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OPORTUNISTAS: Algumas espécies adquiriram nos últimos anos considerável importância médica por serem parasitas oportunistas, que se tornam altamente patogênicos em pacientes com imunodepressão. Doenças oportunistas São aquelas causadas por microrganismos que vivem no meio ambiente ou como membros da microbiota residente no organismo humano sendo não patogênico ou pouco patogênico, mas que se tornam causa de doença grave quando ocorre qualquer Isto pode ocorrer por: 1. Alterações dos mecanismos de defesa celulares ou humorais: Imunodeficiências, tratamento imunossupressor de neoplasias (radiação), AIDS. 2. Uso de corticosteroide em doses elevadas ou por tempo prolongado: inibem a imunidade celular. 3. Tratamentos antimicrobianos de amplo espectro: alteram a microbiota. 4. Drogas citotóxicas: causam depressão da imunidade celular. PANDEMIA DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA: 1982- Aparece o primeiro relato de pneumonia por Pneumocystis carinii em jovens, até então este agente só aparecia ligado à pneumonia em idosos e imunodeprimidos. - Desde então está freqüentemente associada à Síndrome de imunodeficiência adquirida; 80-90% dos aidéticos contraem pneumonia por Pneumocystis sendo uma das principais causa de morte (40%) dos pacientes com AIDS nos EUA. A AIDS é uma doença retroviral caracterizada por imunossupressão profunda que leva a infecções oportunistas, neoplasias secundárias e manifestações neurológicas. - A infecção se faz pela penetração do HIV no organismo através de mucosas ou diretamente pela introdução de sangue. O contato de material contaminado com a pele ou mucosas íntegras parece não produzir a infecção. Sangue e esperma são os produtos mais frequentemente infectantes (nos quais existem vírus livres e células infectadas), mas é duvidosa a existência do vírus em secreções exócrinas como saliva ou leite. Contato sexual, transfusões de sangue contaminado e uso de drogas injetáveis são as formas mais comuns de transmissão do vírus. - Ciclo de vida do HIV: a) Infecção das células pelo HIV: o HIV infecta células pelo uso da molécula CD4 como receptor e vários receptores de quimiocinas. A necessidade de ligação a CD4 explica o tropismo seletivo do vírus por LysT CD4+ e outras células CD4+ (microglia do sistema nervoso central, as células dendríticas foliculares dos linfonodos, monócitos/macrófagos e as células de Langerhans da pele); b) Replicação viral: uma vez incorporado, o genoma do RNA do vírus sofre transcrição reversa, levando à síntese de DNA complementar com dupla fita. Nos LysT que estão dividindo-se, o DNA pode entrar no núcleo e integrar-se ao genoma do hospedeiro. Depois desta integração o provírus pode ficar em silêncio por meses ou anos, em uma forma de infecção latente. Alternativamente, o DNA proviral pode ser transcrito , com a formação de partículas virais que brotam da membrana celular. Tal infecção produtiva, quando associada a extenso brotamento viral, leva à morte das células infectadas; A finalização do ciclo de vida viral em células infectadas latentes ocorre somente depois da ativação celular e, no caso da maioria dos LysT CD4+, a ativação resulta em lise celular. - A destruição dos CD4 reduz uma fonte de estímulos ativadores para linfócito B, macrófagos e outros membros do sistema imunológico, causando desequilíbrio funcional, o que permite o desenvolvimento dos agentes de infecções oportunistas. Estes então proliferam e se tornam muito virulentos. - Na maioria dos casos, na ausência de tratamento, tem-se evolução para AIDS após uma fase crônica de sete a dez anos. Dados estatísticos: A mortalidade relacionada com esta infecção aumentou progressivamente ao longo dos anos de tal modo que, em 1993, era a 1ª causa