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INTELIGÊNCIA-POLICIAL-1

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1 
 
 
INTELIGÊNCIA POLICIAL 
1 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 2 
2. HISTÓRICO DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA NO BRASIL ........................... 4 
3. O CRIME ORGANIZADO E A INTEGRAÇÃO DE SERVIÇOS DE 
INTELIGÊNCIA NA ITÁLIA ........................................................................................ 5 
4. COMO FUNCIONA A ÁREA DE INTELIGÊNCIA DA POLÍCIA FEDERAL ........ 6 
4.1 As fontes normativas da inteligência da Polícia Federal ................................ 6 
5. CONCEITO DE INTELIGÊNCIA POLICIAL FEDERAL ....................................... 8 
5.1 Fundamentos e princípios da inteligência da Polícia Federal ........................ 8 
6. CONTRAINTELIGÊNCIA DA POLÍCIA FEDERAL ............................................ 10 
6.1 Influência da Inteligência na Tomada de Decisões ...................................... 10 
7. A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO DE INTELIGÊNCIA .............................. 12 
8. ESPÉCIES DE CONHECIMENTO DE INTELIGÊNCIA ..................................... 13 
9. CONTROLE DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA POLICIAL ........................... 14 
10. ESPÉCIES DE INTELIGÊNCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA ........................ 16 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 
 A Atividade de Inteligência de Polícia Judiciária, espécie do gênero Inteligência 
de Segurança Pública, possui como missão central a produção de conhecimentos a 
fim de subsidiar a decisão nos diversos níveis de atuação da Polícia Judiciária. No 
nível operacional, assessora a investigação policial com foco na criminalidade 
organizada, realizando coletas e busca de dados para apontar caminhos, padrões e 
assessorar com um conhecimento especializado as investigações policiais. 
 O crime organizado possui complexidades e características, que podem fazer 
os métodos tradicionais de investigação perder a eficiência, razão pela qual se vale 
da Inteligência Policial Judiciária com as suas ações especializadas para aumentar a 
efetividade das investigações. 
 A proximidade da investigação policial com a Inteligência Policial Judiciária gera 
pontos de intersecção que quando não observados os limites doutrinários podem 
enfraquecer a eficácia da atividade de inteligência. 
 A utilização extraordinária dos elementos de prova captados pela Inteligência 
de Policial Judiciária pode ser aplicada nas investigações com focos nas organizações 
criminosas desde que de forma excepcional, obedecendo a parâmetros doutrinários e 
legais, haja vista a sua compatibilidade com os princípios e normas do ordenamento 
brasileiro. 
 A criminalidade organizada no Brasil tem avançado de forma significativa, e o 
foco da segurança pública é, principalmente, o combate a organizações criminosas 
dentro de unidades prisionais, sendo conhecida a propalada origem e idealização 
dessas facções no Instituto Penal Cândido Mendes, na Ilha Grande, Rio de Janeiro, 
em torno do ano de 1979. 
3 
 
 
 Nos últimos cinco anos, com inúmeras rebeliões de presos coordenadas 
simultaneamente e assassinatos de policiais, o crime organizado mostrou de onde 
surgem os comandos criminosos: dos presídios. 
 É alarmante a quantidade de informações e ordens trocadas dentro de 
unidades prisionais, enviadas e recebidas do perímetro externo. Por meio de salves, 
comandam, matam, traficam, roubam, corrompem (policiais e militares ou recrutam 
ex-policiais para treinamentos), fazem leasing de armamento pesado, escambam 
drogas por armas, criam sites criptografados, portam minas, granadas e 
metralhadoras antiaéreas, constroem muralhas, fossos, casamatas, bunkers e 
levantam barricadas, tanto com o objetivo de obter vantagem econômica ou material 
indevido como para demonstrar controle e domínio pela difusão do medo, com 
fechamento de comércio local, eliminação de agentes públicos e seus familiares e 
facções rivais. 
 A gestão de conhecimento pelos criminosos é tolerada pelo Estado. A omissão 
e a ineficácia estatais, muitas vezes compradas, quando combinadas com a leniente 
legislação prisional, carente de regulamentação, permitem a perigosos criminosos o 
uso irrestrito de meios de comunicação, acesso à telefonia móvel celular, 
computadores, e-mail, livros, jornais, televisões, através dos quais a network da 
organização criminosa estabelece seus vínculos e se fortalece. 
 Nesse contexto, vislumbra-se a imperiosidade do aperfeiçoamento de diplomas 
legislativos, da melhoria da gestão de conhecimento, da rede de comunicação e 
difusão de bancos de dados entres as instituições encarregadas da aplicação da lei, 
para que o Estado disponha de instrumentos apropriados para a reversão do grave 
quadro de segurança pública delineado. 
 Urge a adoção de medidas compatíveis com o Estado democrático de Direito 
que preservem a vida do cidadão, garantam sua liberdade e segurança, o que é 
factível com a recepção de um modelo de gestão do conhecimento e de inteligência 
policial que faça frente à network do crime. 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
2. HISTÓRICO DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA NO BRASIL 
 
