Buscar

10 Lições para Desenvolver Status e Capital na Graduação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 149 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 149 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 149 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Marcos Rodrigues 
 
10 lições práticas para você 
desenvolver status e capital ainda na 
graduação 
 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Marcos Rodrigues 
 
10 lições práticas para você 
desenvolver status e capital ainda na 
graduação 
 
 1ª Edição Agosto – 2012 
 3 
 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicatória 
 
Para todos os estudantes que desejam viver num Brasil que 
realmente invista e valorize a educação de qualidade. 
 5 
Agradecimentos 
 
Aplaudo a coragem de todos aqueles que se disponham a 
aproveitar o material contido nesta obra e de todos os que já vêm 
empenhando-se no próprio desenvolvimento pessoal 
fundamentado em princípios éticos. 
 
Aqui faço um agradecimento especial a meu pai, pela brandura e 
compreensão, pela pessoa tranquila e serena que é. Com ele, 
desde pequeno, criei o hábito de questionar o porquê das coisas e 
principalmente do meu papel no mundo. 
 
Agradeço à minha mãe, escritora, que me deu total apoio na 
construção desta primeira obra. Graças a ela, aprendi a 
importância do ato de pedir. Quando era mais novo e precisava de 
algum dinheiro, ou do carro emprestado, tinha que fazer um 
verdadeiro projeto dizendo-lhe em que iria investir, por quê e para 
quê, além de estabelecer um prazo para a devolução do dinheiro 
ou do carro. Depois de muito tempo percebi o quanto isso foi 
importante para aprender a estabelecer e cumprir metas a curto, 
médio e longo prazo. 
 
Agradeço aos meus amigos e colegas que colocaram em prática as 
ideias deste papo de universitário e que me proporcionaram 
centenas de horas de discussão sobre todas as temáticas aqui 
abordadas. 
 
Agradeço ao Ryotiras, que cedeu gratuitamente suas charges que 
ilustram esta edição, mais trabalhos dele no www.ryotiras.com 
 
Avancemos. 
 
 
 6 
Introdução 
01 A formação do capital social e o poder da comunicação 
02 A escolha certa: O empreendedor de carreira 
03 Um pouco sobre meu capital social. Dinheiro traz felicidade? 
04 Afinal de contas, ter status é realmente importante? 
05 As regras do jogo 
06 Jogando o jogo 
07 A dinâmica social e o erro como ponto de partida 
08 Não ofusque os deuses 
09 Proporcione oportunidades, aprenda a pedir 
10 Visibilidade, popularidade e status 
11 Revolucione no DCE / DA 
12 Jogue na seleção da empresa júnior 
13 Lidere associativamente 
14 Crie seu dever de casa 
15 Aprenda a atrair as pessoas certas 
16 Supere a dúvida. Participe! 
17 Crie suas regras 
18 Social Networking 
19 Referências 
 
 7 
Introdução 
“Herói, pessoa notável por seus feitos 
ou capacidades que, em momentos de 
grande dificuldade, está pronta para 
agir, enquanto outras pessoas correm 
desesperadas ou ficam paralisadas. 
( Marcos Rodrigues ) 
 
Diante dos desafios impostos pelo mundo do trabalho, você se 
sente paralisado ou pronto para a ação? Tem dúvidas ou acha que 
fez a escolha correta no momento de planejar sua carreira? Você já 
parou realmente pra pensar no que você quer pra sua vida? Você 
procura fórmulas para o sucesso enquanto ainda é estudante de 
graduação ou regras mágicas capazes de potencializar seu perfil 
acadêmico? Já percebeu que alguns dos grandes conselhos que 
recebeu na graduação, durante o ensino médio ou em qualquer 
fase importante de sua vida, dificilmente funcionaram? 
As pessoas são diferentes; logo, o que funciona para você pode não 
funcionar para mim mas, e se existissem regras que, apesar de não 
garantirem o sucesso, ao menos apontassem em direção confiável? 
Este livro se ocupa com elas. Avalie-as, levando em consideração o 
contexto atual: como essas regras se aplicam à sua realidade, de 
forma a tornarem-na mais produtiva e repleta de conquistas. As 
regras aqui contidas podem ajudá-lo a realizar seus sonhos. E 
enquanto você, leitor, estiver buscando realizá-los, busque 
também ajudar as pessoas que estão ao seu redor a realizarem os 
delas também. 
Sempre ao escutar ou ler algo relacionado a pessoas solidárias, 
lembro-me da figura do herói, pessoa com grande coragem para 
 8 
enfrentar seus medos, que acabam inspirando modelos e exemplos 
a povos de diferentes culturas, constituindo-se em personalidades 
que traduz superação e inovação. Esse modelo é você? 
Antigamente, situações de guerra, conflitos ou competição eram 
as condições ideais para a realização de feitos heróicos. Hoje, com 
a mudança e evolução social, industrial e comercial dos povos e 
com o upgrade de códigos de ética, leis e normas de conduta, o 
herói está presente na figura do pai de família que sustenta mulher 
e filhos com um salário mínimo, no professor que leciona em 
quatro faculdades ou escolas para completar a renda familiar; no 
médico que vira plantão em cima de plantão sem comprometer 
suas atividades; nos estudantes submetidos a oito horas de 
trabalho para pagar a própria faculdade e ainda, forçados a não 
dormir durante a aula daquele professor enfadonho, à noite, no 
cônjuge fiel que vive em plena era do culto ao prazer, no qual as 
relações são descartáveis; no político honesto; no policial honesto; 
na mãe que também desempenha o papel de pai e, sozinha, educa 
e cria os filhos; enfim, em todas as pessoas que, pelo esforço 
pessoal, procuram desenvolver e dar sentido à vida de forma 
honesta e ética. Porém, a mídia tenta o tempo todo convecer-nos 
da ideia de o verdadeiro herói, por exemplo, ser alguém, tal como o 
participante do Big Brother, ou o político corrupto. Afinal, boa 
parte da mídia transforma essas personalidades em ícones de 
referência social, tornando-os verdadeiros heróis da geração 
pirata, ou anti-heróis. Além disso, usa e abusa da imagem 
feminina, transformando, com consentimento silencioso das 
próprias mulheres, seus corpos em objetos, com a erotização 
perversa e cada vez mais precoce, das crianças. 
Diante da corrida ao ouro, na qual cada pessoa parece ter seu 
preço, vivemos como loucos em busca de status e dinheiro para 
obter poder e, quase nenhum significado pessoal. Vendemos e 
 9 
trocamos nossa força de trabalho e tempo de vida por algumas 
migalhas da empresa de alguém ou por um cargo público algumas 
vezes medíocre porque nos dá a sensação de segurança financeira. 
Somos educados por um sistema educacional falido em que não 
somos incentivados a pensar e sim a repetir conhecimento, 
formando um verdadeiro exército de mentes medianas. Por 
consequência temos medo de nos rebelarmos, de participar; 
abaixamos nossas cabeças como ovelhas no pasto à espera do 
comando do pastor; esquecemos que somos líderes de nós 
mesmos e responsáveis pelas próprias escolhas; buscamos as 
respostas nos outros, deixando de viver nosso sonho, nosso 
momento; esquecemos a voz interior em troca do signo do jornal 
do dia seguinte ou do amigo virtual que inexplicavelmente, 
supomos saber mais sobre nós do que nossos parentes, com quem 
compartilhamos o mesmo teto durante anos. Vivemos na 
sociedade em que delegamos a terceiros o direito de nos dizer 
quem somos e pra que viemos ao mundo. 
No Egito antigo, a arma de dominação era a força; escravizavam-
se as pessoas pelo poder do mais forte. Na Idade Média, a 
escravidão, ou o domínio, era mediada pela coerção psicológica; o 
medo permeava as relações; o certo ou o errado, o preto ou o 
branco, o bem ou o mal transmitiam-se de modo dogmático; 
concebia-se o conhecimento como saber absoluto, sem lugar para 
a alteridade, a diferença; não se admitia discussão; o saber era 
ditado pela força do Estado teocrático. Depois, disseram aos 
escravos que seriam livres para, inclusive, oprimir e dominar outros 
escravos... 
Em plena era do conhecimento e da convergência, em vez de 
questionarmos a fonte da informação ou seja sua procedência se é 
confiávelou não, voltamo-nos, quase sempre, para o significado da 
mensagem, o que nos traz, muitas vezes, efeitos indesejáveis, 
 10 
porque assimilamos todo tipo de informação como verdadeira sem 
filtros. Sabemos que os principais veículos da mídia constituem 
instituições de manipulação em massa, ditando normas, modas e 
crenças, criando ou descriando crises dos mais variados tipos. 
Dizem que a crise alimenta ou estimula o surgimento de ótimas 
oportunidades para os que têm comportamento empreendedor ou 
para aqueles que manifestam o sentimento de inconformismo com 
a realidade. As palavras da vez são inovação, mudança, quebra de 
paradigmas, “chutar o balde”, desobedecer, criar. Só há mudança 
para quem está inconformado, porque o satisfeito... está satisfeito. 
Meu objetivo aqui é convidar você, a fazer uma análise crítica da 
sociedade em que vivemos e da forma como o graduando diz 
“fazer” sua graduação, ou seja, o que está aprendendo realmente 
aí é relevante? Não estou preocupado com a geração que me 
sucederá, embora aposte alto nela. Preocupo-me aqui, agora, com 
minha geração, com nossa geração, porque ainda podemos fazer 
muito mais do que estamos fazendo. O jovem é o agora. 
O cenário atual não é fácil. A questão da empregabilidade é 
discussão certa nos centros acadêmicos em relação a qualquer 
faixa etária, mas não basta discuti-la em âmbito restrito, é preciso 
também cobrar dos governantes, projetos e ações que viabilizem 
mais oportunidades bem como meios para que cada um as utilize 
da melhor forma. Por mais que pareça óbvio, estamos em um 
cenário cada vez mais competitivo, aparentemente, com regras e 
leis claras que não passam de antigos paradigmas, prescindíveis no 
momento atual. 
O que escrevo aqui não é trabalho do acaso. Observei e explorei 
durante minha graduação oportunidades que, didaticamente, 
designo de “regras” completamente aplicáveis por você em 
qualquer instituição de ensino superior, e quanto mais cedo você 
 11 
se tornar consciente delas, melhor. Penso os espaços acadêmicos 
como os principais ambientes de fomento para as futuras 
lideranças. Se você está satisfeito com sua atual situação social, 
este livro talvez nada lhe acrescente. Sugiro, pois, passá-lo para 
alguém não satisfeito com a vida que leva, já, se você for do tipo 
insatisfeito, vou te dar muitos motivos para a partir do momento 
em que concluir a leitura desse livro, nunca mais veja seu ambiente 
acadêmico com os mesmos olhos, o que te ofereço é a pílula 
vermelha, para que você possa começar a ver a matrix social em 
que estamos imersos o tempo todo. 
Aqui, abordarei alguns comportamentos direcionados àqueles que 
precisam dedicar-se mais às próprias vidas, que gostam de 
aprender novos caminhos e sentem-se responsáveis pelo 
protagonismo da própria história. 
Que o mundo se torne melhor, porque você está nele. 
Pense nisso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
 
