Buscar

Resumo de farmacologia

Prévia do material em texto

Antimicrobianos
- São substâncias com capacidade de eliminar agentes bacterianos ou de inibir seu crescimento ou
proliferação sem provocar dano ao objeto, ambiente ou organismo onde se encontram.
- Podem ser:
- Específicos: Antibióticos (empregados para infecções por vias locais ou sistêmicas).
- Inespecíficos: Antissépticos (empregados sobre pele e mucosas) e Desinfetantes
(s,pregados em superfícies e objetos).
Antibióticos: Grupo de substâncias químicas orgânicas, que são produzidas por certos microrganismos
durante seu crescimento e que, em quantidades muito pequenas, têm um efeito prejudicial ou tóxico para
outros microrganismos.
Antibióticos bacteriostáticos: inibem o crescimento e a reprodução bacteriana sem provocar sua morte
imediata, sendo reversível o efeito, uma vez retirada a droga.
Antibióticos bactericidas: destroem a bactéria, por meio de diversos mecanismos, destruição da parede
celular, inibição da síntese proteica, inibição na síntese do ácido fólico, eliminando a bactéria.
Em 1928, Alexander Fleming descobriu que um fungo havia contaminado uma de suas culturas de laboratório
e impedido o desenvolvimento de vários germes, a partir desse fungo se originou a penicilina.
Usos de antimicrobianos em Medicina Veterinária
- Animais Sadios (ex. suínos em recria-terminação): uso do ATB como aditivo zootécnico melhorador
de desempenho.
- Animais sadios (ex. no período de secagem, bovinos no ingresso ao confinamento): Uso profilático do
ATB.
- Animais sadios em contato com animais doentes (ex. doença respiratória em bovinos): uso
metafilático do ATB.
- Animais doentes (ex: doença respiratória em bovinos): uso terapêutico do ATB.
*O uso de ATB como promotor de crescimento controla o crescimento bacteriano da mucosa
gastrointestinal, favorecendo a absorção de nutrientes e diminuindo a incidência de doenças infecciosas.
Classificação dos antibióticos segundo o mecanismo de ação
Parede celular:
- Betalactâmicos (Penicilinas, Cefalosporinas, Carbapenêmicos e Monobactâmicos);
- Fosfoglicolipídicos (Flavomicina);
- Glicopeptídeos (Vancomicina, Avoparcina);
- Polipeptídicos (Enramicina).
Síntese de purinas e Ac. Fólico:
- Sulfas;
- Trimetroprimas.
Ácidos Nucléicos:
- Topoisomerase (Quinolonas);
- Disrupção do DNA: Nitroimidazóis (metronidazol);
- Síntese de RNAm: Nitrofuranos (nitrofurazona);
- RNA polimerase: Rifampinas.
Membrana celular:
- Polipeptídeos (Polimixinas h, Bacitracina, Colistina).
Síntese proteica:
- Sub 30S: Aminoglicosídeos, Tetraciclinas;
- Sub 50S: Macrolídeos, Lincosamidas e Anfenicóis, Estreptograminas (virginiamicina),
Oligossacarídeos (Avilamicina e Everminimicina (h)).
Mecanismos de resistência bacteriana
- Alteração da permeabilidade da parede celular;
- Bomba de efluxo para enviar o fármaco para fora;
- Alteração do sítio alvo de ação;
- Mecanismo enzimático (degradar o fármaco);
- Podem passar os genes antibacterianos uma para a outra:
Antibióticos que atuam na parede celular
- A parede celular das bactérias Gram-positivas é composta de uma camada espessa de mureína.
- A parede celular das bactérias Gram-negativas é composta de uma camada mais fina de mureína e
lipoproteína, e uma membrana externa que contém poros e lipopolissacarídeos.
- Para formar os monômeros de mureína é necessária uma via metabólica com diversas enzimas, isso é
importante porque os antibióticos vão atuar inibindo essas enzimas responsáveis pela formação da
parede celular.
- As enzimas são alvos farmacológicos dos antibióticos!
- Depois de formados, os monômeros de mureína ingressam na membrana celular até conseguir sair e
então ocorre a polimerização de mureínas.
- Ocorre então, por meio da transpeptidase, a ligação dos fios de polímeros, conferindo maior rigidez
à parede celular.
- Os principais fármacos deste tópico são os β-lactâmicos, que atuam inibindo a enzima transpeptidase
e impedindo a ligação dos fios de polímeros de mureína.
- Penicilinas
- Cefalosporinas
- Monobactâmicos
- Carbapenêmicos
- Outros fármacos atuam inibindo a polimerização dos monômeros, como a Vancomicina e a
Teicoplanina.
- E outros atuam ainda inibindo a formação dos monômeros de mureína, como a Ciclosserina, a
Fosfomicina e Fosmidomicina.
