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Resumão Prova - FARMACOLOGIA

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Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
1 
ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS 
ANSIOLÍTICOS 
Ansiedade é um estado desagradável de tensão, apreensão e inquietação. Os sintomas da 
ansiedade grave são similares aos do medo (taquicardia, sudoração, tremores e palpitações) e 
envolvem a ativação simpática. Os episódios de ansiedade leve são comuns e importantes para 
a vida, não necessitando de tratamento. 
 
Transtornos de ansiedade: aumento da preocupação excessiva, aflição, alterações somáticas 
manifestas, emoções semelhantes ao medo onde a fonte de perigo é incerta ou desconhecida. 
O perigo é potencial e não real. 
 
 Ameaça definida Fonte de Perigo incerta 
 
 + + 
 
 
Ansiedade normal e patológica: 
 
Alterações Psíquicas: 
 
Alterações Somáticas: 
↗CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS DA ANSIEDADE 
 DISTÚRBIOS DE ANSIEDADE GENERALIZADA (3-5%): quadro de ansiedade persistente 
e generalizada, socialmente perturbadora. A INTENSIDADE, a DURAÇÃO, a 
FREQUÊNCIA são desproporcionais ao evento causal. 
 DISTÚRBIO DO PÂNICO (1%): caracterizado pela recorrência de ataques súbitos de 
ansiedade intensa acompanhada de DIARREIA, PALPITAÇÃO, DOR TORACICA, 
TREMORES, SENSAÇÃO DE PERDA DE CONTROLE E MORTE IMINENTE. 
 TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO “TOC” (1,6%): Caracterizado por recorrência 
de IDÉIAS, PENSAMENTOS, IMAGENS ou IMPULSOS (OBSESSÕES), que invadem 
constantemente a consciência e parecem sem sentido, sendo frequentemente 
acompanhados de comportamentos estereotipados ou ritualisticos (compulsões). 
 FOBIA ESPECÍFICA ou SIMPLES: medo irracional associado com objetos específicos 
(aranhas, cobras, altura, sangue, lugares fechados). 
 FOBIA SOCIAL (1,5%): medo específico de comportamento inadequado em público. 
 AGORAFOBIA: relacionado ao medo irracional de abandonar o ambiente familiar. 
 DISTÚRBIO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO (1%): relacionado à reexperimentação de 
eventos traumáticos através de pesadelos ou flash-backs. 
 DISTÚRBIO DE ANSIDADE DEVIDO A UMA CODIÇÃO MÉDICA GERAL: sintomas 
característicos de ansiedade resultante de doença orgânica (hipoglicemia, distúrbios 
da tireoide, feocromocitoma -tumores das glândulas adrenais-). 
Medo 
Simpática Parassimpático 
Ansiedade 
Sist. Motivacionais 
Taquicardia 
Tremores 
Sudorese 
Dor 
Libido 
Fome 
↑ Sec. Gástrica 
↑ Motilidade 
Gástrica 
 
PRIMÁRIA (manif. única de quadro clínico) 
SECUNDÁRIA (resulta de outras doenças) 
Preocupação exagerada, sensação de perigo 
iminente, nervosismo, medo, irritabilidade 
Boca seca, dor ou desconforto torácico, 
insônia, midríase, sintomas cardiovasculares, 
TGI, genitoruinário, respiratório 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
2 
↗ETIOLOGIA 
 Multifatorial 
 
 
 
 
 
 
Hipotálamo +AMÍGDALA 
Pituitária HIPOCAMPO 
Adrenal 
 Lócus Cerúleo – Núcleo Simpático 
 
Transtorno de Ansiedade: 
 
AMÍGDALA HIPOCAMPO 
 + HPA + cortisol 
 
↗NEUROQUÍMICA 
 
Ach GLU 
Opióides GLI 
Neuropeptídeos GABA 
 ↑TAS, TP, Fobia Simples e Social (TEPT – TOC) 
 
↗TRATAMENTO 
 
 Benzodiazepínicos 
Moduladores Alostéricos ‘+’ 
 
 
 
 
 
Transtornos de Ansiedade 
Biológicos 
Genéticos Ambientais 
Vulnerabilidade Genética 
Eventos Intrauterinos 
Experiências Psicossociais 
Falta de adaptação às 
transformações da sociedade 
e evento da realidade 
Estimula eixo HPA,↑ Cortisol na adrenal 
 
Adrenalina, Noradrenalina 
Ansiedade 
Taquicardia 
Midríase 
Hiperatividade da Amígada 
Hiperatividade do Hipocampo 
ANSIEDADE 
NA 5- HT DA 
Barbitúricos 
EtOH: Medular Alostérico Posico 
“aumenta a afinidade do GABA e 
posterior cloreto Cl- “ 
GABA-A Flumazenil: no caso de 
toxicidade (antagonista gabaérgica) 
Benzodiazepínicos 
Neuroesteróides (estrogênio) 
GABA (neurotransmissor endógeno) 
Anticonvulsivantes Anestésicos, 
Tóxicos. COMA e DEPRESSÃO 
RESPIRATÓRIA. ↑tempo de 
abertura do canal de Cl- 
Seguro. ↑Frequencia de abertura 
do canal de Cl- 
Cl- 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
3 
Receptor GABA -A funcional 
O GABA medeia seus efeitos neurofisiológicos através de sua ligação a receptores de GABA. 
Existem dois tipos de receptores de GABA. Os receptores de GABA ionotrópicos (GABA-A e 
GABA-C) consistem em proteínas de membrana de múltiplas subunidades que se ligam ao 
GABA e que abrem um canal iônico de cloreto intrínseco. Os receptores de GABA 
metabotrópicos(GABA-B) são receptores heterodiméricos acoplados à proteína G que afetam 
as correntes iônicas neuronais através de segundos mensageiros. 
 
Os receptores de GABA mais abundantes no SNC consistem nos receptores ionotrópicos 
GABA-A, que são membros da superfamília de canais iônicos regulados por 
neurotransmissores rápidos, incluindo os receptores nicotínicos periféricos e neuronais de 
acetilcolina (nAChR), os receptores de serotonina tipo 3A/B (5HT3A/B) e os receptores de glicina. 
A exemplo de outros membros dessa superfamília, os receptores GABA-A são 
glicoproteínas transmembrana pentaméricas organizadas para formar um poro iônico central 
circundado por cinco subunidades, tendo, cada uma delas, quatro domínios que atravessam 
a membrana. 
As cinco subunidades dos receptores GABA-A circundam 
um poro iônico central seletivo para o cloreto, que se 
abre na presença de GABA. O GABA e outros agonistas 
ligam-se a dois sítios, que estão localizados em porções 
extracelulares do complexo receptor–canal, na interface 
entre as subunidades α e β. Os receptores GABA-A 
também contêm vários sítios moduladores, 
onde ocorre ligação de outros ligantes endógenos e/ou 
fármacos. 
 
2α1, 2β2, 1γ2 → mais comuns 
 
Os benzodiazepínicos são fármacos de alta afinidade e altamente seletivos, que se ligam a 
um único sítio dos receptores GABA-A contendo as subunidades α1, α2, α3 ou α5 e uma 
subunidade γ. Os benzodiazepínicos atuam como moduladores alostéricos positivos, 
potencializando a regulação dos canais na presença de GABA. Os benzodiazepínicos não 
ativam diretamente os receptores GABA-A nativos na ausência de GABA, porém ativam 
efetivamente certos receptores mutantes, indicando que atuam como agonistas alostéricos 
fracos. Esse mecanismo é compatível com a localização conhecida do sítio de ligação dos 
benzodiazepínicos na interface entre os domínios externos das subunidades α e γ. Esse sítio 
é um homólogo estrutural dos dois sítios agonistas do GABA nas interfaces entre as 
subunidades β e α. Os benzodiazepínicos aumentam a frequência de abertura dos canais na 
presença de baixas concentrações de GABA. 
Os benzodiazepínicos aumentam a frequência de abertura dos canais na presença de baixas 
concentrações de GABA. 
O influxo de Cl- causa uma leve hiperpolarização que afasta o potencial pós-sináptico do valor 
limiar e, assim, inibe a formação de potenciais de ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A função dos receptores GABA é 
moderar o influxo de íons cloro para 
o meio intracelular; 
 
Com a despolarização do neurônio 
pré-sináptico, as vesículas contendo 
GABA são liberadas na fenda 
sináptica; 
 
O GABA ligando-se ao seu receptor 
do neurônio pós-sináptico provoca 
abertura do canais de Cl- , permitindo 
o influxo desse íon. 
Agem ligando-se a um local regulador especifico no 
receptor GABA- A exacerbando assim o efeito do 
GABA. 
Os benzodiazepinicos aumentam a frequencia de 
ligação do GABA ao seu receptor, potencializando as 
correntes de cloro. 
NEUROTRANSMISSÃO GABAergica 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
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Receptor GABA-A 
Espectro de Ação 
Não tem atividade antipsicótica nem ação analgésica e não afetam o sistema nervoso 
autônomo. 
 Redução da Ansiedade: em dosesbaixas são ansiolíticas, efeito atribuído à potenciação 
seletiva da transmissão GABAérgica em neurônios que tem a subunidade α2 no 
Receptor GABA-A, inibindo assim os circuitos neuronais no sistema límbico cerebral. 
 Ações Hipnóticas e Sedativas: todas BZP tem alguma propriedade sedativa. Seus 
efeitos são mediados pelos receptores α1- GABA-A. 
 Amnésia Anterógrada: o bloqueio temporário da memória com o uso das 
benzodiazepinas também é mediado por receptores α1- GABA-A. 
 Anticonvulsivantes: alguns tratam epilepsia outros distúrbios convulsivos. 
Parcialmente mediado por α2-GABA-A. 
 Relaxamento Muscular: em elevadas doses os BZP relaxam a espasticidade do músculo 
esquelético, provavelmente aumentando a inibição pré-sináptica na medula espinal, 
onde predominam os receptores α2- GABA-A. 
 
