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Prof. Fábio Nogueira UNIDADE II Auditoria Apresentação Docente: Fábio de Carvalho Nogueira Conteúdo da Unidade II O trabalho de auditoria Os relatórios nas áreas pública e privada Apresentação da Unidade II − Auditoria Conforme mencionado na Unidade I, “O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião, pelo auditor, sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável.” Contudo, a auditoria em conformidade com as normas de auditoria é conduzida com base na premissa de que a administração e, quando apropriado, os responsáveis pela governança, têm conhecimento de certas responsabilidades que são fundamentais para a condução da auditoria. Desta forma, podemos entender que procedimentos de auditoria podem ser aplicados para qualquer área ou departamentos em que seja necessário um grau de confiabilidade para conforto dos seus usuários. A aplicação da auditoria Por fim, a auditoria das demonstrações financeiras destina-se ao exame e avaliação dos componentes dessas demonstrações quanto à adequação dos registros e procedimentos contábeis, à sistemática dos controles internos, à observância das normas brasileiras de contabilidade, aos regulamentos e aos padrões aplicáveis, bem como à aplicação dos princípios de contabilidade estabelecidos pela Resolução CFC n. 1.282/2010. Para a aplicação de uma auditoria vamos repassar, de forma resumida, um passo a passo de quais etapas são necessárias para se realizar esse tipo de trabalho, vamos destacá-las, inicialmente, em 5 itens: A aplicação da auditoria 1. Mapeamento dos processos A primeira etapa para se iniciar um procedimento é mapear o objetivo desta revisão, tendo com clareza qual resultado deseja obter, a partir daí, organizar/mapear quais os departamentos e/ou áreas de uma companhia devem ser abordados. Tendo o objetivo claro, é necessário realizar o entendimento das rotinas de cada área, transformado, assim, essas rotinas em fluxos e/ou descritivos das tarefas. Esta tarefa, por sua vez, pode ser executada por qualquer profissional qualificado, cabendo apenas revisão do usuário da informação. Esta tarefa, por sua vez, ajuda na identificação dos riscos. A aplicação da auditoria 2. Identificação dos riscos Com o fluxo e/ou descritivo estruturado, cabe a revisão por parte do usuário (no caso, o auditor) para identificar os riscos, sejam esses inerentes (risco atrelado ao negócio) e o risco operacional (risco ocasionado pela rotina). Estes riscos podem ser mapeados através de entrevistas, observância ou análise documental, atrelados ao fluxo de destaque na revisão. Cabe ressaltar que, ao identificar um risco, é importante quantificar se há impactos deste em outros fluxos e como este está sendo minimizado ou mitigado, o que, por sua vez, é tarefa dos controles internos. A aplicação da auditoria 3. Identificação dos controles internos Ápos os riscos é necessário identificar os controles que possam mitigar os riscos de erro, falha ou desvio de conduta. Este controle pode ser performado (realizado) de diversas maneiras, sendo as mais comuns termos a revisão do superior, hieraquia de aprovações, controle de acesso, entre outras. Em alguns casos torna-se difícil separar uma rotina de um controle, por exemplo: Salvar um arquivo em uma pasta na rede (rotina). Controle de acesso a pastas na rede (controle). Como podemos testar um controle? A aplicação da auditoria 4. Testando a efetividade dos controles Essa etapa, por sua vez, analisa a acuracidade e implementação da matriz de controles identificados anteriormente. Cabe lembrar que cada controle se torna único no fluxo de asseguração, desta forma, há maneiras distintas para serem testados, seja por documentação, recálculo, ferramentas específicas (exemplo: ERP), hieraquia dos funcionários, observação e indagação. Um ponto importante a ser destacado é que nem sempre pode-se usar apenas uma técnica ou maneira de asseguração necessária, desta forma, deve-se aplicar mais de um teste para cada controle, obtendo assim a evidência de auditoria necessária. A aplicação da auditoria 5. Obtenção de evidência de auditoria A evidência de auditoria é o resultado dos testes aplicados ao longo do processo e/ou trabalho propriamente dito. Esta evidência, por sua vez, assegura se os procedimentos descritos no mapeamento estão sendo seguidos de forma correta ou se há inconsistências ao longo das transações. Essas documentações de conforto devem serguir padrões de formatação e formalização que, por sua vez, são instruídas pelas normas de auditoria. A aplicação da auditoria Normas de auditoria: Embora as norma de auditoria sejam meros guias de orientação geral e não um manual analítico