de morte nos americanos na faixa etária dos 25-44 anos. Desde sua descoberta, a AIDS foi responsável por mais de 25 milhões de mortes em todo o mundo, Hoje 40 milhões de pessoas vivem com o vírus. Somente no ano de 2005 foram diagnosticados 4,9 milhões de novos casos de HIV, sendo que 3,1 milhões de mortes, segundo levantamento do Programa Conjunto das Nações Unidas para a AIDS (UNAIDS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), apresentado em Genebra – Suíça, dezembro de 2005. Os dados do Boletim Epidemiológico AIDS/DST 2008 mostram que, de 1980 a junho de 2008*, foram registrados 506.499 casos de AIDS no Brasil. Durante esses anos, 205.409 mortes ocorreram em decorrência da doença. A epidemia no país é considerada estável. A média de casos anual entre 2000 e 2006 é de 35.384. Em relação ao HIV, a estimativa é de que existam 630 mil pessoas infectadas. No Brasil: a região Sudeste é a que tem o maior percentual de notificações – 60,4% – ou seja, 305.725 casos. O Sul concentra 18,9% (95.552), o Nordeste 11,5% (58.348), o Centro-Oeste 5,7% (28.719) e o Norte 3,6% (18.155). A região Sul segue a tendência de estabilização do país, porém em patamares elevados – a cada 100 mil habitantes em 2000, existiam 26,3 casos. Em 2006, a taxa passou para 27,6. No Sudeste, há discreta queda: de 24,4 em 2000 para 19,9 em 2007. No Centro- Oeste, essa queda se apresenta a partir de 2003. Eram 21,3 casos a cada 100 mil habitantes em 2003 e 15,1 em 2007. Há discreto aumento da taxa de incidência no Nordeste e mais acentuado no Norte. No primeiro, o índice subiu de 6,9 para 10,8 de 2000 para 2007. E de 6,8 para 15,2 no Norte. Distribuição dos casos de AIDS segundo a categoria de exposição no período de 1980 a 2003*. ruptura das defesas naturais. HIV e AIDS HIV-1 e HIV-2 Em 1983 isolou-se o HIV-1; Em 1985 isolou-se o HIV-2; Homologia genética de aproximadamente 40- 45%; O vírus HIV-1 encontra-se atualmente disseminado em todos os continentes do globo. Já o vírus HIV-2 possui distribuição geográfica por ora mais limitada e restrita a países da África Ocidental; ÓRGÃO PRINCIPAIS AGENTES DOENÇAS Principais sinais e sintomas associados à infecção aguda pelo HIV (%) Febre 80-90 Fadiga 70-90 Exantema 40-80 Cefaleia 32-70 Linfadenopatia 40-70 Faringite 50-70 Mialgia e/ou Atralgia 50-70 Náusea, Vômito e/ou Diarréia 30-60 Suores Noturnos 50 Meningite Asséptica 24 Úlceras Orais 10-20 Úlceras Genitais 5-15 Trombocitopenia 45 Linfopenia 40 Elevação dos níveis séricos de enzimas hepáticas 21 Fase sintomática inicial Sudorese noturna Fadiga Emagrecimento Diarréia (Salmonella sp, Shigella sp, Campylobacter sp, G.lamblia, Entamoeba histolytica, adenovírus, rotavírus) Sinusopatias (Streptococus pneumoniae, Moraxella catarrhalis e H. influenzae) Candidíase Oral e Vaginal (Candida albicans, C. tropicalis, C. parapsilosis) Leucoplasia Pilosa Oral Gengivite Úlceras Aftosas Herpes Simples Recorrente Herpes Zoster Trombocitopenia (número de plaquetas < 100.000/mm3). A doença progride para a fase final, e, invariavelmente, fatal, chamada AIDS quando a contagem de TDC4+ está abaixo de 200 células/mm3. Os pacientes com AIDS sofrem de uma combinação de infecções oportunistas, neoplasias, caquexia, IR e degeneração do SNC. Como as células T auxiliares CD4+ são essenciais para as respostas imunes celular e humoral contra diversos microrganismos, sua perda é a principal razão da suscetibilidade dos pacientes com AIDS a diversos tipos de infecção. • Infecções oportunistas bactérias, fungos, vírus, protozoários • Neoplasias pouco comuns Sarcoma de Kaposi, câncer cervical • Alterações neurológicas encefalopatias, demênciaSarcoma de Kaposi; Linfoma; Câncer invasivo de colo uterino; Pneumocystis carini Mycobacterium tuberculosis Outras micobactérias PNEUMONIA