Antibióticos β-lactâmicos: Penicilinas
- Recebem essa denominação todos aqueles antibióticos cuja estrutura química contém um anel
β-lactâmico, característica que lhes permite compartilhar mecanismos de ação similares.
- O anel β-lactâmico é capaz de se ligar a enzima transpeptidase e inibí-la.
- Esses antibióticos podem ser degradados por enzimas produzidas pela bactéria, chamadas
betalactamases, elas são capazes de degradar o anel β-lactâmico.
- Por esse motivo são utilizados, junto com esses antibióticos, inibidores de betalactamases.
- Farmacocinética:
- Penicilina G se degrada com o pH do estômago
- EV Penicilina G potássica ou sódica;
- IM Penicilina G potássica ou sódica, procaínica ou benzatínica.
- Amoxicilina e Ampicilina: administração oral, IM, EV.
- Cloxacilina: principalmente intramamária, porém pode ser usada por outras vias.
- Excreção renal
- As penicilinas são classificadas em:
Antibióticos β-lactâmicos: Cefalosporinas
- O radical 1 vai determinar o espectro de ação, a estabilidade às β-lactamases e a afinidade da
molécula pelo alvo.
- Já o radical 2 vai determinar o aumento da meia-vida.
- Mecanismo de ação: o mesmo que as penicilinas.
- São classificadas de acordo com sua ordem cronológica de produção:
- Efeitos adversos: semelhantes ao da penicilina podendo ocorrer efeitos de reação cruzada.
Antibióticos β-lactâmicos: Carbapenêmicos
- Reservado para casos mais complicados, quando as penicilinas e cefalosporinas não conseguem fazer
efeito.
- Uso exclusivo para pacientes críticos humanos.
Glicopeptídeos
- Atuam inibindo a polimerização da mureína.
- Vancomicina (reservada para casos complicados da medicina humana), Avoparcina (em alguns países
se utiliza como promotor de crescimento em animais de produção).
Antibióticos que atuam na síntese de proteínas
O mecanismo de ação desses antibióticos está relacionado com a capacidade do fármaco de interagir com os
ribossomos, tanto na porção 30S quanto na porção 50S.
- As Tetraciclinas (30S) atuam inibindo a ligação
do RNA de transferência.
- Os Aminoglicosídeos (30S) atuam na
decodificação, fazendo com que a leitura do códon seja
errada.
- O Cloranfenicol e as Lincosamidas (50S) se
ligam no sítio A ou sítio A e P, respectivamente,
impedindo a formação da ligação peptídica.
- Os Macrolídeos e as Estreptograminas (50S) se
ligam no túnel de saída e impedem a translocação do
peptídeo de um lado para o outro.
Aminoglicosídeos:
- Grupos de açúcares ligados com um
grupamento amino.
- São hidrossolúveis, portanto têm muita
dificuldade em atravessar membranas celulares.
- Gentamicina, Neomicina B e Amicacina.
- Mecanismo de ação: liga-se à subunidade
30S do ribossomo bacteriano e interfere no complexo
de iniciação da formação do peptídeo; Induzem a uma
leitura equivocada do RNA mensageiro, ocasionando a
incorporação de um aminoácido incorreto no peptídeo.
- Farmacocinética:
- Via oral- efeito só no TGI;
- Administração via IM ou EV;
- Atravessam a placenta, mas não a barreira hematoencefálica;
- Excreção renal.
Tetraciclinas
- Mecanismo de ação: semelhante aos aminoglicosídeos.
- Amplo espectro
- Farmacocinética: administração oral e injetável.
- Uso clínico: Oxitetraciclina e Doxiciclina.
Macrolídeos
- Mecanismo de ação: semelhante aos aminoglicosídeos.
- Amplo espectro.
- Farmacocinética: administração oral, IM.
- Volume de distribuição grande.
- Uso clínico: Eritromicina.
Anfenicóis
- Derivado do tianfenicol.
- Cloranfenicol proibido em animais de produção (pode causar anemia grave em humanos).
- Utiliza-se Florfenicol em animais de produção.
- Mecanismo de ação: inibição da síntese proteica.
- Amplo espectro de atividade antibacteriana (bacilos Gram-negativos, cocosGram-positivos e outras
bactérias atípicas, como o Mycoplasma)
- Farmacocinética: é altamente lipofílico, o que fornece concentrações altas o suficiente para tratar
patógenos intracelulares.
Lincosamidas
- Efeito principalmente para Gram-positivas.
- Pode causar lesões esofágicas em gatos quando administrada VO.
- Uso clínico: tratamento de infecções provocadas por bactérias Gram-positivas e anaeróbicas na pele,
no trato respiratório e na cavidade oral.
