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Nutrição Clínica e Avaliação Nutricional - Módulo V

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AN02FREV001/REV 3.0 
1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
NUTRIÇÃO CLÍNICA E AVALIAÇÃO 
NUTRICIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
NUTRIÇÃO CLÍNICA E AVALIAÇÃO 
NUTRICIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
3 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
1.1 ESTADO NUTRICIONAL 
1.2 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
1.2.1 História Social 
1.2.2 História Clínica 
1.2.3 História Dietética 
2 INQUÉRITOS ALIMENTARES 
2.1. RECORDATÓRIO DE 24 HORAS 
2.2. REGISTRO ALIMENTAR 
2.3. FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR 
3. AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (ASG) 
4 ANTROPOMETRIA 
4.1 PESO CORPORAL 
4.2 PESO TEÓRICO OU IDEAL (PT) 
4.2.1 Compleição Corporal 
4.2.2 Estimativa de Peso Atual 
4.2.3 Peso Ideal para Amputados 
4.2.4 Estimativa de Peso - Pacientes com Edema e/ou Ascite 
4.2.5 Importância da Mudança de Peso 
5 ESTATURA 
5.1 ALTURA DO JOELHO 
5.2 EXTENSÃO DOS BRAÇOS 
5.3 ESTATURA RECUMBENTE 
6 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL 
7. ANEXOS 
7.1. ALTERAÇÃO DE PESO - ASG 
7.2. ALTERAÇÃO DA INGESTÃO ALIMENTAR - ASG 
7.3. CAPACIDADE FUNCIONAL - ASG 
7.4. EXAME FÍSICO 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
4 
7.5. MODELO AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL 
8 COMPOSIÇÃO CORPORAL 
8.1 MÉTODOS DIRETOS 
8.2 MÉTODOS INDIRETOS 
8.2.1 Pesagem Hidrostástica 
8.2.2 Absorciometria Radiológica de Dupla Energia (DEXA) 
8.2.3 Pletismografia 
8.2.4 Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética 
8.3 MÉTODOS DUPLAMENTE INDIRETOS 
8.3.1 Circunferências Corporais 
8.3.2 Razão Cintura-Quadril 
8.3.3 Circunferência do Braço (CB) 
8.3.4 Circunferência Muscular do Braço - CMB 
8.3.5 Área Muscular do Braço corrigida – AMBc 
8.3.6 Dobras Cutâneas 
8.3.7 Dobra Cutânea Tricipital – DCT 
8.3.8 Dobra Cutânea Bicipital – DCB 
8.3.9 Dobra Cutânea Suprailíaca – DCSI 
8.3.10 Dobra Cutânea Subescapular – DCSE 
8.4 BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA 
9 ANEXOS 
9.1. MÉTODOS NÃO-CONVENCIONAIS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
9.2. PERCENTIS DA CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO - CB 
9.3. PERCENTIS DA CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO – CMB 
9.4. PERCENTIS DA ÁREA MUSCULAR DO BRAÇO CORRIGIDA – AMBc 
9.5. PERCENTIS DA ÁREA DE GORDURA DO BRAÇO 
9.6. PERCENTIS PARA DOBRA CUTÂNEA TRICIPITAL 
9.7. PORCENTAGEM ESTIMADA DA GURDURA CORPÓREA OBTIDA PELA 
SOMA DAS QUATRO DOBRAS CUTÃNEAS (BICIPITAL, TRICIPITAL, 
SUBESCAPULAR E SUPRA-ILÍACA) 
10 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS 
10.1 CRESCIMENTO INFANTIL 
11 ANTROPOMETRIA 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
5 
12 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO RECÉM-NASCIDO E LACTENTE 
12.1 RECÉM-NASCIDO 
12.2 LACTENTE, PRÉ-ESCOLAR, ESCOLAR E ADOLESCENTE 
12.2.1 Perímetro Cefálico (PC), Torácico (PT) e Braquial 
12.2.2 Dobras Cutâneas 
12.2.3 Indicadores de Crescimento 
12.2.4 Curvas de Crescimento 
12.2.5 Índice de Massa Corporal – IMC 
12.2.6 Puberdade – Maturação Sexual 
13 ANEXOS CURVAS DE CRESCIMENTO E TABELAS COM PERCENTIS 
NCHS E OMS 
13.1 CURVAS DE CRESCIMENTO NCHS COM OS PERCENTIS (3, 5, 10, 25, 50, 
75, 90, 95 E 97) 
13.1.1 Tabelas do NCHS com todos os percentis (3, 5, 10, 25, 50, 75, 90, 95 e 97) 
13.2 CURVAS DE CRESCIMENTO ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – OMS 
COM PERCENTIS (3, 15, 50, 85, 97) 
13.2.1 Tabelas da Organização Mundial da Saúde - OMS com todos os percentis (1, 
3, 5, 15, 25, 50, 75, 85, 95, 97, 99) 
14 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DA GESTANTE 
14.1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL PRÉ-GESTACIONAL E 
GESTACIONAL 
14.2 CURVA DE ROSSO 
14.3 CURVA PERCENTILAR 
14.4 NOMOGRAMA E CURVA ÍNDICE DE MASSA CORPORAL 
15 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS 
16 PARÂMETROS BIOQUÍMICOS 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
6 
 
MÓDULO V 
 
 
1 INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
 
 
1.1 ESTADO NUTRICIONAL 
 
 
Definição: “Condição de saúde de um indivíduo, influenciada pelo consumo 
de nutrientes, identificada pela correlação de informações obtidas de estudos físicos, 
bioquímicos, clínicos e dietéticos” (VASCONCELOS, 2000, p.67-81). 
O estado nutricional de um indivíduo é o equilíbrio entre a ingestão e 
necessidade de nutrientes influenciados por diversos fatores, dentre eles: condições 
econômicas, comportamento alimentar, influências culturais, alteração do apetite, 
capacidade de consumir e absorver nutrientes adequadamente, estresse fisiológico, 
processos crônicos ou agudos de doenças, crescimento, gravidez e estresse 
psicológico. 
 
