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@poli.canuto 
´ 
Revisão de vasos sanguíneos 
A parede de um vaso sanguíneo é composta por três camadas, ou 
túnicas, de tecidos diferentes: um revestimento epitelial interno, uma 
túnica média formada por músculo liso e tecido conjuntivo elástico, 
e um revestimento externo de tecido conjuntivo. (TORTORA) 
As três camadas estruturais de um vaso sanguíneo qualquer, da mais 
interna para a mais periférica, são a túnica íntima, a túnica média e 
a túnica externa (TORTORA) 
 
Túnica íntima 
A túnica íntima forma o revestimento interno de um vaso sanguíneo 
e está em contato direto com o sangue que flui pelo lúmen, ou luz, 
do vaso (TORTORA) 
Embora a túnica tenha várias partes, seus componentes teciduais 
contribuem minimamente para a espessura da parede do vaso. Sua 
camada mais interna é chamada endotélio, que é contínuo com o 
endocárdio. (TORTORA) 
O endotélio é uma lâmina fina de células planas que revestem a face 
interna de todo o sistema circulatório (coração e vasos sanguíneos). 
(TORTORA) 
Sabe-se agora que as células endoteliais são participantes ativas em 
inúmeras atividades relacionadas com vasos, incluindo influências 
físicas sobre o fluxo sanguíneo, secreção de mediadores químicos 
de ação local que influenciam o estado contrátil do músculo liso 
sobrejacente ao vaso e assistência com a permeabilidade capilar. 
 
