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TRANSCRIÇÃO COMPLETA FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO - PROFA DRA MARIA INÊS

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TRANSCRIÇÃO DAS AULAS TEÓRICAS – FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
PROFESSORA DOUTORA MARIA INÊS LENZ SOUZA 
Aula 1 
Quem vai definir o limite de até onde um atleta pode ir? O sistema cardiovascular 
ou o sistema respiratório? O cardiovascular vai ser mais importante. Por quê? O sistema 
circulatório, o cardiovascular como um todo, precisa levar o oxigênio a todos os tecidos e 
captar o oxigênio para depois trazer para o processo de troca efetiva nos pulmões. Então o 
trabalho cardiovascular é maior do que o trabalho respiratório, e vocês vão ver na aula da 
semana que vem que na realidade a gente trabalha normalmente com uma reserva muito 
grande de oxigênio. A gente usa nas atividades do dia a dia em torno de 25% do oxigênio do 
sangue. Então sempre a gente tem uma reserva grande para poder engrandecer as atividades, 
na dependência, é claro, do sistema cardiovascular conseguir manter uma pressão arterial 
compatível com o fluxo sanguíneo adequado para engrandecer a troca. Então o limite sempre 
vai ser o cardiovascular. 
E a gente pode ver isso 
aqui ó. Se a gente considerar aí um 
adulto de tamanho médio, passam 
por dia em torno de mil litros de ar e 
oito mil litros de sangue, pelo 
sistema respiratório. Então é muito 
mais elevada a quantidade de sangue 
do que a quantidade de ar. Desses mil 
litros de ar, 500 são de oxigênio e 450 
são de CO2. Por que tem essa 
diferença aí de 50 litros para o CO2? 
CO2 é usado para alguma coisa no 
organismo? Alguma coisa, assim, importante? O CO2 se juntando com a água na presença da 
anidrase carbônica forma ácido carbônico, que dissocia em hidrogênio e bicarbonato. O 
importante aí é esse hidrogênio. O íon hidrogênio serve para determinar pH. Então esses 50 
litros de CO2 são usados para manter o pH do organismo, produzindo íons hidrogênio. Depois 
a gente vai voltar a falar dessa equação e vocês vão entender melhor. 
Sempre o sistema respiratório, na “programação” dele, o centro respiratório gera 
atividades de respiração de repouso: metabolismo basal. A partir dessa respiração no 
repouso, conforme o individuo vai aumentando sua atividade metabólica, o centro respiratório 
vai recebendo essas informações de diversos receptores espalhados pelo organismo, e vai 
ajustando a respiração a essas necessidades. Então sempre o ponto de partida é a respiração 
de repouso, e nela vão sendo feitos os ajustes. Então, pensando assim, durante o exercício 
pode ter um aumento de até 40 vezes na função respiratória, não nas quantidades, na função 
respiratória. É claro que isso acontece se o individuo for devidamente treinado para atingir um 
aumento de 40 vezes, né. A gente tem que lembrar que esse aumento vai envolver desde a 
musculatura que faz o movimento de expiração e inspiração. E isso exige treinamento, além de 
um ajuste de pressão arterial. 
Relembrando um 
pouquinho da anatomia. De fora 
para dentro, qual é o trajeto do 
ar? Começa nas fossas nasais, 
faringe, laringe e traqueia. Aí vai 
entrar nos brônquios e na árvore 
brônquica, que vai se 
ramificando cada vez mais. Então 
vai chegando lá no finalzinho nos 
bronquíolos terminais e nos 
bronquíolos respiratórios que 
são as menores ramificações. Os 
bronquíolos respiratórios vão dar origem aos ductos alveolares que por sua vez vão originar 
estruturas ainda menores que são os sacos alveolares preenchidos pelos alvéolos. Tudo isso 
aqui faz troca gasosa? Não. A troca acontece só na parte final, nos sacos alveolares 
preenchidos pelos alvéolos que são rodeados pelos capilares pulmonares. 
Existem em torno de 300 milhões de alvéolos por pulmão. Então é uma 
quantidade bastante grande, e nós já vamos pensar na utilidade disso. Antes de falar dessa 
atividade vamos relembrar um pouco da histologia: histologicamente, essas estruturas aqui 
são iguais? Não. A traqueia, por exemplo, tem na sua parede tecido cartilaginoso. Brônquios, 
bronquíolos, alvéolos tem que tipo de tecido na parede? Musculo liso. E isso confere uma 
característica importante; a traqueia tem capacidade de se distender e de se deformar para 
acomodar um volume extra de ar se eu estou, por exemplo, inspirando no repouso ou na 
atividade? Não. Brônquios, bronquíolos e alvéolos conseguem? Sim, porque têm musculo liso. 
Isso confere uma propriedade que a gente vai falar daqui a pouco chamada de complacência, 
que é essa capacidade de se distender para acomodar um volume extra; isso vale para via 
aérea, vale para vaso sanguíneo, pode ser um aumento de ar, um aumento de sangue. Então a 
histologia do tecido define se ele vai ser complacente ou não, é um dos fatores que define. A 
traqueia não tem a complacência, mas para compensar isso ela tem um diâmetro bem maior 
do que brônquios e bronquíolos, então isso facilita a passagem do ar, o diâmetro não vai ser 
um limitante para essa passagem. Também se a gente pensar nessa estrutura anatômica em 
termos de função, se a gente sabe que as trocas gasosas só acontecem nessa parte final, quais 
são as funções dessa parte inicial toda desde as fossas nasais até os ductos alveolares? 
Preparar o ar para chegar à troca 
gasosa. Então eles não têm um 
epitélio compatível com troca, mas 
eles participam ajudando a preparar o 
ar, e por isso eles são chamados de 
espaço morto anatômico, porque não 
tem trocas gasosas. Então o espaço 
morto anatômico vai desde as fossas 
nasais até os ductos alveolares. Esse é 
o local que conduz o ar, e além de 
conduzir é necessário umidificar esse ar, porque dentro do alvéolo existe uma camada de água 
– pequena, mas existe –, então o ar precisa chegar umidificado. Então essa umidificação 
acontece no espaço morto anatômico porque ali existem as glândulas produtoras de muco 
que vão agregar liquido a esse ar. Essas mesmas glândulas produtoras de muco e os cílios que 
existem principalmente nas fossas nasais vão ajudar a purificar, a reter as sujidades maiores 
que existam nesse ar. E também nos dias em que o ambiente externo está mais frio que a 
temperatura interna do corpo, há a necessidade de aquecer esse ar para chegar ao alvéolo na 
mesma temperatura interna. Então todas essas funções acontecem no espaço morto 
anatômico. Além disso, a gente não pode esquecer que existem dentro da anatomia desse 
espaço morto algumas estruturas associadas a outras funções, por exemplo: nas fossas nasais 
a gente tem os receptores do olfato, e as fossas nasais fazem parte do espaço morto 
anatômico, então o sentido do odor está dentro desse espaço morto, as cordas vocais estão 
entre faringe e laringe, então a produção do som também está dentro desse espaço morto 
anatômico. O espaço morto anatômico também pode ajudar a regular a temperatura 
corporal. De que forma? Por exemplo, vocês vão lá para a academia, e começa o exercício 
brusco. Você segue respirando normalmente? Não. Na maior parte das vezes a gente acaba 
ajudando com a boca, respirando pela boca – a boca também faz parte desse espaço morto 
anatômico, nesse momento – a gente coloca em contato, nesse momento que respiramos pela 
boca, o ar mais frio com o sangue que está passando pelas mucosas trazendo calor que é o 
resíduo das atividades das células. Então vai dissipar esse calor, ele condensa, evapora, e é 
perdido. Isso é muito visível em cachorro. A gente diz: ah, o cachorro sua pela língua. Mas ele 
não pode suar pela língua porque não tem glândula sudorípara na língua, mas ele tem muito 
poucas glândulas sudoríparas no corpo. Então ele usa muito esse mecanismo. Os humanos são 
bem supridos de glândulas sudoríparas então eles usam menos esse mecanismo, e não devem 
babar né, o cachorro baba. Mas nós precisamos usar isso em situações extremas, ele pode nos 
ajudar a fazer uma regulaçãorápida da temperatura corporal. 
Além desse fator, esse ar do espaço morto anatômico é um volume de ar que 
passa pelo sistema respiratório, mas como ele fica nessa parte, parte dele não passa pela área 
de troca gasosa. Para entender isso vamos pensar o seguinte: quando a gente inspira numa 
situação de repouso, o volume de ar que a gente inspira e expira chama volume corrente, que 
é em torno de 500 ml. Desses 500 ml que eu inspirei todos os 500 ml chegam à parte de baixo, 
nos alvéolos? Lembre-se que nós estamos trabalhando com uma estrutura tubular, então no 
momento que eu inspiro, os primeiros 350 ml que entrarem conseguem chegar aos alvéolos, 
os outros 150 ml ficam no espaço morto anatômico. Eles não participaram da troca gasosa. 