 Em 1927, no governo do Presidente Washington Luís, foi criado o Conselho de 
Defesa Nacional, primeiro órgão “não-militar” que exerceu as atividades de 
inteligência no Brasil. O Conselho de Defesa Nacional consistia em órgão de 
assessoramento imediato do Presidente da República, provendo-lhe de informações 
estratégicas necessárias ao cumprimento de suas tarefas. 
 Em 1946, logo após a Segunda Guerra Mundial, foi criado o SFICI (Serviço 
Federal de Informações e Contra-Informações) pelo Presidente Eurico Gaspar Dutra. 
No papel, ele foi criado em 1946; no entanto, sua estruturação ocorreu mesmo no 
governo de Juscelino Kubitschek, que enviou alguns brasileiros ao exterior para 
realizar cursos de inteligência com a CIA e FBI. Sobre o SFICI, vale ainda destacar 
que ele foi criado antes mesmo da CIA. 
 Na década de 60, em meio a toda turbulência política vivenciada pelo Brasil, foi 
criado o Serviço Nacional de Informações (SNI), este o mais conhecido e criticado 
órgão de inteligência na história brasileiro. O SNI foi, durante os governos militares, o 
órgão responsável pela supervisão e coordenação das atividades de informação e 
contrainformação no Brasil. Ao mesmo tempo, era o órgão central do Sistema 
Nacional de Informações, o qual era composto por todos os órgãos de inteligência dos 
ministérios civis e militares. 
 Em 1990, durante o governo de Fernando Collor de Mello, o SNI foi extinto, 
ficando a atividade de inteligência no Brasil nas mãos da Secretaria de Assuntos 
Estratégicos. Finalmente, em dezembro de 1999, no governo Fernando Henrique 
Cardoso, foi criada a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
3. O CRIME ORGANIZADO E A INTEGRAÇÃO DE SERVIÇOS DE 
INTELIGÊNCIA NA ITÁLIA 
 
 Há vários instrumentos elencados, como a ação controlada ou entrega vigiada 
(controlled delivery), o acesso a dados fiscais, bancários, financeiros e eleitorais, a 
captação e a interceptação ambiental e a infiltração por agentes de polícia ou de 
inteligência em tarefas de investigação. 
 Na Itália, de onde foi adaptado o regime disciplinar diferenciado, há a Polícia 
Penitenciária (Corpo dei Polizia Penitenziaria), antes vinculada ao Ministério do 
Interior, hoje ligada ao Ministério da Justiça italiano, pelo Departamento de 
Administração Penitenciária e criada pela Lei n. 395, de 15.12.90. Posteriormente, em 
1997, foi criado um grupo especializado, na estrutura citada, o “Gruppo Operativo 
Mobile” (GOM) da “Polizia Penitenziaria”, com atribuições definidas quanto à 
prospecção de ações de detentos integrantes de organizações criminosas. 
 As questõesque envolvem crime organizado são resolvidas por um pool de 
magistrados italianos, especializados no tema, criado na década de 80. Outro exemplo 
italiano de integração e uso de inteligência como técnica especial de mineração de 
dados, operacional e investigativa, ocorre desde o mês de dezembro de 1991. É a 
experiência de integração entre as diversas polícias que compõem uma central de 
serviços de inteligência, cuja direção é revezada entre integrantes indicados de cada 
uma das corporações que integram a Direção de Investigação Antimáfia (DIA), sob a 
supervisão do Ministério do Interior italiano. 
 Da experiência italiana, cujos precedentes de crime organizado muito se 
assemelham a escândalos no Brasil, como a máfia do apito, superfaturamento de 
licitações, exigência de vantagem indevida, corrupção, extorsão e financiamento de 
campanhas eleitorais, tiramos a conclusão da necessidade não apenas de 
especialização de estrutura no Poder Judiciário, Ministério Público e Polícia, no 
combate ao crime organizado, como, também, de utilização de meios eficazes à sua 
repressão, como a “ação controlada”, delação premiada, sistemas de inteligência 
interligados entre os diversos órgãos estatais competentes, entre outros. 
 
