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1 Giardíase - Parasitologia

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Dalton Willians S Arandas – Medicina AULA 1 
1 
PARASITOLOGIA 
GIARDÍASE 
 A giardíase é uma doença causada por um parasita do 
filo Sarcomastigophora sendo utilizada três denominações 
para a mesma espécie de parasita: 
• Giardia lamblia; 
• Giardia intestinalis; 
• Giardia duodenalis. 
A espécie citada acima parasita o homem. O parasito é 
um protozoário unicelular, sendo um parasita estenoxênico 
(espécie-específico) e são organismos desprovidos de 
mitocôndrias, com a presença de dois núcleos, flagelos (por 
volta de 6 a 8), blefaroblasto, exoesqueleto, disco 
adesivo/suctorial/succional (que realizam o acoplamento 
nas vilosidades do intestino) e axostilos. 
 
 
FORMAS EVOLUTIVAS 
 São compreendidas duas formas evolutivas do parasito 
causador da giárdia, o trofozoíto e o cisto. 
TROFOZOÍTO 
 Essa forma evolutiva habita o intestino 
sendo a forma patogênica e reprodutiva. Possuem de 
12 a 20 μm, de modo que só é possível visualizá-lo 
numa lente objetiva com aumento em 40x. Essa 
forma contém corpos parabasais ou medianos ou 
ainda blefaroblasto. Sua forma de reprodução é 
assexuada por bipartição, pois começa a duplicar 
o material para formar outro trofozoíto. E os 
estímulos ambientais provocam alterações 
genéticas, o que promove a variabilidade genética. 
A velocidade da reprodução do parasito depende da 
condição do hospedeiro em relação ao seu estado 
imunológico, fazendo com que em alguns casos a 
giárdia se reproduza em minutos. Então, o sistema 
imune controla sua virulência. 
CISTO 
 Tem uma estrutura recoberta por uma 
camada amarela (essa coloração é decorrente da 
presença de quitina) que apresenta birrefringência 
(propriedade de causar um efeito ótico que se 
assemelha a emissão de brilho ao se observar pelo 
microscópio o parasito e fazer uma mudança focal). 
Na preparação da lâmina, de indivíduos infectados, 
fezes formadas (ou seja, fezes sólidas que detém 
uma forma definida) apresentam os cistos. 
Enquanto fezes diarreicas (líquida) ou disentéricas 
(com a presença de célula sanguíneas) se visualiza 
o trofozoíto. Os cistos tem formato arredondado e 
possuem de 2 a 4 núcleos, axóstilo ou axonema e 
parede cística ou camada externa. Essa forma 
evolutiva não se reproduz, não se fixa e não é 
patogênica, mas é a forma infectante, uma vez que 
apresenta certa resistência no meio ambiente, de 
modo que fica 1cm abaixo da camada superficial do 
solo para se proteger de temperaturas e radiação da 
camada superficial do solo. 
 
Dalton Willians S Arandas – Medicina AULA 1 
2 
CICLO BIOLÓGICO 
 No Brasil, esse parasito tem uma alta prevalência, 
sendo seu ciclo biológico monoxênico. E o ciclo se inicia 
com a ingestão do cisto em alimentos e/ou água 
contaminados. E quando se chega ao estômago o ácido 
clorídrico destrói a camada externa do cisto ativando seu 
desencistamento. 
 
 E assim o cisto atinge o duodeno onde há o processo de 
desencistamento total, onde o cisto se transforma em 
trofozoíto (2 trofozoítos). 
 
 Então os trofozoítos se fixam na mucosa e iniciam o 
processo de reprodução por bipartição. No intestino grosso 
há o encistamento. E o cisto é levado pelas fezes para o meio 
ambiente para manter o ciclo. Porém o trofozoíto só realiza 
o encistamento, pela duplicação do material genético e 
adição da camada de quitina (que é gelatinosa e se cristaliza 
em contato com o ar), ao se desprender do duodeno. 
 É uma doença oportunista que age mais facilmente em 
baixas do sistema imune. O tecido intestinal em pessoas que 
estão com uma boa quantidade de IgA consegue conter a 
virulência e fazer com que a infecção seja assintomática. 
 
PATOGENIA 
 Há um conjunto de ações tanto pela resposta 
inata, quanto pela adaptativa que desenham a 
sintomatologia do paciente infectado. 
 A infecção exacerbada da giárdia causa o 
atapetamento que é decorrente da baixa de IgA, e 
então se cria uma barreira mecânica, pois os 
receptores giardinos ficam expostos e os trofozoítos 
se fixam mais facilmente. 
 
 A presença das giárdias provoca a resposta 
imune, sobretudo de IgE, que estimula mastócitos, 
que degranulam e liberam histamina que, por sua 
vez, leva ao aumento das contrações (cólicas), 
aumento do peristaltismo (diarreia), aumento da 
potência inflamatória (que pode ocasionar febre) e 
aumento da produção de muco. 
Dalton Willians S Arandas – Medicina AULA 1 
3 
 Há também atuação dos eosinófilos que liberam 
enzimas – peroxidases – que potencializam a resposta 
inflamatória e o peristaltismo. Em contrapartida ao sistema 
imune a giárdia começa a liberar enzimas que destroem a 
camada de absorção, além de destruir glândulas que 
produzem e liberam as dissacaridíases (que tem por função 
quebrar carboidratos) podendo gerar uma intolerância à 
lactose momentânea. 
 Com o avançar do tempo, de 6 meses a 1 ano, a atuação 
da giárdia leva a atrofia das microvilosidades de forma 
irreversível, quando a infecção está muito forte há 
processos diarreicos que descartam a microvilosidade 
injuriada para renovar os enterócitos. 
 A virulência depende da competência imunológica, 
principalmente a presença de IgA, além da idade, 
microbiota, tipo de alimentação, pH do suco gástrico, sais 
biliares, cepa e carga parasitária. 
FORMAS CLÍNICAS 
 O quadro agudo se dá em média até 40 dias de infecção. 
(IgM positivo). Já o quadro crônico se dá pela interrupção 
da liberação de IgM e se caracteriza pela síndrome da má 
absorção, que é quando o paciente começa a apresentar 
carências nutricionais. 
SINTOMAS 
 Diarreia (pode conter raios de sangue, diarreias 
explosivas, com excesso de muco ou gordura e gases), 
gases, azia, dor abdominal, esteatorreia (fezes amareladas), 
febre, enjoos, vômitos, emagrecimento, quadros carenciais 
e diarreia persistente. 
DIAGNÓSTICO 
 Existem duas maneiras de diagnóstico: o parasitológico 
(que pesquisa por cistos nas fezes além da pesquisa por 
trofozoítos) e o imunológico (pesquisa por coproantígenos 
(teste rápido), pesquisa de anticorpos e pesquisa de DNA). 
TRANSMISSÃO E PREVENÇÃO 
 Técnicas de higiene são preconizadas pois é contraído 
por água e/ou alimentos contaminados. Então atos como 
lavar as mãos, ferver a água antes do consumo, higienização 
dos alimentos são ações que previnem a o desenvolvimento 
da giárdia. 
 
 
ESQUEMA TERAPÊUTICO 
• Secnidazol (dose única); 
• Metronidazol (tem eficácia maior); 
• Albendazol (400mg por 5 dias); 
• Tinidazol.

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