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Arte Bizantina

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE 
Laurete International Universities 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARTE BIZANTINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANAUS 
2015 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE 
Laurete International Universities 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
ELCIONE DOS SANTOS MESQUITAS 
ELISAMA MONTEIRO DE MENDONÇA 
ELIZAMA MEDEIROS DA SILVA 
FLÁVIA CARNEIRO BARBOZA 
LUCAS TORRES MARQUES 
OCLEODO DOS SANTOS TORRES 
RAYANA RIBEIRO RAMOS 
ROSANA SILVA DOS SANTOS 
WEMBYSTAYNE BARRETO DE ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
ARTE BIZANTINA 
 
 
 
 
 
 
 Trabalho apresentado á disciplina Estética e 
 História da Arte Como requisito para obtenção de 
 nota do 1º bimestre. Turma AUN01S2. 
 Professor: Miguel Angel Arce Pena. 
 
 
 
MANAUS 
2015 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO........................................................................................................... 4 
ARTE BIZANTINA...................................................................................................... 5 
OS PERÍODOS DA ARTE BIZANTINA ...................................................................... 6 
PRIMEIRO PERÍDO DA ARTE BIZANTINA .............................................................. 6 
SEGUNDO PERÍODO DA ARTE BIZANTINA ........................................................... 8 
ARTE CRISTÃ PRIMITIVA ....................................................................................... 10 
A ARTE NA FASE CATUMBÁRIA ............................................................................ 11 
A ARTE NA FASE DO RECONHECIMENTO (ARTE CRISTÃ PRIMITIVA) ............ 12 
A ARTE BIZANTINA EM RAVENA ........................................................................... 13 
OS ÍCONES BIZANTINOS ....................................................................................... 13 
MOSAICOS .............................................................................................................. 14 
ARQUITETURA ........................................................................................................ 16 
MAUSOLÉUS ........................................................................................................... 17 
BASÍLICAS ............................................................................................................... 18 
TÉCNICAS DE TÊMPERA E ENCÁUSTICA ........................................................... 19 
SIMBOLOGIA DAS CORES ..................................................................................... 19 
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 22 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Arte Bizantina teve seu centro de propagação a partir da cidade de Cons-
tantinopla, capital do Império Romano do Oriente, e se desenvolveu a princípio inclu-
indo características originadas de regiões orientais, como Ásia Menor e Síria. 
A sua pintura é representada por três tipos de elementos que são diferencia-
dos nas suas formas e funções: os ícones, as miniaturas e os afrescos. Todos tive-
ram características religiosas. 
A técnica mas figurativa foi o mosaico. Sua origem identifica a Grécia, mas foi 
Bizâncio que usou pela primeira o mosaico para decorar paredes, abóbadas e não 
apenas pisos. No início do mosaico, as obras eram tiradas da vida cotidiana, mas 
depois foi mudando para o lado da religião, e o mosaico se transformou no elemento 
exclusivo de locais de culto (igrejas e batistérios). 
Tanto na pintura quanto nos mosaicos tinham as mesmas regras de desenho: 
espaços ideais em fundos dourados, figuras para representar Cristo, Maria, os san-
tos e os mártires. 
A arquitetura também foi um estilo artístico dominante nessa época, princi-
palmente a das igrejas, que eram geralmente construídas sobre uma base circular, 
octogonal ou quadrada, tinham grandes cúpulas, eram vastas e com decorações 
ricas. O exemplo mais conhecido desse estilo é a Igreja de Santa Sofia, localizada 
em Istambul, obra dos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arte Bizantina 
Chama-se Arte Bizantina aquela produzida na parte leste do antigo Império 
Romano. Constantinopla, sua capital, foi fundada em 330 d.C. e caiu sob o jugo do 
Império Turco em 1453, marcando a passagem histórica da Idade Média para a Ida-
de Moderna. 
Mapa do império Bizantino 
 
Entretanto, uma arte propriamente bizantina não começou exatamente quan-
do o Império Romano foi dividido em duas partes, tampouco acabou logo após a to-
mada de Constantinopla. Durante os primeiros anos do Império do leste, a arte podia 
ser considerada ainda romana, desenvolvendo-se com outras características poste-
riormente. Da mesma forma, os padrões artísticos do Império Bizantino puderam ser 
observados até aproximadamente o século XVI. Além disso, outros povos que não 
pertenciam propriamente aos domínios do Império Bizantino assimilaram esses pa-
drões, como os eslavos. 
A temática da Arte Bizantina de uma forma geral é religiosa: eventos bíblicos, 
a vida dos santos. Era função de o artista representar as crenças teológicas. Devido 
a forte importância das imagens, que funcionavam como verdadeiras pontes de con-
tato entre o homem e o divino (ícones), os artistas deveriam seguir fielmente as tra-
dições. 
Qualquer inovação ou falha na representação de uma imagem com função 
tão importante poderia mesmo ser considerada como desrespeito à Igreja. Portanto, 
não era exigidos do artista criatividade, originalidade, ou seu traço pessoal, sendo 
que pouquíssimos mestres bizantinos são conhecidos hoje. Mesmo quando a arte 
destinava-se a prestar homenagem ao Imperador, podia ser observado um fundo 
religioso, uma vez que, seguindo a tradição oriental, o Imperador era considerado 
como a emanação da figura divina na Terra. 
 