 
Além disso, a sua face luminal lisa facilita o fluxo sanguíneo eficiente, 
reduzindo o atrito superficial. (TORTORA) 
O segundo componente da túnica íntima é uma membrana 
basal profunda ao endotélio. Ela fornece uma base de apoio físico 
para a camada epitelial. Sua estrutura de fibras colágenas confere à 
membrana basal substancial resistência à tração, além de resiliência 
ao estiramento e distensão. A membrana basal do endotélio se 
ancora ao tecido conjuntivo subjacente, regulando também o 
movimento molecular. (TORTORA) 
A parte mais externa da túnica íntima, que forma a fronteira entre 
a túnica íntima e a túnica média, é a lâmina elástica interna. A lâmina 
elástica interna é uma lâmina fina de fibras elásticas com número 
variável de aberturas semelhantes a janelas (fenestrações) que lhe 
conferem o aspecto de um queijo suíço. Estas fenestrações facilitam 
a difusão de materiais através da túnica íntima para a túnica média 
mais espessa. (TORTORA) 
Túnica média 
A túnica média é uma camada de tecidos muscular e conjuntivo que 
apresenta a maior variação entre os diferentes tipos de vasos Na 
maioria dos vasos, é uma camada relativamente espessa que 
compreende células de músculo liso e, principalmente, quantidades 
substanciais de fibras elásticas. (TORTORA) 
A principal função das células musculares lisas, que se estendem 
circularmente em torno do lúmen como um anel circunda o dedo, 
é regular o diâmetro do lúmen. (TORTORA) 
O aumento da estimulação simpática estimula tipicamente o músculo 
liso a se contrair, apertando a parede do vaso e estreitando o lúmen. 
Essa diminuição do diâmetro do lúmen de um vaso sanguíneo é 
chamada vasoconstrição. Em contrapartida, quando a estimulação 
simpática diminui, ou na presença de determinados compostos 
químicos (como o óxido nítrico, H+ e ácido láctico) ou em resposta 
à pressão arterial, as fibras musculares lisas relaxam. O consequente 
aumento do diâmetro do lúmen é chamado vasodilatação. 
(TORTORA) 
Além de regular o fluxo e a pressão sanguínea, o músculo liso se 
contrai quando uma pequena artéria ou arteríola está danificada 
(vasospasmo) para ajudar a limitar a perda de sangue através do 
vaso lesionado. (TORTORA) 
As células musculares lisas também ajudam a produzir as fibras 
elásticas na túnica média que possibilitam que os vasos se estirem e 
retraiam à pressão exercida pelo sangue. (TORTORA) 
A separação entre a túnica média e a túnica externa se dá por uma 
rede de fibras elásticas, a lâmina elástica externa, que faz parte da 
túnica média. (TORTORA) 
Túnica externa 
O revestimento externo de um vaso sanguíneo, a túnica externa, é 
composto por fibras elásticas e colágenas (TORTORA) 
A túnica externa contém diversos nervos e, especialmente nos 
grandes vasos, minúsculos vasos sanguíneos que irrigam o tecido da 
parede do vaso. Esses pequenos vasos que fornecem sangue para 
Doença arterial obstrutiva periférica 
@poli.canuto 
os tecidos do vaso são chamados vasos dos vasos, ou vasa vasorum. 
Eles são facilmente vistos em grandes vasos, como a aorta. Além da 
importante função de fornecer nervos e vasa vasorum à parede do 
vaso, a túnica externa ajuda a ancorar os vasos aos tecidos 
circundantes. (TORTORA) 
Artérias 
 A parede de uma artéria tem as três túnicas de um vaso sanguíneo 
normal, mas tem uma espessa túnica média muscular a elástica Em 
decorrência da abundância de fibras elásticas, as artérias 
normalmente têm alta complacência, o que significa que suas 
paredes se esticam ou expandem facilmente sem se romper em 
resposta a um pequeno aumento da pressão (TORTORA) 
Artérias elásticas 
As artérias elásticas são as maiores artérias do corpo Elas têm o 
maior diâmetro entre as artérias, mas suas paredes (cerca de 1/10 do 
diâmetro total do vaso) são relativamente finas em comparação ao 
tamanho total do vaso. (TORTORA) 
Estes vasos são caracterizados por lâminas elásticas interna e 
externa bem definidas, juntamente com uma túnica média espessa 
que é dominada por fibras elásticas, chamadas lamelas elásticas. 
(TORTORA) 
As artérias elásticas incluem os dois troncos principais que saem do 
coração (a aorta e o tronco pulmonar) (TORTORA) 
As artérias elásticas desempenham uma função importante: ajudam 
a impulsionar o sangue no sentido anterógrado enquanto os 
ventrículos estão relaxados. Conforme o sangue é ejetado do 
coração para as artérias elásticas, suas paredes se distendem, 
acomodando facilmente o pulso de sangue. Quando elas se esticam, 
as fibras elásticas momentaneamente armazenam energia mecânica, 
funcionando como um reservatório de pressão (TORTORA) 
Em seguida, as fibras elásticas recuam e convertem a energia 
armazenada (potencial) no vaso em energia cinética do sangue. 
Assim, o sangue continua se movendo ao longo das artérias, mesmo 
quando os ventrículos estão relaxados;. Como conduzem sangue do 
coração para as artérias médias, mais musculosas, as artérias 
elásticas são também chamadas artérias condutoras. (TORTORA) 
Artérias musculares 
As artérias de médio porte são chamadas artérias musculares, 
porque sua túnica média contém mais músculo liso e menos fibras 
elásticas do que as artérias elásticas. (TORTORA) 
Assim, as artérias musculares conseguem se dilatar e contrair mais 
para se ajustar à velocidade do fluxo sanguíneo. (TORTORA) 
 As artérias musculares têm uma lâmina elástica interna bem 
definida, mas uma lâmina elástica externa fina. Estas duas lâminas 
elásticas formam os limites interno e externo da túnica média 
muscular. (TORTORA) 
A espessura das artérias musculares varia desde as artérias femoral 
e axilar que têm a espessura de um lápis até as artérias filiformes 
que penetram nos órgãos (até mesmo 0,5 mm de diâmetro). 
(TORTORA) 
Uma vez que as artérias musculares continuam ramificando-se e, por 
fim, distribuem sangue para todos os órgãos, elas são 
chamadas artérias distributivas. Exemplos incluem a artéria braquial 
no braço e a artéria radial no antebraço (TORTORA). 
A túnica externa muitas vezes é mais espessa do que a túnica média 
nas artérias musculares. Esta camada externa contém fibroblastos, 
fibras colágenas e fibras elásticas, todos orientados longitudinalmente. 
A estrutura frouxa desta camada possibilita que ocorram alterações 
no diâmetro do vaso, mas também impede o encurtamento ou a 
retração do vaso quando ele é seccionado. (TORTORA) 
Por causa da diminuição do tecido elástico nas paredes das artérias 
musculares, estes vasos não conseguem dilatar e ajudar a 
impulsionar o sangue como as artérias elásticas.Em vez disso, a 
espessa túnica média muscular é a principal responsável pelas 
funções das artérias musculares. A capacidade do músculo de se 
contrair e manter um estado de contração parcial é chamado tônus 
vascular. O tônus vascular enrijece a parede do vaso e é importante 
para manter a pressão do vaso e o fluxo sanguíneo eficiente 
(TORTORA) 
Arteríolas 
Significando literalmente pequenas artérias, as arteríolas são 
abundantes vasos microscópicos que regulam o fluxo sanguíneo 
para as redes capilares dos tecidos do corpo (TORTORA) 
As arteríolas têm uma túnica íntima fina com uma lâmina elástica 
interna fina, fenestrada (com pequenos poros), que desaparece na 
extremidade terminal. (TORTORA) 
A túnica média é constituída por uma a duas camadas de células 
musculares lisas que têm uma orientação circular na parede do vaso. 
(TORTORA) 
A extremidade terminal da arteríola, a região chamada metarteríola, 
se afunila em direção à junção capilar. Na junção metarteríola-capilar, 
a célula muscular mais distal forma o esfíncter pré-capilar, que 
monitora o fluxo sanguíneo para o capilar; as outras células 
musculares da arteríola regulam a resistência (oposição) ao fluxo 
sanguíneo (TORTORA) 
A túnica externa da arteríola é constituída por tecido conjuntivo 
areolar contendo numerosos nervos simpáticos amielínicos. Esta 
inervação simpática, juntamente com as ações dos mediadores 
químicos locais, pode alterar o diâmetro das arteríolas e, portanto, 
variar a velocidade do fluxo sanguíneo e a resistência ao longo destes 
vasos. (TORTORA) 
As arteríolas têm uma participação essencial na regulação do fluxo 
sanguíneo das artérias para os vasos capilares, regulando 
a resistência, a oposição ao fluxo sanguíneo decorrente do atrito 
entre o sangue e as paredes dos vasos sanguíneos. Por isso, são 
conhecidas como vasos de resistência. (TORTORA) 
.A mudança do diâmetro da arteríola pode afetar também a pressão 
arterial: a constrição das arteríolas aumenta a pressão arterial, e a 
dilatação das arteríolas diminui a pressão arterial. (TORTORA) 
 