O consumo adequado e suficiente de nutrientes promove o crescimento e 
desenvolvimento, atendendo as necessidades diárias do organismo e prevenindo 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
7 
possíveis agravos à saúde. Dessa forma, a avaliação do estado nutricional visa a 
identificar os pacientes em risco nutricional, promover suporte nutricional adequado 
e monitorar sua evolução. 
Em pacientes hospitalizados observa-se cerca de 19% a 80% de desnutrição 
protéico-calórica. Indivíduos que apresentaram desnutrição após a admissão 
hospitalar e/ou pacientes inicialmente desnutridos podem apresentar piora do seu 
estado nutricional durante o período de hospitalização. Dessa forma, torna-se 
necessário estabelecer o diagnóstico nutricional de indivíduos em decorrência da 
associação da desnutrição e complicações à saúde. 
O método para a avaliação do estado nutricional é realizado por meio da 
avaliação nutricional, que utiliza técnicas apropriadas de antropometria, anamnese 
alimentar, história clínica, parâmetros bioquímicos e dados psicossociais. 
A avaliação nutricional é uma importante ferramenta para determinar a 
presença de fatores, condições ou diagnósticos que possam afetar o estado 
nutricional do indivíduo. 
Dessa forma, são fatores determinantes do Estado Nutricional: 
 
» Fatores econômicos (renda, acesso); 
» Fatores sociais (hábitos, modismos, estéticos, mídia, colegas, etc.); 
» Fatores culturais (descendência, costumes); 
» Fatores religiosos (mitos, tabus, crenças); 
» Fatores psicológicos (necessidade, prazer, desconforto, insegurança); 
» Fatores fisiopatológicos. 
 
 
1.2 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
 
 
Segundo Christakis (1973, p.), a Avaliação do Estado Nutricional é a 
“condição de saúde de um indivíduo, influenciada pelo consumo e utilização de 
nutrientes, identificada pela correlação de informações obtidas de estudos físicos, 
bioquímicos, clínicos e dietéticos”. A definição de Avaliação do Estado Nutricional 
pela “American Dietetic Council” é uma abordagem completa realizada pelo 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
8 
nutricionista para determinar o estado nutricional utilizando histórico médico, social, 
nutricional, exame físico, medidas antropométricas e dados bioquímicos. 
A avaliação do estado nutricional tem como objetivo identificar os distúrbios 
nutricionais possibilitando realizar uma intervenção de forma a auxiliar na 
recuperação e/ou manutenção do estado de saúde do indivíduo por meio da coleta 
de dados clínicos, dietéticos, bioquímicos e da composição corpórea, com a 
finalidade de identificar e tratar as alterações do estado nutricional. 
Como parâmetro isolado não classifica o estado nutricional geral de um 
indivíduo, sendo necessária a associação de vários indicadores para melhorar a 
precisão do diagnóstico nutricional. 
A avaliação nutricional tem como objetivo: 
 
1. Identificar indivíduos que necessitem de apoio nutricional intenso; 
2. Recuperar ou manter o estado nutricional do indivíduo; 
3. Identificar a terapia nutricional adequada; 
4. Monitorar a eficáciada terapia aplicada. 
 
A Avaliação Nutricional é realizada por meio de métodos diretos e indiretos, 
que são complementares entre si e não há um único que possa ser considerado 
completo por si só, por isso devem ser interpretados conjuntamente. 
Os métodos utilizados para a realização da avaliação nutricional são os 
métodos diretos e métodos indiretos. Os métodos diretos são aqueles que exploram 
as manifestações biológicas do organismo humano, por meio de análises 
antropométricas, bioquímicas e clínicas. Os métodos indiretos são aqueles que 
poderão ser determinantes da situação de nutrição e alimentação dos indivíduos, por 
meio de dados de consumo alimentar, estatísticas vitais e socioeconômicas. A 
tabela 1 mostra os métodos de avaliação nutricional. 
 
TABELA 1 - MÉTODOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL. 
MÉTODOS DIRETOS MÉTODOS INDIRETOS 
Anamnese Alimentar Inquérito de Consumo Alimentar 
Dados Antropométricos Estudos Demográficos 
Exame Físico Inquéritos socioeconômicos e culturais 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
9 
Dados Bioquímicos 
 
 
A avaliação do estado nutricional é realizada por meio da Anamnese 
Alimentar, uma ficha utilizada para coletar informações importantes relativas ao 
indivíduo que está sendo avaliado. 
A Anamnese Alimentar abrange três etapas: 
 
» História Social; 
» História Clínica; 
» História Dietética; 
 
1.2.1 História Social 
 
 
Deve-se investigar aspectos importantes que podem afetar a aderência ao 
tratamento. Na História Social deve conter: 
» Nome completo do paciente; 
» Idade e Sexo; 
» Estado Civil; 
» Profissão ou Ocupação; 
» Número de componentes na família, tipo de moradia, renda familiar; 
» Vícios, como drogas, álcool (etilismo) e fumo (tabagismo); 
» Atividade Física (tipo, frequência e duração). 
 
 
1.2.2 História Clínica 
 
 
A história clínica deve obter Informações necessárias para diagnosticar e 
realizar o tratamento. 
Os componentes da história clínica são: 
» História da doença atual (queixa principal); 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
10 
» Perda ou ganho de peso recente; 
» Hábito intestinal e diurese; 
» Sinais de doenças gastrintestinais (náuseas, vômito, etc.); 
» Saúde bucal; 
» Fatores que limitam a ingestão de nutrientes (odinofagia, disfagia, 
anorexia, etc.); 
» Uso de medicamentos; 
» Antecedentes médicos (número de cirurgias, doenças crônicas). 
 
 
1.2.3 História Dietética 
 
 
A história dietética é utilizada para identificar o padrão de ingestão alimentar 
do indivíduo, sendo composta por: 
» Hábito alimentar (frequência, tipo, horário, quantidade, etc.); 
» Alimentos prediletos, alimentos excluídos; 
» Alergias, aversões e intolerâncias alimentares; 
» Ingestão hídrica; 
» Local em que se realizam as refeições (restaurante, casa). 
 