 
 
 
6 
 
 
4. COMO FUNCIONA A ÁREA DE INTELIGÊNCIA DA POLÍCIA FEDERAL 
 
 
 
Todas as vezes em que Operações da Polícia Federal são deflagradas e 
são expostas práticas delitivas escandalosas, milionárias e extremamente 
complexas, muito se questiona como esquemas arquitetados para nunca serem 
revelados são desarticulados, havendo, inclusive, a prisão dos infratores que se 
consideravam inalcançáveis. 
A persecução penal tradicional revela-se insuficiente para o enfrentamento 
das poderosas organizações criminosas contemporâneas, com suas ramificações 
internacionais, poderio econômico e capacidade de corromper e de se infiltrar no 
aparato estatal. De toda forma, a constatação acima não responde o 
questionamento inicial. 
Como se sabia que havia a prática disseminada de corrupção e lavagem de 
capitais no seio de estatais federais? O mero senso comum, de que existe desvio 
em todo lugar, não é suficiente para orientar as investigações bem-sucedidas, que 
viabilizaram as exitosas operações da Polícia Federal, que estão a mudar a história 
do Brasil. 
 
4.1 As Fontes Normativas da Inteligência da Polícia Federal 
 
A temática da inteligência policial é pouco explorada pela doutrina, de modo 
que, ainda persiste uma fantasiosa ideia, baseada em filmes e séries de TV, de 
como isso funciona. 
7 
 
 
De toda forma, a estrutura conceitual, doutrinária e jurídica da inteligência 
policial não são secretas ou sigilosas, pelo contrário, estão dispostas na legislação, 
notadamente na conceitual Lei 9883/99, que, juntamente com os Decretos nº 
3695/00 e 4376/02, instituíram o Sistema Brasileiro de Inteligência, o SISBIN e o 
Subsistema de Inteligência de Segurança Pública, o SSISP. A Polícia Federal é 
componente tanto do SISBIN, como do SSISP. 
É evidente a necessidade de uma contundente resposta do sistema de 
justiça criminal a tão rumorosos desvios de conduta, que afetam negativamente o 
Brasil e a maioria dos brasileiros, porém, diante de audazes, poderosos e astutos 
criminosos, não se trata de uma questão de força, mas de inteligência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
5. CONCEITO DE INTELIGÊNCIA POLICIAL FEDERAL 
 
Como já visto, a Lei 9883/99 é conceitual, tanto que seu Art. 1º, § 2º, assim 
define inteligência: 
 
§ 2o Para os efeitos de aplicação desta Lei, entende-se como inteligência 
a atividade que objetiva a obtenção, análise e disseminação de 
conhecimentos dentro e fora do território nacional sobre fatos e situações 
de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório e a ação 
governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do 
Estado. 
 
A partir desse conceito geral, é possível inferir inteligência da policial federal 
como a atividade que busca, obtém e analisa informações, produz e difunde 
conhecimentos relativos a fatos ocorridos dentro e fora do Brasil, de modo a 
fornecer subsídios na tomada de decisões, para o exercício das atribuições 
constitucionais e legais da Polícia Federal. 
 
5.1 Fundamentos e Princípios da Inteligência da Polícia Federal 
 
A Lei 9883/99 institui como fundamentos do Sistema Brasileiro de 
Inteligência: 
 A preservação da soberania nacional; 
 A defesa do Estado Democrático de Direito; 
 A defesa da dignidade da pessoa humana; 
 O cumprimento e a preservação dos direitos e garantias individuais. 
A partir dessa constatação legal, muitas das ilusões oriundas de filmes e 
séries de ação, cuja temática é a inteligência policial, se desfazem, pois o policial 
designado para o trabalho de inteligência não pode, de nenhuma forma, violar 
princípios e normas constitucionais e legais. 
Outrossim, ainda nessa temática, a doutrina delineou princípios para a 
atividade de inteligência policial, a saber: 
 Legalidade, com o estrito cumprimento das normas; 
 Eficiência, baseada no planejamento, de modo a conseguir os melhores 
resultados, com os menores custos; 
9 
 
 
 Oportunidade, que revela a necessidade de especial atenção e 
sensibilidade dos membros dos sistemas de inteligência, que precisam estar 
sempre aptos, no lugar e no momento certo para a coleta das informações; 
 Impessoalidade, onde é vedada qualquer promoção pessoal, partidária ou 
institucional no trabalho de inteligência, que deve, sempre, buscar o interesse 
público; 
 Veracidade, as informações obtidas e analisadas devem ser fidedignas, de 
modo a propiciar a necessária credibilidade do sistema de inteligência; 
 Imparcialidade, o produto da atividade de inteligência deve buscar a 
verdade e não a comprovação de convicções pessoais ou institucionais; e 
 Sigilo, o produto da atividade de inteligência deve ser protegido e 
preservado, de modo a evitar vazamentos ou infiltrações indevidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
6. CONTRAINTELIGÊNCIA DA POLÍCIA FEDERAL 
 