Então eles vão ser os primeiros 150 ml de ar que eu vou expirar, e o volume de CO2 que tiver 
nele não é um reflexo da troca gasosa, é apenas um reflexo do ar ambiental. E existe uma 
equação para se calcular isso, e no momento que se faz uma avaliação de função respiratória 
efetivamente, de ventilação alveolar do paciente, ou seja, de quanto passou pelo alvéolo, é 
preciso descontar esse volume do espaço morto anatômico. Essa equação geralmente é feita 
em clínicas ou hospitais onde se tem acesso à gasometria, porque a equação leva em conta 
também a pressão de CO2 no sangue arterial, além da pressão de CO2 no ar que está entrando 
e saindo. Porque se está fazendo troca, a pressão de CO2 no sangue arterial tem que ser baixa, 
né, porque foi efetiva a troca. Se ela estiver alta significa que não está fazendo uma troca 
adequada. Então o volume de ar do espaço morto anatômico não passou pela área de troca 
gasosa. 
A arvore brônquica está espalhada né, por todo o pulmão. Se o individuo estiver 
em posição de supina, deitado. Como é que fica a questão de irrigação do pulmão? Se a gente 
pensar no efeito da ação da gravidade sobre a pressão hidrostática, sobre a pressão dos 
líquidos. Se o individuo está deitado. Pensando que tem alvéolo da base, do meio e do ápice. 
Quando ele está deitado o sangue está chegando em todo pulmão. Agora, se ele está na 
posição ortostática, os alvéolos da base e do meio ficam mais irrigados. E isso reflete a 
quantidade de capilares pulmonares rodeando os alvéolos. Então nós vamos ter muito mais 
alvéolos irrigados para a troca do meio para baixo, do que no ápice. A irrigação do ápice vai ser 
muito mais para nutrir essas células do que para troca gasosa. Vai ser muito mais arterial do 
que venosa que estará chegando para a troca. Então isso vai gerar uma função que a gente 
não vai ter tempo de estudar detalhadamente, mas eu vou resumir para vocês, que chama 
relação ventilação perfusão. Ventilação do ar, perfusão do sangue. Isso é uma fração: V/Q. 
Então se é uma fração, o que é melhor: o resultado final ser um número pequeno ou um 
número grande? Ser, por exemplo, 0,3 ou ser 3,2? Ser menor, porque se é uma fração significa 
que tem menor diferença. Onde tem menor diferença entre ar e sangue a gente pode fazer 
mais troca gasosa né, porque eu tenho ar e eu tenho sangue, e eu preciso das duas coisas. 
Onde eu tenho muito ar e pouco sangue a troca é prejudicada, quase não acontece. E onde eu 
tiver muito sangue e pouco ar também não. Então a relação ventilação perfusão é a diferença 
entre ar e sangue. Quanto menos diferença tiver, melhor é a troca gasosa. Quanto mais 
diferença, pior. Então, pensando assim, onde a relação ventilação perfusão é alta? Na base ou 
no ápice? No ápice. E menor relação ventilação perfusão, menor diferença, melhor troca 
gasosa, na base. Então se nós temos essa diferença, significa que nós vamos ter alvéolos do 
ápice com ar, com ar que eu inspirei, então teoricamente com ar puro e oxigenado, 
desconsiderando os contaminantes, e a base com o ar que está sendo trocado, então a base 
sempre vai acumular mais CO2 do que oxigênio, porque o oxigênio chega e já é trocado. Isso 
significa que os alvéolos do ápice não participam da troca gasosa? Não. Mas como eles 
participam? Eu vou ter uma área hiperventilada e hipoperfundida (pouco sangue) e embaixo 
eu tenho uma área hiperperfundida e se eu for comparar com o ápice hipoventilada, né, 
porque o ar não vai parar ali. Então o ápice me ajuda mandando o oxigênio para repor, 
durante o período de troca, aqueles segundos de troca que dura a troca gasosa, sempre tem 
oxigênio para trocar. Então eles não participam de forma direta, mas eles mandam o ar puro 
para baixo, do ápice para a base. Esses alvéolos que não participam diretamente da troca 
gasosa são chamados de espaço morto 
funcional. Por quê? Eles têm uma 
membrana de troca gasosa, uma 
membrana de alvéolo, mas eles não são 
adequadamente irrigados, então eles 
não vão fazer. E se nós considerarmos 
aqueles 300 milhões de alvéolos por 
pulmão, se nós fossemos abrir em cima de uma mesa todo o espaço morto anatômico e todos 
os alvéolos que fazem parte do espaço morto funcional, eles teriam mais ou menos o mesmo 
tamanho, então é uma área significativa, mas ela ajuda mandando oxigênio puro para a base. 
Então é fundamental ter essa reserva, digamos assim, de oxigênio. 
 
Professora, eu não entendi como ele manda o oxigênio para a base. 
Vamos adiantar um pouquinho aqui então. Quando a gente inspira, a pressão dentro em 
relação a pressão de fora é negativa, porque tem que funcionar como um vácuo para puxar, 
né. E quando eu expiro é o contrário. Então no momento que eu inspiro quem abre primeiro, o 
ápice ou a base? O ápice. Então ele é mais negativo primeiro. A medida que eu vou 
continuando a inspiração eu vou abrindo a base, então a base vai ficando mais negativa e isso 
vai puxando o ar de cima para baixo, então essa diferença de pressão consegue fazer isso. E aí, 
associado a isso, a diferença de pressão de oxigênio que a gente vai ter entre o alvéolo e o 
sangue facilita que o ar desça. 
Esse espaço morto funcional é variável. Por exemplo, vocês estão sentados, estão 
usando uma quantia X de alvéolos. No momento que vocês saírem para irem embora vocês 
vão caminhar e vai aumentar a demanda de oxigênio, consequentemente vocês vão precisar 
usar mais alvéolos para a troca porque vocês estão em atividade. Então vai haver uma 
mudança do espaço morto funcional. Da mesma forma, se nós considerarmos, por exemplo, o 
individuo que é fumante crônico, vai havendo a deposição da nicotina e de outros 
constituintes na membrana dos alvéolos, na parede dos alvéolos. Da mesma forma que 
acontece com indivíduos que trabalham, por exemplo, em minas de carvão, em pedreira, em 
locais que tem muita poeira ele vai inalar essa poeira que também vai se depositar. Essa 
deposição de alguma coisa na parede faz uma barreira mecânica à passagem dos gases. Então 
alvéolos que podem até ser irrigados não vão mais conseguir fazer a troca gasosa porque eles 
estão preenchidos com algum tipo de sujidade, então aqui nós temos um aumento do espaço 
morto funcional, porque não tem como fazer troca naquele local. Da mesma forma o individuo 
que tem uma gripe muito intensa ou uma pneumonia, se for pneumonia ele vai ter secreção 
dentro dos alvéolos, então esse muco vai também fazer uma barreira mecânica. E, além disso, 
na pneumonia a gente tem edema, a gente tem o alvéolo e o capilar rodeando o alvéolo. Entre 
o capilar e o alvéolo tem liquido intersticial, o edema vai ser no liquido intersticial, então o 
alvéolo e o capilar vão ficar mais longe um do outro porque tem mais liquido intersticial, então 
isso também dificulta a troca gasosa, aumentando o espaço morto funcional. Então o espaço 
morto funcional é variável, o espaço morto anatômico que não é porque ele já está na 
estrutura anatômica. Se nós somarmos o espaço morto anatômico com o espaço mortofuncional a gente tem o espaço morto fisiológico. 
Vamos pegar esse 
espaço morto e vamos colocar 
dentro de função. Então nós temos 
toda uma estrutura anatômica do 
sistema respiratório, ou inserida 
dentro ou ligada na caixa torácica, 
então funcionalmente a gente pode 
dividir essa estrutura do sistema 
respiratório em três zonas. A 
primeira é a zona de condução, que 
é praticamente o espaço morto 
anatômico, que vai das fossas nasais até a penúltima parte dos bronquíolos, os bronquíolos 
terminais, e ocupa dez por cento do volume total do sistema pulmonar. Uma zona 
intermediaria chamada de zona de transição que é a ultima parte dos bronquíolos e os ductos 
alveolares, ocupa 30% do total; ela é chamada de zona de transição porque os ductos 
alveolares em uma situação de emergência, de perda de uma grande quantidade de alvéolos, 
os ductos alveolares tem capacidade de fazer uma pequena e quase rústica troca gasosa, mas 
eles conseguem manter a vida por certo tempo, então por isso que se chama zona de 
transição, porque está começando a formar uma membrana respiratória. E a zona 
respiratória, que seriam todos os alvéolos rodeados pelos capilares para gerar efetivamente o 
processo de hematose. Então isso corresponde a 60% do volume total. É a maior parte. 