A técnica mais conhecida é o “Recordatório de 24 horas”, método 
qualitativo que investiga tudo o que o paciente consumiu em um período de 24 
horas. 
2 INQUÉRITOS ALIMENTARES 
 
 
 São vários os métodos utilizados para avaliar o consumo alimentar em um 
período estabelecido. Os métodos para avaliação do consumo alimentar são 
classificados em Quantitativos e Qualitativos. 
Possibilitam relacionar a dieta ao estado nutricional do indivíduo e pode ser o 
primeiro passo para identificar deficiências nutricionais. 
 » Métodos Quantitativos permitem conhecer quantidade de macronutrientes, 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
11 
micronutrientes e calorias ingeridas pelo indivíduo. 
 » Métodos Qualitativos permitem conhecer o hábito alimentar do indivíduo. 
 A escolha do método dependerá de recursos disponíveis, do objetivo do 
entrevistador, população alvo, dentre outros. 
 O entrevistador deve ter cautela quanto a dois fatores importantes durante a 
aplicação do inquérito alimentar: 
1º Indução da resposta pelo entrevistador. O entrevistador não deve 
influenciar na resposta do indivíduo entrevistado. Dessa forma, o entrevistador deve 
realizar questionamentos diretos, sem expor sua opinião ao entrevistado. 
 2º Super ou subestimação de ingestão de alimentos. O entrevistado pode 
omitir ou ressaltar alimentos conhecidos como “ruins” e ‘bons”. Dessa forma é 
importante observar contradição na resposta e depois, refazer a pergunta. 
 
 
2.1. RECORDATÓRIO DE 24 HORAS 
 
 
 Nesse método o indivíduo é questionado sobre todos os alimentos ingeridos 
num período de 24 horas, geralmente avalia-se o dia anterior ao inquérito. 
 É importante registrar o tipo e quantidade de cada alimento ingerido, bebidas 
ingeridas durante todo o período e horário em que foram realizadas. 
 Segundo Duarte (2007, p65), para facilitar as respostas do indivíduo, é 
aconselhado iniciar os questionamentos pela última refeição e terminar pela primeira 
refeição realizada nesse período. 
 
Vantagens Desvantagens 
Fácil e rápido de ser aplicado Depende da memória 
Baixo custo 
Requer treinamento do investigador para 
evitar indução 
Quando realizado em série, fornece
estimativas da ingestão usual do
indivíduo 
A ingestão prévia das últimas 24 horas pode 
ser atípica 
Não altera a dieta usual Bebidas e lanches tendem a ser omitidos 
Pode ser utilizado em grupos de baixo
nível de escolaridade 
Não fornece dados quantitativos precisos 
sobre a ingestão de nutrientes 
Pode ser usado para estimar o valorNão reflete as diferenças entre a ingestão de 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
12 
energético total da dieta e a ingestão
de macronutrientes 
dias da semana e o final de semana 
- Pode ocorrer sub ou superestimação 
FONTE: Cuppari, 2005. 
 
 
2.2. REGISTRO ALIMENTAR 
 
 
 Esse método é utilizado para registrar todos os alimentos e bebidas 
consumidas em um período estabelecido pelo entrevistador. O registro é realizado 
pelo próprio indivíduo. Quando o registro é realizado por criança e indivíduo 
impossibilitado de escrever, a mãe ou responsável faz a anotação do consumo de 
alimentos. 
 O tempo para realizar o registro varia de três a cinco dias, sendo o mais 
comum o registro alimentar de três dias. O indivíduo deve realizar o registro 
alimentar de pelo menos um dia no final de semana, por ser um dia atípico. 
 O registro alimentar pode ser realizado de duas maneiras: 
 1ª Através da estimativa de consumo de alimentos. O indivíduo estimará em 
medidas caseiras as quantidades consumidas em cada refeição durante o dia. 
 2º Através da quantificação exata das quantidades consumidas durante o dia, 
por meio de pesagem em balança. 
 
Vantagens Desvantagens 
Não depende da memória Pode interferir no padrão alimentar 
Proporciona maior acurácia e precisão
quantitativa dos alimentos 
Requer tempo 
Identifica tipos de alimentos e preparações
consumidos e horários das refeições 
Exige que o indivíduo saiba ler e 
escrever 
- A subestimação é comum 
- 
Exige alto nível de motivação e 
colaboração 
- 
 
Apresenta dificuldade para estimar a 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
13 
quantidade ingerida 
FONTE: Cuppari, 2005. 
 
 
2.3. FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR 
 
 
 Esse método permite avaliar o indivíduo conforme o consumo usual de 
alimentos ou nutrientes. 
 O questionário é realizado utilizando uma lista de alimentos predefinidos 
baseada nos grupos alimentares com espaço para inclusão de alimentos. A lista de 
alimentos pode sofrer alterações considerando o objetivo do estudo proposto pelo 
entrevistador. 
 A utilização de frequência semanal (1 vez/semana, 2 a 3 vezes/semana), 
minimiza erros de aferição desse método. 
 
 O inquérito dietético permite identificar deficiências de nutrientes e hábitos 
alimentares do indivíduo. Não existe um método de avaliação dietética ideal, os 
fatores determinantes para a escolha do método dependerá do propósito a ser 
estudado e a partir disso, obter melhores resultados. 
 
Vantagens Desvantagens 
Pode ser auto-administrado ou
utilizado por outros profissionais 
Não fornece informações sobre a 
quantidade consumida 
Baixo custo 
Não é possível sabersobre a hora ou 
circunstância em que o alimento foi 
consumido 
Rápido 
Listas complicadas para a população 
geral podem não ser úteis para grupos 
com diferentes padrões alimentares 
Pode descrever padrões de ingestão
alimentar 
Bebidas e lanches tendem a ser omitidos
Gera resultados padronizados 
A análise fica difícil sem o uso de 
computadores e programas especiais 
Pode ser utilizado para estudar a
associação de alimentos ou
nutrientes específicos com alguma
- 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
14 
doença 
FONTE: Cuppari, 2005. 
 
