceção: Ainda que dissolvido o casamento sem descendentes, não 
funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro ou 
enteado de quem for parte no processo. 
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Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de 
parentesco por afinidade cessará pela dissoluçãodo casamento 
que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; 
mas, ainda que dissolvido o casamento sem descendentes, não 
funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro 
ou enteado de quem for parte no processo. 
 
Podemos resumir o tema da seguinte forma: 
 
• CASAMENTO DISSOLVIDO + FILHOS ��� PERMANECE O 
IMPEDIMENTO E A SUSPEIÇÃO. 
• CASAMENTO DISSOLVIDO SEM DESCENDENTES ��� NÃO 
PERMANECE O IMPEDIMENTO E A SUSPEIÇÃO. 
EXCEÇÃO ��� Ainda que dissolvido o casamento sem 
descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o 
cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no processo. 
 
8.1.3 MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
É instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, 
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos 
interesses sociais (CF/1988, art. 127). 
 
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, 
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a 
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos 
interesses sociais e individuais indisponíveis. 
 
É o órgão responsável por promover a ação penal pública e fiscalizar a 
execução da lei (art. 257, I e II). 
 
Art. 257. Ao Ministério Público cabe: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma 
estabelecida neste Código; e 
II - fiscalizar a execução da lei. 
 
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Vejo muitos alunos imaginarem, erroneamente, o Ministério Público como 
aquele órgão acusador que busca condenar o acusado a qualquer preço. 
Todavia tal entendimento está completamente ultrapassado. 
Conforme leciona Norberto Avena, mesmo quando exerce a posição de 
autor da demanda criminal tem sido o Ministério Público rotulado como 
“parte imparcial”, já que não fica adstrito ao pleito condenatório. Destarte, 
ajuizando a ação penal, caso venha a convencer-se da inocência do réu, 
ou, simplesmente, não se convença de sua responsabilidade criminal pelo 
fato imputado, poderá requerer ao magistrado a sua absolvição, conforme, 
aliás, facultado expressamente no art. 385 do Código de Processo Penal: 
 
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir 
sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha 
opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, 
embora nenhuma tenha sido alegada. 
 
 4.1.3.1 PRERROGATIVAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
As prerrogativas do Ministério Público estão expressas no art. 38 da 
Lei nº 8.625/93 e, podemos afirmar, que são as mesmas atribuídas ao 
magistrado, ou seja: 
• Vitaliciedade: Os membros do MP, depois de passados dois 
anos de exercício, só perderão o cargo através de sentença 
judicial transitada em julgado, proferida em ação de demissão 
ajuizada pelo Procurador-Geral perante o Tribunal competente. 
 
• Inamovibilidade: Regra geral, o membro do MP não poderá ser 
removido de sua localidade, salvo nas hipóteses de remoção 
compulsória, motivada pelo interesse público, a qual pode ser 
determinada pelo Conselho Nacional do Ministério Público ou de 
órgão colegiado competente do MP, por meio de voto da maioria 
absoluta de seus membros, assegurada a ampla defesa. 
 
• Irredutibilidade de subsídio. 
 
 4.1.3.2 VEDAÇÕES AOS MEMBROS DO MINISTÉRO PÚBLICO 
 
Assim como os magistrados, os membros do Ministério Público estão 
sujeitos a determinadas vedações constitucionalmente previstas (art. 
128 § 5º, II e § 6º da CF/1988). São elas: 
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a) RECEBER, A QUALQUER TÍTULO E SOB QUALQUER PRETEXTO, 
HONORÁRIOS, PERCENTAGENS OU CUSTAS PROCESSUAIS; 
b) EXERCER A ADVOCACIA; 
c) PARTICIPAR DE SOCIEDADE COMERCIAL, NA FORMA DA LEI; 
d) EXERCER, AINDA QUE EM DISPONIBILIDADE, QUALQUER OUTRA 
FUNÇÃO PÚBLICA, SALVO UMA DE MAGISTÉRIO; 
e) EXERCER ATIVIDADE POLÍTICO-PARTIDÁRIA; 
f) RECEBER, A QUALQUER TÍTULO OU PRETEXTO, AUXÍLIOS OU 
CONTRIBUIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS, ENTIDADES PÚBLICAS OU 
PRIVADAS, RESSALVADAS AS EXCEÇÕES PREVISTAS EM LEI; 
g) EXERCER A ADVOCACIA NO JUÍZO OU TRIBUNAL DO QUAL SE 
AFASTOU, ANTES DE DECORRIDOS TRÊS ANOS DO AFASTAMENTO DO 
CARGO POR APOSENTADORIA OU EXONERAÇÃO. 
 
 4.1.3.3 PRINCÍPIOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
Sobre o tema dispõe a Constituição Federal que: 
 
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, 
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a 
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos 
interesses sociais e individuais indisponíveis. 
§ 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a 
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. 
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e 
administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, 
propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos 
e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de 
provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os 
planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e 
funcionamento. 
 
Dos supracitados dispositivos podemos definir que os seguintes 
princípios informam o Ministério Público: 
 
a) Unidade: o membro do Ministério Público é parte de um todo, ou 
seja, não age em seu nome, mas em prol da instituição. Cabe 
ressaltar que esta unidade é considerada válida dentro de cada 
Ministério Público, não havendo que se vislumbrar aplicabilidade de tal 
princípio entre o Ministério Público Federal e o Estadual, por exemplo. 
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b) Indivisibilidade: não existe vinculação pessoal entre o promotor e 
determinado processo, mas sim entre o Ministério Público e a causa. 
Daí a possibilidade dos promotores poderem ser substituídos uns 
pelos outros no decorrer de um processo. 
c) Independência funcional: os membros do Ministério Público não 
devem subordinação intelectual ou ideológica a quem quer que seja, 
podendo atuar segundo os ditames da lei, do seu entendimento 
pessoal e da sua consciência. 
 
4.1.3.4 IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO DO REPRESENTANTE DO MP 
 
Dispõe o art. 258 do CPP: 
 
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos 
processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu 
cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, 
no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e 
aos impedimentos dos juízes. 
 
