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Antimicrobianos - São substâncias com capacidade de eliminar agentes bacterianos ou de inibir seu crescimento ou proliferação sem provocar dano ao objeto, ambiente ou organismo onde se encontram. - Podem ser: - Específicos: Antibióticos (empregados para infecções por vias locais ou sistêmicas). - Inespecíficos: Antissépticos (empregados sobre pele e mucosas) e Desinfetantes (s,pregados em superfícies e objetos). Antibióticos: Grupo de substâncias químicas orgânicas, que são produzidas por certos microrganismos durante seu crescimento e que, em quantidades muito pequenas, têm um efeito prejudicial ou tóxico para outros microrganismos. Antibióticos bacteriostáticos: inibem o crescimento e a reprodução bacteriana sem provocar sua morte imediata, sendo reversível o efeito, uma vez retirada a droga. Antibióticos bactericidas: destroem a bactéria, por meio de diversos mecanismos, destruição da parede celular, inibição da síntese proteica, inibição na síntese do ácido fólico, eliminando a bactéria. Em 1928, Alexander Fleming descobriu que um fungo havia contaminado uma de suas culturas de laboratório e impedido o desenvolvimento de vários germes, a partir desse fungo se originou a penicilina. Usos de antimicrobianos em Medicina Veterinária - Animais Sadios (ex. suínos em recria-terminação): uso do ATB como aditivo zootécnico melhorador de desempenho. - Animais sadios (ex. no período de secagem, bovinos no ingresso ao confinamento): Uso profilático do ATB. - Animais sadios em contato com animais doentes (ex. doença respiratória em bovinos): uso metafilático do ATB. - Animais doentes (ex: doença respiratória em bovinos): uso terapêutico do ATB. *O uso de ATB como promotor de crescimento controla o crescimento bacteriano da mucosa gastrointestinal, favorecendo a absorção de nutrientes e diminuindo a incidência de doenças infecciosas. Classificação dos antibióticos segundo o mecanismo de ação Parede celular: - Betalactâmicos (Penicilinas, Cefalosporinas, Carbapenêmicos e Monobactâmicos); - Fosfoglicolipídicos (Flavomicina); - Glicopeptídeos (Vancomicina, Avoparcina); - Polipeptídicos (Enramicina). Síntese de purinas e Ac. Fólico: - Sulfas; - Trimetroprimas. Ácidos Nucléicos: - Topoisomerase (Quinolonas); - Disrupção do DNA: Nitroimidazóis (metronidazol); - Síntese de RNAm: Nitrofuranos (nitrofurazona); - RNA polimerase: Rifampinas. Membrana celular: - Polipeptídeos (Polimixinas h, Bacitracina, Colistina). Síntese proteica: - Sub 30S: Aminoglicosídeos, Tetraciclinas; - Sub 50S: Macrolídeos, Lincosamidas e Anfenicóis, Estreptograminas (virginiamicina), Oligossacarídeos (Avilamicina e Everminimicina (h)). Mecanismos de resistência bacteriana - Alteração da permeabilidade da parede celular; - Bomba de efluxo para enviar o fármaco para fora; - Alteração do sítio alvo de ação; - Mecanismo enzimático (degradar o fármaco); - Podem passar os genes antibacterianos uma para a outra: Antibióticos que atuam na parede celular - A parede celular das bactérias Gram-positivas é composta de uma camada espessa de mureína. - A parede celular das bactérias Gram-negativas é composta de uma camada mais fina de mureína e lipoproteína, e uma membrana externa que contém poros e lipopolissacarídeos. - Para formar os monômeros de mureína é necessária uma via metabólica com diversas enzimas, isso é importante porque os antibióticos vão atuar inibindo essas enzimas responsáveis pela formação da parede celular. - As enzimas são alvos farmacológicos dos antibióticos! - Depois de formados, os monômeros de mureína ingressam na membrana celular até conseguir sair e então ocorre a polimerização de mureínas. - Ocorre então, por meio da transpeptidase, a ligação dos fios de polímeros, conferindo maior rigidez à parede celular. - Os principais fármacos deste tópico são os β-lactâmicos, que atuam inibindo a enzima transpeptidase e impedindo a ligação dos fios de polímeros de mureína. - Penicilinas - Cefalosporinas - Monobactâmicos - Carbapenêmicos - Outros fármacos atuam inibindo a polimerização dos monômeros, como a Vancomicina e a Teicoplanina. - E outros atuam ainda inibindo a formação dos monômeros de mureína, como a Ciclosserina, a Fosfomicina e Fosmidomicina. Antibióticos β-lactâmicos: Penicilinas - Recebem essa denominação todos aqueles antibióticos cuja estrutura química contém um anel β-lactâmico, característica que lhes permite compartilhar mecanismos de ação similares. - O anel β-lactâmico é capaz de se ligar a enzima transpeptidase e inibí-la. - Esses antibióticos podem ser degradados por enzimas produzidas pela bactéria, chamadas betalactamases, elas são capazes de degradar o anel β-lactâmico. - Por esse motivo são utilizados, junto com esses antibióticos, inibidores de betalactamases. - Farmacocinética: - Penicilina G se degrada com o pH do estômago - EV Penicilina G potássica ou sódica; - IM Penicilina G potássica ou sódica, procaínica ou benzatínica. - Amoxicilina e Ampicilina: administração oral, IM, EV. - Cloxacilina: principalmente intramamária, porém pode ser usada por outras vias. - Excreção renal - As penicilinas são classificadas em: Antibióticos β-lactâmicos: Cefalosporinas - O radical 1 vai determinar o espectro de ação, a estabilidade às β-lactamases e a afinidade da molécula pelo alvo. - Já o radical 2 vai determinar o aumento da meia-vida. - Mecanismo de ação: o mesmo que as penicilinas. - São classificadas de acordo com sua ordem cronológica de produção: - Efeitos adversos: semelhantes ao da penicilina podendo ocorrer efeitos de reação cruzada. Antibióticos β-lactâmicos: Carbapenêmicos - Reservado para casos mais complicados, quando as penicilinas e cefalosporinas não conseguem fazer efeito. - Uso exclusivo para pacientes críticos humanos. Glicopeptídeos - Atuam inibindo a polimerização da mureína. - Vancomicina (reservada para casos complicados da medicina humana), Avoparcina (em alguns países se utiliza como promotor de crescimento em animais de produção). Antibióticos que atuam na síntese de proteínas O mecanismo de ação desses antibióticos está relacionado com a capacidade do fármaco de interagir com os ribossomos, tanto na porção 30S quanto na porção 50S. - As Tetraciclinas (30S) atuam inibindo a ligação do RNA de transferência. - Os Aminoglicosídeos (30S) atuam na decodificação, fazendo com que a leitura do códon seja errada. - O Cloranfenicol e as Lincosamidas (50S) se ligam no sítio A ou sítio A e P, respectivamente, impedindo a formação da ligação peptídica. - Os Macrolídeos e as Estreptograminas (50S) se ligam no túnel de saída e impedem a translocação do peptídeo de um lado para o outro. Aminoglicosídeos: - Grupos de açúcares ligados com um grupamento amino. - São hidrossolúveis, portanto têm muita dificuldade em atravessar membranas celulares. - Gentamicina, Neomicina B e Amicacina. - Mecanismo de ação: liga-se à subunidade 30S do ribossomo bacteriano e interfere no complexo de iniciação da formação do peptídeo; Induzem a uma leitura equivocada do RNA mensageiro, ocasionando a incorporação de um aminoácido incorreto no peptídeo. - Farmacocinética: - Via oral- efeito só no TGI; - Administração via IM ou EV; - Atravessam a placenta, mas não a barreira hematoencefálica; - Excreção renal. Tetraciclinas - Mecanismo de ação: semelhante aos aminoglicosídeos. - Amplo espectro - Farmacocinética: administração oral e injetável. - Uso clínico: Oxitetraciclina e Doxiciclina. Macrolídeos - Mecanismo de ação: semelhante aos aminoglicosídeos. - Amplo espectro. - Farmacocinética: administração oral, IM. - Volume de distribuição grande. - Uso clínico: Eritromicina. Anfenicóis - Derivado do tianfenicol. - Cloranfenicol proibido em animais de produção (pode causar anemia grave em humanos). - Utiliza-se Florfenicol em animais de produção. - Mecanismo de ação: inibição da síntese proteica. - Amplo espectro de atividade antibacteriana (bacilos Gram-negativos, cocosGram-positivos e outras bactérias atípicas, como o Mycoplasma) - Farmacocinética: é altamente lipofílico, o