α1 – sedação, anticonvulsivante, amnésia retrógrada 
α2 – ansiólise, miorrelaxante 
(tratamento dentário, apagar memória de uma criança com evento traumático) 
Os BZpínicos bloqueiam a placa motora. 
Flumazenil: antagonista dos Benzodiazepínicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ação Predominante Ansiolítica 
(α2) 
Aprazolam 
Bromazepam 
Diazepam 
Clobazan 
Clonazepam 
Lorazepam 
 
Ação Predominante Hipnótica 
(α1) 
Estazolam 
Flumazepam 
Flunitrazepam 
(↑ ‘DA’ via mesolímbica – prazer, 
drogas de abuso) 
Ansiolítico 
Sistema Límbico 
Amnésia 
Formação Reticular 
Medula 
Miorrelaxante 
Anticonvulsivante 
Córtex Mesencéfalo 
Medula Espinal 
Sedativo 
- Latência (Rápido <30 min; 
Intermed. 30-35 min; 
Lento >43min 
- Meia Vida 
Central não bloqueia 
a placa motora 
Hipocampo 
BDZ 
GABA 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
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Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
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Farmacocinética 
Os Benzodiazepinicos são ativos quando administrados por via ORAL e diferem principalmente 
quanto a sua DURACÃO. 
Classificação quanto à duração: 
 De efeito ultra-curto, utilizados como indutores anestésicos: MIDAZOLAM 
 De efeito curto (½ ≤ 6 horas): TRIAZOLAM 
 De efeito intermediario (½ de 6 h a 24 h): TEMAZEPAM, ESTAZOLAM 
 De efeito longo, (½ ≥ 24 h): FLURAZEPAM, DIAZEPAM 
 
Existem benzodiazepínicos de liberação lenta como o NITRAZEPAM; 
Os benzodiazepínicos são seguros na superdosagem. O FLUMAZENIL é um antagonista dos 
receptores benzodiazepínicos; 
Administrado por via intravenosa durante 1-3 min. 
São metabolizados por enzimas do citocromo P450 microssomais hepáticas, especificamente 
pela CYP3A4, e, a seguir, são excretados na urina, na forma de glicuronídios ou metabólitos 
oxidados. 
 
Efeitos Adversos 
 Sonolência 
 Amnésia Anterógrada 
 Desmame 
 Incoordenação Motora 
 Efeito Paradoxal 
 Tolerância (prop. Hipnosedativas) 
 Dependência (síndrome de abstinência) 
 Potencialização 
 
 
 Buspirona 
3 a 4 semanas para surtir efeito (requer adaptação) 
-É um agonista parcial nos receptores 5-HT1A. Estes receptores 5-HT1A são 
auto-receptores inibitórios que reduzem a liberação de 5-HT e de outros mediadores; 
-Por agir no sistema serotoninérgico seus principais efeitos colaterais são náusea, tontura, 
cefaleia. Entretanto, não causa sedação nem perda da coordenação; 
-Seus efeitos ansiolíticos são apresentados apos dias ou semanas. 
 
↓Efeito sedativo, ↓Interação com Et: OH 
Medicamentos para monoaminas demoram para fazer efeito (Neuroadaptação). 
 
Efeitos Adversos 
Tontura, náusea, cefaleia, agitação. 
 
 
 Antidepressivos Tricíclicos 
1ª geração. São inibidores relativamente seletivos do transporte da noradrenalina, alguns 
inibem a recaptação de serotonina. 
Ansiedade de forma crônica já que os Benzodiazepínicos provocam dependência 
 ISRS - Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (atividade ansiolítica). 
Bloqueiam o transporte neuronal de serotonina a curto e longos prazos 
 IRSN (atividade ansiolítica) 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
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 IMAO – Inibidores não seletivos da Monoaminoxidase 
Regulam a decomposição metabólica das catecolaminas, da serotonina e de outras 
aminas endógenas no SNC e nos tecidos periféricos. 
 β-Bloqueadores 
Propranolol (fobia social) – mecanismo periférico. 
(-) manifestação somática: ↓taquicardia, ↓tremor, ↓sudorese 
 
Os β-bloqueadores podem ser utilizados no tratamento da fobia social; 
Sua eficácia depende do bloqueio das respostas simpáticas periféricas, e não de qualquer 
efeito central. 
 Psicoterapia 
 
 Barbitúricos 
São depressores não-seletivos do SNC que produzem efeitos desde sedação e redução da 
ansiedade até inconsciência e morte por insuficiência respiratória e cardiovascular; 
Usados principalmente na ANESTESIA e no tratamento da EPILEPSIA. 
Sua administração como fármacos sedativos/hipnóticos não são mais recomendadas; 
Ocorrem tolerância e dependência à semelhança dos benzodiazepinicos. 
 
São poderosos indutores das 
enzimas hepaticas responsaveis 
pelo metabolismo dos 
medicamentos, especialmente 
o sistema citocromo p450, por 
isso podem causar interações 
medicamentosas; 
 
Apresentam riscos na 
superdosagem pois não 
possuem antagonista. 
 
 
 
 
 
Drogas de Escolha no Tratamento dos Distúrbios da Ansiedade 
 
 
A psicoterapia é claramente superior 
no tratamento de fobias simples. 
Enquanto que a farmacoterapia 
parece superior no tratamento de 
distúrbios do pânico e ansiedade 
generalizada. 
 
 
 
 
 
 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
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HIPNÓTICOS 
 
 
 
 
 
O agente SEDATIVO reduz a atividade, modera a agitação e acalma o individuo enquanto que o 
agente HIPNOTICO produz sonolência e facilita o inicio a manutenção do sono. 
 
 
 
INSÔNIA 
Primária Secundária 
Hipnosedativos Tratar a doença de Base 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
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Insônia Primária 
Hipervigilância noturna, condicionamento negativo para dormir. Preocupação acentuada. 
 
Características: 
 Dificuldade para iniciar o sono 
 Despertar frequente 
 Despertar cedo demais 
 Sono embora normal em duração, não está sendo restaurador (sensação de que não 
descansou o suficiente, sensação de que o sono foi de má qualidade). 
 Fadiga, cansaço 
 
GABA, Melatonina: indutores do sono 
Ach, DA, NA, 5-HT, His: indutores da vigília 
Tricíclicos: bloqueia H1 
 
↗HIPNOSEDATIVOS 
↓latencia p/ indução e ↑ duração do sono. 
 Benzodiazepínicos 
 Novos Hipnóticos não-BZpínicos (Zolpedem, Zaleplona, Zopiclona) +seletivos. 
 Hidrato de Cloral 
 Agomelatina 
 Outros 
 
Benzodiazepínicos: 
São utilizados conforme sua capacidade de duração, sendo assim podem funcionar como 
indutores do sono ou para mantê-lo 
 
Novos Hipnóticos não-BZpínicos: 
Compostos não benzodiazepínicos, ligam-se preferencialmente ao local receptor BZD nos 
receptores GABA-A que contenham a subunidade α1 
Zopiclona: Não é seletivo para o receptor GABA-A. Apresenta efeito colateral gosto metálico 
 
Agentes sedativo-hipnóticos não-benzodiazepínicos 
 Anti-histamínicos: difenidramina, prometazina 
Antagonistas 5-HT2: ritanserina, cetanserina 
Zaleplon, zolpidem, zoplicona (Drogas Z). 
 
Hidrato de Cloral: 
Usado na odontologia, cirurgias, ECG. 
Induz o sono em cerca de 30 minutos e dura cerca de 6 horas 
Efeitos adversos: irritação do TGI (náusea, vômito), sabor desagradável (oral). 
 
Aglomelatina: 
Hipnóticos melatoninérgicos: Um hipnótico com dose estabelecida comprovadamente eficaz é 
o agonista MT1/MT2. Ramelteon. 
 
 
 
 (+) 
 
 
 
Agomelatina 
Receptores Melatominérgicos 
MT1/MT2 
Melatonina 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
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Outros: 
Antipsicóticos: Bloqueiam H1 
 
ATC e atípicos: Induzem sedação pelo H1. Aumentamonoamina. 
 
Antagonistas do receptor 5-HT2: Os antagonistas do receptor 5-HT2 aumentam o tempo do 
sono de ondas lentas. RITANSERINA, CENTASERINA. 
A serotonina tem um papel importante no ciclo sono-vigília. 
 
Anti-Histamínicos: Os anti-histamínicos agem em H1, bloqueando-o. (saciedade, vigília) 
‘tricíclicos antagonistas’, promovendo sonolência, e prejudicam o desempenho motor 
diminuem o sono REM. 
DIFENIDRAMINA, PROMETAZINA, CLORFENIDRAMINA, HIDROXIZINA. 
Não causam dependência física, mas causam tolerância; 
Os de 1ª geração: atravessam a barreira hemato-encefálica. 
Os neurônios histaminérgicos localizam-se no hipotálamo posterior e participam do fenômeno 
de vigília. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
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ANTICONVULSIVANTES E ANTIPSICÓTICOS 
 
ANTICONVULSIVANTES 
A expressão convulsão refere-se a uma breve alteração de comportamento causada pela 
ativação desordenada, sincrônica e rítmica de grupos de neurônios. 
 
↗EPILEPSIA 
- São alterações crônicas (recorrentes) auto-limitadas e paroxísticas da função neuronal, 
decorrentes de anormalidades na atividade elétrica neural. 
- A crise epiléptica pode se manifestar através de alterações sensoriais, motoras, vegetativas, 
emocionais ou cognitivas. 
- O evento mais dramático é a CONVULSÃO, manifestação associada à atividade excitatória 
repetida de um grupamento neuronal do córtex cerebral e estruturas subcorticais. 
 
 
 
 
 
 
 
Sistemas Excitatórios: 
GLUTAMATO: Rec. NMDA – (acoplado a canais de Na+), AMPA, Metabotrópicos 
CANAIS DE Ca2+ e de Na+ 
 
~ Causa das Convulsões ~ 
 Fatores epileptogênicos 
 Há um equilíbrio de excitação e inibição o qual quando quebrado, causa a convulsão. 
 Traumatismo craniano, AVC, infecções, tumores, privação do sono, substâncias 
tóxicas, fármacos. 
 Fatores Predisponentes Endógenos: genética, história familiar, maturação do 
SNC, etc. 
 
~ Classificação conforme as manifestações clínicas ~ 
 Classificação das Epilepsias 
 
CAUSA: 
 
 Classificação das Crises Epilépticas 
 
 
 
CRISES: 
 
GABA 
GABA-A 
Et:OH 
BZP Neuroesteróides 
Barbitúricos 
 Protege da hiperexcitação 
 Idiopática ou Primária (origem genética) 
 Sintomática ou Secundária (causada por tumores, traumas, malformações) 
 Criptogênicas 
Parciais ou Focais (restritas) 
Generalizadas (expressão em 
ambos hemisférios) 
Simples: sem perda de consciência 
Complexa: com perda da consciência 
Crises de Ausência 
Mioclônica 
Tônico-Clônica 
Atônicas 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
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 Classificação das Convulsões 
 Parciais 
- Descarga elétrica focal 
- Área localizadas isoladas do córtex cerebral 
 Generalizadas 
- Descarga elétrica difusa 
- Ambos Hemisférios (simetricamente ; simultaneamente) 
 
CRISES PARCIAIS 
 (Epilepsia psicomotora): Descarga localizada. 
 sintomas ex.: descargas autonômicas, contrações musculares, comportamento e humor. 
Simples: sem prejuízo da consciência, sintomas podem ser motores, sensoriais ou cognitivos 
dependendo do local anatômico das descargas elétricas. 
Complexas: com prejuízo da consciência e os mesmos sintomas da epilepsia simples. 
 
CRISES GENERALIZADAS 
Espraiamento para ambos os hemisférios cerebrais. 
 
