Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANA MODOLON – ATM 23 SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA – QUARTO BIMESTRE EXAME FÍSICO PEDIÁTRICO: O exame físico pediátrico é o primeiro contato que o médico tem com a criança, então, não é só chegar e examinar: é preciso saber qual é a fase de desenvolvimento que aquela criança se encontra para conseguir direcionar o exame e correlacionar com os achados clínicos e tratamento adequado. O sucesso do atendimento pediátrico se dá em como é o primeiro relacionamento médico-paciente: por vezes, é preciso tirar o jaleco, por vezes, é preciso que se brinque um pouco com a criança para depois examiná-la. PECULIARIDADES: Na pediatria, esquece-se algumas regras semiológicas que se aplica em pacientes adultos, como examinar sempre ao lado do paciente. É preciso adequar-se ao ambiente da criança. O médico precisa cativar o paciente, por isso é importante desenvolver a afetividade, pois não se trata do pai ou mãe e sim, de uma criança que, muitas vezes, não fala. É preciso aprender a mímica, o significado do choro para se adequar e entender o paciente. A Pediatria funciona por repetição, por isso, é importante que mostre para criança o que vai fazer nela (no exame físico) para que ela não tenha medo: seja demonstrar o exame físico primeiro na mãe, seja dar o estetoscópio/otoscópio para criança para ela conhecer os instrumentos. EXAME FÍSICO NO COLO DOS PAIS, SIM! A criança precisa ficar em um lugar onde ela se sinta segura. Tudo que der para fazer no colo, se faz. Depois, examina em outras posições (decúbito dorsal, ventral, etc). INSTRUMENTOS: Estetoscópio Otoscopio Oftalmoscópio Fita métrica Calculadora (tudo é calculado por peso) Esfigmo Abaixador de língua ROTEIRO: Ectoscopia Região cefálica Região cervical Região clavicular Tórax Abdome Genitália/Região inguinal/Períneo Membros superiores e inferiores Medidas antropométricas 1°: Sinais Vitais Por último: o que for examinado em decúbito dorsal. ATUALIDADES: É preciso estar por dentro dos desenhos, brinquedos e músicas das atualidades, para se adequar ao paciente e melhorar/facilitar o exame físico. ANA MODOLON – ATM 23 ECTOSCOPIA: “BEG, MUC, AAA” BEG: o Estado Geral: o BEG: Bom estado geral; Sorridente, colaborativo, comunicativo, brincando o REG: Regular estado geral; o MEG: Mau estado geral; Criticamente doente (sedada, intubada, séptica). MUC: o Mucosas: o Hidratação o Coloração: normocoradas X hipocoradas o MUC: Mucosas úmidas e coradas - normal OBS: Desidratação: - Mucosas secas - Saliva espessa, pegajosa - Choro sem lágrima - Crianças maiores: não “juntam o cuspe” - Remover a chupeta, passando pelos lábios do paciente → observar saliva = ↓ da “baba” (salivação) → Se estiver mais mucoide, significa que a criança está desidratada. Se estiver mais líquida/escorrendo, criança hidratada. AAA: o Temperatura: o Febre > 37,8°C o Termômetro: mercúrio (proibido pela Associação Americana de Pediatria) > digital axilar > Outras apresentações o Normal - “Afebril”: anotar a temperatura. o Acianótico: o Normal – Acianótico o Acrocianose (acomete as extremidades). o Cianose Central OBS: Causas fisiológicas: frio, após o banho, choro, amamentação, febre, nascimento. Causas patológicas: cardiopatias congênitas cianóticas (Ex. Tetralogia de Fallot), apneia, aspiração meconial, hérnia diafragmática, convulsões, patologias pulmonares etc. Na foto à esquerda, cianose central (c/ cianose perioral) pela Tetralogia de Fallot (estenose pulmonar, dextroposição da aorta, comunicação/defeito no septo interventricular e hipertrofia do ventrículo direito. É importante observar os olhos das crianças, para ver se eles estão brilhantes e presença ou não de olheiras. Fontanela anterior deprimida → indica desidratação. ANA MODOLON – ATM 23 Nas fotos à esquerda, acrocianose (extremidades). Na foto à direita, bebê com máscara cianótica – cianose em face (circular de cordão, compressão da face); o Icterícia: o Pele e mucosas amareladas; o Normal: Anictérico; o Despir o