Aqui, novamente, a lei estabelece aos membros do Ministério Público um 
tratamento igual ao dado aos Juízes. Sendo assim, em resumo, as 
hipóteses de impedimento e suspeição que analisamos quando tratamos 
dos magistrados, também é aplicável aos promotores. Podemos relacionar: 
 
IMPEDIMENTO: 
a) TIVER FUNCIONADO SEU CÔNJUGE OU PARENTE, 
CONSANGUÍNEO OU AFIM, EM LINHA RETA OU COLATERAL ATÉ O 
TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, COMO DEFENSOR OU ADVOGADO, 
ÓRGÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, AUTORIDADE POLICIAL, 
AUXILIAR DA JUSTIÇA OU PERITO; 
b) ELE PRÓPRIO HOUVER DESEMPENHADO QUALQUER DESSAS 
FUNÇÕES OU SERVIDO COMO TESTEMUNHA; 
c) TIVER FUNCIONADO COMO PROMOTOR DE OUTRA INSTÂNCIA, 
PRONUNCIANDO-SE, DE FATO OU DE DIREITO, SOBRE A QUESTÃO; 
d) ELEPRÓPRIO OU SEU CÔNJUGE OU PARENTE, CONSANGUÍNEO 
OU AFIM, EM LINHA RETA OU COLATERAL ATÉ O TERCEIRO GRAU, 
INCLUSIVE, FOR PARTE OU DIRETAMENTE INTERESSADO NO 
FEITO. 
 
 
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SUSPEIÇÃO: 
a) SE FOR AMIGO ÍNTIMO OU INIMIGO CAPITAL DE QUALQUER 
DELES; 
b) SE ELE, SEU CÔNJUGE, ASCENDENTE OU DESCENDENTE 
ESTIVEREM RESPONDENDO A PROCESSO POR FATO ANÁLOGO, 
SOBRE CUJO CARÁTER CRIMINOSO HAJA CONTROVÉRSIA; 
c) SE ELE, SEU CÔNJUGE OU PARENTE, CONSANGUÍNEO OU AFIM, 
ATÉ O TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, SUSTENTAREM DEMANDA OU 
RESPONDEREM A PROCESSO QUE TENHA DE SER JULGADO POR 
QUALQUER DAS PARTES; 
d) SE TIVER ACONSELHADO QUALQUER DAS PARTES; 
e) SE FOR CREDOR OU DEVEDOR, TUTOR OU CURADOR DE 
QUALQUER DAS PARTES; 
f) SE FOR SÓCIO, ACIONISTA OU ADMINISTRADOR DE SOCIEDADE 
INTERESSADA NO PROCESSO. 
 
Além dessas hipóteses, a doutrina majoritária entende que será impedido 
de atuar no processo o órgão do Ministério Público que houver pedido o 
arquivamento do inquérito policial ou das peças de informação, em relação 
à ação penal proposta em virtude da rejeição de seu pedido de 
arquivamento. 
Por fim, vamos analisar o posicionamento da jurisprudência sobre alguns 
pontos relevantes para a sua PROVA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
STJ, HC 83.020/RS, DJ 02.03.2009 
 
A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória 
criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento 
da denúncia. 
STJ, HC 38.365/GO, DJ 01.10.2007 
 
A designação de promotores de outras Comarcas para auxiliar em 
determinado processo, sem a interferência na condução da persecução 
penal, não revela violação ao princípio do promotor natural. 
 
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 4.1.3.5 PROMOTOR NATURAL E PROMOTOR AD HOC 
 
Um tema bastante controvertido na doutrina e na jurisprudência 
nacional, que se dividem ao determinar se o princípio do promotor 
natural encontra ou não previsão expressa na Constituição Federal 
vigente. 
Parcela da doutrina entende que aludido comando não decorre de 
disposição expressa, mas do sistema constitucional, que pode ser 
extraído dos seguintes dispositivos constitucionais: art. 5º, LIII; art. 
127, § 1º e art. 128, I e II. 
Por outro lado, há quem defenda a sua previsão no artigo 128, § 5º, I, 
"b" da CF, que dispõe: 
 
"Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é 
facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a 
organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério 
Público, observadas, relativamente a seus membros: 
I - as seguintes garantias: 
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, 
mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério 
Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, 
assegurada ampla defesa" 
 
O artigo 5º, LIII da CF determina que "ninguém será processado nem 
sentenciado senão por autoridade competente". 
Entende-se que o princípio do Promotor Natural é uma extensão do 
Princípio do Juiz Natural. O termo "processar" localizado no artigo 
citado, segundo Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Nery significa que 
"devem todos os promotores de justiça ocupar cargos determinados 
por lei, vedado ao chefe do MP fazer designações especiais, 
discricionárias, de promotor ad hoc para determinado caso ou avocar 
autos administrativos ou judiciais afetos ao promotor natural". 
 
 
 
 
 
 
 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
PROMOTOR AS HOC 
Trata-se de um bacharel em direito, não concursado, nomeado como 
promotor pelo juiz. Na atualidade, é absolutamente vedada a 
atuação de acusador ad hoc (CF/1988, art. 129, § 2º). 
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Dessa forma já decidiu o STJ: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trata-se de entendimento solidificado pelo STF (Informativo nº. 511 DE 
2008). 
Assim sendo, o réu tem o direito público subjetivo, além do de 
conhecer quem o acusa, o de somente ser acusado por um órgão 
estatal escolhido de acordo com critérios legais previamente fixados. 
O Plenário do STF, por maioria de votos, já por inúmeras vezes afirmou 
a existência do princípio do Promotor Natural, condenando a figura do 
promotor de exceção, por ser incompatível com a Lei Maior de 1988. 
O Pretório Excelso afirmou que somente o promotor natural é que deve 
atuar no processo, atuando ele em zelo ao interesse público, 
garantindo a imparcialidade do órgão ministerial, e sua atuação técnica 
e jurídica, de acordo com suas atribuições e prerrogativas legais, 
preservando, assim, sua inamovibilidade. 
 
