MORTE: ASPECTOS HUMANOS E CULTURAIS Prof. Marcos Queiroz Biomédico O QUE É A MORTE? 2022 DEFINIÇÃO O QUE É? §Desde os primórdios da humanidade, o conceito de “morte” é associado a situações, digamos, bem específicas; ausência de respiração, coração não bater ou casos visuais bem mais explícitos, como a cabeça separada do corpo. 3 DEFINIÇÃO O QUE É? §Nestes casos, em poucas horas o corpo estará frio, rígidos e com extremidades azuladas, caracterizando sinais inequívocos de “ausência de vida” – e chegando ao rigor mortis. 4 DEFINIÇÃO O QUE É? §Os vários tipos de rituais de velório prestam-se às despedidas em um sentido afetivo; também podemos dizer que é um período de observação do cadáver, quase uma aferição coletiva de “confirmação da morte” e a possibilidade de sepultamento e/ou quaisquer ritos fúnebres que possam vir a acontecer. 5 DEFINIÇÃO O QUE É? §No entanto, uma pessoa não morre simplesmente porque deixou de respirar ou seu coração não bate; situações em que, com a evolução da medicina, são tecnicamente passíveis de reversão. Ex.: Manobras de reanimação e cuidados em unidades de terapia intensiva (UTI’s). 6 DEFINIÇÃO O QUE É? §Contudo, se uma parada cardiorrespiratória persistir por mais 3~5min, o sangue oxigenado não chegará ao cérebro, o que pode estabelecer uma lesão cerebral grave, irreversível e muitas vezes, incompatível com a vida. 7 MORTE EM POUCAS PALAVRAS... §A parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte, conforme já estabelecido pela comunidade científica mundial. 8 MORTE MORTE ENCEFÁLICA §Nesta situação, os cuidados de UTI podem manter o corpo – o cadáver, quente, corado e com os órgãos funcionais por alguns dias ou semanas; isso não muda o fato de que, nesta pessoa, o cérebro está irremediavelmente lesionado e não operante. 9 MORTE MORTE ENCEFÁLICA §Quadros semelhantes podem ocorrer em lesões como traumatismo craniano, acidentes vasculares cerebrais e outros que produzam lesões cerebrais profundas o suficiente para serem consideradas incompatíveis com a vida. 10 MORTE – ALGUNS EFEITOS 2022 ESTÁGIOS DA MORTE ALGOR MORTIS §Algor mortis (Do latim algor = frio e mortis = morte) §Esfriamento do cadáver é a redução linear da temperatura da pele que ocorre após a morte. §Uma vez cessadas as funções vitais, o corpo esfria a uma média de 1,0 °C a 1,5 °C por hora. 12 ESTÁGIOS DA MORTE ALGOR MORTIS §O algor mortis tem importante papel na resolução de crimes, já que dependendo da temperatura do cadáver, pode estimar-se a hora da sua morte. 13 ESTÁGIOS DA MORTE PALLOR MORTIS §Pallor mortis (Do latim "Pallor" significando Palidez e "mortis" Da morte ou cadavérica) é o empalidecimento da pele que ocorre logo após a morte. §Ocorre entre 15 a 25 minutos depois do óbito. §O Pallor mortis é resultado do colapso sistêmico da circulação capilar. § A gravidade faz com que o sangue afunde para as partes inferiores do corpo, criando o Livor mortis. 14 ESTÁGIOS DA MORTE LIVOR MORTIS §O livor mortis (ou manchas de hipóstase) representa a mudança de coloração que surge na pele dos cadáveres, decorrente do depósito do sangue estagnado pela ação da gravidade, nas partes mais baixas do corpo, e que indicam sua posição original. § Pode tornar-se perceptível, em condições ideais, entre 20 a 45 minutos post-mortem. 15 ESTÁGIOS DA MORTE RIGOR MORTIS §Rigor mortis ou rigidez cadavérica é um sinal reconhecível de morte que é causado por uma mudança bioquímica nos músculos, causando um endurecimento dos músculos do cadáver e impossibilidade de mexê-los ou manipulá-los. §O tempo de início e duração depende da temperatura e umidade do ambiente e do corpo. Em média começa após 4-8h, e máxima em 12-18h, e terminando após 24- 36h. 16 17 Transformativos Destrutivos • Autólise (autodigestão) – por acidificação dos tecidos • Putrefação – dividida em 4 fases: • Fase cromática ou colorativa • Fase