paciente; o Luz solar; o Neonatal: Progressão crânio-caudal. Regressão inversa. o Comparar com as mãos; o Cuidado – bebês pletóricos A icterícia é quantificada considerando-se a sua progressão craniocaudal, isto é, a progressão da icterícia da cabeça para a região inferior do corpo (pernas e pés). A tabela elaborada por Kramer relaciona os níveis de bilirrubina indireta (BI) com a zona dérmica de icterícia. Na foto à direita, um bebê com pletora (pele avermelhada) → nasce com glóbulos vermelhos aumentados que foram passado do cordão umbilical ao nascimento (policitemia). Nesses casos, os bebês nascem com alta taxa de hematócrito e alta taxa de hemoglobina. Some com o tempo, mas há o risco de evoluir para uma icterícia. A icterícia neonatal é um achado fisiológico comum, seja por falta de amamentação ou por uma resposta ao componente do leite materno. ANA MODOLON – ATM 23 Atividade: Ativo x Hipoativo Reativo ao exame físico; Observar amamentação → Se recusa ou não os alimentos; Observar choro; Observar brincadeiras; “Meu filho tá diferente, esse não é o normal dele”. → Procurar alguma manifestação clínica de sepse. É importante acolher a queixa dos pais para investiga-la no exame clínico e físico. REGIÃO CEFÁLICA: Fontanelas: Polpas digitais Centímetros Normotensa X Abaulada (choro, febre, ↑ HIC, meningite, tumor) X Deprimida (desidratação) A fontanela posterior fecha ao nascimento (algumas literaturas dizem no 1º mês de vida) e a fontanela anterior começa a fechar a partir dos 9 meses de idade. É preciso sempre palpar as fontanelas. Se ela está pulsando, é um bom sinal, pois o cérebro está bem perfundido. Já quando ela está inchada é preciso ficar de olho (se é devido ao choro {fisiológico}, meningite ou aumento da pressão intracraniana). Se a moleira está deprimida, pode ser caso de desidrato. Forma: O formato do crânio resulta do fechamento de suas suturas; logo, se for observado um formato anômalo, as suturas devem ser avaliadas quanto ao fechamento precoce. Plagiocefalia: significa assimetria do crânio, que pode ser anterior ou posterior. Quando posterior, reflete, na maioria dos casos, a posição para dormir adotada pelo bebê. É preciso deixar o bebê em outra posição – que não o decúbito dorsal - para que volte ao normal. A atitude é uma avaliação importante para sinais como septicemia. ANA MODOLON – ATM 23 Perímetro Cefálico: É obtido com o uso de uma fita métrica que passe pela glabela e pela protuberância occipital. Mede-se em todas as consultas até os dois anos de idade! Em relação ao tamanho, é importante determinar se a macrocefalia ou a microcefalia presentes são congênitas ou não. Nas fotos à esquerda, bebês com macrocefalia. Nas fotos à direita, bebês com microcefalia. Fáscies: Sempre observar fáscies sindrômicas e sinais como: hipertelorismo, baixa implantação de orelhas, epicantos mais finos, lábio superior mais fino, etc. Nem sempre só um achado vai ser uma característica sindrômica: é preciso correlacionar os achados. ANA MODOLON – ATM 23 REGIÃO CERVICAL: Cabeça inclinada para lado acometido + massa palpável no músculo esternocleidomastoideo → Torcicolo congênito. As cadeias de linfonodos são iguais a dos adultos. É preciso afastar neoplasias, as quais possuem linfonodos são firmes, endurecidos, coalescentes (aglutinam-se em uma cadeia), aderidos, sem sinais inflamatórios (normalmente) e com sintomassistêmicos associados. Para isso, é preciso palpar todas as regiões: cervical, supraclavicular, axilar, inguinal, da fossa poplítea... Adenomegalias: Fotos retratando adenomegalias. O menino adquiriu uma doença devido a um arranhão de gato. Já a menina, mais a direita, possuía miíase no couro cabelo, o que levou a desenvolver adenopatia reacional. ANA MODOLON – ATM 23 REGIÃO CLAVICULAR: Palpação de clavícula: Assimetria X Simetria Crepitações Edema Trauma do parto É importante saber a idade da criança para saber o que pode ter acontecido para ocorrer uma fratura, por exemplo: um bebê de quatro meses não tem como rolar da cama... por isso, é preciso