 
Um aspecto importante de toda essa observação da arte bizantina na preser-
vação das tradições, foi a consequente preservação também de traços da arte grega 
e romana, um dos últimos redutos de sobrevivência desses padrões na Idade Média 
antes da Europa passar a valorizá-las durante o Renascimento. Diferenciava-se da 
arte clássica, por sua vez, principalmente na exaltação do divino e não do homem 
como faziam os antigos. 
Por essas características, percebe-se que era mais apropriada a arte em 
grande escala, para melhor exaltar o poder que deveriam representar. Os mosaicos 
talvez sejam os mais famosos trabalhos em arte do Império. Entretanto, também ha-
via a arte realizada em pequenos objetos, como trabalhos têxteis, jóias, trabalhos 
em metais e principalmente a iluminação de manuscritos. 
Os Períodos da Arte Bizantina 
Podem ser divididos em dois períodos distintos: a Arte Bizantina dos primeiros 
tempos, que vai aproximadamente do século IV ao século VIII, e a Arte Bizantina 
mais tardia, que vai mais ou menos do século IX ao século XV. O ponto de ruptura 
entre esses dois modelos artísticos foi dado pelaação dos iconoclastas, que termi-
nou em 843. No século VIII foi desencadeada uma luta contra a reprodução de ima-
gens por Leão Isáurico (Leão II, 675 -741). Seus sucessores acabaram intensifican-
do cada vez mais a luta contra os ícones, depredando com mosaicos, afrescos e 
perseguindo aqueles que cultuavam imagens. Eles acabaram por destruir grande 
parte da produção artística do primeiro período por motivos religiosos-filosóficos. 
Seu poder foi forte no Império até o século IX. A partir daí vemos o ressurgimento da 
arte bizantina com novas conquistas. 
Primeiro Período da Arte Bizantina 
Nesse primeiro período, temos a figura do Imperador Justiniano, O Gran-
de (527 - 565) como líder de uma das épocas de maior desenvolvimento da Arte Bi-
zantina. O Imperador era conhecido por patrocinar a atividade, além de sua força 
política e militar. A influência clássica era bastante nítida nos trabalhos do período. 
Entretanto, trata-se de uma época de difícil estudo uma vez que poucas obras so-
breviveram. 
Uma das maiores obras de Justiniano foi a reconstrução da Igreja de Hagia 
Sophia. A Igreja, construída por Constantino, tinha sido destruída em 532 por fac-
ções políticas rivais. Isidorus de Miletus e Anthemius de Tralles eram os arquitetos 
responsáveis pela obra. A alta abóbada da igreja (55 m), com seus 33 m em diâme-
tros é uma das características mais marcantes do templo. 
 
 
 
Igreja Santa Sofia, Constantinopla, atual Istambul, Turquia. 
 Além disso, especialmente podem ser notadas combinações de elementos 
das primeiras igrejas cristãs com elementos presentes nas construções de basílicas. 
A Basílica de São Apolinário em Classe, construída no século VI, é outra boa amos-
tra de um templo bizantino, especialmente por conter em seu interior um belo mosai-
co, tipo de pintura que alcançou notável expressividade na Arte Bizantina. Mostra o 
santo em oração numa paisagem estilizada, algumas ovelhas, Moisés, Elias, uma 
cruz com a minúscula cabeça de Cristo na intersecção de seus dois lados e a Mão 
de Deus. O Mosaico foi decifrado como simbolizando a Transfiguração de Cristo. 
 
A Basílica de São Apolinário, em Classe, Ravena 
Um dado interessante da Arte Bizantina é ver um mesmo tema tratado de 
maneiras distintas nas várias regiões do Império. Isso acaba por provar que apesar 
do respeito às tradições típico dessa arte, ela não se mostrava fechada às variações 
de estilos em suas diferentes regiões. A iluminação de manuscritos é a manifestação 
artística que permite uma boa observação da Arte Bizantina, uma vez que muitos 
deles conseguiram chegar até nós. 
 
 
Tanto como no ocidente essa atividade é bastante representativa da arte do 
Império Romano oriental na Idade Média, apresentava muitas variações, que podem 
corresponder às diferentes localidades de origem desses manuscritos. Podem ser 
encontradas desde páginas inteiras ilustradas, às iluminações somente no meio de 
um texto. As ilustrações de manuscritos gregos parecem terem sido as preferidas 
pelos artistas. Os retratos dos autores presentes nas obras também seguiam a tradi-
ção da arte grega. 
Um bom exemplo pode ser dado pela representação de São Marcos nos E-
vangelhos Rossano, pertencente à Catedral de Rossano, sul da Itália. Outro manus-
crito grego ilustrado foi Gênesis de Viena, hoje na Biblioteca Nacional de Viena. Os 
textos são pequenos e as ilustrações pormenorizadas, podendo uma mesma ilumi-
nação apresentar mais de um evento com a repetição de personagens. Conforme já 
foi dito, a ação dos iconoclastas acabou por destruir grande parte da arte bizantina. 
Entretanto, no reino da Imperatriz Irene (787 -813) e a partir de 843 (Imperatriz The-
odora) pode ser observada a restauração do culto aos ícones e um novo período de 
ouro da Arte Bizantina. 
 
