Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
@Elisastudies._ • Conceito As provas são elementos produzidos pelas partes ou pelo Juiz, visando à formação do convencimento deste magistrado sobre determinado fato. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. • Objeto de prova Poderão ser objetos de prova os FATOS que precisam ser ratificados e que possuem aptidão para auxiliar o magistrado a decidir a causa. Somente os fatos serão objeto de prova, o direito só necessitará de comprovação quando se tratar de direito municipal, estadual ou estrangeiro. INDEPENDEM DE PROVA: • Fatos evidentes/axiomáticos/intuitivo: a evidência é um grau de certeza que se tem do conhecimento sobre algo. EX.: um ciclista atropelado por um caminhão e tem o corpo dilacerado. Logo, é dispensado o exame cadavérico interno, porque a causa da morte é evidente. • Fatos notórios: de conhecimento geral, perceptíveis por qualquer pessoa de mediano entendimento. São aqueles sobre os quais nenhum dos sujeitos tem dúvida. São acontecimentos de conhecimento geral, desnecessários de comprovação, como por exemplo, datas históricas. EX.: Não carece de prova que o dia 07 de Setembro se comemora a independência do Brasil. • Presunções legais: são conclusões decorrentes da própria lei. EX.: A presunção de inocência é um dos pilares do sistema judicial: o juiz deve provar que um acusado é culpado, e não o contrário. • Fatos inúteis: são os fatos, verdadeiros ou não, que não influenciam na solução da causa. EX.: saber a cor preferida da testemunha. • Prova de direito: O direito, em regra, não carece de prova, na medida em que o magistrado é obrigado a conhecê-lo, segundo o brocardo jurídico JURA NOVIT CÚRIA, ou seja, o juiz conhece o direito. Porém, toda vez que o direito invocado for estadual, municipal, alienígena ou o consuetudinário, caberá a parte alegante a prova do mesmo. A previsão legal das provas, CPP, arts. 158 a 250 não é exaustiva, mas exemplificativa, uma vez que se admitem em nosso direito as chamadas provas inominadas, aquelas que não estão previstas na lei. • Ônus da prova O ônus da prova é estabelecido da seguinte forma: • Acusação: deve provar os fatos constitutivos (autoria e materialidade) e os elementos subjetivos do crime (dolo e culpa). • Defesa: deve provar os fatos modificativos, impeditivos do crime (negativa da materialidade e da autoria, excludente de crime, extinção da punibilidade, inimputabilidade). • Classificação da Prova Teoria Geral da Prova − Classificação da prova quanto ao objeto: diz respeito à relação ou incidência que a prova tem com o fato a ser provado e neste sentido pode ser: Prova direta ou positiva: refere se diretamente ao fato probando, por si o demonstrando. EX.: testemunha visual. A direta é aquela prova que ela de alguma maneira atesta a ocorrência, a verossimilhança do fato. EX.: testemunha que viu o fato. Prova indireta negativa ou contrária: refere- se a um outro acontecimento que, por ilação, nos leva ao fato principal. EX.: álibi. Indireta é aquela prova por dedução. − Classificação da prova quanto ao efeito ou valor: diz respeito ao grau de convicção gerando no juiz diante da apreciação da prova. Prova plena: é aquela necessária para condenação, imprimindo juízo de certeza quanto ao fato apreciado. EX.: Perícia tanatoscópica, que é a prova da morte. Prova não plena ou indiciária: é a prova limitada quanto à profundidade, permitindo, por exemplo, a decretação de medidas cautelares EX.: prova de ouvir dizer. EX1.: A pessoa que comete o crime confessa o crime a terceiro. essa confissão é meio de prova relativa, também chamada de prova de ouvir dizer. EX2.: Eu não sei se foi ele que matou de fato, mas todo mundo tá dizendo que foi ele. Também é a prova de ouvir dizer. − Classificação da prova quanto ao sujeito ou causa: trata-se da prova em si considerada, em que consiste o material produzido. Prova real: aquela emergente do fato. EX.: fotografia, pegadas, etc. Prova pessoal - decorre do conhecimento de alguém em razão do THEMA PROBADUM. EX.: confissão, testemunha, declarações da vítima. − Classificação da prova quanto a forma ou aparência: é a maneira como a prova se revela no processo. Prova testemunhal: é a expressa pela afirmação de uma pessoa, independentemente, tecnicamente, de se ter testemunha ou não. EX.: interrogatório do réu. Prova documental: é o elemento que irá condenar graficamente a manifestação de um pensamento. EX.: contrato. Prova material: simboliza qualquer elemento que corporatifica a demonstração do fato. EX.: exame de corpo de delito, instrumentos do crime. A prova material ainda se subdivide em: • Prova material própria: quando se é apresentada a própria coisa a constatação do juiz. • Prova material imprópria: ocorre quando a constatação dos elementos materiais do delito seja feita por perito. Neste caso, já materialidade por ficção jurídica. − Classificação da aprova quanto a possibilidade de renovação em juízo: Refere-se