Crytococcus neoformans Toxoplasma gondii MENINGITE MENINGOENCEFALITE CEREBRITE Crytosporidium Isospora Salmonela Shiguela Candida albicans Outras cândidas Citomegalovirus ESOFAGITE ENTEROCOLITE PROCTITE INFECÇÕES OPORTUNISTAS Citomegalovirose, Herpes simples, Herpes zoster Tuberculose e complexo Mycobacterium aviumintracellulare ; Pneumonias (S. pneumoniae); Salmonelose. Pneumocistose; Candidíase; Criptococose; Histoplasmose -Toxoplasmose -Criptosporidiose -Isosporíase No Brasil as mais comuns são candidíase, pneumocistose pulmonar, tuberculose e toxoplasmose cerebral. Bactérias Fungos Vírus Protozoários NEOPLASIAS O uso da terapia HAART e a generalização quimioprofilaxias levaram a uma redução apreciável do número de algumas infecções oportunistas. HAART (Highly active antiretroviral Treatment): A associação de duas ou mais drogas para o tratamento anti-retroviral demonstram uma melhor resposta, comparado com a monoterapia; Os pacientes terão que fazer uso dos antirretrovirais por toda a vida; Dois INTR(inibidores da transcriptase reversa) com um IP (inibidor de protease) se tornou a terapia padrão da década de 90 até os dias de hoje; Falha terapêutica A falha de um esquema anti-retroviral é definida como a ocorrência de deterioração clínica e/ou piora dos parâmetros laboratoriais imunológico e/ou virológico: A ocorrência de infecção oportunista é, na maior parte das vezes, indicador de falha terapêutica A elevação da carga viral (maior que 0,5 log ou três vezes o valor inicial) e/ou redução significativa da contagem de linfócitos T-CD4+ (maior que 25% no valor absoluto e/ou no valor percentual). Muitas vezes não se tem as duas situações; Classificado hoje como um fungo. Os trofozoítos apresentam-se como pequenos corpos arredondados, unicelulares envolvidos por uma membrana da qual ficam separados por um espaço mucoso. No interior desta membrana o parasito multiplica-se por divisão binária formando cistos com 8 núcleos e depois 8 células . Transmissão: Contato direto com o infectado ou pelo ar. Sintomatologia: aparece bruscamente com ou sem febre, anorexia, tosse não produtiva, dor abdominal e dificuldade respiratória. Epidemiologia e profilaxia: tem sido encontrado como habitante não patogênico das vias respiratórias de vários roedores, cães e gatos, assim como ovelhas, cabras e macacos. Distribuição geográfica universal. Diagnóstico: Raio X de Tórax com infiltrado intersticial difuso bilateral. Diagnostico laboratorial pelo encontro do parasita em lavado broncoalveolar e escarro. Tratamento: - Sulfametoxazol-trimetropim(SMZ-TMP) - Clindamicina+primaquina ou - Pirimetamina(alternativa) - Prednisona Em imunodeficientes causa encefalite e morte (25%pacientes aidéticos desenvolvem encefalite toxoplásmica). Diagnóstico: Radiológico: ressonância magnética Laboratorial: LCR com taquizoitos Sorológico: Elisa para toxoplasmose (IgG) Tratamento: Sulfadiazina + Pirimetamina+ Dapsona Paciente HIV+: - Fazer teste IgG para toxoplasmose: Positivo fazer quimioprofilaxia (Sulfadiazina+Pirimetamina) quando CD4<100 céls. Negativo fazer orientação profilática (alimentação, gatos) e se CD<100céls fazer quimioprofilaxia primaria (SMZ-TMP). Morfologia: esse parasito desenvolve-se, preferencialmente nas microvilosidades de células epiteliais do GI, mas pode localizar-se em outras partes, como parênquima pulmonar, vesícula biliar, dutos pancreáticos, esôfago e faringe. IMUNODEFICIÊNCIA MODERADA Perda de peso > 10% do peso corporal Diarreia crônica sem etiologia definida, com duração de mais de 1 mês Febre prolongada sem etiologia definida (intermitente ou constante), por mais de 1 mês Candidíase oral Candidíase vaginal recorrente Tuberculose pulmonar no último ano Herpes zoster. Infecções recorrentes do trato respiratório (pneumonia