 
 
 
 
 13 
A Formação do Capital Social e o Poder 
da Comunicação 
“Eu vejo aqui os homens mais 
fortes e inteligentes. Vejo todo esse 
potencial, desperdiçado. Que droga 
uma geração inteira de garagistas, 
garçons. Escravos de colarinho branco. 
A propaganda põe a gente pra correr 
atrás de carros e roupas. Trabalhar em 
empregos que odiamos para comprar 
merdas inúteis de que não precisamos. 
Somos uma geração sem peso na 
história, sem propósito ou lugar. Não 
temos uma Guerra Mundial. Não temos 
a Grande Depressão. Nossa Guerra é a 
espiritual, nossa depressão são nossas 
vidas. Fomos criados através da TV para 
acreditar que um dia seríamos 
milionários, estrelas de cinema ou 
estrelas do Rock. Mas não somos. Aos 
poucos tomamos consciência do fato, e 
estamos muito, muito putos com isso. 
(Tyler Durden. Clube da Luta.) 
 
Todas as pessoas, ao longo da vida, herdam crenças e valores por 
meio da formação familiar, escolar e religiosa, transmitidos pelo 
convívio com amigos e pela sociedade em geral. Trata-se de uma 
série de experiências, de imagens sociais introjetadas a 
 14 
fundamentar o nosso comportamento. Essa herança é chamada de 
capital social. 
 
O capital social gera, inconscientemente, as crenças, as quais, por 
sua vez, determinam o comportamento que orienta a vida das 
pessoas. O comportamento parece singular, mas, na verdade, é 
mais grupal. O capital social predispõe alguns a tornarem-se mais 
ativos, mais decididos; outros a tornarem-se indiferentes às 
oportunidades, vítimas do sistema. Eu e você leitor conhecemos 
pessoas assim aos montes. A maior influência desse capital sobre 
as pessoas é geralmente exercida pelos pais ou cuidadores. 
 
O pai advogado pode influenciar o filho a seguir a carreira jurídica e 
jamais deixá-lo pensar em algo diferente. O pai empreendedor 
pode estimular o filho a assumir postura diferenciada diante do 
mercado, incentivando o comportamento empreendedor deste 
desde cedo. Uma família de empregados pode estimular os filhos a 
tornarem-se profissionais aptos a empregos bons, incentivando-os 
a trabalhar para outras pessoas, para grande empresa ou 
organização ou para o serviço público à busca da tão sonhada 
estabilidade. Talvez, leitor, você se enquadre em um desses casos. 
 
Na verdade, vivemos à procura de estímulos constantes. Nosso 
mundo está cheio de intenções e estímulos conscientemente 
manipulados por outras pessoas para fazermos alguma coisa. Meus 
avós educaram meus pais, que, consequentemente, me educaram. 
Entretanto, depois de identificá-los como transmissores de uma 
cultura tradicional, a qual nem sempre respondia às demandas 
exigidas pela atualidade em virtude da evolução social, econômica 
e tecnológica, pude perceber que é preciso, sem perder o respeito, 
desenvolver o olhar crítico para respondermos a essas demandas 
como sujeitos de nossa própria história, e não como sujeitos nela 
alienados ou figurantes de nossas próprias histórias. 
 15 
 
A mídia – não há dúvida – constitui também um importante agente 
na formação do capital social: ela pode nos influenciar para 
comprar um carro ou para votar em determinado candidato; pode 
transformar-se num apelo para salvar crianças desabrigadas ou 
comprar mais chocolates na Páscoa; pode fazer-nos sentir bem por 
termos alguma coisa ou frustrar-nos por não termos alguma outra 
coisa da qual, na maioria das vezes, nem precisamos. Como você 
se sente, estando solteiro no dia dos namorados? De fato, o que 
caracteriza o mundo moderno é a persistência da persuasão. 
Estamos constantemente cercados por pessoas que detêm os 
meios, a tecnologia e o expertise a fim de nos persuadir a fazer 
alguma coisa com a qual não compactuamos ou da qual não 
precisamos, fumar ou tomar refrigerante, por exemplo. E essa 
persuasão tem alcance global. 
 
Enquanto isso, o acúmulo da riqueza por uma minoria e o 
empobrecimento da grande massa populacional do globo são o 
retrato acabado da desigualdade do sistema mundial moderno. 
Somos bombardeados, a todo momento, de informações sobre 
avanços tecnológicos e desenvolvimento econômico, porém não 
existe melhoria generalizada das condições de vida da população, 
porque a renda está concentrada. A contradição está justamente 
no contraste que o sistema capitalista produz entre o luxo e o lixo: 
a opulência do capital em contradição com a miséria, a fome, a 
violência crescente, frutos da concentração de renda. E somos 
condicionados e educados a acreditar que está tudo muito bem! 
Alguém cria imagens legais de uma realidade irreal. Ao final das 
notícias ruins no jornal temos os gols da rodada esportiva. 
 
Empresas com grande conhecimento sobre persuasão gastam 
milhões a fim de convencer o público de que fumar é atraente e 
desejável, ou que o país escolhido para sediar a próxima Copa do 
 16 
Mundo beneficie realmente seupovo por exemplo. Só espero não 
lamentarmos no futuro que o mesmo dinheiro gasto na construção 
de excelentes campos de futebol poderia ter sido usado, por 
exemplo, para melhorar a qualidade da educação no Brasil. 
 
Usam-se propaganda perspicaz, imagens e sons inteligentes no 
sentido de colocá-lo, caro leitor, em estado positivo de 
sentimentos no qual fica mais fácil associar um produto qualquer a 
você. Graças à repetição continuada, a ideia de fumar se liga à 
fruição de vários estados desejáveis, o que traduz relação 
incongruente com a realidade do tabagismo. Não há nenhum valor 
positivo, quanto ao aspecto social, trazido pelo consumo desse 
tabaco enrolado num pedaço de papel, mas somos persuadidos 
pela mídia de que fumar é ser adulto e atraente. Portanto, não se 
admira que o consumo de cigarro tenha aumentado entre as 
mulheres. Afinal de contas, fumar é ser diferente, dono do próprio 
nariz. Certo? Errado. 
 
A relação de apego e necessidade que desenvolvemos com alguns 
objetos acaba submetendo-nos, escravizando-nos em virtude do 
valor emocional que lhes atribuímos. Certa vez, peguei um copo e 
o enchi de um refrigerante de cor preta e outro, de água! Quando 
joguei a água fora, as pessoas acharam normal o desperdício da 
água; mas, quando fiz o mesmo com o refrigerante, a reação foi de 
reprovação, claro. Agora, questionemos: O que o fato de colocar 
cancerígenos em nossos pulmões, em nosso estômago tem a ver 
com um estado desejável? De fato, os anunciantes criam imagens 
que, pela persuasão, nos levam a um estado receptivo, ensejando a 
experiência, implantando a mensagem em nós. Repetem isso na 
televisão, nas revistas ou no rádio. E assim criam moda, 
desenvolvem tendências e jogam as cartas marcadas para serem 
escolhidas “livremente”, pois na verdade, fomos condicionados à 
determinada escolha achando que escolhemos livremente. 
 17 
 
Aprendi a fazer isso diversas vezes, terapeuticamente, de forma 
simples e direta, no curso de formação em PNL para curar fobias e 
desenvolver crenças positivas, por exemplo. A mesma técnica, 
porém, pode ser usada no sentido de promover justamente o 
contrário. Acredite, leitor: é mesmo possível! Por que a Coca-Cola 
gasta milhões em publicidade no produto conhecido em todo o 
mundo? Por que gostamos de futebol, fast-food e celulares do 
momento? Esses objetos simbólicos já são âncoras poderosas na 
cultura. Os anunciantes simplesmente transferem o nosso fascínio 
por pessoas famosas para seus produtos. Eles as usam no intuito 
de tornar-nos receptivos. Você, acha que os atores famosos usam 
produtos de terceira categoria que anunciam o tempo todo, nas 
mídias? 
 
Em qualquer propaganda efetiva ou campanha política, adota-se 
algo parecido com essa estrutura: primeiro, usam-se estímulos 
visuais e auditivos a fim de nos colocar no estado em que seus 
promotores desejam; em seguida, induzem-nos a adotar o produto 
ou a ação para a qual desejam persuadir-nos. Isso se faz 
reiteradamente, até o sistema nervoso relacionar o estado com o 
produto ou o comportamento desejado. 
 
Lembra-se da televisão? É ela a melhor fonte de distribuição de 
crenças a longo prazo. A boa propaganda vai atingir estes três 
sistemas sensoriais representativos: visual, auditivo e cinestésico. 
O ponto central aqui é: num mundo cheio de pessoas persuasivas, 
você também pode ser uma ou... aquela persuadida. Você pode 
dirigir sua vida ou deixá-la ser dirigida por outros. Mas convém 
lembrar, as pessoas que estão no poder são persuasivas. Quem não 
tem poder age conforme imagens e ordens de outros; submete-se 
ao desejo do outro, da matrix social que molda o seu capital social. 
 