- Também é ativa contra Mycoplasma, Erysipelothrix e espécies de Leptospira.
Antibióticos que atuam na síntese de ácidos nucleicos
Quinolonas
- Mecanismo de ação: inibição da enzima DNA-girase.
- Impede a duplicação e transcrição do DNA.
- Farmacocinética: administração oral, IM.
- Elevada meia-vida.
- Principais fármacos: Enrofloxacina e Ciprofloxacina.
- A enrofloxacina se transforma em ciprofloxacina no organismo.
- Importância crítica para uso em medicina humana.
- Usar somente em casos graves.
- Possui atividade contra Brucella, Mycoplasma, Chlamydophila, Rickettsia e Mycobacterium spp.
- Uso: infecções do trato urinário, sist. respiratório.
- Contraindicações: fase de crescimento e fêmeas prenhes.
Nitroimidazóis
- Metronidazol é um nitroimidazólico de segunda geração que gera radicais livres nitrogenados
através do metabolismo bacteriano ou protozoótico, destruindo o DNA dos patógenos.
- Sua ação é específica para bactérias anaeróbias e protozoários.
- Farmacocinética: A absorção oral do metronidazol é quase completa em animais (75-85% em equinos
e 60-100% em cães).
- Sua meia-vida é de 3-4 horas em equinos e de 4-5 horas em cães.
- É distribuído rapidamente e amplamente (incluindo ossos, abscessos, SNC e fluido seminal).
- A união a proteínas plasmáticas é de 30% em humanos.
- Metabolizado principalmente no fígado.
- Metronidazol e metabólitos são eliminados pela urina e matéria fecal.
- Também é utilizado como antiprotozoário.
Rifampinas
- Rifampicina.
- Restrito a casos mais críticos.
Antibióticos que atuam na síntese de purinas e ácido fólico
Sulfonamidas
- Mecanismo de ação: são análogos estruturais do ácido paraminobenzóico (PABA), precursor essencial
na síntese de ácido fólico.
- Competem com a enzima di-hidrofolato sintetase, com consequente formação de análogos não
funcionais do ácido fólico.
- Farmacocinética: administração oral.
- Distribui-se atravessando a barreira hematoencefálica e placentária.
- Metabolização hepática.
- Alta união a proteínas plasmáticas.
- Uso clínico: pneumonia, infecções intestinais (especialmente coccídeos), infecções de tecidos moles
e do trato urinário.
Trimetoprima
- Mecanismo de ação: antagonistas dos folatos
- Estruturalmente semelhante ao folato, competindo pela enzima di-hidrofolato redutase.
- Procariotos e eucariotos.
- Farmacocinética: administração oral.
- Uso clínico: combinação com sulfonamidas -efeitos bactericidas
Antiparasitários internos
Os objetivos dos antiparasitários são:
- Diminuir a carga parasitária;
- Qualidade de vida;
- Ganhos econômicos;
- Controle da resistência.
Aspectos que devem ser considerados:
- Eficácia;
- Facilidade de administração;
- Alcance (até onde o fármaco vai conseguir chegar);
- Amplo índice terapêutico e espectro de ação;
- Resíduos (se o fármaco vai ficar em concentrações elevadas nos tecidos para consumo humano);
- Baixo custo;
- Palatabilidade.
Anti-helmínticos
Se dividem em:
- Antinematódeos
- Benzoimidazóis
- Imidazotiazóis (Levamisol)
- Tetraidropirimidinas (Pirantel)
- Organofosforados
- Fenólicos (Bromofenol) e Salicilaminas (Closantel)
- Lactonas macrocíclicas
- Anticestódeos
- Isoquinolonas (Praziquantel)
- Fenólicos e Salicilaminas
- Antitrematódeos
- Fenólicos e Salicilaminas
Antinematódeos
Benzimidazóis e pró-benzimidazóis
- Principal classe para o controle de nematóides gastrintestinais.
- Tiabendazol -primeiro composto
- Benzimidazóis:
- Tiazólicos: tiabendazol, cambendazol
- Metilcarbamatos: albendazol, fembendazol, mebendazol
- Halogenados: triclabendazol
- Pró-benzimidazóis:
- Febantel, tiofanato, netobimina
- Mecanismo de ação: inibem a formação de microtúbulos (Tubulina- β).
- Prejuízo à absorção de glicose.
- Aumento do consumo de glicogênio estocado.
- Interrupção do fuso mitótico.
- Interferem no metabolismo energético.
- Espectro de ação: nematódeos, formas adulta, larval e ovos.
- Albendazol- Fasciola e tênias.
