Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 1 ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS ANSIOLÍTICOS Ansiedade é um estado desagradável de tensão, apreensão e inquietação. Os sintomas da ansiedade grave são similares aos do medo (taquicardia, sudoração, tremores e palpitações) e envolvem a ativação simpática. Os episódios de ansiedade leve são comuns e importantes para a vida, não necessitando de tratamento. Transtornos de ansiedade: aumento da preocupação excessiva, aflição, alterações somáticas manifestas, emoções semelhantes ao medo onde a fonte de perigo é incerta ou desconhecida. O perigo é potencial e não real. Ameaça definida Fonte de Perigo incerta + + Ansiedade normal e patológica: Alterações Psíquicas: Alterações Somáticas: ↗CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS DA ANSIEDADE DISTÚRBIOS DE ANSIEDADE GENERALIZADA (3-5%): quadro de ansiedade persistente e generalizada, socialmente perturbadora. A INTENSIDADE, a DURAÇÃO, a FREQUÊNCIA são desproporcionais ao evento causal. DISTÚRBIO DO PÂNICO (1%): caracterizado pela recorrência de ataques súbitos de ansiedade intensa acompanhada de DIARREIA, PALPITAÇÃO, DOR TORACICA, TREMORES, SENSAÇÃO DE PERDA DE CONTROLE E MORTE IMINENTE. TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO “TOC” (1,6%): Caracterizado por recorrência de IDÉIAS, PENSAMENTOS, IMAGENS ou IMPULSOS (OBSESSÕES), que invadem constantemente a consciência e parecem sem sentido, sendo frequentemente acompanhados de comportamentos estereotipados ou ritualisticos (compulsões). FOBIA ESPECÍFICA ou SIMPLES: medo irracional associado com objetos específicos (aranhas, cobras, altura, sangue, lugares fechados). FOBIA SOCIAL (1,5%): medo específico de comportamento inadequado em público. AGORAFOBIA: relacionado ao medo irracional de abandonar o ambiente familiar. DISTÚRBIO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO (1%): relacionado à reexperimentação de eventos traumáticos através de pesadelos ou flash-backs. DISTÚRBIO DE ANSIDADE DEVIDO A UMA CODIÇÃO MÉDICA GERAL: sintomas característicos de ansiedade resultante de doença orgânica (hipoglicemia, distúrbios da tireoide, feocromocitoma -tumores das glândulas adrenais-). Medo Simpática Parassimpático Ansiedade Sist. Motivacionais Taquicardia Tremores Sudorese Dor Libido Fome ↑ Sec. Gástrica ↑ Motilidade Gástrica PRIMÁRIA (manif. única de quadro clínico) SECUNDÁRIA (resulta de outras doenças) Preocupação exagerada, sensação de perigo iminente, nervosismo, medo, irritabilidade Boca seca, dor ou desconforto torácico, insônia, midríase, sintomas cardiovasculares, TGI, genitoruinário, respiratório Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 2 ↗ETIOLOGIA Multifatorial Hipotálamo +AMÍGDALA Pituitária HIPOCAMPO Adrenal Lócus Cerúleo – Núcleo Simpático Transtorno de Ansiedade: AMÍGDALA HIPOCAMPO + HPA + cortisol ↗NEUROQUÍMICA Ach GLU Opióides GLI Neuropeptídeos GABA ↑TAS, TP, Fobia Simples e Social (TEPT – TOC) ↗TRATAMENTO Benzodiazepínicos Moduladores Alostéricos ‘+’ Transtornos de Ansiedade Biológicos Genéticos Ambientais Vulnerabilidade Genética Eventos Intrauterinos Experiências Psicossociais Falta de adaptação às transformações da sociedade e evento da realidade Estimula eixo HPA,↑ Cortisol na adrenal Adrenalina, Noradrenalina Ansiedade Taquicardia Midríase Hiperatividade da Amígada Hiperatividade do Hipocampo ANSIEDADE NA 5- HT DA Barbitúricos EtOH: Medular Alostérico Posico “aumenta a afinidade do GABA e posterior cloreto Cl- “ GABA-A Flumazenil: no caso de toxicidade (antagonista gabaérgica) Benzodiazepínicos Neuroesteróides (estrogênio) GABA (neurotransmissor endógeno) Anticonvulsivantes Anestésicos, Tóxicos. COMA e DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA. ↑tempo de abertura do canal de Cl- Seguro. ↑Frequencia de abertura do canal de Cl- Cl- Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 3 Receptor GABA -A funcional O GABA medeia seus efeitos neurofisiológicos através de sua ligação a receptores de GABA. Existem dois tipos de receptores de GABA. Os receptores de GABA ionotrópicos (GABA-A e GABA-C) consistem em proteínas de membrana de múltiplas subunidades que se ligam ao GABA e que abrem um canal iônico de cloreto intrínseco. Os receptores de GABA metabotrópicos(GABA-B) são receptores heterodiméricos acoplados à proteína G que afetam as correntes iônicas neuronais através de segundos mensageiros. Os receptores de GABA mais abundantes no SNC consistem nos receptores ionotrópicos GABA-A, que são membros da superfamília de canais iônicos regulados por neurotransmissores rápidos, incluindo os receptores nicotínicos periféricos e neuronais de acetilcolina (nAChR), os receptores de serotonina tipo 3A/B (5HT3A/B) e os receptores de glicina. A exemplo de outros membros dessa superfamília, os receptores GABA-A são glicoproteínas transmembrana pentaméricas organizadas para formar um poro iônico central circundado por cinco subunidades, tendo, cada uma delas, quatro domínios que atravessam a membrana. As cinco subunidades dos receptores GABA-A circundam um poro iônico central seletivo para o cloreto, que se abre na presença de GABA. O GABA e outros agonistas ligam-se a dois sítios, que estão localizados em porções extracelulares do complexo receptor–canal, na interface entre as subunidades α e β. Os receptores GABA-A também contêm vários sítios moduladores, onde ocorre ligação de outros ligantes endógenos e/ou fármacos. 2α1, 2β2, 1γ2 → mais comuns Os benzodiazepínicos são fármacos de alta afinidade e altamente seletivos, que se ligam a um único sítio dos receptores GABA-A contendo as subunidades α1, α2, α3 ou α5 e uma subunidade γ. Os benzodiazepínicos atuam como moduladores alostéricos positivos, potencializando a regulação dos canais na presença de GABA. Os benzodiazepínicos não ativam diretamente os receptores GABA-A nativos na ausência de GABA, porém ativam efetivamente certos receptores mutantes, indicando que atuam como agonistas alostéricos fracos. Esse mecanismo é compatível com a localização conhecida do sítio de ligação dos benzodiazepínicos na interface entre os domínios externos das subunidades α e γ. Esse sítio é um homólogo estrutural dos dois sítios agonistas do GABA nas interfaces entre as subunidades β e α. Os benzodiazepínicos aumentam a frequência de abertura dos canais na presença de baixas concentrações de GABA. Os benzodiazepínicos aumentam a frequência de abertura dos canais na presença de baixas concentrações de GABA. O influxo de Cl- causa uma leve hiperpolarização que afasta o potencial pós-sináptico do valor limiar e, assim, inibe a formação de potenciais de ação. A função dos receptores GABA é moderar o influxo de íons cloro para o meio intracelular; Com a despolarização do neurônio pré-sináptico, as vesículas contendo GABA são liberadas na fenda sináptica; O GABA ligando-se ao seu receptor do neurônio pós-sináptico provoca abertura do canais de Cl- , permitindo o influxo desse íon. Agem ligando-se a um local regulador especifico no receptor GABA- A exacerbando assim o efeito do GABA. Os benzodiazepinicos aumentam a frequencia de ligação do GABA ao seu receptor, potencializando as correntes de cloro. NEUROTRANSMISSÃO GABAergica Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 4 Receptor GABA-A Espectro de Ação Não tem atividade antipsicótica nem ação analgésica e não afetam o sistema nervoso autônomo. Redução da Ansiedade: em dosesbaixas são ansiolíticas, efeito atribuído à potenciação seletiva da transmissão GABAérgica em neurônios que tem a subunidade α2 no Receptor GABA-A, inibindo assim os circuitos neuronais no sistema límbico cerebral. Ações Hipnóticas e Sedativas: todas BZP tem alguma propriedade sedativa. Seus efeitos são mediados pelos receptores α1- GABA-A. Amnésia Anterógrada: o bloqueio temporário da memória com o uso das benzodiazepinas também é mediado por receptores α1- GABA-A. Anticonvulsivantes: alguns tratam epilepsia outros distúrbios convulsivos. Parcialmente mediado por α2-GABA-A. Relaxamento Muscular: em elevadas doses os BZP relaxam a espasticidade do músculo esquelético, provavelmente aumentando a inibição pré-sináptica na medula espinal, onde predominam os receptores α2- GABA-A. α1 – sedação, anticonvulsivante, amnésia retrógrada α2 – ansiólise, miorrelaxante (tratamento dentário, apagar memória de uma criança com evento traumático) Os BZpínicos bloqueiam a placa motora. Flumazenil: antagonista dos Benzodiazepínicos Ação Predominante Ansiolítica (α2) Aprazolam Bromazepam Diazepam Clobazan Clonazepam Lorazepam Ação Predominante Hipnótica (α1) Estazolam Flumazepam Flunitrazepam (↑ ‘DA’ via mesolímbica – prazer, drogas de abuso) Ansiolítico Sistema Límbico Amnésia Formação Reticular Medula Miorrelaxante Anticonvulsivante Córtex Mesencéfalo Medula Espinal Sedativo - Latência (Rápido <30 min; Intermed. 