Pequeno mal (crises de ausência) : episódios breves de perda de consciência com pequenos 
episódios motores ou mesmo inexistentes; 
Convulsões mioclônicas: episódios simples ou múltiplos de espasmos incontroláveis. 
Grande mal: convulsões tônico-clônicas generalizadas com perda da consciência. 
 
↗MECANISMOS DOS ANTICONVULSIVANTES 
- Aumento da atividade simpática inibitória – via GABA 
-↓da atividade sináptica excitatória 
- Controle da excitabilidade da membrana neuronal e da permeabilidade iônica 
 
Fármacos que são eficazes na redução das crises podem bloquear a iniciação da descarga 
elétrica desde a área focal ou, mais comumente, prevenir o alastramento da descarga elétrica 
anormal para as áreas cerebrais adjacentes. 
Eles realizam essa ação por meio de vários mecanismos, incluindo bloqueio dos canais 
voltagem-dependentes (Na+ ou Ca2+), acentuação dos impulsos inibitórios GABAérgicos ou 
interferência na transmissão excitatória do glutamato. 
 
↗TRATAMENTO 
Seleção de Antiepiléticos 
 Tipo de convulsão 
 Preço 
 Posologia 
 Efeitos Colaterais 
 Monoterapia (melhor) 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
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 Barbitúricos (Fenobarbital): 
↑ tempo de abertura. Modulação alostérica do receptor GABA-A, inibem o receptor 
GLU. Limita a propagação das descargas das crises no cérebro e elevando o limiar da 
crise. 
 Benzodiazepínicos (Diazepam, Clanazepam, CBZ): ↑ frequência da abertura do canal. 
CZP suprime a propagação de ataques desde o foco epilético, sendo eficaz nas crises 
de ausência e mioclônicas. DZP e LZP são eficazes na interrupção das crises repetitivas 
do estado epilético. São as escolhas no tratamento agudo. 
 Carbamazepina: inibe canais de (Ca+?) voltagem dependente tipo-T. Reduz a 
propagação dos impulsos anormais do cérebro, bloqueando os canais de Na+, inibindo, 
assim, a geração de potenciais de ação repetitivos no foco epiléptico e evitando seu 
alastramento. 
 Fenitoína: inibe canais de Na+ voltagem dependentes. Produz grau de sonolência e 
letargia sem progressão para hipnose. Reduz a propagação de impulsos anormais no 
cérebro. EFEITOS ADVERSOS: Hiperplasia Gengival, Hirsutismo, Anemia Megaloblástica 
e Sedação. 
 
 Lamotrigina: Inibe canais de Na+ e Ca2+ voltagem dependentes, inibe liberação de GLU. 
 Oxcarbazepina: Também inibe canais de Na+ 
 Topiramato: Inibe canais de Na+, ativa receptor GABA-A, inibe recepção de GLU. 
 Valproato: Inibe GABA-T, inibe canais Na+ volt. dependentes e de Ca2+ tipo T, inibe 
receptor de GLU. 
 
Os sublinhados são 
INDUTORES ENZIMÁTICOS 
(Interações Medicamentosas) 
-Autoindução 
-Metaboliza outros 
medicamentos. 
 
-Déficit na quantidade de 
GABA ( mediador químico 
inibitório) 
-Excesso na quantidade de 
Glutamato ( mediador 
químico excitatório) 
-Alteração no balanço (GABA x 
Glutamato) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
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ANTIPSICÓTICOS 
Os Antipsicóticos ou Neurolépticos são fármacos que se caracterizam por sua ação 
psicotrópica, com efeitos sedativos e psicomotores. Por isso, além de se constituírem como os 
fármacos preferencialmente usados no tratamento sintomático das psicoses, principalmente a 
esquizofrenia, também são utilizados como “calmantes” e em outros distúrbios psíquicos. O 
uso dos antipsicóticos é, hoje, conduta padrão na terapia de psicoses agudas. 
 
↗PSICOSE 
Mistura de sintomas presentes em muitos transtornos psíquicos diferentes, de maneira geral 
significa alucinações e delírios. Também inclui fala e comportamento desorganizados e 
distorções graves da realidade. Induzidos por DROGAS, ESQUIZOFRENIA, ALZHEIMER, 
DEPRESSÃO, MANIAS. 
 
↗ESQUIZOFRENIA 
 Transtorno psiquiátrico crônico e incapacitante, alcança 1% da população 
 Incidência similar entre homens e mulheres 
 Progressão: episódio agudo caracterizado por sintomas psicóticos positivos 
 1º Episódio: psicótico frequente em adolescentes e adultos jovens, sendo mais precoce 
em pacientes masculinos (fator protetor dos hormônios esteroides; ↑incidência após 
menopausa). 
 
↗ETIOLOGIA DA ESQUIZOFRENIA 
Caráter multifatorial: fatores genéticos, ambientais, biológicos. 
 Maturação cerebral, complicações no parto, infecções virais intra-uterinas, hipóxia 
 Redução do lobo pré-frontal (hipofrontalidade) 
 ↓das Amígdalas e Hipocampo 
 
↗SINTOMAS 
 POSITIVOS 
- Alucinações (auditivos): vozes de demônios, mortos, mensagens acusadoras 
- Delírios (atribuir) criar significados,natureza paranoide 
- Distúrbios do pensamento 
- Agitação psicomotora, comportamentos anormais. 
 
 NEGATIVOS 
- Embotamento afetivo, nivelamento de respostas emocionais 
- Isolamento social 
- Anedonia (falta de prazer) 
- Atenção prejudicada 
* tendem a surgir tardiamente e agravar-se com o aprofundamento da doença 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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↗4 VIAS NEURONAIS DOPAMINÉRGICAS (todos tem 
receptor DA) – teoria da Dopamina - 
 
 1ª Via MESOLÍMBICA: área tegumentar 
ventral-núcleo accumbens. 
Sensações prazerosas, delirios e alucinações. 
 2ª Via MESOCORTICAL: área tegmentar 
ventral-córtex pré-frontal. 
Sintomas cognitivos e afetivos 
 3ª Via NIGRO-ESTRIATAL: substância negra-
gânglios da base-ou-estriado. 
Controla funções motoras e os movimentos 
 4ª Via TÚBERO-INFUNDIBULAR: hipotálamo e 
glândula hipófise anterior. 
Secreção de prolactina. 
 
1ª e 2ª: estão alterados no paciente com esquizofrenia 
3ª e 4ª: não estão alteradas (efeitos adversos) 
*principal receptor na esquizofrenia: D2 
 
 
↗TEORIAS/HIPÓTESES 
 
 Teoria Neuroquímica: defende que a esquizofrenia seja 
causada por um aumento da dopamina em uma das vias 
dopaminérgicas do cérebro (a via mesolímbica), causando, 
em suma, uma hiperatividade desse sistema. 
 
 Hipótese Glutaminérgica: embora ainda não elucidada, 
defende que há uma reduzida expressão do receptor NMDA 
(n-metil, d-ácido aspártico). Diminuição da função dos 
receptores NMDA no córtex frontal. 
 
 Hipótese Dopaminérgica: 
A hipótese dopaminérgica para a psicose determina, portanto, que a hiperatividade 
dos neurônios dopaminérgicos na via mesolímbica pode mediar os sintomas positivos 
da psicose. O objetivo terapêutico tem como base a hipótese do antagonista do 
receptor dopaminérgico na ação dos antipsicóticos, de modo que, com a via 
mesolímbica bloqueada, os sintomas positivos serão combatidos. 
 
 Hiperatividade Dopaminérgica MESOLÍMBICA (sintomas positivos) 
- Sensações prazerosas (sistema recompensa) 
 Hiperatividade Dopaminérgica MESOCORTICAL (sintomas negativos) 
- Sintomas afetivos: humo, ansiedade, culpa, preocupação, irritabilid. 
 Via Nigro-Estriatal (estriado, substância negra) 
- Sintomas Extrapiramidais (SEP) 
- Faz parte do sistema extrapiramidal (comportamento motor) 
 Via Túbero-Infundibular 
- Antagonista D2 
- Pode aumentar secreção de Prolactina (prolactinemia) – seios em homens 
Núcleo Accumbens 
 Área Tegumentar Ventral 
Córtex Pré-Frontal 
Área Tegumental Ventral 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
16 
↗FÁRMACOS ANTIPSICÓTICOS 
Mecanismo de ação: 
- Todos fármacos antipsicóticos são antagonistas nos receptores D2 de Dopamina, porém a 
maioria também bloqueia outros receptores de monoaminas, especialmente 5-HT2. A 
Clozapina também bloqueia os receptores D4. 
- A potência dos antipsicóticos, em geral, corre paralela à atividade dos receptores D2, mas 
outras atividades podem determinar o perfil de efeitos colaterais. 
-Estudos por imagens sugerem que o efeito terapêutico exige cerca de 80% de ocupação de 
receptores D2. 
- Os antipsicóticos levam dias ou semanas para funcionar, sugerindo que efeitos secundários 
(por ex.: aumento do número de receptores D2 na estrutura límbica) podem ser mais 
importantes do que o efeito direto do bloqueio do receptor D2. 
 
 1ª Geração (típicos) 
- Haloperidol 
- Clorpromazina 
- Flufenazina 
 
Ações: 
 Sedação (bloqueio de H1) 
 Ganho de peso (bloqueia H1 e 5-HT) 
 Efeitos anticolinérgicos (bloqueia M1) 
 Hipotensão postural (bloqueia α1) 
 Hiperprolactinemia (bloqueia D2) 
 SEP (efeitos extrapiramidais: distonias, discinesia tardia, Parkinson Farmac.) 
* Via mesocortical que chega ao VMPFC – antagonista de D2 
 
 2ª Geração (atípicos) 
- Clozapina 
- Deanzapina 
- Rispiridona 
 
Ações: 
 Sedação: bloqueio H1, contribuição de 
α1 e M1 (bloqueia) 
 Hiperprolactinemia (antipsic. Atípicos- ↑potencial) 
 
 
 
 
 
(+) 
 (-) 
-O que torna o antipsicótico 
convencional são as ações 
antagonistas do D2. 
 
-Úteis para aliviar sintomas 
positivos - mesolímbica 
Bloqueia receptor 5-HT2A 
(ligação com D2 fraca em relação com os outros. 
 