 18 
Na sociedade contemporânea, o poder se traduz na capacidade de 
comunicar e persuadir. Se você for persuasivo sem possuir carro, 
convencerá alguém a dar-lhe carona; se não tiver dinheiro, 
convencerá alguém a emprestar-lhe algum; se não tiver como 
pagar a passagem do ônibus, poderá viajar nele, de graça. Há 
várias estratégias para conseguir quantas vezes forem necessárias! 
Duvida? Se não quiser esperar a fila do banco, poderá arrumar uma 
forma de ser atendido rapidamente. A questão é: você pode, mas 
deve? A persuasão parece constituir-se na melhor técnica para 
promover qualquer tipo de mudança. Assim, mesmo com um bom 
produto ou com a melhor ideia, nada conseguirá se não tiver poder 
de persuasão. 
 
A vida consiste em: comunicar o que temos a oferecer. E aqui vai o 
conceito central que sustento: você não precisa ter dinheiro, 
status, um carro ou qualquer coisa transmitida pela cultura como 
bem necessário para fazer de sua vida um case de sucesso. De fato, 
isso também integra o conceito de que a mídia quer, a todo 
momento, desenvolver nosso capital social com base nos seus 
objetos de consumo: puro poder do tipo de influenciação mais 
eficaz e sutil. 
 
As pessoas manifestam – é verdade - sentimentos interessantes e 
diferentes sobre o poder o qual a algumas causa medo, inveja, 
concebendo-o como algo negativo. Porém, no mundo moderno a 
persuasão não é uma escolha,e sim fato presente na vida das 
pessoas. Alguém está sempre persuadindo. Organizações gastam 
milhões no sentido de suas mensagens saírem com poder máximo 
e habilidade para atingir o consumidor ou o público-alvo: VOCÊ. A 
diferença no comportamento das pessoas talvez seja a diferença 
referida entre “quem” é o mais persuasivo: você ou o traficante de 
drogas (lícitas ou não). 
 
 19 
Se quiser controlar sua vida ou ser o modelo mais efetivo para 
aqueles com quem se preocupa, você terá de aprender como fazer. 
Se abdicar da responsabilidade, muitos outros estarão prontos 
para preencher a vaga. Em um dos diversos cursos de oratória, 
conheci um grande mestre que, falava sempre da importância de 
nunca se dar as costas à oportunidade de falar em público, por 
exemplo. O segredo, dizia, seria filtrar o que seria aprender a criar a 
oportunidade. 
 
Pelo exposto até aqui você pode imaginar o que esse 
comportamento de comunicação eficaz significará para você. 
 
Vivemos na era mais notável da história humana: mudanças que 
antes levavam décadas para ocorrer, hoje, levam poucos dias. Não 
há mais espaço para o paradigma fundamentado no argumento de 
que o sucesso financeiro exige necessariamente a conclusão de 
curso superior com notas excelentes, fluência em uma ou duas 
línguas estrangeiras, diploma de MBA, ou intercâmbio. Mais do 
que nunca, o mercado exige habilidades, e o poder está na mão de 
quem faz melhor e diferente. Além do mais, é evidente, temos 
mais estímulos e liberdade do que no passado e estamos todos 
conectados, interligados de alguma forma. Por isso devemos estar 
vigilantes, atentos naquilo que interiorizamos isso sustenta nossos 
objetivos, viabiliza nossos sonhos, estimula nossas crenças 
positivamente ou não sustenta nossos objetivos, inviabiliza nossos 
sonhos e desestimula nossas crenças positivas. 
 
Na era do conhecimento e da convergência, aquilo que 
representamos, conscientemente, tende a tornar-se interiorizado 
em grande número de pessoas. Essas representações afetam os 
futuros comportamentos de determinada cultura e do mundo. 
Assim, se queremos criar um mundo que fale de justiça, convém 
rever e planejar consistentemente aquilo que queremos fazer para 
 20 
criar representações que nos fortaleçam em escala global sobre 
justiça. 
 
Durante a graduação de psicologia, percebi que poderia viver de 
duas maneiras: como os cachorros de Pavlov, respondendo a todas 
as ordens e mensagens, ou como sendo responsável pelas minhas 
próprias escolhas. Infelizmente, observei vários colegas de curso 
mais preocupados em utilizar as ferramentas do behaviorismo para 
a manipulação de pessoas do que de conhecerem a si mesmos. A 
propósito, alguém, certa vez, descreveu a propaganda como sendo 
“a ciência de controlara inteligência humana o tempo suficiente 
para tirar dinheiro dela”. A realidade é que alguns de nós vivemos 
num mundo de inteligências permanentemente controladas seja 
pelo professor, pelo governo, pelos pais, pelos irmãos, pelos 
amigos, pela namorada(o) ou por qualquer pessoa com habilidade 
persuasiva suficiente para nos levar a não pensarmos por nós 
mesmos ou criar situações de dependência emocional. A 
alternativa é inovar e promover a quebra de paradigma. Tornando-
nos conscientes em relação ao fato de que estamos sendo 
enganados e controlados socialmente em algum nível. 
O controle social pode se caracterizar pela probabilidade de fazer 
ser obedecida uma ordem determinada, proveniente de uma parte 
ativa, endereçada a uma parte passiva, mesmo contra a vontade 
desta. Mas não basta à vontade de manipular, para que ocorra a 
manipulação, é necessário à disposição de obedecer dos 
destinatários das ordens. E que maneira melhor e mais prática de 
obter a disposição de obedecer dos destinatários das ordens, no 
dias atuais, do que manipulá-los através dos meios de 
comunicação em massa? A televisão, o rádio ou o jornal 
transmitem conhecimentos, valores, ideias, modos de pensar, agir 
e sentir, com poder sugestivo tal capaz de formar grupos de 
opinião pública. 
 21 
Antes da globalização por exemplo, haviam maiores choques 
culturais devido ao encontro de povos de costumes diferentes 
tendo cada qual sua cultura, moda, costumes e movimentos 
sociais. E com os choques de culturas era mais fácil a visualização 
das realidades sociais. Encontrando uma outra realidade torna-se 
mais fácil entender que a sua realidade não é a única maneira de se 
viver, o que é difícil de se imaginar quando se foi doutrinado desde 
o nascimento para viver assim. Os choques culturais entre 
europeus e ameríndios e europeus e africanos não representaram 
uma troca de cultura e conhecimento e sim mais imposição e 
dominação, resultando na cultura basicamente homogênea que 
conhecemos hoje, imposição da realidade do forte para o fraco. 
Vivemos num mundo onde parece haver uma direção a cada 
estação. Se você for persuasivo, tornar-se-á criador de direções, 
diferente de quem só reage a grande quantidade de mensagens. 
Direções produzem destinos; portanto, é importante você estar 
antenado na direção da correnteza, a fim de não chegar à beira das 
cataratas do Iguaçu e descobrir que está num bote furado, sem 
remos e sozinho. 
 
O trabalho do persuasor voltado para o bem constitui-se em fazer 
o mapa do terreno e encontrar o caminho que leve a objetivos 
melhores para o grupo. Entretanto em nossa sociedade, embora as 
tendências sejam criadas por indivíduos extremamente inovadores 
e persuasivos, infelizmente, a maioria, deles são egoístas e 
ególatras o bem de um sobrepuja o bem do grupo. Todos nós 
precisamos aprender a lidar com isso. Então fique atento às ideias 
que compra, aos programas televisivos e a qualquer tipo de mídia 
informativa. Comece criticando cada linha aqui escrita, cada 
pensamento aqui exposto. Não se preocupe em acreditar, e sim em 
conhecer. 
 
 22 
Dentro dos espaços acadêmicos não é diferente: encontramos um 
mundo perfeito, pronto, com ideias fechadas, onde mais se fala em 
inovar, mas normalmente se reprimem as iniciativas inovadoras; 
homens velhos vivem antigos paradigmas cristalizados em suas 
“perfeições”. Ali se acomodam alguns professores com suas 
fórmulas mágicas prontas, verdadeiras raposas prontas a dar o 
bote nas ideias de alunos criativos, aos quais, porém, falta o 
potencial necessário para tirá-los do papel. Qualquer tentativa de 
mudança incomoda-os e não é vista com bons olhos. Na maioria 
das vezes, também encontramos professores que dão a mesma 
aula há anos. 
 
Se você quer ser um graduando melhor, como um graduando 
melhor se comportaria? Observe seus colegas de graduação, boa 
parte deles faz exatamente a mesma coisa, como ser melhor se 
você também faz o que todo mundo faz? Talvez você tenha a 
resposta para essa pergunta na ponta da língua que é: estudar mais 
que os outros, certo? Errado. 
 
Pense nisso. 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
A Escolha Certa: O Empreendedor de 
Carreira 
“A pergunta errada: O que você 
quer dizer? Uma pergunta melhor: O 
que você pretende alcançar? 
 ( Michael Sheehan ) 
 
 
É muito comum o graduando terminar a graduação e ficar com o 
sentimento de vazio, achando que não aprendeu nem realizou 
nada satisfatoriamente, isso acontece porque ele não fora 
persuadido o suficiente por si mesmo e talvez estivesse muito 
contagiado por ideias alheias à sua formação ou pela ideia de que o 
mercado de trabalho seria difícil. Então, esperou ficar pronto, só 
que esperou muito. Conheci vários estudantes de fisioterapia que, 
terminado o curso de quase cinco anos de formação, corriam para 
outros, como direito ou administração, porque o mercado naquela 
área, diziam eles, “é difícil”, então é assim, é difícil aí você corre 
para algo mais fácil? 
 
Responda com sinceridade à seguinte pergunta: você gerencia a 
sua carreira ou é influenciado negativamente pela família ou por 
algum artista da televisão para fazer o que faz, em outras palavras: 
você, por exemplo, queria cursar música ou dança, mas escolheu 
direito ou medicina, porque alguém lhe falou que estes cursos lhe 
abririam mais oportunidades de sucesso financeiro? Mas acredite: 
a história de pessoas bem sucedidas tem mostrado que o sucesso 
financeiro vem para aqueles que executam o seu ofício com brilho 
nos olhos; está intimamente ligado à emoção envolvida na crença 
positiva de se chegar longe, de querer crescer e realizar aquilo que 
faz seu coração bater mais rápido. Logo, tenha paixão pelo que faz; 
 24 
procure investir em sua carreira com o mesmo entusiasmo 
proporcionado pelo passatempo favorito. Sua rotina profissional 
deve transformar-se em aventura emocionante. Você pode estar 
fazendo o melhor curso, na maior e melhor faculdade do planeta, 
mas, se isso não fizer seus olhos brilharem quando falar sobre ele, 
dificilmente chegará a algum lugar. Já, se você estiver fazendo o 
curso dos seus sonhos (mesmo que alguns o considerem medíocre) 
na pior faculdade do planeta, mas com o comportamento 
empreendedor, observando multidisciplinarmente, o caminho para 
o sucesso estará aberto. 
 
