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AVALIAÇÃO CLÍNICA E BIOQUÍMICA – EXAMES LABORATORIAIS AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE NUTRIENTES A deficiência subclínica pode ser diagnosticada pela análise das concentrações de nutrientes ou seus metabólitos, que refletem seus estoques teciduais Os estágios fisiológicos e clínicos da deficiência de nutrientes se apresentam sequencialmente quando o consumo de um ou mais nutrientes estiver inadequado 2 Estágios da Deficiência Nutricional 1. Adaptação O organismo se adapta à baixa ingestão de nutrientes e diminui sua excreção e seus metabólitos. 3 Surgimento de alterações bioquímicas que indicam a deterioração das funções celulares e dos depósitos de nutrientes. 2. Alterações Bioquímicas Estágios da Deficiência Nutricional 4 Manifestação da deficiência nutricional, com sinais e sintomas específicos. 3. Manifestação Clínica Estágios da Deficiência Nutricional 5 Proteínas Plasmáticas Albumina, Pré-albumina, Transferrina e Proteína transportadora de retinol; A dosagem de proteínas plasmáticas avalia a reserva protéica do organismo; Embora pouco sensíveis, são muito utilizadas para AN de pacientes hospitalizados. ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS 6 ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Proteínas Valores de referência Tempo de vida média OBS Albumina > 3,5 g/dl 18 a 20 dias Índice pouco sensível Pré-albumina > 20 mg/dl 2 a 3 dias Alta sensibilidade Transferrina > 200 mg/dl 7 a 8 dias Dosagem semanal Proteína transportadora de retinol 3 a 5 mg/dl 10 a 12 horas Alta sensibilidade Adaptado de Kamimura, M.A.; Cuppari, L. Nutrição Clínica no Adulto. Manole, 2005. 7 A albumina exerce função importante na manutenção da pressão osmótica no plasma Baixas concentrações no plasma podem influenciar na formação de edema É o biomarcador mais utilizado na avaliação nutricional de pacientes hospitalizados Sofre influência nas doenças hepáticas ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Albumina 8 ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Albumina Diagnóstico nutricional de acordo com as concentrações de albumina plasmática Concentração albumina Estado Nutricional > 3,5 g/dl Adequado 3,0 - 3,5 g/dl Depleção leve 2,4 - 2,9 g/dl Depleção moderada < 2,4 g/dl Depleção grave Adaptado de ROSA, G. et al. Avaliação Nutricional do paciente hospitalizado. Guanabara Koogan, 2008. 9 ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Pré-albumina É sintetizada no fígado e apresenta baixas reservas no organismo • Tempo de vida média: 2 a 3 dias Diminui rapidamente quando o aporte calórico e proteico é insuficiente Retorna rapidamente a níveis normais quando a terapia nutricional é adequada 10 É melhor indicador do estado nutricional do que a albumina, por possuir maior sensibilidade É sensível ao estresse e fica reduzida nas doenças hepáticas ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Pré-albumina 11 Diagnóstico nutricional de acordo com as concentrações séricas de pré-albumina ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Pré-albumina Concentração pré- albumina Estado Nutricional 20 mg/dl Adequado 10 - 20 mg/dl Depleção leve 5 - 10 mg/dl Depleção moderada < 5 mg/dl Depleção grave Adaptado de ROSA, G. et al. Avaliação Nutricional do paciente hospitalizado. Guanabara Koogan, 2008. 12 Relaciona a excreção urinária de creatinina com a massa muscular esquelética total O ICA somente é valido para pacientes sem doença renal Pode ser influenciado pela atividade física e ingestão de carnes ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Índice Creatinina-Altura 98% da creatinina corporal é proveniente da creatina-fosfato armazenada no músculo esquelético 13 A dosagem de creatinina urinária de 24h é correlacionada ao volume do músculo esquelético • A perda de volume muscular é uma característica importante da desnutrição Cálculo: ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Índice Creatinina-Altura ICA= creatinina urinária 24h (mg) x 100 creatinina ideal 14 Resultado do cálculo: • ICA entre 80 e 60%: depleção moderada • ICA menor 60%: depleção grave Limitações: • Não deve ser utilizado na IR e no estresse pós- traumas; • Influenciado por atividade física e ingestão de carnes na dieta. ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Índice Creatinina-Altura 15 Para resultados mais confiáveis é indicada a coleta de 3 dias de urina para o cálculo da creatinina urinária 24h ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Índice Creatinina-Altura Excreção média: Homens: 23 mg/Kg/dia Mulheres: 18 mg/Kg/dia Adaptado de ROSA, G. et al. Avaliação Nutricional do paciente hospitalizado. Guanabara Koogan, 2008. 16 Utilizado na avaliação e monitoração da terapia nutricional Pode identificar a necessidade de aumento da oferta proteica e avaliar a conduta nutricional empregada Quando há diminuição da ingestão energética, há aumento do catabolismo proteico e consequente aumento do nitrogênio urinário ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Balanço Nitrogenado 17 Um balanço nitrogenado negativo significa que a ingestão proteica e energética da dieta é insuficiente para atender as necessidades do paciente ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Balanço Nitrogenado BN= ingestão proteína 24h (g) – N urinário 24h (g) + 4g 6,25 18 Classificação do balanço nitrogenado e sua associação metabólica ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Balanço Nitrogenado Positivo Anabolismo Neutro Equilíbrio Negativo Catabolismo Adaptado de ROSA, G. et al. Avaliação Nutricional do paciente hospitalizado. Guanabara Koogan, 2008. Balanço neutro: ingestão e excreção de N estão iguais Balanço positivo: ingestão de N é maior que a excreção Balanço negativo: excreção de N é maior que o consumo 19 Interferentes: Erro do método de coleta (imprecisão) Importante a coleta de 3 dias (média) Insuficiência renal e doenças hepáticas podem subestimar o N urinário Doenças inflamatórias do intestino podem acarretar em perda de N e proteína pelas fezes ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Balanço Nitrogenado 20 São constantes responsáveis por manter o equilíbrio hidroeletrolítico do organismo Seus desequilíbrios podem se refletir na homeostase , acarretando disfunções do pH orgânico e levando a acidoses e alcaloses. ESTADO NUTRICIONAL DE ELETRÓLITOS Sódio, Cloro, Potássio 21 PRINCIPAIS FUNÇÕES: Equilíbrio hidroeletrolítico (junto com K) Equilíbrio ácido-básico Volume do fluído extracelular Condução de impulsos nervosos Permeabilidade de membrana Contração e relaxamento muscular ESTADO NUTRICIONAL DE ELETRÓLITOS Sódio BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO 22 Valores de referência: Natremia: valor de sódio no soro Disfunção dos valores de sódio podem causar hiponatremia ou hipernatremia ESTADO NUTRICIONAL DE ELETRÓLITOS Sódio Plasma: 136 a 145 mEq/L Urina: 80 a 180 mEq/L 23 Hiponatremia: diminuição da natremia • Doença de Addison (insuficiência da supra-renal), dieta muito pobre em sódio e rica em potássio, vômito prolongado, consumo excessivo de água pura Hipernatremia: aumento na natremia, rara • Síndrome de Cushing (hiperfunção da supra- renal), uso de corticóides, desidratação prolongada com administração em excesso de soro ESTADO NUTRICIONAL DE ELETRÓLITOS Sódio 24 ESTADO NUTRICIONAL DE ELETRÓLITOS Potássio Valores de referência: Potassemia ou calemia: potássio no soro Alterações na calemia prejudicam a capacidade de contração muscular, incluindo o miocárdio (letal) Plasma: 3,5 a 5 mEq/L Urina: 40 a 60 mEq/L 25 Hipocalemia: ocorre no tratamento do coma diabético, vômitos em excesso, síndrome da má absorção Hipercalemia: doença de Addison, insufuciência renal, obstrução intestinal aguda e cirrose ESTADO NUTRICIONAL DE ELETRÓLITOS Potássio 26 HEMOGRAMA Dividido em: ERITROGRAMA: Eritrócitos Hematócrito Hemoglobina Reticulócitos VCM, HCM, CHCM, RDW LEUCOGRAMA: Leucócitos totais Neutr. Segmentados Neutr. Bastonados Linfócitos Monócitos Eosinófilos Basófilos Mielócitos Failace, R. Hemograma. Manual de Interpretação.Artes Médicas. Porto Alegre, 1995 27 Eritrograma Mulheres Gestantes Homens Eritrócitos (milh/mm³) 4,0 – 5,4 4,0 – 5,4 4,5 – 6,0 Hematócrito (%) 36 – 48 33 - 48 40 – 52 Hemoglobina (g/%) 12 – 16 11 - 16 13,5 – 18 Reticulócitos (milh/mm³) 25.000 – 50.000 25.000 – 50.000 25.000 – 50.000 VCM (fL) 80 – 100 80 – 100 80 – 100 HCM (pg) 20 - 32 20 - 32 20 - 32 CHCM (%) 32 – 38 32 – 38 32 – 38 RDW (%) 11,5 - 14,5 11,5 - 14,5 11,5 - 14,5 FONTE: WHO, UNICEF, 1997 HEMOGRAMA 28 Crianças Eritrócitos Hemoglobina Hematócrito 6 meses – 5 anos 4,0 – 5,6 (milh/mm³) 11,0 (g/dL) 33 – 36 % 5 – 11 anos 4,0 – 5,6 (milh/mm³) 11,5 (g/dL) 34 – 40 % 12 – 14 anos 4,0 – 5,6 (milh/mm³) 12,0 (g/dL) 36 – 42 % FONTE: WHO, UNICEF, 1997 HEMOGRAMA 29 Dosagem de Hemoglobina: Define a presença de anemias Forte correlação com hematócrito Baixas dosagens de hemoglobina dão diagnóstico de anemia HEMOGRAMA 30 VCM – Volume Corpuscular Médio: Avalia o tamanho (volume) das hemácias Alterações para mais indicam macrocitose Alterações para menos indicam microcitose Classifica o tipo de anemia Varia com a idade VCM > 100: anemia macrocítica VCM < 80: anemia microcítica Failace, R. Hemograma. Manual de Interpretação. Artes Médicas. Porto Alegre, 1995 HEMOGRAMA 31 HCM – Hemoglobina Corpuscular Média: Reflete a quantidade média de Hemoglobina nas hemácias (paralela ao VCM) Glóbulos grandes tem mais hemoglobina e pequenos tem menos Índice pouco utilizado HCM > 32: anemia macrocítica HCM < 20: anemia microcítica Failace, R. Hemograma. Manual de Interpretação. Artes Médicas. Porto Alegre, 1995 HEMOGRAMA 32 Anemia Microcítica: Deficiência de ferro Anemia hemolítica (destruição das hemácias) Talassemia (anemia hereditária) Doenças crônicas Failace, R. Hemograma. Manual de Interpretação. Artes Médicas. Porto Alegre, 1995 HEMOGRAMA 33 Anemia Macrocítica: Deficiência de Vit. B12 e ácido fólico (anemia megaloblástica) Anemias secundárias (causa de outras doenças) Hepatopatias, pancreatites, nefropatias, câncer Tabagismo Alcoolismo Failace, R. Hemograma. Manual de Interpretação. Artes Médicas. Porto Alegre, 1995 HEMOGRAMA 34 CHCM – Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média: Índice colorimétrico Concentração de Hemoglobina das hemácias e do hematócrito Indica normo, hipo ou hipercromia Somente com níveis de Hb < 8,5 g/dL ocorre diminuição da CHCM CHCM > 38: anemia hipercrômica CHCM < 32: anemia hipocrômica Failace, R. Hemograma. Manual de Interpretação. Artes Médicas. Porto Alegre, 1995 HEMOGRAMA 35 RDW - Red blood cell Distribution Width : Índice de Anisocitose Reflete as variações no tamanho das hemácias RDW normal: Homogeneidade, os eritrócitos apresentam-se com mesmo tamanho RDW baixo: Heterogeneidade – Anisocitose - presença concomitante de células pequenas (micrócitos) e células grandes (macrócitos) RDW < 11,0 : ANISOCITOSE Failace, R. Hemograma. Manual de Interpretação. Artes Médicas. Porto Alegre, 1995 HEMOGRAMA 36 Leucocitose: aumento (infecções) Leucopenia: diminuição (imunidade baixa) Leucograma Valores normais Leucócitos totais 6.000 - 10.000 céls/mm³ Neutrófilos Segmentados 50 – 60% Neutrófilos Bastonados 0% Linfócitos 20 – 33% Monócitos 3 – 7% Eosinófilos 1 – 3% Basófilos 0 – 1% Mielócitos 0% Failace, R. Hemograma. Manual de Interpretação. Artes Médicas. Porto Alegre, 1995 HEMOGRAMA 37 NEUTRÓFILOS SEGMENTADOS: Neutrofilia: aumento Neutropenia: diminuição Leucocitose com Neutrofilia: infecções bacterianas Neutropenia (segmentados): mau prognóstico Cuidado quando < 1000 céls/mm³: Indica imunodepressão (AIDS, câncer, quimio e radioterapia, desnutrição) Failace, R. Hemograma. Manual de Interpretação. Artes Médicas. Porto Alegre, 1995 HEMOGRAMA 38 LINFÓCITOS: Linfocitose: aumento Linfocitopenia: diminuição Linfocitose: típico de doenças crônicas, raramente existe em infecções agudas Linfocitose moderada: encontrada em infecções virais (mononucleose) Linfocitopenia: desnutrição, imunodepressão A DESNUTRIÇÃO é a maior causa mundial de imunodepressão OMS, 2010 - www.who.int HEMOGRAMA 39 “A VERDADEIRA SABEDORIA CONSISTE EM SABER COMO AUMENTAR O BEM-ESTAR DO MUNDO”. BENJAMIN FRANKLIN OBRIGADO!
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