E isso está inserido de alguma forma, dentro ou ligado, à caixa torácica. A caixa 
torácica vai ter a função de gerar o movimento do corpo para desencadear alterações de 
pressão entre o lado de dentro e o lado de fora para poder movimentar o ar para dentro ou 
para fora. Então, lembram-se da estrutura dos pulmões lá da anatomia? Tinha aquele formato 
relativamente triangular, revestido externamente pelas pleuras, visceral que está grudada no 
pulmão e a pleura parietal que está por fora. Então o pulmão tem a pleura visceral grudada 
nele, a parede torácica uma pleura parietal um pouco mais perto dela, e entre isso o espaço 
pleural ou saco pleural. A tendência natural da pleura visceral é grudar na víscera. A tendência 
natural da pleura parietal é grudar na parede torácica. Se a tendência natural é mantida o 
pulmão consegue fazer seus movimentos? Não consegue, ele ia ficar como se fosse todo 
enrugado. E normalmente quando a gente expira, mesmo forçadamente, o pulmão tem que 
manter sua forma triangular original no final da expiração. E é para que isso aconteça que 
existe esse saco pleural, preenchido por um liquido. Esse líquido permite que as pleuras 
deslizem, mas a principal função dele é gerar uma pressão negativa. Por quê? Esse saco é 
hermeticamente fechado, tem um líquido dentro dele, que é movimentado pelo movimento 
da estrutura do tórax e dos pulmões. Então cada vez que eu movimento esse líquido essa 
pressão negativa é modificada, mas nunca consegue ser positiva porque é hermeticamente 
fechado. Se ela é uma pressão negativa no meio das duas pleuras, o que ela faz com as duas 
pleuras? Puxa para o meio. Então ela equilibra, aí não vai ter uma pleura puxando para lá e 
outra para cá e assim o pulmão consegue fazer seus movimentos. E é por isso que quando a 
gente tem um acidente em que, por exemplo, o indivíduo tem uma fratura de costelas que 
perfure as pleuras, tem pressão positiva, ou seja, quebra a pressão negativa porque fura esse 
saco hermeticamente fechado e aí o indivíduo precisa de respiração artificial, porque ele não 
consegue fazer esse movimento até que tenha o fechamento daquele saco. 
Então o fato do saco 
ser hermeticamente fechado e ter 
um líquido dentro se 
movimentando dentro dele gera 
pressão negativa, gera um vácuo, e 
ai puxa as duas pleuras para perto 
dele, atrai as duas pleuras para o 
meio. Então ele se opõe à tendência 
natural das pleuras, e essa pressão 
que ele gera é a chamada pressão 
intrapleural. Essa pressão é sempre 
negativa, ela vai ser mais negativa para inspirar e menos negativa para expirar, mas ela nunca 
vai ultrapassar o zero. Então ela é, por exemplo, - 5cm de ar, a média, aí eu vou inspirar, aí ela 
vai cair para -7cm e o ar entra. Vou espirar, ela vai pra -5, -4, mas nunca vai ultrapassar o zero, 
Professora, têm livros que fala que ela pode ser positiva. 
Em algumas situações a gente gera uma pressão positiva, movimentando, mas 
fisiologicamente é negativa. 
Professora, mas o pulmão movimenta sozinho? 
O que expande o pulmão é a movimentação da caixa torácica, porque a 
movimentação da caixa torácica desloca as pleuras e puxa as pleuras e ,ao mesmo tempo, 
além da movimentação das caixas torácicas, o ar está entrando, então o ar está abrindo as 
estruturas internas, então ele expande. Qual é o principal musculo que vai ajudar nessa 
abertura? O diafragma é o principal musculo que vai fazer isso. 
Então essa pressão negativa garante a chamada expansão pulmonar de repouso, 
que é a forma original do pulmão mesmo depois da expiração forçada, mesmo durante a 
atividade. Alguns autores chamam de recuo elástico do pulmão, significa a abertura dele. 
Então aqui é só para 
mostrar a zona de troca gasosa. O 
sangue chegando na circulação 
venosa, depois da troca saindo 
arterial. Só na parte mais inferior 
do sistema respiratório se a gente 
pensar de fossas nasais até 
alvéolos né, porque não é só na 
base que tem esses alvéolos, 
ainda que a troca seja mais efetiva 
na base. (?) 
 
Aqui a gente vê o 
desenho dos alvéolos 
rodeados pelos capilares, a 
gente vê as hemácias dentro 
do capilar. No alvéolo a gente 
tem os pneumócitos ou 
células alveolares tipo 1, e os 
pneumócitos ou células 
alveolares tipo 2. O tipo 1 é 
quem faz a troca gasosa, é a 
célula da membrana do 
alvéolo. E o tipo 2 produz uma 
substancia chamada de surfactante que ajuda o alvéolo a ficar aberto. Além disso, existe a 
presença dos macrófagos alveolares. Por que tem que ter macrófago dentro do alvéolo? 
Porque os cílios e o muco do espaço morto anatômico vão reter o que for maior no ar, mas 
agentes como fungos, bactérias, protozoários, podem chegar até os alvéolos e aí vão ser 
fagocitados por esses macrófagos. Além disso, a gente não pode esquecer que existem em 
volta desses alvéolos fibras musculares lisas, para garantir que ele faça os movimentos de 
expansão e de retração. Ainda dentro dessa série de lembranças da anatomia, se nós 
considerarmos função respiratória, que tipos de músculos estão envolvidos na função 
respiratória? Musculo liso e estriado esquelético. Mas e se eu perguntar para vocês qual o tipo 
de musculo que nós temos no sistema respiratório? Aí é só musculo liso. Porque a função 
respiratória tem a movimentação da caixa torácica que tem os músculos esqueléticos. Agora, a 
estrutura anatômica do 
sistema respiratório só tem o 
musculo liso. Se é musculo liso 
é controlado por qual sistema 
nervoso? Sistema nervoso 
autônomo (SNA): simpático e 
parassimpático. Então se eu 
saí do repouso e fui para a 
atividade, o que está 
acontecendo com as minhas 
vias aéreas? Estão bronco-
dilatadas ou bronco-
contraídas? Estão bronco-
dilatadas. E se eu estou em 
atividade estou sob atividade 
do simpático ou do 
parassimpático? Do simpático. 
Então o simpático é bronco-
dilatador, eu preciso respirar 
mais. E o parassimpático é bronco-constritor. Simpático é bronco-dilatador através de quais 
receptores e quais neurotransmissores? Adrenalina e Noradrenalina. Receptores do sistema 
nervoso simpático: alfa-1, alfa-2, beta-1, beta-2 e beta-3. Aqui só tem beta-2. Então o receptor 
beta-2 adrenérgico é bronco-dilatação. A bronco-constrição que é via parassimpática, qual é o 
neurotransmissor do parassimpático? Acetilcolina. E o receptor que é o segundo da cadeia, 
nicotínico e o muscarínico. Então colinérgicoé bronco-constritor. 
Vamos imaginar o seguinte: o indivíduo tem asma. O que está acontecendo de 
errado para ele não conseguir respirar direito? A asma é que tipo de reação? Alérgica. Que 
tem liberação de histamina. A histamina ocupa a o receptor da adrenalina e impede que a 
adrenalina se ligue nele. Então por isso que o paciente tem a dificuldade respiratória, ele não 
consegue bronco-dilatar. E isso dura o tempo que leva para a histamina ser metabolizada. Com 
a cronicidade da asma, às vezes o paciente desenvolve o tórax de nadador, porque o trabalho 
de respiração é muito intenso então há uma hipertrofia na musculatura com a sucessão das 
crises. Existe outra situação que é a pneumonia. No processo inflamatório existe a liberação de 
algumas substancias químicas como os leucotrienos que também fazem esse mesmo processo, 
também ocupam o receptor da adrenalina e aí ela não consegue se ligar e o paciente tem 
dificuldade respiratória também durante o período que durar essa pneumonia. Então vai ficar 
mais pesado respirar, mais difícil. O que a bombinha, na asma, faz? Ela faz uma inibição da 
histamina e consequentemente libera o receptor. 
Bom, então nós já vimos que o simpático é broncodilatador e que o 
parassimpático é broncoconstritor. Só que para que o centro respiratório que fica lá no tronco 
cerebral entre bulbo e ponte, perto do hipotálamo que controla sistema nervoso autônomo. 
Para ele receber a informação de que vai ativar o simpático ou o parassimpático é importante 
que chegue lá informações de como está a distensão do tórax. Então existem receptores de 
estiramento na parede das pleuras, do próprio pulmão, dos alvéolos que definem para o 
centro respiratório se está distendido ou não. Se está distendido, não adianta ativar o 
simpático para entrar mais ar porque não cabe, então precisa contrair para poder expirar. 
Então essa informação desses receptores é importante. Vão ter vários outros receptores que 
nós vamos ver na semana que vem que também vão participar, mas esses aqui são 
fundamentais para dar a noção do volume de ar que já entrou. 