que fornece concentrações altas o suficiente para tratar patógenos intracelulares. Lincosamidas - Efeito principalmente para Gram-positivas. - Pode causar lesões esofágicas em gatos quando administrada VO. - Uso clínico: tratamento de infecções provocadas por bactérias Gram-positivas e anaeróbicas na pele, no trato respiratório e na cavidade oral. - Também é ativa contra Mycoplasma, Erysipelothrix e espécies de Leptospira. Antibióticos que atuam na síntese de ácidos nucleicos Quinolonas - Mecanismo de ação: inibição da enzima DNA-girase. - Impede a duplicação e transcrição do DNA. - Farmacocinética: administração oral, IM. - Elevada meia-vida. - Principais fármacos: Enrofloxacina e Ciprofloxacina. - A enrofloxacina se transforma em ciprofloxacina no organismo. - Importância crítica para uso em medicina humana. - Usar somente em casos graves. - Possui atividade contra Brucella, Mycoplasma, Chlamydophila, Rickettsia e Mycobacterium spp. - Uso: infecções do trato urinário, sist. respiratório. - Contraindicações: fase de crescimento e fêmeas prenhes. Nitroimidazóis - Metronidazol é um nitroimidazólico de segunda geração que gera radicais livres nitrogenados através do metabolismo bacteriano ou protozoótico, destruindo o DNA dos patógenos. - Sua ação é específica para bactérias anaeróbias e protozoários. - Farmacocinética: A absorção oral do metronidazol é quase completa em animais (75-85% em equinos e 60-100% em cães). - Sua meia-vida é de 3-4 horas em equinos e de 4-5 horas em cães. - É distribuído rapidamente e amplamente (incluindo ossos, abscessos, SNC e fluido seminal). - A união a proteínas plasmáticas é de 30% em humanos. - Metabolizado principalmente no fígado. - Metronidazol e metabólitos são eliminados pela urina e matéria fecal. - Também é utilizado como antiprotozoário. Rifampinas - Rifampicina. - Restrito a casos mais críticos. Antibióticos que atuam na síntese de purinas e ácido fólico Sulfonamidas - Mecanismo de ação: são análogos estruturais do ácido paraminobenzóico (PABA), precursor essencial na síntese de ácido fólico. - Competem com a enzima di-hidrofolato sintetase, com consequente formação de análogos não funcionais do ácido fólico. - Farmacocinética: administração oral. - Distribui-se atravessando a barreira hematoencefálica e placentária. - Metabolização hepática. - Alta união a proteínas plasmáticas. - Uso clínico: pneumonia, infecções intestinais (especialmente coccídeos), infecções de tecidos moles e do trato urinário. Trimetoprima - Mecanismo de ação: antagonistas dos folatos - Estruturalmente semelhante ao folato, competindo pela enzima di-hidrofolato redutase. - Procariotos e eucariotos. - Farmacocinética: administração oral. - Uso clínico: combinação com sulfonamidas -efeitos bactericidas Antiparasitários internos Os objetivos dos antiparasitários são: - Diminuir a carga parasitária; - Qualidade de vida; - Ganhos econômicos; - Controle da resistência. Aspectos que devem ser considerados: - Eficácia; - Facilidade de administração; - Alcance (até onde o fármaco vai conseguir chegar); - Amplo índice terapêutico e espectro de ação; - Resíduos (se o fármaco vai ficar em concentrações elevadas nos tecidos para consumo humano); - Baixo custo; - Palatabilidade. Anti-helmínticos Se dividem em: - Antinematódeos - Benzoimidazóis - Imidazotiazóis (Levamisol) - Tetraidropirimidinas (Pirantel) - Organofosforados - Fenólicos (Bromofenol) e Salicilaminas (Closantel) - Lactonas macrocíclicas - Anticestódeos - Isoquinolonas (Praziquantel) - Fenólicos e Salicilaminas - Antitrematódeos - Fenólicos e Salicilaminas Antinematódeos Benzimidazóis e pró-benzimidazóis - Principal classe para o controle de nematóides gastrintestinais. - Tiabendazol -primeiro composto - Benzimidazóis: - Tiazólicos: tiabendazol, cambendazol - Metilcarbamatos: albendazol, fembendazol, mebendazol - Halogenados: triclabendazol - Pró-benzimidazóis: - Febantel, tiofanato, netobimina - Mecanismo de ação: inibem a formação de microtúbulos (Tubulina- β). - Prejuízo à absorção