sinusite) IMUNODEFICIÊNCIA GRAVE Pneumonia por Pneumocystis carinii Toxoplasma cerebral Criptosporidíase com diarréia persistente, por mais de 1 mês. Infecção pelo herpes vírus, com acometimento mucocutâneo por mais de 1 mês, ou visceral de qualquer duração Candidíase do esôfago, traquéia, brônquios ou pulmões, Terapia HAART Toxoplasma gondii Pneumocystis jirovecci Cryptosporidium sp. O parasito apresenta diferentes formas estruturais que podem ser encontradas nos tecidos (formas endógenas), nas fezes, e no meio ambiente. OOCISTOS: são pequenos, esféricos ou ovoides; contêm 4 esporozoítos livres em seu interior quando eliminados nas fezes. Não há presença de esporocistos. Ciclo blológico: é monoxênico; inclui um processo de multiplicação assexuada (merogonia), com ocorrência de duas gerações de merontes (merontes tipo I – que produzem 8 merozoítos e merontes tipo II – que produzem 4 merozoítos), e outro de reprodução sexuada (gametogonia) com formação de macro e microgamestas que após a fecundação, resultam na formação de um oocisto. Dois tipos de oocistos são formado: um de parede espessa que é eliminado com as fezes e, um de parede delgada, que se rompe no ID e é responsável pela auto- infecção. Transmissão: ocorre por meio da ingestão ou inalação de oocistos, ou ainda pela autoinfecão. As seguintes vias estão envolvidas: a) Pessoa a pessoa: observada em ambientes com alta densidade populacional; e, através do contato direto e indireto, possivelmente incluindo atividades sexuais; b) Animal a pessoa: consequência do contato direto de pessoas com animais que encontram-se eliminando oocistos; c) Pela água de beber ou de recreação contaminada com oocistos; d) Por alimentos contaminados com oocistos; Patogenia e sintomas: a patogenia e o quadro clínico da criptosporidiose são influenciados por vários fatores que incluem a idade, a competência imunológica do indivíduo infectado e a associação com outros patógenos. As alterações provocadas pelo Cryptosporidium nas células epiteliais da mucosa gastrintestinal interferem nos processos digestivos e resultam na síndrome da má absorção. Em indivíduos imunocompetentes: diarreia aquosa (3-4x por dia, representando 1-3L/dia) com duração de 1-30 dias (média de 12-14 dias); anorexia; dor abdominal; náusea; vômitos; flatulência; febre baixa e dor de cabeça. O quadro clínico é geralmente benigno e autolimitante. Em crianças: os sintomas são mais graves e podem ser acompanhados de vômitos e de desidratação. Em pacientes imunodeficientes: os sintomas são crônicos, caracterizando-se por vários meses de diarreia aquosa (3 a 6L/dia) refratária a qualquer medicação antimicrobiana e acentuada perda de peso. Ocorrem desequilíbrio eletrolítico, má absorção, emagrecimento acentuado e mortalidade elevada, principalmente em indivíduos com AIDS. Diagnóstico: é feito pela demonstração de oocistos nas fezes, em material de biópsia intestinal ou de material obtido de raspado da mucosa. O exame de fezes é feito após utilização de métodos de concentração ou emprego de métodos especiais de coloração. O diagnóstico pode ainda ser feito por: - Pesquisa de Acs circulantes (ex.: reação de imunofluorescência direta, ELISA, imunocromatografia,..) - Técnicas moleculares (ex.:PCR) Tratamento: é essencialmente sintomático e visa aliviar os efeitos da diarreia e da desidratação. Em indivíduos imunocompetentes,geralmente ocorre cura espontânea. Epidemiologia: A criptosporidiose tem sido assinalada com grande frequência em todas as partes do mundo, sendo por isso considerada a zoonose mais importante da atualidade; A doença é cosmopolita; Oocistos são estruturas leves, pequenas e imóveis, que se dispersam no meio ambiente através do ar, insetos, vestuário, e das fezes do homem e dos animais, contaminando a água e os