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Anti-inflamatorios, analgésicos e antipiréticos

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Anna Beatriz Carvalho Araújo Farmacologia III 
 
 
Anti-inflamatórios, Analgésicos e Antipiréticos
 
• São os inibidores das PGs (prostaglandinas); 
• Ação anti-inflamatória → inibição dos efeitos do processo 
inflamatório (calor, vermelhidão e edema); 
• Ação analgesia → inibição da dor; 
• Ação antipirética → inibição da febre; 
** a maioria dos anti-inflamatórios, possuem também a ação analgésica e 
antipirética. 
Classificação dos anti-inflamatórios, antipiréticos e analgésicos: 
• Anti-inflamatório não esteroidais ou não hormonais (AINEs). 
• Anti-inflamatórios esteroidais ou hormonais (análogos dos 
glicocorticoides) – são substâncias que mimetizam a ação dos 
hormônios produzidos pelo córtex da adrenal. 
AINES – anti-inflamatórios não esteroidais: 
Mecanismo de ação: 
• Inibição da enzima Cicloxigenase (COX), provocando redução da 
síntese de prostaglandinas (PGs). 
Uso terapêutico → inflamação, dor e febre. 
• Fornece alívio sintomático da dor e da inflamação, além de redução 
da temperatura corporal na febre. 
• O que acontece é que vai ter uma diminuição da vasodilatação, 
menos estímulo aos nociceptores dolorosos, e menos formação e 
atuação de PGs para aumentar a temperatura do hipotálamo. 
• Ações decorrentes da inibição da síntese das PGs; 
• Reduzir o excesso de inflamação. 
Lembrar que!!! 
• COX – 1: expressa constitutivamente na maioria das células e é a 
fonte principal de prostanoides para funções de manutenção → 
ações fisiológicas. 
• COX – 2: ação fisiológica e inflamatória. 
o É a fonte mais importante de PGs na inflamação. 
o É expressa em alguns mecanismo fisiológicos 
(manutenção do fluxo sanguíneo renal e produção de 
prostaciclinas pelo endotélio vascular), ou seja, é 
válido lembrar que algumas PGs fisiológicas, 
principalmente, as prostaciclinas, são formadas por 
ação da COX-2. 
CASO HIPOTÉTICO: 
Um indivíduo que está com intensa farigoamigdalite causada por 
Streptococcus beta-hemolítico (quadro inflamatório de origem bacteriana), já 
começou com o uso de antibiótico, na qual está fazendo efeito, porém ainda se 
apresenta com muita dor, disfagia, odinofagia – podendo ser usado para alívio 
desses sintomas um AINE. 
AINES que inibem COX-1 e COX-2 de forma não seletiva: 
• Ácido acetilsalicílico (AAS) 
• Indometacina; 
• Ibuprofeno 
 
 
• Naproxeno; 
• Cetoprofeno 
• Piroxican 
• Diclofenaco 
* O efeito terapêutico é decorrente da inibição da COX-2, porém, como 
agem de forma não seletiva, acabam inibindo a COX-1, e com isso inibindo 
algumas ações fisiológicas, acarretando alguns efeitos adversos. 
* A COX-1 é a forma dominante nas células epiteliais gástricas (muco e 
bicarbonato) e é considerada a principal fonte de prostaglandinas 
protetoras!! 
* logo, a inibição da COX-1 será responsável pelos efeitos indesejados 
gástricos que complicam o tratamento com AINES → dor estomacal, 
pirose, refluxo ... 
* Portanto, esses AINES que atuam de forma não seletiva (ou seja, 
afetando tanto COX-2 como a COX-2) têm uso limitado para idosos, 
devido aos efeitos gástricos e renais (os efeitos renais, são encontrados 
com mais frequência em idosos) 
* As prostaglandinas renais são muito importante na manutenção do 
fluxo sanguíneo renal em idosos!! Por isso, quando usados AINEs em 
idosos, pode acarretar insuficiência renal. Esse nível de risco aumenta 
em idoso, pois eles já apresentam um endurecimento vascular devido ao 
sistema renina angiotensina (pressão alta). 
* Como se achava que a COX-2 estava somente relacionada com o 
processo inflamatório, foram desenvolvidos inibidores seletivos e 
específicos da COX-2. 
 Ps: a grande maioria dos anti-inflamatórios usados hoje inibem, 
indistintamente a COX-1 e COX-2. 
AINES inibidores específicos da COX-2 (COXIBES) → classe BANIDA 
• Celecoxibe 
• Etoricoxibe 
* Com estudos, percebeu que essa classe estava induzindo a 
formação de trombos, acarretando IAM (trombo na coronária) e 
AVC (trombo na carótida, nas artérias cerebrais ...) → e com isso, 
foi descoberto que a COX-2 era responsável pela formação da 
prostaciclina (PGI2) 
* As duas PGs que fazem o equilíbrio entre a ação agregante e 
antia-gregante plaquetária são PGI2 (prostaciclina – antia-
gregante - COX-2) e a TXA2 (tromboxano A2 – agregante - COX-1) 
*Raciocínio: se eu utilizo um AINE que inibe indistintamente a COX-
1 e a COX-2, não haverá interferência na trombogênese, pois ambas 
estariam inibidas e o equilíbrio se manterá (inibirá tanto a 
prostaciclina, como o tromboxano A2). 
o No entanto, se eu inibo só a COX-2, inibirei apenas a 
ação da prostaciclina e mantendo a ação do 
Anna Beatriz Carvalho Araújo Farmacologia III 
 
