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Livro Texto Unidade I Anatomia pdf

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Autor: Prof. Cassio Marcos Vilicev
Colaboradoras: Profa. Raquel Machado Cavalca Coutinho
 Profa. Christiane Mazur Doi
Anatomia
Professor conteudista: Cassio Marcos Vilicev
É graduado em Educação Física pela Universidade de Mogi das Cruzes e em Fisioterapia pela Universidade 
Bandeirante de São Paulo. É doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de 
São Paulo – USP e mestre em Ciências pelo Instituto de Ciências Biomédicas da mesma universidade. Possui 
especialização em Educação a Distância pela Universidade Paulista – UNIP e em Didática do Ensino Superior pela 
Universidade Sant’Anna (1999). Atualmente, cursa Formação Pedagógica em História na UNIP (EaD).
Foi professor de Educação Física em escolas e clubes desportivos de São Paulo e no curso de graduação em 
Educação Física e Enfermagem do Centro Universitário Santa Rita. Atualmente, é professor titular da UNIP nos cursos 
de Fisioterapia, Enfermagem, Nutrição, Farmácia, Biomedicina e Educação Física e de pós-graduação na Santa Casa de 
Misericórdia de São Paulo.
Foi consultor na elaboração de questões para o Serviço Nacional do Transporte (Sest) e para o Serviço Nacional de 
Aprendizagem do Transporte (Senat), e consultor de Educação Física na Empresa EGaion.
Publicou trabalhos em diversas áreas das Ciências Biomédicas, como Anatomia dos Sistemas: Educação Física; 
Anatomia dos Sistemas: Enfermagem, entre outros.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
U512.35 – 21
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
V711a Vilicev, Cassio Marcos.
Anatomia. / Cassio Marcos Vilicev. – São Paulo: Editora Sol, 2021.
320 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Sistema vascular. 2. Sistema muscular. 3. Sistema respiratório. 
I. Título.
CDU 611
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Giovanna Oliveira
 Ricardo Duarte Marques
Sumário
Anatomia
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 HISTÓRIA DA ANATOMIA.............................................................................................................................. 13
1.1 Período pré-científico ......................................................................................................................... 14
1.2 Período científico ................................................................................................................................. 15
1.2.1 Mesopotâmia e Egito ............................................................................................................................ 15
1.2.2 Grécia Antiga ............................................................................................................................................ 16
1.2.3 Roma ............................................................................................................................................................ 22
1.2.4 A contribuição do povo árabe ........................................................................................................... 26
1.2.5 O Renascimento ...................................................................................................................................... 28
1.2.6 As ciências contemporâneas .............................................................................................................. 34
2 BASES GERAIS DA ANATOMIA ................................................................................................................... 37
2.1 Divisão da anatomia: estudos ......................................................................................................... 38
2.1.1 Anatomia macroscópica ...................................................................................................................... 38
2.1.2 Anatomia microscópica ........................................................................................................................ 38
2.1.3 Anatomia artística .................................................................................................................................. 39
2.1.4 Anatomia comparativa ......................................................................................................................... 39
2.1.5 Anatomia do desenvolvimento ou embriologia ......................................................................... 40
2.1.6 Anatomia nepiológica ou nepionatomia ...................................................................................... 41
2.1.7 Anatomia do adulto ............................................................................................................................... 41
2.1.8 Anatomia gerontológica ...................................................................................................................... 41
2.1.9 Anatomia radiológica ............................................................................................................................ 41
2.1.10 Anatomia de superfície ...................................................................................................................... 43
2.2 Anatomia sistêmica e topográfica ................................................................................................ 43
2.2.1 Anatomia sistêmica................................................................................................................................ 43
2.2.2 Anatomia topográfica ........................................................................................................................... 46
2.3 Terminologia anatômica .................................................................................................................... 47
2.4 Conceito de normal e variações anatômicas ............................................................................ 48
2.4.1 Fatores gerais de variação anatômica ............................................................................................ 49
2.5 Anomalias ................................................................................................................................................ 57
2.6 Monstruosidade .................................................................................................................................... 62
2.7 Divisão do organismo humano ....................................................................................................... 63
2.8 Posição anatômica ............................................................................................................................... 64
2.9 Planos de delimitação do organismo humano ........................................................................65
2.10 Planos de secção do organismo humano ................................................................................ 66
2.11 Termos de posição e direção .......................................................................................................... 69
2.12 Cavidades corporais .......................................................................................................................... 71
2.13 Princípios gerais de construção do organismo humano ................................................... 72
2.13.1 Antimeria ................................................................................................................................................. 72
2.13.2 Metameria ............................................................................................................................................... 73
2.13.3 Paquimeria .............................................................................................................................................. 74
2.13.4 Segmentação ......................................................................................................................................... 74
2.13.5 Estratimeria ou estratificação ......................................................................................................... 75
3 GENERALIDADES DO ESQUELETO E DOS OSSOS................................................................................. 76
3.1 Os principais papéis do esqueleto e dos ossos ......................................................................... 79
3.2 Arquitetura óssea ................................................................................................................................. 83
3.3 O periósteo e o endósteo .................................................................................................................. 85
3.4 Vascularização óssea ........................................................................................................................... 85
3.5 Inervação óssea ..................................................................................................................................... 86
3.6 Morfologia óssea .................................................................................................................................. 86
3.7 Características anatômicas de superfície dos ossos ............................................................... 92
3.8 Fatores de variação anatômica no número de ossos ............................................................ 96
4 ESTUDO DO ESQUELETO ............................................................................................................................... 97
4.1 Esqueleto da cabeça ............................................................................................................................ 99
4.2 Ossos do neurocrânio .......................................................................................................................101
4.3 Ossos da face ........................................................................................................................................101
4.4 Ossos do esqueleto da cabeça em conjunto ...........................................................................103
4.4.1 O esqueleto da cabeça do recém-nascido ..................................................................................103
4.4.2 O esqueleto da cabeça dos indivíduos senis ..............................................................................105
4.4.3 O esqueleto da cabeça e o dimorfismo sexual..........................................................................105
4.4.4 Esqueleto do pescoço ..........................................................................................................................107
4.4.5 Esqueleto do tronco .............................................................................................................................107
4.4.6 Esterno ......................................................................................................................................................108
4.4.7 Costelas .....................................................................................................................................................109
4.4.8 Coluna vertebral .....................................................................................................................................111
4.4.9 Cintura escapular .................................................................................................................................. 117
4.4.10 Membro superior ................................................................................................................................ 118
4.4.11 Cintura pélvica .....................................................................................................................................121
4.4.12 Membro inferior................................................................................................................................. 124
Unidade II
5 SISTEMA CARDIOVASCULAR .....................................................................................................................138
5.1 O coração ...............................................................................................................................................142
5.1.1 Volumes e pesos do coração ........................................................................................................... 144
5.1.2 Localização do coração ..................................................................................................................... 145
5.1.3 Limites do coração .............................................................................................................................. 146
5.1.4 Configuração externa do coração ................................................................................................. 147
5.1.5 Configuração interna do coração ................................................................................................. 150
5.2 Tipos de circulação do sangue ......................................................................................................159
5.2.1 Circulação sistêmica e pulmonar .................................................................................................. 159
5.2.2 Circulação portal ...................................................................................................................................161
5.2.3 Circulação cardíaca ............................................................................................................................. 162
5.2.4 Circulação fetal ..................................................................................................................................... 164
5.2.5 Circulação colateral ............................................................................................................................ 165
5.3 Aparelho valvar do coração ...........................................................................................................165
5.4 Esqueleto fibroso do coração ........................................................................................................169
5.5 Microanatomia ....................................................................................................................................169
5.6 Pericárdio ...............................................................................................................................................170
5.7 Complexo estimulador do coração .............................................................................................172
5.8 Os vasos de sangue e linfáticos ....................................................................................................173