Construir uma carreira de sucesso significa ir além do tradicional, 
requer análise, escolha, reflexão, tomada de iniciativas, 
perseverança e ação. Portanto, planeje seu desenvolvimento 
profissional com cuidado, e assuma atitude dinâmica e 
empreendedora sempre. Empregos são dados e tirados, muitas 
vezes, por forças fora do nosso controle, mas sua carreira pertence 
a VOCÊ. 
 
Durante o curso de psicologia (formei-me em dezembro de 2011), 
ouvia colegas e professores dizerem que empreendedorismo não 
tinha nada a ver com psicologia! Mas na realidade, é o perfil 
empreendedor que o mercado de trabalho está absorvendo. Esse 
perfil diferenciado é que me fez subir ao palco de mais de 100 
eventos em várias cidades do Brasil, para falar a um público de 
mais de 45 mil pessoas de todo tipo de formação, só entre 2010 e 
2012, sobre o tema aqui desenvolvido. 
 
A maioria dos universitários e professores - por que não dizer 
brasileiros? - acreditam que empreender é ser dono do próprio 
negócio. Mas, alguma vez, você já pensou que, mesmo antes de 
qualquer coisa, você é o seu principal e mais importante “próprio 
 25 
negócio”? Talvez você também acredite que ser empreendedor = 
ter empresa. E é o começo do equívoco. 
 
Para entender melhor o empreendedorismo vamos dividir em três 
modalidades: 
 
a) O empreendedor tradicional - o dono do próprio negócio, seja 
de alto impacto (cria novo serviço ou produto que acaba mudando 
a vida das pessoas), seja o mais comum faz o que alguém já faz; 
 
b) O intraempreendedor– o novo perfil dos empregados 
colaboradores ou como preferir chamar. Trata-se do profissional 
dos novos tempos. Para ele, não basta apenas trabalhar na 
empresa, é preciso vestir a camisa, entender os processos, 
melhorar os serviços ou produtos envolvidos, ou qualquer 
departamento da empresa. Esse funcionário está comprometido 
de corpo e alma com o negócio em que está envolvido, podendo 
mesmo criar ou associar-se a outras empresas, desenvolvendo 
departamentos novos. Normalmente tal perfil foca o resultado e 
prefere ganhar por isso – tema que caberia em outro livro; 
 
c) O empreendedor de carreira - indivíduo comprometido com a 
realização pessoal. Por exemplo: um estudante universitário. Ele 
sabe o que quer, e vai na direção dos sonhos e das metas enquanto 
constrói uma carreira de sucesso, entendendo e criando o 
diferencial competitivo na sua modalidade de atuação, 
aumentando seu índice de empregabilidade e gerando valor por 
onde passa. Fazendo aquilo que a maioria não está fazendo, 
quebrando paradigmas e criando o próprio dever de casa. Voltarei 
a isso mais adiante. Outro exemplo: alguém que estuda para 
concurso público. Você acha fácil obter classificação numa 
concorrência de cem para um? ou mil para um? Quem consegue 
faz alguma coisa que a maioria não faz, talvez seja estudar 
 26 
enquanto outros se divertem. Afinal de contas, você encontrará 
pouca gente disposta a abrir mão de lazer em busca de sonhos, 
certo? Errado. Depende de sua rede de relacionamentos: você vai 
acabar atraindo para si aquilo que você é. 
 
Essas categorias quase sempre variam e misturam-se. O bom 
empreendedor de carreira, por exemplo pode tornar-se grande 
intraempreendedor, acumulando conhecimento suficiente que o 
transformará em empreendedor do seu próprio negócio. Em tudo 
isso, o que importa é entender que empreendedorismo implica em 
comportamento e comportamento é reflexo de habilidades e 
talentos natos ou não. A grande sacada consiste em desenvolvê-los 
ao longo de sua vida, de modo a gerar, seja onde for ou como for 
alguém pronto para agir. 
 
Quando motivados, conseguimos transformar ideias em ações. No 
entanto, não há necessidade de impor rigidez em nossas decisões. 
Devemo-nos permitir sempre a flexibilidade a fim de nos 
adequarmos, ao longo do processo de transformação, ao nosso 
plano de carreira, o qual deve ser coerente, de modo que todas as 
etapas de mudança se alinhem com a realidade profissional e com 
os desejos pessoais. 
 
Proponho, a seguir, algumas reflexões que podem ajudá-lo na 
escolha de sua carreira. 
 
Toda carreira deve ser vista como um negócio. Existe, sim, o 
objetivo de lucratividade, mas, antes disso, convém perguntar-se: 
“O que desejo realizar com paixão e amor?”. Só depois de 
responder claramente é que se deve estudar o mercado onde 
pretende atuar. Existem clientes para serem atendidos e toda uma 
estrutura de habilidades e competências que você precisa 
 27 
desenvolver e atualizar constantemente, para não ficar fora do 
“jogo”. 
 
Depois de escolher o curso, não saia da faculdade sem ter a ideia 
clara daquilo que espera por você no mercado, ou seja, envolva-se 
com o mundo do trabalho durante a graduação de preferência no 
primeiro período. Quando me refiro ao mundo do trabalho, não 
significa necessariamente estar empregado. Sugiro começar a 
treinar um olhar de quem deseja intervir na realidade. Em outras 
palavras, se você influencia tendências e tem clientes, está no jogo. 
Durante minhas graduações, costumava lanchar de graça na 
cantina da faculdade, como? Indicava colegas para escolherem 
determinada lanchonete. Previamente, fechara um acordo com a 
dona do estabelecimento: indicaria, por dia, 5 a 8 alunos a 
consumirem lá, e não no concorrente. Isso deu tão certo, que 
começamos a fazer rodízio: eu e vários amigos revezávamos em 
relação a quem iria lanchar de graça em determinado dia da 
semana, apenas indicando amigos e persuadindo-os a escolher a 
melhor cantina. E se fosse para comprar determinada marca de 
camisa, carro ou celular? Pense grande. 
 
Não focalize só um objetivo; junte continuamente capital 
intelectual. Lembre-se de que todos os outros estudantes estão 
fazendo a mesma coisa: assistindo às aulas, em sua maioria 
ultrapassadas, com conteúdos não mais absorvidos pelo mercado, 
para chegarem em casa com o boletim brilhando. Crie o 
diferencial. Invista em seu capital social invista em suas habilidades 
sociais, por exemplo, comunicação, liderança, negociação, 
marketing pessoal, resiliência, persistência, positividade, validação, 
a fim de, em relação às pessoas ao seu redor, tornar-se alguém 
diferente, positivamente atraente. Afinal de contas, se você estiver 
estudando e dedicando-se ao que lhe dar prazer, por que ser uma 
 28 
pessoa negativa? Pessoas negativas são insatisfeitas, porque não 
se encontraram, estão sonhando o sonho de outras pessoas. 
 
Não imagine apenas seu empregador como um cliente que deseja 
comprar algo útil de você, como seu tempo por exemplo. Imagine 
também sua namorada(o), seus amigos e familiares como algo 
parecido e, logo menos você vai entender como funciona. As 
pessoas buscam resultados positivos... o tempo todo! Então, seja 
bom em conseguir resultados positivos. 
 
Você pode estudar sua matéria preferida e apenas estudar sua 
matéria preferida. Você pode jogar seu jogo favorito e apenas 
jogar seu jogo favorito. Pode fazer café forte ou fraco e apenas 
fazer um café forte ou fraco, porém você pode aproveitar cada 
atividade dessas, para desenvolver habilidades pessoais que iram 
se tornar sociais e utiliza-las numa série de outras atividades em 
sua vida, e esse é o ponto. 
 
Pense nisso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
 
Um Pouco Sobre Meu Capital 
Social. Dinheiro Traz Felicidade? 
“-Como vai você? 
-Improvisando como sempre. 
(Marcos Rodrigues) 
 
 
Nunca fui picado por aranha radioativa, nem meus pais foram 
assassinados por criminosos para que eu pudesse justificar uma 
máscara ou qualquer fantasia de super-herói. A verdade é que, 
durante o ensino médio, o mais mirabolante que fazia, como a 
maioria de nós nessa fase, era simplesmente existir de uma 
forma... simples! Nunca fui o mais popular. Meu maior superpoder 
na adolescência consistia em contar histórias. Adorava falar sobre 
os livros que lera e contar as histórias a meus amigos; 
consequentemente, falava muito, o que, com certeza, não me 
transformava em um bom comunicador mas me dava boas 
oportunidades para exercitar. Também não fui um nerd, ou seja, 
não integrava nem o time dos CDF, nem o dos populares; estava no 
meio, na massa de estudantes invisíveis que passam despercebidos 
pelos professores seja na graduação ou no ensino médio todos os 
anos. 
 
Nesse período, a maioria de nós acordávamos cedo, praticamente 
arrastados da cama pelos pais, o que não significava desamor, e 
sim o zelo de quem se preocupava com o futuro do filho. Eis aí o 
problema do zelo em excesso: criação de ruído demais, 
desnecessário: a escola, segundo minha mãe costumava 
aconselhar-me: 
 
 31 
 
Levante-se cedo. Arrume-se. Não chegue atrasado. Entre no carro 
e fique na escola, aí você vai aprender a ser alguém. Tire boas 
notas, você receberá uma educação de qualidade e poderá entrar 
em uma boa faculdade e, de preferência, na que não precisa ser 
paga; enquanto isso, a prenda uma ou duas línguas para conseguir 
ter o famoso diferencial competitivo. Submeta-se a estágios, para 
ganhar uma boa experiência e salário razoável, porque o 
importante nessa fase é adquirir experiência, pois, sem ela, você 
não terá nada. Depois de muito aprender, termine sua graduação e 
faça mais dois anos de pós-graduação ou, quem sabe? umMBA, 
caso seu pai ou sua mãe possam passar mais algumas horas sem 
dormir, para ganhar um pouco mais. Economia aqui, economia ali, 
quem sabe? sobre dinheiro suficiente para pagar sua pós-
graduação ou seu mestrado naquele país legal, fora do Brasil, isso 
se você não conseguir uma bolsa de estudos. Finalmente, quando 
você terminar, aí, sim, vai ganhar muito dinheiro e ser feliz, porque, 
filho, embora todos procurem a felicidade numa sociedade 
capitalista, a felicidade é material. 
 