Em termos de irrigação. Quando eu falo de circulação pulmonar, eu to falando de 
circulação arterial ou venosa? Circulação indo para o pulmão? Venosa. Então ela sai pelo lado 
direito do coração pela artéria pulmonar que á a única artéria que transporta sangue venoso, 
vai sofrer hematose e vai para o átrio esquerdo pela veia pulmonar, que é a única veia que 
transporta sangue arterial. Então a função dessa circulação é sofrer hematose, ela não serve 
para nutrir o tecido pulmonar, e o tecido pulmonar como qualquer outro tem que receber via 
sangue oxigênio, nutrientes e etc. como qualquer outra célula. Então existe um ramo da aorta, 
como todos os outros tecidos né, chamado de circulação brônquica, que é um volume 
pequeno, corresponde a apenas 2% do sangue do corpo. Mas suficiente para nutrir o tecido 
pulmonar. Só que tem uma particularidade: é que essa circulação, ao contrário do que 
acontece com a circulação dos outros tecidos é que ela não consegue se juntar numa só para 
chegar lá no lado direito do coração e voltar pro pulmão para ser trocado. O sangue dos outros 
tecidos todos vão para a veia cava, sai pela artéria pulmonar e chegam no pulmão. Esse não 
tem como, porque ele tá chegando para nutrir e não tem como voltar para trás. Então ele vai 
nutrir o tecido pulmonar, vai recolher os resíduos desse tecido, e vai sair através de veias 
chamadas de veias brônquicas e veias broncopulmonares que vão para o coração e vai se ligar 
na veia pulmonar um pouco antes dela se ligar no átrio esquerdo formando uma anastomose 
ou um xante brônquico ou broncopulmonar. 
O que é uma anastomose ou um xante? Como que é sistema cardiovascular 
normalmente? Artéria, arteríola, capilar, vênula e veia. Essa é a regra, mas quando a gente tem 
essas anastomoses ou xantes, é uma artéria em outra artéria, uma veia em outra veia, então 
eu não tenho leito capilar no meio. E aqui, nesse caso, eu tenho uma veia (veia brônquica) 
desembocando na veia pulmonar, um pouquinho antes dela entrar no átrio esquerdo. Isso vai 
ser importante pelo seguinte, quando a circulação pulmonar é oxigenada e saí pela veia 
pulmonar, ela sai com 100% de oxigênio, só que um pouquinho antes dela chegar no átrio 
esquerdo ela recebe esses 2% de circulação brônquica, que agora é venosa né, porque está 
levando os resíduos. O que acontece com o oxigênio do sangue da veia pulmonar, a pressão 
vai ficar igual, vai diminuir ou vai aumentar? Vai diminuir, claro, eu vou fazer uma diluição. Ela 
vai diminuir, por exemplo, de 104 para 95mmHg, por conta de receber essa circulação aí. E 
associada a isso existe também a circulação coronária, né? As veias tebesianas também vão 
desembocar aí, então cai de 104mmHg para 95mmHg porque ela tem essas duas circulações 
chegando aí. 
Até aqui era só pra 
relembrar. Agora nós vamos entrar 
efetivamente na aula de hoje, que nada 
mais é do que expirar e inspirar, que é a 
mecânica respiratória, também chamada 
de dinâmica pulmonar porque enquanto o 
individuo está vivo, isso tem que 
acontecer permanentemente. Então a 
função dessa mecânica respiratória é manter os fluxos aéreos para a constante renovação do 
ar nos alvéolos de forma a manter as pressões de O2 e de CO2 no sangue arterial dentro da 
normalidade. Como é que deve ser a pressão de 02 no sangue arterial? Alta ou baixa? Alta, 
pressão de CO2 baixa, e o pH em torno da neutralidade, que é 7,4. Então qualquer alteração 
que aconteça, e o que é mais comum é diminuir o oxigênio e aumentar gás carbônico, precisa 
ser compensada pelo centro respiratório, ajustando a respiração. Então essas informações 
também vão ser importantes para o centro respiratório, e esse ajuste sempre vai envolver 
mudanças na expiração e na inspiração. Adianta a gente fazer uma mudança aumentando só a 
frequência respiratória sem fazer com que esse movimento seja profundo? Se eu só aumentar 
a frequência respiratória sem a devida profundidade não vai aumentar a quantidade de ar 
necessária no alvéolo, porque esse ar vai ficar mais no espaço morto, vai ser uma respiração 
cachorrinho. Então isso não resolve. Os ajustes para melhorar as pressões de oxigênio e de 
CO2 no sangue arterial tem que envolver uma mudança na amplitude do movimento 
respiratório, eu tenho que respirar profundamente para que esse ar chegue nos alvéolos e seja 
trocado, caso contrário não adianta nada. Adianta só para perder calor, mas não adianta em 
termos de pressão de gases. 
Então, se essa mecânica vai movimentar o ar de fora para dentro e de dentro para 
fora, ela precisa basicamente de uma diferença de pressão, entre o alvéolo e o lado de fora, 
porque se nós estamos movimentando gases, sempre esse movimento se dá por difusão, tem 
diferença de pressão. Não gasto energia, mas tem diferença de pressão. Não gasto energia 
para movimentá-lo, mas os músculos que geram o movimento da caixa torácica vão gastar 
energia. Mas o impulso do ar não. Então sempre esse movimento de expansão e de contração 
do tórax vai se refletir no volume do pulmão: expandi o tórax, aumentei o volume do pulmão, 
contrai o tórax, diminui o volume do pulmão. Isso vai gerar os movimentos inspiratórios e 
expiratórios. No entanto, na prática a gente não percebe um movimento de repouso, ou vocês 
percebem: inspirei, expirei e parei. Na prática existe esse movimento de repouso que seria o 
final de um movimento respiratório: inspirou, expirou, parou e começou de novo. Então ele 
dura milésimos de segundo, mas ele é importante para o centro respiratório, para que ele 
envie os potenciais de ação. Para o musculo inspiratório, para o musculo expiratório, ai para o 
expiratório, começao inspiratório de novo. Então existe essa fase para o centro respiratório. 
Na prática não deve se perceber. 
Então vamos pensar em inspirar e expirar em termos mecânicos. Se eu vou 
inspirar eu tenho que abrir a caixa torácica. O que tem dentro da estrutura da caixa torácica? É 
elástico o que tem dentro? Porque quando a gente fala abrir e fechar parece que é fácil né. 
Mas na realidade a gente tem os músculos, mas temos ossos, tendões, fáscias, aponeuroses, 
uma série de coisas que não são móveis, mas eu tenho que abrir e fechar então vão ser 
empurrados. Então é uma resistência a ser vencida o fato de que tecidos não elásticos 
precisam ser empurrados pelos elásticos. Uma outra resistência é o fato de que os tecidos 
estão sobrepostos, se eles estão sobrepostos, quando abre e quando fecha eles tem que 
deslizar um sobre os outros. E uma terceira resistência é o fato de que as vias aéreas tem 
diâmetros ou raios diferentes. É muito mais fácil puxar o ar na traqueia do que puxar o ar num 
bronquíolo, que é muito menor. Mas o ar tem que passar por todas essas vias para acontecer a 
troca. Então a diferença de pressão gerada tem que ser suficiente pra puxar o ar em todas as 
vias aéreas. Se tem resistência tem gasto de energia, gasto de energia dos músculos. Só que 
existe uma diferença entre repouso e atividade. 
Então vamos 
imaginar no repouso, o volume 
corrente é pequeno, se o volume 
é pequeno, ele vai usar a 
musculatura inspiratória para 
abrir a caixa torácica. Quando 
esses músculos inspiratórios 
pararem de abrir a caixa torácica 
eles vão ter que voltar para a sua situação de repouso. A sua volta para a situação de repouso 
já é suficiente para tirar o ar que entrou, porque o volume é pequeno. Então eu não preciso 
usar musculo expiratório. Então numa situação de repouso somente a inspiração é ativa, e a 
expiração é passiva, porque eu não uso musculo expiratório, então eu não gasto energia com 
eles. Agora, se eu estou fazendo alguma atividade, o volume corrente é um pouco maior, 
então eu já vou usar músculos inspiratórios e expiratórios. Só que se a gente considerar esse 
mesmo raciocínio, sempre vai gastar mais energia para inspirar do que para expirar, porque na 
expiração eu sempre vou ter a volta da musculatura inspiratória para o repouso e isso vai 
ajudar a fechar a caixa torácica, então vai ajudar a diminuir o gasto dos músculos expiratórios. 
Então inspiração sempre gasta muito mais. E no repouso inspiração é ativa, e expiração é 
passiva. 