de procedimentos a serem seguidos pelo auditor, elas fixam limites nítidos de resposablidades, bem como orientação útil de comportamento. As normas de auditoria, juntamente com os procedimentos para sua implementação, estabelecem a ordem e a disciplina na realização do trabalho. E o que é mais importante, a observância dessas normas leva à realização de auditorias completas e objetivas, com resultados e recomendações palpáveis, fundamentos passíveis de serem justificados. A aplicação da auditoria Na execução dos trabalhos de auditoria, ao determinar a amostra a ser trabalhada, devem ser considerados os seguintes fatores: a) Erro circunstancial, efeitos irrelevantes, tamanho da amostra. b) Risco da amostragem, erro tolerável, população objeto da amostra. c) Efeitos irrelevantes, erros circunstanciais, erro esperado. d) Erro inesperado, risco da amostragem, população objeto da amostragem. e) Risco da amostragem, erro circunstancial, erro esperado. Interatividade Na execução dos trabalhos de auditoria, ao determinar a amostra a ser trabalhada, devem ser considerados os seguintes fatores: a) Erro circunstancial, efeitos irrelevantes, tamanho da amostra. b) Risco da amostragem, erro tolerável, população objeto da amostra. c) Efeitos irrelevantes, erros circunstanciais, erro esperado. d) Erro inesperado, risco da amostragem, população objeto da amostragem. e) Risco da amostragem, erro circunstancial, erro esperado. Resposta Para muitos usuários de demonstrações financeiras, o relatório do auditor é a única evidência, consequentemente, é de extrema importância que se faça o relatório de modo profissional e há quatro normas que servem de orientação global para a preparação do relatório, que dizem o seguinte: o relatório deve declarar se as demonstrações financeiras são apresentadas em conformidade com os princípios fundamentais de contabilidade; o relatório deve declarar se os princípios contábeis foram aplicados consistentemente no período corrente em relação ao período anterior; A aplicação da auditoria as divulgações de informações nas demonstrações financeiras devem ser consideradas adequadas, salvo declaração em contrário, no relatório; o relatório deve conter um parecer relativo às demonstrações financeiras tomadas em conjunto, ou qualquer declaração de que não pode ser emitido o parecer. Se não for possível emitir parecer global, devem-se declarar os motivos e, em todos os casos em que o nome do auditor estiver ligado às demonstrações financeiras, o relatório deve conter explicações bem claras da natureza do exame do auditor, se é que foi feito algum, e do grau de responsabilidade que ele está assumindo. A aplicação da auditoria De acordo com o dicionário Aurélio (1995, p. 510), planejamento é: 1. Ato ou efeito de planejar. 2. Trabalho de preparação para qualquer empreendimento, segundo roteiro e métodos determinados; planificação. 3. Elaboração, por etapas, combases técnicas (especialmente no campo socioeconômico), de planos e programas com objetivos definidos; planificação. Na auditoria define-se planejamento como sendo o ato de pensar hoje as implicações em decidir ou não no futuro. Planejamento é o ato antes da ação. Segundo Araújo, Arruda e Barreto (2008), planejamento é uma das funções básicas da administração e também da atividade auditorial. Significa o trabalho de preparação para qualquer empreendimento. Planejamento e execução dos trabalhos O planejamento da auditoria envolve a definição de estratégia global para o trabalho e o desenvolvimento de plano de auditoria. Um planejamento adequado é benéfico para a auditoria das demonstrações contábeis de várias maneiras, inclusive para: auxiliar o auditor a dedicar atenção apropriada às áreas importantes da auditoria; auxiliar o auditor a identificar e resolver tempestivamente problemas potenciais; auxiliar o auditor a organizar adequadamente o trabalho de auditoria para que seja realizado de forma eficaz e eficiente; auxiliar na seleção dos membros da equipe de trabalho com níveis apropriados de capacidade e competência para responderem aos riscos esperados e na alocação apropriada de tarefas; Planejamento e execução dos trabalhos − NBC TA 300 facilitar a direção e a supervisão dos membros da equipe de trabalho e a revisão do seu trabalho; auxiliar, se for o caso, na coordenação do trabalho realizado por outros auditores e especialistas. Planejamento e execução dos trabalhos − NBC TA 300 Requisitos Envolvimento de membros-chave da equipe de trabalho 5. O sócio do trabalho e outros membros-chave da equipe de trabalho devem ser envolvidos no planejamento da auditoria, incluindo o planejamento e a participação na discussão entre os membros da equipe de