 
tromboxano A2, prevalecendo a ação trombogênica 
(formação do trombo). 
o Portanto, se a COX-2 fosse envolvida apenas na parte 
inflamatória (e não fisiológica) essa classe de 
medicamento seria muito eficaz, mas não é o que 
acontece, e pode trazer danos para a população, por 
isso que essa classe foi banida. 
AINES inibidores seletivos da COX-2: 
• Etodolaco 
• Meloxicam 
• Nimesulida 
* Inibem mais intensamente a COX-2, mas inibem a COX-1, porém em 
menor intensidade (provocando menos efeito gástrico). 
* mesmo provocando menor efeito gástrico, comparado com os 
inibidores seletivos da COX, acontece de provocar os mesmo efeitos 
adversos renais e cardiovasculares, na mesma intensidade. (os 
cardiovasculares não são muitos significativos). 
* PGE2 (prostaglandina E2 = Eicosanoide) é produzida tanto pela COX-2 
quanto pela COX-1, portanto, quando inibida apenas a COX-2, não irá 
afetar tanto a função renal. 
* essa classe não chega a interferir tão significativamente no processo 
trombogênico, por isso ainda continua em uso. 
Efeitos adversos dos AINES: 
• Gastrointestinais: 
o Náuseas; 
o Vômitos; 
o Dor abdominal; 
o Hemorragia gástrica; 
o Úlceras; 
o Gastrite; 
o Refluxo; 
• Cardiovasculares: 
o Hipertensão arterial em indivíduos predispostos; 
o Ocorrem, principalmente, com os inibidores 
específicos da COX-2; 
o Tromboses; 
▪ É a trombose que pode levar a um IAM e ao 
AVC, sendo mais comuns como efeito 
adversos dos inibidores específicos da 
COX-2. 
• Renais: 
o Edema; 
o Insuficiência renal; 
o Efeitos adversos muito relevantes em idoso. 
• Na gravidez: 
o Contexto: nas horas que antecedem o parto, acontece 
a indução da expressão da COX com grande elevação 
dos níveis de PGFEalfa (responsáveis pela contração 
uterina no momento da gravidez). 
o Como os AINES irão inibir essa PGF2alfa, como 
consequência, vai diminuir potencialmente a contração 
uterina no momento do parto. 
o O uso dos AINES no final da gestação, pode provocar 
um prolongamento do trabalho de parto e aumentar o 
risco de hemorragia pós-parto. 
▪ A contração uterina é um fator importante 
para diminuição da hemorragia no 
puerpério → quando a criança nasce, altos 
níveis de ocitocina e PGF2salfa são 
liberados a fim de que o útero se contraia, 
e os vasos que se rompem sejam fechados, 
diminuindo a hemorragia. 
o Os AINEs são usados terapeuticamente no tratamento 
da cólica menstrual, devido ao efeito inibitório da 
PGF2alfa 
• Reações alérgicas. 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 
• AAS (ácido acetilsalicílico) 
o Foi o primeiro AINEs a ser desenvolvido. 
o A maioria dos AINEs são inibidores reversíveis das 
enzimas COX. 
o O AAS inibe-as irreversivelmente. 
o Praticamente não são mais utilizados como anti-
inflamatórios. Atualmente são utilizados como 
antiagregante plaquetário. 
• Paracetamol e dipirona: 
o São chamados por alguns autores de analgésicos 
simples – pois não possuem efeito anti-inflamatória. 
o Possuem apenas efeitos analgésicos e antipiréticos. 
o Acredita-seque essa falta de efeito anti-inflamatória 
se dá pela menor capacidade de inibir a COX nos locais 
de inflamação e possuem maior afinidade pela COX no 
SNC. 
o O Paracetamol em grandes quantidades pode provocar 
grave lesão hepática – muito hepatotóxico 
o A dipirona é proibida em alguns lugares do mundo, 
devido a alguns trabalhos mostrarem que ela pode 
induzir lesão da medula óssea e a consequente 
diminuição da produção de células sanguíneas. 
o Já no Brasil, a dipirona é amplamente utilizado no 
Brasil, inclusive tem até ação mais potente que o 
paracetamol. 
Anti-inflamatórios Esteroidais: 
• São glicocorticoides. 
• Ação anti-inflamatória (em doses baixas; inibição da fosfolipase 
A2) e imunossupressora (em doses altas); também tem ação 
antipirética e analgésica. 
Mecanismo de ação: 
• Ação anti-inflamatória → inibição da fosfolipase A2 (inibição da 
síntese de eicosanoides). 
• Ação imunossupressora: 
Anna Beatriz Carvalho Araújo Farmacologia III 
 
 
o Inibição da síntese de citocinas inflamatórias. 
o Inibição da quimiotaxia de neutrófilos; 
o Inibição da infiltração de basófilos, eosinófilos e outros 
leucócitos nos sítios de inflamação. 
Podem ser usados nas mais diversas via de administração: colírio, tópico, 
inalatório, oral. 
Ps: os glicocorticoides serão estudados com mais detalhes na farmacologia 
endócrina.

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