Vamos para a 
musculatura. Qual é a posição normal 
do diafragma antes de começar a se 
movimentar? Ele fica para cima. Então 
quando eu vou inspirar, eu vou a caixa 
torácica, e eu vou abrir em todos os 
sentidos: vertical, lateral e 
anteroposterior. Claro que se eu estou 
em repouso eu não preciso abrir em 
todos os sentidos, mas o vertical 
sempre é o primeiro. Então se eu vou 
inspirar o diafragma vai descer, ele vai 
em direção do abdômen. Para vocês 
terem uma ideia, esse aumento da 
caixa torácica no sentido vertical pode 
ser de até dez centímetros. Claro que 
aí o indivíduo tem que ser treinado. E 
isso acontece porque o centro respiratório vai mandar uma mensagem para o nervo frênico 
que é o nervo que inerva diafragma. Além do diafragma, a gente vai ter que fazer a abertura 
lateral e a anteroposterior. Quem me ajuda a fazer a abertura lateral – que também já ajuda 
na anteroposterior? As costelas vão subir e abrir, e quem movimenta as costelas aqui são, 
predominantemente, os músculos intercostais externos, que são inervados pelos nervos 
intercostais. Se o indivíduo estiver fazendo uma atividade muito intensa, ele pode usar os 
intercostais internos anteriores também para fazer a inspiração (os posteriores são sempre 
expiratórios), mas isso se ele estiver fazendo uma atividade muito intensa, caso contrário, os 
intercostais externos dão conta disso. Esses movimentos são chamados de movimentos em 
alça de balde e de alavanca, é exatamente como quando eu levanto a alça de um balde e a 
alavanca no sentido de abrir. Então são os movimentos que acontecem pelos intercostais 
externos. Isso também é importante porque vai gerar, no momento que levante e abre as 
costelas, gera uma tensão nos espaços intercostais, e essa tensão vai se refletir naqueles 
receptores de estiramento lá na parede do pulmão e das pleuras, daí eles vão mandar a 
informação para o centro respiratório, dizendo que já está distendido, então vai parar de 
inspirar e expirar. Então essa informação é importante também. Se o indivíduo estiver fazendo 
uma atividade intensa, ele precisa movimentar também essa área do externo e dos ombros, 
então essa musculatura acessória, enervada pelo nervo vago, também vai ter que ser acionada 
– o trapézio, o escaleno, o esternocleidomastoideo – toda essa musculatura que sustenta o 
externo e os ombros vão ser utilizadas também em ventilações mais intensas. Se eu fiz toda 
essa movimentação, no momento que tudo isso voltar ao normal, o fechamento da caixa 
torácica já está adiantado ai, já vai diminuir o trabalho para a musculatura expiratória, então 
por isso que inspirar sempre gasta mais energia do que expirar. 
Expiração. Primeira 
coisa, aqui nós temos o retorno de 
todos os inspiratórios, então o que 
acontece com o diafragma? Sobe. 
Além disso nós temos os intercostais 
internos posteriores ajudando a 
puxar as costelas e fechar. Se nós 
estivermos fazendo aquela atividade 
intensa na qual eu utilizo o externo e 
os ombros, eu ajudo mais ainda a 
fechar. Além disso, na expiração, 
durante atividades intensas, a 
musculatura abdominal também 
pode ajudar – oblíquo interno, 
obliquo externo, reto do abdômen, 
transverso do abdômen – que no 
momento que eu contraio o 
abdômen eu ajudo a empurrar o diafragma para cima, e ajudo a puxar as costelas, tracionar as 
costelas para baixo. Então facilita esse movimento expiratório. Mas só quando o volume de ar 
é muito grande, senão não precisa disso. 
Então tudo isso é contração muscular ativa para vencer aquelas resistências que 
eu falei antes. (1) A resistência do que não é elástico, (2) do deslizamento dos tecidos uns 
sobre os outros e a (3) resistência do fluxo aéreo em função do diâmetro das vias aéreas serem 
diferentes. Inclusive essa resistência ao fluxo pode ser auscutada. Então se a gente auscuta o 
ar que está passando pela traqueia, ou o ar que está passando pelos brônquios, ou 
bronquíolos, qual é mais barulhento? 
Do bronquíolo. 
Não é o do bronquíolo. Porque quando o ar vai passar por um espaço menor as 
moléculas se alinham. É mais ou menos como o sangue passando por uma artéria de pequeno 
calibre. As hemácias, nesse caso, tem que se alinhar para passar. Então é o fluxo que a gente 
chama de lamelar ou laminar, é como se fosse em lâminas. Já na traqueia, assim como 
acontece no sangue na aorta por exemplo, tem espaço, então as moléculas giram e fazem 
barulho, ai o fluxo é turbulento. Quando ele está trocando de um para outro ele é chamado de 
fluxo transicional. Esses podem ser auscutados, predominantemente os turbulentos. 
Então quanto maior for a 
pressão aplicada, ou seja, quanto mais 
força os músculos fizerem, mais vão abrir 
a caixa torácica, e consequentemente 
maior é a diferença de pressão que eu vou 
ter entre o ar de fora e do lado de dentro. 
Porque o objetivo dessa contração 
muscular é gerar diferença de pressão, 
então que pressões são essas? Nós temos 
4 pressões básicas envolvidas. Vamos começar por aquela que é básica que a gente já viu, que 
é a pressão intrapleural, aquela que é mais negativa para inspirar e menos negativa para 
expirar e que garante o recuo ou a retraçãoelástica do pulmão que é a forma do pulmão no 
repouso. Além disso, do lado de dentro nós temos o alvéolo que é o ponto final, é o ponto da 
troca, então nós vamos ter dentro do alvéolo também a necessidade de ter uma pressão 
negativa para inspirar e positiva para expirar, porque daí eu vou fazer força de dentro para 
fora. Eu vou ter pressão zero no alvéolo em algum momento? Sim, [pressão alveolar] porque 
ele tem que passar do -1 para o +1. Para inspirar aqueles 500ml de repouso, ele precisa de 
uma pressão de -1cm de água ou mmHg, então eu inspirei com menos 1, agora para expirar eu 
vou ter que gerar uma pressão de +1, então ele tem que ir do -1 para o +1, e esse zero acaba 
passando por aquela fase de repouso, só que ele não pode permanecer por mais de alguns 
milésimos de segundo porque para o fluxo e o individuo morre. 
Então nessa situação, 
quando a gente inspira, se eu tenho 
uma pressão de -1 no alvéolo, tenho 
uma pressão intrapleural mais 
negativa – o volume de ar na 
inspiração aumentou e na expiração 
diminuiu – a pressão dentro do 
alvéolo ficou mais negativa para 
inspirar, a pressão intrapleural ficou 
negativa, saiu do -4 e foi para o -5. 
Agora, vou expirar, a pressão alveolar 
vai ficar acima do zero, positiva, do 
mesmo tamanho que ela era antes, 
então se ela era -1, vai para +1, o 
número sempre fica o mesmo, só muda 
o sinal, e a intrapleural vai ficar menos 
negativa e o volume de ar diminui. 
Então essa pressão de menos 1cmH20 é 
a pressão mínima para a nossa 
respiração de repouso, por isso ela é 
chamada pressão de impulsionamento, 
porque ela é o suficiente para inspirar 
500ml, que é a respiração de repouso, nos dois segundos que dura a expiração entrar 500ml. 
Se eu to em atividade e preciso inspirar 800ml, vou ter que gerar uma pressão de -2 para 
inspirar e +2 para expirar, preciso de um volume maior. 
Voltando aqui, se nós considerarmos a pressão intrapleural e a alveolar, e o 
pulmão, nós temos a alveolar dentro do pulmão e a intrapleural do lado de fora, a diferença 
entre elas é chamada de diferença transpulmonar, através da parede do pulmão, a diferença 
entre a intrapleural e a alveolar. E a pressão transmural é a diferença do lado de dentro e do 
lado de fora do corpo. Se eu saí do repouso e fui para a atividade, a minha pressão transmural 
tem que aumentar ou diminuir? Aumentar, porque se eu tenho lá um volume pequeno no 
repouso eu tenho uma diferença de pressão, uma pressão transmural, pequena. Agora, se eu 
estou em uma atividade intensa eu necessito de um volume maior de oxigênio e para 
aumentar esse fluxo eu preciso de uma diferença maior entre o lado de dentro e o lado de fora 
do corpo. 
Vamos repensar um pouquinho aqui então. Na questão da movimentação, o que 
ajuda nas costelas o momento que o ar está entrando? Como são as últimas costelas? As 
falsas, né, as móveis, que ajudam a movimentação do diafragma. Claro que os intercostais 
acompanham essa movimentação. 