Se de um lado existe o labor da atividade de inteligência policial, com o 
dever de obter, difundir e preservar informações fundamentais para o combate ao 
crime organizado, seria demasiadamente ingênuo acreditar que esses criminosos 
ficariam inertes. 
É característica do crime organizado a capacidade de reorganização e de 
infiltração no aparato estatal, até mesmo com o desenvolvimento de atividade de 
inteligência criminosa. Com isso, verificou-se ser necessária a existência de órgão 
voltado a coibir essa inteligência adversa, a denominada contrainteligência. 
A contrainteligência tem como objetivos prevenir, detectar, obstruir e 
neutralizar atividades e membros da inteligência adversa. Trata-se de atividade 
fundamental à inteligência policial federal, sendo impossível a desenvoltura de 
seus trabalhos, sem que haja a necessária segurança e proteção da 
contrainteligência. Enquanto a inteligência preocupa-se em produzir o 
conhecimento, a contrainteligência encarrega-se de protegê-lo. 
A atividade da contrainteligência pode se desenvolver por meio da 
contraespionagem, contrassabotagem, antiterrorismo, dentre outras atividades 
congêneres. 
 
6.1 Influência da Inteligência na Tomada de Decisões 
 
O conhecimento auferido com a inteligência não deve e não pode servir 
como elemento de prova em uma persecução penal, pois isso colocaria em risco 
a própria existência dela, que demanda rigoroso sigilo em seu funcionamento. 
Sua área de abrangência é outra, qual seja, a capacidade de influir na 
tomada de decisões estratégicas. Ocorre que essas decisões podem se dar em 
diferentes níveis: 
 Político-estratégico, relativo ao desenvolvimento de planos e políticas gerais 
da Polícia Federal, como, por exemplo, a necessidade em se combatera pedofilia 
na internet; 
 Tático, relaciona-se a setores específicos, eleitos conforme os planos e 
políticas gerais, seguindo-se o exemplo acima, revelando-se em quais estados 
existe maior incidência de pedofilia na internet; 
11 
 
 
 Operacional, referente à execução de procedimentos e rotinas, para servir 
de base a ações pontuais e específicas, seguindo-se o exemplo, como quais as 
pessoas suspeitas dessa prática delitiva, as quais devem ser investigadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
7. A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO DE INTELIGÊNCIA 
 
Existe toda uma metodologia própria e sigilosa de como a Polícia Federal 
produz seus conhecimentos de inteligência. Em que pese o natural sigilo do 
trabalho em si, é possível delinear os conceitos básicos desse ramo. 
Uma comunicação, notícia, fotografia ou documento não configura um 
conhecimento, são na verdade dados, que serão submetidos ao profissional de 
inteligência. 
Esses dados podem advir de fontes abertas, onde há a coleta, ou de fontes 
protegidas, onde há a busca. Essa coleta ou busca podem derivar de diversas 
fontes, por exemplo: 
 Humanas, com entrevistas dissimuladas, informantes, colaboradores; 
 Tecnológicas, com a análise: de sinais, como radares, dados de telefonia, 
sistemas de informática; imagens, com o uso de fotografias e filmadoras; e bancos 
de dados, com o monitoramento da mídia e de sistemas de instituições 
informações públicas e privadas, nacionais e estrangeiras. 
A partir da análise e da interpretação do profissional de inteligência, os 
dados coligidos ganham coesão e coerência, de modo que podem ser 
conceituados como conhecimento. 
Esse labor do profissional de inteligência envolve um trabalho intelectual 
eminentemente humano, que pode resultar em certos estados da mente, a saber: 
 Certeza - Trata-se da plena convicção 
pessoal entre os dados coligidos e as conclusões 
obtidas a partir de sua análise; 
 Opinião - Tratam-se de indicadores de 
probabilidades entre os dados e as conclusões 
decorrentes da análise; 
 Dúvida - É o estado de equilíbrio entre 
negar e aceitar as conclusões decorrentes da 
análise dos dados; 
 Ignorância - É a situação onde a análise 
dos dados não leva à nenhuma conclusão lógica, 
de modo a não gerar conhecimento. 
13 
 
 
8. ESPÉCIES DE CONHECIMENTO DE INTELIGÊNCIA 
 
Segundo a doutrina, os conhecimentos de inteligência dividem-se em: 
 Informe: resulta de juízos pessoais e podem gerar certeza ou opinião 
referente aos dados; 
 Informação: decorre do raciocínio aplicado aos dados, sendo mais do que 
uma narrativa dos fatos, pois abrange uma interpretação dos mesmos, que resulta 
em uma certeza; 
 Apreciação: similar à informação, porém, resulta em uma opinião relativa a 
um futuro próximo; 
 Estimativa: similar à informação, porém, resulta em uma opinião relativa a 
um futuro imediato; 
Via de regra, o conhecimento de inteligência deve constar em um 
documento denominado de Relatório de Inteligência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
9. CONTROLE DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA POLICIAL 
 