- Farmacocinética:
- Tempo de contato com o parasita;
- Pouco absorvidos via oral;
- Compostos pouco solúveis -metilcarbamatos;
- Eficazes contra vários estágios de desenvolvimento;
- Varia conforme a espécie (monogástrico x poligástrico);
- Rúmen atua como reservatório;
- Bezerro -ativa o reflexo da goteira;
- Biotransformação hepática e extra-hepática (oxidação e hidrólise);
- Albendazol sulfóxido (ricobendazol) formulações para administração injetável IM (pH muito
baixo).
- Pró-benzimidazóis: biotransformados em compostos ativos:
- Febantel biotransforma em febendazol.
- Excreção: bile, urina, leite e fezes.
Imidazotiazóis
- Fármaco de escolha para nematódeos pulmonares.
- Levamisol (cloridrato).
- Tetramisol
- Mecanismo de ação: agonistas receptores colinérgicos, despolarização excessiva e bloqueio
neuromuscular, paralisia espástica.
- Efeito imunoestimulante: indução da proliferação de linfócitos T, quimiotaxia e atividade fagocítica.
- Farmacocinética:
- Administração VO, SC, IM
- Rápida absorção
- Distribuição ampla
- Discreta biotransformação hepática
- Eliminado na forma ativa: urina, fezes e leite
- Espectro de ação: nematódeos pulmonares e gastrointestinais
- Cães: ascarídeos e filaroides
- Equinos: Dictyocaulus e parascaris
- Ruminantes: Cooperia, Haemonchus, Nematodirus, Oesophagostomum, Trichuris…
- Suínos: Ascaris, Metastrongylus, Strongyloides…
- Baixa margem de segurança.
- Não associar com organofosforado ou Pirantel.
Tetraidropirimidinas
- Palmoato de pirantel
- Tartarato de morantel
- Pamoato de oxantel
- Monepantel
- Mecanismo de ação: ação colinérgica, bloqueio neuromuscular
- Farmacocinética:
- Uso oral -pouco absorvidos
- pH gástrico favorece a absorção
- Pico plasmático em 4h
- Biotransformação hepática
- Excreção inalterada nas fezes
- Espectro de ação:
- Nematódeos gastrintestinais nas fases adulta e imatura
- Limitado em ruminantes e suínos
- Geralmente são associados à anti cestódeos (isoquinolonas) Ex: pirantel + praziquantel
Organofosforados
- Amplo espectro de ação.
- Mais utilizados como ectoparasiticidas.
- Clorpirifós, diclorfós, triclorfon, haloxona, diazinon e malation.
- Mecanismo de ação: inibição irreversível da acetilcolinesterase
- Acúmulo de acetilcolina
- Paralisia espástica
- Espectro de ação:
- Equinos: Habronema Oxyuris, Parascaris, Strongylus vulgaris e pequenos estrongilídeos.
- Ruminantes: Haemonchus, Oesophagostomum, Ostertagia e Trichostrongylus.
- Suínos: Ascaris e Oesophagostomum.
- Farmacocinética:
- Elevada lipossolubilidade;
- Boa absorção pela pele, TGI, pulmão, olhos;
- Amp,a distribuição pelos tecidos;
- Metabolismo hepático -oxidação;
- Excretados pela urina.
Lactonas macrocíclicas
- Endo (nematódeos) e ectoparasitas.
- Não são eficazes contra trematódeos, cestódeos e protozoários.
- Avermectinas: abamectina, doramectina, ivermectina, selamectina.
- Milbemicinas: milbemicina e moxidectina.
- Mecanismo de ação:
- Potencialização dos neurotransmissores inibitórios -GABA e Glutamato
- Aumento da condutância ao íon cloreto;
- Hiperpolarização celular e morte por paralisia flácida.
- Farmacocinética
- Administração tópica, VO, SC, IM;
- Boa absorção oral -exceto ruminantes;
- Ampla distribuição -não atingem SNC (glicoproteína P);
- Meia-vida longa;
- Biotransformação hepática;
- Excreção biliar e fecal, também eliminação no leite.
- Espectro de ação:
- Cães e gatos: Dirofilaria immitis, Toxocara catis, Ancylostoma tubaeforme;
- Equinos: Dictyocaulus, Habronema, Onchocerca, Oxyuris, Trichostrongylus,estrongilídeos;
- Ruminantes: Bunostomum, Cooperia, Dictyocaulus, Haemonchus, Ostertagia,
Oesophagostomum, Trichuris…
- Suínos: Ascaris, Metastrongylus, Strongyloides…
- Sarnas, sarna demodécica refratária, pulgas, piolhos, bernes, carrapatos.
Antitrematódeos e Anticestódeos
Salicilanilidas
- Closantel, Niclosamida, Rafoxanida
- Mecanismo de ação:
- Redução das reações mitocondriais e aumento do cálcio -paralisia espástica;
- Afeta o escólex e porções proximais dos cestódeos.