 
@poli.canuto 
Capilares 
O capilar, o menor dos vasos sanguíneos, tem diâmetro de 5 a 10 
μm, e forma as curvas em U que conectam o efluxo arterial ao 
retorno venoso (TORTORA) 
Os capilares formam uma rede extensa, de aproximadamente 20 
bilhões de vasos curtos (centenas de micrômetros de comprimento), 
ramificados e interconectados, que passam entre cada grupo de 
células do corpo. Esta rede constitui uma enorme área de superfície 
que entra em contato com as células do corpo. (TORTORA) 
O fluxo do sangue de uma metarteríola para os capilares e para 
uma vênula pós-capilar (vênula que recebe sangue de um capilar) é 
chamada microcirculação do corpo. (TORTORA) 
A função primária dos capilares é a troca de substâncias entre o 
sangue e o líquido intersticial. Por causa disto, estes vasos de paredes 
finas são chamados vasos de troca. (TORTORA) 
Capilares são encontrados perto de quase todas as células do corpo, 
mas seu número varia de acordo com a atividade metabólica do 
tecido irrigado. Os tecidos corporais com necessidades metabólicas 
elevadas, como os músculos, o encéfalo, o fígado, os rins e o sistema 
nervoso, usam mais O2 e nutrientes e, portanto, têm redes capilares 
extensas. Os tecidos com necessidades metabólicas mais baixas, 
como os tendões e os ligamentos, contêm menos capilares. 
(TORTORA) 
Não há capilares em alguns tecidos, como todos os revestimentos 
e epitélios de revestimento, a córnea e a lente do olho, e a 
cartilagem. (TORTORA) 
A estrutura dos capilares é bem adequada à sua função de vaso de 
troca e eles não têm túnica média nem túnica externa. Como as 
paredes dos capilares são compostas por apenas uma única camada 
de células endoteliais) e uma membrana basal, uma substância do 
sangue precisa atravessar apenas uma camada de células para 
alcançar o líquido intersticial e as células teciduais. 
Em todo o corpo, os capilares atuam como parte do leito capilar, 
uma rede de 10 a 100 capilares que emerge de uma única 
metarteríola. Em quase todo o corpo, o sangue flui por uma rede 
capilar de uma arteríola para uma vênula, como se segue: 
(TORTORA) 
 Capilares. Nesta via, o sangue flui de uma arteríola para 
os capilares e, em seguida, para as vênulas (vênulas pós-
capilares). Como observado anteriormente, nas 
junções entre a metarteríola e os capilares estão anéis de 
fibras musculares lisas chamadas esfíncteres pré-capilares, 
que controlam o fluxo sanguíneo nos capilares. Quando os 
esfíncteres pré-capilares estão relaxados (abertos), o 
sangue flui para os capilares, quando os esfíncteres pré-
capilares se contraem (se fecham parcial ou totalmente), 
o fluxo sanguíneo nos capilares cessa ou diminui Esta 
contração e esse relaxamento intermitentes, que pode 
ocorrer de 5 a 10 vezes por minuto, é 
chamado vasomoção. 
 
 Canal preferencial. A extremidade proximal de uma 
metarteríola está rodeada por fibras musculares lisas 
dispersas, cuja contração e relaxamento ajudam a regular 
o fluxo sanguíneo. A extremidade distal do vaso não tem 
músculo liso; assemelha-se a um capilar e é chamado canal 
preferencial. Este canal oferece uma rota direta para o 
sangue de uma arteríola para uma vênula, sem passar 
pelos capilares. 
 
O corpo contém três tipos diferentes de capilares: capilares 
contínuos, capilares fenestrados e vasos sinusoides (TORTORA) 
 Capilares contínuos, em que as membranas plasmáticas 
das células endoteliais formam um tubo contínuo, que é 
interrompido apenas por fendas intercelulares, lacunas 
entre células endoteliais vizinhas Os capilares contínuos são 
encontrados na parte central do sistema nervoso, nos 
pulmões, no tecido muscular e na pele. 
 
 Capilares fenestrados As membranas plasmáticas das 
células endoteliais nesses capilares têm 
muitas fenestrações, pequenos poros com 70 a 100 nm de 
diâmetro Os capilares fenestrados são encontradas nos 
rins, nas vilosidades do intestino delgado, nos plexos 
corióideos dos ventrículos no encéfalo, nos processos 
ciliares dos olhos e na maioria das glândulas endócrinas. 
 