Trata-se de tema controvertido, haja vista que as normativas da 
contemporânea inteligência brasileira são novas. Em período não muito distante, 
órgãos da inteligência brasileira, inclusive os policiais, serviam primordialmente 
para finalidades políticas, porém, tratava-se de outra época, sujeita a diferentes 
elementos de pressão, de modo que se opta, eticamente, por evitar emitir juízos 
de valor a esse respeito. 
Uma crítica formal ao antigo regime de inteligência nacional era sua 
opacidade, pois não se sabia o que, o porquê, bem como os motivos de suas 
atividades. 
De toda forma, os desafios atuais são outros, de modo que os elementos 
de pressão atuais consistem em organizações criminosas voltadas à corrupção 
endêmica, ao tráfico de drogas, armas e pessoas, ao terrorismo, a fraudes 
financeiras, dentre outras. 
Com isso, percebe-se que a atividade de inteligência policial atual não tem 
por condão de produzir conhecimento voltado aos detentores do poder político, até 
porque, em uma democracia, eles são passageiros. 
Visa-se, atualmente, uma atividade de inteligência de caráter institucional e 
público. Vale rememorar, como dado importante para a compreensão desse tema, 
que a atividade de inteligência policial não tem como finalidade produzir provas em 
uma persecução penal. 
É fato notório a importância da atividade de inteligência policial, tão 
importante que merece ser vigiada e preservada hígida. Para tanto, vê-se como 
necessário a adoção de mecanismos de controle dessa atividade. Há o costume, 
em especial no âmbito da atividade de polícia judiciária e na persecução penal em 
si, ponderar sobre o controle do Ministério Público em sua face de fiscal da lei. 
Porém, como já mencionado, a atividade de inteligência policial não se 
confunde com as atividades de polícia judiciária, que visa coligir elementos de 
prova para a persecução penal e modernamente para a adoção de mecanismos 
de compliance. Daí porque, desde o prisma lógico-doutrinário, conclui-se não ser 
atribuição do Ministério Público controlar e/ou fiscalizar a atividade de inteligência, 
a qual não se insere no âmbito do controle externo da atividade policial. 
 
15 
 
 
Não bastassem esses fundamentos, a própria Lei 9883/99, verbis: 
 
Art. 6o O controle e fiscalização externos da atividade de inteligência 
serão exercidos pelo Poder Legislativo na forma a ser estabelecida em 
ato do Congresso Nacional. 
 § 1o Integrarão o órgão de controle externo da atividade de inteligência 
os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados e no 
Senado Federal, assim como os Presidentes das Comissões de 
Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal. 
 § 2o O ato a que se refere o caput deste artigo definirá o funcionamento 
do órgão de controle e a forma de desenvolvimento dos seus trabalhos 
com vistas ao controle e fiscalização dos atos decorrentes da execução 
da Política Nacional de Inteligência. 
 
Dessa forma, percebe-se que o controle das atividades de inteligência, 
inclusive a policial, dá-se de maneira democrática, pois no mais plural dos poderes, 
o Parlamento. Cabe o destaque de que os líderes da maioria e da minoria do 
parlamento farão parte desse sistema, o que termina por afastar temores de uso 
político dos órgãos de inteligência. 
Ainda nesse aspecto, também há controle interno exercido pela própria 
Polícia Federal com relação aos seus órgãos de inteligência, tanto com a própria 
contra inteligência, como com a corregedoria policial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
10. ESPÉCIES DE INTELIGÊNCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA 
 
 
Em face dos diversos campos de atuação da Segurança Pública e das 
peculiaridades de cada Instituição, podem-se citar como espécies de ISP: 
 Inteligência Policial Judiciária: A atividade de Inteligência Policial Judiciária 
é o exercício permanente e sistemático de ações especializadas para identificar, 
avaliar e acompanhar ameaças reais ou potenciais na esfera de Segurança Pública, 
orientadas para produção e salvaguarda de conhecimentos necessários para 
assessorar o processo decisório no planejamento, execução e acompanhamento de 
uma política de Segurança Pública; nas investigações policiais; e nas ações para 
prever, prevenir, neutralizar e reprimir atos criminosos de qualquer natureza que 
atentem à ordem pública e à incolumidade das pessoas e do patrimônio, sendo 
exercida pelas agências de inteligência (AIs) no âmbito das Polícias Civis e Federal. 
 Inteligência Policial Militar: A atividade de Inteligência Policial Militar é o 
exercício permanente e sistemático de ações especializadas para identificar, avaliar e 
acompanhar ameaças reais ou potenciais na esfera deSegurança Pública, orientadas 
para produção e salvaguarda de conhecimentos necessários para assessorar o 
processo decisório; para o planejamento, execução e acompanhamento de assuntos 
de Segurança Pública e da Polícia Ostensiva, subsidiando ações para prever, prevenir 
17 
 