5.8.1 Circuito sistêmico ................................................................................................................................179
5.8.2 Aorta e seus ramos .............................................................................................................................. 179
5.8.3 Tronco pulmonar .................................................................................................................................. 186
5.9 Irrigação da cabeça e do pescoço................................................................................................186
5.10 Irrigação dos membros superiores ............................................................................................188
5.11 Irrigação da região pélvica ...........................................................................................................191
5.12 Irrigação dos membros inferiores .............................................................................................192
5.13 Vasos linfáticos, linfonodos, ductos linfáticos e tonsilas ................................................194
6 SISTEMA RESPIRATÓRIO .............................................................................................................................195
6.1 Nariz.........................................................................................................................................................196
6.1.1 Cavidade nasal ...................................................................................................................................... 198
6.1.2 Seios paranasais ....................................................................................................................................201
6.2 Faringe ....................................................................................................................................................203
6.2.1 Dimensões ............................................................................................................................................... 203
6.2.2 Cavidades da faringe .......................................................................................................................... 204
6.2.3 Parte nasal da faringe ........................................................................................................................ 204
6.2.4 Parte oral da faringe ........................................................................................................................... 205
6.2.5 Parte laríngea da faringe .................................................................................................................. 206
6.2.6 Músculos da faringe ............................................................................................................................207
6.3 Laringe ....................................................................................................................................................207
6.3.1 Papéis da laringe .................................................................................................................................. 208
6.3.2 Esqueleto da laringe ........................................................................................................................... 209
6.4 Traqueia ..................................................................................................................................................215
6.5 Brônquios ..............................................................................................................................................219
6.6 Pulmões ..................................................................................................................................................220
6.7 Segmentação broncopulmonar ....................................................................................................222
6.8 Pleura ......................................................................................................................................................222
Unidade III
7 SISTEMA DIGESTÓRIO ..................................................................................................................................233
7.1 Parte supradiafragmática ................................................................................................................233
7.1.1 A boca e os anexos .............................................................................................................................. 234
7.1.2 A faringe .................................................................................................................................................. 246
7.1.3 O esôfago ................................................................................................................................................ 246
7.2 Parte infradiafragmática .................................................................................................................249
7.2.1 O estômago ............................................................................................................................................ 249
7.2.2 O intestino delgado............................................................................................................................. 252
7.2.3 O intestino grosso ................................................................................................................................ 255
7.2.4 O reto e o ânus ..................................................................................................................................... 259
7.2.5 Glândulas anexas ................................................................................................................................. 260
8 APARELHO LOCOMOTOR ............................................................................................................................268
8.1 Sinartroses e anfiartroses ................................................................................................................268
8.2 Articulações fibrosas .........................................................................................................................269
8.2.1 Suturas ......................................................................................................................................................270
8.2.2 Sindesmoses ............................................................................................................................................271
8.2.3 Gonfoses .................................................................................................................................................. 272
8.2.4 Esquindilese ............................................................................................................................................ 272
8.3 Articulações cartilagíneas ...............................................................................................................273
8.4 Diartroses ...............................................................................................................................................275
8.5 Generalidades dos músculos .........................................................................................................280
8.5.1 Tipos de músculos.................................................................................................................................281
8.5.2 Papéis dos músculos ........................................................................................................................... 283
8.5.3 Componentes macroscópicos dos músculos estriados esqueléticos .............................. 283
8.5.4 Nomenclatura dos músculos estriados esqueléticos ............................................................ 287
9
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina serve de alicerce e recurso aos alunos que buscam profissões relacionadas à área da 
saúde, entre elas a enfermagem. Preparado para enriquecer os cursos que abordam anatomia humana, 
este livro-textotraz uma introdução indispensável a esse assunto. O objetivo é beneficiar as informações 
aplicadas das estruturas anatômicas do organismo humano e as noções para o aproveitamento de 
outras disciplinas básicas. Aqui são retratadas experiências práticas que permitem aos universitários 
da área da saúde a utilização de episódios referentes a situações com as quais poderão se deparar no 
exercício da profissão.
A unidade I é composta por tópicos como: introdução à morfologia, bases gerais da anatomia e 
sistema esquelético. Já a unidade II abrange os aspectos anatômicos, funcionais e clínicos do sistema 
cardiovascular e do sistema respiratório. Por fim, a unidade III direciona os estudos aos sistemas digestório, 
 articular e muscular.
Todas as unidades são acompanhadas de exemplos de aplicação, saiba mais, lembretes e 
observações, destaques que facilitam a memorização dos assuntos centrais deste livro-texto. 
As figuras também auxiliam o esclarecimento das características de cada tema, complementando 
o aprendizado.
Além disso, está presente uma revisão terminológica, relevante em um livro-texto dessa natureza, 
que compreende a versão dos epônimos mais utilizados na clínica médica, protegida tecnicamente 
pela terminologia anatômica. Há, ainda, notas explicativas e definições de palavras e expressões, o 
que facilita a compreensão do texto, mesmo para os principiantes, ainda não familiarizados com a 
terminologia da área.
A ciência moderna traz consigo um conjunto de particularidades que pode ser muito bem figurado 
no conhecimento metodológico abordado pelas ciências da natureza, tais como a ideia de neutralidade 
científica, o afastamento radical entre sujeito e objeto, a ideia de objetividade e a fragmentação do 
saber. Alguns campos de saber concentram como alicerce para seus estudos e influências as teorias 
e metodologias tanto das ciências naturais como das ciências humanas. Essa é a conjuntura atual de 
diversos cursos, que se configuram como campos multi ou interdisciplinares do saber e se distinguem 
pelo estudo e pesquisa com fins de intercessão pedagógica.
INTRODUÇÃO
Os conhecimentos anatômicos são indispensáveis para o profissional da área de saúde, que lida 
durante toda sua carreira com o corpo humano. A anatomia humana é o alicerce para a compreensão 
de conteúdos essenciais, como a fisiologia, a patologia e a clínica.
O aprendizado da anatomia envolve, na maioria das vezes, trabalho árduo, pois os alunos devem 
se habituar à terminologia anatômica, bem como às peças anatômicas, que diversas vezes não se 
assemelham aos impressos nos atlas de anatomia.
10
A anatomia humana desde sempre foi influenciada por fatores sociais, políticos, econômicos, 
religiosos e por tendências e modismos educacionais. Sua incorporação no estudo da medicina significou 
a transição de uma medicina mística, pouco precisa, para uma medicina objetiva.
Os primeiros registros do estudo e ensino de anatomia remontam à Escola de Alexandria onde, 
segundo os registros de Galeno, teriam sido efetuadas as primeiras dissecações públicas de animais e 
corpos humanos.
A etimologia da palavra “dissecar” origina-se do verbo latino disseco, are, que também se redige 
deseco, are, cujo significado é o de cortar dividindo e separando as partes. No grego é escrito aναλúστε 
e quer dizer corte, fatia, secção. O substantivo correspondente, desectio, onis traduz-se por corte, talho. 
Dissecare, como termo médico, já foi utilizado por Plínio, no século I d.C. Desectio, onis foi adaptado 
para dissección, em espanhol; dissezione, em italiano; e dissecção, em português. Os léxicos da língua 
portuguesa têm manifestado dúvida entre dissecção e dissecação. Em Gardner, Gray e Rahilly (1988, 
p. 3) lê-se: “Do ponto de vista etimológico, o termo dissecação: dis – significa separadamente e secare, 
cortar é o equivalente latino do grego anatomé”.
A história da anatomia humana, todavia, foi marcada também por estorvos, quando, após 
a queda do Império Romano, houve um avanço mínimo em seu desenvolvimento, devido à 
sobrepujança da doutrina, filosofia e prática da era autoritária que teve início com a Idade Média. 
Na primeira metade do século XVI, surgiram questões religiosas acerca da atividade de dissecar 
corpos para o aprendizado e o Papa Bonifácio VII tentou excomungar os anatomistas. Muitos 
deles chegaram a ser agredidos pela própria população, exilados ou acusados de forma injusta de 
práticas desumanas, como a de dissecar corpos ainda com vida. A dissecação humana foi proibida 
em diversos locais e quase nenhum estudo de caráter inovador ou extraordinário foi efetuado na 
área durante esse período.
As dissecações para fins de estudo sempre geraram contestações e pode-se afirmar que foi só 
a partir do século XIV que, na Europa, mais especificamente na Universidade de Bolonha, elas se 
tornaram parte do ensino médico sob os auspícios de Mondino de Luzzi. Nessa época, por influência 
do movimento escolástico, os estudos e as investigações em anatomia humana fundamentavam-se, 
especialmente, na tradução de obras e tratados anatômicos, sendo a dissecação um método de 
averiguação de dados preexistentes.
Apenas no século XVI e em pleno movimento renascentista Andreas Vesalius publicou a obra 
De Humanism Corporis Fabrica. As contribuições de Vesalius ao desenvolvimento da anatomia humana 
como ciência são inúmeras. No campo do ensino, destacou-se sua ardorosa defesa da prática sistemática 
da dissecação de animais e de seres humanos; no campo da pesquisa, a inovação de sua sugestão foi 
projetar paralelos entre as estruturas corporais humanas e animais, demonstrando as dessemelhanças 
entre elas e, por conseguinte, assinalando os deslizes da anatomia galênica, que imperava nos principais 
livros usados até então, como, por exemplo, o Anothomia, de Mondino de Luzzi.
Outro aspecto considerável da obra de Vesalius foi o uso de figuras que buscavam inserir os 
conhecimentos científicos e anatômicos em um contexto natural e social mais extenso, dando de certa 
11
maneira vida aos cadáveres representados, e alçando, assim, a figura do anatomista carrasco, até então 
considerado um personagem sombrio ligado à morte, ao patamar de profissional socialmente aceito, 
especialmente com o começo das dissecações públicas anuais, que se tornavam cada vez mais frequentes 
no âmbito europeu. O desenvolvimento da anatomia descritiva teve na figura e na obra de Vesalius 
uma época de renovação a partir da qual, paulatinamente, novas estruturas do corpo humano foram 
sendo identificadas e/ou nomeadas. Dentre seus alunos, destacaram-se Gabriel Falloppio e Fabricio 
d’Acquapendente.