 
 Vasos sinusoides são mais largos e mais sinuosos do que 
os outros capilares. Suas células endoteliais têm 
fenestrações excepcionalmente grandes. Além de ter uma 
membrana basal incompleta ou ausente, os vasos 
sinusoides têm fendas intercelulares muito grandes, que 
possibilitam que as proteínas e, em alguns casos, até 
mesmo as células do sangue passem de um tecido para a 
corrente sanguínea. Por exemplo, as células do sangue 
recém-formadas entram na corrente sanguínea por meio 
dos vasos sinusoides da medula óssea. Além disso, os vasos 
sinusoides contêm células de revestimento especializadas 
que são adaptadas à função do tecido. Os vasos sinusoides 
do fígado, por exemplo, contêm células fagocíticas que 
removem bactérias e outros detritos do sangue. O baço, 
a adeno-hipófise e as glândulas paratireoides e suprarrenais 
também têm vasos sinusoides. 
Vênulas 
Ao contrário de suas correspondentes arteriais de paredes espessas, 
as vênulas e veias têm paredes finas que não mantêm facilmente a 
sua forma. As vênulas drenam o sangue capilar e iniciam o fluxo de 
retorno do sangue de volta ao coração (TORTORA) 
Como observado anteriormente, as vênulas que primeiro recebem 
sangue dos capilares são chamadas vênulas pós-capilares. Estas são 
as menores vênulas, e medem de 10 a 50 μm de diâmetro. Elas têm 
junções intercelulares pouco organizadas (os contatos endoteliais 
mais fracos são encontrados ao longo de toda a árvore vascular) e, 
portanto, são muito porosas. Atuam em importantes locais de troca 
de nutrientes e escórias metabólicas e emigração de leucócitos. Por 
esta razão, formam parte da unidade de troca microcirculatória, 
juntamente com os capilares. (TORTORA) 
Conforme as vênulas pós-capilares se afastam dos capilares, 
adquiremuma ou duas camadas de células musculares lisas dispostas 
@poli.canuto 
circularmente. Estas vênulas musculares (50 a 200 μm) têm paredes 
mais espessas, através das quais a troca com o líquido intersticial não 
pode mais ocorrer. (TORTORA) 
 As paredes finas das vênulas pós-capilares e musculares são os 
elementos mais distensíveis do sistema vascular; isso lhes possibilita 
expandir e servir como excelentes reservatórios de grandes 
volumes de sangue. (TORTORA) 
Veias 
As veias, em geral, têm paredes muito finas em relação ao seu 
diâmetro total (a espessura média é menor do que 1/10 do diâmetro 
do vaso). Variam em tamanho de 0,5 mm de diâmetro nas pequenas 
veias a 3 cm nas grandes veias cava superior e cava inferior, que se 
conectam ao coração. (TORTORA) 
A túnica íntima das veias é mais fina do que a das artérias; a túnica 
média das veias é muito mais fina do que a das artérias, com 
relativamente pouco músculo liso e fibras elásticas. A túnica externa 
das veias é a mais espessa e é composta por colágeno e fibras 
elásticas. (TORTORA) 
As veias não têm a lâmina elástica interna ou externa encontrada 
nas artérias (TORTORA) 
São distensíveis o suficiente para se adaptar às variações de pressão 
e ao volume de sangue que passa por elas, mas não são concebidas 
para suportar altas pressões. (TORTORA) 
O lúmen de uma veia é maior do que o de uma artéria comparável, 
e as veias frequentemente parecem colabadas (achatadas) quando 
seccionadas. (TORTORA) 
A ação de bombeamento do coração é um fator importante no 
deslocamento do sangue venoso de volta ao coração. A contração 
dos músculos esqueléticos dos membros inferiores também ajuda a 
impulsionar o retorno venoso para o coração (TORTORA) 
A pressão sanguínea média nas veias é consideravelmente mais 
baixa do que nas artérias. A diferença de pressão pode ser 
observada quando o sangue flui de um vaso seccionado. O sangue 
sai de uma veia seccionada em um fluxo lento e contínuo, mas jorra 
rapidamente de uma artéria seccionada. A maioria das diferenças 
estruturais entre as artérias e as veias reflete esta diferença de 
pressão. Por exemplo, as paredes das veias não são tão fortes 
quanto as das artérias. (TORTORA) 
Muitas veias, especialmente as dos membros, também 
contêm válvulas, pregas finas de túnica íntima que formam válvulas 
semelhantes a abas. As válvulas da válvula se projetam para o lúmen, 
apontando para o coração. A baixa pressão arterial nas veias 
possibilita que o sangue que retorna ao coração desacelere ou até 
mesmo retorne; as válvulas auxiliam no retorno venoso impedindo 
o refluxo do sangue. (TORTORA) 
O seio venoso é uma veia com uma parede endotelial fina que não 
tem músculo liso para alterar seu diâmetro. Em um seio venoso, o 
tecido conjuntivo denso circundante substitui as túnicas média e 
externa no fornecimento de suporte. (TORTORA) 
Enquanto as veias seguem vias semelhantes às de suas artérias 
homólogas, elas diferem das artérias em diversas maneiras, além das 
estruturas de suas paredes. Em primeiro lugar, as veias são mais 
numerosas do que as artérias por vários motivos. Algumas veias 
formam pares e acompanham artérias musculares de médio a 
pequeno porte. (TORTORA) 
Estes conjuntos duplos de veias escoltam as artérias e se conectam 
por canais venosos chamados veia anastomótica. A maior quantidade 
de pares de veia ocorre no interior dos membros. A camada 
subcutânea profunda à pele é outra fonte de veias. Estas veias, 
chamadas veias superficiais, atravessam a tela subcutânea 
desacompanhadas de artérias paralelas. Ao longo de seu curso, as 
veias superficiais formam pequenas conexões (anastomoses) com 
as veias profundas que estão entre os músculos esqueléticos. 
(TORTORA) 
 Estas conexões possibilitam a comunicação entre os fluxos 
sanguíneos profundo e superficial. O fluxo sanguíneo pelas veias 
superficiais varia de um local para outro no interior do corpo. 
(TORTORA) 
 No membro superior, as veias superficiais são muito mais 
espessas do que as veias profundas; atuam como as principais 
vias dos capilares do membro superior de volta ao coração. 
 No membro inferior, o oposto é verdadeiro; as veias profundas 
atuam como as principais vias de retorno. Na verdade, as válvulas 
unidirecionais dos pequenos vasos anastomóticos possibilitam que 
o sangue passe das veias superficiais para as veias profundas, 