Lembram do conceito de tensão 
superficial? E complacência, cujo sinônimos são 
compliância ou capacitância? Bom, quando a 
gente diz que tal pessoa está sendo muito 
complacente, ela está sendo o que? Boazinha, 
tolerante, então ela está se moldando às 
situações. Aqui, uma via aérea ou um vaso ser 
complacente é se moldar às diferenças de volume, de ar ou de sangue. É aquilo que a gente viu 
lá naquele slide que nós falamos da histologia. A traqueia, por exemplo, não é complacente, 
porque ela não tem um tecido elástico para poder se deformar, mas todos as estruturas que 
tem musculo liso na sua parede conseguem ser complacentes, então a complacência depende 
primeiro das forcas elásticas, e ela diz respeito a distensibilidade do sistema, ou seja, a 
variação do volume de ar ou de sangue, gerando uma deformação daquele tecido e uma 
alteração de pressão. Então, por exemplo, se eu to em repouso e vou inspirar 500ml, eu tenho 
uma pressão de -1, mas se eu aumentei a minha atividade um pouquinho e vou respirar 900ml, 
eu vou ter que gerar uma pressão maior, vai ter que passar para -2, e as minhas vias aéreas 
vão ter que acomodar mais 400ml de ar, além dos 500. Então vai ter que ser complacente. E 
existe uma fórmula – e vocês vão ver que em sistema respiratório existe fórmula para 
absolutamente tudo – que diz que a diferença de volume em litros dividido pela diferença de 
pressão em centímetros de água é a complacência [a fórmula está no slide acima]. Ou seja, se 
eu vou aumentar o meu volume de ar, eu vou ter que alterar também a minha pressão, e a 
cada 200ml a mais de ar que eu preciso movimentar, eu tenho que aumentar ou diminuir – 
dependendo se eu to inspirando ou expirando – 1 cm de água na pressão, para poder garantir 
esse movimento. Esse aumento se dá até o limite que é a rigidez do pulmão. 
Isso é complacência pensando em força elástica, só que se nós formos pensar 
alvéolo, ele tem uma particularidade que é o fato de que dentro dele, além do ar, existe uma 
camada de humidade. E aqui entra outra questão física, que é a tensão superficial. O que é 
isso? Por exemplo, quando eu pego um pingo d’água e coloco entre os dedo e vou tentando 
abrir lentamente, há uma tendência de grudar e fechar, isso é tensão superficial. Por que? 
Porque as moléculas da água do pingo tendem a se alinhar e formar essa estrutura reta. O 
alvéolo é redondo, as moléculas de água tendem a fazer isso (?), isso é tensão superficial. Mas 
o alvéolo não pode ficar assim, ele tem que fazer seu movimento para poder inspirar e expirar, 
e garantir a troca gasosa, e as moléculas de ar que estão dentro do alvéolo também vão se 
alinhar. Para vocês terem uma ideia, se isso se mantem, a pressão necessária para abrir uma 
alvéolo de tamanho médio é em torno de 18cm de água. Se houver alguma coisa que quebre 
essa tensão, a pressão necessária passa a ser 4. Então é muito mais fácil respirar se não tem 
essa tensão superficial. Porque a tendência dela, se ficar assim, é de colabar o alvéolo, e isso 
gera uma situação clínica chamada de atelectasia. Para que isso não aconteça, existem aquelas 
células alveolares tipo 2 que produzem surfactante. O surfactante é uma molécula com 
características anfipáticas, então ele se mistura com o ar e a água e quebra essa forca de 
atração entre eles, porque ele tem na sua constituição lipídeos, proteínas, íons, tem muito 
lecitina, esfingomielina, então ela acaba se misturando. Essa substancia surfactante é o DPPC, 
e ele vai se misturar e vai gerar como se fosse uma solução, um emulsão, dentro desse alvéolo, 
então se aquelas forcas são quebradas ele fica redondo e consegue fazer a sua movimentação 
sem problemas. Então o surfactante diminui a tensão superficial e consequentemente 
aumenta a complacência alveolar, porque agora o alvéolo consegue desentender. 
Secundariamente, lembram da lei de Laplace? Não lembram dela toda, né? Ela diz o seguinte: 
quanto menor o raio, maior a tensão a que ele é exposto. E nos nossos pulmões nós temos 
alvéolos pequenos, médios e grandes e, consequentemente, os alvéolos pequenos sofreriam 
muito essa tensão superficial, fechando-se e jogando todo o ar deles para os maiores. Os 
maiores não iam se fechar completamente mas quase, e os pequenos totalmente. Como o 
surfactante está presente em todos, os alvéolos de pequeno tamanho continuam abertos, bem 
como os de meio e grande tamanho. Secundariamente ainda podemos dizer que ele “seca os 
alvéolos”, porque se eu tiver forca de atração dentro dos alvéolos, a agua do líquido intersticial 
vai ser atraída por essas forcas, mas como elas foram quebradas, o líquido intersticial fica do 
lado de fora e dentro só a humidade natural do alvéolo. Outra coisa importante é que osurfactante é produzido no terço final de gestação, então quando diz que o recém nascido 
ainda não estava com o pulmão pronto, é a falta do surfactante. Essa criança precisa de ajuda 
na respiração e precisa receber esse surfactante exogenamente. Depois, ao longo da vida, vai 
sendo renovado. 
Nos livros 
vocês vão encontrar essa 
figura mostrando a linha 
que demostra inspiração 
e expiração, que não é 
uma reta, é uma 
parábola (eu acho, só sei 
que não é uma reta que 
parece uma folha). O 
que acontece, isso quer 
dizer que a linha da 
inspiração não é igual a linha da expiração. Se eu considerar volume de ar e a diferenca de 
pressão, principalmente nas pleuras, porque eu não tenho uma linha reta exata para 
inspiração e expiração? Por que eu tenho uma curva? Pensem no trabalho, trabalho 
inspiratório e expiratório, qual deles exige mais? O inspiratório. Esse é o principal motivo. Além 
disso, a gente tem que lembrar que ao longo do pulmão, quando a gente inspira e expira, há 
uma diferença em termos de volume de ar que vai entrar, pelo seguinte: quando eu expiro, eu 
zero o meu pulmão de ar? Não, fica um volume residual que ajuda a dar forma para o pulmão. 
Então sempre a base vai precisar de menos ar naquele momento, então isso també ajuda a 
gerar essa diferenca, e também o fato das costelas ajudarem nessa movimentação, 
principalmente na parte de baixo, faz com que exista essa diferenca, essa curva para inspiração 
e expiração. E isso é chamado de histerese pulmonar. 
Agora vamos pensar o seguinte: eu estou em repouso e em seguida eu começo 
uma atividade, o volume do meu pulmão vai ficar igual? Não. Eu vou ter que modificá-lo. Então 
eu vou ter que gerar uma mudanca em relação à resistencia das vias aéreas, porque elas vão 
ter que permitir agora a passagem de um volume maior de ar em relação ao que passava no 
repouso. Então existem alguns fatores que determinam essa resistência que podem ser do 
pulmão, intrapulmonar, ou de outro local do corpo ou inclusive externo, como a qualidade do 
ar que eu estou respirando, também o controle nervoso, simpático ou parassimpático. Então 
vamos pensar o seguinte: saí do repouso e fui para a atividade, se eu vou aumentar o volume 
de ar eu preciso distender o pulmão – pensando na estrutura pulmonar – no momento que eu 
distendi o pulmão, para eu conseguir isso, o que eu fiz com a retração elástica que é o 
estiramento dos músculos? Aumentei ou diminui? Aumentei, para poder abrir as vias aereas. A 
resistencia à passagem do ar aumentou ou diminuiu? Diminuiu, claro. Esses dois fatores são 
intrapulmonares, é a estrutura ligada ao pulmão e à caixa torácica. Agora, quem de fora do 
pulmão pode me ajudar a fazer essa distensão? O simpático que é broncodilatador. Então é 
um fator extrapulmonar que vai me ajudar a diminuir a resistencia da passagem do ar, ai ele 
vai dilatar, relaxar o musculo liso e o ar passa mais facilmente. Então esses tres fatores são do 
proprio organismo. Além disso nós temos a qualiadade do ar. Então, por exemplo, se nós 
estivermos em um lugar fechado, humido e quente, fica fácil respirar? Não, normalmente a 
gente precisa fazer mais força, porque o ar é mais denso e mais viscoso, fica mais difícil 
movimentá-lo para dentro. Então aqui nós temos um fator extrapulmonar, extracorpóreo que 
influencia nisso, precisamos fazer mais forca. Se nós respirarmos um ar muito puro, ou um ar 
que tenha na mistura o gás Helio, que é um gás extremamente leve, fica mais fácil respirar 
porque ele carreia as outras moléculas rapidamente para o interior das vias aeres. Então eu 
vou ter uma resistencia muito menor. Então a qualidade do ar interfere nisso. Fatores que 
interferem nisso são fatores que aumentam ou diminuem as vias aéreas interferem nisso. 
Todo mundo 
conhece um expirômetro? É 
aquele aparelho utilizado em 
atletas, por exemplo. É 
colocado um tubo na boca, e 
o indivíduo respira com um 
tubo na boca e tem o nariz 
fechado. Ele vai estar em uma 
bicicleta ou em uma esteira 
fazendo atividade, ai esse 
tubo vai medir o volume de ar que entra e sai em cada movimento respiratório, normalmente 
associado a isso ele vai estar com um vaso canulado para fazer gasometria, para quantificar o 
CO2 no sangue desse indivíduo. Então isso vai dar uma ideia dos volumes e capacidades 
pulmonares, o volume é a quantidade de ar que entra e sai em cada situação, no repouso, na 
inspiração forçada, na expiração forçada, e o que sobra. E as capacidades são os somatórios 
desses volumes. Então vamoscomeçar pelo (1) volume corrente que a gente já sabe o que é, 
que é o volume de ar inspirado e expirado no repouso, que é em torno de 500ml. Porém, eu 
posso dizer para um indivíduo forçar uma inspiração, que seria como se ele estivesse em uma 
atividade brusca, então ele vai inspirar além do repouso até onde ele puder, e isso é o 
(2)volume de reserva inspiratóro, que pode chegar a até 3 litros. Como ele inspirou a mais, ele 
também vai expirar a mais, e esse é o (3) volume de reserva expiratório, que é em torno de 1 
litro. Por que ele inspirou 3 e expirou só 1l ? Porque o pulmão não pode ficar zerado de ar 
nunca, e mesmo em uma expiração forcada eu precisa manter um (4) volume residual, que é 
em torno de 1200ml. 