de glicose. - Aumento do consumo de glicogênio estocado. - Interrupção do fuso mitótico. - Interferem no metabolismo energético. - Espectro de ação: nematódeos, formas adulta, larval e ovos. - Albendazol- Fasciola e tênias. - Farmacocinética: - Tempo de contato com o parasita; - Pouco absorvidos via oral; - Compostos pouco solúveis -metilcarbamatos; - Eficazes contra vários estágios de desenvolvimento; - Varia conforme a espécie (monogástrico x poligástrico); - Rúmen atua como reservatório; - Bezerro -ativa o reflexo da goteira; - Biotransformação hepática e extra-hepática (oxidação e hidrólise); - Albendazol sulfóxido (ricobendazol) formulações para administração injetável IM (pH muito baixo). - Pró-benzimidazóis: biotransformados em compostos ativos: - Febantel biotransforma em febendazol. - Excreção: bile, urina, leite e fezes. Imidazotiazóis - Fármaco de escolha para nematódeos pulmonares. - Levamisol (cloridrato). - Tetramisol - Mecanismo de ação: agonistas receptores colinérgicos, despolarização excessiva e bloqueio neuromuscular, paralisia espástica. - Efeito imunoestimulante: indução da proliferação de linfócitos T, quimiotaxia e atividade fagocítica. - Farmacocinética: - Administração VO, SC, IM - Rápida absorção - Distribuição ampla - Discreta biotransformação hepática - Eliminado na forma ativa: urina, fezes e leite - Espectro de ação: nematódeos pulmonares e gastrointestinais - Cães: ascarídeos e filaroides - Equinos: Dictyocaulus e parascaris - Ruminantes: Cooperia, Haemonchus, Nematodirus, Oesophagostomum, Trichuris… - Suínos: Ascaris, Metastrongylus, Strongyloides… - Baixa margem de segurança. - Não associar com organofosforado ou Pirantel. Tetraidropirimidinas - Palmoato de pirantel - Tartarato de morantel - Pamoato de oxantel - Monepantel - Mecanismo de ação: ação colinérgica, bloqueio neuromuscular - Farmacocinética: - Uso oral -pouco absorvidos - pH gástrico favorece a absorção - Pico plasmático em 4h - Biotransformação hepática - Excreção inalterada nas fezes - Espectro de ação: - Nematódeos gastrintestinais nas fases adulta e imatura - Limitado em ruminantes e suínos - Geralmente são associados à anti cestódeos (isoquinolonas) Ex: pirantel + praziquantel Organofosforados - Amplo espectro de ação. - Mais utilizados como ectoparasiticidas. - Clorpirifós, diclorfós, triclorfon, haloxona, diazinon e malation. - Mecanismo de ação: inibição irreversível da acetilcolinesterase - Acúmulo de acetilcolina - Paralisia espástica - Espectro de ação: - Equinos: Habronema Oxyuris, Parascaris, Strongylus vulgaris e pequenos estrongilídeos. - Ruminantes: Haemonchus, Oesophagostomum, Ostertagia e Trichostrongylus. - Suínos: Ascaris e Oesophagostomum. - Farmacocinética: - Elevada lipossolubilidade; - Boa absorção pela pele, TGI, pulmão, olhos; - Amp,a distribuição pelos tecidos; - Metabolismo hepático -oxidação; - Excretados pela urina. Lactonas macrocíclicas - Endo (nematódeos) e ectoparasitas. - Não são eficazes contra trematódeos, cestódeos e protozoários. - Avermectinas: abamectina, doramectina, ivermectina, selamectina. - Milbemicinas: milbemicina e moxidectina. - Mecanismo de ação: - Potencialização dos neurotransmissores inibitórios -GABA e Glutamato - Aumento da condutância ao íon cloreto; - Hiperpolarização celular e morte por paralisia flácida. - Farmacocinética - Administração tópica, VO, SC, IM; - Boa absorção oral -exceto ruminantes; - Ampla distribuição -não atingem SNC (glicoproteína P); - Meia-vida longa; - Biotransformação hepática; - Excreção biliar e fecal, também eliminação no leite. - Espectro de ação: - Cães e gatos: Dirofilaria immitis, Toxocara catis, Ancylostoma tubaeforme; - Equinos: Dictyocaulus, Habronema, Onchocerca, Oxyuris, Trichostrongylus,estrongilídeos; - Ruminantes: Bunostomum, Cooperia, Dictyocaulus, Haemonchus, Ostertagia, Oesophagostomum, Trichuris… - Suínos: Ascaris, Metastrongylus, Strongyloides… - Sarnas, sarna demodécica refratária, pulgas, piolhos, bernes, carrapatos. Antitrematódeos e Anticestódeos