Manuscrito, criado no Império Bizantino 
no século XI 
 
Livro do Evangelho produzido em Constan-
tinopla no século XII 
 
Segundo Período da Arte Bizantina 
Após 843, começa uma nova era de ouro da Arte Bizantina, com a restaura-
ção dos ícones. O Império Bizantino de então já é bem menor do que aquele gover-
nado por Justiniano, devido a perda de territórios para os árabes ou para a dinastia 
Carolíngia. O termo Renascença Macedônia pode ser usado também para designar 
a arte do período, uma vez que ela continha inúmeras referências clássicas. A de-
nominação também baseia-se no fato dessa época ser o começo de uma dinastia 
iniciada por Basil I (867 - 886), o Macedônio. 
Na arquitetura não houve nenhuma construção que superasse em esplendor 
a Hagia Sophia, uma vez que predominava nessa época construções mais modes-
 
 
tas. Exemplos de construções desse período são a Nea (destruída) e as demais i-
grejas em formas de quincunce (uma abóbada central rodeada de quatro pequenas 
abóbadas), nas regiões de Salonika, por exemplo. 
A Igreja de San Marco, em Veneza, tem clara inspiração na arte bizantina da 
época de Justiniano, mostrando como esses valores estéticos acabaram por atingir 
o oeste. Com seus mosaicos e esculturas, influenciou a maneira como o ocidente 
assimilaria a arte do leste. A Catedral de Pisa, construída pelo arquiteto Busketos, 
que mistura elementos romanescos aos bizantinos, é outro bom exemplo da expan-
são da arte bizantina. 
Interior da Basílica de São Marcos em Veneza 
 
Na pintura, os ícones são grandes destaques. De profunda importância religi-
osa para a cultura do Império, as representações de entidades divinas, em especial 
os vários santos, eram adorados tanto por poderem estabelecer a ligação entre o 
plano humano e o divino, como pelas figuras em si. 
Os mosaicos são outro importante meio decorativo usado na arte bizantina. 
Normalmente no interior de igrejas, possuíam rica simbologia, representando Cristo, 
a Virgem, a Criança, os profetas, os apóstolos e os santos. Havia ainda imagens 
mostrando as principais festas do ano litúrgico bizantino. 
A iluminação de manuscritos continua sendo atividade importante na arte do 
Império. De uma forma geral, temos várias amostras da arte bizantina dessa segun-
da época de ouro. No caso dos manuscritos isso é ainda mais verdadeiro, tendo so-
brevivido vários deles. Aspectos da arte clássica costumam estar bastante ressalta-
dos, como a referência à mitologia grega. Paris Psalter, de Psalms, que retrata epi-
sódios do Velho Testamento, é um bom exemplo desses manuscritos. 
 
 
Um dos últimos exemplos de pintura bizantina pode ser dado pela Kariye Ca-
mii em Chora, Igreja do Salvador. Realizada já no século XIV, mostra a resistência 
da Igreja Bizantina que, mesmo com as tentativas de destruição promovidas pelo 
papado e as cruzadas, ainda se mostrava vigorosa. 
Quanto às esculturas, não há muitos exemplos de esculturas monumentais, 
prevalecendo sua utilização na decoração arquitetônica ou esculturas em pequena 
escala, como altares portáteis por exemplo. 
Acredita-se que a arte bizantina foi de fundamental importância para o início 
da Renascença Italiana, assimilada tanto pelo contato comercial com o país latino, 
como pelo espólio realizado pelas Cruzadas. 
Arte Cristã Primitiva 
A Arte Cristã é dividida em dois períodos: O primeiro quando o povo cristão 
(pessoas de várias origens unidas pela fé em Jesus Cristo) era intolerado e perse-
guido pelos romanos. O segundo quando o Cristianismo tornou-se religião oficial do 
Império Romano em 391. 
A fase anterior ao reconhecimento do cristianismo chama-se Catacumbária. A 
arte nesse primeiro período é pouco elaborada, feita com formas simples e bastante 
grosseiras. É realizada por fiéis, constituindo-se basicamente por pinturas feitas em 
paredes e tetos de catacumbas. 
 
Nóe na arcaRessurreição de Lázaro 
Ambas as imagens encontradas na Catatumba de São Pedro e São Marcellinus em Roma 
Em 313 d.C., o imperador Constantino converteu-se ao cristianismo e permitiu 
o seu culto em todo o Império Romano. Em 391 , o Imperador Teodósio declarou o 
Cristianismo como religião oficial do Império e os outros cultos foram proibidos e 
considerados pagãos. Este é o segundo período da arte cristã, denominado como 
Arte Cristã Primitiva – propriamente dita –, pois ela deixa seus esconderijos e ganha 
destaque. 
 