trabalho. Nesta etapa a equipe, em conjunto, deve estabelecer uma estratégia que defina o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria. Planejamento e execução dos trabalhos − NBC TA 300 Para as atividades de planejamento o auditor deve: a) identificar as características do trabalho para definir o seu alcance; b) definir os objetivos do relatório do trabalho, de forma a planejar a época da auditoria e a natureza das comunicações requeridas; c) considerar os fatores que, no julgamento profissional do auditor, são significativos para orientar os esforços da equipe do trabalho; Planejamento e execução dos trabalhos − NBC TA 300 d) considerar os resultados das atividades preliminares do trabalho de auditoria e, quando aplicável, se é relevante o conhecimento obtido em outros trabalhos realizados pelo sócio do trabalho para a entidade; e e) determinar a natureza, a época e a extensão dos recursos necessários (*) para realizar o trabalho. (*) Envolvimento de especialistas, uma vez que algumas naturezas podem não ser de total domínio do auditor ou mesmo de ferramentas especiais, quando aplicável, pois, em alguns casos, há legislações específicas a serem aplicadas. Planejamento e execução dos trabalhos − NBC TA 300 Attie (2011) afirma que os papéis de trabalho formam o conjunto de formulários e documentos que contêm as informações necessárias aos apontamentos do auditor durante seu exame, bem como as provas e descrições dessas realizações, e constituem a evidência do trabalho executado, com as fundamentações de sua opinião para a formação do parecer final. Os papéis de trabalhos não precisam necessariamente serem elaborados via computador, mas podem também ser concebidos de forma manuscrita, utilizando o sistema de informação apenas como auxílio na captação dos dados. Os papéis de trabalho são de natureza confidente, pois dentro deles estão contidas informações confidenciais que não podem, em nenhuma hipótese, ser utilizadas para benefício próprio ou de terceiras pessoas e empresas interessadas. Os papéis de trabalho Esta Norma trata da responsabilidade do auditor na preparação da documentação de auditoria para a auditoria das demonstrações contábeis. O Apêndice relaciona outras normas que contêm exigências de documentação e orientações específicas. As exigências específicas de documentação de outras normas não limitam a aplicação desta Norma. Leis ou regulamentos podem estabelecer exigências adicionais de documentação. A documentação de auditoria, que atende às exigências desta Norma e às exigências específicas de documentação de outras normas de auditoria relevantes, fornece: a) evidência da base do auditor para uma conclusão quanto ao cumprimento do objetivo global do auditor NBC TA 200. Objetivos gerais do auditor independente e a condução de uma auditoria em conformidade com Normas de Auditoria; e b) evidência de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as Normas de Auditoria e exigências legais e regulamentares aplicáveis. Os papéis de trabalho – NBC TA 230 (R1) Pontos adicionais aos papéis de trabalho: Demonstração das etapas de trabalho; Demonstrar os responsáveis por cada informação; Manter registro dos assuntos revisados; Permitir revisão dos trabalhos realizados e manter um controle de qualidade; Permitir a condução de inspeções externas em conformidade com as exigências legais. Em síntese, nos papéis de trabalho são evidenciadas todas as descobertas feitas pelos auditores, constatações de auditoria e comprovação do trabalho realizado. Vale lembrar que qualquer documento que evidencie revisão é considerado papel de trabalho (CDs, DVDs, arquivos magnéticos, entre outros). Os papéis de trabalho – NBC TA 230 (R1) O que devem conter os papéis de trabalho do auditor: Os papéis de trabalho devem ser preparados de modo que apresentem os detalhes importantes. Uma auditoria envolve tantos detalhes, que itens importantes podem passar despercebidos como resultados da elaboração imperfeita dos papéis. Por isso, os papéis de trabalho devem ser completos quanto a: informações e fatos importantes; escopo do trabalho efetuado; fonte das informações obtidas; suas opiniões e conclusões. Os papéis de trabalho – NBC TA 230 (R1) Os papéis de trabalho incluem compilação de informações, tais como: Planejamento do trabalho; Descrição e avaliação dos controles internos; Mapas preparados pelos departamentos de contabilidade, financeiro, fiscal etc. ou pelo auditor; Memorandos e correspondências relevantes; Confirmações de saldos obtidas diretamente de terceiros; Outros tipos de documentações preparadas ou reunidas durante o exame. Os papéis de trabalho – NBC TA 230 (R1) Os papéis de trabalho, segundo as informações que