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Schistosoma mansoni: 1. Morfologia: a. Macho: mede ~1 cm. Possui coloração esbranquiçada e tegumento recoberto por tubérculos. Seu corpo encontra-se dividido em duas porções: anterior e posterior. Na porção anterior encontram-se as ventosas oral e ventral (acetábulo). Na porção posterior está o canal ginecóforo (dobras das laterais do corpo no sentido longitudinal para albergar e fecundar a fêmea). Logo atrás do acetábulo estão de 7 a 9 massas testiculares que se abrem diretamente no canal ginecóforo (o verme não possui órgão copulador); b. Fêmea: mede ~1,5cm. Coloração mais escura em função do ceco com sangue semi-digerido. Tegumento liso. Na porção anterior estão a ventosa oral e o acetábulo; segue-se a este a vulva, o útero (com um ou dois ovos) e o ovário. Na porção posterior estão as glândulas vitelinas e o ceco. c. Ovo: mede ~150 μm de comprimento por 60 de largura, sem opérculo, com formato oval. Na parte mais larga possui um espículo voltado para trás. O ovo maduro é encontrado normalmente nas fezes e caracteriza-se pela presença de um miracídio formado. d. Miracídio: mede 180 μm de comprimento por 64 de largura. Apresenta: forma cilíndrica; cílios (permitem o movimento no meio aquático). Na extremidade anterior há uma papila apical (tenebratorium) que pode moldar-se em forma de ventosa. Nesta papila encontram-se as terminações das glândulas adesivas e da glândula de penetração; um conjunto de cílios maiores e espículos anteriores (importantes no processo de penetração nos moluscos); e, terminações nervosas (funções táteis e sensoriais); Aparelho excretor: composto por solenócitos; Sistema nervoso: muito primitivo, é representado por uma massa celular nervosa central que se ramifica e se conecta com células nervosas periféricas por meio de cordões formados por células bipolares. Células germinativas: estão na parte anterior do corpo da larva; e. Cercária: medidas: comprimento total de 500 μm, cauda bifurcada com 230 por 50 μm e corpo cercariano com 190 por 70 μm. Possui as ventosas oral e ventral (acetábulo). Esta última serve para a cercária fixar-se na pele do hospedeiro no processo de penetração. A cauda serve apenas para a movimentação no meio líquido, não apresentando, portanto, órgãos definidos. 2. Biologia: Hábitat: adultos: sistema porta-hepático; acasalamento e postura: plexo hemorroidário (terminais da veia mesentérica inferior). Ciclo biológico: o S. mansoni ao atingir a fase adulta de seu ciclo no sistema vascular humano e de outros mamíferos, alcança as vv. Mesentéricas (principalmente a v. mesentérica inferior), migrando contra a corrente circulatória (as ventosas funcionam como “bombas”; as fêmeas fazem a postura ao nível da submucosa. Cada fêmea põe ~400 ovos/dia na parede de capilares e vênulas, e cerca de 50% desses ovos ganham o meio externo. A vida média do S. mansoni é de 5 anos. Os ovos colocados levam ~1 semana para tornarem-se maduros (miracídio formado). Da submucosa chegam à luz intestinal (o ovo tem um espiculo lateral que favorece a passagem dos vasos para a luz intestinal). Até que o ovo atinja a luz intestinal são necessários no mínimo 6 dias (esse período é necessário para a maturação dos ovos). Se, após 20 dias os ovos não conseguirem atingir a luz intestinal, ocorrerá a morte dos miracídios. Os ovos podem ficar presos na mucosa intestinal ou serem arrastados para o fígado. Os ovos que chegam à luz intestinal são eliminados juntamente com as fezes e têm uma expectativa de vida de 24 horas nas fezes líquidas ou de 5 dias nas fezes sólidas. Alcançando a água, os ovos liberam o miracídio (essa liberação é estimulada por temperaturas mais altas, luz intensa e oxigenação da água). Os caramujos (gênero Biomphalaria) liberam substâncias que se difundem pelo meio aquático e modificam o comportamento do miracídios. Estas substâncias estimulam a concentração e a movimentação do miracídio próxima do caramujo. Além disso, elas também possuem um papel significativo no processo de penetração. A capacidade de penetração é de 8 horas após a eclosão e é influenciada pela temperatura. A ação combinada de intensos movimentos do miracídio e da ação enzimática constitui o elemento