 4.1.4 ACUSADO 
 
O processo penal dá, conforme a fase da persecutio criminis, várias 
denominações aos sujeitos da imputação penal: 
Na fase de inquérito ele é chamado de indiciado. 
Quando oferecida a denúncia é chamado de denunciado. 
Na fase de processamento judicial que antecede a execução, é 
normalmente chamado de acusado ou réu e, por fim, a partir da 
sentença condenatória é chamado de condenado ou apenado. 
Registra-se, contudo, que muito embora a doutrina tradicional rejeite o 
termo acusado na fase pré-judicial, o código não é uniforme no 
"CONSTITUCIONAL - PROCESSUAL PENAL - MINISTÉRIO PÚBLICO -
PROMOTOR NATURAL - O promotor ou o procurador não pode ser 
designado sem obediência ao critério legal, a fim de garantir julgamento 
imparcial, isento. Veda-se, assim, designação de promotor ou 
procurador ad hoc, no sentido de fixar prévia orientação, como seria 
odioso indicação singular de magistrado para processar e julgar alguém. 
Importante, fundamental e prefixar o critério de designação. O réu tem 
direito público, subjetivo de conhecer o órgão do ministério público, 
como ocorre com o juízo natural" (RESP 11722/SP, Relator Ministro Luiz 
Vicente Cernicchiaro, 6ª Turma, 08/09/1992). 
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tratamento da matéria, por vezes, chamando de acusado ao suspeito da 
autoria na fase de investigação preliminar. 
Podemos, de forma bem objetiva, definir que o acusado é o sujeito que 
ocupa o pólo passivo da relação jurídica. Excluem-se desta condição: 
 
a) OS QUE NÃO SÃO SUJEITOS DE DIREITOS E OBRIGAÇÕES. 
EXEMPLO: PESSOAS FALECIDAS; 
b) OS MENORES DE 18 ANOS; 
c) PESSOAS QUE GOZEM DE IMUNIDADE DIPLOMÁTICA, O QUE 
ABRANGE OS CHEFES DE ESTADO E OS REPRESENTANTES DE 
GOVERNOS ESTRANGEIROS, QUE ESTÃO EXCLUÍDOS DA JURISDIÇÃO 
CRIMINAL DOS PAÍSES EM QUE EXERCEREM SUAS FUNÇÕES; 
d) PESSOAS QUE ESTIVEREM AO ABRIGO DE IMUNIDADE 
PARLAMENTAR MATERIAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.1.4.1 IDENTIFICAÇÃO DO ACUSADO 
 
O acusado deve ser identificado com o nome e outros qualificativos 
(prenome, estado civil, profissão, filiação, apelido, residência e idade). 
Assim, imagine a seguinte situação: Tício, ao ser preso, está sem 
nenhum documento e, após ser perguntado sobre seu nome ele 
responde: “Eu sou o famosoNapoleão Bonaparte!!!”. 
Poderá, desta forma, ter início a ação penal? 
 
A resposta é positiva, pois a impossibilidade de identificação do 
acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não 
retardará a ação penal, quando certa a identidade física. 
A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da 
execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a 
retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos 
precedentes. Veja: 
OBSERVAÇÃO 
 
A Constituição Federal previu a possibilidade de a pessoa jurídica 
ser o sujeito passivo da infração penal nos casos de crime contra 
a economia popular, contra a ordem econômica e financeira e nas 
condutas lesivas ao meio ambiente. 
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Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o 
seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a 
ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer 
tempo, no curso do processo, do julgamento ou da execução 
da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a 
retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos 
atos precedentes. 
 
 4.1.4.2 OBRIGAÇÃO DE COMPARECIMENTO 
 
O Código de Processo Penal, ao dispor sobre a obrigatoriedade de 
comparecimento do acusado nos atos processuais dispõe que se o 
acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento 
ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a 
autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. Tal regra 
encontra-se presente nos seguintes termos: 
 
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o 
interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem 
ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar 
conduzi-lo à sua presença. 
 
Diante do exposto, caro (a) aluno (a), podemos afirmar que o acusado 
pode ser conduzido coercitivamente para atender a QUALQUER ato 
processual? 
A resposta para esta pergunta não é pacífica, mas a doutrina 
majoritária tem diferenciado duas espécies de atos: 
 
• Atos de presença obrigatória: São aqueles que não se 
realizam sem a presença do acusado. Um exemplo é o caso da 
audiência destinada ao reconhecimento do acusado por 
testemunhas. Neste tipo de ato há a possibilidade de condução 
coercitiva. 
• Atos em que a presença não é obrigatória: São atos em que 
o não comparecimento do acusado não gera impossibilidade do 
acontecimento do procedimento previsto. Neste caso, não deve 
ser designada a condução coercitiva. Neste sentido já se 
pronunciou o STJ. Observe o julgado: 
 
 
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 4.1.4.3 DIREITOS DO ACUSADO 
 
O acusado possui diversos direitos previstos no Código de Processo 
Penal, na Constituição Federal e em outros instrumentos normativos. 
De todos eles o que mais vem aparecendo em provas é o direito do 
acusado ao silêncio e à não auto- incriminação (também chamado da 
garantia do nemo tenetur se detegere). 
Tal direito, conforme determina o CPP, deve ser informado ao acusado 
antes de ser iniciado o interrogatório judicial. Observe: 
 
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do 
inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, 
antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer 
calado e de não responder perguntas que lhe forem 
formuladas. 
É importante ressaltar que o silêncio do acusado NÃO poderá ser 
interpretado negativamente pelo magistrado, ou seja, aquele ditado do 
“QUEM CALA CONSENTE”, no processo penal, NÃO ENCONTRA 
APLICABILIDADE. 
Com base no referido princípio o STF se pronunciou sobre o art. 174, 
IV do CPP que trata do fornecimento de padrão de grafia para a 
identificação pericial. Veja o dispositivo legal: 
 
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por 
comparação de letra, observar-se-á o seguinte: [...] 
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem 
insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a 
pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a 
pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser 
feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a 
pessoa será intimada a escrever. (grifei). 
 
STJ, REsp 346.677/RJ, DJ 30.09.2002 
 
O comparecimento do réu aos atos processuais, em princípio, 
é um direito e não um dever, sem embargo da possibilidade 
de sua condução coercitiva, caso necessário, por exemplo, 
para audiência de reconhecimento. 
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Segundo o STF, sobre pena de inconstitucionalidade, o supracitado 
dispositivo deve ser interpretado no sentido de que a autoridade 
SOLICITARÁ e não MANDARÁ, pois o acusado, com base na garantia do 
nemo tenetur se deteger, não pode ser obrigado a fornecer padrões de 
grafia e, assim, produzir provas contra ele mesmo. 
 