O que torna o Antipsicótico atípico? 
ANTAGONISMO D2 + ANTAGONISTA 5-HT2 
 
Úteis para aliviar sintomas negativos e/ou 
Outras Ações: ↓hiperprolactinemia, ↓SEP 
 
Hipotálamo 
Dopamina 
Hipófise Anterior 
Prolactina 
Mama 
5-HT Antipsicóticos Típicos 
 Bloqueio da via Tubero-Infundibular 
 Ginecomastia (homem) 
 Galactorréia (mulher) 
 ↓do libido e funções 
*Antipsicóticos Atípicos tem efeito menor 
em função do bloqueio de 5-HT2 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sintomas Extrapiramidais (SEP) 
- ↑Potencial com antipsicóticos de 1ª geração 
- ↓Potencial com antipsicóticos de 2ª geração: antagonismo 5-HT2A. Libera DA 
na via nigro-estriatal. 
a) Agudos: tendem a declinar com o tempo 
-Distonias: espasmos do músculo da face e do pescoço, crises 
oculogéricas. 
- Acatisia 
- Parkinsonismo Farmacológico 
b) Crônicos: 
- Discinesia tardia (irreversível): movimentos orofaciais involuntários 
hipercinéticos. 
c) Síndrome Neuroleptica Maligna (rara, fatal): 
- Hipertermia 
- SEP. 
 
↗ ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, DESTINO E EXCREÇÃO 
- Alguns antipsicoticos apresentam absorção errática apos administração oral: Clorpromazina 
- São lipofílicos e com alta ligação a membrana plasmática ou as proteínas; podem se acumular 
no cérebro, também penetram na circulação fetal e no leite materno 
- Apresentam meia-vida de eliminação de 20-40 horas 
- Eliminados por processos oxidativos hepáticos: citocromo P450. 
 
↗GENERALIZANDO OS EFEITOS FARMACOLOGICOS 
Efeitos Comportamentais: catalepsia, apatia, redução da agressividade. 
Efeitos Antieméticos 
Discinesia Tardia e Distúrbios Motores Extrapiramidais: 
PARKISONISMO FARMACOLOGICO: redução da dopamina na via nigro estriatal 
DISCINESIA TARDIA: bloqueio dos receptores dopaminérgicos; o que leva ao excesso de 
acetilcolina na via nigro-estriatal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
18 
↗GENERALIZANDO EFEITOS ADVERSOS 
Distúrbios Motores Extrapiramidais 
Distúrbios Endócrinos: aumento de prolactina na via nigro-estriatal (ginecomastia, lactação e 
mamas doloridas; 
Bloqueio de Receptores α-Adrenérgicos e Muscarínicos: hipotensão, boca seca, visão turva ; 
Distúrbios Hematológicos: agranulocitose 
Ganho de Peso 
Síndrome Maligna dos Neurolépticos: rigidez muscular extrema, febre alta, coma e morte. 
 
Além da via mesolímbica, existem outras vias dopaminérgicas encefálicas importantes que 
também podem sofrer influências medicamentosas indesejadas durante o tratamento 
farmacológico da esquizofrenia. As vias dopaminérgicas do encéfalo e os efeitos que sofrem 
sob ação de bloqueadores dos receptores dopaminérgicos são: 
 
 VIA NIGRO-ESTRIADA: a utilização de bloqueadores de receptores dopaminérgicos 
para evitar a psicose, pode alcançar esta via e gerar efeitos indesejados 
extra-piramidais, como o parkinsonismo farmacológico. As reações extra- piramidais 
ocorrem quando há deficiência de dopamina e excesso de acetilcolina na via 
dopaminérgica nigro-estriada: normalmente, a dopamina suprime a atividade da 
acetilcolina. Uma vez bloqueada, não haverá inibição da liberação de Ach, gerando os 
efeitos extra-piramidais. 
 
 VIA MESOLÍMBICA: a ação de bloqueadores dos receptores dopaminérgicos deve 
ocorrer nesta via, quando se quer reduzir os efeitos dos sintomas positivos da psicose. 
 
 VIA MESOCORTICAL: o uso de bloqueadores de receptores dopaminérgicos, ao afetar 
esta via, cria o aparecimento de sintomas negativos da psicose como efeitos adversos. 
 
VIA TÚBERO-INFUNDIBULAR: bloquear a dopamina desta via significa inibir a inibição 
da secreção da prolactina, o que faz com que haja a liberação deste hormônio 
(desenvolve na mulher as glândulas mamárias(e galactorréia) e, no homem, 
ginecomastia). 
 
 
↗INDICAÇÕES CLÍNICAS 
 Na esquizofrenia: 
CLORPROMAZINA, 
HALOPERIDOL, 
FLUFLENAZINA. A 
clozapina é utlizada para 
pacientes refratarios aos 
outros neurolepticos; 
 Mania 
 Emergências 
Comportamentais: 
comportamento impulsivo 
violento 
 Tratamento de Vômitos 
 Doença de Huntington: 
para suprimir os 
movimentos involuntários. 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
19 
DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS 
 
As doenças neurodegenerativas do SNC incluem a doença de Alzheimer, a doença de 
Parkinson, a doença de Huntington e a esclerose lateral amiotrófica. 
São caracterizadas pela perda progressiva de neurônios específicos em áreas cerebrais 
discretas, resultando em distúrbios do movimento, distúrbios cognitivos, ou ambos, 
característicos. 
 A doença de Alzheimer é caracterizada pela perda de neurônios colinérgicos no núcleo 
basal de Maynert. 
 A doença de Parkinson está associada à perda de neurônios dopaminérgicos na 
substância nigra. 
 
DOENÇA DE PARKINSON 
A doença de Parkinson ou mal de Parkinson é caracterizada por uma desordem progressiva do 
movimento devido a disfunção dos neurônios secretores de dopamina nos gânglios da base, 
que controlam e ajustam a transmissão dos comandos conscientes vindos do córtex cerebral 
para os músculos do corpo humano. 
 
- Doença neurológica degenerativa progressiva 
- Alterações motoras 
- Predominantemente idosos (50 a 70 anos) 
- Movimentos tremulantes involuntários 
- ↓ da força muscular 
- Inclinação do tronco para frente, alteração da marcha. 
 
 
 
 
 
 
 
Antipsicóticos (Neurolépticos) 
Típicos: Antagonista D2 
Atípicos 
 
↗ETIOLOGIA: GENÉTICOS + AMBIENTAIS 
 Traumatismo 
 Idiopática 
 Drogas (METILDOPA, NEUROLÉPTICOS, HALOPERIDOL, METOCLOPRAMIDA) 
 Toxinas (Neurotoxinas MPTP, Heroína, Agrotóxicos, H2O de poço) 
 Infecções Virais (Encefalites) 
 
↗ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS 
Estriado 
Substância Nigra 
Medula 
Músculos (tremores) 
PARKINSONISMO FARMACOLÓGICO 
Via Nigro-Estriatal 
↑ Ach 
(-) DA 
D2 
CORPOS DE LEWY (Inclusões Citoplasmáticas): agregados eosinofílicos de α-sinucleína e parkina anormais. 
DEGENERAÇÃO DE NEURÔNIOS DAérgicos DA SUBST. NIGRA QUE SE PROJETAM PARA O ESTRIADO: 
sintomas de Parkinson. 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
20 
↗SINTOMAS MOTORES 
 Tremor de repouso (mãos, braços) 
 Anormalidades Posturais 
 Rigidez muscular em membros (roda denteada) 
 Bradicinesia (lentidão de movimentos) 
 Alterações do equilíbrio e coordenação 
 
*No Parkinson ocorre Hipoatividade DOPAminérgica 
*Hiperatividade motora: 60-70% dos neurônios da Substância Nigra estão degenerados. 
 
↗DIAGNÓSTICO 
 Sintomas motores 
 PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) 
 
↗FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA DE PARKINSON 
Na doença de Parkinson, de forma resumida, ocorre uma diminuição da ativação dos 
receptores D1 e uma ativação dos receptores D2 (é um padrão contrário ao normal, 
justamente devido à falta de dopamina na via nigro-estriatal). Este detalhe desregula todo o 
circuito dos núcleos da base e, com isso, toda a programação motora: fibras comandadas pelos 
receptores D1 deixam de inibir adequadamente o globo pálido medial, enquanto que fibras 
colinérgicas comandadas por receptores D2, de uma forma indireta (via núcleo subtalâmico), 
acabam excitando demais este globo pálido. 
Como resultado disso, o globo pálido medial, por ter uma natureza inibitória, passa a 
exercer uma ação inibitória exagerada sobre o tálamo, o qual excita pouco o córtex motor e 
este, via trato córtico-espinhal, estimula pouco os neurônios motores da medula, promovendo 
a bradicinesia característica do parkinsonismo. 
Vale salientar ainda que os receptores D2 do estriado são responsáveis por fibras 
colinérgicas que estimulam a secreção de GABA (neurotransmissor inibitório) pelas fibras que, 
quando ativadas, inibem o globo pálido lateral, o qual seria responsável por modular o efeito 
excitatório do núcleo subtalâmico sobre o globo pálido medial. 
Portanto, em condições normais, a dopamina inibe a produção de acetilcolina no 
estriado; em condições patológicas, com a carência de dopamina, ocorre aumento da 
acetilcolina, o que corrobora com a inibição excessiva do tálamo. 
 
Portanto, o que acontece na doença de Parkinson é um quadro 
inverso ao que acontece na PSICOSE: nesta, a dopamina encontra-se em 
elevadas concentrações, principalmente, na via mesolímbica, acompanhado 
de queda nos níveis centrais de acetilcolina. 
Já no PARKINSONISMO, a dopamina encontra-se em baixas concentrações quando 
comparada aos níveis de acetilcolina. O objetivo terapêutico, no intuito principal de tratar os 
sintomas, é então equilibrar a “balança DOPAMINA x ACETILCOLINA” com o uso de agonistas 
dopaminérgicos, que tenham ação principal na via nigro-estriatal (o que nem sempre é 
possível), aumentando a secreção de dopamina nesta via no intuito de frear a secreção de 
acetilcolina. 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
21 
*↑ DOPAMINA e ↓ atividade da Ach 
 
↗FÁRMACOS QUE RESTAURAM A FUNÇÃO DA DOPAMINA NOS GÂNGLIOS BASAIS 
 Levedopa ou L-Dopa (precursor da Dopamina) 
 Agonistas D2 ou D3 
- BROMOCRIPTINA - PERGOLIDA 
- LISURIDA - PRAMIPEXOL 
 Inibidor COMT 
- ENTACAPONA 
- TOLCAPONA 
 Amantadina 
↑ liberação de DA, inibe receptação de DA, Inibe receptores NMDA 
 IMAO (β-irreversível) 
- SELEGELINA 
 
*Excesso de Glutamato = DEGRADAÇÃO 
 
~ Levedopa (L-Dopa) ~ 
- É o fármaco mais eficaz, T ½ curto: 1 a 2 horas 
- L-Dopa DDC DA DDC = DOPA-Descarboxilase - Presente na periferia e cérebro 
*Excesso de DA na periferia = efeitos colaterais 
- L-Dopa atravessa a barreira hemato-encefálica 
- É administrada com um inibidor do DDC (CARBIDOPA ou 
BENSERAZIDA) que não atravessa a BHE (ou seja, prevalecem 
apenas em nível periférico), com a finalidade de reduzir a dose 
(~1 a 5x) e minimizar os efeitos colaterais (a maioria da L-Dopa 
administrada é convertida em catecolaminas (como a 
noradrenalina e adrenalina) em nível periférico, aumentando os 
efeitos indesejados no sistema nervoso autônomo). 
 