investigar abuso, maus tratos... OTOSCOPIA: Inspeção: É preciso sempre olhar para a orelha da criança, enxergar apêndices auriculares (que podem estar relacionados à más formações renais), mastoítes (complicação de otite média) observando se está hiperemiada ou vermelha... Palpação: Compressão do tragus A compressão do tragus deve ser feita a fim de achar um sintoma clínico, não deve ser feita sem clínica para infecção do ouvido. Para retificar o conduto, é preciso “puxar” para cima e para trás. Obs: em caso de não colaborativos → Deitados. Examinador na região da cabeça. Criança de lado. Familiar “deitado por cima” do paciente, segurando braços. Patognomônico de otite média na infância: abaulamento de MT. APÊNDICES AURICULARES MASTOÍTE EXAME NORMAL: MT branco-perolada, translúcida, cabo do martelo visível, reflexo luminoso (trígono luminoso) presente, sem abaulamento, sem retração, sem hiperemia. EXAME ALTERADO: MT hiperemiada, abaulada, reflexo luminoso ausente. ANA MODOLON – ATM 23 OROSCOPIA: Não colaborativos → Deitados. Familiar segura os braços acima da cabeça (cotovelos encostando na lateral do rosto). Examinador segura o abaixador de língua no 1/3 médio. → Evitar reflexo do vômito. “Mordedores do palito” → Introduzir abaixador de língua lateralmente, até a base da língua (reflexo do vômito). Ou aproveitar o choro! → Caso não seja possível visualizar, é preciso pôr o abaixador de língua na base da língua para visualização da orofaringe. Oportunidade para examinar os dentes! Cuidado com dente neonatal. ROTEIRO DO TÓRAX: INSPEÇÃO PALPAÇÃO PERCUSSÃO AUSCULTA PERÍMETRO TORÁCICO Abaixador no 1/3 médio (p/ evitar reflexo) – crianças maiores. MONILÍASE ORAL/SAPINHO: placas branco- acinzentadas, aderidas – Se removidas com o palito = leite. Hiperemia importante em pilares anteriores e amígdalas, com petéquias em palato e exsudatos ausentes. Hiperemia e exsudatos em crimas amigdaleanas. ANA MODOLON – ATM 23 INSPEÇÃO: Observar: Sinais de esforço respiratório: uso de musculatura acessório no ciclo inspiratório, que faz com que a criança tenha: o Tiragem: subcostal, fúrcula e intercostal; o Batimento de asa nasal (BAN); o Balanceio da cabeça; o Gemência. PALPAÇÃO: Ictus Frêmito PERCUSSÃO: Macicez → indicativo de líquido FREQUÊNCIAS: Frequência cardíaca: Contar em 60 segundos Crianças prematuras ou em período neonatal fazem respirações periódicas, com pausas durante a respirações (fica de 15 a 20s sem respirar – é preciso contar cada pausa para identificar extrassístoles, sopros...) Sopros cardíacos → cardiopatias congênitas, anemia. Frequência respiratória: Contar em 60 segundos → respiração periódica Movimentos respiratórios Taquipneia: Idade Variação Recém-nascido 120-160 Lactente 90-140 Pré-escolar 80-110 Escolar 75-100 Adolescente 60-90 Mamilo extranumérico Desnutrição Mamilo extra numérico pode ser causa de alguma patologia ou mal formação congênita de linha média. - CRIANÇA PRECISA ESTAR NA FC/FR: Paciente afebril Não choroso Tranquilo Febre, calor, desidratação, amamentação, ansiedade, medo → alteram SV. FC é o sinal mais sensível do choque (e o 1º que altera). 0 – 2 meses: 60 irpm 2 – 12 meses: 50 irpm 1 – 5 anos: 40 irpm 5 – 8 anos: 30 irpm > 8 anos: 20 irpm ANA MODOLON – ATM 23 AUSCULTAS: Ausculta pulmonar: Normal: AP MV presentes, simétricos, bem distribuídos, SRA. Anormal: Ruídos adventícios o Roncos: o Movimentação do muco nos brônquios, predominantemente inspiratório. o Bolhosos: o Abertura e fechamento de via aérea, contendo secreção em brônquios e bronquíolos + afrouxamento de estruturas de suporte da parede brônquica. o Sibilos: o Vibração das paredes bronquiolares e do conteúdo gasoso o Inspiratório e expiratório o Disseminados pelo tórax → comprometimento de toda árvore brônquica o Localizados → corpo estranho, neoplasia o Exemplo: “miado do gato”, som em silvo. Ausculta cardíaca: Normal: AC RR2T BNF S/SA Desdobramentos fisiológicos com a respiração – inspiração desdobra as bulhas Anormal: Sopro cardíaco → cardiopatia congênita, anemia. PERÍMETRO