Veja o elucidativo julgado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para finalizar este tema, além dos direitos que acabamos de estudar, 
podemos citar: 
DIREITOS DO ACUSADO BASE LEGAL 
à integridade física e moral. CF/1988, art. 5º, XLIX 
de ser processado e sentenciado pela 
autoridade competente. 
CF/1988, art. 5º, LIII 
ao devido processo legal. CF/1988, art. 5º, LIV 
ao contraditório e à ampla defesa. CF/1988, art. 5º, LV 
à presunção de inocência. CF/1988, art. 5º, LVII 
de não ser submetido à identificação criminal. CF/1988, art. 5º, LVIII 
de não ser preso salvo em flagrante ou por 
meio de mandado judicial. 
Art. 282 do CPP e 
CF/1988, art. 5º, LXI 
STF, HC 77.135/SP, DJ 06.11.1998 
Diante do princípio nemo tenetur se detegere, que informa o nosso direito 
de punir, é fora de dúvida que o dispositivo do inciso IV do art. 174 do 
Código de Processo Penal há de ser interpretado no sentido de não poder 
ser o indiciado compelido a fornecer padrões gráficos do próprio punho, para 
os exames periciais, cabendo apenas ser intimado para fazê-lo a seu 
alvedrio. 
É que a comparação gráfica configura ato de caráter essencialmente 
probatório, não se podendo, em face do privilégio de que desfruta o 
indiciado contra a auto-incriminação, obrigar o suposto autor do delito a 
fornecer prova capaz de levar à caracterização de sua culpa. 
Assim, pode a autoridade não só fazer requisição a arquivos ou 
estabelecimentos públicos, onde se encontrem documentos da pessoa a qual 
é atribuída a letra, ou proceder a exame no próprio lugar onde se encontrar 
o documento em questão, ou ainda, é certo, proceder à colheita de material, 
para o que intimará a pessoa, a quem se atribui ou pode ser atribuído o 
escrito, a escrever o que lhe for ditado, não lhe cabendo, entretanto, 
ordenar que o faça, sob pena de desobediência, como deixa transparecer, a 
um apressado exame, o CPP, no inciso IV do art. 174. 
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 4.1.5 DEFENSORO Defensor é o responsável pela defesa técnica em um processo penal. 
Trata-se de profissional habilitado capaz de tornar efetivo o exercício do 
direito de defesa. 
 
“Mas professor... E se o acusado quiser se defender sem 
advogado/defensor público, não pode?” 
 
A resposta, regra geral, é negativa, pois, nos termos da Constituição 
Federal, o advogado é indispensável à administração da justiça (CF/1988, 
art. 133). Tal obrigatoriedade também encontra base no art. 261 do CPP 
que dispõe: 
de ser informado de seus direitos quando 
preso. 
Art. 306 § 2º do CPP e 
CF/1988, art. 5º, LXIII 
de não ser preso e nem mantido na prisão, 
quando a lei admite fiança ou liberdade 
provisória. 
CF/1988, art. 5º, LXVI 
de saber quem foi o responsável por sua 
prisão. 
Arts. 288 e 291 do CPP 
e 
CF/1988, art. 5º, LXIV 
à assistência jurídica integral e gratuita, 
quando não possuir recursos suficientes para 
constituir advogado. 
CF/1988, art. 5º, LXXIV 
à indenização por erro judiciário ou pelo 
templo que permanecer preso além da 
sentença. 
CF/1988, art. 5º, LXXV 
à duração razoável do processo. CF/1988, art. 5º, 
LXXVIII 
à entrevista prévia e reservada com seu 
advogado, antes de ser interrogado. 
Art. 185 § 2º CPP 
ao silêncio sem que este seja interpretado em 
seu desfavor. 
Art. 186, parágrafo 
único do CPP 
a tradutor ou intérprete quando desconhecer o 
idioma nacional ou não puder se comunicar em 
virtude de deficiência. 
Arts. 192 e 193 do CPP 
à defesa técnica fundamentada, quando 
assistido por defensor dativo ou público. Art. 261 do CPP 
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Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, 
será processado ou julgado sem defensor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Mas e se, em uma situação absurda, o processo penal for conduzido sem 
a defesa técnica?” 
 
Neste caso, a súmula 523 do STF leciona que no processo penal, a falta 
de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só anulará 
se houver prova de prejuízo para o réu. 
Assim, explicando a súmula 523, podemos afirmar que uma defesa 
deficiente, como, por exemplo, a utilização de um advogado com o registro 
da OAB cassado, não necessariamente ocasiona a nulidade do processo. A 
nulidade só terá cabimento se ficar comprovado o prejuízo para o réu. 
Diferentemente, no caso da inexistência de defesa, a nulidade será 
ABSOLUTA, ou seja, obrigatoriamente o processo penal será anulado. 
 
 4.1.5.1 ESPÉCIES DE DEFENSOR 
 
 O defensor, no processo, pode ser: 
 
• Defensor constituído: é o defensor indicado pelo réu por meio de 
procuração. Cabe ressaltar que a constituição de defensor 
independerá de instrumento de mandato (procuração), se o acusado 
o indicar por ocasião do interrogatório. 
 
Art. 266. A constituição de defensor independerá de 
instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião do 
interrogatório. 
 
OBSERVAÇÃO 
Se o acusado possuir habilitação técnica, ele mesmo poderá 
promover sua defesa no processo penal, isto é, não se 
exige que ele tenha um defensor técnico, uma vez que ele 
é um técnico habilitado, podendo, portanto, atuar em causa 
própria. 
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• Defensor dativo: é aquele nomeado ao réu quando ele não possuir 
defensor constituído. O réu poderá substituí-lo a qualquer tempo. 
 
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado 
defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, 
nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, 
caso tenha habilitação. 
 
A nomeação para defender o réu não pode ser recusada pelo 
defensor dativo, salvo em casos excepcionais, tais como os definidos 
no art. 15 da Lei nº 1.050/1950: 
 
 
a) ESTAR IMPEDIDO DE EXERCER A ADVOCACIA; 
b) SER PROCURADOR CONSTITUÍDO PELA PARTE CONTRÁRIA OU 
TER COM ELA RELAÇÕES PROFISSIONAIS DE INTERESSE ATUAL; 
c) TER NECESSIDADE DE SE AUSENTAR DA SEDE DO JUÍZO PARA 
ATENDER A OUTRO MANDATO ANTERIORMENTE OUTORGADO OU 
PARA DEFENDER INTERESSES PRÓPRIOS INADIÁVEIS; 
d) JÁ HAVER MANIFESTADO, POR ESCRITO, OPINIÃO CONTRÁRIA 
AO DIREITO QUE O NECESSITADO PRETENDE PLEITEAR; 
e) HAVER DADO À PARTE CONTRÁRIA PARECER ESCRITO SOBRE A 
CONTENDA. 
 