mas evitam que o sangue passe no sentido inverso. Esta 
anatomia tem importantes implicações no desenvolvimento das 
veias varicosas. 
Doença arterial obstrutiva periférica 
Doença arterial periférica (DAP) refere-se, em geral, a uma doença 
na qual o fluxo sanguíneo para as extremidades inferiores ou 
superiores está obstruído. Mais frequentemente causada por 
aterosclerose, a DAP pode também resultar de trombose, embolia, 
vasculite, displasia fibromuscular ou aprisionamento (BRAUNWALD) 
OBS: O termo doença vascular periférica é menos específico porque 
engloba um grupo de doenças que afeta os vasos sanguíneos que incluem 
outras condições ateroscleróticas, tais como a doença da artéria renal e 
doença carotídea, bem como as vasculites, vasoespasmo, trombose venosa, 
insuficiência venosa e doenças do sistema linfático. (BRAUNWALD) 
A condição por vezes é denominada arteriosclerose obliterante. As 
artérias femorais superficiais e poplíteas são os vasos mais 
comumente afetados. (PORTH) 
Epidemiologia 
A DAOP é cada vez mais prevalente na sociedade moderna devido, 
em parte, ao aumento da expectativa de vida, acometendo 202 
milhões de indivíduos no mundo em 2010. Na última década 
foi registrado aumento de 28,7% na sua prevalência, nos 
países de baixa e média renda per capita, e de 13,1% nos de alta 
renda (MOTA) 
A prevalência da DAP varia de acordo com a população estudada. A 
maior parte dos estudos epidemiológicos tem empregado uma 
medida não invasiva, o índice tornozelo-braquial (ITB), para 
diagnosticar a DAP. O ITB é a razão entre a pressão arterial sistólica 
no tornozelo com relação à braquial (BROUNWALD) 
@poli.canuto 
OBS: O índice de pressão tornozelobraço ( ITB) é um método simples, não 
invasivo para o diagnóstico da patologia, sendo considerado doentes os 
pacientes que apresentam valores menores que 0.9. O índice tornozelo-
braço menor que 0.9 é um preditor de risco para morbidade e mortalidade 
coronariana e vascular cerebral, pois metade dos pacientes com DAOP tem 
sintomas destas doenças (PICCINATO) 
A prevalência da DAP com base em um ITB anormal varia de 
aproximadamente 6% entre indivíduos com idade maior ou igual a 
40 anos a 15% a 20% entre aqueles com 65 anos ou mais. 
(BROUNWALD) 
Apresenta uma prevalência de 10 a 25% na população acima de 55 
anos, sendo que aumenta com a idade (PICCINATO) 
A prevalência de DAP é maior em homens do que em mulheres na 
maioria dos estudos. (TORTORA) 
Os indivíduos de raça negra têm uma prevalência maior de DAP do 
que os indivíduos de raça caucasiana não hispânicos. (TORTORA) 
Questionários especificamente projetados para detectar sintomas de 
claudicação intermitente puderam avaliar a prevalência da doença 
sintomática nessas populações. Estimativas variaram por idade e 
sexo, mas em geral indicam que apenas 10% a 30% dos pacientes 
com DAP têm claudicação. Globalmente, a prevalência estimada de 
claudicação varia de 1% a 4,5% nas populações com mais de 40 
anos. (TORTORA) 
A prevalência e a incidência de claudicação aumentam com o 
envelhecimento e são mais elevadas em homens do que em 
mulheres na maioria dos estudos (TORTORA) 
Há menos informação disponível quanto à prevalência e incidência 
da isquemia crítica dos membros. A incidência estimada é de 500 a 
1.000 por milhão de pessoas por ano e afeta 1% a 2% dos pacientes 
com DAP (TORTORA) 
A incidência de amputação varia de 112 a 250 por milhão de pessoas 
por ano (TORTORA) 
No Brasil um estudo multicêntrico avalioua presença da DAOP em 
1170 pessoas de mais de 18 anos (média de 43,8 anos), caracterizada 
pelo índice tornozelo-braquial (PICCINATO) 
Etiologia 
A aterosclerose obliterante (AEO) corresponde à principal causa da 
DAOP. (PICCINATO) 
Outras doenças arteriais obstrutivas conhecidas são: tromboangeíte 
obliterante (doença de Buerger), arterite primária da aorta (doença 
de Takayasu), sequelas de oclusão arterial aguda e outras arterites 
específicas e inespecíficas (PICCINATO) 
Fatores de risco 
Os conhecidos fatores de risco modificáveis associados à 
aterosclerose coronariana também contribuem para a aterosclerose 
da circulação periférica (BROUNWALD) 
Os fatores de risco tradicionais ou convencionais são: 
 HAS; 
 Diabetes mellitus: Os pacientes com diabetes melito muitas 
vezes têm DAP extensa e grave e têm uma maior 
propensão para calcificação arterial. 
 Dislipidemia 
 Tabagismo: o tabagismo é o mais importante fator de 
risco para a DAOP, bem como para o aparecimento de 
suas manifestações como a claudicação intermitente e 
isquemia crítica 
 Inflamação a presença de marcadores inflamatórios como 
a proteína C reativa, fibrinogênio, interleucina-6 e 
leucócitos têm sido observados em doença 
arteriosclerótica de outros territórios, mas a sua associação 
com a DAOP não está bem definida, tendo poucos 
trabalhos que mostram essa relação 
Entre os fatores predisponentes consideram-se os não modificáveis: 
 Idade 
 Gênero 
 História familiar e genética 
 Raça 
Entre os modificáveis incluem-se 
 Obesidade e sobrepeso 
 Resistência à insulina 
 Sedentarismo 
 Fatores socioeconômicos e comportamentais (isolamento 
social, depressão, personalidade tipo A) e estresse no 
trabalho ou familiar. 
Fisiopatologia 
As considerações fisiopatológicas em pacientes com DAP precisam 
levar em conta o equilíbrio entre o suprimento circulatório de 
nutrientes para o músculo esquelético e a sua demanda de oxigênio 
e de nutrientes (BROUNWALD) 
A aterosclerose obliterante (AEO) inicia-se frequentemente nas 
origens ou nas bifurcações das artérias. Outros locais incluem a 
artéria femoral comum, a artéria femoral superficial distal (canal de 
Hunter) e o tronco tibiofibular. (PICCINATO) 
As placas de ateroma ocorrem na superfície posterior das artérias 
das extremidades. Com a evolução, a placa pode envolver 
circunferencialmente a artéria em certas áreas. (PICCINATO) 
Além do acúmulo de placas, surgem trombos que agravam a oclusão 
arterial. Eventualmente a placa obstrutiva pode tornar-se instável e 
romper-se, causando hemorragia intraplaca ou trombose, ocluindo 
completamente a artéria. Com a progressão da AEO, ocorrem 
oclusões segmentares das artérias que suprem as extremidades. 