que permite a introdução do miracídio nos tecidos do molusco. A larva, no processo de penetração vai perdendo suas estruturas, de forma que o miracídio transforma-se em um saco com paredes cuticulares, contendo a geração das células germinativas ou reprodutivas que recebe o nome de esporocisto. A formação cercariana inicia-se com a disposição das células germinativas em uma mórula. A formação completa da cercária até sua emergência para o meio aquático, em condições de temperatura ideias (~28º.C) leva de 27 a 30 dias. Cada miracídio pode gerar ~300 mil cercárias, sendo que o miracídio já leva definido o sexo das cercárias que serão produzidas. A emergência das cercárias ocorre com a saída dos organismos dos esporocistos filhos. Esta emergência pode ser influenciada por estímulos externos como luminosidade e temperatura. As cercárias podem viver por 36 a 48 horas, mas sua maior capacidade infectiva ocorre nas primeiras 8 horas. Nadam ativamente na água e podem penetrar em vários mamíferos, aves,.. mas desenvolvem-se apenas no hospedeiro adequado. Ao alcançarem a pele de humanos, fixam-se preferencialmente entre os folículos pilosos com o auxílio das duas ventosas e de uma substância secretada pelas glândulas acetabulares. Por ação lítica (glândulas de penetração) e ação mecânica (movimentos vibratórios intensos), promovem a penetração do corpo cercariano e a concomitante perda da cauda. Quando as cercárias são ingeridas com água, as que chegam ao estômago são destruídas pelo suco gástrico, Cercária mas as que penetram na mucosa bucal desenvolvem-se normalmente. Após a penetração, as larva resultantes, denominadas de esquistossômulos, adaptam-se às condições fisiológicas do meio interno, migram pelo tecido subcutâneo e, ao penetrarem em um vaso são levadas passivamente até os pulmões. Dos pulmões os esquitossômulos dirigem-se para o sistema porta, podendo para isso utilizar duas vias: 1. Via sanguínea (tradicionalmente aceita e mais importante): arteríolas pulmonares e capilares alveolares coração E aorta rede capilar terminal; 2. Via transtissular: alvéolos pulmonares perfuram o parênquima pulmonar atravessam a pleura, diafragma chegam à cavidade peritoneal perfuram cápsula e parênquima hepático alcançam o sistema porta intra- hepático Uma vez no sistema porta intra-hepático, os esquistossômulos alimentam-se e desenvolvem-se, transformando-se em machos e fêmeas (25-28 dias após a penetração). Daí migram, acasalados, para a veia mesentérica inferior, onde farão oviposição. Os ovos imaturos são depositados nos tecidos em torno do 35º. dia da infecção, e, a formação do miracídio (ovo maduro) demanda mais 6 dias. Transmissão: - Local de penetração mais frequente: pernas e pés; - Horário no qual as cercárias são vistas em maior quantidade na água e com maior atividade: entre 10 e 16 horas (em função da luz solar e calor mais intensos); - Locais mais frequentes de transmissão: foco peridomiciliares (valas de irrigação, açudes, pequenos córregos); 3.Patogenia: Ação patogênica do parasito depende: - Carga parasitária adquirida; - Resposta Imune; - Patologias associadas; - Idade e estado nutricional;- Cercárias, esquistossômulos, vermes adultos e ovos. a. CERCÁRIA: invasão da pele ou mucosa – edema, pequenas pápulas, eritema, comichão, urticária e dor Dermatite cercariana ou dermatite do nadador. b. ESQUISTOSSÔMULO: cerca de três dias após a penetração das cercárias, os esquistossômulos são levados aos pulmões. A partir da segunda semana de infecção, podem ser encontrados nos vasos do fígado e, posteriormente, no sistema porta intra-hepático. Nessa fase pode haver linfadenia generalizada, febre, aumento do baço e sintomas pulmonares. c. VERMES ADULTOS: os vermes mortos podem provocar lesões extensas, embora circunscritas. Essas lesões ocorrem principalmente no fígado, para onde os vermes são arrastados pela circulação porta. Os vermes vivos podem permanecer na v. mesentérica inferior (ou outros locais) por longos anos sem produzirem lesões de monta; exceto pelas ações espoliativas em função de seu alto metabolismo. Verme adulto: Invasão da VMI (a presença de mais de um casal pode causar obstrução, mas o indivíduo abriga geralmente no máximo 5 casais, e estes acabam