30-35 min; Lento >43min - Meia Vida Central não bloqueia a placa motora Hipocampo BDZ GABA Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 5 Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 6 Farmacocinética Os Benzodiazepinicos são ativos quando administrados por via ORAL e diferem principalmente quanto a sua DURACÃO. Classificação quanto à duração: De efeito ultra-curto, utilizados como indutores anestésicos: MIDAZOLAM De efeito curto (½ ≤ 6 horas): TRIAZOLAM De efeito intermediario (½ de 6 h a 24 h): TEMAZEPAM, ESTAZOLAM De efeito longo, (½ ≥ 24 h): FLURAZEPAM, DIAZEPAM Existem benzodiazepínicos de liberação lenta como o NITRAZEPAM; Os benzodiazepínicos são seguros na superdosagem. O FLUMAZENIL é um antagonista dos receptores benzodiazepínicos; Administrado por via intravenosa durante 1-3 min. São metabolizados por enzimas do citocromo P450 microssomais hepáticas, especificamente pela CYP3A4, e, a seguir, são excretados na urina, na forma de glicuronídios ou metabólitos oxidados. Efeitos Adversos Sonolência Amnésia Anterógrada Desmame Incoordenação Motora Efeito Paradoxal Tolerância (prop. Hipnosedativas) Dependência (síndrome de abstinência) Potencialização Buspirona 3 a 4 semanas para surtir efeito (requer adaptação) -É um agonista parcial nos receptores 5-HT1A. Estes receptores 5-HT1A são auto-receptores inibitórios que reduzem a liberação de 5-HT e de outros mediadores; -Por agir no sistema serotoninérgico seus principais efeitos colaterais são náusea, tontura, cefaleia. Entretanto, não causa sedação nem perda da coordenação; -Seus efeitos ansiolíticos são apresentados apos dias ou semanas. ↓Efeito sedativo, ↓Interação com Et: OH Medicamentos para monoaminas demoram para fazer efeito (Neuroadaptação). Efeitos Adversos Tontura, náusea, cefaleia, agitação. Antidepressivos Tricíclicos 1ª geração. São inibidores relativamente seletivos do transporte da noradrenalina, alguns inibem a recaptação de serotonina. Ansiedade de forma crônica já que os Benzodiazepínicos provocam dependência ISRS - Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (atividade ansiolítica). Bloqueiam o transporte neuronal de serotonina a curto e longos prazos IRSN (atividade ansiolítica) Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 7 IMAO – Inibidores não seletivos da Monoaminoxidase Regulam a decomposição metabólica das catecolaminas, da serotonina e de outras aminas endógenas no SNC e nos tecidos periféricos. β-Bloqueadores Propranolol (fobia social) – mecanismo periférico. (-) manifestação somática: ↓taquicardia, ↓tremor, ↓sudorese Os β-bloqueadores podem ser utilizados no tratamento da fobia social; Sua eficácia depende do bloqueio das respostas simpáticas periféricas, e não de qualquer efeito central. Psicoterapia Barbitúricos São depressores não-seletivos do SNC que produzem efeitos desde sedação e redução da ansiedade até inconsciência e morte por insuficiência respiratória e cardiovascular; Usados principalmente na ANESTESIA e no tratamento da EPILEPSIA. Sua administração como fármacos sedativos/hipnóticos não são mais recomendadas; Ocorrem tolerância e dependência à semelhança dos benzodiazepinicos. São poderosos indutores das enzimas hepaticas responsaveis pelo metabolismo dos medicamentos, especialmente o sistema citocromo p450, por isso podem causar interações medicamentosas; Apresentam riscos na superdosagem pois não possuem antagonista. Drogas de Escolha no Tratamento dos Distúrbios da Ansiedade A psicoterapia é claramente superior no tratamento de fobias simples. Enquanto que a farmacoterapia parece superior no tratamento de distúrbios do pânico e ansiedade generalizada. Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 8 HIPNÓTICOS O agente SEDATIVO reduz a atividade, modera a agitação e acalma o individuo enquanto que o agente HIPNOTICO produz sonolência e facilita o inicio a manutenção do sono. INSÔNIA Primária Secundária Hipnosedativos Tratar a doença de Base Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 9 Insônia Primária Hipervigilância noturna, condicionamento negativo para dormir. Preocupação acentuada. Características: Dificuldade para iniciar o sono Despertar frequente Despertar cedo demais Sono embora normal em duração, não está sendo restaurador (sensação de que não descansou o suficiente, sensação de que o sono foi de má qualidade). Fadiga, cansaço GABA, Melatonina: indutores do sono Ach, DA, NA, 5-HT, His: indutores da vigília Tricíclicos: bloqueia H1 ↗HIPNOSEDATIVOS ↓latencia p/ indução e ↑ duração do sono. Benzodiazepínicos Novos Hipnóticos não-BZpínicos (Zolpedem, Zaleplona, Zopiclona) +seletivos. Hidrato de Cloral Agomelatina Outros Benzodiazepínicos: São utilizados conforme sua capacidade de duração, sendo assim podem funcionar como indutores do sono ou para mantê-lo Novos Hipnóticos não-BZpínicos: Compostos não benzodiazepínicos, ligam-se preferencialmente ao local receptor BZD nos receptores GABA-A que contenham a subunidade α1 Zopiclona: Não é seletivo para o receptor GABA-A. Apresenta efeito colateral gosto metálico Agentes sedativo-hipnóticos não-benzodiazepínicos Anti-histamínicos: difenidramina, prometazina Antagonistas 5-HT2: ritanserina, cetanserina Zaleplon, zolpidem, zoplicona (Drogas Z). Hidrato de Cloral: Usado na odontologia, cirurgias, ECG. Induz o sono em cerca de 30 minutos e dura cerca de 6 horas Efeitos adversos: irritação do TGI (náusea, vômito), sabor desagradável (oral). Aglomelatina: Hipnóticos melatoninérgicos: Um hipnótico com dose estabelecida comprovadamente eficaz é o agonista MT1/MT2. Ramelteon. (+) Agomelatina Receptores Melatominérgicos MT1/MT2 Melatonina Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 10 Outros: Antipsicóticos: Bloqueiam H1 ATC e atípicos: Induzem sedação pelo H1. Aumentamonoamina. Antagonistas do receptor 5-HT2: Os antagonistas do receptor 5-HT2 aumentam o tempo do sono de ondas lentas. RITANSERINA, CENTASERINA. A serotonina tem um papel importante no ciclo sono-vigília. Anti-Histamínicos: Os anti-histamínicos agem em H1, bloqueando-o. (saciedade, vigília) ‘tricíclicos antagonistas’, promovendo sonolência, e prejudicam o desempenho motor diminuem o sono REM. DIFENIDRAMINA, PROMETAZINA, CLORFENIDRAMINA, HIDROXIZINA. Não causam dependência física, mas causam tolerância; Os de 1ª geração: atravessam a barreira hemato-encefálica. Os neurônios histaminérgicos localizam-se no hipotálamo posterior e participam do fenômeno de vigília. Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 11 ANTICONVULSIVANTES E ANTIPSICÓTICOS ANTICONVULSIVANTES A expressão convulsão refere-se a uma breve alteração de comportamento causada pela ativação desordenada, sincrônica e rítmica de grupos de neurônios. ↗EPILEPSIA - São alterações crônicas (recorrentes) auto-limitadas e paroxísticas da função neuronal, decorrentes de anormalidades na atividade elétrica neural. - A crise epiléptica pode se manifestar através de alterações sensoriais, motoras, vegetativas, emocionais ou cognitivas. - O evento mais dramático é a CONVULSÃO, manifestação associada à atividade excitatória repetida de um grupamento neuronal do córtex cerebral e estruturas subcorticais. Sistemas Excitatórios: GLUTAMATO: Rec. NMDA – (acoplado a canais de Na+), AMPA, Metabotrópicos CANAIS DE Ca2+ e de Na+ ~ Causa das Convulsões ~ Fatores epileptogênicos Há um equilíbrio de excitação e inibição o qual quando quebrado, causa a convulsão. Traumatismo craniano, AVC, infecções, tumores, privação do sono, substâncias tóxicas, fármacos. Fatores Predisponentes Endógenos: genética, história familiar, maturação do SNC, etc. ~ Classificação conforme as manifestações clínicas ~ Classificação das Epilepsias CAUSA: Classificação das Crises Epilépticas CRISES: GABA GABA-A Et:OH BZP Neuroesteróides Barbitúricos Protege da hiperexcitação Idiopática ou Primária (origem genética) Sintomática ou Secundária (causada por tumores, traumas, malformações) Criptogênicas Parciais ou Focais (restritas) Generalizadas (expressão em ambos hemisférios) Simples: sem perda de consciência Complexa: com perda da consciência Crises de Ausência Mioclônica Tônico-Clônica Atônicas Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 12 Classificação das Convulsões Parciais - Descarga elétrica focal - Área localizadas isoladas do córtex cerebral Generalizadas - Descarga elétrica difusa - Ambos Hemisférios (simetricamente ; simultaneamente) CRISES PARCIAIS (Epilepsia psicomotora): Descarga localizada. sintomas ex.: descargas autonômicas, contrações musculares, comportamento e humor. Simples: sem prejuízo da consciência, sintomas podem ser motores, sensoriais ou cognitivos dependendo do local anatômico das descargas elétricas. Complexas: com prejuízo da consciência e os mesmos sintomas da epilepsia simples. CRISES GENERALIZADAS Espraiamento para ambos os hemisférios cerebrais. Pequeno mal (crises de ausência) : episódios breves de perda de consciência com pequenos episódios motores ou mesmo inexistentes; Convulsões