- EFEITOS ADVERSOS AGUDOS (dura poucas semanas): excesso de DA em outras áreas. 
 TGI: náuseas, vômitos 
 CV: taquicardia, hipotensão 
 Central: delírios e alucinações = Produção de DA na Via Mesolímbica 
-EFEITOS ADVERSOS TARDIOS 
 Discinesia Tardia (~-->2 anos) = flutuação nos níveis sanguíneos de Levedopa 
 Efeito Liga-Desliga 
 
~ Selegelina ~ 
- Inibidor seletivo de MAO-B (que metaboliza a Dopamina), mas não inibe a MAO-A (que 
biotransforma a noradrenalina e a serotonina). Assim, por diminuir o metabolismo de 
Dopamina, a Selegelina aumenta os níveis de dopamina no cérebro. 
- EFEITO ADVERSO: insônia (uso pela manhã). 
 
~ Tolcapona e Entacapona ~ 
- São inibidores reversíveis da COMT (catecol-O-metil transferase), enzima responsável por 
degradar as catecolaminas, e sua inibição culmina em um aumento da concentração de 
dopamina. Reduzem a concentração de 3-O-metildopa no plasma, aumenta a captação central 
de Levedopa e eleva as concentrações cerebrais de Dopamina. 
- Entacapona não penetra a BHE (ação periférica) 
- Tolcapona: hepatotoxicidade (monitoramento). 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
22 
~ Agonistas DAérgicos D2 ou D3 ~ 
- Bromocriptina e Pergolida 
- T ½ > L-Dopa 
- Menor flutuação na resposta 
- A Bromocriptina é um agonista dopaminérgico que estimula os próprios receptores 
dopaminérgicos da fenda pós-sináptica. Desta forma, ela,e os demais agonistas 
dopaminérgicos, são drogas que estimulam diretamente os receptores dopaminérgicos, e têm 
sido desenvolvidos na tentativa de superar as limitações da L-Dopa no tratamento da doença 
de Parkinson. 
- EFEITOS ADVERSOS similares ao da Levedopa. 
 
 
↗FÁRMACOS QUE REDUZEM A FUNÇÃO DE ACETILCOLINA NOS GÂNGLIOS BASAIS 
 Benzatropina 
 Biperideno 
 Triexifenidil 
- Antagonistas de receptores muscarínicos 
- O bloqueio da transmissão colinérgica provoca efeitos similares ao aumento da transmissão 
Dopaminérgica (devido ao desequilíbrio na relação dopamina/acetilcolina). 
- EFEITOS ADVERSOS: 
Periféricos = boca seca, visão borrada, constipação, retenção urinária, taquicardia. 
Centrais = sonolência, confusão. 
-Contra-indicação = glaucoma e prostatismo. 
 
 
DOENÇA DE ALZHEIMER 
 
- Doença neurodegenerativa 
- Característica clínica: comprometimento das funções cognitivas 
- A acetilcolina é um neurotransmissor importante nos mecanismos de memória e 
aprendizagem. Na doença de Alzheimer, como consequência da degeneração dos neurônios, 
ocorre redução da atividade da acetilcolina por ação de enzimas que a degradam. Essa perda 
de atividade está associada ao declínio cognitivo. 
- A doença de Alzheimer instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema 
nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, 
tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles. Como consequência dessa 
toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como o 
hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o 
arrazoamento, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato. 
- A doença de Alzheimer tem 3 aspectos distintos: 
 O acúmulo de placas senis (acúmulo β-amilóide) 
 A formação de numerosos entrelaçados neurofibrilares 
 A perda de neurônios corticais, particularmente colinérgicos 
 
- APP → peptídeos (numa sequencia de AA alterada) 
 
 
 
 
Aβ 1-40 
Aβ 1-42 
 
Agregação/Processo Inflamatório Lesão Neuronal (Ach) 
Córtex Cerebral 
Núcleo Basal de Maynert 
Hipocampo 
Memória (intelectuais, cognitivos) 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
23 
↗FÁRMACOS USADOS NA DOENÇA DE ALZHEIMER 
Os tratamentos atuais visam a melhorar a transmissão colinérgica no SNC ou evitar as ações 
excitotóxicas do receptor NMDA glutamato em certas áreas do cérebro 
 Inibidores da Acetilcolinesterase 
Postula-se que a inibição da acetilcolinesterase (AchE) no SNC melhora a transmissão 
colinérgica. Há 4 inibidores aprovados: 
- DONEZEPILA 
- GALANTAMINA 
- RIVASTIGMINA 
- TACRINA 
Esses compostos oferecem redução modesta na velocidade da perda cognitiva em pacientes 
com Alzheimer. 
- AchE - membranas pré e pós-sinápticas colinérgicas 
- BuchE - fígado 
 
 Antagonistas do receptor NMDA 
A superestimulação dos receptores glutamato, particularmente do tipo NMDA, resulta 
em efeitos excitotóxicos nos neurônios e é sugerida como um mecanismo para 
processos neurodegenerativos. Antagonistas do receptor NMDA glutamato, com 
frequência, são neuroprotetores, evitando a perda de neurônios após lesões 
isquêmicas ou outros tipos de lesão. 
- Memantina: previne/diminui a velocidade da perda de memória nas demências de 
Alzheimer e nas associadas aos vasos, mesmo em pacientes com perdas cognitivas 
moderadas a graves. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIA GLUTAMATO 
Memantina 
Antagonista Receptor NMDA 
↑GLUTAMATO 
MORTE NEURONAL 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
24 
ANTIDEPRESSIVOS E ESTABILIZANTES DO HUMOR 
ANTIDEPRESSIVOS 
 
O humor é um parâmetro psíquico que está relacionado com a auto-estima, capaz de 
oscilar entre dois polos: EUFORIA EXPANSIVA E DEPRESSÃO DOLOROSA. De maneira geral, 
fatores como o sono e psico-sociais podem regular o humor. 
Os distúrbios afetivos depressão e mania caracterizam-se por alterações no humor 
com manifestações clínicas primárias. 
A depressão é a mais comum. É acompanhada por sintomas emocionais e biológicos. 
Emocionais: aflição, apatia, pessimismo, baixa auto-estima acompanhada por sentimento de 
culpa e indecisão. 
Biológicos: retardo do pensamento e ação (retardo psicomotor), perda de libido, distúrbios do 
sono (insônia ou hiperinsônia) e do apetite (anorexia ou bulimia). 
 A mania é o oposto de depressão. O paciente apresenta exuberância excessiva, 
entusiasmo, auto-confiança acompanhada de ações impulsivas e, geralmente, tem-se 
irritabilidade, impaciência e agressividade. 
 
 
 
 
A principal teoria é a teoria das Momoaminas, a qual sugere que a Depressão resulta da 
transmissão monoaminérgica funcionalmente deficiente. Já a Mania seria provocada por um 
excesso funcional. 
As duas principais monoaminas envolvidas são a Noradrenalina (NA) e a Serotonina (5-HT). 
 
FLUTUAÇÕES DIÁRIAS EM NOSSO HUMOR humor deprimido (cronicamente) 
 - Intensidade 
 - Duração 
INTERFERÊNCIA DO COTIDIANO 
 
 
↗DEPRESSÃO 
- Alcança 340 milhões de pessoas no mundo 
- Todas as idades, raças, credos, classes 
- Adultos, jovens 
- 2 a 3x maior em mulheres 
 
~ Sintomas Psíquicos ~ 
 Sensação de tristeza, auto-desvalorização 
 Culpa (sentimento) 
 Anedonia (falta de prazer) nas atividades 
 Fadiga 
 Dificuldade de concentração/tomar decisões. 
 
~ Sintomas Fisiológicos ~ 
 Insônia/Hiperinsônia 
 Anorexia/Hiperfadiga 
 Redução do libido 
Monoaminas 
Catecolaminas (NA, A , DA) 
Indolamina (Serotonina) 5-HT 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
25 
~ Evidências Comportamentais ~ 
 Retraimento social 
 Crises de choro 
 Retardo psicomotor, lentificação generalizada ou agitação psicomotora 
 Comportamento suicida 
 
~Fatores Desencadeantes ~ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Cortisol: provoca degeneração do Hipocampo 
 
~ Classificação ~ 
A depressão pode estar presente, basicamente, em dois quadros psiquiátricos distintos: na 
depressão maior e no transtorno bipolar, cujo tratamento é diferenciado. Por esta razão, a 
depressão pode ser classificada de duas formas: 
 Depressão unipolar ou reativa: flutuação do humor que ocorre em “uma única 
direção”, manifestando apenas um tipo de sintomas: baixa autoestima, retração do 
humor, etc. Este quadro depressivo não deve ser intercalado por quadros maníacos 
(que, ao contrário, exaltação do humor). 
 
- Depressão maior ( >2 semanas + 4 ou + Sintomas adicionais) 
- Distimia ( >2 anos, 2 ou + Sintomas adicionais → mais leves) 
- Transtorno de humor associado a uma condição médica (câncer, fibromialgia) 
- Transtorno de humor induzido por substâncias (drogas – anfetamina, cocaína) 
- Transtorno não-especificado (não se enquadra nos anteriores) 
 
 Depressão bipolar (2 polos e sintomas opostos) ou endógena: é a depressão que se 
alterna com momentos maníacos, caracterizados por extrema auto-estima e 
exuberância excessiva. 
 
- Transtorno bipolar I (depressão + mania) 
- Transtorno bipolar II (depressão + hipomania) → mais leve 
 
 
 
 
Processos Biológicos 
(Vulnerabilidade Genética) 
Fatores Ambientais 
(Estressores, Drogas) 
Fatores Emocionais 
T. relacionado ao Estresse 
Falta de Adaptação às 
transformações da sociedade 
- Alterações em Genes 
Transportadores 
(SERT, NAT, DAT) 
- Receptores 5-HT2A 
- Tirosina-hidroxilase (DA) 
- MAO – degrada monoaminas 
- COMT – degrada monoaminas 
- Triptofano-hidroxilase (DA) 
Reativação de experiências 
infantis de desamparo e 
dependência 
DEPRESSÃO: Caráter Multifatorial 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
26 
~ Teorias/Hipóteses ~ 
 Teoria Monoaminérgica Clássica da Depressão - NA, 5-HT, DA – ‘receptores’ 
A descobertade que os Antidepressivos Tricíclicos inibem a receptação de 
Noradrenalina (NA) e Serotonina (5-HT), e de que os IMAO inibem a enzima 
Monoaminoxidase (MAO), ambos os mecanismos aumentando a disponibilidade 
sináptica dessas monoaminas de volta ao normal em certas áreas do cérebro, veio a 
corrobar a hipótese de que os neurotransmissores podem estar diminuídos nas 
sinapses em locais específicos do cérebro durante um episódio depressivo. 
 