 
3. AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (ASG) 
 
 
 Inicialmente a ASG foi desenvolvida para avaliar clinicamente pacientes 
cirúrgicos, determinando moderado ou alto risco nutricional. Por apresentar boa 
correlação com morbidade pós-operatória, hoje, a avaliação é utilizada em diversas 
condições clínicas. 
 A ASG é realizada por meio de questões e baseada na história clínica e no 
exame físico do paciente. 
1 ª Questão: Alteração de peso 
Verificar de que maneira ocorreu a perda de peso: contínua, em um período 
de seis meses ou intermitente, com períodos de recuperação. A percepção por parte 
dos familiares desta perda de peso é importante para confirmação dos dados 
obtidos com o paciente. O acúmulo ou perda de líquido não deve ser considerado 
como mudança real no peso corporal. 
 2ª Questão: Alteração da ingestão alimentar 
 Classificar se ocorreu alteração na ingestão alimentar e qual a severidade e 
duração da mudança. 
Caso tenha havido alteração, avaliar a duração (em semanas) e o tipo de 
modificação da ingestão alimentar. A modificação poder ser classificada em 
quantitativa, em que ocorre diminuição da quantidade de alimentos ingerida, ou no 
tipo da dieta (de sólida para líquida, normocalórica, hipocalórica e até mesmo o 
jejum). Quanto mais severa a redução, ou quanto mais longa a duração do declínio 
da ingestão alimentar, mais próximo da desnutrição grave o paciente deve ser 
classificado. 
 3ª Questão: Presença de sintomas gastrintestinais significativos 
 Serão classificados como significativos caso ocorram diariamente em um 
período de duas semanas. 
 A diarréia será caracterizada como sintoma significativo caso haja três 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
15 
evacuações líquidas diárias. 
A hiporexia (menos apetite que o normal) ou mesmo a anorexia (ausência de 
apetite) somente será significativa uma vez que apresente modificações 
quantitativas ou do tipo de alimentação. 
4º Questão: Capacidade funcional do paciente 
Avalia modificações ocorridas em conjunto com as alterações dietéticas e 
antropométricas. 
A perda de peso sem modificações funcionais representa um melhor 
prognóstico nutricional. 
A modificação será leve caso o paciente relate apenas maior cansaço ou grau 
de dificuldade para exercer as atividades cotidianas normais. Moderada, se o 
paciente se vir restrito ao ambiente domiciliar, com suas atividades cotidianas 
interrompidas e necessite permanecer sentado a maior parte do tempo. Grave se o 
paciente permanecer acamado na maior parte do tempo. 
5ª Questão: Exame físico 
É utilizado para avaliar a perda de gordura, massa muscular e a presença de 
líquidos. O exame físico deve ser feito de maneira objetiva utilizando a inspeção e 
palpação. 
A perda de gordura é classificada: 
» Ausência de alteração 0; 
» Alterações: 
Leves +, Moderadas ++ e Graves +++ 
Verifica-se perda de gordura subcutânea nas seguintes regiões: 
Tríceps 
Observar sobra de pele sobre o braço. 
A palpação da região do tríceps e bíceps fornece dados sobre a intensidade 
da perda de gordura. Visualizar os tendões do músculo tricipital representa 
importante perda de gordura subcutânea. 
Nos idosos a inspeção da sobra da pele deve ser completada pela palpação, 
a fim de não se confundir a perda da elasticidade cutânea com a perda de gordura 
subcutânea, sentindo através da palpação tecido adiposo. 
Linha média axilar no nível das últimas costelas 
Visualizar os arcos costais ou a palpação da dobra cutânea nesta região dá 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
16 
sinais de perda significativa de gordura. 
Ombro 
A aparência retangular dos ombros em virtude da visualização da clavícula é 
sinal de perda significativa de gordura, como também da musculatura da região. 
Posicione os braços do paciente para baixo, ao lado do corpo. 
Deve ser possível pinçar o tecido muscular da junção do ombro. 
Quadríceps 
Embora não seja tão sensível quanto aos grupos musculares da parte 
superior do corpo, ele também pode ser examinado para avaliar a deterioração 
muscular. 
Posicionar o paciente sentado, pinçar o quadríceps para diferenciar tecido 
muscular do gorduroso. 
Na palpação deve-se avaliar o volume da massa muscular assim como o seu 
tônus. A perda do tônus muscular pode ser trazida pela sensação de empastamento 
da musculatura (* importante excluir os fatores comuns que levam à atrofia 
muscular, como as alterações neurológicas). 
Têmporas 
Para visualizar este músculo, vire a cabeça do paciente para o lado (em 
alguns casos, esta região é melhor observada de frente). 
Região interna da perna: 
Observar o grau de definhamento destes músculos e se houve perda ao redor 
dos joelhos. 
Edema 
A presença de líquido no espaço extravascular é avaliada pela presença de 
edema na região do tornozelo e na região sacral, para aqueles que permanecem a 
maior parte do tempo acamado. Quanto maior o cacifo, maior será o edema. 
 
Após obtenção de todas as informações necessárias, o paciente será 
classificado em: 
A – bem nutrido; 
B – moderadamente desnutrido ou com suspeita de desnutrição; 
C – gravemente desnutrido. 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
17 
A ASG é um método de fácil execução e pode ser realizado por todos os 
profissionais da equipe mutidisciplinar. Ao mesclar informações sobre alterações de 
peso, ingestão alimentar, sintomas gastrintestinais, ser indicador de pacientes que 
possam sofrer maior risco de complicações associados ao estado nutricional, a ASG 
pode ser classificada como um instrumento tanto prognóstico quanto diagnóstico. 
Ao final do módulo, encontram-se em anexo parâmetros para avaliação do 
estado nutricional e exame físico para a realização da ASG. 
 