A anatomia descritiva, ao final do século XVIII, já tinha buscado, identificado e descrito grande parte 
das estruturas do corpo humano, concedendo lugar, gradualmente, a outras disciplinas que viriam a 
constituir as relações entre essas estruturas, como, por exemplo, a fisiologia.
A anatomia descritiva fracassou ao mostrar-se estática, uma vez que não desvendava as relações 
entre as estruturas do corpo humano identificadas, e, seguramente, isso pode ser uma das razões 
pelas quais, no século XIX, com o surgimento da medicina experimental, a anatomia deixa parte de 
seu campo de ação para disciplinas como a fisiologia e a anatomia patológica. Isso ratificava um novo 
posicionamento epistemológico, funcionalista e experimental para os estudos modernos acerca dos 
condicionantes do estado normal e patológico do corpo humano.
Exemplo disso é o fato de que, dentre os nomes proeminentes da anatomia do século XIX, 
sobressaíram-se William Sharpey e Henry Gray, ambos célebres por suas colaborações tanto na 
organização de algumas das edições do Quain’s Anatomy quanto na publicação do Gray’s Anatomy, 
obras dedicadas ao avanço do conhecimento da anatomia humana por parte de médicos cirurgiões, 
cujas atividades foram estimuladas pelo aparecimento da anestesia.
Porém, a história da anatomia não está interligada só à história do ensino e do aprendizado,está 
atrelada também à história da arte. As dissecações costumavam ser eventos de cunho mais teatral do 
que letivo, podendo acontecer dentro ou fora dos terrenos das universidades, nos chamados teatros 
anatômicos, visto que a população também admirava acompanhar tais práticas. As personalidades 
locais eram até mesmo seduzidas a seguir as dissecações de cadáveres. Em geral, os cirurgiões e os 
estudantes de medicina eram obrigados a ver essas demonstrações. A apreensão era demonstrar onde se 
encontravam os órgãos, quais suas interconexões, cores, formas e texturas, ou seja, a anatomia popular.
 Lembrete
Dissecção ou dissecação significa a ação de dissecar, separar as partes 
de um corpo ou de um órgão. Utiliza-se tanto na anatomia (dissecação de 
um cadáver ou parte desse) como em uma cirurgia (dissecação de uma 
artéria ou de uma veia).
13
ANATOMIA
Unidade I
1 HISTÓRIA DA ANATOMIA
O trecho a seguir foi retirado da Oração ao cadáver desconhecido, de Carl Rokitansky, e é direcionado 
aos estudantes de anatomia humana.
Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, 
lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas, cresceu embalado 
pela fé e pela esperança daquela que em seu seio o agasalhou. Sorriu e 
sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens. Por certo amou e foi 
amado, esperou e acalentou um amanhã feliz e sentiu saudades dos outros 
que partiram. Agora jaz na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado 
uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome, só Deus sabe. 
Mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade. 
A humanidade que por ele passou indiferente (CAPELLI, 2016, p. 4).
A história da anatomia humana é análoga a da medicina. De fato, a preocupação com a estrutura 
do corpo humano foi estimulada pelo anseio dos profissionais da área de saúde em esclarecer uma 
disfunção orgânica do corpo. Em contrapartida, diversas religiões reprimiram o estudo da anatomia por 
meio das restrições atribuídas à dissecação humana e das evidências nas explanações não científicas 
para as doenças e fraquezas.
Durante séculos, o interesse inato dos indivíduos em seus próprios corpos e capacidades físicas 
se deparou com diversas maneiras de demonstração. Os gregos, por exemplo, estimulavam as provas 
atléticas e apregoavam a perfeição do corpo em suas esculturas, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 1 – Mirón, Discóbolo, 455 a.C., cópia em mármore 
da escultura original, em bronze, Museu Britânico
14
Unidade I
Do escultor grego Mirón, produzida em torno de 455 a.C., a obra da figura anterior representa 
um atleta momentos antes de lançar um disco. Os gregos antigos já tinham o conhecimento do nu 
artístico e apreciavam a boa forma física, logo davam destaque ao retratar a musculatura dos corpos, 
principalmente o corpo masculino
Posteriormente, muitos dos grandes mestres do Renascimento costumavam retratar na arte 
figuras humanas. Alguns destes artistas eram magníficos anatomistas, pois a apreensão deles com 
as minúcias pedia que o fossem. Michelangelo foi um desses artistas que captou o luxo da forma 
humana em esculturas como David, conforme ilustra a figura a seguir, e em pinturas como as da 
Capela Sistina. O estudo da história da anatomia nos auxilia a contemplar a ciência que se tornou tão 
importante atualmente.
Figura 2 – Michelangelo, David, 1501-1504, escultura em mármore
Disponível em: https://bit.ly/35r2gZc. Acesso em: 15 jun. 2021.
1.1 Período pré-científico
É possível que um tipo de anatomia comparada prática seja a ciência mais antiga. Os primórdios 
do conhecimento anatômico mediante elementos e inscrições datam da pré-história, então, é possível 
deduzir que já nesse período havia algumas informações anatômicas circulando. Essas informações 
foram eternizadas ao longo da história como, por exemplo, por meio de desenhos que representam 
partes da anatomia humana encontrados nas montanhas de Tassili n’Ajjer, no Saara argelino, datadas 
de aproximadamente 3000 a.C, conforme ilustra a figura a seguir.
15
ANATOMIA
Figura 3 – Pinturas rupestres
Disponível em: https://bit.ly/2SApZn2. Acesso em: 15 jun. 2021.
1.2 Período científico
O período científico se iniciou com os registros de observações anatômicas feitas na antiga 
Mesopotâmia em cerca de 3000 a.C, em blocos de argila, por meio da escrita cuneiforme, e continua 
até hoje. Obviamente, todas as colaborações do passado para a ciência da anatomia não podem ser 
especificadas, contudo, certos indivíduos e culturas tiveram grande impacto, que serão comentados 
brevemente nesta unidade.
1.2.1 Mesopotâmia e Egito
Na Mesopotâmia, o olho era a parte constituinte do corpo humano que se expressava para o mundo, 
sendo tal fato destacado nas pinturas. Em contrapartida, o tronco permanecia na posição frontal, 
enquanto a cabeça, as pernas e os pés encontravam-se de perfil. As esculturas produzidas não incluíam 
muitos detalhes anatômicos, entretanto, demonstravam um corpo sólido.
Já no Antigo Egito o progresso das técnicas de embalsamamento obrigou e motivou o estudo da 
anatomia humana. Apesar de suas carências, os médicos egípcios julgavam que o coração era o centro 
motor do corpo humano, pois descreviam que o coração falava, batia e pulsava.
 
Começo do segredo do médico: conhecimento da anatomia do coração. Há 
neles vasos (indo) a todos os membros. Quando qualquer médico da deusa 
Sekhmet [...], ou qualquer mágico coloca seus dedos na testa, na nuca, ou 
nas mãos ou sobre o próprio coração, ou sobre os dois braços, ou sobre 
as duas pernas, ou em qualquer parte do corpo humano, sente qualquer 
vestígio do coração, porque os vasos deste vão a todos os territórios do 
corpo humano (PAULA, 1962, p. 37).
16
Unidade I
Os grandes discípulos dos egípcios seriam os gregos, que se saciaram nos conhecimentos daqueles 
que habitavam as regiões do Nilo desde Hipócrates até Galeno.
Figura 4 – Deusa Sekhmet
Fonte: Paula (1962, p. 35).
1.2.2 Grécia Antiga
Para os gregos o conhecer – o espetáculo, a inteligência – tem prioridade sobre o operar – a ação, 
o prático. A propriedade básica do pensamento grego está no dualismo das relações entre a realidade 
empírica e um absoluto que a esclareça, na separação entre Deus e o mundo. O resultado desse dualismo 
é o irracionalismo, que produz sustentação à serena compreensão grega do mundo e da vida. O mundo 
real dos indivíduos depende de Deus, porém, nunca se pode chegar até Ele, porque dele não deriva. 
Deus é o absoluto racional, todavia, ele não cuida do mundo e da humanidade, a qual não criou, 
não distingue e nem governa. Para os gregos, ela era governada pelo acaso, isto é, pela necessidade 
irracional. Essa concepção de mundo era, assim, marcada pelo pessimismo desesperado, razão pela 
qual foi considerado como período trágico.