*depressão resultante da deficiência de monoaminas. 
 
Síntese de 5-HT Metabólitos 
Triptofano 
Triptofano hidroxilase
 5HTP 
5-HT descarboxilase 5-HT MAO-A 
 
Síntese de NA 
L – Tirosina 
Tirosina Hidroxilase DOPA DOPA descarboxilase DA Dopamina β-hidroxilase NA 
 DOPAMINÉRGICA 
 MAO-A 
*degrada monoamina-descarboxilase Metabólitos 
COMT
 
“INCONSISTÊNCIA DA TEORIA MONOAMINÉRGICA CLÁSSICA” 
1. Não explica a necessidade de se fazer tratamento prolongado excessivo 
2. Drogas anfetaminas e cocaína não afetam nosso humor deprimido 
Porque a ação antidepressiva destas drogas levam semanas para aparecer? 
→mudanças adaptativas no cérebro (up-regulation de receptores) 
 
 Hipótese da Dessensibilização e Sensibilização (de Alterações de Receptores) 
A disparidade no tempo entre a inibição de receptação dos 
neurotransmissores (horas) e a eficácia antidepressiva dessas drogas (semanas) torna 
a teoria monoaminérgica uma explicação insuficiente. Outra explicação mais 
convincente é de que o número e a sensibilidade dos receptores beta-adrenérgicos 
pós-sinápticos centrais estariam diminuídos com o uso crônico de, praticamente, 
todos os antidepressivos. Tais modificações de receptores coincidem, no tempo, com a 
melhora clínica da depressão. 
A deficiência de monoaminas seria, portanto, explicada pela hipersensibilidade 
dos receptores monoaminérgicos, a qual, por um mecanismo de feedback, diminuiria a 
síntese e liberação dos neurotransmissores. Assim, a depressão poderia resultar de 
uma disfunção do número e da sensibilidade dos receptores. 
 
 
 Sensibilizados 
 
 
 
 
 
α 1 
α 2 
β - ADRENÉRGICA 
Deficiência: NA, 5-HT, DA 
Só melhora quando diminui receptor 
↑ 5-HT2 
↑ 5-HT3 
↓ 5-HT1A Hipocampo 
Antidepressivo: libera muita monoamina e 
acaba dessensibilização. Neuroadaptação. 
Córtex, Amígdala, Hiperatividade do eixo HPA 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
27 
 Participação do eixo Hipotalâmico (Hipótese Imunológica) 
Stress crônico → Amígdala +→ Eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal) → ↑cortisol 
Atravessa a barreira hemato-encefálica, e provoca degeneração do hipocampo causando falta 
de concentração. 
No 1º dia de tratamento, o paciente não fica bem, só fica bem quando ocorre neuroadaptação. 
 
↗CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIDEPRESSIVOS 
Tradicionalmente, os antidepressivos foram classificados em dois grupos: 
TRICÍCLICOS E OS INIBIDORES DA MONOAMINA OXIDASE. 
Posteriormente, surgiram moléculas que não se enquadravam em nenhum desses grupos, os 
Antidepressivos Não-Tricíclicos e Não-IMAO, também conhecidos como ANTIDEPRESSIVOS DE 
SEGUNDA GERAÇÃO ou ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS, ou ainda NOVOS ANTIDEPRESSIVOS. 
 
 Antidepressivos Tricíclicos (+antigos) – 1ª Geração 
 Antidepressivos de 2ª Geração 
 Antidepressivos Atípicos 
 Inibidores da MAO (monoamino oxidase) 
 
↗ ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS 
- Não-seletivos 
- Bloqueia H1 (histamina) ↑ apetite, ↑ sono 
 IMIPRAMINA 
 DOMIPRAMINA 
 AMITRIPLINA 
(bloqueiam receptação das monoaminas principalmente 5-HT e NA). 
 
Por inibição competitiva na receptação de NA e da 5-HT de maneira não-seletiva. Produzem 
redução do número de receptores pós-sinápticos β-adrenérgicos, α2 pré-sinápticos e 
serotoninérgicos pelo fenômeno da dessensibilização 
 
Efeitos Adversos 
 Sedação, ganho de peso (fome) H1 (antagonistas) → bloqueiam ação da histamina 
 Hipotensão postural (α1), taquicardia reflexa 
 Boca seca, visão turva, constipação, retenção urinária (bloqueio muscarínico) 
 Alterações cardíacas, depressão respiratória, agitação, delírios, alucinações, 
convulsões (bloqueio dos canais de Na+). 
 Disfunção erétil e ejaculatória (α1) 
 
 
↗ANTIDEPRESSIVOS DE 2ª GERAÇÃO 
- Mais usados e mais caros 
- ↓efeito colateral, mas em menor proporção 
 
 Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS): 
 FLUOXETINA (Prozac) 
 PAROXETINA 
 CITALOPRAM 
- Eles bloqueiam a recaptação de aminas pelas terminações nervosas através de sua 
competição pelo sítio de ligação das proteínas transportadoras, priorizando e 
potencializando a transmissão realizada pela 5-HT (a recaptação de NA não é isenta na 
administração destes inibidores). 
↑Ansiedade, estresse = depressão 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
28 
Efeitos Colaterais 
 Alteração no libido e disfunção sexual 
 Perda de peso 
 Náusea, vômito, diarreia. 
 Ansiedade, insônia (tendem a se reduzir) 
 
 ISRN (Inibidores Seletivos de Recaptação de Noradrenalina): 
 MAPROTILINA - efeito adverso: similares aos ATC (H1: sedação) 
 REBOXETINA - ↓ efeito adversos. 
- A Reboxetina age seletivamente no sistema noradrenérgico, inibindo a receptação de 
NA nos neurônios pré-sinápticos, aumentando a concentração de NA na fenda 
sináptica. 
 
 IRSN (Inibidores da Recaptação da Serotonina e Noradrenalina): 
 VENLAFAXINA – efeito adverso: similares aos ISRS 
 DULOXETINA – ↓efeitos adversos 
- Não seletivo 
- Possuem algum efeito inibidor de recaptação de Dopamina, sem entretanto bloquear 
os receptores colinérgicos ou histaminérgicos. Em doses baixas, predominam os 
efeitos de recaptação da Serotonina, enquanto que em doses elevadas predominam os 
efeitos noradrenérgicos e surgem os efeitos dopaminérgicos. 
 
 IRND (Inibidor da Recaptação de Noradrenalina e Dopamina): 
 BUPROPRIONA 
- A Bupropriona é um inibidor da receptação de noradrenalina e dopamina. Produz 
down-regulation dos receptores beta-adrenérgicos e dessensibilização da NE 
adenililciclase. 
- Efeitos adversos: cefeléia, boca seca, agitação, insônia, convulsão. 
- Trata dependência à nicotina. 
 
 
↗ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS 
É um grupo representado por fármacos que não se enquadram nas propriedades dos ADT, dos 
iMAO ou dos ISRS. Na realidade, eles não têm nenhum mecanismo de ação comum (alguns são 
bloqueadores fracos da captação de monoamina). De um modo geral, apresentam resposta 
terapêutica demorada como ADT e IMAO, mas com ação curta. 
 MIANSERINA, 
 MIRTAZAPINA 
- Antagonistas α2, 5-HT2, 5-HT3, H1 (sedação, apetite). 
- Agem diretamente no receptor, inibem a receptação de serotonina. 
 
 TRAZODONA 
 NEFAZODONA 
- α1, 5-HT2, 5-HT3, H1, IRS 
- Sedação (Trazodona), hipotensão, arritmias 
 
 
 
 
 
 
 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
29 
↗INIBIDORES DA MAO (MONOAMINO OXIDASE) 
- Atuam bloqueando a ação da enzima monoamino oxidase, sendo, desta forma, utilizados no 
tratamento da depressão. Os MAOs causam uma inibição que é irreversível e não- seletiva, 
pelo que bloqueiam a ação dos dois subtipos da enzima 
MAO-A: responsável por degradar 5-HT e NA; 
MAO-B: degrada, preferencialmente, a dopamina). 
Esta característica confere-lhes uma longa duração de ação, mas está também relacionada 
com os seus efeitos adversos, uma vez que a inibição não-seletiva (e irreversível) leva à 
acumulação e consequente toxicidade de vários dos substratos da MAO, sobretudo a 
serotonina. 
- Os fármacos inibidores da MAO inibem a enzima monoamina oxidase (MAO), responsável por 
metabolizar monoaminas como a noradrenalina, dopamina e serotonina, aumentando assim a 
concentração sináptica destas e condicionando maior excitação dos neurônios que possuem 
receptores para estes mediadores. 
Existe dois subtipos específicos de MAO: 
 MAO-A: possui como substrato essenciala noradrenalina (NA) e serotonina (5-HT). Seu 
bloqueio é desejado para o tratamento específico da depressão. 
 MAO-B: possui como substrato essencial a dopamina. Seu bloqueio é desejado para o 
tratamento específico da Doença de Parkinson. 
- Irreversíveis não-seletivos (MAO-A e MAO-B) 
 TRANILCIPROMINA 
 ISOCARBOXAZINA 
 FENELZINA 
 
- Reversível Seletivo (MAO-A): 
 MOCLOBEMIDA: Efeitos adversos similares aos da 1ª geração. 
- Interação medicamentosa com TIRAMINA (Reação ao queijo) = restrição a vinho, queijo, 
enlatados. Hipertensão. 
 
 ALPRAZOLAM: Único ansiolítico benzodiapínico. Alivia a ansiedade, tem atividade 
depressiva. Efeitos adversos: sedação, dependência. 
 
 AGOMELATINA (Valdoxan): atividade antidepressiva 
- Agonista de receptor MT1/MT2  receptores melatonérgicos. 
- Eficaz no tratamento da depressão grave (insônia) 
 
CONSIDERAÇÕES: 
 São igualmente eficazes 
 Demoram no mínimo 15-30 dias para o efeito 
 Não causam dependência (tarja vermelha) →colaterais 
 Síndrome da descontinuação, efeito rebote 
 Não perdem eficácia quando usados por tempo prolongado 
 Devem ser usados em doses e tempos adequados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
30 
ESTABILIZADORES DO HUMOR 
 
São representados pelos sais de LÍTIO (Carbonato, Sulfato, Acetato, Cloreto e Citrato). O Lítio é 
um cátion monovalente, presente em concentrações mínimas no organismo e sem função 
fisiológica conhecida. Possui inúmeros efeitos farmacológicos. 
 