Salicilanilidas - Closantel, Niclosamida, Rafoxanida - Mecanismo de ação: - Redução das reações mitocondriais e aumento do cálcio -paralisia espástica; - Afeta o escólex e porções proximais dos cestódeos. - Farmacocinéticas - VO, Closantel SC; - Biotransformação hepática e excreção renal; - Excreção no leite; - Detecção no plasma por 90 dias ? - Período de carência -30 dias ? - Espectro de ação: - Closantel - Por exemplo, em bovinos e ovinos: - Nematódeos; Haemonchus sp., Bunostomum sp. Chabertia sp. e Oesophagostomum sp.; - Trematódeos: Fasciola hepatica; - Ectoparasitos: Oestrus ovis, Melophagus ovinus, Dermatobia hominis e Cochliomyia hominivorax. - Niclosamida - Taenia. Substitutos fenólicos - Disofenol, Diclorofeno, Nitroxinila, Bitionol, Bromofenol; - Farmacocinética: - Rápida absorção; - Acúmulo no plasma; - Biotransformação hepática; - Excreção urinária. - Mecanismo de ação: inibem a fosforilação oxidativa mitocondrial. - Espectro de ação: - Disofenol: Fasciola hepatica; - Diclorofeno: Dipylidium, Taenia; - Nitroxinila: Fasciola e nematóides. Isoquinolonas - Fármaco de escolha para tratar cestódeos em veterinária e em humanos: Praziquantel. - Mecanismo de ação: - Aumento da permeabilidade ao cálcio; - Paralisia espástica; - Alteração na membrana celular, alterando a captação de glicose. - Farmacocinética: - Boa absorção oral; - Pico plasmático entre 10 e 120 minutos; - Ampla distribuição; - Metabolismo hepático; - Excreção pela urina e fezes. - Espectro de ação: Cestódeos. Antiparasitários externos Organofosforados - Derivados do ácido fosfórico. - Atividade ectoparasiticida e endoparasiticida. - Ésteres do ácido fosfórico: - Diclorvós, Triclorfon, Clorfenvinfós. - Compostos com enxofre: - Clorpirifós, Cumafós, Diazinon, Malation, Paration, Dimetoato. - Toxicidade de Organofosforados e Carbamatos: - Mecanismo de ação: Inibidores irreversíveis da acetilcolinesterase; paralisia espástica. - Farmacocinética: - Elevada lipossolubilidade; - Via oral e tópica (sistêmica e local); - Ampla distribuição; - Metabolismo hepático por oxidação e hidrólise. Carbamatos - Derivados do ácido carbâmico - Carbanila e propoxur - Farmacocinética: - Semelhante aos organofosforados; - Metabolização hepática. - Mecanismo de ação: inibidores da acetilcolinesterase. Organoclorados - Alta persistência no ambiente -problemas ambientais. - Agrotóxicos proibidos por bioacumulação e biomagnificação. - DDT, Endosulfan e Lindano, - Usados para o controle de ácaros, pulgas e piolhos. - Mecanismo de ação: bloqueio dos receptores GABA, interferência nos canais de sódio e bloqueio dos canais de cálcio. - Efeitos adversos -neurológicos. - Não comercializado no Brasil. Formamidinas - Amitraz - Amina aromática, base fraca. - Estável em pH alcalino e instável em meio ácido. - Degradado quando exposto à luz e alta temperatura. - Altamente lipossolúvel. - Farmacocinética: - Absorvido pela pele íntegra; - Biotransformação hepática; - Excreção renal e biliar. - Farmacodinâmica: - Agonista da octopamina; - Agonista dos receptores α2- adrenérgicos; - Inibição da liberação de noradrenalina - diminuição da atividade simpática periférica leva a um colapso cardiovascular e depressão respiratória. - Contraindicações: filhotes de menos de 4 meses, cardiopatas, Diabetes mellitus e pacientes com risco de convulsão. - Não indicado para equinos (suscetibilidade fisiológica) e gatos (suscetibilidade metabólica). - Espectro de ação: - Ácaros, carrapatos, piolhos e pulgas; - Sarna demodécica; - Ruminantes, suínos e cães. Piretróides - Permetrina, cipermetrina, deltametrina, flumetrina, cialotrina. - Derivados de extratos vegetais (Chrysanthemum cinerariaefolium). - Piretróides tipo I- aletrina, fenotrina e permetrina. - Piretróides tipo II- cipermetrina, deltametrina, flumetrina, cialotrina. - Farmacocinética: - Alta solubilidade; - Absorção oral, transmucosa e pulmonar; - Biotransformação no TGI; - Ampla distribuição; - Podem se acumular no SNC; - Metabolização hepática; - Excreção renal e penas