Eu acreditava nisso porque era o que ouvia em todas as reuniões de 
família. Via meus pais, diariamente, saírem de casa de manhã cedo 
e só voltarem à noite, a fim de proporcionar a qualidade de vida a 
mim e a meu irmão que eles mesmos não tiveram na nossa idade. 
Assim, nossa tarefa era relativamente fácil comparada a deles: 
acordávamos cedo, corríamos para a escola, fazíamos o dever de 
casa, aprendíamos tudo o que nos passavam e frequentávamos o 
curso de inglês. Tudo isso no sentido de obter classificação no 
vestibular e entrar em boa faculdade. Então, repetiríamos, de 
forma prática, todo aquele discurso ouvido o tempo todo. No 
entanto, eu era o tipo do adolescente problemático, que só fazia o 
que queria. Irresponsável, respondão, nem um pouco tímido, 
 32 
extremamente falante e conversador. Só queria mesmo me 
divertir. E você? Não? Que pena! 
 
Aos 17 anos, concluí mediocremente o 2º grau, inclusive com 
reprovação por falta no 3º ano, porque, no meu entendimento, o 
que ensinava era bobagem não me serviria de nada. Essa razão 
pela qual cansei de saltar sobre o muro da escola, “matando aula”. 
Mas, enquanto isso, fazia um curso técnico em desenvolvimento 
de software e análise de sistemas ao qual não faltava, bem como 
me considerava um dos melhores alunos da turma. 
 
Nessa época, já estagiando em algumas empresas de tecnologia, 
comecei a perceber que, embora trabalhasse mais do que meu 
chefe, ele sempre ficava com a maior parte do lucro que 
conseguíamos com os projetos, e tudo o que eu aprendia na escola 
não me servia de absolutamente nada! Meu chefe, apesar de não 
saber muito de informática nem o que todos fazíamos, é quem 
ficava com o verdadeiro lucro, pois ele tinha algo que nós não 
tínhamos: os clientes. Além do mais, claro, responderia por toda 
aquela burocracia para manter a empresa em funcionamento e, 
enfim, ficava com as dores de cabeça. Durante os intervalos para o 
almoço, conversávamos sobre como captar clientes e quem sabe 
montar nosso próprio negócio, conversei com dois amigos, pedi 
demissão e procurei meios para iniciar meu primeiro 
empreendimento, pelo menos em teoria. A verdade é que, depois 
de pedir demissão, voltei a tocar violão, montei uma banda e entrei 
para o curso superior de ciências da computação, sem muito 
esforço. Concluída a graduação iniciei a pós-graduação porém, 
abandonei-a, o que, obviamente, quase enfartou meus pais. 
Decidi não mais estudar sobre computadores, queria algo mais. O 
dinheiro me trazia, sim, felicidade, mas só até certo ponto. 
Surpreendia-me, refletindo sobre a relação entre as pessoas. 
 33 
Então, resolvi tomar coragem de jogar tudo para o alto e 
recomeçar. Psicologia, essa foi a escolha. Meu pai achava na época 
que era essa formação destinava-se a pessoas que queriam morrer 
de fome ou ser perdedores sem futuro para viver à custa dos outros 
o resto da vida. De fato, existe um fundo de verdade nisso, mas, 
afinal de contas, nasci para fazer a diferença, pensava eu. No 
fundo, sabia que meu pai estava errado. Estudei mais um pouco e 
passei na melhor faculdade de psicologia da cidade, em último 
lugar e no período dos remanejados para o turno da tarde. Assim, 
aos 23 anos, comecei minha nova graduação a contra gosto de 
todos os amigos, parentes e pessoas que me conheciam como o 
nerdzinho da computação. 
Enquanto isso, primas e primos e, se não bastassem, meu irmão 
mais novo, já estavam iniciando suas especializações. Como ocorre 
em toda boa família, acabava sendo comparado com eles ou com 
qualquer outra pessoa da mesma idade que estivesse dando 
orgulho aos pais. Então, ouvia constantemente: “Gastei meu 
dinheiro com você e todo esse tempo jogado fora”; - era meu pai 
quando estava preocupado com alguma coisa ou com contas a 
pagar e eu o entendia. De qualquer forma na faculdade pela 
segunda vez, minha vida mudou não apenas quanto à escolha 
profissional mais principalmente quanto ao relacionamento com as 
pessoas e quanto aos caminhos que vislumbrei. 
E considero essa uma das melhores e mais difíceis decisões que 
tomei nessa vida. 
Embora as perspectivas de ganho financeiro - comparando-se com 
a realidade anterior como aluno de computação - fossem ridículas, 
agora, sentia-me realizado em ter seguido meu sonho e não ter 
ficado acomodado com medo de recomeçar. Aquela sensação de 
autorealização dinheiro nenhum no mundo poderia pagar! A 
verdade é que o dinheiro ajuda-nos a materializar nossos sonhos e 
 34 
a transformar nossas ideias em realidade, sempre vi essa força 
como uma facilitadora para que eu pudesse desenvolver 
competências sociais, gosto de ver o dinheiro como uma mulher 
bonita e atraente, que quanto mais você aprende a lidar com ela, 
menos você cai em seus encantos e cede a seus caprichos. 
Ela nos proporciona o poder de escolha, ajuda a abrir algumas 
portas e pode funcionar como ferramenta para resolver 
necessidades reais ou não, porém, nunca será a única solução 
possível para nos realizarmos. A fim de entender as outras 
soluções, convém compreendermos dois conceitos básicos: o 
primeiro concerne à sociedade de consumo e o segundo, à 
sociedade carente por atenção ou sociedade do espetáculo e a 
palavra chave para esse segundo ponto é entender a força que tem 
as pessoas que são boas em criar entretenimento a outras. 
Seja por meio de uma boa conversa, uma música, um blog, vlog ou 
qualquer coisa que sua imaginação permita. 
O que buscamos quando saímos para a balada? Quando ligamos a 
TV? Quando ligamos o computador? Quando saímos com nossos 
amigos? Namorada(o)? As compras? Porque um jogador de futebol 
ganha cem vezes mais que um professor universitário? 
Entretenimento, é ele que te mantém horas no facebook sem cansar 
e é pra ele que vai boa parte do seu orçamento mensal e tempo. 
Segundo a wikipédia, entretenimento é: o conjunto de atividades 
que o ser humano pratica sem outra utilidade senão o prazer. É o 
desvio do espírito para coisas diferentes das que o preocupam. 
Pode ser uma distração, um passatempo ou um desporto. 
Hora sabendo que, buscamos o prazer em tudo o que fazemos, 
porque não se tornar uma pessoa boa em criar entretenimento 
naquilo que estiver envolvido ou criando? 
 35 
Então ir ao barzinho se tornou mais do que ir apenas ao barzinho 
para beber com os amigos, pode ser além disso, assistir ao jogo 
preferido ou as lutas do UFC, afinal de contas, quanto mais 
entretenimento o ambiente tiver e você tiver acesso, mais prazer 
você tem, mais tempo ficará no ambiente e consequentemente 
mais dinheiro vai gastar. 
Vamos voltar um pouco, na época em que fazia o ensino técnico e 
a graduação em computação, aconteceu o BOOM da tecnologia, e 
os profissionais da área eram divididos em duas categorias, os 
estudantes de computação padrão e os melhores estudantes de 
computação que às vezes se intitulavam de hackers, eram bons em 
invadir sistemas operacionais e uma serie de outras habilidades 
que você pode encontrar facilmente numa busca rápida no google e 
não é tema deste livro, mas é importante, você entender, mais dois 
conceitos centrais, os de sistemas e o de invasão de sistemas. 
Vamos imaginar sistemas sociais com suas dinâmicas sociais. 
Imagine sua faculdade ou universidade por exemplo, como um 
sistema social com sua dinâmica social própria, existe todo um 
mundo de variáveisque se relacionam entre si num padrão que se 
repete ininterruptamente. Professores, graduandos veteranos, 
graduandos calouros, coordenadores, serventes dentre outros e 
seus espaços ou ambientes, sala de aula, sala da coordenação, 
biblioteca, lanchonetes, estacionamentos. Dentro de cada 
ambiente desses acontecem rotinas particulares, ou seja, existe 
uma dinâmica considerada normal e singular acontecendo naquele 
ambiente, por exemplo, você não estaciona seu carro dentro da 
sala de aula, da mesma forma que não assiste aula no 
estacionamento. Cada espaço desses contém um conjunto de 
regras, que as variáveis utilizam para coexistir de forma que todo o 
sistema funcione coerentemente nos horários pré-estabelecidos e 
dando os resultados esperados. 
 36 
Era dessa forma que via minha graduação de Psicologia, a 
pergunta que me fazia era: Como poderia hackear, aquele sistema 
educacional (social) e tirar o melhor proveito dele? 
Enquanto estudante de computação aprendera a programar o 
software para funcionar congruentemente e dar vida ao hardware, 
enquanto estudante de psicologia estava prestes a iniciar meu 
aprendizado em como programar o software (mente) para tirar o 
melhor desempenho do hardware (corpo). Como reconhecer, 
modificar e ajudar as pessoas a modificarem seus próprios 
softwares para versões melhores de si mesmas? (sistemas de 
crenças pessoais). Essas eram as metáforas que usava e foi dessa 
forma que esse livro surgiu, observar graduandos de sucesso e 
estudar a dinâmica social dentro das instituições de ensino 
superior, de modo que pudesse tirar o melhor proveito de minha 
graduação para promover meu planejamento de carreira baseado 
em metas pessoais. 
Enquanto estudante de tecnologia, aprendi as famosas linguagens 
de computação da época (C, C++, Delphi, Java, ASP, PHP dentre 
outras) para inserir dados e desenvolver softwares, enquanto 
estudante de psicologia, percebi a importância de se desenvolver 
uma comunicação interpessoal eficaz para inserir informações e 
aumentar meu poder de persuasão enquanto aprendia as teorias 
padrões da psicologia (Behaviorismo, Psicanálise, Gestalt, TCC 
dentre outras) , cada graduação tem sua linguagem própria, 
perceba qual faz sentido a sua formação e invista nela, porém 
independente disso, desenvolva sua comunicação inter-pessoal 
torne-se bom em lidar com pessoas. 
Pense nisso. 
 