- Farmacocinéticas
- VO, Closantel SC;
- Biotransformação hepática e excreção renal;
- Excreção no leite;
- Detecção no plasma por 90 dias ?
- Período de carência -30 dias ?
- Espectro de ação:
- Closantel
- Por exemplo, em bovinos e ovinos:
- Nematódeos; Haemonchus sp., Bunostomum sp. Chabertia sp. e
Oesophagostomum sp.;
- Trematódeos: Fasciola hepatica;
- Ectoparasitos: Oestrus ovis, Melophagus ovinus, Dermatobia hominis e
Cochliomyia hominivorax.
- Niclosamida - Taenia.
Substitutos fenólicos
- Disofenol, Diclorofeno, Nitroxinila, Bitionol, Bromofenol;
- Farmacocinética:
- Rápida absorção;
- Acúmulo no plasma;
- Biotransformação hepática;
- Excreção urinária.
- Mecanismo de ação: inibem a fosforilação oxidativa mitocondrial.
- Espectro de ação:
- Disofenol: Fasciola hepatica;
- Diclorofeno: Dipylidium, Taenia;
- Nitroxinila: Fasciola e nematóides.
Isoquinolonas
- Fármaco de escolha para tratar cestódeos em veterinária e em humanos: Praziquantel.
- Mecanismo de ação:
- Aumento da permeabilidade ao cálcio;
- Paralisia espástica;
- Alteração na membrana celular, alterando a captação de glicose.
- Farmacocinética:
- Boa absorção oral;
- Pico plasmático entre 10 e 120 minutos;
- Ampla distribuição;
- Metabolismo hepático;
- Excreção pela urina e fezes.
- Espectro de ação: Cestódeos.
Antiparasitários externos
Organofosforados
- Derivados do ácido fosfórico.
- Atividade ectoparasiticida e endoparasiticida.
- Ésteres do ácido fosfórico:
- Diclorvós, Triclorfon, Clorfenvinfós.
- Compostos com enxofre:
- Clorpirifós, Cumafós, Diazinon, Malation, Paration, Dimetoato.
- Toxicidade de Organofosforados e Carbamatos:
- Mecanismo de ação: Inibidores irreversíveis da acetilcolinesterase; paralisia espástica.
- Farmacocinética:
- Elevada lipossolubilidade;
- Via oral e tópica (sistêmica e local);
- Ampla distribuição;
- Metabolismo hepático por oxidação e hidrólise.
Carbamatos
- Derivados do ácido carbâmico
- Carbanila e propoxur
- Farmacocinética:
- Semelhante aos organofosforados;
- Metabolização hepática.
- Mecanismo de ação: inibidores da acetilcolinesterase.
Organoclorados
- Alta persistência no ambiente -problemas ambientais.
- Agrotóxicos proibidos por bioacumulação e biomagnificação.
- DDT, Endosulfan e Lindano,
- Usados para o controle de ácaros, pulgas e piolhos.
- Mecanismo de ação: bloqueio dos receptores GABA, interferência nos canais de sódio e bloqueio dos
canais de cálcio.
- Efeitos adversos -neurológicos.
- Não comercializado no Brasil.
Formamidinas
- Amitraz
- Amina aromática, base fraca.
- Estável em pH alcalino e instável em meio ácido.
- Degradado quando exposto à luz e alta temperatura.
- Altamente lipossolúvel.
- Farmacocinética:
- Absorvido pela pele íntegra;
- Biotransformação hepática;
- Excreção renal e biliar.
- Farmacodinâmica:
- Agonista da octopamina;
- Agonista dos receptores α2- adrenérgicos;
- Inibição da liberação de noradrenalina
- diminuição da atividade simpática periférica leva a um colapso cardiovascular e
depressão respiratória.
- Contraindicações: filhotes de menos de 4 meses, cardiopatas, Diabetes mellitus e pacientes com
risco de convulsão.
- Não indicado para equinos (suscetibilidade fisiológica) e gatos (suscetibilidade metabólica).
- Espectro de ação:
- Ácaros, carrapatos, piolhos e pulgas;
- Sarna demodécica;
- Ruminantes, suínos e cães.
Piretróides
- Permetrina, cipermetrina, deltametrina, flumetrina, cialotrina.
- Derivados de extratos vegetais (Chrysanthemum cinerariaefolium).
- Piretróides tipo I- aletrina, fenotrina e permetrina.
- Piretróides tipo II- cipermetrina, deltametrina, flumetrina, cialotrina.
- Farmacocinética:
- Alta solubilidade;
- Absorção oral, transmucosa e pulmonar;
- Biotransformação no TGI;
- Ampla distribuição;
- Podem se acumular no SNC;
- Metabolização hepática;
- Excreção renal e penas fezes.