4 ANTROPOMETRIA 
 
 
Antropometria é a medida das dimensões corpóreas. As medidas 
antropométricas mais empregadas na avaliação do estado nutricional são: peso, 
altura, circunferências (braço e cintura) e dobras cutâneas (tríceps, bíceps, 
subescapular, suprailíaca). 
Constitui-se em um método de investigação científica em nutrição que se 
ocupa da medição das variações nas dimensões físicas e na composição global do 
corpo humano em diferentes idades e em distintos graus de nutrição. A 
antropometria apresenta as seguintes vantagens: método não invasivo, de fácil 
execução, baixo custo, simples e alta confiabilidade. No entanto, pode sofrer 
algumas interferências em situações limítrofes do estado nutricional, na presença de 
ascite ou edema. 
 
A interpretação das medidas antropométricas exige o uso de padrões de 
referência e de pontos de corte definidos, distinguindo os que necessitam e os que 
não necessitam de intervenção, permitindo ainda discriminar níveis de malnutrição. 
Por meio das medidas antropométricas pode-se estimar massa corporal total 
expressada pelo peso, massa corporal gordurosa expressada pelas dobras cutâneas 
e a massa corporal proteica expressada pela circunferência e área muscular do 
braço. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
18 
4.1 PESO CORPORAL 
 
 
O peso é a soma dos componentes corpóreos e reflete o equilíbrio das 
reservas totais de energia do corpo. Mudanças no peso refletem alterações no 
equilíbrio entre ingestão e consumo de nutriente. 
 
Pesando crianças maiores de 2 anos e adultos: 
 
- Após o calibramento da balança (nivelamento da agulha do braço e do fiel), 
ela deve ser travada e só então a criança/adulto subirá na plataforma paraser 
pesado; 
 
 
 
 
 
 
- Posicionar a criança/adulto de costas para a balança, descalço, com o 
mínimo de roupa possível, no centro do equipamento; 
- Mantê-lo ereto, com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do 
corpo; 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
19 
 
 
 
- Destravar a balança e mover os cursores sobre a escala numérica: 
primeiro, o maior para os quilos; depois, o menor para os gramas; 
 
 
 
 
 
 
- Assim que a agulha do braço e o fiel estiverem nivelados, travar a balança 
novamente e realizar a leitura de frente para o equipamento. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
20 
 
 
 
 
O peso corpóreo pode ser medido por três formas: peso teórico ou ideal, 
peso habitual ou usual e peso atual. A seguir, veremos como é realizado o cálculo 
do peso corporal por meio desses três tipos citados anteriormente. 
 
 
 
 
4.2 PESO TEÓRICO OU IDEAL (PT) 
 
 
É aquele peso que o indivíduo deveria ter de acordo com sexo, altura e 
estrutura óssea. O método mais utilizado para o cálculo do peso ideal é o Índice de 
Massa Corporal (IMC). 
 
 
FONTE: Cuppari, 2005. 
 
Quando o peso habitual for desconhecido ou quando não há possibilidade 
de registrar o peso atual, o peso teórico pode ser determinado por meio do IMC 
médio, segundo dados abaixo: 
 
Peso Ideal ou Desejável = IMC desejado X Altura2 
HOMEM = altura² x 22 
 
MULHER = altura² x 20,8 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
21 
 
O cálculo do peso teórico ou ideal também pode ser calculado pelo biótipo, 
levando em consideração o sexo e a altura (cm). Dessa forma, o paciente pode ser 
classificado em Brevilíneo (tórax largo e membros curtos), Normolíneo (apresenta 
harmonia entre tórax e membros) e Longilíneo (apresenta escassez de tecido 
subcutâneo e musculatura, sendo alto e esguio). O cálculo do peso teórico ou ideal 
por meio do biótipo é realizado conforme tabela abaixo. 
 
TABELA 2 - TABELA PARA CÁLCULO DO PESO TEÓRICO SEGUNDO BIÓTIPO 
Biótipo Homens (Variação Peso) Mulheres (Variação Peso) 
Brevelíneo h-100 até (h-100)-5% (h-100)-5% até (h-100)-10% 
Normolíneo (h-100)-5% até (h-100)-10% (h-100)-10% até (h-100)-15% 
Longilíneo (h-100)-10% até (h-100)-15% (h-100)-15% até (h-100)-20% 
* h = altura (cm). FONTE: Augusto, 1999 apud Duarte, 2007. 
4.2.1 Compleição Corporal 
 
 
A estimativa de peso ideal pela compleição é realizada pela relação (r) entre 
a circunferência do punho (cm) do braço não dominante e a altura (cm), obtida por 
meio da fórmula: 
 
 
 
 
Os valores de r para a classificação da compleição são determinados 
conforme tabela abaixo: 
 
 
 
 
 
Compleição (r) = Altura (cm) 
 Circ. do punho (cm) 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
22 
TABELA 3 - CLASSIFICAÇÃO DA COMPLEIÇÃO CORPORAL 
Compleição (r) Pequena Média Grande 
Homens > 10,4 9,6 a 10 < 9,5 
Mulheres > 11 10,1 a 11 < 10,1 
FONTE: Grant et al, 1981. 
 
 
Após a determinação da compleição corporal, encontrar o peso ideal na 
tabela abaixo: 
 