Erroneamente, muitos pensam que a nomeação de um defensor pelo 
juiz está relacionada com a falta de condições financeiras do 
acusado. Isto está correto no processo civil, mas não no penal. 
No processo penal, a nomeação de um defensor dativo não está 
atrelada a demonstração da falta de condições financeiras para 
constituir um advogado. Basta que o réu permaneça inerte, ou seja, 
não constitua um defensor, para que o juiz nomeie um dativo. 
Ocorre, todavia que se o acusado que não for pobre será obrigado 
a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz. Veja o 
texto legal: 
 
Art. 263. [...] 
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado 
a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz. 
 
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Por fim, cabe ressaltar que o defensor não poderá abandonar o 
processo senão por motivo imperioso, comunicado previamente o 
juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, 
sem prejuízo das demais sanções cabíveis. 
 
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão 
por motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, sob 
pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem 
prejuízo das demais sanções cabíveis. 
 
4.1.5.2 NÃO COMPARECIMENTO DO DEFENSOR 
 
Imagine a seguinte situação: Tício é nomeado para ser defensor 
dativo em um processo e, no dia da audiência, bate de carro e, 
devido ao acidente, percebe que não chegará para a audiência. 
Neste caso, estará o defensor sujeito a penalização pelo não 
comparecimento? E o réu, poderá ser prejudicado? 
É claro que a resposta só pode ser negativa e, neste caso, como se 
trata de motivo JUSTIFICADO, a audiência poderá ser adiada. 
Observação: Incumbe ao defensor provar o impedimento até a 
abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará o 
adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor 
substituto, ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato. 
 
4.1.5.3 CURADOR AO RÉU MENOR DE 21 ANOS 
 
Prevê o art. 262 do Código de Processo Penal que: 
 
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador. 
 
Essa regra presente no supracitado artigo encontra-se prejudicada 
por duas razões: em primeiro lugar, o advento do Código Civil de 
2002, que equiparou a maioridade penal à civil em 18 anos e, em 
segundo lugar, devido à revogação expressa do art. 194 que 
continha regra idêntica. 
Observe interessante julgado que elucida a questão: 
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 4.1.6 ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO 
 
O chamado Assistente de Acusação nada mais é do que oofendido, parte 
acessória do processo, figurando ao lado do Ministério Público e em seu 
auxílio. 
Trata-se de figura absolutamente simétrica ao querelante (ofendido na 
ação penal privada). A diferença reside no fato de que o primeiro apenas 
existe na ação penal pública, atuando como interveniente e não autor. 
Diferentemente, o querelante, é parte da relação processual da ação 
penal privada. 
Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do 
Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, o 
cônjuge, ascendente, descendente ou irmãos. 
 
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, 
como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu 
representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas 
mencionadas no Art. 31. 
 
O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do 
Ministério Público, afinal não tem cabimento o corréu pretender a 
condenação de quem agiu juntamente com ele para a prática da infração 
penal. O mesmo vale para a situação em que os corréus ocupam as 
posições de autores e vítimas da infração penal, como ocorre nas lesões 
recíprocas. 
 
Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá intervir 
como assistente do Ministério Público. 
TJ/MG, Acórdão Nº 2.0000.00.492478-1/000, DJ 19.08.05 
A exigência de curador ao réu menor de 21 e maior de 18 anos 
objetivava evitar cerceamento de seus direitos, proporcionando 
efetiva fiscalização dos atos investigatórios e garantia da ampla 
defesa, já que a função do curador era proteger e orientar o 
menor de 21 anos, suprindo, com sua presença, a falta de 
capacidade do curatelado. 
Com a modificação introduzida pelo novo Código Civil, a 
menoridade limitou-se aos 18 anos, a partir de quando a pessoa 
pode exercer todos os atos da vida civil, desaparecendo, assim, a 
necessidade dessa nomeação. 
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4.1.6.1 ADMISSÃO DO ASSISTENTE 
 
O assistente poderá ser admitido a qualquer tempo, desde que após 
o recebimento da denúncia e antes da sentença judicial transitada 
em julgado. 
 
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em 
julgado a sentença e receberá a causa no estado em que se 
achar. 
 
Para que seja admitido deverão ser cumpridos os seguintes 
requisitos: 
 
a) O REQUERENTE, REPRESENTADO POR ADVOGADO, DEVERÁ 
SOLICITAR AO JUIZ QUE O DECLARE HABILITADO PARA A FUNÇÃO 
DE ASSISTENTE; 
b) O MAGISTRADO DEVERÁ OUVIR O MINISTÉRIO PÚBLICO E 
VERIFICAR SE O REQUERENTE SE ENQUADRA DENTRE OS 
LEGITIMADOS DO ART. 268; 
c) CASO HAJA O ENQUADRAMENTO E A DENÚNCIA JÁ TENHA SIDO 
OFERECIDA, NÃO PODERÁ O JUIZ INDEFERIR A HABILITAÇÃO, SOB 
PENA DE ESTAR FERINDO DIREITO LÍQUIDO E CERTO; 
d) DO INDEFERIMENTO NÃO CABE RECURSO, SENDO POSSÍVEL A 
IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA. 
 
4.1.6.2 FACULDADES DO ASSISTENTE 
 
O art. 271 do Código de Processo Penal enumera diversos atos que 
podem ser exercidos pelo assistente. São eles: 
 
a) PROPOR MEIOS DE PROVA; 
b) REPERGUNTAR ÀS TESTEMUNHAS; 
c) ADITAR AS ALEGAÇÕES FINAIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO; 
d) PARTICIPAR DOS DEBATES ORAIS; 
e) ARRAZOAR OS RECURSOS INTERPOSTOS PELO MINISTÉRIO 
PÚBLICO, OU DELE PRÓPRIO, CONTRA DECISÃO DE IMPRONÚNCIA, 
DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE OU SENTENÇA ABSOLUTÓRIA 
(ARTS. 584, § 1O, E 598). 
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4.1.6.3 INÉRCIA DO ASSISTENTE 
 
No caso de inércia, o processo prosseguirá independentemente de nova 
intimação do assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a 
qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem motivo de força 
maior devidamente comprovado. Observe: 
Art. 271. [...] 
§ 2o O processo prosseguirá independentemente de nova 
intimação do assistente, quando este, intimado, deixar de 
comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do 
julgamento, sem motivo de força maior devidamente 
comprovado. 
 