 
A partir de 313, a expansão do cristianismo pelo Império Romano estabeleceu 
outra fase no desenvolvimento das expressões artísticas ligadas a essa nova cren-
ça. De acordo com as bases fundamentais do Edito de Milão, documento oficial ou-
torgado pelo Imperador Constantino, o cristianismo passava a ser uma religião reco-
nhecida pelo Estado romano. 
Ainda durante o século IV, temos que ainda destacar as ações tomadas pelo 
Imperador Teodósio. Por meio dos poderes a ele concedidos, este governante ro-
mano, no ano de 391, elevou o cristianismo à condição de religião oficial de todo o 
Império Romano. Dessa forma, podemos compreender por quais razões a pintura e 
a arquitetura cristã, desenvolveram-se tanto nesse espaço de tempo. 
A Arte Na Fase Catacumbária 
Arquitetura - Sendo uma religião perseguida, alvo da vigilância e repressão 
das autoridades, as práticas cristãs se faziam ocultamente. 
Desse modo, na fase catacumbária, não existe praticamente arquitetura. Pen-
sou-se, durante muito tempo, que os fiéis se reunissem no interior das catacumbas 
para celebração do culto. Está provado hoje, por investigações arqueológicas, que 
faziam dentro de residências, em Roma e outras cidades, geralmente à noite, sob o 
temor da prisão, tortura e morte. As catacumbas serviam apenas para o sepultamen-
to. 
Catacumbas - As maiores catacumbas e mais famosas são as de Roma, ao 
longo das grandes e históricas vias imperiais, pois as leis romanas proibiam o sepul-
tamento no interior dos recintos das cidades. 
A pintura elaborada no interior das catacumbas era rodeada de uma simbolo-
gia que indicava a forte discrição do culto cristão naquele momento. O mais recor-
rente símbolo era o crucifixo, que rememorava a disposição que Jesus teve de mor-
rer pela salvação dos homens. A âncora significava o ideal de salvação. O peixe era 
bastante comum, pois a variação grega do termo (“ichtys”) era a mesma das iniciais 
da frase “Iesous Christos, Theou Yios, Soter” que significa “Jesus Cristo, Filho de 
Deus, Salvador”. 
Escultura - Um traço geral observa-se nas criações dos primeiros tempos ca-
tacumbários: o rudimentarismo da técnica e a pobreza de expressão. 
São obras de inspiração popular, elementares de execução e ingênuas de sentimen-
to, reveladoras de suas origens entre artesãos ou artistas improvisados, senão auto-
didatas. Explica-se o fato pela difusão inicial do Cristianismo ter sido feita entre as 
 
 
camadas sociais inferiores do Império, homens e mulheres do povo, trabalhadores, 
escravos e bárbaros, sem os requintes de técnicas e expressão dos artistas a servi-
ço das classes superiores dominantes e ainda paganizadas. 
A Arte Na Fase do Reconhecimento (Arte Cristã Primitiva) 
Perseguido por três séculos, o Cristianismo vê-se finalmente elevado à cate-
goria de religião oficial do Império Romano, graças à Constantino, que se converteu 
à nova fé. 
Uma vez oficializado, defronta-se imediatamente com as necessidades do cul-
to público, isto é, a necessidade de locais adequados à reunião dos fiéis, cada vez 
mais numerosos, e à celebração dos atos litúrgicos. Inaugura-se, desse modo, a se-
gunda fase da Arte Cristã Primitiva, também denominada "Arte Cristã depois da Paz 
da Igreja". 
Arquitetura - A necessidade mais imediata é a de locais para reunião dos fi-
éis e celebração do culto. Templo cristão, destina-se a reunir grandes assembléias 
de crentes no seu interior. Deve atender, portanto, a exigências de amplos espaços 
internos e dar ao crente a atmosfera mística adequada ao sentido transcendente da 
nova religião. 
Todos os cuidados voltam-se para o interior, não só para criar espaço, tam-
bém para sugestionar, pela estrutura e decoração, o espírito do crente. A igreja, ex-
ternamente simples e inexpressiva, tem interiores que deslumbram, decoradas de 
mosaicos, afrescos, mármores, esculturas e talhas de madeira colorida e dourada. A 
de Santa Maria Maior é uma das mais típicas, ostentando mosaicos famosos. 
Escultura - A escultura manifesta-se, sobretudo nos sarcófagos, que se inspi-
ram diretamente nos modelos alexandrinos e romanos. Na representação dos temas 
religiosos, introduzem-se constantes sugestões pagãs, tanto na composição como 
na expressão dos sentimentos. Aquela pureza e ingenuidade iniciais das catacum-
bas, o temor da idolatria, a prevenção com as formas regulares e proporcionadas, a 
beleza anatômica, tudo isso pertence naturalmente ao passado. 
A escultura realiza-se, sobretudo através dos sarcófagos. Não são numerosas 
as estátuas conhecidas, ainda que estivesses bastante apagadas, como dissemos, 
as prevenções idolátricas. 
Pintura - Ao contrário do primeiro século, quando se usa em larga escala a 
pintura a fresco, os mosaicos predominam na decoração mural. Certamente que se 
impunham tanto pela durabilidade como pela suntuosidade ornamental. 
Muitos desses primitivos mosaicos cristãos se destacam pelas qualidades artísticas. 
Nesse caso, estão os da Igreja de Santa Pudenciana em Roma. Ostentam majesto-
sa figura do Cristo sírio, cercado magnificamente dos Apóstolos. Em Roma como em 
 
 
toda a parte, os mosaístas recebem influências das ilustrações dos manuscritos e 
distinguem-se por maior realismo. 
A Arte Bizantina em Ravena 
No século VI, Justiniano tentou reunificar o Império Romano, dando início às 
guerras de conquista no Ocidente. Nesse contexto, a cidade de Ravena, importante 
ponto estratégico dominado há muito pelos ostrogodos, tornou-se um dos alvos mais 
visados, pelo imperador para a conquista da península itálica. Após varias tentativas, 
a cidade foi reconquistada em 540 e passou a ser o centro do domínio bizantino na 
Itália. Na primeira metade do século V, ou seja, antes da época de Justiniano, Rave-
na já tivera contato com a cultura bizantina. É desse período o exemplo mais conhe-
cido e significativo de sua arquitetura: o mausoléu da imperatriz Gala Placidia. 
Ravenna é famosa pelos seus mosaicos bizantinos, os maiores e mais bem 
conservados fora da antiga Constantinopla, hoje Istambul. Ravenna tinha fama de 
ser muito bem protegida, e virou abrigo de várias personagens importantes e artistas 
bizantinos, os quais trouxeram sua arte e técnicas diretamente de Constantinopla. 
Assim, Ravenna foi presenteada com a arte dos mosaicos minúsculos característi-
cos, verdadeiras obras gigantes feitas com mosaicos minúsculos de minerais dentre 
eles o ouro, ricos em detalhes, brilhos e gradientes. 
 