migrando para outros locais). Ação expoliadora (anemia, fraqueza, mal estar); Formação de imunocomplexos; Febre de Katayama; Dores musculares, desconforto abdominal; Quando mortos, podem provocar lesões no fígado; Penetração ativa das cercárias na pele e mucosa. d. OVO: os ovos são elementos fundamentais na patogenia da esquistossomose. Quando apenas pequeno número de ovos consegue atingir a luz intestinal, as lesões são mínimas. Quando em grande número, podem provocar hemorragias, edemas da submucosa e fenômenos degenerativos, com formações ulcerativas pequenas e superficiais, que são em geral reparadas. Os ovos que atingem o fígado, lá permanecem e causam as alterações mais importantes da doença. O Ag solúvel excretado pelos poros do ovo vivo provocarão a reação inflamatória granulomatosa. Os granulomas apresentam as seguintes fases de desenvolvimento: i) Fase necrótica-exsudativa: aparecimento de uma zona necrótica ao redor do ovo, circundada por exsudação de neutrófilos, eosinófilos e histiócitos. ii) Fase produtiva (Reação histiocitária): início de reparação das áreas necrosadas; iii) Fase de cura ou fibrose: o granuloma endurecido é chamado de nódulo. Em seguida pode ocorrer a calcificação do ovo, ou absorção e desaparecimento do granuloma. Os granulomas podem apresentar-se em pontos isolados ou difusos no intestino grosso e no fígado. Essas lesões granulomatosas são as principais responsáveis pelas variações clínicas e pelas complicações digestivas e circulatórias. Observações: O ovo que é eliminado não leva a consequências para o hospedeiro. A grande complicação são os ovos que não conseguem chegar à luz intestinal; Se o ovo não eclode, o miracidio morre dentro do ovo. A casca do ovo além de fina é permeável, e assim, toda estrutura do miracídio desintegrado passa pela casca do ovo. Essa estrutura do miracídio desencadeia então uma RI muito intensa no hospedeiro. A resposta aguda tenta primeiro fagocitar o ovo, mas como este é muito grande, tal mecanismo é falho. Surge então uma resposta inflamatória granulomatosa; Esquistossomose aguda: - Fase pré-postural: em geral é uma fase com sintomatologia variada, que ocorre cerca de 10 a 35 duas após a infecção. Os sintomas que podem aparecer incluem mal-estar com ou sem febre, tosse, dores musculares, desconforto abdominal e um quadro de hepatite aguda, e tal sintomatologia decorre dos produtos da destruição dos esquistossômulos. - Fase aguda: aparecem em torno de 50 dias e pode durar até cerca de 120 dias após a infecção (fase aguda toxêmica). Nessa fase pode ocorrer uma disseminação dos ovos, principalmente na parede do intestino com áreas de necrose (levando a uma enterocolite aguda) e no fígado (e mesmo em outros órgãos, sendo que no pulmão pode simular tuberculose), provocando a formação de granulomas simultaneamente caracterizando a forma toxêmica que pode apresentar-se como doença aguda, febril, acompanhada de sudorese, calafrios, febre alta, emagrecimento, fenômenos alérgicos, diarreia, .. Em alguns casos pode ser letal. Mas na maioria das vezes apresenta manifestações clínicas pouco intensas e evolui para a fase crônica num período de 4 a 6 meses. Esquistossomose crônica: pode apresentar grandes variações clínicas: - Intestino: em muitos casos o paciente apresenta diarreia mucossanguinolenta, dor abdominal e tenesmo. Nos casos crônicos graves, pode haver fibrose da alça retossigmoide, levando à diminuição do peristaltismo e constipação constante. No entanto, a maioria dos casos crônicos é benigna com predominância de alguns granulomas nodulares. - Fígado: as alterações hepáticas típicas surgem a partir do início da oviposição e da formação de granulomas. No início o fígado apresenta-se aumentado de volume e bastante doloroso a palpação. Os ovos prendem-se nos espaços porta, com a formação de numerosos granulomas. Com o efeito acumulativo das lesões granulomatosas em torno dos ovos, as alterações hepáticas tornam-se mais sérias. O fígado, que inicialmente aumenta de volume, numa fase mais adiantada pode estar menor e fibrosado. Os granulomas hepáticos irão causar então uma endoflebite aguda e fibrose periportal, a qual provocará obstrução dos ramos intra-hepáticos da veia porta. Esta obstrução