4.1.6.4 LEGITIMIDADE RECURSAL DO ASSISTENTE 
 
O art. 577 do Código de Processo Penal, ao tratar dos legitimados 
recursais dispõe que: 
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério 
Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu 
defensor. 
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte 
que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão. 
 
Observe que não há a figura do assistente de acusação. Pergunto: Como 
compatibilizar este dispositivo legal com o art. 271 que menciona que é 
lícito ao assistente arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério 
Público ou por ele próprio? 
Bom, na realidade o assistente não aparece no art. 577 como legitimado 
recursal devido ao fato de esse artigo incorporar a relação dos sujeitos 
processuais genéricos, ou seja, aqueles que podem ingressar com 
qualquer recurso dentre os previstos em lei. 
OBSERVAÇÃO 
STJ, REsp 604.379/SP, DJ 06.03.2006 
 
O rol do art. 271 é taxativo, de forma que o assistente da 
acusação exerce os poderes estritamente dentro dos limites 
conferidos por este dispositivo legal. 
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Não é, entretanto, o que acontece com o assistente, pois este só pode 
ingressar com determinados recursos e, ainda assim, condicionando-se 
a que não tenha o Ministério Público recorrido. 
Cabe ressaltar que, para recorrer, nas situações autorizadas por lei, o 
assistente não necessita de prévia habilitação, sendo o único ato que 
pode ele praticar habilitado previamente pelo juízo ou não. 
Observe interessante e recente julgado (10 de junho de 2010) que 
consolida e elucida a legitimidade recursal do assistente de acusação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assistente de Acusação e Legitimidade para Recorrer 
INFORMATIVO Nº 590 DO STF 
HC 102085/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 10.6.2010. 
 
O Tribunal, por maioria, indeferiu habeas corpus, afetado ao Pleno pela 
1ª Turma, impetrado contra decisão do STJ que provera, em parte, o 
recurso especial interposto pelo assistente de acusação, determinando 
o prosseguimento do exame de sua apelação, superado o óbice quanto 
a sua ilegitimidade recursal. 
Na espécie, o assistente de acusação interpusera apelação contra a 
sentença que absolvera a paciente do delito de estelionato, cujo 
acórdão, que não conhecera do apelo em razão de o Ministério Público 
ter deixado transcorrer in albis o prazo recursal, ensejara a 
interposição do recurso especial — v. Informativo 585. 
Não se vislumbrou, no caso, ilegalidade ou abuso de poder no 
julgado do STJ, mas sim se reputou acatada a jurisprudência 
consolidada inclusive no Supremo no sentido de que o 
assistente da acusação tem legitimidade recursal supletiva, 
mesmo após o advento da CF/88. 
Mencionou-se, também, o Enunciado da Súmula 210 (“O assistente do 
Ministério Público pode recorrer, inclusive extraordinariamente, na ação 
penal, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 589, do Código de Processo 
Penal”), o qual não teria sofrido qualquer restrição ou deixado de ser 
recepcionado pela nova ordem constitucional.Afirmou-se que, apesar de a Constituição Federal, em seu art. 129, I, 
atribuir ao Ministério Público a competência para promover, 
privativamente, a ação penal pública, na forma da lei, ela teria 
abrandado essa regra, ao admitir, no seu art. 5º, LIX, a ação penal 
privada subsidiária da pública nos casos de inércia do parquet. 
Assim, o art. 5º, LIX, da CF daria o fundamento para legitimar a 
atuação supletiva do assistente de acusação nas hipóteses em que o 
Ministério Público deixasse de recorrer. 
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 4.1.7 AUXILIARES DA JUSTIÇA 
 
São os responsáveis pela realização de tarefas técnicas e científicas que 
auxiliam no desempenho da atividade jurisdicional. Exemplos: analistas, 
escreventes, peritos, oficiais de justiça, intérpretes etc. 
Vamos analisar os auxiliares que importam para sua PROVA: 
 
4.1.7.1 PERITO 
 
Em sentido amplo, são pessoas físicas entendidas e experimentadas em 
determinados assuntos e que, designadas pela justiça, recebem a 
incumbência de ver e referir fatos de natureza permanente, cujo 
esclarecimento é de interesse no processo. 
 
Perito criminal: é o policial a serviço da justiça, especializado em 
encontrar ou proporcionar a chamada prova técnica ou prova pericial, 
mediante a análise científica de vestígios produzidos e deixados na 
prática de delitos. As atividades periciais são classificadas como de 
grande complexidade, em razão da responsabilidade e formação 
especializada revestidas no cargo. 
 
Será multado o perito que: 
 
A) NÃO ACEITAR O ENCARGO, SALVO MOTIVO JUSTIFICÁVEL; 
B) NÃO ATENDER À INTIMAÇÃO DA AUTORIDADE; 
C) NÃO COMPARECER NO DIA E LOCAL DESIGNADOS PARA O EXAME, 
SOB PENA DE SER CONDUZIDO COERCITIVAMENTE; 
D) NÃO APRESENTAR O LAUDO OU CONCORRER PARA QUE A PERÍCIA 
NÃO SEJA REALIZADA. 
 
Causas de suspeição: estendem-se aos peritos as causas de suspeição 
aplicáveis aos juízes. Pela importância, novamente reproduzo. MUITA 
ATENÇÃO!!! 
 
IMPEDIMENTO: 
a) TIVER FUNCIONADO SEU CÔNJUGE OU PARENTE, CONSANGUÍNEO OU 
AFIM, EM LINHA RETA OU COLATERAL ATÉ O TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, 
COMO DEFENSOR OU ADVOGADO, ÓRGÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, 
AUTORIDADE POLICIAL, AUXILIAR DA JUSTIÇA OU PERITO; 
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b) ELE PRÓPRIO HOUVER DESEMPENHADO QUALQUER DESSAS FUNÇÕES 
OU SERVIDO COMO TESTEMUNHA; 
c) TIVER FUNCIONADO COMO PROMOTOR DE OUTRA INSTÂNCIA, 
PRONUNCIANDO-SE, DE FATO OU DE DIREITO, SOBRE A QUESTÃO; 
d) ELE PRÓPRIO OU SEU CÔNJUGE OU PARENTE, CONSANGUÍNEO OU 
AFIM, EM LINHA RETA OU COLATERAL ATÉ O TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, 
FOR PARTE OU DIRETAMENTE INTERESSADO NO FEITO. 
 