Os somatórios dos 
volumes volumes são as 
capacidades, então se eu somar os 
4 eu sei quanto cabe no pulmão do 
indivíduo, eu vou ter a (1) 
capacidade pulmonar total 
(VC+VRI+VRE+VR). Eu posso 
considerar também uma (2) 
capacidade inspiratória (VC+VRI), que é quanto cabe no pulmão do indivíduo no repouso e na 
atividade máxima, em termos de inspiração. Posso também calcular quanto ele consegue 
expirar forçadamente [(3)capacidade residual funcional] ainda mantendo o volume residual, 
que é o VRE + VR. E a chamada (4) capacidade vital que é quanto ele consegue movimentar 
no repouso e na atividade, então eu só não considero o volume residual, então é VC+VRI+VRE, 
é essa que o atleta consegue engrandecer. Esse volume residual fica sendo sempre o mesmo 
ar? Cada novo movimento ele é renovado, e é claro que ele não pode ficar lá com acúmulo de 
co2, porque isso dificultaria a próxima troca, ele vai ter sempre na base mais co2 do que no 
ápice, mas nunca pode ter um acumulo muitogrande porque senão o co2 não vem do sangue 
para a troca. 
Alguns conceitos como curiosidade: o que é um paciente em eupneia? O paciente 
que vai ao dentista dificilmente está em eupneia, né. Eupneia é a respiração normal, tranquila. 
Normalmente o paciente chega lá já ofegante né, já com dispneia, que é uma dificuldade 
respiratória, uma variação no ritmo respiratório. O que é traquipneia e bradipneia? Assim 
como para o coração a taquicardia e a bradicardia, o sistema respiratório tem a traquipneia e a 
bradipneia como aumento da frequencia respiratória e dimunuição, respectivamente. Anóxia é 
a ausencia de oxigenação no tecido. Hipóxia é diminuição da oxigenação do tecido, e a 
hiperóxia é a oxigenação elevada, que é menos comum – esse excesso de oxigenio poderia 
levar por exemplo a um estresse oxidativo, o que seria ruim para as células. E o que é 
hipoxemia? Emia é de corrente sanguinea, então é a diminuição da pressão de oxigenio na 
circulação. Então a pressão de 95 caiu para 50, por exemplo, o paciente está com pouco 
oxigenio. Hipocapnia ou hipercapnia – sufixo capnia significa co2 – então hipocapnia é 
diminuição da pressão de co2 na circulação e hipercapnia é o aumento da pressão de co2. 
Normalmente quando a gente tem hipoxemia, temos associado a hipercapnia. E o que são 
estertores? São os fluxos que a gente pode escutar: os turbulentos, o laminar, os roncos, os 
ruídos da pneumonia né, da secreção. Apneia é a parada respiratória,e na semana que vem a 
gente vai ver que ela é muitas vezes um recurso de proteção para não entrar um gás tóxico, 
por exemplo. 
Bom, quando a gente vai fazer uma troca gasosa e vai fazer todo esse movimento 
que a gente viu aí, lá entre alvéolo e capilar é fundamental que exista diferença de pressão, 
porque nós estamos falando de difusão, não tem gasto de energia, então vai do maior para o 
menor, então geralmente o oxigenio é maior no alveolo para poder passar para o sangue, e o 
co2 é maior no sangue para poder passar para o alveolo. Esse é o primeiro fator para ter a 
troca gasosa. Além disso, existem outros dois fatores importantes que é o tipo de frequencia 
repiratória que eu tenho e o fluxo sanguineo. Então eu preciso que a velocidade com que o ar 
está entrando e saindo seja compatível com garantir que ele seja trocado e para isso eu 
também preciso de um fluxo sanguineo numa velocidade que garanta essa troca. Então um 
paciente, por exemplo, com uma hipertensão, pode precisar ajustar a frequencia respiratória 
para ajustar a troca gasosa porque o volume de sangue é grande e está passando numa 
velocidade maior e isso dificulta a troca e o centro respiratório precisa ajustar também. Então 
é fundamental ter ar e sangue em termos de velocidade e uma diferença de pressão entre eles 
para garantir uma troca gasosa. 
Pensando nessa difusão, quem é mais fácil difundir, oxigenio ou co2? CO2 é de 20 
a 25 vezes mais difusível que o oxigenio. O coeficiente de difusão dele é maior. E isso faz o 
que? Que uma alta pressão de oxigenio seja por exemplo 104, e uma alta pressão de co2 46. 
Por que? Numericamente essa diferenca é grande porque o co2 é muito mais fácil de 
movimentar. Pensando nas pressões, no ar que a gente inspira e expira, tem oxigenio, co2, 
nitrogenio e um monte de coisas, tanto no que entra quanto no que sai, então eu tenho uma 
mistura gasosa e nessa mistura cada gas tem uma pressão parcial, que no final vão ter a 
mesma pressão total, pelo seguinte: quando eu inspiro, eu tenho muito nitrogênio, bastante 
oxigenio e um pouco de co2 - vamos imaginar que o ar é puro – e a quantidade de água desse 
ar é varivável. Já o ar que está dentro do alveolo, ele tem a camada de ar constante, então ele 
tem a pressão de água a 37 graus que é 47mmHg, e ai ele vai ter co2, oxigênio e nitrogênio. 
Sempre para dar a mesma pressão. Então porque o co2 é maior no ar alveolar do que no ar 
inspirado? Porque o oxigenio chega lá e imediatamente é trocado, então sempre vai ter mais 
co2 no alveolo, o oxigenio é maior no ar inspirado e menor no ar alveolar, por que? Porque 
não tá acumulando, tá chegando e indo para a troca. E o nitrogenio tem uma pequena 
difenrença que é o volume que fica no espaco morto, porque o nitrogeno só entra e sai. No 
final nós temos a mesma pressão da mistura. O que nos interessa não é a pressão total, é que 
tem uma difenrença nas pressões de oxigenio e de co2. Isso que é o importante para garantir a 
troca, por isso a necessidade das pressões parciais. Então se a gente pensar nisso, o que 
determina a pressão parcial de oxigenio ou de co2 no alveolo. Primeiro o oxigenio, o que faz 
com que eu tenha uma pressão, por exemplo, de 100mmHg de O2 no alveolo? A velocidade 
com que ele está indo para o sangue, então da troca, e a velocidade com que ele está 
entrando pela inspiração. E o co2 a mesma coisa no sentido inverso: a velocidade com a qual 
ele está vindo do sangue e a velocidade com que ele está sendo expirado. Então é frequencia 
respiratória e fluxo sanguineo, determinando isso. 
Essa troca gasosa acontece através de uma membrana, entre alveolo e capilar, 
que tem o líquido intersticial. O ar está dentro do alveolo com água e surfactante, então a 
primeiro coisa pela qual o oxigenio vai passar é pela água e pelo surfactante. Aí ele vai passar 
pela membrana do alveolo que tem os pneumócitos ou células alveolares tipo 1, ai vai cair no 
líquido interstcial, ai vai entrar no capilar, membrana do capilar sempre é dupla, membrana 
basal e endotelial, e ai ele vai entrar no sangue, e o co2 a mesma coisa em sentido inverso. 
Então se eu tenho todas essas camadas, qualquer coisa que afete uma dessas camadas afeta a 
troca gasosa. Então por exemplo, o que a gente falou lá no começo, o paciente tá com 
pneumonia ou com uma gripe muito forte, então ele vai ter edema. O que acontece? Por que a 
troca gasosa fica prejudicada levando a paciente a ter dispneia (dificuldade respiratória)? 