Aristóteles, conforme ilustra a figura a seguir, ao longo da vida escreveu mais de mil obras. Alguns 
de seus trabalhos mais relevantes são: História dos Animais, Das Partes dos Animais e A Geração dos 
17
ANATOMIA
Animais. Nesses trabalhos desenvolveu teorias coesas sobre a geração e a hereditariedade e sugeriu a 
anatomia comparada, embora nunca tivesse dissecado um corpo humano.
Figura 5 – Rafael Sanzio, Escola de Atenas, 1509-1510, afresco, 500 cm x 700 cm. 
O ponto central de fuga fica entre Platão e Aristóteles
Disponível em: https://bit.ly/3iKNBjw. Acesso em: 15 jun. 2021.
Conforme mencionados anteriormente, Aristóteles dá belas descrições de alguns órgãos sob o ponto 
de vista da anatomia comparada. Tais descrições foram fortuitamente ilustradas com desenhos, que são 
as primeiras figuras anatômicas de que se tem conhecimento. Dentre seus erros anatômicos merece 
destaque a sua rejeição em dar grande relevância ao cérebro. A superioridade, segundo ele, reside no 
coração, sede também da inteligência, conceito contrário ao da maioria dos médicos escritores de 
seu período.
Não é de todo incerto que Aristóteles tenhaefetuado experimentos sobre o cérebro e observado tal 
falta de sensibilidade. Assim, considerou-o simplesmente um meio para resfriar o coração e impedir seu 
superaquecimento. Segundo ele, esse processo de resfriamento era motivado pela secreção da fleuma. 
Aristóteles era, via de regra, muito mais fraco em fisiologia do que em anatomia. Portanto, não sabia 
as diferenças entre artérias e veias, e cria que as artérias contivessem ar, além de sangue. Por mais de 
2 mil anos, a filosofia aristotélica, de forma mais ou menos modificada, estabeleceu a principal referência 
intelectual da humanidade.
Segundo Galeno, foi Alcmeão de Crotona, conforme ilustra a figura a seguir, quem escreveu a 
primeira obra de anatomia. Ele dissecou a trompas auditivas, os nervos ópticos e o olho, o qual propunha 
ser feito de água (oriunda do cérebro e encontrada facilmente ao dissecá-lo) e fogo (notado quando 
o olho é ferido). Assim, sugeriu uma teoria da visão, segundo a qual existiria no olho um fogo interno.
18
Unidade I
Figura 6 – Busto de Alcmeão datado do séc. XIX
Fonte: Celesia (2012, p. 409).
 Saiba mais
Vários anatomistas imortalizaram seus nomes criando uma série de 
epônimos, ou seja, diversas estruturas anatômicas receberam denominações 
em homenagem aos primeiros anatomistas que as descreveram. Por exemplo, 
o polígono de Willis e a trompa de Eustáquio, as glândulas de Bartholin, o 
fundo de saco de Douglas e as trompas de Falópio, essas últimas sendo 
as seguintes estruturas anatômicas: as glândulas vestibulares, a escavação 
retouterina e as tubas uterinas. Leia mais informações sobre o assunto em:
BEZERRA, A. J. C.; BEZERRA, R. F. A. Epônimos de uso corrente 
em anatomia humana: um glossário para educadores físicos. Revista 
Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v. 8, n. 3, 2000. Disponível em: 
https://bit.ly/3wUIykR. Acesso em: 9 mar. 2019.
Alcméon considerava o cérebro a sede das sensações e o centro da vida intelectual, informações 
essas que mais tarde foram resgatadas na medicina. Todos os órgãos dos sentidos estariam ligados 
ao cérebro – o centro da memória e centro do saber. Acreditava-se também que era no cérebro que o 
espermatozoide se originava, a partir dos 14 anos de idade.
19
ANATOMIA
Hipócrates, conforme ilustra a figura a seguir, é considerado o pai da medicina ocidental, entretanto, 
na área da anatomia nada alcançou de importante, mas foi provavelmente o precursor do estudo da 
anatomia constitucional. O médico acreditava que o encéfalo não só estava compreendido nas sensações, 
mas seria a sede da inteligência. Ele foi o primeiro a estabelecer uma relação entre o cérebro e a doença 
sagrada, a epilepsia.
Figura 7 – Escultura facial de Hipócrates
Fonte: Loukas et al. (2007, p. 147).
Embora Hipócrates supostamente tinha só restrita a orientação em dissecações humanas, ele foi 
bem conduzido na afamada teoria humoral de organização do corpo. Por meio dessa teoria eram 
identificados quatro humores no corpo e cada um deles era agregado a um órgão em especial: sangue 
com o fígado; cólera, ou bile amarela, com a vesícula biliar; fleuma com os pulmões; e melancolia, ou 
bile preta, com o baço. Acreditava-se que um indivíduo teria o equilíbrio dos quatro humores.
Vale notar que os quatro humores ainda hoje fazem parte da linguagem e da clínica médica. Melancolia 
é um termo utilizado para descrever depressão ou desânimo de um indivíduo, enquanto “melano”, que 
significa preto, alude a um semblante obscuro ou pálido. Cólera é uma patologia intestinal que causa 
diarreia e vômito. Fleuma, no interior do sistema respiratório, é sinal de diversas doenças pulmonares.
20
Unidade I
Fígado Baço
Membros 
inferiores
Pulmão
Bile amarela
SIV
VESangueVD
Alma
Cabeça
Figura 8 – Esquema do sistema cardiovascular de acordo com os gregos antigos
Fonte: Bestetti, Restini e Couto (2014, p. 3).
Na figura anterior há a presença de dois vasos paralelos oriundos do fígado e do baço, 
interligados ao coração, no tórax, aos membros inferiores e à cabeça. No coração, há um poro 
no septo interventricular conectando o VD (ventrículo esquerdo) e o VE (ventrículo direito), dois 
vasos conectados ao VD, e um vaso conectado ao VE vindo dos pulmões. O VD é maior do que o 
esquerdo, ao passo que o VE é mais espesso do que o direito. O VD contém sangue, ao passo que o VE 
é preenchido com ar e bile amarela, de acordo com o Corpus Hippocraticum.
Quando Atenas perdeu sua liberdade, o centro científico passou para Alexandria, no Egito, onde pela 
primeira vez a anatomia tornou-se uma disciplina. Os dois primeiros e maiores professores dela foram 
Herófilo e Erasístrato, que iniciaram o chamado período alexandrino da anatomia.
Herófilo, conforme ilustra a figura a seguir, é visto como o “açougueiro de homens”, pois realizava 
vivissecção em criminosos da prisão real. Acredita-se que ele tenha dissecado vários seres humanos, 
muitas vezes em demonstrações públicas (“sem dúvida, o melhor método para aprender”, escreveu 
Celsius, aprovando (TERÇARIOL, 2018, p. 18). Foi ele também que fez a primeira distinção clara entre 
as artérias e as veias e ampliou os estudos sobre a pulsação, que considerava um processo ativo das 
próprias artérias.
21
ANATOMIA
Foi Herófilo definitivamente que reconheceu o cérebro como o órgão central do sistema nervoso e 
a sede da inteligência. O médico dividiu os nervos em motores e sensitivos e descreveu as meninges. 
Ampliou, ainda, o conhecimento sobre outras partes do cérebro, distinguindo o cérebro, o cerebelo e 
o quarto ventrículo. Os termos próstata e duodeno são derivados dos que foram usos por ele. Ele fez 
também a primeira descrição dos vasos quilíferos do intestino.
 Lembrete
A vivissecção é a dissecação ou operação cirúrgica em animais vivos 
para estudo de alguns fenômenos anatômicos e fisiológicos.
Figura 9 – Herófilo: a primeira dissecação, na entrada principal 
da Nouvelle Faculté de Médecine de Paris
Fonte: Schumacher (2007, p. 16).
Erasístrato atentava-se mais às funções do corpo humano do que à sua estrutura, e comumente 
é chamado de pai da fisiologia. O anatomista aperfeiçoou os dados sobre o cérebro e o cerebelo, 
considerando tais órgãos como a sede da alma. Dentre suas diversas descrições determinou a 
substância cerebral, e não a dura-máter, como sendo a origem dos nervos cranianos. Além disso, 
estabeleceu o cérebro e o cerebelo como órgãos parenquimatosos e descreveu os ventrículos 
encefálicos. Juntamente com Herófilo, determinou que o número de giros está relacionado com a 
inteligência humana. Era um racionalista e se declarava inimigo de todo misticismo. Teve, ainda, 
que usar a ideia de natureza como força externa, que molda os objetivos para os quais o corpo 
age. Erasístrato compreendeu a ação dos músculos na produção do movimento e atribuiu o 
encurtamento dos músculos à sua distensão pelo espírito animal.