↗LÍTIO 
- Íon orgânico. Precisa de Litemia: Quantificar os níveis de Lítio plasmático. 
- Controla mania e depressão 
- O Lítio impede a formação do segundo mensageiro AMPc através da inibição da adenilil 
cilclase. Ele pode também inibir a produção dos segundos mensageiros trifosfato de inositol 
(IP3) e diacilglicerol (DAG), através da redução da disponibilidade do precursor bifosfato de 
fosfatidilinositol (PIP2). Por esse mecanismo, em concentrações terapêuticas, o lítio altera o 
funcionamento de vários sistemas neurotransmissores, como o noradrenérgico e o 
serotoninérgico. 
- Efeitos Colaterais: náusea, poliúria (ADH), hipotireoidismo, polidpsia, tremores, fadiga, 
convulsões, dano cerebral irreversível. 
- Toxicidade: > 1,5 mEq. 
 
↗ANTICONVULSIVANTES (estabiliza a bipolaridade) 
 ÁCIDO VALPRÓICO: (-) canais de Ca 2+ 
 CARBAMAZEPINA: profilaxia do transtorno bipolar 
 LAMOTRIGINA 
 
↗ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS 
 OLANZAPINA 
 RISPERIDONA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
31 
ANESTÉSICOS GERAIS E LOCAIS 
 
A anestesia é o procedimento médico que tem por finalidade promover um bloqueio das 
modalidades sensitivas de um modo geral. Para realizar tal função, ela pode agir de duas 
maneiras: com integridade da consciência (anestesia local ou regional) ou ocorrendo 
inconsciência (anestesia geral). 
 
ANESTÉSICOS GERAIS: Abolição de forma previsível e reversível da sensação e estado de 
consciência, permitindo a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos. 
ANESTÉSICOS LOCAIS: Bloqueio da condução nervosa (sensação dolorosa) de uma região 
circunscrita do organismo através da administração de um anestésico. 
 
ANESTESÉSICOS GERAIS 
Os anestésicos gerais têm como objetivo gerar uma depressão do total do SNC, sem a 
manutenção da consciência. Os principais objetivos da anestesia geral são: 
 Hipnose 
 Analgesia 
 Relaxamento muscular (BPZ, BNM) 
 Controle de reflexos autonômicos 
 
GABA, Melatonina: indutores do sono 
Ach, 5-HT, NA, DA, His: indutores da vigília 
 
 - 
 
 - 
 - 
↗ESTÁGIOS 
 ESTÁGIO I (Analgesia): paciente com inibição da transmissão sensorial, mas desperto e 
responsivo. 
- Analgesia (depende do agente) 
- Amnésia 
 ESTÁGIO II (Excitação): fase caracterizada por delírios e comportamento 
agressivo/violento. É um estágio indesejado, sendo prevenido pelo uso de 
pentobarbital (intermediário do Tiopental) endovenoso. 
-Tônus muscular aumentado - Excitação 
-Delírio - Comportamento combativo 
 ESTÁGIO III (Anestesia Cirúrgica): fase de respiração regular e relaxamento da 
musculatura. O reflexo pupilar diminui e movimentos oculares cessam até a pupila 
ficar fixa. 
- Hipotonia muscular - Respiração regular 
- Inconsciência - Diminuição dos movimentos oculares 
 ESTÁGIO IV (Depressão/Paralisia Bulbar): grave depressão dos centros respiratório e 
vasomotor. Pode ocorrer morte abruptamente, se o paciente não estiver bem assistido 
e devidamente ventilado. 
- Parada respiratória - Ausência do movimento ocular 
- Depressão e parada cardíaca 
*O MAIS APROPRIADO É PARAR NO ESTÁGIO III, POIS NO IV PODE CAUSAR A MORTE* 
Anestésicos 
Hipotálamo 
Formação Reticular (Bulbo, Ponte, Mesencéfalo) 
Medula 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
32 
↗MODELO DE ANESTÉSICO GERAL IDEAL 
 Indução rápida e agradável da anestesia (e recuperação) 
 Boa capacidade analgésica 
 Ampla margem de segurança 
 Relaxamento adequado dos músculos esqueléticos 
 Ausência de efeitos adversos/tóxicos em doses terapêuticas 
*UTILIZAM-SE CATEGORIAS DE DIFERENTES FÁRMACOS PARA PRODUZIR O EFEITO DESEJADO* 
 
 
↗ETAPAS DA ANESTESIA GERAL 
 Pré-Operatório/Anestesia 
- Avaliação clínica - Administração pré-anestésica 
- Planejamento do procedimento 
 
 Intra-Operatório 
- Indução: inalação, EV, retal - Manutenção: inalação ou EV 
*Isso acima para: Prevenção da perda da consciência, Analgesia, Relaxamento 
Muscular, Bloqueio dos Reflexos Neurais* 
 Pós-Operatório 
- Recuperação pós-anestésica 
 
~ Pré-Anestesia~ 
- Usados para diminuir a ansiedade 
- Reduzir a quantidade de anestésico necessário 
- Induzir amnésia imediata 
 
 Anticolinérgicos (ATROPINA, ESCOPOLAMINA): usam-se bloqueadores muscarínicos 
para proteger o coração de uma eventual parada durante a indução anestésica 
(o HALOTANO, por exemplo, é um anestésico inalatório que pode levar a uma parada 
cardíaca muito facilmente). 
 Antieméticos (METOCLOPRAMIDA, DOMPERIDONA): para inibir náusea e vômito 
durante a anestesia (efeito que pode ser desencadeado por analgésicos opiódes). 
 Anti-histamínicos: para evitar a reação alérgica e, principalmente, cooperar na 
sedação (ajudando a minimizar a quantidade de anestésico a ser administrado). 
 Barbitúricos: tanto ajudam na sedação, quanto na velocidade desta sedação. 
O TIOPENTAL, por exemplo, é um anestésico geral que atua de maneira tão veloz que 
pula um dos estágios da anestesia (fase excitatória). 
 Benzodiazepínicos (ANSIOLÍTICOS, HIPNOSEDATIVOS e AMNÉSICOS): utilizados para 
tratar a ansiedade, sendo, por muitas vezes administrados 24h antes da anestesia. 
Apresenta um efeito excelente para amnésia anterógrada. 
 Opióides (quando há dor antes do procedimento, ↑sedação): apresentam um 
satisfatório efeito anestésico (é válido lembrar que os anestésicos, basicamente, não 
apresentam efeitos analgésicos – daí a necessidade da coação de opióides). 
 HIDRATO DE CLORAL: hipnótico seguro em pediatria usado para pré-medicação. 
 DROPERIDOL (Anti-Dopaminérgico): efeito antiemético e sedativo. 
 
 Relaxantes musculares: 
SUCCINILCOLINA: relaxante muscular despolarizante utilizado em anestesias para a realização 
de intubação, apresentando efeito de 1 a 3 minutos. 
ATRACÚRIO E VICURÔNIO: relaxantes musculares não-despolarizantes cuja ação é inibida pela 
anti-AChE. A administração de drogas pré-anestésicas tem a finalidade de: abolir a dor, 
produzir a sedação, potencializar vias aéreas, bloquear o vago e reduzir o metabolismo. 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
33 
~Intra-Operatório~ 
Indução e manutenção anestésica. 
 
↗ANESTÉSICO INALATÓRIO 
Os anestésicos inalatórios desenvolvem suas ações farmacológicas principais no sistema 
nervoso central, onde inibem a percepção da sensibilidade. Já as ações secundárias, colaterais, 
são exercidas sobre os outros sistemas do organismo. Seu mecanismo de ação consiste na 
expansão das membranas celulares, desarranjo dos canais iônicos e sensibilização de enzimas 
superficiais. Basicamente, os anestésicos inalatórios são utilizados quando se deseja uma 
anestesia de maior duração, possibilitando o controle regulação da profundidade da anestesia. 
 
 Gasoso: N2O (Óxido Nitroso) 
 Líquidos Voláteis (halog.): ISOFLURANO, ENFLURANO, DISFLURANO, SEVOFLURANO 
 
Mecanismo de ação: 
 Teoria da expansão de volume: os anestésicos gerais dissolvem na bicamada lipídica da 
membrana neuronal, causando sua expansão. 
 Alteração da fluidez da membrana plasmática e condutância iônica 
 Outros: receptores específicos 
- GABA-A - Glicina - NMDA, AMPA e Cainato - Canais de Na+, K+ e Ca2+ 
 
-CAM- 
Definida como CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR MÍNIMA necessária para inibir a resposta motora 
à estimulação cirúrgica em 50% dos indivíduos. É uma forma de medir a potência dos 
anestésicos inalatórios. 
As velocidades de indução e recuperação são determinados por suas propriedades dos 
anestésicos: Solubilidade no Sangue (Coeficiente de partição SANGUE:GÁS) e Solubilidade em 
Gorduras (Coeficiente de partição ÓLEO:GÁS). 
 
-(Coeficiente de partição SANGUE:GÁS)- 
É o principal fator que determina a velocidade da indução e da recuperação de um anestésico 
inalatório e, quanto menor este coeficiente, mais rápidas a indução e recuperação. 
 
-Liposolubilidade (Coeficiente de partição ÓLEO:GÁS)- 
- Determina a potência anestésica 
- Se o fármaco tem maior coeficiente óleo-gás, menor a CAM 
- Além de determinar a potência de um anestésico, também influencia a cinética de sua 
distribuição no organismo, e o principal efeito é que uma alta lipossolubilidade tende a 
retardar a recuperação dos efeitos da anestesia. 
Ex: Halotano: ↑coeficiente óleo:gás (225)= ↑ lipossolubilidade = ↓concentração para 
indução, ↑ potência. Ele é um agente com alta lipossolubilidade, e se acumula gradualmente 
no tecido adiposo corpóreo e pode produzir ressaca prolongada. 
N2O: ↓ coeficiente óleo:gás (38) = ↓lipossolubilidade = ↑ concentração para indução. 
 
- Fatores que afetam a velocidade de indução com um Anestésico Inalatório – 
 ↑ concentração do Anestésico na mistura de gás inspirada (↑) 
 ↑ ventilação alveolar (↑) 
 ↑ solubilidade do Anestésico no sangue (coeficiente de partição sangue:gás) (↓) 
 ↑ débito cardíaco (↓) 
 ↓ débito cardíaco (IC, perda sanguínea, outras) (↑) 
 
(↓) (↑) = velocidade de indução 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
34 
↗ ANESTÉSICOS LÍQUIDOS VOLÁTEIS 
- Boa hipnose 
- Pobre analgesia 
- Pobre efeito relaxante 
 HALOTANO 
 ENFLURANO 
 ISOFLURANO 
 
↗ ANESTÉSICOS INALATÓRIOS GASOSOS 
- Pobre hipnótico 
- Boa analgesia 
- ↓ medo/ansiedade 
 ÓXIDO NITROSO (N2O) 
 
~Toxicidade~ 
 Hepatotoxicidade: HALOTANO 
 Nefrotoxicidade: ENFLURANO e SEVOFLURANO (metab. resultando em íon Fluoreto) 
 Hipertermia Maligna: todos, exceto N2O (distúrbio genético do músculo esquelético: 
Contração Muscular Intensa = alta rigidez, hipercalcemia, ↓ O2, hipertermia, 
taquicardia, hipertensão, cianose). 
 Hepatotoxicidade Crônica: à exposição prolongada ao N2O 
 
↗ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS 
 BARBITÚRICOS (Tiopental Sódico) 
 BENZODIAZEPÍNICOS (DZP, FNZ e MDZ) 
 PROPOFOL 
 ETOMIDATO 
 
 QUETAMINA (antagonista) 
 
↗ FARMACOS COADJUVANTES DA ANESTESIA 
 Miorrelaxantes (BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES, BENZODIAZEPÍNICOS): 
Relaxamento muscular. 
 Benzodiazepínicos (DZP, LZP); Neurolépticos (CLORPROMAZINA, HALOPERIDOL, 
TRIFLUPROMAZINA): Diminuição da ansiedade. 
 Antieméticos (METOCLOPRAMIDA, DOMPERIDONA): Prevenção de náuseas e vômitos 
no pós-operatório. 
 Anticolinérgicos (ATROPINA, ESCOPOLAMINA): Prevenção da secreção brônquica. 
 