Mausoléu de Gala Placídia, Ravena, Itália 
 
Planta do Mausoléu de Gala Placídia 
Os Ícones Bizantinos 
Além de trabalhar nos mosaicos, os artistas bizantinos criaram os ícones, 
uma nova forma de expressão artística na pintura. A palavra ícone significa imagem. 
Como trabalho artístico, os ícones são quadros que representam figuras sagradas, 
como Jesus Cristo, a Virgem, os apóstolos, santos e mártires. 
 Em geral são luxuosos. Para pintar os ícones, os artistas utilizavam a técnica 
da tempera ou a da encáustica, lançando mão de recursos que realçavam os efeitos 
de luxo e riqueza. Em geral, revestiam a superfície da madeira ou da placa de metal 
com uma camada dourada, sobre a qual pintavama imagem. Para fazer as dobras 
das vestimentas, as rendas e os bordados, retiravam com um estilete a película de 
tinta da pintura. Essas áreas, assim, adquiriam a cor de ouro do fundo. 
 
 
 
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 
fundo em ouro. 
 
Nossa Senhora com o Menino todo 
em folha de ouro 
 Às vezes, os artistas colavam joias e pedras preciosas na pintura e chega-
ram a confeccionar coroas de ouro para as figuras de Jesus Cristo ou de Maria. Es-
sas joias, aliadas ao dourado nos detalhes das roupas, davam aos ícones um aspec-
to de grande suntuosidade. 
 Em geral, os ícones eram venerados nas igrejas, mas não raro eram encontra-
dos nos oratórios familiares, uma vez que se tornaram populares entre muitos po-
vos, mantendo-se por muito tempo como expressão artística e religiosa. 
Depois da morte do imperador Justiniano em 565, aumentaram as dificulda-
des políticas para que o Oriente e o Ocidente se mantivessem unidos. O Império 
Bizantino sofreu períodos de declínio cultural e político, mas conseguiu sobreviver 
até o fim da Idade Média, quando em 1453 Constantinopla foi invadida pelos turcos. 
Mosaicos 
A partir da proclamação do Cristianismo como religião oficial do Império Ro-
mano em fins do Século IV, a pintura passaria a ser praticamente domínio exclusivo 
da Igreja. Do século V em diante, os mosaicos passaram a ser a técnica preferida 
para decorar paredes de Igrejas com histórias Cristãs. Uma nova linguagem figurati-
va se desenvolveu e aperfeiçoou-se em Bizâncio. Esse estilo é refletivo nos magnífi-
cos mosaicos das Igrejas de San Vitale e Sant’ Apollinare Nuovo, em Ravena. 
 
 
Mosaicos da Igreja de São Vitale, 
sec. VI, Ravena 
 
Interior da Basílica de S. Apollinare 
Nuovo, Ravena 
O mosaico consiste na colocação lado a lado, de pequenos pedaços de pe-
dras de cores diferentes sobre uma superfície de gesso ou argamassa. Essas pedri-
nhas coloridas são dispostas de acordo com um desenho previamente determinado. 
A seguir, a superfície recebe uma solução de cal, areia e óleo que preenche os es-
paços vazios, aderindo melhor os pedacinhos de pedra. 
 
Mosaico da Imperatriz Teodora e sua comitiva. 
São Vitale, Ravena 
 
Mosaico do Imperador Justiniano e sua comi-
tiva. São Vitale, Ravena 
 
Mosaico: A separação das ovelhas das cabras. 
São Apollinare Nuovo, Ravena 
 
Mosaico: A Procissão dos Mártires. 
São Apollinaire Nuovo, Ravena 
 
 
As figuras são rigidamente frontais e os traços faciais resultam de uma codifi-
cação abstrata. O uso do claro-escuro foi aos poucos desaparecendo e as imagens 
perderam seu volume, os detalhes anatômicos, assim como os pregueados das ves-
tes e os cortinados eram reproduzidos por meios de linhas e outros sinais gráficos 
que simplificam ao máximo os fundos. O céu substituído por uma superfície dourada 
que se tornou o símbolo da luz divina. 
Foi com os bizantinos que o mosaico atingiu sua mais perfeita realização. As 
figuras rígidas e a pompa da arte de Bizâncio fizeram do mosaico a forma de ex-
pressão artística preferida pelo Império Romano do Oriente. Assim, as paredes e as 
abóbodas das igrejas, recobertas de mosaicos de cores intensas e de materiais que 
refletem a luz em reflexos dourados, conferem uma suntuosidade ao interior dos 
templos que nenhuma época conseguiu reproduzir. 
Originária do Império Romano do Oriente, entre Constantinopla e da Grécia, a 
Arte Bizantina desenvolveu-se e disseminou-se a partir da Itália e da Alemanha, a-
través dos Países Eslavos do Sul (Bulgária, Croácia, Sérvia etc) e Países Eslavos do 
Leste Europeu (Rússia, Bielo-Rússia e Ucrânia). 
Após a conversão da Rússia ao Cristianismo, a cidade de Kiev foi principal 
centro de difusão da Arte Bizantina, estilo que prevaleceu na Rússia até o Século 
VXIII na produção de Ícones Religiosos. 
Arquitetura 
A Igreja de Santa Sofia é o mais grandioso exemplo dessa arquitetura, onde 
trabalharam mais de dez mil homens durante quase seis anos. Por fora o templo era 
muito simples, porém internamente apresentava grande suntuosidade, utilizando-se 
mosaicos com formas geométricas, de cenas do Evangelho. 
 