TABELA 4 - TABELA DE PESO ESTIMADO DE ACORDO COM A 
COMPLEIÇÃO CORPORAL 
ESTATURA (cm) ��� ���� ESTATURA (cm) MULHERES 
 OSSATURA OSSATURA 
 Pequena Média Grande Pequena Média Grande
155 50,0 53,6 58,2 142 41,8 45 49,5 
156 50,7 54,3 58,8 143 42,3 45,3 49,8 
157 51,4 55,0 59,5 144 42,8 45,6 50,1 
158 51,8 55,5 60,0 145 43,2 45,9 50,5 
159 52,2 56,0 60,5 146 43,7 46,6 51,2 
160 52,7 56,4 60,9 147 44,1 47,3 51,8 
161 53,2 56,8 61,5 148 44,6 47,7 52,3 
162 53,7 57,2 62,1 149 45,1 48,1 52,8 
163 54,1 57,7 62,7 150 45,5 48,6 53,2 
164 55,0 58,5 63,4 151 46,2 49,3 54 
165 55,9 59,5 64,1 152 46,8 50 54,5 
166 56,5 60,1 64,8 153 47,3 50,5 55 
167 57,1 60,7 65,6 154 47,8 51 55,5 
168 57,7 61,4 66,4 155 48,2 51,4 55,9 
169 58,6 62,3 67,5 156 48,9 52,3 56,8 
170 59,5 63,2 68,6 157 49,5 53,2 57,7 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
23 
171 60,1 63,9 69,2 158 50 53,6 58,3 
172 60,7 64,4 69,8 159 50,5 54 58,9 
173 61,4 65,0 70,5 160 50,9 54,5 59,5 
174 62,3 65,9 71,4 161 51,1 55,3 60,1 
175 63,2 66,9 72,3 162 52,1 56,1 60,7 
176 63,8 67,5 72,9 163 52,7 56,8 61,4 
177 64,4 68,2 73,5 164 53,6 57,7 62,3 
178 65,0 69,0 74,1 165 54,5 58,6 63,2 
179 65,9 69,9 75,3 166 55,1 59,2 63,8 
180 66,8 70,9 76,4 167 55,7 59,8 64,4 
181 67,4 71,7 77,1 168 56,4 60,5 65 
182 68,0 72,5 77,8 169 57,3 61,4 65,9 
183 68,6 73,2 78,6 170 53,2 62,2 66,8 
184 69,8 74,1 79,8 171 58,8 62,8 67,4 
185 70,9 75,0 8,1 172 59,4 63,4 68 
186 71,5 75,8 81,7 173 60 64,1 68,6 
187 72,1 76,6 82,5 174 60,9 65 69,8 
188 72,7 77,3 83,2 175 61,8 65,9 70,9 
189 73,3 78,0 83,8 176 62,4 66,5 71,7 
190 73,9 78,8 84,4 177 63 67,1 72,5 
191 74,5 79,5 85,0 178 63,9 67,7 73,2 
FONTE: Silva, 1998. 
 
 
4.2.2 Estimativa de Peso Atual 
 
 
Em razão da dificuldade de se obter o peso atual de pacientes 
hospitalizados ou pacientes impossibilitados de se levantar, pode-se estimar o peso 
atual, por meio das seguintes equações: 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
24 
 
FONTE: Chumlea, 1985 apud Cuppari, 2005. Onde: CP – circunferência da panturrilha; AJ – altura do 
joelho; CB – circunferência do braço; PCSE – prega cutânea subescapular. 
 
 
Após a obtenção do peso ideal e do peso atual é realizada a adequação de 
peso. A adequação de peso indicará quanto adequado ou inadequado está o peso 
atual do indivíduo em relação ao peso ideal. 
 
A adequação de peso é calculada a partir da fórmula: 
 
 
 
 
 
TABELA 5 - CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE ACORDO COM A 
ADEQUAÇÃO DO PESO 
Adequação do peso (%) Estado Nutricional 
≤ 70 Desnutrição Grave 
70,1 a 80 Desnutrição Moderada 
80,1 a 90 Desnutrição Leve 
90,1 a 110 Eutrofia 
110,1 a 120 Sobrepeso 
> 120 Obesidade 
FONTE: Blackburn; Thornton, 1979 apud Cuppari, 2005. 
 
 
 
Homem = [(0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x PCSE) – 81,69] 
 
Mulher = [(1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x PCSE) – 62,35] 
 
Adequação de peso (%) = peso atual x 100 
 peso ideal 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
25 
Quando a adequação de peso for inferior a 95% ou superior a 115%, realiza-
se a determinação da necessidade energética e de nutrientes por meio da correção 
do peso ideal. Essa correção é obtida pela fórmula do Peso Ajustado. 
 
 
 
 
 
4.2.3 Peso Ideal para Amputados 
 
 
A correção do peso corpóreo de amputados é realizada subtraindo o peso 
da extremidade amputada do peso ideal calculado. É importante ressaltar que para 
amputações bilaterais as porcentagens dobram o valor. A tabela 6 mostra a 
porcentagem de peso correspondente a cada membro amputado. 
 
 
TABELA 6 - PORCENTAGEM DO PESO CORRESPONDENTE A CADA 
SEGMENTO DO CORPO 
Membro Amputado Proporção de Peso (%) 
Mão 0.8 
Antebraço 2.3 
Braço até ombro 6.6 
Pé 1.7 
Perna abaixo do joelho 7.0 
Perna acima do joelho 11.0 
Perna inteira 18.6 
FONTE: Osterkamp, L.K., apud Cuppari, 2005. 
 
A partir dos valores encontrados na tabela 6, faz-se o cálculo do peso 
corrigido e posteriormente o IMC corrigido para amputados, conforme dados abaixo: 
 
Peso ajustado = (peso ideal – peso atual) x 0,25 + peso atual 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
26 
 
 
FONTE: Isosaki, M.; Cardoso, E. 2004. 
4.2.4 Estimativa de Peso - Pacientes com Edema e/ou Ascite 
 
 
Para que os dados de peso sejam mais precisos em pacientes edemaciados 
e/ou ascíticos (apresentam retenção hídrica), deve-se descontar do peso atual os 
valores apresentados nas tabelas 7 e 8 para edema e ascite, respectivamente, afim 
de que seja obtido o peso “seco”. 
 
 
TABELA 7 - ESTIMATIVA DE PESO PARA PACIENTES COM EDEMA 
Grau de Edema Local Atingido Peso a ser subtraído 
+ Tornozelo 1 Kg 
++ Joelho 3 a 4 Kg 
+++ Raiz da coxa 5 a 6 Kg 
++++ Anasarca 10 Kg 
FONTE: Isosaki, M.; Cardoso, E., 2004. 
 