 
e neutralizar ilícitos e ameaças de qualquer natureza, que possam afetar a ordem 
pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio, sendo exercida pelas AIs das 
Polícias Militares. 
 Inteligência Policial Rodoviária: A Atividade de Inteligência Policial 
Rodoviária Federal é o exercício permanente e sistemático de ações especializadas 
para identificar, avaliar e acompanhar ameaças reais ou potenciais na esfera da 
Segurança Pública e da Segurança Nacional, no âmbito das rodovias e estradas 
federais. Orientadas para a produção e salvaguarda de conhecimentos necessários 
para assessorar o processo decisório, para o planejamento, a execução e o 
acompanhamento de assuntos pertinentes à segurança da sociedade e do Estado, 
essas ações visam prevenir e neutralizar ilícitos e ameaças de qualquer natureza, 
buscando se antecipar aos fatos que possam afetar a ordem pública e a incolumidade 
das pessoas e do patrimônio, e são exercidas pelas AI’s da Polícia Rodoviária Federal. 
 Inteligência Penitenciária: A atividade de Inteligência Penitenciária é o 
exercício permanente e sistemático de ações especializadas para a identificação, 
acompanhamento e avaliação de ameaças reais ou potenciais na esfera do Sistema 
Penitenciário. Estas são basicamente orientadas para a produção e salvaguarda de 
conhecimentos necessários à decisão, ao planejamento e à execução de uma política 
penitenciária e, também, para prevenir, obstruir, detectar e neutralizar ações adversas 
de qualquer natureza dentro do Sistema Penitenciário e atentatórias à ordem pública. 
 Inteligência Bombeiro Militar: A atividade de Inteligência Bombeiro Militar é o 
exercício permanente e sistemático de ações especializadas para identificar, avaliar e 
acompanhar ameaças reais ou potenciais na esfera de Segurança Pública, orientadas 
para produção e salvaguarda de conhecimentos necessários para subsidiar o 
processo decisório; para o planejamento, execução e acompanhamento de uma 
política de Segurança Pública e das ações para prever, prevenir e neutralizar riscos 
referentes a desastres naturais e de causa humana, calamidades, a ordem pública, a 
incolumidade das pessoas e do patrimônio; assuntos de interesse institucional e a 
proteção dos seus ativos corporativo, sendo exercida pelas AI's dos Corpos de 
Bombeiros Militares. 
Finalmente, a Inteligência no Brasil está regulada também pela Lei 
9983/1999 que trata do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) e da Agência 
Brasileira de Inteligência (ABIN). 
18 
 