Detalhes internos da Basílica de Santa Sofia, Constantinopla, atual Istambul, Turquia. 
Na cidade italiana de Ravena, conquistada pelos bizantinos, desenvolveu-se 
um estilo sincrético, fundindo elementos latinos e orientais, onde se destacam as 
 
 
Igrejas de Santo Apolinário e São Vital, destacando-se esta última onde existe uma 
cúpula central sustentada por colunas, e os mosaicos como elementos decorativos. 
 
Detalhes internos da Basílica de são Vital, Ravena, Itália 
Mausoléu 
Mausoléu é uma tumba grandiosa, normalmente construída para um líder ou 
figura importante que morreu. Mausoléu também pode referir-se a uma estrutura que 
contenha um certo número de criptas com tumbas de indivíduos mortos, podem 
ser edifícios separados, ou parte de um complexo maior, como um templo. 
O mausoléu da imperatriz Gala Placidia, localizado em Ravena é um dos me-
lhores exemplos da arquitetura daquele império, a construção mais conhecida e de 
importância mais significativa, externamente, esse mausoléu é um edifício simples, 
revestido de tijolos cozidos. Sua planta sugere o desenho de uma cruz e sua carac-
terística essencial é um cubo por cima da pequena cúpula central. 
 
Detalhes interno do Mausoléu de Gala Placídia, com mosaicos, Ravena, Itália 
A simplicidade externa do mausoléu contrasta com a riqueza dos trabalhos ar-
tísticos do interior, recoberto com belíssimos mosaicos de motivos florais, nos quais 
predomina a cor azul. 
 
 
Basílicas 
A partir de 313 o cristianismo passava a ser uma religião reconhecida pelo 
Estado Romano. Após essa determinação, as igrejas cristãs se proliferaram e abri-
ram espaço para um novo campo de expressão para tal arte. 
Os primeiros templos cristãos foram visivelmente influenciados pela tradição 
arquitetônica dos prédios públicos romanos. Uma das maiores manifestações dessa 
influência é vista na utilização da palavra “basílica” para nomear as igrejas. Antes de 
tal acontecimento, esse mesmo nome era somente empregado para os prédios que 
cuidavam da administração do império. 
Sendo uma verdadeira homenagem à confissão cristã, essas primeiras igrejas 
construídas tinham um projeto arquitetônico bastante elaborado. Os recursos finan-
ceiros utilizados eram elevados, pois se tinha uma grande preocupação com a soli-
dez da obra construída. Internamente, as primeiras basílicas cristãs eram dotadas 
de um grande teto segmentado em três grandes abóbodas ogivais apoiadas por ogi-
vas menores que, por sua vez, eram sustentadas por várias colunas. 
Em algumas situações, por conta da falta de conhecimento do arquiteto ou 
pela simples contenção de despesas, algumas igrejas contaram com um projeto 
menos elaborado. Contudo, vemos que parte considerável dessas igrejas valorizava 
a concepção de espaços amplos que pudessem se adequar à congregação de vá-
rios seguidores do cristianismo. Além disso, as paredes eram ricas em pinturas que 
faziam referência a passagens bíblicas. 
As pinturas que aparecem nessa época assinalam bem o estado de hibrida-
ção cultural vivido no mundo romano. Muitas das imagens representadas no interior 
destas igrejas, que faziam sentido ao culto cristão, também poderiam despertar os 
sentidos dos seguidores das demais religiões pagãs. A representação de videiras 
nos arabescos das basílicas que poderia ter origem nos rituais dionisíacos, agora, 
no contexto cristão, fazia referência ao sagrado ritual eucarístico. 
Além dessa fusão, percebemos que a liberação do culto propiciou a inaugura-
ção de umasérie de novos elementos que integraram a iconografia cristã. Como 
exemplo, podemos citar uma interessante imagem presente na Igreja de Santa 
Constanza. Em tal construção, podemos apreciar a imagem do Cristo em um cenário 
paradisíaco entregando as leis nas mãos dos apóstolos Pedro e Paulo. 
As igrejas de Ravena que revelam uma arte bizantina mais madura são as da 
época de Justiniano, como a de São Vital. Devido à planta octogonal, o espaço in-
terno dessa igreja apresenta possibilidades de ocupação diferentes das de outras 
igrejas. A combinação perfeita de arcos, colunas e capitéis fornecem os elementos 
de uma arquitetura adequada para apoiar mármores e mosaicos. Destacam-se mo-
saicos como o do imperador Justiniano e o da imperatriz Teodora, com seus respec-
tivos séquitos levando oferendas ao templo. São obras que expressam de modo sig-
nificativo o compromisso da Arte Bizantina com o Império e a Religião. 
 