fezes. - Mecanismo de ação: - Tipo I- prolongam o influxo de sódio, reduzem o pico da corrente de sódio como o efluxo de potássio. - Aumentam a condutância ao sódio; - Inquietação, incoordenação, fraqueza e paralisia. - Tipo II- despolarização da membrana nervosa sem descargas repetitivas e reduzem o potencial de ação. - Agonista nicotínico e antagonista GABA; - Inibição do cálcio, Mg-ATPase e calmodulina. - Elevado efeito “knock-down” - Um efeito instantâneo que provoca a queda dos parasitas; - Também apresentado em menor medida pelos organofosforados e carbamatos. - Associação com butóxido de piperonilo. - Substrato das enzimas oxidases multifuncionais (MFO) que detoxificam os parasitos. - Espectro de ação: - Ácaros, carrapatos, moscas, piolhos e pulgas; - Associados a butóxido de piperonilo; - Associados a organofosforados. Neonicotinoides - Imidaclopride e nitenpiram - Antagonistas competitivos da acetilcolina nos receptores nicotínicos pós-sinápticos. - Usados no controle de pulgas. - Imidaclopride- tópico. - Nitenpiram- uso oral - Absorção rápida; - Níveis séricos por 24 a 48 horas; - Eliminação urinária - Seguros em gestantes acima de 4 semanas. - Dose excessiva- apatia, dispnéia, bradicardia, hipotensão, tremores e mioespasmo. - Tratamento de suporte. Fenilpirazóis - Fipronil. - Pulgas e carrapatos. - Ação similar à lactonas macrocíclicas. - Bloqueio dos canais de cloro regulados pelo GABA. - Aplicação spot-on pode durar até 3 meses contra pulga e 1 mês contra carrapatos. - Ampla margem de segurança. - Reação alérgica; - A forma spray pode ser usada em gestantes e filhotes. - Pipetas: não usar em filhotes de gatos antes dos 3 meses. Reguladores de crescimento - Metopreno e piriproxifeno. - Possuem atividade biológica nas fases de crescimento e desenvolvimento do parasito. - Metopreno – análogo sintético do hormônio juvenil - Piriproxifeno – inibidor do desenvolvimento - Impedem a diferenciação orgânica reprodutiva - Usados em conjunto com adulticida - Usado no controle ambiental Benzoilfeniluréias - Lufenuron e fluazuron - Interfere no desenvolvimento do inseto – inibe a síntese de quitina. - Lufenuron – controle de pulgas e carrapatos em cães. - Fluazuron – controle de carrapatos em bovinos e cães. - Uso tópico. - Distribuição para o tecido adiposo – mantém níveis plasmáticos por 3 dias. - Ampla margem de segurança. - Sem contraindicação para gestantes, lactantes e filhotes. - Carência para abate – 42 dias Isoxazolina - Fluralaner - Mecanismo de ação: - Antagonismo do GABA no parasito - Os parasitos precisam iniciar a alimentação no cão para serem expostos ao fluralaner, portanto o risco de transmissão de doenças causadas por carrapatos e pulgas não pode ser excluído. - Indicação: É indicado para o tratamento de infestações por carrapatos e pulgas, em cães, proporcionando 12 semanas de proteção. - Interações: Fluralaner se liga às proteínas plasmáticas e pode competir com outros fármacos ligantes como anti-inflamatórios não esteroidais e o derivado de cumarina warfarin. - A administração de fluralaner na presença de carprofeno e warfarin no plasma de cães em concentrações máximas não reduziu a ligação às proteínas do fluralaner, carprofeno ou warfarin. - Contraindicações: A segurança do produto não foi estabelecida em cães com menos de 8 semanas de idade ou com peso inferior a 2 Kg. - O produto não deve ser administrado em intervalos com menos de 8 semanas já que a segurança para intervalos mais curtos não foi testada. - Antiprotozoários Tratamento dos protozoários entéricos e reprodutivosNitroimidazóis -Metronidazol - Mecanismo de ação: - Ao penetrar no parasito é reduzido em nitroderivados; - Tóxicos para protozoários e bactérias anaeróbias; - Formam complexos com DNA interrompendo a replicação. - Farmacocinética: - Bem absorvido pela via oral; - Ampla distribuição –barreira hematoencefálica e placentária; - Biotransformação hepática – metabólitos tóxicos; - Excreção renal; - Pode ser detectado no leite. - Giardia, Tricomoniase. - Efeitos