trará como consequência a hipertensão portal, esta por sua vez, pode intensificar-se e então causar uma série de alterações: esplenomegalia; varizes e ascite. FORMA INTESTINAL: -Enterocolite catarral e ulcerosa; - Fibrose da alça retossigmoide Melena, dor abdominal, emagrecimento, tenesmo, diminuição do peristalismo e constipação. FORMA HEPÁTICA: Reação granulomatosa em torno dos ovos no espaço porta; Fígado aumentado e doloroso à palpação Fibrose periportal (Fibrose de Symmers) Obstrução intra-hepática da veia porta Hipertensão portal Desenvolvimento da circulação colateral anormal intra-hepática e de anastomoses do umbigo, esôfago Formação de varizes esofagianas Hematêmese, melena e choque. Obs.: Hipertensão portal Uma das saídas para tentar abaixar essa tensão –a parede do vaso vasodilata , aumenta a permeabilidade desenvolve ascite Tudo isso não é capaz de diminuir a pressão , então ocorre um processo de angiogênese. Esses vasos neoformados levam à formação de varizes esofagianas rompimento das varizes pode levar à morte por choque hipovolêmico Processo de morte celular lesão hepática o fígado aumenta de tamanho pra tentar compensar a perda funcional – a dificuldade de passagem do fluxo sanguíneo, compromete o baço congestão esplênica O aumento de volume sanguíneo no baço aumento de tamanho do baço a função do baço é a hemocaterese por conta disso, o quadro anêmico é exacerbado - Outras localizações: pulmões, SNC, pele, pâncreas, testículos, ovários, baço, apêndice cecal. - Lesões à distância: são devidas a Ag e complexos Ag-Ac que tendem a depositar-se em certos órgãos (rins, pulmões). Esses imunocomplexos são capazes de ativar o complemento desencadeando reações inflamatórias. 4. Diagnóstico: - Clínico: deve-se levar em conta a fase da doença (pré- postural, aguda ou crônica) e também é de extrema importância a anamnese (origem, hábitos, contato com a água,..); - Parasitológico ou direto: fundamentam-se no encontro dos ovos do parasito nas fezes ou tecidos do paciente: a.Exame de fezes: pode ser feito por métodos de sedimentação ou centrifugação em éter sulfúrico, métodos ester baseados na alta densidade dos ovos, ou por método de concentração por tamização (Kato e Kato-Katz). Quando existe uma carga parasitária média ou alta, todos esses métodos de exame dão resultados satisfatórios. Entretanto, com cargas parasitárias baixas, há necessidade de repeti- los. b. Biópsia ou raspagem da mucosa retal: constitui um método que depende de pessoal treinado e resulta em desconforto para o paciente. A principal vantagem é a maior sensibilidade e a verificação mais rápida do efeito da quimioterapia. c. Ultrassonografia: é importante principalmente no diagnóstico da fase crônica da doença. Diagnostica alterações hepáticas determinando com precisão o grau de fibrose. - Métodos imunológicos indiretos: não permitem a certeza absoluta do parasitismo, pois ocorrem reações cruzadas dando resultados falso-positivos. a. Reação intradérmica (intradermorreação): é um teste alérgico que se baseia na medida da pápula formada 15 minutos após a inoculação intradérmica de 0,05 ml de Ag de verme adulto. A reação é positiva quando a pápula atinge área de 1,2 em adultos e 1,0 em crianças. A reação não serve como critério de cura (pois não se torna negativa após quimioterapia eficaz). A aplicação mais evidente seria em inquéritos epidemiológicos. b. Reação de fixação do complemento; c. Reação de Hemaglutinação indireta; d. Radioimunoensaio; e. Reação de imunofluorescência indireta; f. Método imunoenzimático ou ELISA; g. PCR; 5. Epidemiologia: a. Fatores ligados à presença e expansão da esquistossomose: o clima de país tropical permite, na maioria dos estados brasileiros, as condições necessárias para a transmissão da doença. A condição fundamental para o estabelecimento de um foco de transmissão seria a contaminação do criadouro de caramujos suscetíveis com fezes contendo ovos viáveis. O hospedeiro definitivo, que tem real importância na epidemiologia é a espécie humana. O problema central da presença de focos de transmissão relaciona-se com a contaminação fecal humana das coleções aquáticas. Existe ainda uma prática generalizada de se construir esgotos domésticos que desembocam