22
Unidade I
Figura 10 – Jacques-Louis David, Erasístrato descobrindo a causa do mal de Antíoco, 1774, 
óleo sobre tela, 120 cm x 155 cm, Escola Nacional Superior de Belas-Artes
Entretanto, o esplendor das descobertas anatomopatológicas de Herófilo e Erasístrato caíram em 
infortúnio quando se levantou a suspeita de que escravos e condenados à morte haviam sido dissecados 
vivos, após a autorização de Ptolomeu I. Machado de Assis, no “Conto Alexandrino”, cita Herófilo na 
história de dois filósofos: Stroibus e Pítias.
 
Tinham sido escalpelados cerca de cinquenta réus, quando chegou à vez de 
Stroibus e Pítias. Vieram buscá-los; eles supuseram que era para a morte 
judiciária, e encomendaram-se aos deuses. De caminho, furtaram uns 
figos, e explicaram o caso alegando que era um impulso da fome; adiante, 
porém, subtraíram uma flauta, e essa outra ação não a puderam explicar 
satisfatoriamente. Todavia, a astúcia do larápio é infinita, e Stroibus, para 
justificar a ação, tentou extrair algumas notas do instrumento, enchendo de 
compaixão os indivíduos que os viam passar, e não ignoravam a sorteque 
iam ter. A notícia desses dois novos delitos foi narrada por Herófilo, e abalou 
a todos os seus discípulos (VILICEV, 2002).
Conta-se que Herófilo e outros anatomistas pretenderam saber se o “nervo do furto” residia na 
palma das mãos das pessoas. Pelo que se diz, Herófilo dissecou primeiro Stroibus e a seguir Pítias 
durante oito dias.
1.2.3 Roma
O interesse do Estado em Roma fundamentava-se em sua arte, que era caracterizada como sendo 
objetiva, e para a representação do poder de forma realista esculpiam-se rostos de autoridades, conforme 
23
ANATOMIA
ilustra a figura a seguir. Para que os corpos fossem mitificados e divinizados em paredes de casas era 
utilizada a pintura mural.
Figura 11 – Júlio César
Disponível em: https://bit.ly/3vtfr6L. Acesso em: 15 jun. 2021.
Em muitos aspectos, Roma incluiu os progressos científicos e as bases para a Idade Média. 
O questionamento científico perfaz a teoria pela prática durante esse período. Foram realizadas algumas 
dissecações de cadáveres humanos, tendendo mais determinar a razão da morte em casos criminais. 
A medicina não era preventiva, contudo, confinava-se, quase sem exceção, ao tratamento de soldados 
lesados em combates. Nos últimos tempos da história romana, as leis eram postas evidenciando a 
autoridade da Igreja na prática médica. De acordo com as leis romanas, por exemplo, nenhuma gestante 
morta poderia ser sepultada sem a retirada do feto do útero de maneira que ele pudesse ser batizado.
Esse é o caso da morte de Agripina, mãe de Nero, cuja história gerou um contrassenso na época pelo 
viés anti-Nero que ela apresentava. Nero arquitetou um navio, cujo fundo se abriria quando estivesse 
no mar, e Agripina foi colocada a bordo. Quando o fundo se abriu, ela caiu no mar, contudo, conseguiu 
nadar até a margem e, por isso, Nero enviou um assassino para matá-la. O imperador afirmou que ela 
havia tentado assassiná-lo e depois cometera suicídio. Suas hipotéticas palavras finais ao assassino 
quando estava prestes a matá-la foram “Ataque meu útero!”, insinuando que ela almejava ver destruída 
a primeira parte de seu corpo que tinha gerado um “filho tão abominável”, conforme ilustra a xilogravura 
de Guilherme de Lorris a seguir:
24
Unidade I
Figura 12 – O imperador Nero assistindo à dissecação de sua mãe 
Agripina, que ainda está viva e tem as mãos amarradas
Fonte: Schumacher (2007, p. 17).
Considerado o príncipe dos médicos, Galeno foi uma personagem fundamental na história da 
medicina. Como a dissecação humana era abolida na época, ele não dissecava cadáveres humanos, 
porém, os humanizava por aproximação, sendo essa talvez a causa de seus erros anatômicos.
Figura 13 – Bustos de Galeno
Fonte: Pasipoularides (2014, p. 48).
Galeno utilizava seres humanos para fazer pesquisas, observando feridas profundas ou estudando 
cadáveres de indigentes encontrados eventualmente. As principais descrições dele encontram-se nos 
campos dos sistemas nervoso, muscular e cardiovascular, bem como do esqueleto humano.
25
ANATOMIA
Figura 14 – Desenho dos ossículos da orelha (círculo branco), presente no 
livro Ossibus Doctissima et Expertissima Commentaria, de Galeno
Fonte: Dispenza et al. (2013, p. 358).
Galeno descreveu o esterno com sete peças, tanto como as costelas com as quais se articula. Detalha 
também a cartilagem tireóidea com o nome de O Chondros Thyreoides, semelhante ao escudo cretense.
Em nenhum período da história o status de um homem prevaleceu tão profundamente em uma 
ciência como o de Galeno na medicina. Suas inspirações prorrogaram-se pelos próximos 13 séculos, 
passando pela Idade Média e chegando até o século XVI, sendo que as obras de Galeno determinaram 
os princípios dos dados anatômicos.
 Observação
Era uma obrigação religiosa entre os gregos e os romanos cobrir com 
terra qualquer osso humano encontrado por casualidade. Apenas os 
condenados e os suicidas poderiam ficar sem enterro. Entre os gregos existia 
a crença de que as almas dos mortos haviam de vagar pelas margens do Rio 
Estige, o rio da imortalidade, até que seus corpos tivessem sido enterrados.
26
Unidade I
 Saiba mais
As seguintes leituras vão ampliar muito seu conhecimento sobre o 
surgimento e o desenvolvimento do estudo da anatomia:
KICKHÖFEL, E. H. P. A lição de anatomia de Andreas Vesalius e a ciência 
moderna. Scientiæ Zudia, São Paulo, v. 1, n. 3, p. 389-404, 2003. Disponível 
em: https://bit.ly/3wWdIbo. Acesso em: 10 de mar. 2019.
ALVES, M. V. A medicina e a arte de representar o corpo e o mundo 
através da anatomia. In: CATÁLOGOS BNP. Arte médica e imagem do 
corpo: de Hipócrates ao final do século XVII. Lisboa: Biblioteca Nacional de 
Portugal, 2010, p. 31-50. Disponível em: https://bit.ly/3daq3RC. Acesso em: 
10 mar. 2019.
CHEREM, A. J. Medicina e arte: observações para um diálogo 
interdisciplinar. Revista Acta Fisiátrica, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 26-32, 2005. 
Disponível em: https://bit.ly/2T0Os52. Acesso em: 10 mar. 2019.
CHIARELLO, M. Sobre o nascimento da ciência moderna: estudo 
iconográfico das lições de anatomia de Mondino a Vesalius, Scientiæ Zudia, 
São Paulo, v. 9, n. 2, p. 291-317, 2011. Disponível em: https://bit.ly/3h0p07L. 
Acesso em: 10 de mar. 2019.
1.2.4 A contribuição do povo árabe
O período entre a morte de Galeno e a primeira tradução de uma obra de material médico no 
século XI, ocorrida no Mosteiro de Monte Cassino, no sul da Itália, é o chamado de idade das trevas da 
anatomia. Crê-se que tanto o estilo de vida quanto os sentimentos nutridos pela sociedade medieval em 
relação ao corpo humano teriam reduzido a edificação de saberes que abrangeu a anatomia, a medicina 
e outras áreas do saber.
Os séculos X e XI foram marcados pelo aumento demográfico associado à expansão territorial 
empreendida pelas Cruzadas religiosas, o que possibilitou o renascimento comercial. Com a retomada 
das atividades comerciais e a instauração de espaços urbanos, as universidades se multiplicaram com 
a finalidade de acatar às necessidades de expandir o conhecimento por parte dos comerciantes no 
processo de expansão de seus negócios. Do mesmo modo, a própria maneira de organização social que 
nascia clamava por certos serviços, como aqueles relativos à jurisprudência e à medicina.
Em um clima essencialmente escolástico, o ensino das universidades comumente, assim como o 
ensino da anatomia, era abalizado nas traduções de textos árabes, como os tratados de Avicena, conforme 
ilustra a figura a seguir. Como a observação da natureza ainda era inadvertida nessa época, não existia 
instrumentação prática em anatomia.
27
ANATOMIA
Figura 15 – Estátua de Avicena
Fonte: Zarshenas e Zargaran (2015, p. 239).
Avicena organizou e sistematizou os saberes de Hipócrates e Galeno em um compêndio de medicina 
considerado uma obra majestosa e conhecido como O Cânone da Medicina. Ela foi publicada pela 
primeira vez apenas em 1492 e trata-se de uma mistura de saberes médicos islâmicos e gregos. Esse foi 
o primeiro livro médico a mostrar a reparação de tendões em um período no qual esse tratamento era 
equivocadamente contraindicado.
Figura 16 – Os três maiores professores de medicina na Antiguidade
Fonte: Assef, Castaneda e Oro (2018, p. 71).