- Mecanismo de ação:
- Tipo I- prolongam o influxo de sódio, reduzem o pico da corrente de sódio como o efluxo de
potássio.
- Aumentam a condutância ao sódio;
- Inquietação, incoordenação, fraqueza e paralisia.
- Tipo II- despolarização da membrana nervosa sem descargas repetitivas e reduzem o
potencial de ação.
- Agonista nicotínico e antagonista GABA;
- Inibição do cálcio, Mg-ATPase e calmodulina.
- Elevado efeito “knock-down”
- Um efeito instantâneo que provoca a queda dos parasitas;
- Também apresentado em menor medida pelos organofosforados e carbamatos.
- Associação com butóxido de piperonilo.
- Substrato das enzimas oxidases multifuncionais (MFO) que detoxificam os parasitos.
- Espectro de ação:
- Ácaros, carrapatos, moscas, piolhos e pulgas;
- Associados a butóxido de piperonilo;
- Associados a organofosforados.
Neonicotinoides
- Imidaclopride e nitenpiram
- Antagonistas competitivos da acetilcolina nos receptores nicotínicos pós-sinápticos.
- Usados no controle de pulgas.
- Imidaclopride- tópico.
- Nitenpiram- uso oral
- Absorção rápida;
- Níveis séricos por 24 a 48 horas;
- Eliminação urinária
- Seguros em gestantes acima de 4 semanas.
- Dose excessiva- apatia, dispnéia, bradicardia, hipotensão, tremores e mioespasmo.
- Tratamento de suporte.
Fenilpirazóis
- Fipronil.
- Pulgas e carrapatos.
- Ação similar à lactonas macrocíclicas.
- Bloqueio dos canais de cloro regulados pelo GABA.
- Aplicação spot-on pode durar até 3 meses contra pulga e 1 mês contra carrapatos.
- Ampla margem de segurança.
- Reação alérgica;
- A forma spray pode ser usada em gestantes e filhotes.
- Pipetas: não usar em filhotes de gatos antes dos 3 meses.
Reguladores de crescimento
- Metopreno e piriproxifeno.
- Possuem atividade biológica nas fases de crescimento e desenvolvimento do parasito.
- Metopreno – análogo sintético do hormônio juvenil
- Piriproxifeno – inibidor do desenvolvimento
- Impedem a diferenciação orgânica reprodutiva
- Usados em conjunto com adulticida
- Usado no controle ambiental
Benzoilfeniluréias
- Lufenuron e fluazuron
- Interfere no desenvolvimento do inseto – inibe a síntese de quitina.
- Lufenuron – controle de pulgas e carrapatos em cães.
- Fluazuron – controle de carrapatos em bovinos e cães.
- Uso tópico.
- Distribuição para o tecido adiposo – mantém níveis plasmáticos por 3 dias.
- Ampla margem de segurança.
- Sem contraindicação para gestantes, lactantes e filhotes.
- Carência para abate – 42 dias
Isoxazolina
- Fluralaner
- Mecanismo de ação:
- Antagonismo do GABA no parasito
- Os parasitos precisam iniciar a alimentação no cão para serem expostos ao fluralaner, portanto o
risco de transmissão de doenças causadas por carrapatos e pulgas não pode ser excluído.
- Indicação: É indicado para o tratamento de infestações por carrapatos e pulgas, em cães,
proporcionando 12 semanas de proteção.
- Interações: Fluralaner se liga às proteínas plasmáticas e pode competir com outros fármacos
ligantes como anti-inflamatórios não esteroidais e o derivado de cumarina warfarin.
- A administração de fluralaner na presença de carprofeno e warfarin no plasma de cães em
concentrações máximas não reduziu a ligação às proteínas do fluralaner, carprofeno ou warfarin.
- Contraindicações: A segurança do produto não foi estabelecida em cães com menos de 8 semanas de
idade ou com peso inferior a 2 Kg.
- O produto não deve ser administrado em intervalos com menos de 8 semanas já que a
segurança para intervalos mais curtos não foi testada.
-
Antiprotozoários
Tratamento dos protozoários entéricos e reprodutivosNitroimidazóis -Metronidazol
- Mecanismo de ação:
- Ao penetrar no parasito é reduzido em nitroderivados;
- Tóxicos para protozoários e bactérias anaeróbias;
- Formam complexos com DNA interrompendo a replicação.
- Farmacocinética:
- Bem absorvido pela via oral;
- Ampla distribuição –barreira hematoencefálica e placentária;
- Biotransformação hepática – metabólitos tóxicos;
- Excreção renal;
- Pode ser detectado no leite.
- Giardia, Tricomoniase.