aqueles elementos de informação coligidos no inquérito policial que possibilitam ou não a sua renovação em juízo, sob o crivo do contraditório. Prova irrepetível ou não-repetível: É a prova que é produzida a partir de fonte probatória perecível ou passível de desaparecimento ou destruição. Existem provas que se exaurem rapidamente e, mesmo que possam ser renovadas não são aptas a constatar detalhes que seriam possíveis a época do surgimento da correspondente fonte probatória EX.: o exame sobre lesões corporais, a pessoa que lesionada geralmente se convalesce da lesão, notadamente as lesões leves, inviabilizando a renovação de perícia com o mesmo valor em juízo. Prova repetível: é a prova que pode ser reproduzida em juízo, sem que haja perda de seu valor, tal como ocorre, via de regra, com a prova testemunhal, salvo se a testemunha estiver enferma, quando seu depoimento deverá ser colhido cautelarmente, ad perpetuam rei memoriam. − Classificação da prova quando ao momento procedimental: é o instante da persecução penal estatal que a prova será produzida. Prova cautelar preparatória ou antecipada: é produzida na investigação preliminar, no curso do processo penal, em razão da necessidade concernente ao risco de perecimento probatório ou de se obter maiores elementos para dar embasamento legal a futura ação penal. EX.: interceptação telefônica; prova testemunhal de pessoa com grave enfermidade; busca e apreensão de documentos para reforçar os elementos de informação do I.P. Prova cautelar incidental ou antecipação probatória: é produzida durante o curso de processo penal já iniciado, cuidando-se de antecipação probatória que implica não seguir estritamente o rito procedimental para a sua formação. EX.: oitiva de testemunha de forma precoce, antes da A.I.J ou da resposta a acusação, em razão da urgência por motivo de saúde grave, produção de prova antecipada em caso de suspensão do processo, art. 366. − Classificação da prova quanto a previsão legal: Prova nominada: é a que a legislação prevê o meio de prova com a indicação de seu nome. Que pode ser típica, por ter expressamente previsto o modo de sua produção, a ex.: da prova testemunhal; pode ser atípica, não tem procedimento especificado pela lei, a ex.: da reprodução simulada dos fatos, art. 7º do CPP. Prova inominada: trata-se de prova que não é vedada por lei ou pelos bons costumes. EX.: certidões oficiais de justiça. − Classificação da prova quanto a finalidadeda prova: Prova anômala: é que foi produzida por uso de meio daquele previsto na lei. EX.: Certidão de oficial de justiça colendo depoimento de testemunha através de ligação telefônica. É ato inexistente. Prova irritual: é a prova produzida sem a observação de seu procedimento previsto na lei. É aprova ilegítima. EX.: o depoimento da vítima de crime sexual, dada escrito. Nulidade absoluta. • Teorias 1ª TEORIA DA ILUCITUDE DA PROVA, REGRA DE EXCLUSÃO OU VEDAÇÃO PROBATÓRIA: A liberdade probatória não é absoluta, a busca da “verdade substancial” e a amplitude da produção probatória, encontram limites rígidos, vedando meios que não estejam previstos na C.F. e no CPP. Não haverá verdade processual válida (busca da verdade real), se sua produção não observar os ditames da C.F. e da Lei. Art. 5o, inciso LVI, traz o principal obstáculo, consagrando a inadmissibilidade, no processo, “das provas obtidas por meios ilícitos”. • A prova é taxada de proibida ou vedada, toda vez que sua produção implique violação da lei ou de princípios de direito material ou processual. Por afronta a disciplina normativa, não seria admitida ao processo. • Provas ilícitas, são todas aquelas que violam disposições de direito material u princípios constitucionais penais. • Provas ilegítimas, são as que violam normas processuais e os princípios constitucionais da mesma espécie. • Provas irregulares, são aquelas permitidas pela legislação processual, mas na sua produção, as formalidades legais TÊM UM RESTINHO. Provas ilícitas e a lei 11.690/08: As provas ilícitas passam a ser disciplinadas pela lei 11.690/08, que modificou o art. 157 do CPP, distanciou-se da doutrina e jurisprudência pátrias que distinguiam as provas ilícitas das ilegítimas. 2ª TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENEADA E TEORIA DA ILICITUDE POR DERIVAÇÃO: Tal teoria consiste em asseverar que “o vício da planta se transmite a todos os frutos. Os frutos da árvore envenenada, é a chamada prova ilícita por derivação, que são aquelas em si mesmas lícitas, mas produzidas a partir de outra ilegalmente obtida. EX.: interrogar alguém com base em tortura, e a partir dessa confissão, solicitar autorização do juiz para realizar busca apreensão. Essa autorização torna uma busca de provas lícita, mas só o fato de ter conseguido a confissão de maneira ilícita, contaminou tudo. Portanto, são também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre elas, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
Compartilhar