28
Unidade I
1.2.5 O Renascimento
A fase conhecida como Renascimento foi determinada pela vida nova das ciências e teve forte 
influência nas grandes universidades europeias localizadas em Bolonha, Salerno, Pádua, Montpellier e 
Paris. Apenas no Renascimento seriam aceitos, ainda que com certa cautela e dignidade, os procedimentos 
de violação do corpo por meio de estudos de cadáveres.
Com o aumento do mérito na anatomia durante o Renascimento, a aquisição de cadáveres para a 
dissecação se tornou um problema grave. Estudantes de medicina cometiam repetidamente a invasão 
de sepulturas para saqueá-las, até que um decreto oficial foi expedido, possibilitando utilizar os 
corpos de criminosos executados como espécimes. As aulas de anatomia aconteciam em um teatroanatômico, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 17 – Vista panorâmica do teatro anatômico de Pádua
Fonte: Schumacher (2007, p. 21).
O teatro anatômico deveria ser vasto e arejado, com bancos organizados em círculos, como os do 
Coliseu romano, possibilitando a acomodação de muitos alunos sem importunar os movimentos do 
maestro, o cirurgião. O cadáver era colocado em uma mesa no centro do teatro e os instrumentos em 
outra, próxima à primeira. Os professores de anatomia pronunciavam suas aulas de cátedras um pouco 
distante de onde estava o cadáver, a frase: “Eu não devo tocá-lo com uma vara de 10 pés” possivelmente 
originou-se durante esse período em menção ao odor de um cadáver em deterioração.
29
ANATOMIA
 Saiba mais
Para saber mais sobre o teatro anatômico, leia o artigo:
ALVES, E. M. O.; TUBINO, P. Proibições das dissecações anatômicas: fato 
ou mito? Jornal Brasileiro de História da Medicina, Brasília, dez. 2017.
Do século XIII ao início do século XVI, os progressos no conhecimento anatômico foram morosos, 
fundamentados na contínua revisão e extensão de tratados preexistentes. A anatomia macroscópica 
foi privilegiada nessa época, contudo, para seu desenvolvimento foi imprescindível o aperfeiçoamento 
das técnicas de observação, dissecação, descrição, ilustração e o gradual refinamento terminológico, 
processo para o qual Mondino de Luzzi, conforme ilustra a figura a seguir, é considerado o precursor.
Figura 18 – Xilogravura da aula de anatomia de Mondino
Fonte: Schumacher (2007, p. 19).
30
Unidade I
Do século XIII ao século XVI, o desenvolvimento da anatomia concentrou-se no cenário italiano 
e ampliou-se para outros países, em agravo do decreto pontifício propagado em 1300. Sua inserção 
enquanto disciplina nas universidades foi regularizada também pelo refinamento das formas de 
representação das estruturas corporais concebidas pelo processo de ilustração do corpo, o que se tornou 
possível devido à influência do naturalismo na arte italiana.
Assim, artistas como Leonardo da Vinci e Michelangelo estavam entre os primeiros a efetuar o 
estudo científico da anatomia humana, devido ao interesse na forma humana. Além disso, a invenção 
da impressão tornou os livros facilmente acessíveis e as ilustrações necessárias para anatomia poderiam 
naquele momento ser mais facilmente reproduzidas e distribuídas.
A escrita invertida é uma característica das observações de Leonardo da Vinci em seus desenhos. 
Canhoto, da Vinci produziu centenas de desenhos anatômicos feitos a partir de dissecações. Suas 
contribuições, do ponto de vista anatômico, só podem ser elencadas retrospectivamente, mas a precisão 
e a objetividade de suas ilustrações inspiram, ainda hoje, a construção de novos esquemas anatômicos.
Ele ponderou o homem como sendo o centro do universo, distendendo a figura humana em duas 
formas geométricas, uma em relação ao quadrado e a outra em relação ao círculo, sendo que a unidade 
melodiosa seria dada pelo conjunto. Seu ponto de partida foram os escritos do arquiteto e do engenheiro 
militar Marco Vitrúvio, o qual constituíra no século I a.C. a doutrina que relacionava a proporcionalidade 
da soberba arquitetura com as do homem de boa adequação, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 19 – Leonardo Da Vinci, O homem vitruviano, 1490, 
lápis e tinta sobre papel, 34 cm x 24 cm
Fonte: Cherem (2005, p. 28).
Uma das mais apreciadas imagens plásticas do Renascimento, pintada na Capela Sistina por 
Michelangelo entre 1508 e 1512, se apresenta na A Criação de Adão, reproduzida a seguir. Nesse 
afresco, observamos que os membros superiores são simétricos e têm uma composição muito 
semelhante, fazendo referência à passagem bíblica “Deus criou o homem à sua imagem e semelhança” 
31
ANATOMIA
(Gênesis, 1.27). De tal modo, por meio dessa simetria, Michelangelo insere um equilíbrio entre os dois 
lados do afresco, entre a figura divina e a humana.
Figura 20 – Michelangelo, A criação de Adão, detalhe da Capela Sistina
Disponível em: https://bit.ly/3gsTgct. Acesso em: 15 jun. 2021.
 Saiba mais
Em meio aos afrescos que pintou no teto da Capela Sistina, 
Michelangelo espalhou imagens de ossos, nervos, músculos, vísceras, 
artérias e órgãos humanos que ficaram escondidos desde 1512 até concluir 
o trabalho encomendado pelo Papa Júlio II. Para saber mais sobre o 
assunto, leia o estudo de dois pesquisadores da Unicamp que conseguiram 
identificar e decifrar um código criado por Michelangelo para revelar as 
peças anatômicas pintadas de forma mascarada nas imagens principais.
LEVY, C. Pesquisadores dissecam lição de anatomia de Michelangelo. 
Jornal da Unicamp, Campinas, n. 256, p. 12, 2004. Disponível em: 
https://bit.ly/3vREdgR. Acesso em: 10 de mar. 2019.
Na história da anatomia, o século XVI mostra-se relevante por conta da obra do anatomista 
Andreas Vesalius, considerado o pai da anatomia. No cenário italiano, Vesalius revelou-se um ferrenho 
defensor da técnica da dissecação, que considerava como a única forma de conhecer realmente o corpo 
humano. O intuito de sua obra era, a partir da dissecação sistemática de cadáveres, abandonar o caráter 
revisionista que prevalecia nas investigações anatômicas. Seu estudo intitulado De Humani Corporis 
Fabrica foi concluído em 1543, conforme ilustram as figuras a seguir. O impacto que isso causou se 
deveu tanto ao nível de apuração dos detalhes anatômicos compreendidos por suas ilustrações quanto 
32
Unidade I
pela veia artística de sua obra, de caráter tipicamente renascentista, acrescida de influências galênicas, 
naturalistas e escolásticas.
Figura 21 – Vesalius, ilustrações do livro De Humani Corporis Fabrica
Fonte: Hildebrand (1996, p. 379).
33
ANATOMIA
O grande valor das práticas e das informações preconizadas por Vesalius prosseguiram no século 
seguinte, sendo que seus estudos ganharam evidência em telas, como, por exemplo, em Lição de Anatomia 
do Dr. Tulp, pintada por Rembrandt em 1632:
Figura 22 – Rembrandt, A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, 1632, 
óleo sobre tela, 169,5 cm x 216,5 cm
Disponível em: https://bit.ly/3zB2vPo. Acesso em: 15 jun. 2021.
Nessa obra, o cadáver é o de Adriaen Adriaansz, conhecido como o Garoto, um deficiente mental, 
com grave dismorfismo corporal, com medidas de quase um anão, que após roubar várias vezes foi 
enforcado. Personagens ilustres assistiram à dissecação do cadáver de Adriaen, como o anatomista 
amador e filósofo René Descartes e o médico inglês Thomas Brown. Reconhecendo que os artistas 
pós-renascentistas já não recorriam às dissecações, embora reconhecessem a importância de tais 
conhecimentos, é valido enfatizar que essa aula com sete alunos anatomistas se trata apenas de uma 
demonstração. Portanto, não ocorreu de fato uma dissecação anatômica e, ainda, a tela contém alguns 
erros anatômicos, como os descritos a seguir:
• O comprimento do membro superior esquerdo é bem maior do que o direito.
• Os músculos flexores superficiais do antebraço estão originando erradamente do epicôndilo lateral 
ao invés do epicôndilo medial, o que sugere o desconhecimento de Rembrandt sobre anatomia, 
conforme ilustra a figura a seguir.
• No raio X da pintura, inicialmente a mão direita do cadáver não tinha dedos. Rembrandt pintou-a 
posteriormente com base na mão de outra pessoa. Entretanto, consiste em uma mão delicada, 
com unhas bem cortadas, nada lembrando a de um ladrão.