mioclônicas: episódios simples ou múltiplos de espasmos incontroláveis. Grande mal: convulsões tônico-clônicas generalizadas com perda da consciência. ↗MECANISMOS DOS ANTICONVULSIVANTES - Aumento da atividade simpática inibitória – via GABA -↓da atividade sináptica excitatória - Controle da excitabilidade da membrana neuronal e da permeabilidade iônica Fármacos que são eficazes na redução das crises podem bloquear a iniciação da descarga elétrica desde a área focal ou, mais comumente, prevenir o alastramento da descarga elétrica anormal para as áreas cerebrais adjacentes. Eles realizam essa ação por meio de vários mecanismos, incluindo bloqueio dos canais voltagem-dependentes (Na+ ou Ca2+), acentuação dos impulsos inibitórios GABAérgicos ou interferência na transmissão excitatória do glutamato. ↗TRATAMENTO Seleção de Antiepiléticos Tipo de convulsão Preço Posologia Efeitos Colaterais Monoterapia (melhor) Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 13 Barbitúricos (Fenobarbital): ↑ tempo de abertura. Modulação alostérica do receptor GABA-A, inibem o receptor GLU. Limita a propagação das descargas das crises no cérebro e elevando o limiar da crise. Benzodiazepínicos (Diazepam, Clanazepam, CBZ): ↑ frequência da abertura do canal. CZP suprime a propagação de ataques desde o foco epilético, sendo eficaz nas crises de ausência e mioclônicas. DZP e LZP são eficazes na interrupção das crises repetitivas do estado epilético. São as escolhas no tratamento agudo. Carbamazepina: inibe canais de (Ca+?) voltagem dependente tipo-T. Reduz a propagação dos impulsos anormais do cérebro, bloqueando os canais de Na+, inibindo, assim, a geração de potenciais de ação repetitivos no foco epiléptico e evitando seu alastramento. Fenitoína: inibe canais de Na+ voltagem dependentes. Produz grau de sonolência e letargia sem progressão para hipnose. Reduz a propagação de impulsos anormais no cérebro. EFEITOS ADVERSOS: Hiperplasia Gengival, Hirsutismo, Anemia Megaloblástica e Sedação. Lamotrigina: Inibe canais de Na+ e Ca2+ voltagem dependentes, inibe liberação de GLU. Oxcarbazepina: Também inibe canais de Na+ Topiramato: Inibe canais de Na+, ativa receptor GABA-A, inibe recepção de GLU. Valproato: Inibe GABA-T, inibe canais Na+ volt. dependentes e de Ca2+ tipo T, inibe receptor de GLU. Os sublinhados são INDUTORES ENZIMÁTICOS (Interações Medicamentosas) -Autoindução -Metaboliza outros medicamentos. -Déficit na quantidade de GABA ( mediador químico inibitório) -Excesso na quantidade de Glutamato ( mediador químico excitatório) -Alteração no balanço (GABA x Glutamato) Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 14 ANTIPSICÓTICOS Os Antipsicóticos ou Neurolépticos são fármacos que se caracterizam por sua ação psicotrópica, com efeitos sedativos e psicomotores. Por isso, além de se constituírem como os fármacos preferencialmente usados no tratamento sintomático das psicoses, principalmente a esquizofrenia, também são utilizados como “calmantes” e em outros distúrbios psíquicos. O uso dos antipsicóticos é, hoje, conduta padrão na terapia de psicoses agudas. ↗PSICOSE Mistura de sintomas presentes em muitos transtornos psíquicos diferentes, de maneira geral significa alucinações e delírios. Também inclui fala e comportamento desorganizados e distorções graves da realidade. Induzidos por DROGAS, ESQUIZOFRENIA, ALZHEIMER, DEPRESSÃO, MANIAS. ↗ESQUIZOFRENIA Transtorno psiquiátrico crônico e incapacitante, alcança 1% da população Incidência similar entre homens e mulheres Progressão: episódio agudo caracterizado por sintomas psicóticos positivos 1º Episódio: psicótico frequente em adolescentes e adultos jovens, sendo mais precoce em pacientes masculinos (fator protetor dos hormônios esteroides; ↑incidência após menopausa). ↗ETIOLOGIA DA ESQUIZOFRENIA Caráter multifatorial: fatores genéticos, ambientais, biológicos. Maturação cerebral, complicações no parto, infecções virais intra-uterinas, hipóxia Redução do lobo pré-frontal (hipofrontalidade) ↓das Amígdalas e Hipocampo ↗SINTOMAS POSITIVOS - Alucinações (auditivos): vozes de demônios, mortos, mensagens acusadoras - Delírios (atribuir) criar significados,natureza paranoide - Distúrbios do pensamento - Agitação psicomotora, comportamentos anormais. NEGATIVOS - Embotamento afetivo, nivelamento de respostas emocionais - Isolamento social - Anedonia (falta de prazer) - Atenção prejudicada * tendem a surgir tardiamente e agravar-se com o aprofundamento da doença Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 15 ↗4 VIAS NEURONAIS DOPAMINÉRGICAS (todos tem receptor DA) – teoria da Dopamina - 1ª Via MESOLÍMBICA: área tegumentar ventral-núcleo accumbens. Sensações prazerosas, delirios e alucinações. 2ª Via MESOCORTICAL: área tegmentar ventral-córtex pré-frontal. Sintomas cognitivos e afetivos 3ª Via NIGRO-ESTRIATAL: substância negra- gânglios da base-ou-estriado. Controla funções motoras e os movimentos 4ª Via TÚBERO-INFUNDIBULAR: hipotálamo e glândula hipófise anterior. Secreção de prolactina. 1ª e 2ª: estão alterados no paciente com esquizofrenia 3ª e 4ª: não estão alteradas (efeitos adversos) *principal receptor na esquizofrenia: D2 ↗TEORIAS/HIPÓTESES Teoria Neuroquímica: defende que a esquizofrenia seja causada por um aumento da dopamina em uma das vias dopaminérgicas do cérebro (a via mesolímbica), causando, em suma, uma hiperatividade desse sistema. Hipótese Glutaminérgica: embora ainda não elucidada, defende que há uma reduzida expressão do receptor NMDA (n-metil, d-ácido aspártico). Diminuição da função dos receptores NMDA no córtex frontal. Hipótese Dopaminérgica: A hipótese dopaminérgica para a psicose determina, portanto, que a hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos na via mesolímbica pode mediar os sintomas positivos da psicose. O objetivo terapêutico tem como base a hipótese do antagonista do receptor dopaminérgico na ação dos antipsicóticos, de modo que, com a via mesolímbica bloqueada, os sintomas positivos serão combatidos. Hiperatividade Dopaminérgica MESOLÍMBICA (sintomas positivos) - Sensações prazerosas (sistema recompensa) Hiperatividade Dopaminérgica MESOCORTICAL (sintomas negativos) - Sintomas afetivos: humo, ansiedade, culpa, preocupação, irritabilid. Via Nigro-Estriatal (estriado, substância negra) - Sintomas Extrapiramidais (SEP) - Faz parte do sistema extrapiramidal (comportamento motor) Via Túbero-Infundibular - Antagonista D2 - Pode aumentar secreção de Prolactina (prolactinemia) – seios em homens Núcleo Accumbens Área Tegumentar Ventral Córtex Pré-Frontal Área Tegumental Ventral Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 16 ↗FÁRMACOS ANTIPSICÓTICOS Mecanismo de ação: - Todos fármacos antipsicóticos são antagonistas nos receptores D2 de Dopamina, porém a maioria também bloqueia outros receptores de monoaminas, especialmente 5-HT2. A Clozapina também bloqueia os receptores D4. - A potência dos antipsicóticos, em geral, corre paralela à atividade dos receptores D2, mas outras atividades podem determinar o perfil de efeitos colaterais. -Estudos por imagens sugerem que o efeito terapêutico exige cerca de 80% de ocupação de receptores D2. - Os antipsicóticos levam dias ou semanas para funcionar, sugerindo que efeitos secundários (por ex.: aumento do número de receptores D2 na estrutura límbica) podem ser mais importantes do que o efeito direto do bloqueio do receptor D2. 1ª Geração (típicos) - Haloperidol - Clorpromazina - Flufenazina Ações: Sedação (bloqueio de H1) Ganho de peso (bloqueia H1 e 5-HT) Efeitos anticolinérgicos (bloqueia M1) Hipotensão postural (bloqueia α1) Hiperprolactinemia (bloqueia D2) SEP (efeitos extrapiramidais: distonias, discinesia tardia, Parkinson Farmac.) * Via mesocortical que chega ao VMPFC – antagonista de D2 2ª Geração (atípicos) - Clozapina - Deanzapina - Rispiridona Ações: Sedação: bloqueio H1, contribuição de α1 e M1 (bloqueia) Hiperprolactinemia (antipsic. Atípicos- ↑potencial) (+) (-) -O que torna o antipsicótico convencional são as ações antagonistas do D2. -Úteis para aliviar sintomas positivos - mesolímbica Bloqueia receptor 5-HT2A (ligação com D2 fraca em relação com os outros. O que torna o Antipsicótico atípico? ANTAGONISMO D2 + ANTAGONISTA 5-HT2 Úteis para aliviar sintomas negativos e/ou Outras Ações: ↓hiperprolactinemia, ↓SEP Hipotálamo Dopamina Hipófise Anterior Prolactina Mama 5-HT Antipsicóticos Típicos Bloqueio da via Tubero-Infundibular Ginecomastia (homem) Galactorréia (mulher) ↓do libido e funções *Antipsicóticos Atípicos tem efeito menor em função do bloqueio de 5-HT2 Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 17 Sintomas Extrapiramidais (SEP) - ↑Potencial com antipsicóticos de 1ª geração - ↓Potencial com antipsicóticos de 2ª geração: antagonismo 5-HT2A. Libera DA na via nigro-estriatal. a) Agudos: tendem a declinar com o tempo -Distonias: espasmos do músculo da face e do pescoço, crises oculogéricas. - Acatisia - Parkinsonismo Farmacológico b) Crônicos: - Discinesia tardia (irreversível): movimentos orofaciais involuntários hipercinéticos. c) Síndrome Neuroleptica Maligna (rara, fatal): - Hipertermia - SEP. ↗ ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, DESTINO E EXCREÇÃO - Alguns antipsicoticos apresentam absorção errática apos administração oral: Clorpromazina - São lipofílicos e com alta ligação a membrana plasmática ou as proteínas; podem se acumular no cérebro, também penetram na circulação fetal e no leite materno - Apresentam meia-vida de eliminação de 20-40 horas - Eliminados por processos oxidativos hepáticos: citocromo P450. ↗GENERALIZANDO OS EFEITOS FARMACOLOGICOS Efeitos Comportamentais: catalepsia, apatia, redução da agressividade. Efeitos Antieméticos Discinesia Tardia e Distúrbios Motores Extrapiramidais: PARKISONISMO FARMACOLOGICO: redução da dopamina na via nigro estriatal DISCINESIA TARDIA: bloqueio dos receptores dopaminérgicos; o que leva ao excesso de acetilcolina na via nigro-estriatal. Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 18 ↗GENERALIZANDO EFEITOS ADVERSOS Distúrbios Motores Extrapiramidais Distúrbios Endócrinos: aumento de prolactina na via nigro-estriatal (ginecomastia, lactação e mamas doloridas; Bloqueio de Receptores α-Adrenérgicos e Muscarínicos: hipotensão, boca seca, visão turva ; Distúrbios Hematológicos: agranulocitose Ganho de Peso Síndrome Maligna dos Neurolépticos: rigidez muscular extrema, febre alta, coma e morte. Além da via mesolímbica, existem outras vias dopaminérgicas encefálicas importantes que também podem sofrer influências medicamentosas indesejadas durante o tratamento farmacológico da esquizofrenia. As vias dopaminérgicas do encéfalo e os efeitos que sofrem sob ação de bloqueadores dos receptores dopaminérgicos são: VIA NIGRO-ESTRIADA: a utilização de bloqueadores de receptores dopaminérgicos para evitar a psicose, pode alcançar esta via e gerar efeitos indesejados extra-piramidais, como o parkinsonismo farmacológico. As reações extra- piramidais ocorrem quando há deficiência de dopamina e excesso de acetilcolina na via dopaminérgica nigro-estriada: normalmente, a dopamina suprime a atividade da acetilcolina. Uma vez bloqueada, não haverá inibição da liberação de Ach, gerando os efeitos extra-piramidais. VIA MESOLÍMBICA: a ação de bloqueadores dos receptores dopaminérgicos deve ocorrer nesta via, quando se quer reduzir os efeitos dos sintomas positivos da psicose. VIA MESOCORTICAL: o uso de bloqueadores de receptores dopaminérgicos, ao afetar esta via, cria o aparecimento de sintomas negativos da psicose como efeitos adversos. VIA TÚBERO-INFUNDIBULAR: bloquear a dopamina desta via significa inibir a inibição da secreção da prolactina, o que faz com que haja a liberação deste hormônio (desenvolve na mulher as glândulas mamárias(e galactorréia) e, no homem, ginecomastia). ↗INDICAÇÕES CLÍNICAS Na esquizofrenia: CLORPROMAZINA, HALOPERIDOL, FLUFLENAZINA. A clozapina é utlizada para pacientes refratarios aos outros neurolepticos; Mania Emergências Comportamentais: comportamento impulsivo violento Tratamento de Vômitos Doença de Huntington: para suprimir os movimentos involuntários. Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 19 DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS As doenças neurodegenerativas do SNC incluem a doença de Alzheimer, a doença de Parkinson, a doença de Huntington e a esclerose lateral amiotrófica. São caracterizadas pela perda progressiva de neurônios específicos em áreas cerebrais discretas, resultando em distúrbios do movimento, distúrbios cognitivos, ou ambos, característicos. A doença de Alzheimer é caracterizada pela perda de neurônios colinérgicos no núcleo basal de Maynert. A doença de Parkinson está associada à perda de neurônios dopaminérgicos na substância nigra. DOENÇA DE PARKINSON A doença de Parkinson ou mal de Parkinson é caracterizada por uma desordem progressiva do movimento devido a disfunção dos neurônios secretores de dopamina nos gânglios da base, que controlam e ajustam a transmissão dos comandos conscientes vindos do córtex cerebral para os músculos do corpo humano. - Doença neurológica degenerativa progressiva - Alterações motoras - Predominantemente idosos (50 a 70 anos) - Movimentos tremulantes involuntários - ↓ da força muscular - Inclinação do tronco para frente, alteração da marcha. Antipsicóticos (Neurolépticos) Típicos: Antagonista D2 Atípicos ↗ETIOLOGIA: GENÉTICOS + AMBIENTAIS Traumatismo Idiopática Drogas (METILDOPA, NEUROLÉPTICOS, HALOPERIDOL, METOCLOPRAMIDA) Toxinas (Neurotoxinas MPTP, Heroína, Agrotóxicos, H2O de poço) Infecções Virais (Encefalites) ↗ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS Estriado Substância Nigra Medula Músculos (tremores) PARKINSONISMO FARMACOLÓGICO Via Nigro-Estriatal ↑ Ach (-) DA D2 CORPOS DE LEWY (Inclusões Citoplasmáticas): agregados eosinofílicos de α-sinucleína e parkina anormais. DEGENERAÇÃO DE NEURÔNIOS DAérgicos DA SUBST. NIGRA QUE SE PROJETAM PARA O ESTRIADO: sintomas de Parkinson. Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 20 ↗SINTOMAS MOTORES Tremor de repouso (mãos, braços) Anormalidades Posturais Rigidez muscular em membros (roda denteada) Bradicinesia (lentidão de movimentos) Alterações do equilíbrio e coordenação *No Parkinson ocorre Hipoatividade DOPAminérgica *Hiperatividade motora: 60-70% dos neurônios da Substância Nigra estão degenerados. ↗DIAGNÓSTICO Sintomas motores PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) ↗FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA DE PARKINSON Na doença de Parkinson, de forma resumida, ocorre uma diminuição da ativação dos receptores D1 e uma ativação dos receptores D2 (é um padrão contrário ao normal, justamente devido à falta de dopamina na via nigro-estriatal). Este detalhe desregula todo o circuito dos núcleos da base e, com isso, toda a programação motora: fibras comandadas pelos receptores D1 deixam de inibir adequadamente o globo pálido medial, enquanto que fibras colinérgicas comandadas por receptores D2, de uma forma indireta (via núcleo subtalâmico), acabam excitando demais este globo pálido. Como resultado disso, o globo pálido medial, por ter uma natureza inibitória, passa a exercer uma ação inibitória exagerada sobre o tálamo, o qual excita pouco o córtex motor e este, via trato córtico-espinhal, estimula pouco os neurônios motores da medula, promovendo a bradicinesia característica do parkinsonismo. Vale salientar ainda que os receptores D2 do estriado são responsáveis por fibras colinérgicas que estimulam a secreção de GABA (neurotransmissor inibitório) pelas fibras que, quando ativadas, inibem o globo pálido lateral, o qual seria responsável por modular o efeito excitatório do núcleo subtalâmico sobre o globo pálido medial. Portanto, em condições normais, a dopamina inibe a produção de acetilcolina no estriado; em condições patológicas, com a carência de dopamina, ocorre aumento da acetilcolina, o que corrobora com a inibição excessiva do tálamo. Portanto, o que acontece na doença de Parkinson é um quadro inverso ao que acontece na PSICOSE: nesta, a dopamina encontra-se em elevadas concentrações, principalmente, na via mesolímbica, acompanhado de queda nos níveis centrais de acetilcolina. Já no PARKINSONISMO, a dopamina encontra-se em baixas concentrações quando comparada aos níveis de acetilcolina. O objetivo terapêutico, no intuito principal de tratar os sintomas, é então equilibrar a “balança DOPAMINA x ACETILCOLINA” com o uso de agonistas dopaminérgicos, que tenham ação principal na via nigro-estriatal (o que nem sempre é possível), aumentando a secreção de dopamina nesta via no intuito de frear a secreção de acetilcolina. Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 21 *↑ DOPAMINA e ↓ atividade da Ach ↗FÁRMACOS QUE RESTAURAM A FUNÇÃO DA DOPAMINA NOS GÂNGLIOS BASAIS Levedopa ou L-Dopa (precursor da Dopamina) Agonistas D2 ou D3 - BROMOCRIPTINA - PERGOLIDA - LISURIDA - PRAMIPEXOL Inibidor COMT - ENTACAPONA - TOLCAPONA Amantadina ↑ liberação de DA, inibe receptação de DA, Inibe receptores NMDA IMAO (β-irreversível) - SELEGELINA *Excesso de Glutamato = DEGRADAÇÃO ~ Levedopa (L-Dopa) ~ - É o fármaco mais eficaz, T ½ curto: 1 a 2 horas - L-Dopa DDC DA DDC = DOPA-Descarboxilase - Presente na periferia e cérebro *Excesso de DA na periferia = efeitos colaterais - L-Dopa atravessa a barreira hemato-encefálica - É administrada com um inibidor do DDC (CARBIDOPA ou BENSERAZIDA) que não atravessa a BHE (ou seja, prevalecem apenas em nível periférico), com a finalidade de reduzir a dose (~1 a 5x) e minimizar os efeitos colaterais (a maioria da L-Dopa administrada é convertida em catecolaminas (como a noradrenalina e adrenalina) em nível periférico, aumentando os efeitos indesejados no sistema nervoso autônomo). - EFEITOS ADVERSOS AGUDOS (dura poucas semanas): excesso de DA em outras áreas. TGI: náuseas, vômitos CV: taquicardia, hipotensão Central: delírios e alucinações = Produção de DA na Via Mesolímbica -EFEITOS ADVERSOS TARDIOS Discinesia Tardia (~-->2 anos) = flutuação nos níveis sanguíneos de Levedopa Efeito Liga-Desliga ~ Selegelina ~ - Inibidor seletivo de MAO-B (que metaboliza a Dopamina), mas não inibe a MAO-A (que biotransforma a noradrenalina e a serotonina). Assim, por diminuir o metabolismo de Dopamina, a Selegelina aumenta os níveis de dopamina no cérebro. - EFEITO ADVERSO: insônia (uso pela manhã). ~ Tolcapona e Entacapona ~ - São inibidores reversíveis da COMT (catecol-O-metil transferase), enzima responsável por degradar as catecolaminas, e sua inibição culmina em um aumento da concentração de dopamina. Reduzem a concentração de 3-O-metildopa no plasma, aumenta a captação central de Levedopa e eleva as concentrações cerebrais de Dopamina. - Entacapona não penetra a BHE (ação periférica) - Tolcapona: hepatotoxicidade (monitoramento). Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 22 ~ Agonistas DAérgicos D2 ou D3 ~ - Bromocriptina e Pergolida - T ½ > L-Dopa - Menor flutuação na resposta - A Bromocriptina é um agonista dopaminérgico que estimula os próprios receptores dopaminérgicos da fenda pós-sináptica. Desta forma, ela,e os demais agonistas dopaminérgicos, são drogas que estimulam diretamente os receptores dopaminérgicos, e têm sido desenvolvidos na tentativa de superar as limitações da L-Dopa no tratamento da doença de Parkinson. - EFEITOS ADVERSOS similares ao da Levedopa. ↗FÁRMACOS QUE REDUZEM A FUNÇÃO DE ACETILCOLINA NOS GÂNGLIOS BASAIS Benzatropina Biperideno Triexifenidil - Antagonistas de receptores muscarínicos - O bloqueio da transmissão colinérgica provoca efeitos similares ao aumento da transmissão Dopaminérgica (devido ao desequilíbrio na relação dopamina/acetilcolina). - EFEITOS ADVERSOS: Periféricos = boca seca, visão borrada, constipação, retenção urinária, taquicardia. Centrais = sonolência, confusão. -Contra-indicação = glaucoma e prostatismo. DOENÇA DE ALZHEIMER - Doença neurodegenerativa - Característica clínica: comprometimento das funções cognitivas - A acetilcolina é um neurotransmissor importante nos mecanismos de memória e aprendizagem. Na doença de Alzheimer, como consequência da degeneração dos neurônios, ocorre redução da atividade da acetilcolina por ação de enzimas que a degradam. Essa perda de atividade está associada ao declínio cognitivo. - A doença de Alzheimer instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles. Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o arrazoamento, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato. - A doença de Alzheimer tem 3 aspectos distintos: O acúmulo de placas senis (acúmulo β-amilóide) A formação de numerosos entrelaçados neurofibrilares A perda de neurônios corticais, particularmente colinérgicos - APP → peptídeos (numa sequencia de AA alterada) Aβ 1-40 Aβ 1-42 Agregação/Processo Inflamatório Lesão Neuronal (Ach) Córtex Cerebral Núcleo Basal de Maynert Hipocampo Memória (intelectuais, cognitivos) Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 23 ↗FÁRMACOS USADOS NA DOENÇA DE ALZHEIMER Os tratamentos atuais visam a melhorar a transmissão colinérgica no SNC ou evitar as ações excitotóxicas do receptor NMDA glutamato em certas áreas do cérebro Inibidores da Acetilcolinesterase Postula-se que a inibição da acetilcolinesterase (AchE) no SNC melhora a transmissão colinérgica. Há 4 inibidores aprovados: - DONEZEPILA - GALANTAMINA - RIVASTIGMINA - TACRINA Esses compostos oferecem redução modesta na velocidade da perda cognitiva em pacientes com Alzheimer. - AchE - membranas pré e pós-sinápticas colinérgicas - BuchE - fígado Antagonistas do receptor NMDA A superestimulação dos receptores glutamato, particularmente do tipo NMDA, resulta em efeitos excitotóxicos nos neurônios e é sugerida como um mecanismo para processos neurodegenerativos. Antagonistas do receptor NMDA glutamato, com frequência, são neuroprotetores, evitando a perda de neurônios após lesões isquêmicas ou outros tipos de lesão. - Memantina: previne/diminui a velocidade da perda de memória nas demências de Alzheimer e nas associadas aos vasos, mesmo em pacientes com perdas cognitivas moderadas a graves. VIA GLUTAMATO Memantina Antagonista Receptor NMDA ↑GLUTAMATO MORTE NEURONAL Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 24 ANTIDEPRESSIVOS E ESTABILIZANTES DO HUMOR ANTIDEPRESSIVOS O humor é um parâmetro psíquico que está relacionado com a auto-estima, capaz de oscilar entre dois polos: EUFORIA EXPANSIVA E DEPRESSÃO DOLOROSA. De maneira geral, fatores como o sono e psico-sociais podem regular o humor. Os distúrbios afetivos depressão e mania caracterizam-se por alterações no humor com manifestações clínicas primárias. A depressão é a mais comum. É acompanhada por sintomas emocionais e biológicos. Emocionais: aflição, apatia, pessimismo, baixa auto-estima acompanhada por sentimento de culpa e indecisão. Biológicos: retardo do pensamento e ação (retardo psicomotor), perda de libido, distúrbios do sono (insônia ou hiperinsônia) e do apetite (anorexia ou bulimia). A mania é o oposto de depressão. O paciente apresenta exuberância excessiva, entusiasmo, auto-confiança acompanhada de ações impulsivas e, geralmente, tem-se irritabilidade, impaciência e agressividade. A principal teoria é a teoria das Momoaminas, a qual sugere que a Depressão resulta da transmissão monoaminérgica funcionalmente deficiente. Já a Mania seria provocada por um excesso funcional. As duas principais monoaminas envolvidas são a Noradrenalina (NA) e a Serotonina (5-HT). FLUTUAÇÕES DIÁRIAS EM NOSSO HUMOR humor deprimido (cronicamente) - Intensidade - Duração INTERFERÊNCIA DO COTIDIANO ↗DEPRESSÃO - Alcança 340 milhões de pessoas no mundo - Todas as idades, raças, credos, classes - Adultos, jovens - 2 a 3x maior em mulheres ~ Sintomas Psíquicos ~ Sensação de tristeza, auto-desvalorização Culpa (sentimento) Anedonia (falta de prazer) nas atividades Fadiga Dificuldade de concentração/tomar decisões. ~ Sintomas Fisiológicos ~ Insônia/Hiperinsônia Anorexia/Hiperfadiga Redução do libido Monoaminas Catecolaminas (NA, A , DA) Indolamina (Serotonina) 5-HT Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 25 ~ Evidências Comportamentais ~ Retraimento social Crises de choro Retardo psicomotor, lentificação generalizada ou agitação psicomotora Comportamento suicida ~Fatores Desencadeantes ~ *Cortisol: provoca degeneração do Hipocampo ~ Classificação ~ A depressão pode estar presente, basicamente, em dois quadros psiquiátricos distintos: na depressão maior e no transtorno bipolar, cujo tratamento é diferenciado. Por esta razão, a depressão pode ser classificada de duas formas: Depressão unipolar ou reativa: flutuação do humor que ocorre em “uma única direção”, manifestando apenas um tipo de sintomas: baixa autoestima, retração do humor, etc. Este quadro depressivo não deve ser intercalado por quadros maníacos (que, ao contrário, exaltação do humor). - Depressão maior ( >2 semanas + 4 ou + Sintomas adicionais) - Distimia ( >2 anos, 2 ou + Sintomas adicionais → mais leves) - Transtorno de humor associado a uma condição médica (câncer, fibromialgia) - Transtorno de humor induzido por substâncias (drogas – anfetamina, cocaína) - Transtorno não-especificado (não se enquadra nos anteriores) Depressão bipolar (2 polos e sintomas opostos) ou endógena: é a depressão que se alterna com momentos maníacos, caracterizados por extrema auto-estima e exuberância excessiva. - Transtorno bipolar I (depressão + mania) - Transtorno bipolar II (depressão + hipomania) → mais leve Processos Biológicos (Vulnerabilidade Genética) Fatores Ambientais (Estressores, Drogas) Fatores Emocionais T. relacionado ao Estresse Falta de Adaptação às transformações da sociedade - Alterações em Genes Transportadores (SERT, NAT, DAT) - Receptores 5-HT2A - Tirosina-hidroxilase (DA) - MAO – degrada monoaminas - COMT – degrada monoaminas - Triptofano-hidroxilase (DA) Reativação de experiências infantis de desamparo e dependência DEPRESSÃO: Caráter Multifatorial Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 26 ~ Teorias/Hipóteses ~ Teoria Monoaminérgica Clássica da Depressão - NA, 5-HT, DA – ‘receptores’ A descobertade que os Antidepressivos Tricíclicos inibem a receptação de Noradrenalina (NA) e Serotonina (5-HT), e de que os IMAO inibem a enzima Monoaminoxidase (MAO), ambos os mecanismos aumentando a disponibilidade sináptica dessas monoaminas de volta ao normal em certas áreas do cérebro, veio a corrobar a hipótese de que os neurotransmissores podem estar diminuídos nas sinapses em locais específicos do cérebro durante um episódio depressivo. *depressão resultante da deficiência de monoaminas. Síntese de 5-HT Metabólitos Triptofano Triptofano hidroxilase 5HTP 5-HT descarboxilase 5-HT MAO-A Síntese de NA