diretamente nos criadouros, o que favorece sobremaneira a infecção dos caramujos. Por outro lado, certa poluição orgânica favorece a multiplicação do fitoplâncton, alimento dos moluscos, o que leva a uma acentuada proliferação dos caramujos. As chuvas podem ter efeitos variáveis: nas áreas secas do NE, as chuvas ocasionam o aparecimento de inúmeros criadouros. Em áreas endêmicas sujeitas a regime de chuvas copiosas, os caramujos são muitas vezes arrastados pelas enxurradas, de modo que a densidade nos criadouros diminui. Por outro lado, as chuvas podem propiciar a dispersão dos caramujos pelas enchentes e a formação de novos criadouros temporários. Outro aspecto importante liga às condições ambientais relaciona-se com a capacidade dos caramujos entrarem em anidrobiose e assim sobreviverem por meses no barro úmido dos criadouros secos. FORMA ESPLÊNICA: Congestão do ramo esplênico Esplenomegalia Hiperplasia dos elementos do SMF Diagnóstico : - Clínico: dados epidemiológicos, clínicos e laboratoriais - Laboratorial: exame de fezes Kato-katz e Lutz e Hoffman (sedimentação espontânea) ; biópsia retal; biópsia hepática; exames sorológicos (intradermoreação, fixação do complemento, ELISA, RIFI, PCR (molecular). Obs.: Forma intestinal pode ser confundida com: amebíase, gastroenterite ou outras causas de diarreia. As formas mais graves devem ser diferenciadas de leishmaniose visceral, linfoma ,.. Os fatores mais importantes relacionados ao problema da expansão da doença são migrações internas, presença de caramujos potencialmente transmissores, ausência de infraestrutura sanitária adequada na maioria do território nacional, educação sanitária precária ou inexistente e disseminação das espécies de Biomphalaria suscetíveis. b. Fatores ligados à população humana: as modificações ambientais produzidas pela atividade humana têm papel fundamental na cadeia epidemiológica, favorecendo a proliferação dos moluscos (dispersando as espécies, criando novos habitats, poluindo com matéria orgânica as coleções aquáticas,..) e, principalmente promovendo a infecção dos mesmos (pela descarga de instalações sanitárias nas coleções aquáticas peridomiciliares). c. Idade: as faixas etárias mais jovens são as que apresentam a maior prevalência e as cargas parasitárias mais altas. Os fatores que explicariam este fato seriam relacionados ao sistema imune, sistema endócrino (hormônios sexuais) e aspectos comportamentais. d. Sexo e etnia: as diferenças de prevalência e carga parasitária entre sexos estão mais relacionadas a problemas comportamentais. Quanto à etnia, existem evidências sobre uma menor incidência de formas graves em negros. e. Atividades recreativas: clima tropical é um atrativo para práticas recreativas em águas naturais. f. Atividades profissionais: algumas atividades muitas vezes obrigam o trabalhador a ter contato prolongado com água contaminada. g. Imunidade protetora em populações: em áreas endêmicas os indivíduos apresentam maior resistência às reinfecções. Também se deve levar em consideração que os indivíduos de áreas endêmicas que entram em contato com águas com cercárias podem apresentar exames de fezes negativos. 6. Tratamento: o tratamento quimioterápico da esquistossomose através das drogas mais modernas, oxamniquina e praziquantel, devem ser preconizados para a maioria dos pacientes com presença de ovos viáveis nas fezes ou na mucosa retal. 7. Profilaxia: Cada foco de transmissão tem características próprias e cada estratégia de controle tem que levar em conta tais peculiaridades. Assim, por exemplo, em pequenos focos, restritos às vezes a uma única coleção aquática, o aterro ou a canalização deste criadouro pode resultar na extinção do foco. As medidas profiláticas gerais são: - Tratamento da população; - Saneamento básico; - Produtos cercaricidas de uso tópico (exisem substâncias que, aplicadas na pele, impedem a penetração cercariana – o uso de tais produtos não pode ser preconizado para uso rotineiro!) Epidemiologia: - Falta de saneamento básico; - Acomete principalmente classe baixa; - Número de ovos e miracídios liberados - Altas temperaturas e umidade - Diagnosticar e tratar os indivíduos infectados
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