- Efeitos adversos:
- Mutagênico e carcinogênico (proibido em animais de produção);
- Neutropenia, hepatotoxicidade, hematúria, distúrbios neurológicos;
- Bradicardia, midríase, nistagmo, desorientação, ataxia, convulsão
Sulfonamidas
- Sulfadiazina, sulfametazina.
- Análogos do PABA
- Antagonistas competitivos;
- Prejudicam a síntese de ácido fólico;
- Impede o desenvolvimento.
- Infecções bacterianas (pneumonia, infecções de tecidos moles e do trato urinário).
- Tratamento da coccidiose intestinal.
- Podem resultar em ovos de casca fina e enrugada, reduzir a postura e ganho de peso,
hipoprotrombinemia e cristalúria.
- Carência para o abate:
- Aves 5 a 10 dias
- Bovinos e suínos 30 dias
Pirimetamina
- É uma 2,4-diaminopirimidina.
- Mecanismo de ação: bloqueia a enzima diidrofolato redutase, que inibe a síntese de folato e ácidos
nucleicos.
- A atividade é mais específica contra protozoários do que contra bactérias.
- Associada a uma sulfonamida para produzir um efeito sinérgico.
- Indicações e Usos Clínicos
- A pirimetamina + sulfadiazina é usada para tratar: Mieloencefalite protozoária equina
(MPE).
- A duração do tratamento varia de 90-270 dias.
- Em pequenos animais para tratar infecções causadas pelos protozoários dos gêneros
Toxoplasma, Neospora e Sarcocystis.
- Efeitos adversos:
- Anemia (Faz-se a suplementação com ácido fólico para prevenir).
- A mielossupressão em geral se resolve após a interrupção do tratamento.
- Pode ocorrer diarreia após a administração oral.
- Produz morte fetal e anormalidades em estádios iniciais da gestação.
- Em períodos mais tardios da gestação leva a altos níveis de teratogênese, que são dose
dependentes.
Benzimidazóis
- Antinematódeos.
- Albendazol, mebendazol.
- Inibem a síntese de tubulina.
- Tratamento da giardíase
- Administração por 3 dias consecutivos
Ionóforos
- Antibióticos – coccidiose em aves e ruminantes.
- Monensina, Salinomicina, Tiamulina, narasina.
- Moléculas hidrofóbicas.
- Difusão na membrana citoplasmática e desorganização do transporte de íons.
- Alteração na permeabilidade.
- Entrada de água e ruptura do parasito.
- O mecanismo de ação dos ionóforos na célula consiste na formação de complexos lipídeosolúveis
dinamicamente reversíveis com uma variedade de cátions mono e bivalentes.
- Frangos – coccidiose (Eimerias).
- Bovinos confinados – maior ganho de peso e conversão alimentar.
- Alteração nas proporções de ácidos graxos voláteis.
- Alteram o pH ruminal – Baixa a produção de ácido lático já que inibe o crescimento de
Streptococcus bovis.
- Efeitos adversos:
- Altera o potencial de membrana (coração, músculo esquelético);
- Tóxica para equinos - Paralisia de membros;
- Perus são mais sensíveis;
- Carência de 5 dias para abate.
Nicarbazina
- Prevenção da coccidiose – frangos de corte e frangas de reposição.
- Inibe a função mitocondrial.
- Pode aumentar o estresse calórico alterando a coloração dos ovos e índice de postura.
Triazinonas
- Toltrazuril e Diclazuril.
- Mecanismos de ação: Alteração dos processos respiratórios mitocondriais.
- Toltrazurl:
- Suínos: A coccidiose (Isospora) causa diarreia principalmente em leitões com idades entre 5
e 30 dias.
- Bovinos e ovinos: tratamento da coccidiose bovina provocada por Eimeria em animais jovens.
- Tratar estágio de expulsão de oocistos na toxoplasmose felina.
Tratamento de doenças causadas por hematozoários
Diamidinas
- Diminazeno - diaceturato de diazoaminodibenzamidina.
- Mecanismo de ação:
- Interfere na glicólise aeróbica;
- Inibem a síntese de DNA do protozoário.
- Tratamento da babesiose e tripanossomose:
- Cães, gatos ;
- Equinos, bovinos, ovinos.
- Farmacocinética:
- Altamente absorvido e distribuído após administração IM;
- Meia-vida 10-30 horas em cães, cabras e ovelhas;
- Meia-vida 200 horas em bovinos.
- Efeitos adversos:
- Em bovinos é relativamente livre de efeitos adversos;
- Alterações neurológicas – ataxia, tremor muscular, salivação.
- Em cães:
- vômitos e diarréia;
- dor e inchaço no local da injeção;
- queda transitória da pressão arterial.
- Muito raramente (<0,1 %) podem ocorrer ataxia, convulsões ou morte.