 
Define-se Inteligência como atividade que objetiva a obtenção, análise e 
disseminação de conhecimentos, dentro e fora do território nacional, sobre fatos e 
situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório e a ação 
governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado. 
Pode-se afirmar que inteligência é informação descoberta, discriminada, destilada 
e difundida para um decisor a fim de responder uma questão específica. 
Cepik (2003 apud LEONARDO SINGER AFONSO, 2006), um dos principais 
pesquisadores brasileiros na área de Inteligência, reconhece a existência de duas 
correntes: 
 Uma define Inteligência como conhecimento ou informação analisada; 
 A outra, mais restrita, como o mesmo que segredo ou informação secreta, 
pois se refere à “coleta de informações sem o consentimento.” 
Faz-se de grande importância a observação de que o principal mérito da 
atividade de Inteligência – aquilo que a torna imprescindível para qualquer governo 
– é a competência de pôr em prática um conjunto de métodos materializado ao 
longo do “ciclo de inteligência” (demanda – planejamento – reunião – coleta – 
busca – análise – avaliação – produção – difusão – feedback), além de fazê-lo com 
oportunidade, amplitude otimizada, o máximo de imparcialidade, clareza e 
concisão. Se adequadamente executada, a Inteligência pode se tornar explicativa 
e preditiva, qualidade que a diferencia da informação crua – o dado selecionado, 
mas não trabalhado. 
Para ROBSON GONÇALVES (apud RODRIGO CARNEIRO GOMES, 
2006), a natureza secreta das atividades de Inteligência permite que muitas vezes 
sua missão seja desvirtuada. Estados totalitários utilizam-se das ferramentas de 
Inteligência, dos conhecimentos obtidos e dos cenários projetados para "jogos de 
poder" e para auferir vantagens pessoais para seus governantes. Nas 
democracias, mecanismos de controle são criados para impedir o uso político dos 
serviços de Inteligência, porém nem sempre estes controles são efetivos e a frágil 
barreira ética que impede seu mau uso é constantemente rompida. 
No ramo policial, a atividade de Inteligência de Segurança Pública se 
apresenta como instrumento de resposta e apoio ao combate à violência em geral 
e, principalmente aos crimes de alta complexidade, procurando identificar, 
entender e revelar os aspectos ocultos da atuação criminosa que seriam de difícil 
detecção pelos meios tradicionais de investigação policial servindo, ainda, para 
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assessorar as autoridades governamentais na elaboração de Planos e Políticas de 
Segurança Pública. 
Inteligência Policial é um dos campos de interesse das atividades de 
Inteligência. Serve-se dos dados estatísticos e outros buscados ou coletados e que 
não estejam disponibilizados nos mapas e gráficos estatísticos. Estes dados são 
sistematicamente agrupados por uma Gerencia de Inteligência de forma que a 
análise do conjunto destes dados e fatos conhecidos possa produzir o 
conhecimento científico dos fatos sociais produzidos pelos integrantes dos grupos 
sociais do crime organizado. 
A missão maior da Gerência de Inteligência é produzir conhecimentos que 
possam provocar uma tomada de consciência sobre o que é um fenômeno 
criminal, como podemos e até que ponto podemos conviver com ele e, o que fazer 
diante dele. Saber decidir por ações proativas ou reativas conforme se apresentem 
os conhecimentos produzidos. 
Uma questão tema de inúmeras discussões entre os estudiosos da área é 
o conceito de Inteligência e Investigação Policial. 
Sem dúvidas, pode-se afirmar que é sutil a diferenciação entre as duas 
formas de serviço, uma vez que ambas lidam, quase sempre, com os mesmos 
objetos, dentre eles: crime, criminosos e questões conexas, etc. 
Enquanto a Investigação policial tem como propósito direto instrumentar a 
persecução penal, a Inteligência Policial é um suporte básico para a execução das 
atividades de segurança pública, em seu esforço investigativo inclusive. 
Ou seja, Inteligência é produção de conhecimento para auxiliar a decisão. 
É quase como uma assessoria administrativa. Ela não é uma instância 
executora. Levanta dados, informes, produz um conhecimento e para. Alguém, em 
nível mais elevado de hierarquia, tomará, ou não, determinada decisão ou ação. 
Ela possui um ciclo próprio: 
 Demanda 
 Planejamento 
 Reunião 
 Coleta 
 Busca 
 Análise 
 Avaliação 
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 Produção 
 Difusão 
 Feedback. 
Pode-se encontrar variações deste ciclo, que pode ser entendido, grosso 
modo, como: demanda – o decisor quer saber algo; busca – a Inteligência vai atrás 
da informação; produção – a Inteligência transforma a informação em 
conhecimento e feedback – o decisor diz se o conhecimento é suficiente para a 
sua decisão ou se necessita de um maior aprofundamento ou mesmo de 
redirecionamento. Enquanto que, Investigação é levantamento de indícios e 
provas que levem ao esclarecimento de um fato delituoso. Tem a sua atuação 
restrita a um único evento criminal (ou a mais de um evento se houverem crimes 
relacionados!) Independe de uma vontadedo administrador, pois está voltada para 
um fato consumado sobre o qual é (o administrador) totalmente impotente! 
Poderíamos propor um ciclo para a Investigação: delito – a autoridade sabe 
de algo; levantamento – os investigadores buscam indícios, provas, testemunhos; 