gasosa • Fase coliquativa (desintegração das partes moles) • Fase esqueletização Putrefação • A decomposição de proteínas em um processo que resulta num eventual colapso da coesão entre os tecidos e a liquefação da maioria dos órgãos. • Sem a manutenção constante da homeostase bioquímica do organismo, as proteínas começam espontaneamente a hidrolisar em aminoácidos quimicamente mais simples. • A hidrólise de proteínas é acelerada por bactérias anaeróbicas do trato digestivo. • Como as proteínas são repartidas em componentes menores pelas bactérias, um dos subprodutos são os gases como metano, putrescina e cadaverina, que geram o forte odor característico da carne podre. Inicialmente, os gases da putrefação são retidos dentro das cavidades do corpo, mas eventualmente, difundem pelos tecidos adjacentes. • No decurso de putrefação, as rupturas dos tecidos do corpo liberam o gás. VELÓRIO 2022 VELÓRIO O VELÓRIO §Este é o momento que precede o enterro/sepultamento do corpo. §É um dos ritos mais antigos presentes na celebração da morte moderna. §Teve origem na idade média. 20 VELÓRIO O VELÓRIO §Na idade média os copos e utensílios de cozinha eram feitos de estanho. §Este metal, quando misturado com álcool, causava distúrbios do sono, como a apneia, o que causava alguma confusão. 21 VELÓRIO O VELÓRIO §Sendo assim, para verificar a morte, a família costumava colocar o corpo do falecido sobre uma mesa e observar durante um dia inteiro para ter a certeza. §Pazer a vigia durante a noite, eram usadas velas, já que naquela época ainda não existia eletricidade 22 A MORTE E AS SOCIEDADES ANTIGAS 2022 MORTE HISTÓRIA - IDADE DA PEDRA§Desde a idade da pedra o homem se preocupa com o destino dos restos mortais. §10.000 a.C. a prática de preservação, adorno e preparo de corpos é estabelecida por registros arqueológicos. §Fenômeno Universal 24 MORTE HISTÓRIA – IDADE DA PEDRA §As práticas espalhadas por todo o mundo estavam ligadas ao desenvolvimento da civilização, mitologia, religião e costumes. 25 MORTE AMÉRICA LATINA - CHINCHORROS §Os Chinchorros possuem cadáveres embalsamados que datam mais de 7 mil anos. §O clima seco da região ajudou na conservação dos corpos. §Eles usavam barro, madeira e até capim na tentativa de devolvê-los à sua aparência normal 26 MORTE AMÉRICA LATINA - CHACHAPOYAS §Para os chachapoyas, os mortos eram tratados com os mesmos privilégios que mereciam os vivos. §Eram abrigados em casas de até dois andares. Tudo para proteger os corpos e as múmias da chuva e principalmente dos inimigos. 27 MORTE AMÉRICA LATINA - CHACHAPOYAS §A morte era só uma passagem para outra vida. Lá pelo século 12, os chachapoyas já defendiam essa crença. § Formaram uma legião de seguidores, que até hoje, tratam quem já se foi como se ainda estivesse entre nós. 28 MORTE HISTÓRIA - EGITO ANTIGO §As descobertas de corpos mumificados adornados e em bom estado de conservação, datadas de 5.000 anos, principalmente no Egito, evidenciam que esta avançada civilização detinha um conhecimento especial sobre a decomposição do corpo e das medidas necessárias para preservá-lo. 29 MORTE HISTÓRIA - EGITO ANTIGO §Graças aos egípcios e aos procedimentos que realizavam em seus mortos pertencentes à “Realeza” e em animais considerados sagrados como o gato, podemos entender melhor o processo de decomposição biológica dos tecidos e como eles podem ser preservados. 30 MORTE HISTÓRIA - EGITO ANTIGO §Os cabelos, unhas e a pele abrigam um alto número de bactérias. §Os egípcios sabiam que neutralizando a presença ou a ação desses micro- organismos, o corpo não entraria em decomposição podendo, portanto, ser preservado 31 MORTE HISTÓRIA - EGITO ANTIGO §Perceberam, através de observações, que o sal marinho ajudava na preservação de matéria orgânica, uma vez que retirava a água destes tecidos e das próprias bactérias, fungos e vírus, retardando ou