 
TABELA 8 - ESTIMATIVA DE PESO DE ACORDO COM A 
INTENSIDADE DA ASCITE 
Grau de Ascite Peso Ascítico Edema Periférico 
Leve 2,2 Kg 1 KgModerada 6 Kg 5 Kg 
Grave 14 Kg 10 Kg 
FONTE: James, 1989. 
 
Peso Corrigido = 100% - % segmento amputado x Peso Ideal 
 100 
 
 
IMC Amputados = peso corrigido(kg) 
 altura (m2) (1 - % amputação) 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
27 
 
4.2.5 Importância da Mudança de Peso 
 
 
A perda de peso é uma informação importante para avaliar a gravidade do 
problema de saúde do indivíduo. Pode-se verificar se a alteração de peso é 
significativa em relação ao tempo em que ocorreu. Em indivíduos hospitalizados, 
deve-se levar em consideração vários fatores como a patologia e o tratamento 
utilizado. A fórmula para o cálculo da mudança de peso segue abaixo: 
 
 
 
A porcentagem obtida determina a significância da redução de peso em 
relação ao tempo, como mostra a tabela 9. 
 
TABELA 9 - SIGNIFICADO DA PERDA DE PESO EM RELAÇÃO AO TEMPO 
Tempo 
Perda significativa de peso 
(%) 
Perda grave de peso (%) 
1 semana 1 a 2 >2 
1 mês 5 >5 
3 meses 7,5 >7,5 
6 meses 10 >10 
FONTE: Backbum, G.L.& Bistrian, B.R.,1977 apud Cuppari, 2005. 
 
 
5 ESTATURA 
 
 
Segundo Acunã e Cruz (2004), a estatura representa o maior indicador do 
tamanho corporal e do comprimento dos ossos. Pode ser utilizada em associação ao 
 
Perda de Peso (%) = (peso usual – peso atual) x100 
 peso usual 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
28 
peso corporal para compor o Índice de Massa Corporal. É medida utilizando-se o 
estadiômetro. 
 
 
 
Medindo crianças maiores de 2 anos e adultos: 
 
- Descrever as partes do equipamento: parte móvel, escala numérica, ponto 
para leitura das medidas. 
- Enfatizar a importância do antropômetro: 
* Estar fixado numa parede lisa e sem rodapé; 
* Estar posicionado numa distância correta do chão, de modo a garantir uma 
leitura fidedigna da estatura. 
 
 
 
 
Posicionar a criança/adulto, descalço, no centro do equipamento, com a 
cabeça livre de adereços; ele deve se manter: 
- De pé, ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo, a cabeça 
erguida, olhando para um ponto fixo na altura dos olhos (1° passo). 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
29 
 
 
- Calcanhares, ombros e nádegas em contato com o antropômetro e parede 
(2° passo). 
 
 
 
- Ossos internos dos calcanhares devem se tocar, bem como a parte interna 
de ambos os joelhos; os pés unidos mostram um ângulo reto com as pernas (3° 
passo). 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
30 
 
 
 
 
- Abaixar a parte móvel do equipamento, fixando-a contra a cabeça, com 
pressão suficiente para comprimir o cabelo. Retirar a criança/adulto, quando tiver 
certeza de que o mesmo não se moveu (4° passo). 
 
 
 
 
- Realizar a leitura da estatura, sem soltar a parte móvel do equipamento (5° 
passo) e anotar o resultado na ficha da Vigilância Alimentar e Nutricional/prontuário 
(6° passo). 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
31 
 
 
 
Alguns métodos alternativos são utilizados para estimar a altura de 
indivíduos impossibilitados de utilizar o método convencional. Dentre eles, são 
utilizadas a altura do joelho, a extensão dos braços e a estatura recumbente. A 
seguir determinaremos a medida de cada um dos métodos de estimativa de altura. 
 
 
5.1 ALTURA DO JOELHO 
 
 
Para a estimativa de estatura utiliza-se a altura do joelho (AJ), que com o 
paciente sentado com os pés apoiados no chão ou em posição supina, mede-se a 
altura do joelho em relação à altura do chão, a partir do ponto ósseo externo logo 
abaixo da rótula (cabeça da tíbia) até a superfície do chão. 
 
 
FONTE: Disponível em: http://www.rxkinetics.com/height_estimate.html. Acesso em: 25 set. 2009. 
A partir da AJ calcula-se o equivalente de estatura: 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
32 
*Altura do joelho em cm. 
 
FONTE: Chumlea, 1985 apud Cuppari, 2005. 
 
 
5.2 EXTENSÃO DOS BRAÇOS 
 
 
Pode-se obter a estimativa de altura de duas formas: 
 
1ª - O paciente deverá estar sentado, em posição ereta, encostado em uma 
parede, com os braços estendidos no nível dos ombros; medir a distância entre as 
pontas dos dedos médios. Este será a altura do paciente. 
 
2ª - Esta medida é utilizada para pacientes que possuem alguma 
deformidade em uma das extremidades ou presença de acesso venoso: com um dos 
braços estendido na altura do ombro, medir a distância da ponta do dedo médio até 
o esterno, multiplicar o valor obtido por 2, obtendo assim a altura estimada. 
 
 
5.3 ESTATURA RECUMBENTE 
 
 
É utilizada nos casos em que o paciente não consegue dobrar o joelho para 
fazer a altura do joelho ou com incapacidade de movimento dos braços. 
Medida realizada com o indivíduo no leito. Posiciona-se o avaliado em 
posição supina, com o leito completamente na posição horizontal. Fazer marcas no 
lençol na altura do topo da cabeça e da base do pé e medir comprimento entre as 
marcas, utilizando fita métrica. 
 
 
HOMENS = 64.19 - (0,04 x idade) + (2,02 x AJ) 
 
MULHERES = 84.88 - (0,24 x idade) + (1,83 x AJ ) 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
33 
 
6 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL 
 
 
O IMC ou Índice de Quetelet é o indicador simples de estado nutricional, 
obtido por meio da relação entre o peso (em quilos) e a altura (em metros) elevada 
ao quadrado. 
É considerado por diversos autores o melhor indicador de massa corporal no 
adulto, porém outros autores chamam atenção para três limitações do IMC: 
1. Relação com a proporcionalidade do corpo, pessoas com as pernas 
curtas para a sua altura terão IMC aumentado; 
2. Relação com a massa livre de gordura, especialmente em homens, pois 
atletas e indivíduos musculosos podem ter IMC na faixa da obesidade; 
3. Relação com a estatura, que, apesar de baixa, pode ser significativa, 
especialmente em menores de 15 anos. 
 