SUSPEIÇÃO: 
a) SE FOR AMIGO ÍNTIMO OU INIMIGO CAPITAL DE QUALQUER DELES; 
b) SE ELE, SEU CÔNJUGE, ASCENDENTE OU DESCENDENTE ESTIVEREM 
RESPONDENDO A PROCESSO POR FATO ANÁLOGO, SOBRE CUJO CARÁTER 
CRIMINOSO HAJA CONTROVÉRSIA; 
c) SE ELE, SEU CÔNJUGE OU PARENTE, CONSANGUÍNEO OU AFIM, ATÉ O 
TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, SUSTENTAREM DEMANDA OU 
RESPONDEREM A PROCESSO QUE TENHA DE SER JULGADO POR 
QUALQUER DAS PARTES; 
d) SE TIVER ACONSELHADO QUALQUER DAS PARTES; 
e) SE FOR CREDOR OU DEVEDOR, TUTOR OU CURADOR DE QUALQUER 
DAS PARTES; 
f) SE FOR SÓCIO, ACIONISTA OU ADMINISTRADOR DE SOCIEDADE 
INTERESSADA NO PROCESSO. 
 
Além destas causas, estão impedidos de exercer a função de perito: 
a) Os que estiverem cumprindo pena restritiva de direito; 
b) Os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado 
anteriormente sobre o objeto da perícia; 
c) Os analfabetos e menores de 21 anos de anos. 
Obs.: a proibição da escolha de perito menor de 21 anos visa evitar que 
eventual ausência de amadurecimento do jovem possa contaminar a 
busca da verdade real (STJ, REsp 259.725/SP, DJ 18.02.2008). 
 
4.1.7.1 INTÉRPRETE 
 
É a pessoa conhecedora de determinados idiomas 
estrangeiros ou linguagens específicas, que serve de 
intermediário entre a pessoa a ser ouvida, o Magistrado e 
as partes. 
Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados 
aos peritos 
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Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, 
equiparados aos peritos. 
 
 
É isso ai pessoal. Mais um passo dado rumo a tão sonhada aprovação. 
 
Agora é hora de consolidar os conceitos com os exercícios e seguir em 
frente com força total. 
 
Abraços e bons estudos, 
 
Pedro Ivo 
 
"Não são os grandes planos que dão certo; 
 são os pequenos detalhes." 
 Stephen Kanit 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RREESSUUMMOO DDOOSS PPRRIINNCCIIPPAAIISS PPOONNTTOOSS AAPPRREESSEENNTTAADDOOSS 
 
 
 
 
 
 
 
SUJEITOS PROCESSUAIS 
 
 
 
 
1. Conceito: a relação jurídica processual abrange várias pessoas. Estas 
recebem a denominação de sujeitos processuais e podem ser classificados 
como: 
a) Principais (ou essenciais): são aqueles cuja existência é 
fundamental para que se tenha uma relação jurídica processual 
regularmente instaurada. 
b) Secundários (ou acessórios): são aqueles que, apesar de não 
serem imprescindíveis, poderão intervir no processo a título eventual. 
2. JUIZ: tem como finalidade principal substituir a vontade das partes e 
aplicar o direito material ao caso concreto. 
3. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a 
ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a 
força pública (art. 251). 
4. Características: para poder exercer a jurisdição, deve possuir as 
seguintes características: 
a) Capacidade funcional; 
b) Capacidade processual; 
c) Imparcialidade. 
5. Prerrogativas do juiz: são garantias conferidas aos juízes a fim de 
garantir o desempenho da atividade jurisdicional da maneira mais isenta 
possível. São elas: 
a) Vitaliciedade; 
b) Inamovibilidade; 
RESUMO, EM PARTE, RETIRADO DO LIVRO DE MINHA AUTORIA: 
 DIREITO PROCESSUAL PENAL – RESUMO DOS PRINCIPAIS 
TÓPICOS PARA CONCURSOS PÚBLICOS – 2ª EDIÇÃO 
 
 
 