 
 
Interior da Igreja de Santa Constanza, Roma 
 
Detalhes internos da Igreja de Santa Constanza, Roma 
Técnicas de Têmpera e Encáustica 
Têmpera é o nome dado a um dos modos como os artistas bizantinos prepa-
ravam a tinta usada em seus ícones. Consiste em misturar os pigmentos a uma go-
ma orgânica – em geral gema de ovo – para facilitar a fixação das cores à superfície 
brilhante e luminosa. Mais tarde, com o desenvolvimento da pintura a óleo, essa 
técnica foi abandonada. Alguns pintores continuaram a utilizá-la, como é o caso do 
brasileiro Alfredo Volpi (1896-1988). 
Já a técnica da encáustica foi usada desde a Antiguidade. Os gregos, por e-
xemplo, a utilizavam para colorir suas esculturas de mármore. O processo consiste 
em diluir os pigmentos em cera aquecida e derretida no momento da aplicação. Ao 
contrário da têmpera, cujo efeito é brilhante, a pintura em encáustica é semifosca. 
Simbologia Das Cores 
As cores são produto da composição da luz e tem na iconografia uma lingua-
gem própria, são portadores de uma linguagem mística transcendente. Nos ícones, 
as cores são usadas pelo artista para separar o céu de nossa experiência terrena. Aí 
está a beleza inefável que nos permite compreender a simbologia dos ícones. Os 
pintores não podem usar livremente as cores, nem dar-lhes tonalidades diversas, 
como tão pouco podem obscurecê-las com sombras, pois devem seguir as cores 
que estão previamente determinadas. 
O segundo Concílio de Nicea estabeleceu que "somente o aspecto técnico da 
obra depende do pintor, todo seu plano, sua disposição depende dos santos pa-
dres". E é por isso que estabeleceram manuais para a execução das obras pictóri-
cas. Em primeiro lugar, antes de falar sobre as cores das imagens, é necessário tra-
tar da luz, pois, ao contrário, da pintura ocidental moderna e contemporânea onde a 
luz vem de um lugar específico, na pintura bizantina são as figuras que estão imer-
sas na luz. 
O Dourado - O homem, desde suas origens, tem admirado a luz dourada do 
sol, presumindo que esta provinha da divindade, pois na natureza não é possível 
 
 
facilmente encontrar essa cor. Nos ícones, todos os fundos estão cobertos desta 
cor, o que se consegue aplicando folhas de ouro, que são polidas até alcançar o 
máximo brilho. Na iconografia bizantina representa a luz de Deus e, por isso, qual-
quer figura representada dessa forma, está repleta da luz divina. É presente nos 
mantos e túnicas, nas representações de Jesus, Maria, e, também, as vestes de al-
guns arcanjos e santos, elaboradas em cor dourada para indicar a proximidade dos 
personagens em relação a Deus. 
O Branco - O branco não é propriamente uma cor, e sim a soma de todas as 
cores, é a própria luz. É a cor da "Nova Vida". Em um ícone retratando a ressurrei-
ção, a túnica de Cristo é dessa cor. Os primeiros cristãos ao batizar-se usavam ves-
tiduras brancas como símbolo de seu novo nascimento, de uma nova vida transcen-
dente. 
O Negro - É a contra parte do branco, pois indica ausência total de luz, a au-
sência total de cor. O negro representa o nada, o caos, a morte, pois sem luz não há 
vida. Nos ícones, esta cor aparece nas figuras de condenados e demônios e em re-
presentações do "Juízo Final", pois para eles a vida eterna se extinguiu. 
O Vermelho - Esta cor foi amplamente utilizada pelos iconográficos nos man-
tos e túnicas de Cristo e dos mártires. Simboliza o sangue do sacrifício, assim como 
também o amor, pois o amor é a causa principal do sacrifício. Ao contrário do bran-
co, que significa o intangível, o vermelho é a cor que representa o humano; relacio-
nada portanto à plenitude da vida terrena. Na iconografia Jesus veste uma túnica 
vermelha pois é o "Filho do Homem" preparado para o sacrifício. 
A Púrpura - Este corante, extraído de um crustáceo do Mar Vermelho, era uti-
lizado para tingir as mais finas sedas. A partir do "Código Justiniano" seu uso ficou 
reservado ao imperador, seus familiares mais próximos, os "augustos", para alguns 
outros reis. Portanto, nos ícones essa cor se fez representativa do poder imperial. É 
utilizado unicamente nos mantos e túnicas do Pantocrátor, e da Virgem o Teothokos, 
representando que Cristo (e por extensão sua Mãe) detêm o poder divino. Como 
Cristo é também o Sumo Sacerdote da Igreja, simboliza também o sacerdócio. 
O Azul - Todas as antigas culturas fizeram do azul uma cor relacionada com 
a divindade. Os egípcios a ligaram à verdade, portanto com os deuses. Nas paredes 
de suas tumbas e templos pode-se observar pinturas de sacerdotes nessa cor. A 
máscara funerária de Tutankhamon está decorada com franjas de lápis-lazúli, para 
que assim fosse identificado como um dos deuses. É natural que em Bizâncio fosse 
estabelecida como a cor própria de Deus e das pessoas para as quais transmite a 
sua santidade. Michel Quenot, em sua obra "O Ícone" declara: "o azul oferece uma 
transparência que se verifica através da água, do ar e do cristal. O olhar penetra até 
o infinito e chega a Deus". 
O Verde - É a cor resultante da combinação do azul e do amarelo. O verde é 
a cor da natureza, a cor da vida sobre a terra, do renascimento e da chegada da 
primavera. A iconografia lhe outorga um significado de renovação espiritual. Nos í-
 