contêm, devem ser arquivados em pastas, como segue: Pasta permanente (contendo informações que serão utilizadas em trabalhos futuros): estrutura organizacional, planos de contas, fluxogramas, manual de procedimentos, questionários de avaliações dos controles internos. Pasta corrente: papéis de trabalho com planejamento, assuntos relevantes, programas de auditoria, exames das transações, confirmações de terceiros etc. Os papéis de trabalho – NBC TA 230 (R1) Os procedimentos de revisão analítica pertencem ao conjunto de: a) Testes de observância. b) Testes substantivos. c) Testes de transação e saldos. d) Testes de controle interno. e) Testes de aderência. Interatividade Os procedimentos de revisão analítica pertencem ao conjunto de: a) Testes de observância. b) Testes substantivos. c) Testes de transação e saldos. d) Testes de controle interno. e) Testes de aderência. Resposta Elaboração de um papel de trabalho Algumas técnicas são consideradas básicas de serem observadas pelos auditores durante a elaboração dos papéis de trabalho com intuito de padronizar e melhorar a forma de trabalho. A seguir algumas dessas técnicas serão apresentadas: O logotipo da Auditoria geralmentevai no canto superior esquerdo (algumas empresas só aceitam esta ação caso seja confeccionado pela companhia e não pelos colaboradores); A identificação da entidade auditada (abaixo do logotipo da empresa); A data-base do trabalho (abaixo da identificação da empresa auditada); Os papéis de trabalho A unidade de medida dos saldos demonstrados (R$, R$ mil, etc.), quando aplicável (abaixo da data-base); A referência do papel de trabalho (no canto superior direito, em vermelho); A identificação de quem elaborou o papel de trabalho (iniciais e visto), quem revisou (iniciais e visto) e quando (abaixo da referência); e A identificação da rubrica ou área objeto de análise (abaixo dos itens anteriores, em linha transversal que cruze todo o papel, com borda superior e inferior); Tiques como evidência de confronto realizado (para os tiques, uma nota de rodapé deve ser atribuída). Os papéis de trabalho Segundo Crepaldi (2009) os testes de auditoria constituem um processo pelo qual o auditor reúne elementos comprobatórios: Podem-se aplicar os testes a todas as transações ou a uma amostra representativa adequada. Por ser a última opção e mais comum, o teste converteu-se em sinônimo de amostragem, procedimento por meio do qual o auditor consegue examinar uma quantidade menor que o total de um conjunto de dados, a fim de emitir uma conclusão sobre o todo. Cabe ao auditor aplicar os procedimentos de auditoria adequados para cada caso, na extensão e profundidade necessária para obtenção de provas materiais ou informações que comprovem satisfatoriamente o fato investigado. Testes de observância e testes substantivos Durante todas as fases de testes o auditor deve obter evidência para formar uma opinião, assim procede aplicando alguns testes, são testes normalmente aplicados: Os testes de observância: são procedimentos aplicados com o objetivo de validar os controles internos estabelecidos pela administração da empresa auditada para saber se estão em efetivo funcionamento e cumprimento. Os testes substantivos: são procedimentos aplicados com o objetivo de obter a evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da empresa, dividindo-se em: testes de transações e saldos; e procedimentos de revisão analítica. Testes de observância e testes substantivos Para aplicação dos testes, há técnicas de auditoria que proporcionam atestar a fidedignidade das informações, essas técnicas são o conjunto de investigações empregadas pelo auditor para reunir evidências citadas anteriormente. As técnicas, por si só, não são provas, mas direcionam a obtenção destas. Algumas técnicas mais usuais são: Exame e contagem física; Circularização; Conferência de cálculos; Inspeção de documentos; Averiguação; e Correlação. Testes de observância e testes substantivos Esse procedimento é utilizado basicamente para contas de ativos, exame físico é a verificação in loco e deve proporcionar ao auditor a formação de opinião relativa à existência física do item examinado. Deve descrever as seguintes características: quantidade; existência física; identificação; autenticidade; qualidade. Testes de observância e testes substantivos – exame e contagem física A confirmação, como procedimento de auditoria, implica obtenção de declaração formal e imparcial de pessoas independentes à empresa e que sejam habilitadas a confirmar. Levando em consideração a utilização do procedimento de confirmação para o item em exame, devemos considerar: data-base de confirmação; amplitude do teste de confirmação; e tipo