 37 
Afinal de Contas, Ter Status é 
Realmente Importante? 
“Nunca é demais dizer obrigado. 
(Jeff Zucker, presidente da NBC 
Universal.) 
Certamente você, leitor, já deve ter visto ou ouvido falar alguma 
coisa sobre marketing pessoal. Por sua vez, a universidade nos 
seduz com a ideia de que a vida real é um oásis no qual o puro 
talento e bom curso são o suficiente. A atriz Meryl Streep, em 
entrevista, afirmou: “Pensei que a vida seria como a universidade, 
mas não é. É como o ensino médio”. Sim, a vida é como o ensino 
médio. De fato, as coisas que nos tornavam populares começam a 
ter novamente importância. O graduando competente e agradável 
atrairá muito mais colaboradores do que o brilhante, o nota 10, 
mas socialmente deficiente. Portanto, para adquirir status, antes 
de nos tornarmos profissionais, precisamos ser agradáveis àquelas 
pessoas com as quais nos sentimos bem. Sucesso hoje é muito 
mais uma questão que implica personalidade e comportamento do 
que necessariamente capital intelectual. 
 
O status é reflexo de atenção e, consequentemente, atração. E 
parece evidente que a mídia trabalha com esses conceitos o tempo 
todo. O produto mais vendido é aquele que gera no cliente o 
conceito de status e valor agregado à compra. As mídias televisivas 
precisam o tempo todo manter a atenção do consumidor a fim de 
vender seus produtos e criar “conexão”. Em nossa sociedade, o 
valor atribuído ao carro do ano, ao melhor celular, à melhor roupa é 
compartilhado com aqueles que se utilizam desses objetos, os 
quais conferem status social a determinado público. Ao mesmo 
 38 
tempo em que consumimos tais produtos, mesmo sem precisar 
deles, automaticamente atraímos a atenção de outros que 
desejam os mesmos objetos. É como atualizar seu perfil no 
facebook, constantemente, com fotos interessantes e frases de 
efeito que, no fundo, induzem as pessoas a acharem que você é 
aquilo, quando, na maioria das vezes, não é. 
 
Imaginemos que, no ambiente acadêmico (universitário), essa 
sociedade de consumo e carente por atenção está aí o tempo todo. 
O estudante que conseguir desenvolver habilidade para transitar 
em vários espaços, desde a sala dos professores até as salas de 
aula, com outros alunos de outros cursos, certamente estará 
expondo-se mais e, consequentemente, abrindo portas para a 
promoção de atividades inimagináveis. Quanto mais se tornar 
diferente e “especial” dentro desse espaço compartilhável com 
outros estudantes, professores e empresários em diversas 
atividades, geralmente, no mínimo, por dois anos, melhor para seu 
desempenho profissional, independente do curso escolhido. O 
ponto aqui é aprenda a investir no seu marketing pessoal; aprender 
a poupar e a investir em si mesmo; aprender a economizar e a 
estabelecer orçamento adequado a sua realidade. 
 
Para poupar, é preciso cortar o supérfluo. Mas o conceito de 
supérfluo é bastante relativo, porque ele que nos dá, de certa 
forma, a graça na vida. Ninguém sente prazer de pagar juros, 
atrasar um pagamento ao banco; porém conversar com os amigos 
após o término das aulas, no barzinho da esquina, sim! O dinheiro 
gasto com esse supérfluo é o objeto de desejo da maioria das 
empresas do prazer a curto prazo e da propagadora do “tenha 
status”. Por exemplo, você, algum dia, caro leitor, possuiu um 
celular simples que fazia basicamente a mesma coisa que o modelo 
mais moderno faz por um valor muito maior? Investimos no 
 39 
supérfluo, porque, além de nos trazer satisfação, gera status pelo 
poder do consumo. 
 
É bem verdade que, em nossa vida pessoal, não somos muito 
racionais. As emoções, muitas vezes sobrepõem à razão. A 
faculdade afetiva interfere nas decisões o tempo todo. Daí a 
diferença significativa entre querer e desejar algo. O desejo é 
dimensão inconsciente da subjetividade; é ele que move muitas 
decisões. Sabemos, por exemplo, que não devemos fazer algo, 
mas acabamos fazendo por desejar. Isso se sobrepõe à razão. Já 
querer refere-se à ordem consciente da subjetividade, requer 
responsabilidade. Assim, após avaliarmos se algo é realmente 
necessário, decidimos adquiri-lo ou não. O segredo não é evitar o 
desejo, mas pensar de forma responsável e consciente sobre o 
querer. 
 
Há muito de psicologia na gestão das finanças. E você, caro leitor, 
por acaso, duvida de que os sistemas bancários e as mídias de 
divulgação de serviços e produtos não sabem disso? Além de 
saberem, usam o tempo todo o conceito básico do marketing 
“atividade humana dirigida para satisfazer necessidades e desejos 
por meio de troca.” (Kotler) e dele abusam para atingir todos os 
públicos, sobretudo os jovens, que tendem a ser menos racionais, 
pelo menos em tese. Observamos o tempo todo o marketing 
superando a verdade e a vontade. 
 
A sociedade de consumo, carente de atenção, está diariamente 
ligada a isso. Entender o funcionamento do jogo social para 
aprender a lidar com essa sociedade é a regra de ouro. Você, leitor, 
só poderá jogar bem se souber como agir e como transformar tal 
realidade em algo a seu favor. Status é algo importante para nossa 
sociedade porque te permite acessar locais e ser visto de maneira 
diferenciada, esse status se conquista com resultados positivos 
 40 
dentro de sua área de atuação ou através de comportamento 
adequado. 
 
Pense nisso.41 
 
 
 
 42 
As Regras do Jogo 
“A forma mais significativa de 
diferenciar sua empresa da 
concorrência, a melhor forma de 
destacar você da multidão é realizar um 
trabalho excepcional com as 
informações. A maneira como você 
coleta, gerencia e utiliza as informações 
determina se você vai vencer ou perder. 
( Bill Gates, presidente da Microsoft.) 
 
Uma das dificuldades da maior parte das pessoas é implementar o 
que boa parte dos gurus das finanças ou “grandes jogadores” têm 
a dizer, como, por exemplo, Kiyosaki, escritor do best-seller Pai 
rico e pai pobre. Ele recomenda que as riquezas sejam acumuladas 
na forma de imóveis, invenções que gerem royalties. É fácil dar um 
conselho assim: “Em vez de ir trabalhar todo dia, compre uma 
padaria, coloque funcionários e um gerente e faça o dinheiro 
trabalhar para você”. Mas a distância entre as pequenas economias 
da classe média predominante e o capital necessário a fim de fazer 
grande investimento - comprar um imóvel ou alugá-lo para montar 
um negócio, por exemplo - é praticamente inviável. 
 
Vivemos numa verdadeira “matrix” social, processo que nos 
aprisiona e nos condiciona a ser o que somos. Ficamos sem 
alternativa, continuamos comparecendo ao emprego diariamente 
para pagar contas, investir em coisas fúteis e perpetuar o processo 
pessoal de limitação de riqueza. 
 
E, por trás de boa parte do discurso de estímulo ao 
empreendedorismo, da superação pessoal e das políticas públicas 
 43 
medíocres, existem verdadeiros truques de marketing e de 
psicologia, por meio dos quais somos educados durante a vida e, 
por intermédio da mídia, condicionados a manter, por exemplo, a 
classe média onde ela está. 
 
Vamos imaginar, por breve momento, que a vida é um jogo. 
Quando estamos envolvidos na luta diária da existência, tendemos 
a não considerar o fato de que há alegria em viver. Duvidamos da 
existência de algo como divertimento quando estamos 
trabalhando, por exemplo. É muito fácil ver um jogo em termos de 
futebol, mas não é fácil ver a vida como um jogo quando nos 
obrigam a levantar cedo, ganhar pouco e trabalhar muito. 
 
A vida, independente do seu tom, pode ser vista como um jogo, no 
qual os elementos da própria vida constituem os elementos desse 
jogo. Então, a eficiência em qualquer atividade poderia ser definida 
como a capacidade de jogar o jogo à nossa disposição; a 
ineficiência, ao contrário, a incapacidade de jogá-lo. Assim, a 
entrevista de emprego, a busca por notas boas na faculdade, os 
relacionamentos, a falta de educação financeira para os brasileiros, 
a falta de educação de qualidade, todos têm regras que exigem dos 
participantes habilidades específicas para vencer ou controlar a 
situação até o fim do embate. 
 
Todo jogo consiste basicamente de três elementos - liberdade, 
barreiras e propósitos - e nele sempre existe a necessidade de 
haver um oponente ou inimigo. Assim, é necessário o jogador 
manifestar singularidade suficiente para lidar com determinada 
situação e desenvolver um propósito para jogar, o que, exige 
oposição ou propósitos que impeçam sua realização, pois 
precisamos estar em relação de alteridade. Sempre existem os 
parceiros e os concorrentes, todos com o mesmo objetivo: ganhar. 
 
 44 
Num jogo, o oponente atua como fator descontrolador; se não, 
saberíamos exatamente como o iria desenrolar-se e acabar. E isso 
não seria jogo nenhum! Se uma equipe de futebol fosse 
completamente capaz de controlar a outra equipe, não haveria 
jogo ou competição. O detalhe importante aqui é: abra seus olhos 
e comece a questionar “Quais são as regras do jogo que estamos 
dispostos a jogar? Como podemos nos dar bem? O que é preciso 
fazer? Quem está jogando também? Como os outros jogam? 
Quem é o melhor jogador? Podemos modelar o comportamento 
dele? Como? O jogador mais experiente pode nos ensinar? Os 
jogadores trapaceiam? Se sim, como trapaceiam? Existe a carta 
saída livre da prisão”? Se sim, como conseguir?” 
 