34
Unidade I
Figura 23 – Detalhe dos tendões bifurcados dos músculos flexores superficial e profundo dos dedos
Disponível em: https://bit.ly/3xyZyx4. Acesso em: 15 jun. 2021.
 Saiba mais
Conheça melhor a história que inspirou o quadro de Rembrandt, lendo:
SIEGAL, N. A lição de anatomia. São Paulo: Rocco, 2017.
1.2.6 As ciências contemporâneas
As contribuições para a ciência anatômica durante o século XX não foram tão magníficas quanto 
eram no período em que pouco se sabia sobre a estrutura do corpo humano. O estudo da anatomia foi 
se aperfeiçoando cada vez mais por meio dasespecializações e as pesquisas foram se tornando cada vez 
mais detalhadas e complexas.
Podemos afirmar que, infelizmente, um ponto negativo do estudo da anatomia ocorreu durante 
o período da Segunda Guerra Mundial, quando as polêmicas bioéticas abrangendo as experiências 
com seres humanos tomavam corpo com o processo de Nuremberg. Durante o julgamento muitos 
anatomistas alemães foram denunciados por utilizarem corpos de vítimas do holocausto para as 
pesquisas anatômicas, assim como foram realizadas diversas acusações da presença da suástica nazista 
nas páginas de alguns atlas anatômicos do período.
Joseph Mengele talvez tenha sido o cientista mais carniceiro de Hitler, seus experimentos custaram 
a vida de cerca de 400 mil pessoas em Auschwitz. Mengele injetou tinta azul em olhos de crianças, uniu 
as veias de gêmeos, amputou membros de prisioneiros e dissecou anões vivos em seu laboratório.
35
ANATOMIA
“Sou, sem dúvida, o único que conhece por completo a fisiologia humana, porque faço experiências 
em homens e não em ratos” (MORAIS, 2011, p. 6). Isso era o que proferia com ar de orgulho Sigmund 
Rascher, responsável pelo campo de concentração de Dachau. Lá, ele se utilizava de cobaias humanas 
vivas para seus experimentos.
Já o médico da renomada Universidade de Estrasburgo, August Hirt, utilizou cerca de oitenta corpos 
em estudos anatômicos para determinação da superioridade do povo ariano.
Para muitos especialistas em anatomia o Atlas Pernkopf, conforme ilustra a figura a seguir, 
produzido com base na dissecação de corpos de aproximadamente 1500 prisioneiros, é o melhor 
trabalho ilustrado sobre anatomia humana já efetuado na história. Para outros, trata-se de um 
livro questionável e póstumo que, ao lado de suásticas, traz a seguinte frase: “feliz conjunção de 
ilustradores brilhantes e corpos de criminosos executados” (REZENDE, 2019).
Figura 24 – Atlas Pernkopf
Fonte: Pernkopf (1979, capa).
A partir de 1977, uma nova técnica de preparação de peças anatômicas foi elaborada. Essa descoberta 
foi realizada pelo médico e professor da Universidade de Heidelberg na Alemanha, Gunther von Hagens, o 
qual se intitula “Vesalius do século XXI”, que inventou e desenvolveu o processo de plastinação, conforme 
ilustra a figura a seguir, uma maneira moderna de mumificação, fazendo com que os cadáveres tenham 
uma elevada resistência.
A plastinação é outro aspecto que envolve polêmicas bioéticas, em que espécimes inodoros, secos e 
quase eternos estão sendo vastamente utilizados como modelos de anatomia em exposições e faculdades 
de medicina. Milhares de pessoas já testemunharam corpos dissecados em uma das exposições de 
anatomia pelo mundo e o novo mercado on-line de espécimes humanos plastinados está aumentando.
36
Unidade I
Figura 25 – Cadáver plastinado, musculatura e pele
Fonte: Andreoli et al. (2012, p. 84).
A anatomia humana sempre será uma ciência relevante, não só porque aperfeiçoa o entendimento 
do funcionamento do corpo humano, mas também por ser fundamental no diagnóstico clínico e no 
tratamento das doenças. A anatomia humana já não é mais restrita à observação e à descrição das 
estruturas isoladas, ela se ampliou para compreender as complexidades de como o corpo humano age 
como um todo integrado. A ciência da anatomia é dinâmica e permanecerá ativa porque os dois aspectos 
do corpo humano – estrutura e função – são inseparáveis.
 Saiba mais
Para conhecer as novas técnicas de preservação de peças anatômicas, 
acesse:
ANDREOLI, A. T. et al. O aprimoramento de técnicas de conservação de 
peças anatômicas: a técnica inovadora de plastinação. Revista EPeQ/Fafibe, 
Bebedouro, n. 4, p. 81-85, 2012. Disponível em: https://bit.ly/3zBECXM. 
Acesso em: 10 mar. 2019.
KIM, J. H. Exposição de corpos humanos: o uso de cadáveres como 
entretenimento e mercadoria. Mana, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 309-348, 
2012. Disponível em: https://bit.ly/3wHjmhv. Acesso em: 10 mar. 2019.
37
ANATOMIA
Compreenda melhor os precursores da medicina lendo:
GORDON, R. A assustadora história da medicina. Rio de Janeiro: 
Ediouro, 1996.
Para saber mais sobre a história da anatomia e conhecer o Museu de 
Anatomia UFCSPA, consulte:
UFCSPA. Uma breve história da anatomia humana. Porto Alegre: UFCSPA, 
[s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/3vBXsLq. Acesso em: 10 de mar. 2019.
2 BASES GERAIS DA ANATOMIA
A anatomia humana é considerada a disciplina mais antiga da medicina, tanto que no começo 
ambas se confundiam. Pelo menos no princípio era possível saber anatomia, ou pelo menos ter alguns 
conhecimentos anatômicos, para poder praticar a medicina. Desde aquela época começou a ser oportuno 
o pensamento nulla medicina sine anatomia, ou seja, não há medicina sem anatomia.
Ramo seco da biologia, ciência dos mortos ou ciência dos fósseis, a anatomia morreu: esses são os 
versos cantados por aqueles que julgam desnecessário o estudo da anatomia. Para demonstrar esse mal, 
um caso pitoresco ocorreu no Brasil, quando um laureado com prêmio Nobel foi convidado a fazer 
conferências científicas e educacionais sobre atualização do currículo médico. O famoso professor, 
com toda a autoridade que um ganhador de prêmio Nobel pode ter, brindou a plateia com a seguinte 
mimosidade: “uma grande redução no currículo poderia ser feita às custas da anatomia, pois para 
conhecer a anatomia dos homens bastaria conhecer a anatomia do rato”.
A grande vantagem que ele antevia era que a dissecação de um mamífero pequeno poderia ser feita 
em três dias e não nos três anos necessários para dissecar o homem. Na discussão que se seguiu, um 
dos participantes da plateia perguntou: “Se o orador fosse acometido por uma apendicite aguda, ele 
escolheria o cirurgião que tivesse dissecado um rato, ou um que tivesse dissecado um cadáver humano?” 
O orador fez uma longa pausa e confessou honestamente que ele escolheria o cirurgião que tivesse 
estudado anatomia no homem. O professor que fizera a pergunta retomou a palavra e parabenizou o 
orador pela sua excelente escolha, acrescentando: “principalmente porque o rato não tem apêndice 
vermiforme” (DI DIO, 1998, p. 28).
A anatomia divulga as bases da forma e da estrutura do corpo humano e de seus órgãos. A forma 
descreve a morfologia externa do indivíduo, de seus membros e órgãos. A estrutura respeita a organização 
interna dos órgãos e de seus componentes nos níveis macroscópico, microscópico, submicroscópico 
e molecular; O termo “estrutura” inclui a função. A anatomia determina, ao lado da fisiologia e da 
bioquímica, a base para a profilaxia, o diagnóstico, a terapia e a reabilitação de patologias.
38
Unidade I
 Observação
Homeostase é a preservação de um ambiente interno moderadamente 
contínuo e adaptado para a sobrevivência das células e dos tecidos do 
corpo. Defeitos na preservação das circunstâncias homeostáticas indicam 
patologias. Os processos das patologias podem atingir primeiramente um 
tecido, um órgão ou um sistema específico, porém, em última instância 
conduzirão a modificações de função ou da estrutura das células do corpo. 
Algumas patologias podem ser recuperadas pelas defesas corporais, já 
outras exigem tratamento. Por exemplo, quando acontece um trauma e 
existe sangramento excessivo ou lesão de órgãos internos o tratamento 
cirúrgico pode ser indispensável para resgatar a homeostase e impossibilitar 
problemas potencialmente letais.
2.1 Divisão da anatomia: estudos
Além dos aproveitamentos na medicina e das diversas formas de estudo da anatomia, há uma leitura 
anatômica nas várias áreas da atividade humana.
2.1.1 Anatomia macroscópica
Refere-se às estruturas com dimensões maiores do que 1 milímetro, isto é, as estruturas que podem 
ser identificadas a olho nu ou com auxílio de uma lupa. A figura a seguir mostra a anatomia macroscópica 
de um cadáver conservado com técnica MAR V.