Em 1995, os pontos de corte do IMC foram modificados para emagrecimento 
e, em 1998, para obesidade, preconizando sua utilização tanto para diagnóstico de 
desnutrição quanto de obesidade. A classificação do estado nutricional segundo o 
IMC é, tabela 10: 
 
TABELA 10 - CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
Classificação IMC (Kg/m2) 
Desnutrição Grave < 16 
Desnutrição Moderada 16 a 16,99 
Desnutrição leve 17 a 18,49 
Eutrófico 18,5 a 24,99 
Sobrepeso 25 a 29,99 
Obesidade Grau 1 30 a 34,99 
Obesidade Grau 2 35 a 39,99 
Obesidade Grau 3 > 40 
FONTE: OMS, 1998. 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
34 
A combinação entre peso e altura são as variáveis mais utilizadas em 
estudos epidemiológicos, no entanto não distingue massa muscular de adiposidade, 
sendo necessária a utilização de métodos complementares para a determinação do 
diagnóstico nutricional. 
Nos módulos seguintes veremos os métodos complementares de avaliação 
nutricional. 
 
 
7. ANEXOS 
 
 
7.1. ALTERAÇÃO DE PESO - ASG 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A PARTIR DA PERDA DE PESO. 
 
Estado Nutricional Eutrófico Desnutrição 
leve/moderada 
Desnutrição grave 
Categoria A 
(perda de peso 
não significativa).
B 
(perda de peso 
potencialmente 
significativa) 
 C 
(perda de peso 
significativa). 
Parâmetros *Perda < 5% 
*Perda > 10% 
nos últimos 6 
meses, porém 
com ganho 
durante o último 
mês. 
*Perda de 5 a 10 %
*Declínio de rápido 
peso e > 10%, 
porém com 
recuperação 
evidente. 
*Perda > 10% 
*Declínio grave, rápido e 
contínuo, principalmente 
no mês anterior e, sem 
sinais de recuperação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
35 
7.2. ALTERAÇÃO DA INGESTÃO ALIMENTAR - ASG 
 
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A PARTIR DA INGESTÃO 
ALIMENTAR 
 
Estado Nutricional Eutrófico Desnutrição 
leve/moderada 
Desnutrição grave 
Categoria A 
 
B 
 
 C 
 
Parâmetros  Ingestão 
alimentar boa. 
 
 Melhorando a 
ingestão. 
 Redução 
moderada na 
ingestão, sem 
melhora 
aparente. 
 
 Consumo de 
dieta líquida 
exclusiva 
 Redução severa 
na ingestão e emdeclínio 
 
 Jejum ou ingestão 
de líquidos hipo- 
 calóricos 
 
 
7.3. CAPACIDADE FUNCIONAL - ASG 
 
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A PARTIR DA CAPACIDADE 
FUNCIONAL 
 
Estado 
Nutricional 
Normal Desnutrição 
leve/moderada 
Desnutrição grave 
Categoria A B C 
Parâmetros - Nenhuma perda 
de gordura 
subcutânea 
- Sinais de perda 
em algumas 
regiões 
- perda grande de 
gordura subcutânea 
 
 
7.4. EXAME FÍSICO 
 
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A PARTIR DO EXAME FÍSICO 
 
Estado 
Nutricional Normal 
Desnutrição 
leve/moderada Desnutrição 
grave 
Categoria A B C 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
36 
Músculos 
- Sem evidências 
de perda 
- Sinais de perda 
em algumas 
regiões. 
- sinais de perda 
severa em todas 
ou na maioria das 
regiões. 
Têmporas - Músculo aparente 
através da 
têmpora. 
 
- depressão leve 
próxima às 
têmporas 
- Depressão 
grande e profunda 
próxima às 
têmporas 
 - Região reta e 
plana 
 
Clavícula - H: a clavícula não 
é visível 
- Difícil de distinguir - Clavícula 
bastante 
proeminente 
 - M: a clavícula 
visível 
 
Ombros - Ombros 
redondos, 
especialmente na 
junção entre o 
pescoço e o 
ombro. 
- Embora os 
ombros não 
estejam 
quadrados, a 
protusão do 
acrômio pode estar 
evidente. 
- Ombros 
quadrados 
- A protusão do 
acrômio é bastante 
proeminente 
Escápula - escápula não 
proeminente 
- Os músculos 
podem parecer 
definhados. 
- Escápula visível 
 - Não existem 
depressões ao 
redor do osso 
- Pode haver 
depressões em 
todas as regiões ao 
redor do osso 
- Perda evidente de 
tecidos nas 
depressões acima 
da escápula, entre 
estas e a 
articulação do 
ombro, e entre esta 
e a espinha dorsal. 
Costelas 
 
- As costelas não 
aprecem 
- As costelas 
podem estar 
aparentes, mas as 
depressões não 
estão tão 
profundas. 
- As costelas estão 
muito aparentes 
Dorso das mãos - H: músculo 
proeminente 
 - A depressão é 
pequena 
- Depressão 
profunda entre os 
dedos polegar e 
indicador. 
 - M: músculo 
normalmente plano
 
Quadríceps - Aparência normal - Pouca redução - Significativamente 
reduzido 
Região interna da 
perna 
- Aparência normal 
ao redor dos 
- Perda moderada 
ao redor dos 
- Ossos dos 
joelhos protraídos 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
37 
joelhos joelhos 
Panturrilha - aparência normal - Difícil de detectar -Redução 
acentuada deste 
tecido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
38 
7.5. MODELO AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
39 
 
 
 
 
----------- FIM DO MÓDULO -----------

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