Quando estamos prestes a participar de um novo jogo, temos duas 
opções: aprender com um jogador mais experiente ou aprender 
lendo o manual do jogador. Meu jogo, por exemplo, é me tornar 
um dos psicólogos mais influentes de minha geração. Então, quem 
são os melhores jogadores ou onde conseguir os melhores manuais 
para aprendê-lo? Existem cursos de qualificação que podem 
ensinar-me a jogar melhor ou me proporcionar cartas na manga? 
Posso aliar-me a outros jogadores e fazer parcerias? 
Outro detalhe importante é que, em nossa sociedade, o fato de 
não haver tempo disponível dá certo ar de importância aos 
jogadores, porque criamos a ideia de que, se temos tempo, isso 
não é suficientemente interessante. Então é preciso mesmo 
trabalhar muito e ganhar muito, a fim de conquistar independência 
financeira, pra fazer sobrar tempo. As regras são simples. A 
maioria das pessoas, no Brasil e no mundo, levanta-se cedo em 
busca da tão sonhada independência financeira ou da realização 
pessoal - ou você tem isso, ou está fora. É essa a máxima que 
escutamos e pela qual somos bombardeados a todo momento. 
 45 
Vivemos num clima de tensão de desemprego, que termina, de 
certa forma, assustando-nos, estressando-nos, criando mal-estar 
não só naqueles que estão fora do mercado como também nos que 
já estão dentro. O desemprego faz os menos preparados 
submeterem-se a trabalhos medíocres, ganhando pouco, e em 
alguns casos, a humilhações. Esse é um dos preços que paga por 
não saber jogar adequadamente ( querendo ou não, sabendo ou 
não). 
 
A palavra trabalho vem do latim, tri palium, “três paus”, que é um 
instrumento de tortura. O sistema dominante fez do trabalho seu 
principal valor. Nós, os escravos sociais, devemos trabalhar cada 
vez mais para pagar a crédito nossa vida, que, na maioria das 
vezes, é sem graça e a prazo. Esgotamo-nos no trabalho, 
perdemos com ele a maior parte de nossa força vital e caímos na 
ciranda do consumo: trabalhar para consumir. Nosso desejo de ter 
produtos e serviços cada vez mais caros - carros do ano, celular da 
moda, roupa de marca, dentre outros - vai aumentando 
gradativamente. 
 
O sistema entende a regra do jogo tão bem, que, no sentido de 
manter tudo funcionando capitalisticamente oferece até a forma 
de pensar pronta, ou seja, não precisamos pensar por nós mesmos, 
porque a persuasão propagandística nos diz: “Compre a prazo e 
use cartões de crédito”. Encontramos em canais de televisão 
aberta o que devemos vestir, comer; como nos devemos 
comportar; e o principal: a sugestão subliminar de que devemos 
aceitar tudo, não reclamar de nada, ser passivo, obedecer sem 
reclamar. 
 
Ainda quanto ao desemprego, o que dizer da situação financeira 
dos estudantes no Brasil? Você, leitor, já percebeu a dificuldade de 
encontrar um espaço no mercado de trabalho, razão pela qual o 
 46 
estudante precisa aprender a desenvolver, independentemente do 
curso, comportamento empreendedor, já que a maioria dos 
estudantes acredita no velho paradigma do mito do sucesso: 
apenas só depois de concluir cursos exaustivos de graduação, de 
falar fluentemente várias línguas e terminar uma pós-graduação, 
aquele jovem poderá realmente ganhar dinheiro. Na verdade, 
porém, a graduação vai acabando e a angustia vai aumentando. 
Entretanto, enquanto alguns graduandos aguardam a conclusão 
desse ciclo, existem outros que ainda no inicio da graduação 
ganham muito mais dinheiro e reconhecimento por meio de seus 
próprios projetos. Conheço vários graduandos que, ainda na 
faculdade, conseguiram mudar sua realidade em curto espaço de 
tempo, por meio de ideias e de ações próprias. Acredite em você 
mesmo e faça diferente. Se tiver tênis surrado, calça jeans rasgada 
e uma ideia brilhante, poderá tornar-se o “cara”. 
 
Uma outra estratégia no jogo da vida largamente utilizada pelogoverno e empresas é o FALSO paradigma da empregabilidade. É 
muito comum escutarmos coisas assim: “Se fulaninho que era 
pobre, miserável, saiu de onde saiu e hoje ganha milhões, você 
também pode”. Certo? Errado. Esse argumento tenta esconder a 
triste realidade mundial, no qual governos corruptos não 
promovem condições de educação, saneamento básico, condições 
mínimas de existência entre todas as classes sociais, por exemplo. 
E aí nos iludimos quando, no universo de um milhão de pessoas, 
uma consegue se dar bem. Dessa forma o governo transfere para 
você, cidadão que paga impostos altíssimos, total responsabilidade 
pelo sucesso ou fracasso de sua vida, quando, na verdade, o 
governo é quem deve exercer o papel fundamental no que tange a 
disponibilizar oportunidades para todos de forma justa. 
O mesmo acontece dentro das empresas, quando se transfere toda 
a responsabilidade aos funcionários pelo sucesso ou fracasso em 
suas carreiras profissionais. Como se percebe, é necessário termos 
 47 
um olhar amplo, afinal tal questão compete a ambos: governo e 
cidadão. 
 
Ao cidadão cabe criar e aproveitar, da melhor forma possível, todo 
seu potencial; ao governo compete criar condições favoráveis ao 
aperfeiçoamento e à criação de oportunidades legítimas. Portanto, 
devemos exigir de nossos respectivos representantes políticos 
projetos e investimentos adequados à realidade de nossa cidade. 
Quando certos líderes nos ensinam a não nos rebelarmos ou não 
reinvidicarmos um direito, a não exigir, estão recorrendo a 
mecanismos que o sistema usa para manter o jogo sempre a favor 
de uma minoria que continua ditando as regras. A propósito disso, 
quantos colegas e amigos estão estagiando de forma irregular, 
mas aceitam essa situação calados, coniventes, porque parece ser 
a única oportunidade ou alternativa de se manterem empregados? 
 
Enquanto isso, infelizmente a maioria das IES (instituições de 
ensino superior) ainda não mostraram a importância da 
multidisciplinaridade aos estudantes e do desenvolvimento de 
habilidades empreendedoras. Então cabe aos próprios estudantes 
saírem de sua zona de conforto e decidir o que deseja. No geral, o 
que se chama de empreendedorismo não passa de uma disciplina 
na qual se aprende a elaborar plano de negócios, o que, no final das 
contas, é o menos importante. Na verdade, você tem aula de 
negócios com professores que nunca tiveram um empreendimento 
na vida - pessoas teóricas dando aulas para uma realidade prática, 
que é bem diferente. Se você não tiver uma ideia interessante nem 
comportamento agregador, o melhor plano de negócios do mundo 
não irá levá-lo ao outro lado da esquina. E mais: a maioria das IES 
entende que o empreendedorismo se restringe a alunos de 
administração ou de engenharia, porque esquece, como já 
discutimos, que existe o intraempreendedor, o novo perfil 
 48 
comportamental dos empregados, ou o empreendedor de 
carreira. 
 
A maioria dos calouros entram nas faculdades cheios de sonhos e 
sem informação suficiente sobre os cursos; então, argumentos 
como “Não gostei do curso”, “Vou trocar”, ou “Pensei que fosse A e 
é B” são comumente ouvidos. Esse é o comportamento típico do 
estudante padrão, contaminado com o antigo paradigma do “Tire 
notas boas e você será alguém”. É como o jogador que pede dicas a 
outros jogadores medíocres e despreparados. E o tempo vai 
passando, chega-se ao término do curso e a maioria se dá conta de 
que não fez nada ou não fez o suficiente - o professor finge que 
ensina e o estudante finge que aprende. 
 
Além do mais, boa parte dos professores adota métodos de ensino 
ultrapassados, são péssimos jogadores. Quantas vezes 
encontramos aquele professor poço de conhecimento, mas que 
não sabe ministrar a aula? 
 
Nossa geração não mais aceita o costumeiro “café com leite”, só 
aula não basta. O desafio da empregabilidade atinge todas as 
classes sociais, ao mesmo tempo, muitas pessoas sentem que 
podem fazer mais e percebem a necessidade pulsante de 
transformação pessoal. Essas vão entender melhor as regras do 
jogo, a importância de afinar seus instrumentos constantemente. 
 
Ser bem-sucedido, depois de formado, conforme a imagem 
culturalmente vigente, é quase obrigação de todo graduando, 
embora isso não corresponda à realidade, o que gera sentimento 
de frustração na maioria dos estudantes. O desafio e o diferencial 
consistem em o estudante procurar dar-se bem ainda na condição 
de estudante, comportando-se como profissional - DENTRO DO 
MERCADO DE TRABALHO, porque é dentro dele e fora das 
 49 
universidades que ele encontrará a maioria dos melhores 
jogadores para trocar experiências e aprender jogadas mais 
interessantes. 
 
Desenvolver status e adquirir capital social e intelectual são 
inegociáveis para o sucesso profissional nesta sociedade de 
conceitos e valores distorcidos. Por que um jogador de futebol 
ganha cem vezes mais que professores graduados com mestrado, 
doutorado e pós-doutorado? Isso acontece porque ele tem maior 
habilidade de criar atração e status sobre si mesmo, ao mesmo 
tempo em que gera entretenimento. Em outras palavras o jogo do 
jogador de futebol cria mais entretenimento e atrai mais atenção 
do que o jogo do professor pós-doutor na maioria dos casos. 
 
No curso de oratória que ministro, destaco quatro pilares básicos 
para qualquer apresentação, comunicação ou abordagem eficaz: 
entretenimento, ensinamento, informação e motivação. Mais de 
90% dos professores fazem uso apenas de informação, nas aulas e 
apresentações em sala, em geral, focalizam-se o ensinar e o 
informar despreza-se o motivar e o entreter, diferenciais de 
qualquer bom comunicador. Essa é uma razão por que aprender 
através da Internet se torna, por vezes, muito mais interessante do 
que assistir à maioria das aulas. Gerar entretenimento é a principal 
característica procurada pelos serviços de Internet e a mídia de 
uma forma geral. Informar e ensinar com motivação e 
entretenimento criam seguidores e fidelizam clientes. 
 