Figura 26 – Métodos do Museu de Anatomia de Rosário
Fonte: Mignaco et al. (2011, p. 29).
2.1.2 Anatomia microscópica
Parte além das estruturas analisadasa olho nu, que permite uma subdivisão mais detalhada do corpo 
humano. Visualiza estruturas com dimensões menores do que 1 milímetro. A anatomia microscópica 
39
ANATOMIA
divide-se em citologia – estudo da estrutura e função da célula – e histologia, estudo dos tecidos e 
anatomia microscópica dos órgãos.
 Lembrete
A anatomia macroscópica estuda as estruturas do corpo humano a olho 
nu, enquanto a anatomia microscópica se utiliza de equipamentos como, 
por exemplo, os microscópios.
2.1.3 Anatomia artística
A anatomia artística, que se presta ao estudo das proporções dos segmentos naturais do corpo 
humano, a configuração exterior, relacionando-a, principalmente, com ossos e músculos, estática e 
dinamicamente para finalidades de escultura e pintura. Como exemplo de anatomia artística temos a 
pintura Mona Lisa, também conhecida como Gioconda, a mais conhecida obra de Leonardo da Vinci:
Figura 27 – Leonardo da Vinci, Mona Lisa, 1503-1506, óleo sobre madeira, 77 cm x 53 cm, Museu do Louvre
Disponível em: https://bit.ly/3gN1FXd. Acesso em: 15 jun. 2021.
2.1.4 Anatomia comparativa
A anatomia comparativa compara e inclui os planos estruturais de diferentes representantes do 
reino animal e busca regras relacionadas à forma. Outra função dela é o confronto entre seres humanos 
e outros animais, com o intuito de encontrar formas homólogas, ou seja, iguais entre as espécies, e as 
heterólogas, ou seja, diferentes entre as espécies.
40
Unidade I
2.1.5 Anatomia do desenvolvimento ou embriologia
A anatomia do desenvolvimento é o estudo do conjunto de episódios que vão da fecundação de 
um ovócito secundário por um espermatozoide à formação de um organismo adulto. A gravidez é o 
conjunto de episódios que se inicia com a fertilização; prossegue durante a implantação, desenvolvimento 
embrionário e desenvolvimento fetal; e, de modo ideal, termina com o nascimento de uma criança, após 
aproximadamente entre 38 e 40 semanas depois da última menstruação. As figuras a seguir mostram os 
períodos embrionário e fetal, respectivamente.
A fecundação ou fertilização consiste no encontro dos gametas feminino e masculino, ovócito 
secundário e espermatozoide, que acontece na ampola da tuba uterina. O período embrionário 
corresponde às primeiras nove semanas a partir do dia da fertilização, aquele em que todos os órgãos e 
sistemas se formam (organogênese).
Orelha
Olho
Nariz
Membro superior
Cordão umbilical
Membro inferior
Embrião de 52 dias
Figura 28 – Período embrionário
Fonte: Tortora (2016, p. 1113).
Orelha
Olho
Nariz
Boca
Membro superiorFeto de 26 semanas
Membro inferior
Figura 29 – Período fetal
Fonte: Tortora (2016, p. 1113).
41
ANATOMIA
O período fetal inicia-se a partir da décima semana pós-fertilização e vai até o nascimento. Nessa 
fase o bebê é chamado de feto e os órgãos já constituídos sofrem um processo de crescimento e 
amadurecimento até que se apresentem em totais condições de funcionamento no final da gravidez.
 Saiba mais
Para saber mais sobre os efeitos da gestação:
TORTORA, G. J. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara-Koogan, 2016.
GODINHO, J. M. et al. Prevalência de desconfortos musculoesqueléticos 
no puerpério. In: CONGRESSO DE PESQUISA E EXTENSÃO DA FACULDADE 
DA SERRA GAÚCHA, 2017. Anais – V Congresso de Pesquisa e Extensão 
da FSG. Caxias do Sul: Faculdade da Serra Gaúcha, 2017. Disponível em: 
https://bit.ly/3jjbejg. Acesso em: 11 mar. 2019.
2.1.6 Anatomia nepiológica ou nepionatomia
A palavra nepio ou nípio, do grego, e infans, do latim, significa “o que não fala”. Portanto, trata-se do 
estudo da anatomia da primeira infância e constitui-se de uma ligação entre o estudo da embriologia e 
o da anatomia de crianças, adolescentes e adultos jovens.
2.1.7 Anatomia do adulto
Estuda a estrutura do corpo humano após o seu completo desenvolvimento. É subdividida em masculina 
(entre 25 e 60 anos de idade) e feminina (entre 21 e 50 anos idade).
2.1.8 Anatomia gerontológica
É o estudo da morfofisiologia do indivíduo idoso (acima de 60 anos de idade). Não deve ser confundida 
a anatomia gerontológica, que corresponde ao estudo do idoso normal com a geriátrica, pois essa estuda 
o idoso doente e faz parte, portanto, da anatomia patológica.
2.1.9 Anatomia radiológica
Existem diversas técnicas e procedimentos para obter imagens do corpo humano. Vários tipos de 
imagem permitem a observação de estruturas anatômicas no interior do corpo, e são cada vez mais 
benéficas para o diagnóstico exato de um amplo espectro de distúrbios anatômicos e fisiológicos. A avó 
de todas as técnicas de imagem é a radiografia convencional (com raios X), em utilização desde o final 
da década de 1940. As tecnologias de imagem mais modernas, conforme ilustram as figuras a seguir, 
42
Unidade I
não só aperfeiçoaram a capacidade diagnóstica, mas também elevaram o conhecimento da anatomia e 
da fisiologia normais.
Figura 30 – Densitometria óssea da região lombar da coluna vertebral
Fonte: Tortora (2016, p. 21).
Figura 31 – Angiograma de um adulto apresentando obstrução da artéria coronária (seta)
Fonte: Tortora (2016, p. 21).
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ANATOMIA
 Saiba mais
O livro a seguir oferece informações valiosas sobre anatomia seccional 
e a tecnologia clínica. Consulte-o:
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLISTSCH, R. B. Anatomia humana. 
Porto Alegre: Artmed, 2009.
2.1.10 Anatomia de superfície
A anatomia de superfície é a anatomia do indivíduo e limita a superfície do corpo humano. 
A experiência adquirida durante o estudo anatômico é aplicada aos métodos clássicos do exame clínico. 
Esse tipo de anatomia tem um papel de grande relevância nos cursos de investigação clínica.
Seus métodos clássicos de investigação clínica abrangem:
• Inspeção: eficaz para a percepção de mudanças patológicas externas que insinuem a patologia 
do paciente ou até aceitem um diagnóstico visual.
• Palpação: percepção pelo tato e que consente a avaliação de alterações estruturais ou volumétricas, 
especialmente de órgãos internos, e da sensibilidade à dor de alguma região que indica processos 
patológicos.
• Percussão: golpes leves e desferidos pelos dedos sobre a superfície do corpo provocam uma 
sonoridade na projeção dos órgãos internos. O som gerado difere, dependendo da consistência 
(conteúdo aéreo ou líquido) dos tecidos postos abaixo da pele e provê dados para a avaliação da 
posição e da projeção dos órgãos.
• Ausculta: normalmente realizada com o auxílio de um estetoscópio, que permite a percepção de 
sons originados pela respiração e pelos batimentos cardíacos e os movimentos intestinais
• Provas funcionais adicionais: executadas durante o exame do aparelho locomotor e do 
sistema nervoso.
2.2 Anatomia sistêmica e topográfica
2.2.1 Anatomia sistêmica
Para os estudantes iniciantes no estudo da anatomia humana é justificável dar ideia da construção 
do corpo dos animais, adicionando a espécie humana, comparando-a a construção de um edifício. Em 
linhas gerais, seria a simples relação entre a anatomia e a arquitetura, saindo das unidades como as 
menores partes e chegando, por sua agregação progressiva ao todo, corpo e edifício concomitantemente.
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Unidade I
A comparação entre a construção de um animal e de um edifício inicia por suas unidades. As 
unidades de um edifício são os tijolos e as de um animal, no caso o ser humano, são as biológicas ou 
células microscópicas.
Tijolos semelhantes são arranjados de maneira a formar uma parede e células semelhantes de 
maneira a formar um tecido. Cada tecido pode ser interpretado como um conjunto de células idênticas 
para exercer a mesma função geral.
As paredes são arranjadas de maneira a compor uma sala ou um quarto e os tecidos são agrupados 
de maneira a compor um órgão. Cada órgão é interpretado como um instrumento de função, sendo 
diferenciado pela origem, sede (situação), forma, estrutura e por suas relações. Além disso, o corpo 
pode ser chamado de organismo e sua fábrica, constituída

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