TORÁCICO: A nível dos mamilos – sempre medir em TODAS as consultas. ROTEIRO DO ABDOME: INSPEÇÃO AUSCULTA PERCUSSÃO PALPAÇÃO - Na síndrome de Prune Belly o bebê nasce sem a musculatura do abdome. Barriga em uva-passa. - Kwashiorkor: desnutrição proteica. - A onfalite é a infecção no umbigo na infância (estafilocóccicos). Odor fétido. Causa de morte. → É preciso saber se o coto umbilical é gelatinoso ou mumificado e que a circulação é AVA (com 2 artérias e 1 veia). Sempre esquentar a membrana do esteto! Prune Belly Kwashiorkor Lembrar: - RNs e crianças menores/desnutridas → fígado e baço palpáveis - Esquentar as mãos - Delicadeza - Elevar MMII - Deslizar sem tirar a mão!! É preciso ir dedilhando, porque ao tirar a mão, a criança se defende. ANA MODOLON – ATM 23 Gastrosquise é quando as vísceras saem pela cicatriz umbilical, e difere-se da onfalocele por não ter peritônio envolvendo as vísceras. →Tratamento de gastrosquise: soro fisiológico + compressa + camisinha feminina até operação (camisinha feminina fica como peritônio). GENITÁLIA/REGIÃO INGUINAL/PERÍNEO: Familiar/crianças maiores removem as roupas Tipicamente feminino Tipicamente masculino Testículos → tópicos X ectópico X ausentes X retrátil. o “Ordenhar” o canal inguinal e palpar em pinça GASTROSQUISE ONFALOCELE SINÉQUIA DE PEQUENOS LÁBIOS: a fimose feminina FIMOSE: retrair o prepúcio delicadamente → avaliar exposição da glande. Pacientes maiores podem fazer a retração. DERMATITE AÉREA DAS FRALDAS: eritema que poupa as pregas – letra W MONILIASE PERINEAL/sapinho: placas eritematosas, descamativas, com lesões satélites (pustulosas) Manchas mongólicas ANA MODOLON – ATM 23 Tipicamente feminino e tipicamente masculina → usado por ter genitálias que não são bem definidas, como um clitóris hipertrofiado (em que se fica em dúvida se é um micropênis). É preciso avaliar os testículos dos meninos e avaliar onde eles estão (e se estão ou não presentes) → Criptorquidia é quando os testículos não estão na bolsa escrotal (podem estar no canal inguinal, abdome...) Nas meninas, é preciso avaliar a vagina. Observar se há sinéquia de pequenos lábios/fimose feminina (afastando com o polegar e indicador) com uma “película”. Tratamento: pomada de estrogênio ou cirurgia. Nos meninos, é preciso avaliar o pênis. Retrai-se o prepúcio para expor a glande. A genitálias das crianças sempre precisa ser avaliado com uma colega (sempre em dupla) – medicina defensiva. Manchas mongólicas:manchas de nascença (principalmente afrodescendentes). MMSS E MMII: Simetria; Deformidades; Crepitações; Número. Palpação de pulsos periféricos e centrais Sala de parto: pulsação na base do cordão Tempo de enchimento capilar (Normal: até 3seg) Temperatura da extremidade Aspecto “moteado” (rendilhado) da pele – choque sépticos em bebês; normal em adultos devido à perfusão. Shaking babys: síndrome do bebê sacudido – síndrome associado ao maus tratos ou não. Observar fraturas. Parada CardioRespiratória (PCR): Lactentes (<1 ano): braquial. Crianças maiores: femoral e/ou carotídeo TEC (tempo de enchimento capilar): Lentificado > 3 seg “Mil e um, mil e dois, mil e três” Aperta-se o dedo da criança e solta, o flush precisa ser contado. Quando a criança está séptica, a volta do TEC fica mais lentificado (>3seg), demorando para corar. ARTROGRIPOSE CONGÊNITA – associado ao zika vírus ANA MODOLON – ATM 23 DORSO: É preciso sempre examinar o dorso. Casos de espinha bífida de meningocele... MEDIDA ANTROPOMÉTRICAS: PRESSÃO ARTERIAL: Sentada Pés e costas apoiados Braço despido Medir PA em todas as crianças > 3 anos, em todas as consultas!!!!!!!!! o < 3 anos: cardiopatias congênitas, ITU de repetição, hematúria/proteinúria, malformação urológica, doença renal, história familiar de doença renal, prematuridade, displasia broncopulmonar. Deixar livre fossa antecubital (2 cm acima da prega do cotovelo) Avaliar percentis (PA x altura x Idade x sexo) ESTATURA: Decúbito dorsal – comprimento Em pé - altura 12 a 15 Kg / Até 2 anos > 12 a 15 Kg / 2 anos PESO:
Compartilhar