(PICCANATO) 
Os tecidos distais à oclusão experimentam isquemia, embora sua 
atividade dependa da localização, da extensão do processo oclusivo 
e do desenvolvimento de rede colateral. (PICCANATO) 
O fluxo sanguíneo aos tecidos distais à oclusão geralmente é 
mantido à custa da rede colateral. Na maioria dos casos o processo 
é gradual; a rede colateral desenvolve-se adequadamente e permite 
a viabilidade dos tecidos mais distais. Se a oclusão ocorrer de forma 
abrupta, os sintomas surgem agudamente. (PICCANATO) 
@poli.canuto 
 As vias colaterais que com frequência se desenvolvem incluem os 
ramos lombares da aorta ou o sistema da ilíaca interna em relação 
à oclusão da ilíaca comum; os vasos circunflexos femorais em 
relação à oclusão da femoral comum e o sistema da femoral 
profunda em relação à oclusão da artéria femoral superficial. 
(BROUNWALD) 
Os ramos geniculares ao redor do joelho formam rica rede colateral, 
quando a doença oclusiva envolve mais extensamente as artérias 
femoral superficial e poplítea. (BROUNWALD) 
O desenvolvimento desta rede de colaterais pode ser tão importante 
que permite ao paciente caminhar longas distâncias. (BROUNWALD) 
As manifestações mais graves da doença arterial oclusiva das 
extremidades são: dor em repouso, gangrena e úlcera isquêmica. 
Elas surgem quando a rede colateral é inadequada para prover 
oxigênio suficiente aos tecidos distais. Nessas condições, há 
comprometimento de várias artérias ou do tronco arterial principal 
da rede colateral. (BROUNWALD) 
Manifestações clínicas 
Pacientes com DAOP geralmente são assintomáticos, no entanto, se 
o suprimento de sangue não for suficiente para atender os requisitos 
metabólicos contínuos como consequência do estreitamento arterial, 
ocorrerão sintomas 
Claudicação intermitente 
A claudicação intermitente geralmente é descrita como a sensação 
dolorosa associada com a marcha. Este desconforto ocorre num 
grupo muscular distal à oclusão arterial. (PICCINATO) 
Os sintomas cardinais de DAP incluem a claudicação intermitente e 
a dor em repouso. O termo claudicação é derivado da palavra 
latina claudicare, “mancar”. A claudicação intermitente caracteriza-se 
por dor, sofrimento, sensação de fadiga ou outros desconfortos que 
ocorrem no grupo muscular afetado pelo exercício, sobretudo em 
caminhadas, e que cessam com o repouso. (BROUNWALD) 
Seu início é geralmente gradual e com frequência não é percebido 
por muitos adultos idosos que podem atribuir seus sintomas à artrite 
ou à idade. (PICCINATO) 
Em geral a claudicação é unilateral em seu início. Pode ser bilateral 
nos pacientes que têm oclusão da aorta abdominal distal. Mas 
geralmente uma perna é afetada primeiro, seguida pela 
manifestação de sintoma similar no lado oposto. (PICCINATO) 
A localização do sintoma muitas vezes se relaciona com o sítio da 
estenose mais proximal. A claudicação das nádegas, dos quadris ou 
das coxas tipicamente ocorre em pacientes com obstrução da aorta 
e das artérias ilíacas. A claudicação da panturrilha é causada pelas 
estenoses das artérias femorais e poplíteas. (BROUNWALD) 
O músculo gastrocnêmio consome mais oxigênio durante a 
caminhada do que os outros grupos musculares na perna e, 
portanto, causa o sintoma mais frequentemente relatado pelos 
pacientes. (BROUNWALD) 
 A claudicação do tornozelo ou pé ocorre em pacientes com 
doença das artérias tibiais e fibulares. (BROUNWALD) 
De maneira similar, as estenoses das artérias subclávias, axilares ou 
braquiais podem causar claudicação do ombro, do bíceps ou do 
antebraço, respectivamente. (BROUNWALD) 
Os sintomas se resolvem alguns minutos após a interrupção do 
esforço. (BROUNWALD) 
OBS: A dor na panturrilha e na coxa que ocorre em repouso, como a cãibra 
noturna, não deve ser confundida com a claudicação e não é um sintoma 
de DAP. (BROUNWALD) 
A verdadeira claudicação deve ser diferenciada da 
pseudoclaudicação (neurogênica) provocada por estenose de canal 
lombar ou doença discal. Esta diferenciação em geral pode ser feita 
com base na história e no exame físico. Uma vez que a maioria dos 
pacientes com pseudoclaudicação tem concomitante AEO, os pulsos 
dos membros inferiores podem ser diminuídos ou ausentes. Por 
outro lado, nos pacientes com claudicação intermitente três 
aspectos são característicos: consegue-se reproduzir a claudicação 
de forma consistente, em situações adequadas; o paciente recupera-
se da dor em 2 a 3 minutos após a marcha; e consegue caminhar 
a mesma distância após sua recuperação. (PICCINATO) 
Dor em repouso 
Quando a distância útil da marcha se torna pequena ou nula, instala-
se a dor em repouso ou de decúbito. Em geral, obriga o paciente a 
manter o membro pendente para alívio da dor, mas esta atitude 
provoca edema do membro e pode precipitar o início de um 
distúrbio trófico (úlcera ou gangrena). (PICCINATO) 
Esta dor frequentemente é contínua e de grande intensidade, 
caracteriza o agravamento da isquemia. Cede somente com 
analgésicos potentes. (PICCINATO) 
A dor em repouso indica que as condições do membro estão se 
deteriorando e que, invariavelmente, encaminha-se para necrose ou 
ulceração. (PICCINATO)Dor atípica nas extremidades 
Os sintomas atípicos são mais comuns em pacientes com 
comorbidades, inatividade física e percepção aletrada da dor. Muitas 
vezes é difícil separar nesses casos a dor decorrente da DAOP de 
outras etiologias, como artrite, neuropatia, fibromialgia, entre outras. 
Dessa forma, antes de atribuir um sintoma atípico à DAOP é 
importante considerar outros diagnósticos. 
Dor difusa grave 
A isquemia aguda difusa dos membros é caracterizada pelo início 
repentino dor nas extremidades, progredindo para dormência e, 
finalmente, paralisia da extremidade, acompanhada de palidez, 
parestesias e ausência de pulsos palpáveis. 
Úlcera isquêmica 
As úlceras isquêmicas geralmente começam como pequenas feridas 
traumáticas e depois não cicatrizam porque o suprimento de sangue 
é insuficiente para atender às crescentes demandas do tecido 
cicatrizante. As úlceras isquêmicas que envolvem o pé podem ser 
infectadas e levar à osteomielite (PICCINATO) 
 