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c) Irredutibilidade de subsídio. 
6. Vedações aos magistrados: 
a) Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo 
uma de magistério; 
b) Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em 
processo; 
c) Dedicar-se à atividade político-partidária; 
d) Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de 
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções 
previstas em lei; 
e) Exercer a advocacia no juízo ou Tribunal do qual se afastou, antes de 
decorridos trêsanos do afastamento do cargo por aposentadoria ou 
exoneração. 
7. Impedimentos: As causas de impedimento, também consideradas 
como ensejadoras da incapacidade objetiva do juiz, definem que o 
magistrado não poderá exercer jurisdição no processo em que (art. 252): 
a) Tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em 
linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou 
advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da 
justiça ou perito; 
b) Ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou 
servido como testemunha; 
c) Tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de 
fato ou de direito, sobre a questão; 
d) Ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em 
linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou 
diretamente interessado no feito. 
8. As hipóteses de impedimento previstas no CPP constituem rol 
taxativo (STF, HC 97.293/SP, DJ 26.06.2009, Informativo 551). 
9. Suspeição: O juiz dar-se-á por suspeito e, se não o fizer, poderá ser 
recusado por qualquer das partes (art. 254): 
a) Se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
b) Se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente estiverem 
respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso 
haja controvérsia; 
c) Se ele, seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, até o terceiro 
grau, inclusive, sustentarem demanda ou responderem a processo que 
tenha de ser julgado por qualquer das partes; 
d) Se tiver aconselhado qualquer das partes; 
e) Se for credor ou devedor, tutor ou curador de qualquer das partes; 
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f) Se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no 
processo. 
10. MINISTÉRIO PÚBLICO: é instituição permanente, essencial à 
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, 
do regime democrático e dos interesses sociais (CF/1988, art. 127). 
11. Prerrogativas dos membros do Ministério Público: são as 
mesmas atribuídas ao magistrado, ou seja, vitaliciedade, inamovibilidade e 
irredutibilidade de subsídio. 
12. Vedações aos membros do Ministério Público: 
a) Receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, 
percentagens ou custas processuais; 
b) Exercer a advocacia; 
c) Participar de sociedade comercial, na forma da lei; 
d) Exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, 
salvo uma de magistério; 
e) Exercer atividade político-partidária; 
f) Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de 
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções 
previstas em lei; 
g) Exercer a advocacia no juízo ou Tribunal do qual se afastou, antes de 
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou 
exoneração. 
13. Princípios que informam o Ministério Público: 
a) Unidade; 
b) Indivisibilidade; 
c) Independência funcional; 
14. Impedimento e suspeição do representante do Ministério 
Público: os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos 
em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, 
inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições 
relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes (art. 258). 
15. Promotor ad hoc: trata-se de um bacharel em direito, não 
concursado, nomeado como promotor pelo juiz. Na atualidade, é 
absolutamente vedada a atuação de acusador ad hoc (CF/1988, art. 129, § 
2º). 
16. ACUSADO: é o sujeito que ocupa o polo passivo da relação jurídica. 
17. Identificação do acusado: a impossibilidade de identificação do 
acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará 
a ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso 
do processo, do julgamento ou da execução da sentença, se for descoberta 
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a sua qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem 
prejuízo da validade dos atos precedentes (art. 259). 
18. Obrigação de comparecimento: se o acusado não atender à 
intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato 
que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar 
conduzi-lo à sua presença (art. 260). 
19. DEFENSOR: é o responsável pela defesa técnica. Trata-se de 
profissional habilitado capaz de tornar efetivo o exercício do direito de 
defesa. 
20. No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a 
sua deficiência só anulará se houver prova de prejuízo para o réu (STF, 
Súmula 523). 
21. Defensor constituído: é o defensor indicado pelo réu por meio de 
procuração. 
22. Defensor dativo: é aquele nomeado ao réu quando ele não possuir 
defensor constituído. O réu poderá substituí-lo a qualquer tempo. 
23. No processo penal, a nomeação de um defensor dativo não está 
atrelada a demonstração da falta de condições financeiras para constituir 
um advogado. Basta que o réu permaneça inerte, ou seja, não constitua 
um defensor, para que o juiz nomeie um dativo. 
24. O acusado que não for pobre será obrigado a pagar os honorários do 
defensor dativo, arbitrados pelo juiz (art. 263, parágrafo único). 
25. ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO: é o ofendido, parte acessória do 
processo, figurando ao lado do Ministério Público e em seu auxílio. 
26. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente 
do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, o 
cônjuge, ascendente, descendente ou irmãos (art. 268). 
27. Admissão do assistente: o assistente poderá ser admitido a 
qualquer tempo, desde que após o recebimento da denúncia e antes da 
sentença judicial transitada em julgado (art. 269). 
28. Faculdades (art. 271): o assistente pode: 
a) Propor meios de prova; 
b) Reperguntar às testemunhas; 
c) Aditar as alegações finais do Ministério Público; 
d) Participar dos debates orais; 
e) Arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou dele 
próprio, contra decisão de impronúncia, de extinção de punibilidade ou 
sentença absolutória (arts. 584, § 1º, e 598). 
Obs.: o rol do art. 271 é taxativo, de forma que o assistente da 
acusação exerce os poderes estritamente dentro dos limites conferidos 
por este dispositivo legal (STJ, REsp 604.379/SP, DJ 06.03.2006). 
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29. AUXILIARES DA JUSTIÇA: são os responsáveis pela realização de 
tarefas técnicas e científicas que auxiliam no desempenho da atividade 
jurisdicional. Exemplos: analistas, escreventes, peritos, oficiais de justiça, 
intérpretes etc. 
30. Perito: em sentido amplo, são pessoas físicas entendidas e 
experimentadas em determinados assuntos e que, designadas pela justiça, 
recebem a incumbência de ver e referir fatos de natureza permanente, 
cujo esclarecimento é de interesse no processo. 
31. Intérprete: é a pessoa conhecedora de determinados idiomas 
estrangeiros ou linguagens específicas, que serve de intermediário entre a 
pessoa a ser ouvida, o Magistrado e as partes. 
32.Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos (art. 
281). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PPRRIINNCCIIPPAAIISS AARRTTIIGGOOSS TTRRAATTAADDOOSS NNAA AAUULLAA 
 
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR, 
DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA 
CAPÍTULO I 
DO JUIZ 
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a 
ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a 
força pública. 
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: 
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha 
reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, 
órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; 
II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido 
como testemunha; 
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato 
ou de direito, sobre a questão; 
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha 
reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente 
interessado no feito. 
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os 
juízes que forem entre si parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou 
colateral até o terceiro grau, inclusive. 
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado 
por qualquer das partes: 
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a 
processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; 
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro 
grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de 
ser julgado por qualquer das partes; 
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; 
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no 
processo. 
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por 
afinidade cessará pela dissolução do casamento que Ihe tiver dado causa, 
salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem 
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descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o 
genro ou enteado de quem for parte no processo. 
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a 
parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la. 
CAPÍTULO II 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
Art. 257. Ao Ministério Público cabe: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida 
neste Código; e 
II - fiscalizar a execução da lei. 
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em 
que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo 
ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se 
estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e 
aos impedimentos dos juízes. 
CAPÍTULO III 
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR 
Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu 
verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quando 
certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do 
julgamento ou da execução da sentença, se for descoberta a sua 
qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da 
validade dos atos precedentes. 
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, 
reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, 
a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. 
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de condução, os 
requisitos mencionados no art. 352, no que Ihe for aplicável. 
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado 
ou julgado sem defensor. 
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou 
dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. 
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador. 
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, 
ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, 
ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação. 
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os 
honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz. 
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Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão 
obrigados, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu 
patrocínio aos acusados, quando nomeados pelo Juiz. 
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo 
imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 
100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. 
§ 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor 
não puder comparecer. 
§ 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da 
audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum 
do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que 
provisoriamente ou só para o efeito do ato. 
Art. 266. A constituição de defensor independerá de instrumento de 
mandato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório. 
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os 
parentes do juiz. 
CAPÍTULO IV 
DOS ASSISTENTES 
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como 
assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, 
na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31. 
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a 
sentença e receberá a causa no estado em que se achar. 
Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como assistente 
do Ministério Público. 
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer 
perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do 
debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por 
ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1o, e 598. 
§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das 
provas propostas pelo assistente. 
§ 2o O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do 
assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos 
da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente 
comprovado. 
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do 
assistente. 
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá 
recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão. 
CAPÍTULO V 
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 39

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