Hoje se fala muito em inovação. Sempre que ouço alguém falando 
sobre esse tema, questiono-me: como inovar? Saber que 
precisamos inovar é a modinha do momento. O desafio é ensinar o 
real conceito de inovação ou recriar produtos e serviços, a famosa 
destruição criativa que o empreendedorismo clássico tanto 
defende. Para criar, é necessário estar informado sobre o que se 
 50 
deseja mudar; estar de olhos abertos a novos modelos e, 
sobretudo, estar inconformado com a realidade vigente. Pessoas 
conformadas não inovam, porque a realidade momentânea lhes 
satisfazem. Mas, como querer uma geração inovadora, se somos 
educados a todo momento para SERMOS JUSTAMENTE 
CONFORMADOS? Quer inovar? Então coloque, caro leitor, um 
pouco de inconformismo no seu repertório, é impossível ser 
inovador e conformista ao mesmo tempo. Você terá que escolher... 
 
Embora a criatividade seja uma habilidade extremamente 
importante, pouco se fala nos ambientes acadêmicos, as ementas 
de alguns cursos de graduação são medíocres, limitantes e 
desestimulantes. Sendo assim, por que as IES não investem nos 
estudantes, em cursos de extensão no sentido de promover 
habilidades quanto à empregabilidade, liderança, negociação, a 
vendas, à comunicação e a tantos outros temas importantes para 
qualquer graduação? Devo as minhas conquistas pessoais 80% não 
às disciplinas do curso, mas justamente àquelas que procurei fora 
do espaço acadêmico. 
 
Se você, leitor, cursar dois, três ou quatro anos de uma graduação 
qualquer e, ao final, perceber que não seria aquilo que gostaria de 
seguir, quem será o maior beneficiado: você ou a instituição, que 
faz parte desse conceito “excelente” de educação no Brasil? Como 
em todo bom jogo, o fator sorte também é condição importante 
para a vitória ou derrota de qualquer player, porém,no jogo do 
mercado de trabalho, quanto mais preparado você estiver, mais 
você terá. Informação de qualidade lhe poupa dinheiro e tempo. 
 
Pense nisso. 
 
 
 
 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 52 
Jogando o Jogo 
“O patrimônio de uma empresa 
desce pelo elevador cada noite. 
(Faifax Cone, publicitário.) 
 
 
 
 
Educação, na verdade, é um negócio lucrativo, e você precisa 
aprender a tirar proveito dele. Observe como o número de 
faculdades particulares tem aumentado consideravelmente, em 
todo canto do pais. Concorrentes entre si, precisam, a todo 
instante, criar diferenças competitivas a fim de, mais uma vez, 
gerar atração e entretenimento ou motivar e entreter bem como 
manter o estudante matriculado. Mas é esse estudante que vai dar 
o reflexo real da qualidade do serviço oferecido por determinada 
faculdade, ou seja, quanto mais estudantes brilhantes, mais 
sucesso ela terá. 
 
Caiu a ficha? Ainda não? Então, vamos lá! Exemplo simples: 
quantos amigos seus estudantes do 2º grau passaram no vestibular 
de faculdades públicas, com as melhores notas e rapidamente a 
escola ou o cursinho tratou de tirar sua foto, fazer entrevistas com 
eles e aplicar sua imagem em outdoors, panfletos ou cartazes? 
Com a faculdade é a mesma coisa. Fato: o garoto-propaganda da 
faculdade A, B ou C é o próprio estudante de sucesso que ali está 
matriculado. 
 
Conheço vários casos de alunos que obtiveram o 1º lugar em algum 
concurso, ou em campeonato de conhecimento, por isso foram 
convidados por faculdades particulares a estudar em seu campus, 
de graça ou com um belo desconto. Você duvida disso? Então, se 
 53 
você estuda em IES particular, procure saber qual a forma de 
pagamento dos alunos-estrela. Se não pagam menos do que a 
maioria, não estão sabendo utilizar seu status de forma rentável; se 
ainda pagam os 100% referentes à mensalidade, está na hora de 
começar a pensar “fora da caixa”. Então, se você é um ótimo 
estudante, com um diferencial no mercado de trabalho em relação 
aos outros, escolha onde quer estudar e quanto vai pagar à 
instituição para tê-lo ai dentro. A ideia é ser patrocinado por ela 
para agregar valor a sua estrutura acadêmica tal qual os esportistas 
fazem com empresas de produtos esportivos. Caiu a ficha? É o 
graduando que forma a faculdade ou a faculdade que forma o 
graduando? Depende do graduando... e da faculdade. 
 
Para o graduando “fazer” a faculdade, precisará ser diferente. 
Harvard, por exemplo, é altamente conceituada, porque, um dia, 
um professor universitário, que tinha sido um aluno habilidoso, 
juntou outros professores habilidosos e resolveram fundar uma 
universidade onde só entrariam estudantes com potencial de 
dominar, persuadir e influenciar outros. Mas, aqui no Brasil, a 
história é diferente: um professor habilidoso ou não, convida 
outros professores, com algumas habilidades ou não, para criar 
faculdade ou cursinho particular a fim de ensinar pessoas a 
continuar sendo controladas, formar o velho e bom empregado, 
porque sabem que a educação no Brasil é um negócio rentável. Já 
viu, como se processa a seleção de estudantes em boa parte das 
IES particulares? Vestibular agendado ou vestibular na HORA! Já 
observou o mercado lucrativo dos cursinhos preparatórios para 
concursos? Eles ganham muito dinheiro, alimentando o sonho da 
tão amada e idolatrada segurança financeira prometida pelos 
concursos públicos. 
 
Então, para tornar determinada instituição mais atraente, tentam 
agregar a seu serviço valores e conceitos. Você já ouviu falar sobre 
 54 
cursos a distância, a famosa EAD? Fórmula mágica para se ganhar 
muito, investindo pouco. A massa estudantil não absorvida pelas 
IES públicas busca as particulares e começa o desafio da escolha 
face à grande diversidade. Qual o critério de seleção? Qual 
faculdade particular seguir? A mais perto de casa (comodidade)? A 
com melhor conceito no mercado (status)? Ou a mais adequada a 
sua condição financeira (valor das mensalidades)? 
 
A melhor faculdade particular é aquela que consegue agregar boa 
localização a bom conceito, que tem professores capacitados e 
oferecer condições de pagamento flexíveis. Já percebeu a 
quantidade de IES que estão mudando para o modelo Escola de 
Negócios? Trata-se da tentativa de atrair mais alunos, prometendo 
estágios e empregos garantidos no mundo dos negócios (ri alto 
quando escrevi isso). Daí, a estratégia secundária será captar os 
alunos talentosos e se possível, os líderes associativos. Isso porque 
que onde há um aluno com o diferencial, existem outros, pelo 
menos teoricamente, formadores de opiniões, que conseguem 
levar para sua faculdade amigos e colegas que admiram suas 
realizações e, frequentemente, colocam o mérito na instituição de 
ensino, embora essa tenha contribuído muito pouco. 
 
Assim, o graduando não poderá ser apenas mais um no meio do 
campus de sua universidade ou faculdade; precisará tornar-se 
alguém e deixar claro, por meio de atitudes, de palavras e de 
projetos, o motivo por que veio e onde quer chegar. Portanto, se 
ainda não sabe a resposta para tais questões, deve começar a 
procurá-la, porque esse é o primeiro passo a dar, no sentido de 
gerar atitudes reais. Se você não sabe para onde quer ir, qualquer 
caminho dará em qualquer lugar e isso não o fará ser alguém. 
 
Alice no país das maravilhas aprendeu este conceito básico: 
direção, saber para onde se deseja ir. Não saber aonde se quer 
 55 
chegar não é o caminho para um bom graduando que deseja 
empreender em sua carreira. Então, é preciso tornar-se um 
observador ativo e entender o conceito central a fim de poder 
visualizar as oportunidades ou criá-las. Qual tema você defende? O 
que faz você levantar pela manhã? Que tema faz seus olhos 
brilharem quando você fala sobre ele? O que o medo te impede de 
fazer? 
 
No contexto do aluno de mente mediana e da universidade 
contemporânea, toda liberdade de pensar e de criar é 
inadvertidamente reprimida, tornando os alunos meros 
participantes passivos ou, pior, instrumentos a desempenhar 
meras funções nos sistemas de entretenimento bem parecidas 
com o papel de algumas mulheres bonitas em nossa sociedade: 
entreter homens mais velhos com dinheiro. Em vez de agentes de 
transformação social e seres ativos no processo da aprendizagem 
criativa, tornam-se meros repetidores de conhecimentos perfil 
inaceitável em qualquer período de graduação. Pense em seus 
professores como POSSÍVEIS caminhos de sucesso. Existe uma 
infinidade de outros. 
 
Antes de prosseguir a leitura, tente responder à pergunta: Como 
estarei em minha área de atuação daqui a três anos se continuar 
fazendo o que faço? 
 
Pense nisso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 56 
 
 
 
 
 57 
A Dinâmica Social e o Erro como 
Ponto de Partida 
“Comandantes fracassados dão ordens e depois 
retornam ao seu jogo de cartas no quartel-general. 
Eles acreditam que o simples ato de dar uma 
ordem fará com que tudo se arranje e que a 
batalha esteja ganha. Eles esperam que tudo 
ocorra exatamente de acordo com seus planos. 
Isso é tão irreal quanto estúpido. Um comandante 
de sucesso dá uma ordem e depois se certifica de 
que, além de ser cumprida, ela está gerando 
resultados planejados. Se as coisas derem errado 
ou a situação mudar, o comandante logo saberá e 
poderá reagir dando novas orientações. Não tire 
conclusões precipitadas nem pressuponha nada. 
Faça o acompanhamento de tudo. 
( General George S. Patton) 
Todos nós precisamos nos alimentar, respirar e descansar para 
sobreviver; porém a forma de fazer tudo isso difere de uma pessoa 
para outra. Buscamos no espaço de vida, ou como vou chamar ao 
longo deste manual, no campo, a cidade em que está a faculdade e 
seus respectivos cenários ou sets, como fila

Outros materiais