@poli.canuto 
 
Gangrena 
A isquemia extrema altera a aparência da pele. Podem surgir áreas 
focais de descoloração da pele que podem evoluir para necrose 
cutânea. (PICCINATO) 
 
Síndrome do dedo azul 
A síndrome do dedo azul ocorre geralmente devido à oclusão das 
artérias digitais com material ateroembólico de uma fonte arterial 
proximal e pode progredir para uma úlcera não cicatrizante ou áreas 
focais de gangrena se houver DAOP grave. 
 
Atrofia por desuso 
Pacientes com quadros graves de isquemia, que são sedentários, 
podem apresentar considerável perda de massa muscular nos 
membros inferiores. Ocasionalmente suas queixas de dor no 
membro são desproporcionais ao achado do exame físico. Estes 
pacientes referem dor à simples palpação da panturrilha ou 
músculos da coxa e a osteoporose pode ser demonstrada numa 
radiografia simples da perna. Esta condição pode dificultar a 
reabilitação após a reconstrução arterial dos membros inferiores. 
Fisioterapia supervisionada é necessária para reabilitar o paciente no 
pós-operatório. (PICCINATO) 
Impotência 
A impotência sexual é motivo de consulta relativamente frequente 
em pacientes portadores de lesões oclusivas aortoilíacas. Alguns 
pacientes, às vezes, omitem esta queixa por pudor, mas reclamam 
da claudicação intermitente dos membros inferiores. Trata-se de 
impotência de erecção por dificuldade de perfusão. (PICCINATO) 
Outros sinais e sintomas 
 Em geral, os pés estão frios; 
 
 Os pulsos poplíteos e podais são fracos ou ausentes. 
 
 A cor do membro empalidece com a elevação da perna, 
devido aos efeitos da gravidade sobre a pressão de 
perfusão, e se torna intensamente avermelhada quando a 
perna está na posição pendente, devido à intensificação 
autorreguladora do fluxo sanguíneo e ao aumento da ação 
gravitacional sobre a pressão de perfusão 
 
 Em situações de grave isquemia, a fraqueza muscular 
inevitavelmente ocorre por causa da atividade ambulatorial 
diminuída e da atrofia associada. Em certas condições de 
isquemia aguda ou insuficiência arterial prolongada, grupos 
musculares tornamse infartados após a revascularização 
 
 As lesões oclusivas dos ramos arteriais viscerais da aorta 
abdominal devem ser pesquisadas na anamnese. 
Emagrecimento associado a dores abdominais pós-
prandiais deve evocar a possibilidade de lesão de artérias 
digestivas principais, particularmente se a claudicação 
intermitente dos membros inferiores, pela qual o doente 
consulta, estiver associada às manifestações abdominais 
 
Diagnóstico 
Anamnese 
Na investigação da DAOP algumas perguntas na anamnese são 
importantes para caracterização do quadro, entre elas: “O paciente 
sente dor com a deambulação? Até onde pode caminhar antes que 
a dor ocorra? A dor o leva a parar de andar? Depois de quanto 
tempo consegue retomar a caminhada? O paciente sente alguma 
dor nas extremidades que que o acorda do sono? Onde está 
localizada a dor? O paciente notou feridas ou úlceras de difícil 
cicatrização nos dedos dos pés?” 
Exame físico 
Um exame cardiovascular cuidadoso inclui a palpação dos pulsos 
periféricos e a ausculta das artérias acessíveis pesquisando-se sopros 
Alterações de pulso e sopros aumentam a probabilidade de DAP 
(BROUNWALD) 
Os pulsos palpáveis em indivíduos saudáveis incluem as artérias 
braquiais, radiais e ulnares nas extremidades superiores e as artérias 
@poli.canuto 
femorais, poplíteas, pediosas dorsais e tibiais posteriores das 
extremidades inferiores. A aorta também pode ser palpável em 
pessoas magras. (BROUNWALD) 
Um pulso diminuído ou ausente fornece um indício da localização 
das estenoses arteriais. Por exemplo, um pulso femoral direito 
normal, mas um pulso femoral esquerdo ausente sugerem a 
presença de estenose arterial iliofemoral esquerda. (BROUNWALD) 
Os sopros são muitas vezes um sinal de velocidade aumentada do 
fluxo arterial e distúrbios do fluxo em locais de estenose. Deve ser 
usado um estetoscópio para auscultar as fossas supraclavicular e 
infraclavicular na procura de evidência de estenose da artéria 
subclávia; o abdome, flanco e pelve para evidência de estenose da 
aorta ou de seus ramos; e a região inguinal para evidência de 
estenoses da artéria femoral. (BROUNWALD) 
À ausculta, pode se caracterizar a presença de sopro sistólico que, 
apesar de não ter grande especificidade, traduz a turbulência 
hemodinâmica que deve atrair a atenção do médico (PICCINATO) 
Sinais adicionais de isquemia crônica de baixo grau incluem a perda 
de pelos, unhas dos dedos dos pés espessadas e quebradiças, pele 
lisa e brilhante e atrofia da gordura subcutânea das polpas digitais. 
(BROUNWALD) 
 Os pacientes com isquemia grave dos membros têm pele fria e 
também podem apresentar petéquias, cianose persistente ou 
palidez, rubor dependente, edema do pé resultante de uma posição 
prolongada com as pernas para baixo, fissuras cutâneas, ulcerações 
ou gangrena. (BROUNWALD) 
As úlceras causadas por DAP tipicamente têm uma base pálida com 
bordas irregulares e costumam envolver as pontas dos dedos dos 
pés ou o calcanhar, ou desenvolvem-se nos locais de pressão Essas 
úlceras variam em tamanho e podem ter de 3 a 5 mm. 
(BROUNWALD) 
O exame neurológico (exame sensorial) também é muito útil. Os 
diabéticos demonstrarão sensibilidade vibratória alterada e dor, 
mesmo se não tiverem insuficiência arterial grave. Indivíduos com 
neuropatia isquêmica frequentemente têm sensibilidade alterada e, 
às vêzes, a hiperestesia está presente. (BROUNWALD) 
Classificação clínica 
A classificação dos pacientes com DAP depende da gravidade dos 
sintomas e das anormalidades detectadas ao exame 
físico. (BROUNWWALD) 
Fontaine descreveu um esquema amplamente empregado que 
classificava os pacientes em um dos quatro estágios que progredia 
desde o assintomático até a isquemia crítica do membro 
(BROUNWALD) 
 