de confirmação a ser empregado. Testes de observância e testes substantivos – circularização Para essa técnica o auditor dispõe de dois tipos diferentes de circularização: Circularização positiva: é aquela em que o auditor sempre espera receber uma resposta, confirmando ou não o saldo ou posição demonstrada, tendo essa duas formas de uso: Em branco: não é apresentado nenhum valor, é solicitado o preenchimento da parte (mais usada em passivo e contingências); Detalhada (preta): envia-se o valor e solicita confirmação da parte (passivo); Circularização negativa: somente prevê resposta em caso de discordância. Testes de observância e testes substantivos – circularização É o procedimento voltado para a constatação da adequação das operações aritméticas. Devido ao contador realizar diversos cálculos ao longo do período é passível de erro, ocasionando, assim, uma informação errônea das demonstrações, para as transações mais comuns, podemos destacar: valores de estoques; amortização de despesas antecipadas; depreciação de bens; juros provisionados. As observações inerentes a esta técnica são aquelas que se referem à evidência caracterizada pela repetição de cálculos. Testes de observância e testes substantivos – conferência de cálculos O exame da escrituração também é um procedimento que deve ser utilizado pela auditoria para a constatação da veracidade das informações contábeis. Para isso o auditor realiza uma amostra de itens a serem analisados (levando em consideração a impossibilidade de analisar todas as operações do ano). Com a devida atenção aos documentos solicitados, o auditor deve verificar: se o documento é legítimo; se a referência é real com a operação escriturada; se corresponde aos objetivos da empresa; se o documento está correto em sua formatação; se o registo foi adequado com base na documentação. Testes de observância e testes substantivos – inspeção de documentos Embora o auditor seja um profissional experiente, podem surgir dúvidas a respeito das transações, desta forma, isso pode ser esclarecido por meio de um formulário de perguntas aos funcionários da empresa. A técnica da averiguação consiste, justamente, em fazer perguntas e obter respostas favoráveis à elucidação de certas questões que podem conduzir a um incremento na profundidade dos exames. Convém notar, entretanto, que as informações obtidas por meio da averiguação não servem, por si sós, como evidência de auditoria. As informações obtidas necessitam de confirmação por meio das outras técnicas. Testes de observância e testes substantivos – averiguação A correlação nada mais é que o relacionamento harmônico do sistema contábil de partidas dobradas com as operações realizadas de forma recorrente na companhia. Durante os trabalhos, o auditor executará serviços que terão impacto em outras áreas do balanço ou do resultado do exercício, desta forma, à medida que o trabalho for se desenvolvendo o auditor estará efetuando a correlação das informações obtidas. Testes de observância e testes substantivos – correlação Adulterações de documentos, registros, relatórios e demonstrações financeiras e contábeis, tanto em termos físicos como monetários, são eventos que indicam incentivos ou pressão para que a fraude seja perpetuada ou ofereçam oportunidade para que ela ocorra. São inúmeros os tipos de artifícios utilizados com a finalidade de diminuir ou suprimir as fraudes. O auditor, no procedimento de averiguação, precisa fazer um trabalho semelhante ao de garimpagem para descobrir se ocorreu e onde se encontra o fato que comprove irregularidades. Por mais que tentássemos seria impossível listar todas as formas de fraudes, até porque estas são mutantes e adequadas a cada tipo de atividade mercantil. Testes de observância e testes substantivos – fraude Os procedimentos de auditoria que têm por finalidade obter evidências quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados gerados pelo sistema de contabilidade da entidade são denominados testes: a) De observância. b) De controle. c) Substantivos. d) De aderência. e) Globais. Interatividade Os procedimentos de auditoria que têm por finalidade obter evidências quanto à suficiência, exatidãoe validade dos dados gerados pelo sistema de contabilidade da entidade são denominados testes: a) De observância. b) De controle. c) Substantivos. d) De aderência. e) Globais. Resposta O Instituto Americano dos Contadores Públicos define controle interno desta forma: “O controle interno compreende o plano de organização e todos os métodos e medidas adotadas na empresa par salvaguardar seus ativos, verificar a exatidão e fidelidade dos dados contábeis, desenvolver a eficiência nas operações e estimular o seguimento