 
cones há vários exemplos de sua utilização: as túnicas e mantos dos profetas, a tú-
nica de São João Batista, etc., pois foram eles que anunciaram a vinda de Cristo. 
O Marrom - Esta cor é também produto da combinação de vários outras co-
mo o vermelho, o azul, o branco e o negro. É a cor da terra. Portanto, na iconografia 
essa cor aparece no rosto de diversas figuras para recordar que "vieste do pó e ao 
pó retornarás". Significa também humildade, pois esta palavra vem do latim "húmus", 
que significa terra. É por esse motivo que o hábito dos monges tem essa cor. Ouro, 
branco, negro, vermelho, púrpura, azul, verde e marrom são as únicas cores que 
podem ser usadas na pintura dos ícones. O uso de outras combinações de cores 
estava fora de toda regra iconográfica, pois não contém nenhuma simbologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
A arte Bizantina se refere ás manifestações artísticas que ocorreram (entre os 
séculos V e XV). Entre essas manifestações a arquitetura, pintura, escultura e mo-
saico se destacam. A cidade de Constantinopla, capital do Império Romano do Ori-
ente, foi o mais importante centro artístico deste período. A arte Bizantina foi influen-
ciada por Roma, Grécia e pelo Oriente, principalmente pelos persas. Dessa mistura 
de formas foi então que surgiu um estilo novo, rico e colorido. 
Por ser cristã, deu mais importância ao lado espiritual em vez de priorizar o 
material, destacou o conteúdo em vez daforma, e seguiu um caminho místico. 
O mosaico foi uma forma de expressão artística importante no Império Bizan-
tino, principalmente durante seu apogeu, no reinado de Justiniano, consistindo na 
formação de uma figura com pequenos pedaços de pedras colocadas sobre o ci-
mento fresco de uma parede. Sua função principal era a educativa (não a decorati-
va), visava orientar os cristãos através da reprodução de cenas da vida de Cristo e 
também dos imperadores, aos quais se atribuíam poderes divinos. 
A cor dourada era predominante, por representar o ouro. 
A arquitetura também foi um estilo artístico predominante nessa época, prin-
cipalmente a das igrejas, que eram geralmente construídas sobre uma base circular, 
octogonal ou quadrada, continham grandes cúpulas, eram vastas e ricamente deco-
radas. O exemplo mais conhecido desse estilo é a igreja de Santa Sofia, localizada 
em Istambul, obra dos arquitetos Antêmio de Tralles E Isidoro de Mileto. 
A Arte Bizantina se manteve firme ate a queda de Constantinopla, em 1453, 
invadida pelos otomanos. Neste momento, ela iniciava uma terceira fase de ouro, 
mas pode-se afirmar que suas influencias estenderam-se além deste marco históri-
co, pois na segunda metade do século XV e durante parte do século XVI esta arte 
ainda prosperava nas regiões em que dominava a ortodoxia grega. 
A história deste estilo artístico pode ser dividida em cinco períodos: 
Período Constantiniano – Momento inicial, do qual restam apenas obras arquitetôni-
cas, pois da pintura, da escultura e dos mosaicos desta época pouco e encontra ho-
je. 
Período Justiniano – Caracterizado por uma decoração naturalista, com enfei-
tes cada vez mais elaborados. Esta mesma tendência apresenta-se também nos 
tecidos de seda, inspirados na arte persa. Esta é a primeira idade de ouro deste esti-
lo artístico. 
Período Macedoniano – Depois de uma era iconoclasta, durante a qual as ra-
ras esculturas produzidas foram destruídas pelos imperadores que sucederam Justi-
niano, por invocarem idolatrias pagãs, a arte bizantina vive seu segundo momento 
áureo. Ela atinge seu apogeu durante o reinado de Constantino VII (945-959). Há 
uma hierarquização na decoração das igrejas – a parte mais elevada para represen-
tar Cristo, a Virgem e os santos; a intermediária com cenas da vida de Jesus e a in-
 
 
ferior para a expressão de patriarcas, apóstolos, mártires e profetas. Destaca-se, 
dessa época, a escultura em marfim. 
Período Comneniano – Esta arte mais espiritual será a fonte de inspiração do 
estilo bizantino dos Bálcãs e da Rússia, com destaque para os ícones e a pintura 
mural. 
Período Paleologuiano – Predomínio da pintura mural sobre o mosaico, por 
ser uma técnica de baixo custo. Surge a Escola de Constantinopla, que produz o-
bras mais vivas e autênticas. 
Estilo ítalo-bizantino – Os bizantinos ocuparam partes da Itália entre os sécu-
los VI e XI, dando origem a esta arte, que se desenvolveu principalmente em Vene-
za, Siena, Pisa, Roma e na Itália Meridional. Pintores como Duccio e Giotto lança-
ram as bases da pintura italiana valendo-se dos ícones. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
Proença, Graça. História da Arte, Ática, São Paulo, 1990. 
 
Marchesi, Isaías. Atividades de educação artística, Ática, São Paulo, 2000. 
 
Gombrich, E. H., História da arte, Círculo do livro, São Paulo. 
 
Cantele, Bruna R., Arte etc. e tal..., IBEP, São Paulo. 
 
O Mundo da arte. 7. Ed. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1979. 
 
http://monografias.brasilescola.com/historia/arte-crista-primitiva.htm, 18/03/2015, às 
10:43h.

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