- Uso frequente = degeneração hepática, renal, muscular e cardíaca.
Carbanilidas
- Dipripionato de imidocarb.
- Inibe reparação do ácido nucleico.
- Uso via IM.
- Babesiose (piroplasmose) em bovinos e eqüinos.
- Babesiose em cães.
- Cytauxzoon felis e Hepatozoon sp.
- Maior índice terapêutico que o dimiazeno.
- Precauções:
- Dor e irritação no local de aplicação;
- Efeitos colinérgicos (salivação, vômito, bradicardia);
- Pacientes com disfunção pulmonar, nefropatas e hepatopatas;
- Não administrar IV;
- Resíduos no rim e fígado por longos períodos
Isometamidium
- Tripanocida específico de alta eficácia e alta persistência para uso em bovinos.
Miltefosina
- Indicações:
- Indicado - Leishmaniose Visceral Canina.
- Farmacocinética:
- Biodisponibilidade oral de 94% em cães;
- T1/2 6 dias;
- Estes efeitos começaram a aparecer cinco a sete dias após o início do tratamento.
- Deve ser administrado durante a alimentação.
- Efeitos adversos:
- Transtornos digestivos como vômito, diarreia e anorexia.
Antifúngicos de importância veterinária
- Imidazóis (cetoconazol) e Triazóis (itraconazol)
- Ação sistêmica.
- Uso oral.
- Ação lenta quando comparada aos poliênicos >> infecções severas.
- Mecanismo de ação: inibe a 14-alfa-desmetilase, que é responsável pela transformação do
Lanosterol em ergosterol, inibindo, assim, a síntese da membrana celular, o que impede o
crescimento do organismo.
- Amplo espectro: Cryptococcus neoformans, H. capsulatum, Candida, Sporothrix, Fusarium,
Malassezia pachydermatis, etc.
- Hepatotóxico.
- CUIDADO: uso com outros fármacos dependentes do metabolismo pelo citocromo P-450!
- Cetoconazol:
- Absorção: VO e tópica (dermatófitos).
- Dependente do pH ácido.
- Influenciado por antiácidos e antibióticos histamínicos.
- Distribuição:
- Saliva, pele, ossos e fluidos pleural, sinovial e peritoneal.
- Usos:
- Malasseziose, Criptococose, Dermatofitose, Histoplasmose.
- Itraconazol
- VO e IV.
- Absorção em pH ácido.
- Lipofílico.
- Alta concentração na pele (transporte pelo sebo).
- Chega nas meninges.
- Atividade aumentada na aspergilose, blastomicose e histoplasmose.
- Principais usos:
- Esporotricose, Pitiose, Histoplasmose e Dermatofitose.
- Anfotericina
- Mecanismo de ação: se liga ao ergosterol de forma irreversível > formação de poros > perda
da integridade da membrana.
- Produzido pela bactéria Streptomyces nodo.
- Pouco indutor de resistência.
- Ação concentração-dependente, efeito pós antifúngico.
- Vias de administração: IV, IT (meningite), VO (APENAS infecções a nível GI).
- Lipossolúvel > atravessa a BHP mas não a BHF.
- Usos:
- infecções sistêmicas (que os azólicos não foram efetivos).
- Tratamento inicial de meningite por Cryptococcus sp.
- Infecção fúngica no TGI.
- Criptococose, Histoplasmose, Pitiose.
- Efeitos adversos:
- Nefrotoxicidade (diminuição do TFG, por vasoconstrição de arteríolas aferentes).
- Hipocalcemia, hipomagnesemia.
- Não associar aminoglicosídeos, AINES, ciclosporinas >> nefrotoxicidade.
- Nistatina
- Antibiótico
- Produzido pela bactéria Streptomyces noursei.
- Limita-se ao uso tópico > mucosas e pele (má absorção > ação local).
- Não afeta a microbiota do TGI.
- Griseofulvina e Terbinafina
- Mecanismo de ação: inibem a enzima esqualeno epoxidase > impede a síntese de ergosterol >
inibe a sínteseda membrana celular.
- Acúmulo de escaleno é tóxico para a célula fúngica.
- Griseofulvina
- Antibiótico > Penicillium griseofulvum.
- Uso oral (exclusivo).
- Lipossolúvel > associar com alimentos “gordurosos”.
- Alta distribuição.
- Tratamento de dermatofitoses.
- **Tem sido substituído por itraconazol, principalmente em felinos.
- Terbinafina
- Ceratinofílico > altamente lipofílico.
- Via oral: rapidamente absorvido e captado pela pele, unha e tecido adiposo.
- Uso tópico: penetra facilmente na pele e mucosas.
- Cuidado: uso concomitante com cetoconazol (P450).
- Uso: Dermatofitose.

Continue navegando