análise – a autoridade avalia quais levantamentos são pertinentes ao caso; 
captura – os investigadores prendem os suspeitos ou infratores e produção – a 
autoridade produz peça acusatória. 
Enquanto o ciclo da Inteligência é linear, o ciclo da Investigação pode sofrer 
variação de etapas; podendo, por exemplo, a captura ocorrer em qualquer das 
fases. 
Como se pode ver, a Inteligência visa antecipar-se ao fato, agindo sobre 
elementos que possam conter o futuro. Já a Investigação surge após o fato, agindo 
sobre elementos que possam dizer o passado. Na atividade de Inteligência há 
clara distinção entre o trabalho do Decisor e o trabalho do Operador de Inteligência. 
O Decisor tem uma posição inteiramente passiva durante o processo. Na 
Investigação, Autoridade Policial e Agentes precisam estar constantemente em 
interação. A Autoridade é totalmente ativa durante todo o processo. 
Não é raro que a própria Autoridade participe de todas as fases. A 
Inteligência contém a Investigação. Quase sempre a Inteligência utiliza-se de 
técnicas operacionais próprias da Investigação; como disfarce, vigilância, 
interceptação, escuta, gravação, fotografia etc. Isto contribui para a confusão entre 
os conceitos, levando as pessoas a pensarem que são a mesma coisa. Então, 
como é que se pode falar em Inteligência Criminal ou Inteligência Policial, já que 
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os conceitos não são cambiantes? Isto ocorre porque, por falta de esclarecimento 
e pelo uso continuado, os conceitos vão se cristalizando nas mentes das pessoas. 
E, até mesmo, dos especialistas mais bem intencionados. Mas, uma vez 
que eles existem e são usados, deveríamos colocá-los em seu devido lugar. 
Assim, Inteligência Criminal ou Policial deve ser toda a ação proativa da 
Polícia. Todo o trabalho que ela desenvolve, ou que deveria desenvolver, no 
sentido de antecipar-se ao delito para que possa impedi-lo. Infelizmente, o que 
ocorre na realidade é que o mesmo Agente proativo vira ativo e reativo. 
Ou seja, não consegue apenas trabalhar como operador de Inteligência, 
tornando-se, invariavelmente, Investigador (inclusive participando da captura). Em 
tese, não se pode afirmar que a Investigação contém a Inteligência, porque 
Inteligência é fim e Investigação é meio. Inteligência Criminal é espécie do gênero 
Inteligência. A Inteligência, vista desta forma teórica, conceitual, servirá para quase 
todo o tipo de atividade humana; enquanto que a Investigação tem a sua área de 
atuação restrita a apuração de irregularidades. 
É incontestável a importância do Serviço de Inteligência, assim como sua 
atuação em resposta a soberania do País. 
Tratar sobre inteligência é, acima de tudo, coletar, analisar e sugerir 
soluções que garantam a paz, segurança e sigilo do sistema organizacional em 
que se esteja inserido. 
Conhecer realmente o significado de Serviço de Inteligência e compreender 
sua função são os fatores decisivos para uma mudança de pensamento a muito 
distorcida, onde confunde-se Inteligência com o serviço de Investigação executado 
pela polícia, uma vez que a segunda é um ramo de seguimento da primeira, mas 
não a mesma coisa, ou seja, a Inteligência contém a Investigação e usa suas 
técnicas em seus trabalhos. 
No entanto, tais funções ainda ganham rumos divergentes, na medida em 
que se observa uma inversão de papeis, quando Funcionários do serviço de 
Inteligência policial além de buscarem informações, muitas vezes fazem a captura 
e até prisão dos referidos infratores. Serviço esse atribuído a Investigação. 
Contudo, diante de tal situação, faz-se de grande importância a divulgação 
e compreensão dos verdadeiros fundamentos, atribuições e funções dos Serviços 
de Inteligência para nação. 
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As atividades de inteligência policial consistem em atividade vital para a 
materialização do Estado Democrático de Direito e para o efetivo respeito à 
dignidade da pessoa humana. Comunidades dominadas por milícias, traficantes e 
criminosos não serão libertadas somente com o uso da força. 
A inteligência policial mostra-se como elemento fundamental para a 
minimização do uso da força e da violência, por isso, sua valorização e 
fortalecimento são elementos fundamentais tanto de políticas públicas, como de 
anseios sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA. Revista brasileira de inteligência. Vol. 
1, nº. 1. Brasília, 2005; 5. 
 
AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA. Revista brasileira de inteligência. Vol. 
2, nº. 2. Brasília, 2006. 
 
DANTAS, George Felipe de Lima e outro. As bases introdutórias da análise 
criminal na inteligência policial. Acesso em: 12-01-2006. 
 
GOMES, Rodrigo Carneiro. A repressão à criminalidade organizada e os 
instrumentos legais: sistemas de inteligência. Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 
1114, 20 jul. 2006. Disponível em: . Acesso em: 01 fev. 2007; 3. 
 
D’AVILA, Aldo Prates. Inteligência. Secretaria de Estado e Segurança Pública de 
Santa Catarina, 2005. Disponível em: www.ssp.sc.gov.br/dini/Inteligencia.htm. 
Acesso em: 20 jan. 2007; 4. 
 
LIMA, Antônio Vandir de Freitas. O Papel da Inteligência na Atualidade. 2004. 47 
f. Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” 
Especialização em Inteligência Estratégica realizado pela Faculdade Albert 
Einstein – FALBE. Brasília. 2004. 
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