↗RECUPERAÇÃO 
 Redução/interrupção da administração de anestésicos inalatórios 
 Retorno espontâneo da ventilação e da consciência 
 Retorno da consciência e de sensações, de forma rápida e suave, não traumática 
FÁRMACOS ÚTEIS: 
 ANTICOLINESTERÁSICOS: para reversão do relaxamento muscular 
 NALOXONA e NALTREXONA: antagonista opióide, caso haja depressão respiratória 
induzida por analgésicos opióides. 
 FLUMAZENIL: antagonista Benzodiazepínico capaz de reverter em menos de 1 minuto 
os efeitos centrais desses agentes. 
 
↑ receptores GABA-A 
↓ receptores NMDA (para Glutamato) 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
35 
ANESTÉSICOS LOCAIS 
Os anestésicos locais são um grupo de fármacos utilizados para induzir a anestesia em nível 
local, sem produzir inconsciência. Sua utilização baseia-se na infiltração de substâncias 
anestésicas nas proximidades da área a ser operada, usualmente empregada em cirurgias de 
superfície de pequeno ou médio porte. Auxiliam no tratamento da dor pós-operatória quando 
utilizada sozinha ou em associação com outras técnicas anestésicas. Para isso, eles bloqueiam 
a condução nervosa de impulsos sensitivos da periferia para o SNC, bloqueando canais de 
sódio de nervos segmentares. São indicados para anestesia de mucosa, anestesia infiltrativa e 
anestesia regional (como a raquianestesia), quando não é necessária a perda da consciência. 
 
- Administração e ação local, sem perda da consciência 
- Bloqueio reversível da condução nervosa 
- Perda de sensações 
 
↗ ESTRUTURA E PROPRIEDADES QUÍMICAS 
Os anestésicos locais são bases fracas com pKa acima de 7,4, razão pela qual são parcialmente 
ionizados em pH fisiológico, apresentando uma boa capacidade de penetração na membrana 
axônica e bainha nervosa. Em solução, os anestésicos locais estão em equilíbrio na forma 
ionizada e não-ionizada. Todo o mecanismo de ação dos anestésicos locais, assim como as 
diferenças farmacológicas observadas entre os diferentes agentes, estão intimamente 
relacionados à sua estrutura química. Reconhece-se na fórmula geral dos anestésicos locais 
três partes fundamentais: 
 Radical Aromático Hidrofóbico (PORÇÃO LIPOFÍLICA) – lipossolúvel 
O grupo aromático confere lipossolubilidade à molécula do anestésico local e permite 
sua solubilidade em gorduras, favorecendo sua transposição por barreiras celulares. 
 Cadeia Intermediária – ÉSTER/AMIDA 
A união da cadeia intermediária (pivô) com o sistema aromático faz-se por meio de 
ligações do tipo ÉSTER (PROCAÍNA) ou AMIDA (LIDOCAÍNA). 
 Grupo Amina Terciária Hidrofílica (PORÇÃO HIDROFÍLICA) – ionizável 
O grupo amino representa a porção hidrofílica da molécula e facilita sua difusão em 
meio aquoso. 
 
 
 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
36 
↗ CLASSIFICAÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS 
 Amino-ÉSTERES 
São biotransformados por pseudocolinesterases plasmáticas, e podem competir com outras 
drogas que sejam biotransformadas por estas mesmas enzimas (fenômeno que faz com que 
este anestésico dure mais tempo no organismo, e a anestesia se torne mais demorada). 
 
 BENZOCAÍNA: atua bloqueando a condução de impulsos nervosos e diminuindo a 
permeabilidade da membrana neuronal ao iodeto de sódio 
 TETRACAÍNA (Pantocaína): reduzir a dor da injeção intra-muscular da penicilina, e 
também na odontologia. 
 
 Amino-AMIDAS 
São biotransformadas por peroxidases hepáticas e, com isso, indivíduos portadores de 
insuficiência hepática podem apresentar um tempo prolongado e indesejado de anestesia. 
 
 LIDOCAÍNA: pode ser usada para infiltração periférica ou para bloqueio do neuroeixo. 
Em raquianestesias, produz bloqueio motor e sensitivo bem acentuado. 
 PRILOCAÍNA: age bloqueandoo impulso nervoso, ao diminuir a permeabilidade da 
membrana neuronal aos íons sódio. 
 
↗CLASSIFICAÇÃO QUANTO À DURAÇÃO 
 Curta 
 Intermediária 
 Longa 
- Rápido início de efeito 
- (Duração do efeito: ligação a proteínas plasmáticas e teciduais; tipo metabolismo) 
- Vasoconstritores: ↑ duração 
 
↗MECANISMO DE AÇÃO 
Anestésicos locais são substâncias que em concentrações apropriadas bloqueiam, de forma 
totalmente reversível, a geração e a propagação de impulsos elétricos em tecidos excitáveis, 
bloqueando, inicialmente, o componente sensitivo e, logo depois, o motor. 
Os anestésicos locais são bases fracas poucos solúveis e instáveis. Apresentados como sais 
ácidos (cloridratos), tornam-se mais solúveis, com maior estabilidade em solução com pH de 5 
a 6. Existem três características que interessam para uso clínico: ação, a potência e a duração. 
 
 1ª Teoria: os anestésicos locais agem inibindo a condução nervosa dos nervos 
periféricos, diminuindo a permeabilidade do Na+ e, deste modo, impedindo a 
despolarização da membrana. 
 2ª Teoria: a fração lipossolúvel do anestésico local expande a membrana celular, 
interferindo com a condutância elétrica dependente das concentrações de Na+. 
 3ª Teoria: os anestésicos locais geram alterações das cargas na superfície da 
membrana, em especial, nos nódulos de Ranvier. 
 4ª Teoria: os anestésicos locais, em uma segunda fase, causariam uma deslocação dos 
íons cálcio, diminuindo a condutância ao Na+ e a propagação do potencial de ação. 
 
- Anestésicos Locais são bases fracas acidificadas com HCl (tubetes: pKa 4,5 – 6,0) 
- Forma desprotonada atravessa a membrana 
- Em tecido inflamado, tratar primeiro a inflamação. 
 
 
 
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 
 
37 
↗ PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS 
 POTÊNCIA: guarda relação direta com a lipossolubilidade do fármaco. Eventualmente, 
a alta lipossolubilidade de um agente pode diminuir sua potência in vivo devido à 
perda de anestésico para sítios inespecíficos, diminuindo a quantidade de fármaco 
disponível para exercer o bloqueio neural. 
 PESO MOLECULAR: está relacionado com a movimentação dos anestésicos locais no 
canal de sódio da membrana nervosa e apresenta influência na taxa de dissociação dos 
anestésicos locais de seus sítios receptores. 
 GRAU DE LIPOSSOLUBILIDADE: é o principal determinante da potência anestésica 
intrínseca. Quanto maior a lipossolubilidade, maior a toxicidade e menor a margem de 
segurança do anestésico local. 
 GRAU DE IONIZAÇÃO (pKa): a velocidade de ação dos anestésicos locais guarda 
relação inversa com seu grau de ionização que, por sua vez, depende do pKa do 
fármaco e do pH do meio em que é dissolvida. Por exemplo, a Lidocaína, cujo pKa é 
7,7, tem, no pH fisiológico, maior concentração de forma não-ionizada (sem íons H+) 
que a Bupivacaína, cujo pH é 8,1. Isso acontece porque a Bupivacaína é uma base mais 
forte que a Lidocaína e se ioniza (recebe íons H+) mais facilmente. Assim sendo, a 
instalação do bloqueio com a Lidocaína é mais rápida. 
 INÍCIO E DURAÇÃO: tem relação direta com o grau de ligação à proteína plasmática. 
Quanto mais afinidade por proteínas tem o fármaco, menor será a sua fração livre no 
plasma, o que diminui a sua ação. 
- Início rápido: lidocaína, mepivacaína, prilocaína e etidocaína. 
- Início intermediário: bupivacaína, levobupivacaína e ropivacaína. 
- Início lento: procaína e tetracaína. 
 
↗CARACTERÍSTICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS 
 Bloqueiam a condução nervosa de impulsos sensitivos da periferia para o SNC. Por esta 
razão, pode ser utilizados para a realização de anestesia regional com o uso da 
raquianestesia e anestesia peridural 
 Bloqueiam os canais de sódio 
 Não produzem inconsciência 
 Efeitos adversos resultam da absorção: é um efeito sistêmico que acontece quando o 
anestésico ganha a corrente sanguínea, podendo causar convulsão e arritmias. 
 
 
↗PARÂMETROS CLÍNICOS DE SELEÇÃO 
- Características inerentes ao procedimento cirúrgico> tipo e local da cirurgia 
- Início do efeito 
*A duração da anestesia é determinada pela DISTRIBUIÇÃO do Anestésico Local* 
- Associação com Vasoconstritores 
 ADRENALINA, NORADRENALINA, FELILEFRINA (Adrenérgicos – CATECOLAMINAS e 
derivados). 
Quando administrados isoladamente, os Anestésicos Locais aumentam o calibre dos vasos e, 
assim, a velocidade e a extensão de absorção da solução depositada no tecido, reduzindo sua 
duração de ação e elevando os níveis plasmáticos rapidamente, o que aumenta o risco de 
reações adversas. 
Vasoconstritores preservam a ação de Anestésicos Locais, pois se contrapõem à vasodilatação 
por eles induzida. 
 
 
 
 
- ↑duração do efeito e qualidade da anestesia 
- Uso de menores doses do Anestésico 
- Diminuição dos níveis plasmáticos de anestésico 
- Redução dos riscos de efeitos adversos sistêmicos 
- Auxiliam no controle da hemorragia durante procedimentos cirúrgicos

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