L – Tirosina Tirosina Hidroxilase DOPA DOPA descarboxilase DA Dopamina β-hidroxilase NA DOPAMINÉRGICA MAO-A *degrada monoamina-descarboxilase Metabólitos COMT “INCONSISTÊNCIA DA TEORIA MONOAMINÉRGICA CLÁSSICA” 1. Não explica a necessidade de se fazer tratamento prolongado excessivo 2. Drogas anfetaminas e cocaína não afetam nosso humor deprimido Porque a ação antidepressiva destas drogas levam semanas para aparecer? →mudanças adaptativas no cérebro (up-regulation de receptores) Hipótese da Dessensibilização e Sensibilização (de Alterações de Receptores) A disparidade no tempo entre a inibição de receptação dos neurotransmissores (horas) e a eficácia antidepressiva dessas drogas (semanas) torna a teoria monoaminérgica uma explicação insuficiente. Outra explicação mais convincente é de que o número e a sensibilidade dos receptores beta-adrenérgicos pós-sinápticos centrais estariam diminuídos com o uso crônico de, praticamente, todos os antidepressivos. Tais modificações de receptores coincidem, no tempo, com a melhora clínica da depressão. A deficiência de monoaminas seria, portanto, explicada pela hipersensibilidade dos receptores monoaminérgicos, a qual, por um mecanismo de feedback, diminuiria a síntese e liberação dos neurotransmissores. Assim, a depressão poderia resultar de uma disfunção do número e da sensibilidade dos receptores. Sensibilizados α 1 α 2 β - ADRENÉRGICA Deficiência: NA, 5-HT, DA Só melhora quando diminui receptor ↑ 5-HT2 ↑ 5-HT3 ↓ 5-HT1A Hipocampo Antidepressivo: libera muita monoamina e acaba dessensibilização. Neuroadaptação. Córtex, Amígdala, Hiperatividade do eixo HPA Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 27 Participação do eixo Hipotalâmico (Hipótese Imunológica) Stress crônico → Amígdala +→ Eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal) → ↑cortisol Atravessa a barreira hemato-encefálica, e provoca degeneração do hipocampo causando falta de concentração. No 1º dia de tratamento, o paciente não fica bem, só fica bem quando ocorre neuroadaptação. ↗CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIDEPRESSIVOS Tradicionalmente, os antidepressivos foram classificados em dois grupos: TRICÍCLICOS E OS INIBIDORES DA MONOAMINA OXIDASE. Posteriormente, surgiram moléculas que não se enquadravam em nenhum desses grupos, os Antidepressivos Não-Tricíclicos e Não-IMAO, também conhecidos como ANTIDEPRESSIVOS DE SEGUNDA GERAÇÃO ou ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS, ou ainda NOVOS ANTIDEPRESSIVOS. Antidepressivos Tricíclicos (+antigos) – 1ª Geração Antidepressivos de 2ª Geração Antidepressivos Atípicos Inibidores da MAO (monoamino oxidase) ↗ ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS - Não-seletivos - Bloqueia H1 (histamina) ↑ apetite, ↑ sono IMIPRAMINA DOMIPRAMINA AMITRIPLINA (bloqueiam receptação das monoaminas principalmente 5-HT e NA). Por inibição competitiva na receptação de NA e da 5-HT de maneira não-seletiva. Produzem redução do número de receptores pós-sinápticos β-adrenérgicos, α2 pré-sinápticos e serotoninérgicos pelo fenômeno da dessensibilização Efeitos Adversos Sedação, ganho de peso (fome) H1 (antagonistas) → bloqueiam ação da histamina Hipotensão postural (α1), taquicardia reflexa Boca seca, visão turva, constipação, retenção urinária (bloqueio muscarínico) Alterações cardíacas, depressão respiratória, agitação, delírios, alucinações, convulsões (bloqueio dos canais de Na+). Disfunção erétil e ejaculatória (α1) ↗ANTIDEPRESSIVOS DE 2ª GERAÇÃO - Mais usados e mais caros - ↓efeito colateral, mas em menor proporção Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS): FLUOXETINA (Prozac) PAROXETINA CITALOPRAM - Eles bloqueiam a recaptação de aminas pelas terminações nervosas através de sua competição pelo sítio de ligação das proteínas transportadoras, priorizando e potencializando a transmissão realizada pela 5-HT (a recaptação de NA não é isenta na administração destes inibidores). ↑Ansiedade, estresse = depressão Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 28 Efeitos Colaterais Alteração no libido e disfunção sexual Perda de peso Náusea, vômito, diarreia. Ansiedade, insônia (tendem a se reduzir) ISRN (Inibidores Seletivos de Recaptação de Noradrenalina): MAPROTILINA - efeito adverso: similares aos ATC (H1: sedação) REBOXETINA - ↓ efeito adversos. - A Reboxetina age seletivamente no sistema noradrenérgico, inibindo a receptação de NA nos neurônios pré-sinápticos, aumentando a concentração de NA na fenda sináptica. IRSN (Inibidores da Recaptação da Serotonina e Noradrenalina): VENLAFAXINA – efeito adverso: similares aos ISRS DULOXETINA – ↓efeitos adversos - Não seletivo - Possuem algum efeito inibidor de recaptação de Dopamina, sem entretanto bloquear os receptores colinérgicos ou histaminérgicos. Em doses baixas, predominam os efeitos de recaptação da Serotonina, enquanto que em doses elevadas predominam os efeitos noradrenérgicos e surgem os efeitos dopaminérgicos. IRND (Inibidor da Recaptação de Noradrenalina e Dopamina): BUPROPRIONA - A Bupropriona é um inibidor da receptação de noradrenalina e dopamina. Produz down-regulation dos receptores beta-adrenérgicos e dessensibilização da NE adenililciclase. - Efeitos adversos: cefeléia, boca seca, agitação, insônia, convulsão. - Trata dependência à nicotina. ↗ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS É um grupo representado por fármacos que não se enquadram nas propriedades dos ADT, dos iMAO ou dos ISRS. Na realidade, eles não têm nenhum mecanismo de ação comum (alguns são bloqueadores fracos da captação de monoamina). De um modo geral, apresentam resposta terapêutica demorada como ADT e IMAO, mas com ação curta. MIANSERINA, MIRTAZAPINA - Antagonistas α2, 5-HT2, 5-HT3, H1 (sedação, apetite). - Agem diretamente no receptor, inibem a receptação de serotonina. TRAZODONA NEFAZODONA - α1, 5-HT2, 5-HT3, H1, IRS - Sedação (Trazodona), hipotensão, arritmias Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 29 ↗INIBIDORES DA MAO (MONOAMINO OXIDASE) - Atuam bloqueando a ação da enzima monoamino oxidase, sendo, desta forma, utilizados no tratamento da depressão. Os MAOs causam uma inibição que é irreversível e não- seletiva, pelo que bloqueiam a ação dos dois subtipos da enzima MAO-A: responsável por degradar 5-HT e NA; MAO-B: degrada, preferencialmente, a dopamina). Esta característica confere-lhes uma longa duração de ação, mas está também relacionada com os seus efeitos adversos, uma vez que a inibição não-seletiva (e irreversível) leva à acumulação e consequente toxicidade de vários dos substratos da MAO, sobretudo a serotonina. - Os fármacos inibidores da MAO inibem a enzima monoamina oxidase (MAO), responsável por metabolizar monoaminas como a noradrenalina, dopamina e serotonina, aumentando assim a concentração sináptica destas e condicionando maior excitação dos neurônios que possuem receptores para estes mediadores. Existe dois subtipos específicos de MAO: MAO-A: possui como substrato essenciala noradrenalina (NA) e serotonina (5-HT). Seu bloqueio é desejado para o tratamento específico da depressão. MAO-B: possui como substrato essencial a dopamina. Seu bloqueio é desejado para o tratamento específico da Doença de Parkinson. - Irreversíveis não-seletivos (MAO-A e MAO-B) TRANILCIPROMINA ISOCARBOXAZINA FENELZINA - Reversível Seletivo (MAO-A): MOCLOBEMIDA: Efeitos adversos similares aos da 1ª geração. - Interação medicamentosa com TIRAMINA (Reação ao queijo) = restrição a vinho, queijo, enlatados. Hipertensão. ALPRAZOLAM: Único ansiolítico benzodiapínico. Alivia a ansiedade, tem atividade depressiva. Efeitos adversos: sedação, dependência. AGOMELATINA (Valdoxan): atividade antidepressiva - Agonista de receptor MT1/MT2 receptores melatonérgicos. - Eficaz no tratamento da depressão grave (insônia) CONSIDERAÇÕES: São igualmente eficazes Demoram no mínimo 15-30 dias para o efeito Não causam dependência (tarja vermelha) →colaterais Síndrome da descontinuação, efeito rebote Não perdem eficácia quando usados por tempo prolongado Devem ser usados em doses e tempos adequados. Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 30 ESTABILIZADORES DO HUMOR São representados pelos sais de LÍTIO (Carbonato, Sulfato, Acetato, Cloreto e Citrato). O Lítio é um cátion monovalente, presente em concentrações mínimas no organismo e sem função fisiológica conhecida. Possui inúmeros efeitos farmacológicos. ↗LÍTIO - Íon orgânico. Precisa de Litemia: Quantificar os níveis de Lítio plasmático. - Controla mania e depressão - O Lítio impede a formação do segundo mensageiro AMPc através da inibição da adenilil cilclase. Ele pode também inibir a produção dos segundos mensageiros trifosfato de inositol (IP3) e diacilglicerol (DAG), através da redução da disponibilidade do precursor bifosfato de fosfatidilinositol (PIP2). Por esse mecanismo, em concentrações terapêuticas, o lítio altera o funcionamento de vários sistemas neurotransmissores, como o noradrenérgico e o serotoninérgico. - Efeitos Colaterais: náusea, poliúria (ADH), hipotireoidismo, polidpsia, tremores, fadiga, convulsões, dano cerebral irreversível. - Toxicidade: > 1,5 mEq. ↗ANTICONVULSIVANTES (estabiliza a bipolaridade) ÁCIDO VALPRÓICO: (-) canais de Ca 2+ CARBAMAZEPINA: profilaxia do transtorno bipolar LAMOTRIGINA ↗ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS OLANZAPINA RISPERIDONA Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 31 ANESTÉSICOS GERAIS E LOCAIS A anestesia é o procedimento médico que tem por finalidade promover um bloqueio das modalidades sensitivas de um modo geral. Para realizar tal função, ela pode agir de duas maneiras: com integridade da consciência (anestesia local ou regional) ou ocorrendo inconsciência (anestesia geral). ANESTÉSICOS GERAIS: Abolição de forma previsível e reversível da sensação e estado de consciência, permitindo a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos. ANESTÉSICOS LOCAIS: Bloqueio da condução nervosa (sensação dolorosa) de uma região circunscrita do organismo através da administração de um anestésico. ANESTESÉSICOS GERAIS Os anestésicos gerais têm como objetivo gerar uma depressão do total do SNC, sem a manutenção da consciência. Os principais objetivos da anestesia geral são: Hipnose Analgesia Relaxamento muscular (BPZ, BNM) Controle de reflexos autonômicos GABA, Melatonina: indutores do sono Ach, 5-HT, NA, DA, His: indutores da vigília - - - ↗ESTÁGIOS ESTÁGIO I (Analgesia): paciente com inibição da transmissão sensorial, mas desperto e responsivo. - Analgesia (depende do agente) - Amnésia ESTÁGIO II (Excitação): fase caracterizada por delírios e comportamento agressivo/violento. É um estágio indesejado, sendo prevenido pelo uso de pentobarbital (intermediário do Tiopental) endovenoso. -Tônus muscular aumentado - Excitação -Delírio - Comportamento combativo ESTÁGIO III (Anestesia Cirúrgica): fase de respiração regular e relaxamento da musculatura. O reflexo pupilar diminui e movimentos oculares cessam até a pupila ficar fixa. - Hipotonia muscular - Respiração regular - Inconsciência - Diminuição dos movimentos oculares ESTÁGIO IV (Depressão/Paralisia Bulbar): grave depressão dos centros respiratório e vasomotor. Pode ocorrer morte abruptamente, se o paciente não estiver bem assistido e devidamente ventilado. - Parada respiratória - Ausência do movimento ocular - Depressão e parada cardíaca *O MAIS APROPRIADO É PARAR NO ESTÁGIO III, POIS NO IV PODE CAUSAR A MORTE* Anestésicos Hipotálamo Formação Reticular (Bulbo, Ponte, Mesencéfalo) Medula Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 32 ↗MODELO DE ANESTÉSICO GERAL IDEAL Indução rápida e agradável da anestesia (e recuperação) Boa capacidade analgésica Ampla margem de segurança Relaxamento adequado dos músculos esqueléticos Ausência de efeitos adversos/tóxicos em doses terapêuticas *UTILIZAM-SE CATEGORIAS DE DIFERENTES FÁRMACOS PARA PRODUZIR O EFEITO DESEJADO* ↗ETAPAS DA ANESTESIA GERAL Pré-Operatório/Anestesia - Avaliação clínica - Administração pré-anestésica - Planejamento do procedimento Intra-Operatório - Indução: inalação, EV, retal - Manutenção: inalação ou EV *Isso acima para: Prevenção da perda da consciência, Analgesia, Relaxamento Muscular, Bloqueio dos Reflexos Neurais* Pós-Operatório - Recuperação pós-anestésica ~ Pré-Anestesia~ - Usados para diminuir a ansiedade - Reduzir a quantidade de anestésico necessário - Induzir amnésia imediata Anticolinérgicos (ATROPINA, ESCOPOLAMINA): usam-se bloqueadores muscarínicos para proteger o coração de uma eventual parada durante a indução anestésica (o HALOTANO, por exemplo, é um anestésico inalatório que pode levar a uma parada cardíaca muito facilmente). Antieméticos (METOCLOPRAMIDA, DOMPERIDONA): para inibir náusea e vômito durante a anestesia (efeito que pode ser desencadeado por analgésicos opiódes). Anti-histamínicos: para evitar a reação alérgica e, principalmente, cooperar na sedação (ajudando a minimizar a quantidade de anestésico a ser administrado). Barbitúricos: tanto ajudam na sedação, quanto na velocidade desta sedação. O TIOPENTAL, por exemplo, é um anestésico geral que atua de maneira tão veloz que pula um dos estágios da anestesia (fase excitatória). Benzodiazepínicos (ANSIOLÍTICOS, HIPNOSEDATIVOS e AMNÉSICOS): utilizados para tratar a ansiedade, sendo, por muitas vezes administrados 24h antes da anestesia. Apresenta um efeito excelente para amnésia anterógrada. Opióides (quando há dor antes do procedimento, ↑sedação): apresentam um satisfatório efeito anestésico (é válido lembrar que os anestésicos, basicamente, não apresentam efeitos analgésicos – daí a necessidade da coação de opióides). HIDRATO DE CLORAL: hipnótico seguro em pediatria usado para pré-medicação. DROPERIDOL (Anti-Dopaminérgico): efeito antiemético e sedativo. Relaxantes musculares: SUCCINILCOLINA: relaxante muscular despolarizante utilizado em anestesias para a realização de intubação, apresentando efeito de 1 a 3 minutos. ATRACÚRIO E VICURÔNIO: relaxantes musculares não-despolarizantes cuja ação é inibida pela anti-AChE. A administração de drogas pré-anestésicas tem a finalidade de: abolir a dor, produzir a sedação, potencializar vias aéreas, bloquear o vago e reduzir o metabolismo. Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 33 ~Intra-Operatório~ Indução e manutenção anestésica. ↗ANESTÉSICO INALATÓRIO Os anestésicos inalatórios desenvolvem suas ações farmacológicas principais no sistema nervoso central, onde inibem a percepção da sensibilidade. Já as ações secundárias, colaterais, são exercidas sobre os outros sistemas do organismo. Seu mecanismo de ação consiste na expansão das membranas celulares, desarranjo dos canais iônicos e sensibilização de enzimas superficiais. Basicamente, os anestésicos inalatórios são utilizados quando se deseja uma anestesia de maior duração, possibilitando o controle regulação da profundidade da anestesia. Gasoso: N2O (Óxido Nitroso) Líquidos Voláteis (halog.): ISOFLURANO, ENFLURANO, DISFLURANO, SEVOFLURANO Mecanismo de ação: Teoria da expansão de volume: os anestésicos gerais dissolvem na bicamada lipídica da membrana neuronal, causando sua expansão. Alteração da fluidez da membrana plasmática e condutância iônica Outros: receptores específicos - GABA-A - Glicina - NMDA, AMPA e Cainato - Canais de Na+, K+ e Ca2+ -CAM- Definida como CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR MÍNIMA necessária para inibir a resposta motora à estimulação cirúrgica em 50% dos indivíduos. É uma forma de medir a potência dos anestésicos inalatórios. As velocidades de indução e recuperação são determinados por suas propriedades dos anestésicos: Solubilidade no Sangue (Coeficiente de partição SANGUE:GÁS) e Solubilidade em Gorduras (Coeficiente de partição ÓLEO:GÁS). -(Coeficiente de partição SANGUE:GÁS)- É o principal fator que determina a velocidade da indução e da recuperação de um anestésico inalatório e, quanto menor este coeficiente, mais rápidas a indução e recuperação. -Liposolubilidade (Coeficiente de partição ÓLEO:GÁS)- - Determina a potência anestésica - Se o fármaco tem maior coeficiente óleo-gás, menor a CAM - Além de determinar a potência de um anestésico, também influencia a cinética de sua distribuição no organismo, e o principal efeito é que uma alta lipossolubilidade tende a retardar a recuperação dos efeitos da anestesia. Ex: Halotano: ↑coeficiente óleo:gás (225)= ↑ lipossolubilidade = ↓concentração para indução, ↑ potência. Ele é um agente com alta lipossolubilidade, e se acumula gradualmente no tecido adiposo corpóreo e pode produzir ressaca prolongada. N2O: ↓ coeficiente óleo:gás (38) = ↓lipossolubilidade = ↑ concentração para indução. - Fatores que afetam a velocidade de indução com um Anestésico Inalatório – ↑ concentração do Anestésico na mistura de gás inspirada (↑) ↑ ventilação alveolar (↑) ↑ solubilidade do Anestésico no sangue (coeficiente de partição sangue:gás) (↓) ↑ débito cardíaco (↓) ↓ débito cardíaco (IC, perda sanguínea, outras) (↑) (↓) (↑) = velocidade de indução Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 34 ↗ ANESTÉSICOS LÍQUIDOS VOLÁTEIS - Boa hipnose - Pobre analgesia - Pobre efeito relaxante HALOTANO ENFLURANO ISOFLURANO ↗ ANESTÉSICOS INALATÓRIOS GASOSOS - Pobre hipnótico - Boa analgesia - ↓ medo/ansiedade ÓXIDO NITROSO (N2O) ~Toxicidade~ Hepatotoxicidade: HALOTANO Nefrotoxicidade: ENFLURANO e SEVOFLURANO (metab. resultando em íon Fluoreto) Hipertermia Maligna: todos, exceto N2O (distúrbio genético do músculo esquelético: Contração Muscular Intensa = alta rigidez, hipercalcemia, ↓ O2, hipertermia, taquicardia, hipertensão, cianose). Hepatotoxicidade Crônica: à exposição prolongada ao N2O ↗ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS BARBITÚRICOS (Tiopental Sódico) BENZODIAZEPÍNICOS (DZP, FNZ e MDZ) PROPOFOL ETOMIDATO QUETAMINA (antagonista) ↗ FARMACOS COADJUVANTES DA ANESTESIA Miorrelaxantes (BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES, BENZODIAZEPÍNICOS): Relaxamento muscular. Benzodiazepínicos (DZP, LZP); Neurolépticos (CLORPROMAZINA, HALOPERIDOL, TRIFLUPROMAZINA): Diminuição da ansiedade. Antieméticos (METOCLOPRAMIDA, DOMPERIDONA): Prevenção de náuseas e vômitos no pós-operatório. Anticolinérgicos (ATROPINA, ESCOPOLAMINA): Prevenção da secreção brônquica. ↗RECUPERAÇÃO Redução/interrupção da administração de anestésicos inalatórios Retorno espontâneo da ventilação e da consciência Retorno da consciência e de sensações, de forma rápida e suave, não traumática FÁRMACOS ÚTEIS: ANTICOLINESTERÁSICOS: para reversão do relaxamento muscular NALOXONA e NALTREXONA: antagonista opióide, caso haja depressão respiratória induzida por analgésicos opióides. FLUMAZENIL: antagonista Benzodiazepínico capaz de reverter em menos de 1 minuto os efeitos centrais desses agentes. ↑ receptores GABA-A ↓ receptores NMDA (para Glutamato) Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 35 ANESTÉSICOS LOCAIS Os anestésicos locais são um grupo de fármacos utilizados para induzir a anestesia em nível local, sem produzir inconsciência. Sua utilização baseia-se na infiltração de substâncias anestésicas nas proximidades da área a ser operada, usualmente empregada em cirurgias de superfície de pequeno ou médio porte. Auxiliam no tratamento da dor pós-operatória quando utilizada sozinha ou em associação com outras técnicas anestésicas. Para isso, eles bloqueiam a condução nervosa de impulsos sensitivos da periferia para o SNC, bloqueando canais de sódio de nervos segmentares. São indicados para anestesia de mucosa, anestesia infiltrativa e anestesia regional (como a raquianestesia), quando não é necessária a perda da consciência. - Administração e ação local, sem perda da consciência - Bloqueio reversível da condução nervosa - Perda de sensações ↗ ESTRUTURA E PROPRIEDADES QUÍMICAS Os anestésicos locais são bases fracas com pKa acima de 7,4, razão pela qual são parcialmente ionizados em pH fisiológico, apresentando uma boa capacidade de penetração na membrana axônica e bainha nervosa. Em solução, os anestésicos locais estão em equilíbrio na forma ionizada e não-ionizada. Todo o mecanismo de ação dos anestésicos locais, assim como as diferenças farmacológicas observadas entre os diferentes agentes, estão intimamente relacionados à sua estrutura química. Reconhece-se na fórmula geral dos anestésicos locais três partes fundamentais: Radical Aromático Hidrofóbico (PORÇÃO LIPOFÍLICA) – lipossolúvel O grupo aromático confere lipossolubilidade à molécula do anestésico local e permite sua solubilidade em gorduras, favorecendo sua transposição por barreiras celulares. Cadeia Intermediária – ÉSTER/AMIDA A união da cadeia intermediária (pivô) com o sistema aromático faz-se por meio de ligações do tipo ÉSTER (PROCAÍNA) ou AMIDA (LIDOCAÍNA). Grupo Amina Terciária Hidrofílica (PORÇÃO HIDROFÍLICA) – ionizável O grupo amino representa a porção hidrofílica da molécula e facilita sua difusão em meio aquoso. Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 36 ↗ CLASSIFICAÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Amino-ÉSTERES São biotransformados por pseudocolinesterases plasmáticas, e podem competir com outras drogas que sejam biotransformadas por estas mesmas enzimas (fenômeno que faz com que este anestésico dure mais tempo no organismo, e a anestesia se torne mais demorada). BENZOCAÍNA: atua bloqueando a condução de impulsos nervosos e diminuindo a permeabilidade da membrana neuronal ao iodeto de sódio TETRACAÍNA (Pantocaína): reduzir a dor da injeção intra-muscular da penicilina, e também na odontologia. Amino-AMIDAS São biotransformadas por peroxidases hepáticas e, com isso, indivíduos portadores de insuficiência hepática podem apresentar um tempo prolongado e indesejado de anestesia. LIDOCAÍNA: pode ser usada para infiltração periférica ou para bloqueio do neuroeixo. Em raquianestesias, produz bloqueio motor e sensitivo bem acentuado. PRILOCAÍNA: age bloqueandoo impulso nervoso, ao diminuir a permeabilidade da membrana neuronal aos íons sódio. ↗CLASSIFICAÇÃO QUANTO À DURAÇÃO Curta Intermediária Longa - Rápido início de efeito - (Duração do efeito: ligação a proteínas plasmáticas e teciduais; tipo metabolismo) - Vasoconstritores: ↑ duração ↗MECANISMO DE AÇÃO Anestésicos locais são substâncias que em concentrações apropriadas bloqueiam, de forma totalmente reversível, a geração e a propagação de impulsos elétricos em tecidos excitáveis, bloqueando, inicialmente, o componente sensitivo e, logo depois, o motor. Os anestésicos locais são bases fracas poucos solúveis e instáveis. Apresentados como sais ácidos (cloridratos), tornam-se mais solúveis, com maior estabilidade em solução com pH de 5 a 6. Existem três características que interessam para uso clínico: ação, a potência e a duração. 1ª Teoria: os anestésicos locais agem inibindo a condução nervosa dos nervos periféricos, diminuindo a permeabilidade do Na+ e, deste modo, impedindo a despolarização da membrana. 2ª Teoria: a fração lipossolúvel do anestésico local expande a membrana celular, interferindo com a condutância elétrica dependente das concentrações de Na+. 3ª Teoria: os anestésicos locais geram alterações das cargas na superfície da membrana, em especial, nos nódulos de Ranvier. 4ª Teoria: os anestésicos locais, em uma segunda fase, causariam uma deslocação dos íons cálcio, diminuindo a condutância ao Na+ e a propagação do potencial de ação. - Anestésicos Locais são bases fracas acidificadas com HCl (tubetes: pKa 4,5 – 6,0) - Forma desprotonada atravessa a membrana - Em tecido inflamado, tratar primeiro a inflamação. Farmacologia – Resumo – 3ª Prova 37 ↗ PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS POTÊNCIA: guarda relação direta com a lipossolubilidade do fármaco. Eventualmente, a alta lipossolubilidade de um agente pode diminuir sua potência in vivo devido à perda de anestésico para sítios inespecíficos, diminuindo a quantidade de fármaco disponível para exercer o bloqueio neural. PESO MOLECULAR: está relacionado com a movimentação dos anestésicos locais no canal de sódio da membrana nervosa e apresenta influência na taxa de dissociação dos anestésicos locais de seus sítios receptores. GRAU DE LIPOSSOLUBILIDADE: é o principal determinante da potência anestésica intrínseca. Quanto maior a lipossolubilidade, maior a toxicidade e menor a margem de segurança do anestésico local. GRAU DE IONIZAÇÃO (pKa): a velocidade de ação dos anestésicos locais guarda relação inversa com seu grau de ionização que, por sua vez, depende do pKa do fármaco e do pH do meio em que é dissolvida. Por exemplo, a Lidocaína, cujo pKa é 7,7, tem, no pH fisiológico, maior concentração de forma não-ionizada (sem íons H+) que a Bupivacaína, cujo pH é 8,1. Isso acontece porque a Bupivacaína é uma base mais forte que a Lidocaína e se ioniza (recebe íons H+) mais facilmente. Assim sendo, a instalação do bloqueio com a Lidocaína é mais rápida. INÍCIO E DURAÇÃO: tem relação direta com o grau de ligação à proteína plasmática. Quanto mais afinidade por proteínas tem o fármaco, menor será a sua fração livre no plasma, o que diminui a sua ação. - Início rápido: lidocaína, mepivacaína, prilocaína e etidocaína. - Início intermediário: bupivacaína, levobupivacaína e ropivacaína. - Início lento: procaína e tetracaína. ↗CARACTERÍSTICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Bloqueiam a condução nervosa de impulsos sensitivos da periferia para o SNC. Por esta razão, pode ser utilizados para a realização de anestesia regional com o uso da raquianestesia e anestesia peridural Bloqueiam os canais de sódio Não produzem inconsciência Efeitos adversos resultam da absorção: é um efeito sistêmico que acontece quando o anestésico ganha a corrente sanguínea, podendo causar convulsão e arritmias. ↗PARÂMETROS CLÍNICOS DE SELEÇÃO - Características inerentes ao procedimento cirúrgico> tipo e local da cirurgia - Início do efeito *A duração da anestesia é determinada pela DISTRIBUIÇÃO do Anestésico Local* - Associação com Vasoconstritores ADRENALINA, NORADRENALINA, FELILEFRINA (Adrenérgicos – CATECOLAMINAS e derivados). Quando administrados isoladamente, os Anestésicos Locais aumentam o calibre dos vasos e, assim, a velocidade e a extensão de absorção da solução depositada no tecido, reduzindo sua duração de ação e elevando os níveis plasmáticos rapidamente, o que aumenta o risco de reações adversas. Vasoconstritores preservam a ação de Anestésicos Locais, pois se contrapõem à vasodilatação por eles induzida. - ↑duração do efeito e qualidade da anestesia - Uso de menores doses do Anestésico - Diminuição dos níveis plasmáticos de anestésico - Redução dos riscos de efeitos adversos sistêmicos - Auxiliam no controle da hemorragia durante procedimentos cirúrgicos
Compartilhar