alimentos; Em condições adequadas de umidade e temperatura moderada permanecem viáveis e infectantes no ambiente por várias semanas. Resistem à ação da maioria dos desinfetantes usuais. São destruídos pela dissecção, água oxigenada, amônia a 5%, formol a 10% e pelo aquecimento a 65º.C durante 30 minutos; A prevalência da doença é variável e depende de muitos fatores – idade, hábitos e costumes da população e imunocompetência do indivíduo; A prevalência da criptosporidiose entre indivíduos infectados com HIV e que apresentam diarreia varia entre 3 e 16% nos países em desenvolvimento, dependendo da população estudada, grau de imunocomprometimento e uso de terapia antirretroviral; No Brasil, vários estudos têm demonstrado uma ampla distribuição do parasito em todas as regiões do país com índices variáveis de prevalência; No Brasil, a presença do protozoário foi registrada em amostras ambientais diversas: águas superficiais, subterrâneas, tratadas , de fontes naturais, em águas minerais, esgoto s brutos e tratados, esgoto hospitalar.. Profilaxia: a profilaxia e o controle da doença são feitos pela adoção de medidas que previnam ou evitem a contaminação do meio ambiente, água e alimentos com oocistos do parasito e o contato de pessoas suscetíveis com fontes de infecção. Devem ser utilizadas fossas ou privadas, com proteção dos reservatórios de água, para evitar a contaminação das fezes. - Cuidados especiais de higiene pessoal e com o vestuário, utensílios e instrumentos devem ser adotados pelos indivíduos que estão em constante contato com material contaminado, pessoas ou animais doentes. - As pessoas dos grupos de alto risco, como os portadores de HIV, transplantados, idosos, diabéticos, .. devem evitar contato com animais e adotar rigorosa higiene pessoa. Devem evitar consumir mariscos crus ou mal cozidos, pois estes são filtradores e acumulam oocistos nos seus tecidos quando as águas costeiras estão poluídas. Cystoisospora: Nesse gênero, duas espécies têm sido encontradas parasitando o homem: * Cystoisospora belli (originalmente descrita como Isospora belli) é a mais frequente * Isospora natalensis Ciclo evolutivo: multiplicação assexuada (merogonia) e sexuada (gametogonia) que terminam com a formação de oocistos nas células do intestino do hospedeiro. A cistoisosporose humana é mais frequente em regiões quentes onde as condições de higiene são precárias. O homem infecta-se mediante ingestão de oocistos esporulados com água ou alimentos. Os esporozoítos liberados dos oocistos invadem o intestino delgado, onde ocorre a evolução do parasito até a formação de oocistos. A patogenia envolve alterações na mucosa do ID, que resultam na síndrome da má absorção. Em geral, as infecções humanas são benignas, e os pacientes curam-se espontaneamente. Os sintomas incluem: febre, diarréia, cólicas abdominais, esteatorréica, vômitos, desidratação, perda de peso, emagrecimento. A doença é mais grave em crianças e indivíduos com algum tipo de imunodeficiência. Em imunopdeprimidos, a cistoisosporose caracteriza-se por: diarréia aquosa crônica de longa duração, desidratação, perda de peso e requer hospitalização. Diagnóstico: encontro de oocistos não esporulados ou parcialmente esporulados nas fezes. Profilaxia: evitar a contaminação dos alimentos e da água com fezes humanas; melhoria das condições sanitárias; medidas higiênicas. Aparece nos imunodeprimidos na forma de uma colite fulminante. Caracteriza-se por elevado número de evacuações sanguinolentas, cólicas, febre e desidratação. Entre as complicações estão a hemorragia e perfuração da parede ao nível das úlceras. A evolução faz-se para a morte em poucos dias. A co-infecção por Leishmania e HIV emerge como doença nova e assustadora. A associação conduz rapidamente a um desfecho fatal. Os