adversos: - Mutagênico e carcinogênico (proibido em animais de produção); - Neutropenia, hepatotoxicidade, hematúria, distúrbios neurológicos; - Bradicardia, midríase, nistagmo, desorientação, ataxia, convulsão Sulfonamidas - Sulfadiazina, sulfametazina. - Análogos do PABA - Antagonistas competitivos; - Prejudicam a síntese de ácido fólico; - Impede o desenvolvimento. - Infecções bacterianas (pneumonia, infecções de tecidos moles e do trato urinário). - Tratamento da coccidiose intestinal. - Podem resultar em ovos de casca fina e enrugada, reduzir a postura e ganho de peso, hipoprotrombinemia e cristalúria. - Carência para o abate: - Aves 5 a 10 dias - Bovinos e suínos 30 dias Pirimetamina - É uma 2,4-diaminopirimidina. - Mecanismo de ação: bloqueia a enzima diidrofolato redutase, que inibe a síntese de folato e ácidos nucleicos. - A atividade é mais específica contra protozoários do que contra bactérias. - Associada a uma sulfonamida para produzir um efeito sinérgico. - Indicações e Usos Clínicos - A pirimetamina + sulfadiazina é usada para tratar: Mieloencefalite protozoária equina (MPE). - A duração do tratamento varia de 90-270 dias. - Em pequenos animais para tratar infecções causadas pelos protozoários dos gêneros Toxoplasma, Neospora e Sarcocystis. - Efeitos adversos: - Anemia (Faz-se a suplementação com ácido fólico para prevenir). - A mielossupressão em geral se resolve após a interrupção do tratamento. - Pode ocorrer diarreia após a administração oral. - Produz morte fetal e anormalidades em estádios iniciais da gestação. - Em períodos mais tardios da gestação leva a altos níveis de teratogênese, que são dose dependentes. Benzimidazóis - Antinematódeos. - Albendazol, mebendazol. - Inibem a síntese de tubulina. - Tratamento da giardíase - Administração por 3 dias consecutivos Ionóforos - Antibióticos – coccidiose em aves e ruminantes. - Monensina, Salinomicina, Tiamulina, narasina. - Moléculas hidrofóbicas. - Difusão na membrana citoplasmática e desorganização do transporte de íons. - Alteração na permeabilidade. - Entrada de água e ruptura do parasito. - O mecanismo de ação dos ionóforos na célula consiste na formação de complexos lipídeosolúveis dinamicamente reversíveis com uma variedade de cátions mono e bivalentes. - Frangos – coccidiose (Eimerias). - Bovinos confinados – maior ganho de peso e conversão alimentar. - Alteração nas proporções de ácidos graxos voláteis. - Alteram o pH ruminal – Baixa a produção de ácido lático já que inibe o crescimento de Streptococcus bovis. - Efeitos adversos: - Altera o potencial de membrana (coração, músculo esquelético); - Tóxica para equinos - Paralisia de membros; - Perus são mais sensíveis; - Carência de 5 dias para abate. Nicarbazina - Prevenção da coccidiose – frangos de corte e frangas de reposição. - Inibe a função mitocondrial. - Pode aumentar o estresse calórico alterando a coloração dos ovos e índice de postura. Triazinonas - Toltrazuril e Diclazuril. - Mecanismos de ação: Alteração dos processos respiratórios mitocondriais. - Toltrazurl: - Suínos: A coccidiose (Isospora) causa diarreia principalmente em leitões com idades entre 5 e 30 dias. - Bovinos e ovinos: tratamento da coccidiose bovina provocada por Eimeria em animais jovens. - Tratar estágio de expulsão de oocistos na toxoplasmose felina. Tratamento de doenças causadas por hematozoários Diamidinas - Diminazeno - diaceturato de diazoaminodibenzamidina. - Mecanismo de ação: - Interfere na glicólise aeróbica; - Inibem a síntese de DNA do protozoário. - Tratamento da babesiose e tripanossomose: - Cães, gatos ; - Equinos, bovinos, ovinos. - Farmacocinética: - Altamente absorvido e distribuído após administração IM; - Meia-vida 10-30 horas em cães, cabras e ovelhas; - Meia-vida 200 horas em bovinos. - Efeitos adversos: - Em bovinos é relativamente livre de efeitos adversos; - Alterações neurológicas – ataxia, tremor muscular, salivação. - Em cães: - vômitos e diarréia; - dor e inchaço no local da injeção; - queda transitória da pressão