das políticas administrativas prescritas.” Em outras palavras e de forma resumida, os controles internos são: Úteis – quando salvaguardam os ativos da empresa e promovem o bom desenvolvimento dos negócios, protegendo as empresas e as pessoas que nela trabalham; Práticos – quando apropriados ao tamanho da empresa e ao porte das operações, objetividade ao que controlar e simples na sua aplicação; Econômicos – quando o benefício de mantê-los é maior que os seus custos (custo/benefício). Estudo e avaliação dos controles internos Para o auditor elaborar um plano ou programa de trabalho é necessário observar como se encontram os controles da empresa: Quanto melhor o controle, mais segurança para o trabalho; Quanto menor o controle, mais cuidado será exigido na execução das tarefas. Atualmente, o conceito da avaliação dos controles internos tem se alargado, além das preocupações com a “confiabilidade” dos dados, acrescentou-se a “qualidade” destes. Estudo e avaliação dos controles internos A finalidade básica da auditoria é comprovar a legalidade e legitimidade dos atos e fatos administrativos e avaliar os resultados alcançados, quanto aos aspectos de eficiência, eficácia e economicidade da gestão orçamentária, financeira, patrimonial, operacional, contábil e finalística das unidades e das entidades da administração pública, em todas as suas esferas de governo e níveis de poder, bem como a aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado, quando legalmente autorizadas para isso. Auditoria nas empresas públicas ou governamentais Vamos às classificações segundo a IN Nº 3, de 9 de junho de 2017 (nova instrução que sobrepõe a n. 01/2001): 1. Auditoria de avaliação da gestão: esse tipo de auditoria objetiva emitir opinião com vistas a certificar a regularidade das contas, verificar a execução de contratos, acordos, convênios ou ajustes, a probidade na aplicação do dinheiro público e na guarda ou administração de valores e outros bens da União ou a ela confiados. 2. Auditoria de acompanhamento da gestão: realizada ao longo dos processos de gestão, com o objetivo de se atuar em tempo real sobre os atos efetivos e os efeitos potenciais positivos e negativos de uma unidade ou entidade federal, evidenciando melhorias e economias existentes no processo ou prevenindo gargalos ao desempenho da sua missão institucional. Auditoria nas empresas públicas ou governamentais 3. Auditoria contábil: compreende o exame dos registros e documentos e a coleta de informações e confirmações, mediante procedimentos específicos, pertinentes ao controle do patrimônio de uma unidade, entidade ou projeto. Objetivam obter elementos comprobatórios suficientes que permitam opinar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações deles originárias refletem, adequadamente, em seus aspectos mais relevantes, a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas. Tem por objeto, também, verificar a efetividade e a aplicação de recursos externos, oriundos de agentes financeiros e organismos internacionais, por unidades ou entidades públicas executoras de projetos celebrados com aqueles organismos, com vistas a emitir opinião sobre a adequação e fidedignidade das demonstrações financeiras. Auditoria nas empresas públicas ou governamentais 4. Auditoria operacional: consiste em avaliar as ações gerenciais e os procedimentos relacionados ao processo operacional, ou parte dele, das unidades ou entidades da administração pública federal, programas de governo, projetos, atividades, ou segmentos destes, com a finalidade de emitir uma opinião sobre a gestão quanto aos aspectos da eficiência, eficácia e economicidade, procurando auxiliar a administração na gerência e nos resultados, por meio de recomendações que visem aprimorar os procedimentos, melhorar os controles e aumentar a responsabilidade gerencial. 5. Auditoria especial: objetiva o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizada para atender determinação expressa de autoridade competente. Classifica-se nesse tipo os demais trabalhos de auditoria não inseridos em outras classes de atividades. Auditoria nas empresas públicas ou governamentais A auditoria consiste em controlar áreas-chave nas empresas, por meio de testes reguladores nos controles internos específicos de cada organização, a fim de se evitar situações que propiciem fraudes, desfalques e subornos. Pode ser classificada em alguns tipos: Auditoria das demonstrações contábeis ou financeiras: busca evidências sobre as informações das demonstrações financeiras; Auditoria de compliance: busca evidências para determinar se as atividades da empresa obedecem aos regulamentos ou às regras a elas aplicados; Auditoria operacional: busca evidências a respeito da eficiência e eficácia das atividades operacionais de uma empresa em comparação com os objetivos definidos. Auditoria nas empresas privadas O principal objetivo do auditor independente é emitir opinião sobre as demonstrações financeiras examinadas, de acordo com as peças contábeis que já conhecemos. Como já se sabe, o auditor independente necessita planejar seu trabalho, avaliar o controle interno relacionado à parte contábil e proceder à revisão analítica das contas de ativo, passivo, receitas e despesas, a fim de estabelecer os procedimentos de auditoria, colhendo evidências comprobatórias das informações contidas nas demonstrações financeiras. Os testes de observância e os substantivos Os testes de observância são os procedimentos empregados pelo auditor a fim de determinar se cumprem corretamente certos procedimentos de controle interno estabelecidos pelo sistema da empresa. As vezes chamado de “testes de procedimentos”, destinam-se a provar a credibilidade dos procedimentos oriundos aos controles, pois nesta etapa o auditor não está preocupado com erros envolvendo valores, mas com erros de adesão aos procedimentos de controle previamente estabelecidos. Erros de valores impactam os saldos contábeis e os erros de adesão são a falta de conformidade que não resultam necessariamente em erro de valor nos saldos de balanço. Os testes de observância − objetivo Os testes substantivos visam obter evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade. O objetivo dos teste substantivos é certificar-se da correção de um ou mais dos seguintes pontos: Existência: se o item existe em certa data; Direitos e obrigações: se efetivamente existentes em certa data; Ocorrência: se a transação de fato ocorreu; Abrangência: se todas as transações estão registradas; e Mensuração, apresentação e divulgação: se os itens estão avaliados, divulgados e classificados conforme as normas contábeis. Os testes substantivos − objetivo Como outras técnicas correntes, podemos definir os procedimentos ou o conjunto de técnicas que permitem ao auditor evidenciar provas cabíveis e suficientes para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações financeiras. Fica a critério do auditor aplicar os procedimentos de auditoria adequados a cada situação, de acordo com as necessidades,para a obtenção de provas ou informações que possam comprovar categoricamente o fato investigado. A avaliação desses elementos também fica a critério do auditor, de acordo com a complexidade e o volume das operações. Cabe ao auditor julgar o número de operações a serem examinadas. Outras técnicas correntes A auditoria (seja pública ou privada) tem o objetivo de fornecer um parecer que mostrará a realidade das demonstrações financeiras, as modificações necessárias, de acordo com os princípios contábeis e as normas de auditoria geralmente aceitas. O auditor e os dirigentes da empresa são responsáveis pelo estabelecimento de diretrizes contábeis adequadas, pela proteção dos ativos e pelo planejamento e manutenção de um sistema de controle interno que possa assegurar, entre outras coisas, a apresentação adequada das demonstrações financeiras. O trabalho do auditor, em si, não tem por objetivo identificar fraudes, porém, conforme as normas internacionais, os requerimentos mínimos para minimizar esse risco devem ser aplicados, de toda forma, é necessário realizar análises para “testar fraudadores”, sendo analisados de forma global e minuciosa dentro das empresas. Os relatórios nas áreas pública e privada Os líderes de equipe de auditoria independente, de conformidade com as normas brasileiras de contabilidade, devem ser submetidos a rodízio a cada: a) Dois anos. b) Três anos. c) Quatro anos. d) Cinco anos. e) Não são obrigados. Interatividade Os líderes de equipe de auditoria independente, de conformidade com as normas brasileiras de contabilidade, devem ser submetidos a rodízio a cada: a) Dois anos. b) Três anos. c) Quatro anos. d) Cinco anos. e) Não são obrigados. Resposta ARAÚJO, I. P. S.; ARRUDA, D. G.; BARRETO, P. H. T. Auditoria contábil, enfoque teórico, normativo e prático. São Paulo: Saraiva, 2008. ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. CREPALDI, Silvio A. Auditoria contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-ta-de-auditoria- independente/ https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-pa-do-auditor- independente/ http://www.in.gov.br/materia/- /asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/19111706/do1- 2017-06-12-instrucao-normativa-n-3-de-9-de-junho-de-2017- 19111304 Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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