casos têm sido referidos em 25 países, principalmente Espanha, Itália, França e Portugal. A expectativa futura é de aumento dos casos. Isospora belli Amebíase Leishmaniose A estrongiloidose é uma parasitose conhecida há longo tempo, porém apenas nas últimas décadas sua morbidade e mortalidade tornaram-se relevantes em áreas tropicais e subtropicais, principalmente em indivíduos imunocomprometidos. Em imunodeprimidos pode ocorrer a autoinfecção interna quando as larvas rabditóides, ainda na luz intestinal, se transformam em filarióides infectantes que penetram na mucosa intestinal, caindo na circulação e completando o ciclo. Ainda em imunodeprimidos as fêmeas adolescentes evoluirão nos pulmões. Estrongiloidose disseminada: É a forma de extrema gravidade caracterizada pela disseminação das larvas desse parasito por todo o corpo do hospedeiro. Esse quadro é encontrado em pacientes submetidos à imunodepressão. Diagnóstico e tratamento: Diagnostico: parasitológico pelo exame de fezes; Tratamento: Ivermectina e Tiabendazol ( 2 dias), quando houver hiperinfecção 7 a 10 dias. O B. coli é normalmente um protozoário comensal da luz intestinal de suínos. E pode, em algumas situações, parasitar humanos. Morfologia: esse protozoário ciliado (filo Ciliophora) apresenta duas formas básicas: trofozoíto e cisto. Biologia: vive usualmente na luz do intestino grosso de seu hospedeiro, parecendo não ser capaz de penetrar em mucosas intactas. Entretanto, pode ser um invasor secundário, isto é, desde que a mucosa esteja lesada, é capaz de aí penetrar e reproduzir-se mesmo em úlceras profundas. Ciclo biológico: é do tipo monoxênico, apresentando dois tipos de reprodução: assexuada (divisão binária) e sexuada (conjugação. Transmissão: através da ingestão de cistos que contaminam alimentos, água ou as mãos. Obs.: em infecções oportunistas, como em imunocomprometidos, a presença de suínos não constitui fator de risco para a infecção. Patogenia e sintomatologia: a balantidiose pode se apresentar clinicamente das seguintes formas: 1. Portadores assintomáticos – constituem importantes reservatórios; 2. Pacientes com infecção crônica, resultante da invasão do intestino grosso, apresentando disenterias, cólicas, náuseas e vômitos; 3. Pacientes com infecção fulminante, em decorrência da invasão acentuada da submucosa, que apresenta úlceras em forma de balão que se aglomeram progredindo em todas as direções do intestino; 4. Diarreias mucossanguinolentas, tenesmo, cólica intensa, febre, náuseas, vômitos e astenia traduzem o comprometimento da mucosa intestinal. Hemorragia e perfuração intestinal relacionam-se a casos fatais da infecção. Infecções do apêndice e do fígado são raras; Diagnóstico: Clínico: difícil, sintomatalogia semelhante com colite amebiana; Laboratorial: exame de fezes; Profilaxia: - Higiene individual dos vários profissionais que trabalham com suínos; - Engenharia sanitária, a fim de impedir que excrementos de suínos alcancem os abastecimentos de água de uso humano; - Criação de suínos em boas condições sanitárias, impedindo que suas fezes sejam disseminadas; se possível, devem ser amontoadas, para que a fermentação produzida mate os cistos aí presentes. Strongyloides stercoralis Balantidium coli O B.hominis é um organismo unicelular frequentemente encontrado no trato intestinal de humanos e muitos outros animais em todo o mundo. Infecções com B. hominis ocorrem em indivíduos imunocompetentes e imunocomprometidos. Os sintomas frequentemente relatados são: diarreia, desconforto e distensão abdominal e náuseas. Alguns trabalhos demonstraram associação de sintomas com a infecção por este protozoário, principalmente em indivíduos imunocomprometidos e transplantados. Blastocystis sp.
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