arterial. - Muito raramente (<0,1 %) podem ocorrer ataxia, convulsões ou morte. - Uso frequente = degeneração hepática, renal, muscular e cardíaca. Carbanilidas - Dipripionato de imidocarb. - Inibe reparação do ácido nucleico. - Uso via IM. - Babesiose (piroplasmose) em bovinos e eqüinos. - Babesiose em cães. - Cytauxzoon felis e Hepatozoon sp. - Maior índice terapêutico que o dimiazeno. - Precauções: - Dor e irritação no local de aplicação; - Efeitos colinérgicos (salivação, vômito, bradicardia); - Pacientes com disfunção pulmonar, nefropatas e hepatopatas; - Não administrar IV; - Resíduos no rim e fígado por longos períodos Isometamidium - Tripanocida específico de alta eficácia e alta persistência para uso em bovinos. Miltefosina - Indicações: - Indicado - Leishmaniose Visceral Canina. - Farmacocinética: - Biodisponibilidade oral de 94% em cães; - T1/2 6 dias; - Estes efeitos começaram a aparecer cinco a sete dias após o início do tratamento. - Deve ser administrado durante a alimentação. - Efeitos adversos: - Transtornos digestivos como vômito, diarreia e anorexia. Antifúngicos de importância veterinária - Imidazóis (cetoconazol) e Triazóis (itraconazol) - Ação sistêmica. - Uso oral. - Ação lenta quando comparada aos poliênicos >> infecções severas. - Mecanismo de ação: inibe a 14-alfa-desmetilase, que é responsável pela transformação do Lanosterol em ergosterol, inibindo, assim, a síntese da membrana celular, o que impede o crescimento do organismo. - Amplo espectro: Cryptococcus neoformans, H. capsulatum, Candida, Sporothrix, Fusarium, Malassezia pachydermatis, etc. - Hepatotóxico. - CUIDADO: uso com outros fármacos dependentes do metabolismo pelo citocromo P-450! - Cetoconazol: - Absorção: VO e tópica (dermatófitos). - Dependente do pH ácido. - Influenciado por antiácidos e antibióticos histamínicos. - Distribuição: - Saliva, pele, ossos e fluidos pleural, sinovial e peritoneal. - Usos: - Malasseziose, Criptococose, Dermatofitose, Histoplasmose. - Itraconazol - VO e IV. - Absorção em pH ácido. - Lipofílico. - Alta concentração na pele (transporte pelo sebo). - Chega nas meninges. - Atividade aumentada na aspergilose, blastomicose e histoplasmose. - Principais usos: - Esporotricose, Pitiose, Histoplasmose e Dermatofitose. - Anfotericina - Mecanismo de ação: se liga ao ergosterol de forma irreversível > formação de poros > perda da integridade da membrana. - Produzido pela bactéria Streptomyces nodo. - Pouco indutor de resistência. - Ação concentração-dependente, efeito pós antifúngico. - Vias de administração: IV, IT (meningite), VO (APENAS infecções a nível GI). - Lipossolúvel > atravessa a BHP mas não a BHF. - Usos: - infecções sistêmicas (que os azólicos não foram efetivos). - Tratamento inicial de meningite por Cryptococcus sp. - Infecção fúngica no TGI. - Criptococose, Histoplasmose, Pitiose. - Efeitos adversos: - Nefrotoxicidade (diminuição do TFG, por vasoconstrição de arteríolas aferentes). - Hipocalcemia, hipomagnesemia. - Não associar aminoglicosídeos, AINES, ciclosporinas >> nefrotoxicidade. - Nistatina - Antibiótico - Produzido pela bactéria Streptomyces noursei. - Limita-se ao uso tópico > mucosas e pele (má absorção > ação local). - Não afeta a microbiota do TGI. - Griseofulvina e Terbinafina - Mecanismo de ação: inibem a enzima esqualeno epoxidase > impede a síntese de ergosterol > inibe a sínteseda membrana celular. - Acúmulo de escaleno é tóxico para a célula fúngica. - Griseofulvina - Antibiótico > Penicillium griseofulvum. - Uso oral (exclusivo). - Lipossolúvel > associar com alimentos “gordurosos”. - Alta distribuição. - Tratamento de dermatofitoses. - **Tem sido substituído por itraconazol, principalmente em felinos. - Terbinafina - Ceratinofílico > altamente lipofílico. - Via oral: rapidamente absorvido e captado pela pele, unha e tecido adiposo. - Uso tópico: penetra facilmente na pele e mucosas. - Cuidado: uso concomitante com cetoconazol (P450). - Uso: Dermatofitose.
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