 
Várias sociedades vasculares profissionais adotaram uma classificação 
mais contemporânea e descritiva, que inclui pacientes 
assintomáticos, três graus de claudicação e três graus de isquemia 
crítica dos membros, variando da dor em repouso isolada até uma 
perda tissular menor e maior (BROUNWALD) 
 
Exames laboratoriais 
Teste ergométrico 
O teste ergométrico pode avaliar a significância clínica das estenoses 
arteriais periféricas e fornece evidências objetivas da capacidade de 
caminhada do paciente. O tempo do início de claudicação é definido 
como o tempo no qual os sintomas de claudicação se desenvolvem 
inicialmente e o tempo de pico de caminhada é quando o paciente 
não é mais capaz de continuar caminhando devido ao intenso 
desconforto na perna. (BROUNWALD) 
Esta medida padronizada e mais objetiva da capacidade de 
caminhada suplementa a história do paciente e fornece uma 
avaliação quantitativa da incapacidade do paciente, assim como uma 
variável que pode ser monitorada após intervenções terapêuticas. 
(BROUNWALD)Registro do volume de pulso 
O registro do volume de pulso ilustra graficamente as alterações 
volumétricas em um segmento do membro que ocorrem em cada 
pulso. (BROUNWALD) 
A amplitude torna-se menor com o aumento da gravidade da 
doença e a onda de pulso pode não pode ser registrada no membro 
criticamente isquêmico. (BROUNWALD) 
Ultrassom duplex 
O exame inicial na investigação da DAP é frequentemente o 
ultrassom duplex (USD) tanto para o rastreamento como para o 
diagnóstico. (MOTA) 
Técnicas mais recentes, como imagens de fluxo ou ecografia 
tridimensional (3D) ao vivo, bem como o uso de agentes de 
contraste de ultrassom, melhoram ainda mais o desempenho do 
USD, embora o seu uso ainda seja limitado. O USD pode detectar 
doença arterial subclínica (por exemplo, placa carotídea), o que é 
importante para a avaliação do risco CV (MOTA) 
Ultrassonografia com doppler 
O ecoDoppler (ultrassonografia) é o mais empregado, por ser 
método não invasivo. O eco-Doppler contínuo permite fornecer 
informações cada vez mais precisas sobre a geometria das lesões, 
a estrutura física da parede arterial, as relações anatômicas, o 
conteúdo arterial e, sobretudo, sobre o regime circulatório ao nível 
da lesão e a distância, no território irrigado. (PICCINATO) 
@poli.canuto 
Embora com algumas limitações, a ultrassonografia é o exame de 
escolha no diagnóstico das lesões oclusivas da aorta e das artérias 
dos membros inferiores e também como instrumento de avaliação 
pós-operatória. Ela é insubstituível na detecção de lesões arteriais 
associadas de outros territórios (carótidas, membros superiores etc.). 
(PICCINATO) 
Angiografia 
A angiografia fornece detalhes sobre localização e extensão das 
estenoses ou oclusões arteriais; ela é um pré-requisito para correção 
cirúrgica ou angioplastia transluminal percutânea (ATP). Não é um 
substituto dos exames não invasivos, pois não dá nenhuma 
informação sobre o significado funcional dos achados anormais. 
(PICCINATO) 
Arteriografia por punção direta 
A arteriografia por punção direta detecta o número de artérias com 
qualquer segmento opacificado Trata-se de um estudo invasivo que 
pode ser utilizado no pré-operatório para planejamento da conduta 
(MOTA) 
Influência socioeconômica na adesão ao tratamento 
A adesão é um fenômeno multidimensional determinado pela 
interação de um conjunto de fatores que afetam o comportamento 
e a capacidade das pessoas de seguir o tratamento (TAVARES) 
A relação entre fatores socioeconômicos, como renda e 
escolaridade, e adesão ao tratamento é amplamente investigada e 
estudos prévios encontraram associação entre essas variáveis e a 
adesão, principalmente em doenças crônicas. (TAVARES) 
No presente estudo, a baixa adesão ao tratamento foi maior 
naqueles indivíduos com menor escolaridade, mostrando que este é 
um fator que deve ser considerado no processo de cuidado. Para 
esses pacientes, estratégias de orientação em relação ao 
tratamento precisam ser utilizadas para melhor entendimento dos 
regimes terapêuticos prescritos (TAVARES) 
De fato, estudos apontam que quanto mais leigo é o indivíduo, menor 
é aderência a intervenção medicamentosa. Pessoas com essas 
características tem dificuldade de reconhecer a necessidade de ajuda 
médica e não possuem conhecimento básico quanto a hábitos que 
podem prejudicar sua saúde. (TAVARES) 
Outro grande problema encontrado é a dificuldade que diversos 
pacientes enfrentam ao adquirir os medicamentos prescritos pelos 
profissionais da saúde pela ausência de recursos financeiros 
(TAVARES) 
Acesso aos medicamentos funcionam como um entrave para seguir 
a prescrição médica: “Se não tem no SUS e eu não posso comprar, 
uso o que tem em casa ou fico sem dependendo da dor. Pra mim 
é difícil caminhar e não sei pegar o ônibus.” (TAVARES) 
Referências 
PICCINATO, Carlos Eli. Doença arterial obstrutiva periférica (DAOP). Manual 
prático de angiologia e cirurgia vascular, 2013. 
MOTA, THAMIRYS DE CARVALHO et al. Doença arterial obstrutiva periférica: 
revisão integrativa. Revista Uningá, v. 53, n. 1, 2017. 
TORTORA, G. J. Princípios de Anatomia Humana. 10 ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2007. 
BRAUNWALD – TRATADO DE DOENCAS CARDIOVASCULARES, 10ª EDIÇÃO, 
by Elsevier. Diretrizes de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Cardiologia. 
PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 8ª ed. Guanabara Koogan, 2010 
TAVARES, Noemia Urruth Leão et al . Fatores associados à baixa adesão ao 
tratamento farmacológico de doenças crônicas no Brasil. Rev. Saúde 
Pública, São Paulo , v. 50, supl. 2, 10s, 2016 .

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