Aumenta o espaço intersticial, o capilar fica mais longe do alveolo e a troca gasosa fica mais 
difícil, há o aumento da espessura da membrana respiratória. Aquele paciente que é fumante 
crônico e tem lá a nicotína depositada nos seus alveolos, a área de superfície de troca vai 
continuar igual? Não. Vai ser diminuida, então, consequentemente, também vai difiultar a 
troca gasosa. Então qualquer fator que afete ou a membrana do alveolo ou o liquido 
intersticial ou a membrana do capilar afeta a troca gasosa. Então fatores que afetam a área de 
superfície, a espessura, determinan dificuldade de troca gasosa. Além disso, sempre vai ser 
mais fácil movimentar o co2 do que movimentar oxigenio, tem uma diferença na troca dos 
dois, e também, o gradiente de pressão ou de concentração do gases. Então se nós estamos 
em repouso a nossa diferenca de pressao é menor, porque eu produzo menos co2 no sangue, 
eu gasto menos oxigenio, mas eu também inspiro um pouco menos então eu tenho menor 
diferença. Agora, numa atividade mais intensa, eu produzo mais co2, eu consumo mais 
oxigenio, então eu gero diferenca de pressão maior, fica mais fácil fazer a troca. Então são 
fatores que determinam ou afetam essa capacidade de troca gasosa. Além disso, qualquer 
coisa que afete, por exemplo, pressão arterial do paciente, vai afetar o fluxo sanguineo 
naquela área de troca e vai afetar a troca. Da mesma forma, qualquer coisa que dificulte a 
entrada e a saída do ar vai dificultar a troca gasosa. Então frequencia respiratória e fluxo 
sanguíneo estão determinando isso, como a gente viu antes. 
 
ATIVIDADES 
4) Em uma festa da escola um rapaz de 17 anos de idade põe um saco de papel sobre a 
boca e inspira e expira. A medida em que ele respira no saco, sua frequência 
respiratória continua a aumentar. Qual dos seguintes fenômenos é responsável pelo 
aumento na ventilação? 
(F)Aumento na PO2 alveolar. 
(F)VDiminuição na PCO2 no alveolo. 
(v)Aumento na PC02 no alveolo. 
(F)Aumento no pH. [Não pode porque quanto mais CO2 eu tenho mais hidrogênio eu produzo, 
hidrogênio é ácido, então ficaria com acidose e não com alcalose.] 
 
5) Um bebê prematuro tem deficiência de surfactante, sem surfactante muitos dos 
alveolos colapsam ao final de cada expiração, o que, por sua vez, leva à insuficiência 
pulmonar. [Aqui é importante a gente lembrar que o bebê recém nascido não tem 
musculatura suficiente para gerar a diferença de pressão que precisaria na ausência do 
surfactante, então ele não consegue mesmo fazer essa movimentação] Qual das 
seguintes séries de mudanças estão presentes no bebê prematuro comparado a um 
bebê normal? 
[O que acontece com a tensão superficial alveolar no bebê prematuro? Aumenta, porque a 
função do surfactante é reduzir a tensão superficial, o alinhamento das moléculas. E a 
complacência pulmonar diminui. Se o alvéolo está assim ele não consegue acomodar um 
volume extra de ar, então era letra D] 
6) A pressão pleural de uma mulher de uma mulher de 56 anos de idade é de 
aproximadamente -5cm de água em condições de repouso imediatamente antes da 
inspiração. [Isto é, a capacidade residual funcional, que é o VRE+VR, então é quanto 
ela ainda poderia expirar mais o volume residual]. Qual a pressão intrapleuraldurante 
a inspiração em cm de água? 
(F) +1cm de água 
(F) +4 cm de água 
(F) 0 cm de água 
(F) -3 cm de água 
(V) -7 cm de água 
Por que -7? Porque ela tem que ser mais negativa, né. 
7) Um homem expira 1000ml num expirômetro. As pressões intrapleurais eram de -4cm 
de água antes da inspiração e de -12 no final da expiração. Qual é a complacência 
pulmonar? 
(F) 50ml/cmH20 
(V) 125ml/cmH20 
(F) 150ml/cmH20 
(F) 250ml/cmH20 
8) Um paciente tem espaço morto de 150ml, capacidade residual funcional de 3 litros, 
volume corrente de 650ml, volume de reserva expiratório é de 1,5litro, a capacidade 
pulmonar total é de 8 litros, e a frequencia respiratória é de 15 movimentos por minuto. 
Qual é o volume residual? 
 (F)500ml 
(F)1000ml 
(v)1500ml 
CRF= VRE+VR/ CRF=3000/ VRE=1500/ 3000=1500+VR/ VR=1500 
9)A pressão alveolar normal de uma mulher de 77 anos de idade é de 
aproximadamente 1cmH20 durante a expiração, qual é a pressão alveolar durante a 
expiração? 
-1cmH20 
 
 
 
Aula 2 
Nós estamos transportando oxigênio do alvéolo em direção à célula e CO2 no 
sentido inverso, passando pela corrente sanguínea. Então há necessidade de que o oxigênio 
saia dos alvéolos para os capilares pulmonares, a partir daí vá para o coração, se espalhando 
por todos os tecidos, chegando até os capilares de cada tecido, e aí para chegar na célula ele 
precisa passar pelo líquido intersticial, ou extracelular, que rodeia todas as células, e o CO2 a 
mesma coisa em sentido inverso. Nesse processo, uma boa parte do transporte, ou a maior 
parte, vai acontecer na circulação. Esse processo de transportar gases na circulação sempre 
acontece por difusão, por uma diferença de concentração, como a gente viu semana passada. 
Quando esses gases estão ligados ou transformados em uma substancia química, isso facilita e 
engrandece a capacidade de transporte. Então no caso do oxigênio, quando ele está ligado na 
hemoglobina, isso aumenta em até cem vezes a capacidade de transporte, então é 
fundamental a presença da hemoglobina para isso. E no caso do CO2, quando ele está ou 
ligado numa substancia química, ou na sua maior parte transformado em uma substancia que 
é o bicarbonato, isso também engrandece em até vinte vezes a capacidade de transporte. 
Então essas reações químicas de ligação ou de transformação são fundamentais para isso. Mas 
o que vai impulsionar esses gases é, basicamente, a diferença de transporte [acho que ela quis 
dizer pressão]. Então olhando esse esquema aqui [o caminho do gás que vai do alvéolo até a 
célula, que ela havia colocado no quadro negro], onde nós temos a maior pressão parcial de 
oxigênio? (pressão parcial porque é uma mistura gasosa) nesse trajeto onde o oxigênio é 
maior? O alvéolo é o local onde há maior pressão de oxigênio. E o CO2 sentido inverso, ele tem 
uma pressão maior na célula e menor no alvéolo. Isso como ponto de partida e ponto de 
chegada. Cada parte em que ele for transportado como, por exemplo, do alvéolo pro capilar, o 
alvéolo precisa ter pressão maior e o capilar menor para poder receber, e assim 
sucessivamente. Então vamos ver o que são essas pressões em termos numéricos e isso varia 
um pouco de literatura para literatura, são médias, só para termos uma ideia. 
 
 
 
 
Então, o capilar pulmonar, quando ele está chegando para sofrer a hematose, 
esse sangue chega venoso – chega através da artéria pulmonar (a única artéria do corpo que 
transporta sangue venoso), até os capilares pulmonares – quando ele chega venoso ele chega 
com uma concentração de oxigênio baixa; ainda tem, mas é baixa, então ele tem uma PO2 
de 40mmHg. Isso já nos dá uma indicação de que sobra oxigênio em uma quantidade bem 
razoável no nosso movimento respiratório, o que já nos permite, por exemplo, aumentar a 
atividade sem precisar mudar a respiração, porque tem oxigênio sobrando para isso. Então, 
chega com 40, e daí ele vai encontrar um ambiente em que a gente inspirou e encheu os 
pulmões com oxigênio, então a pressão de oxigênio no alvéolo é em torno de 104mmHg. 
Então se o alvéolo tem 104mmHg e o sangue que está chegando tem 40, eu tenho uma 
diferença de pressão de 64, que é suficientemente grande para que o oxigênio saia do alvéolo 
e vá para o sangue. Agora o sangue sai daqui arterial, com uma pressão de oxigênio de 
104mmHg, agora ele saí do capilar pra a veia pulmonar (a única veia do corpo que transporta 
sangue arterial) e depois vai para o átrio esquerdo, ventrículo esquerdo e depois, através da 
aorta vai se espalhar pelo organismo. Porém, o que acontece entre a veia pulmonar e o átrio 
esquerdo? Uma pequena mistura do xante brônquico, ou anastomose, que era aquele sangue 
que saiu da circulação brônquica, que nutriu o tecido pulmonar e pegou os resíduos mas não 
conseguiu se misturar com a circulação pulmonar antes dela se tornar arterial, enquanto ela 
ainda era venosa, então ele vai se misturar aqui. O sangue que chega aqui é um volume de 
sangue pequeno, apenas 2% do sangue corporal. Então até aqui eu tinha um sangue com 
oxigênio puro, que tinha 104mmHg, e agora ele vai receber 2% de co2. O que vai acontecer 
com a pressão de 104? Vai descer um pouquinho, ela vai para 95mmHg, e esses 95mmHg são 
os 95 que vão chegar no coração, vai sair pelo ventrículo esquerdo e se espalhar pela aorta 
para todos os vasos, atingindo todos os tecidos, então essa é a pressão do sangue circulante, 
95mmHg. Então essa pressão é a que vai chegar no capilar de cada tecido. Por exemplo, se nós 
estivermos caminhando lá nos capilares que irrigam a musculatura das pernas, aí o que 
acontece: vai chegar 95 e as células daquele tecido vão tirar a quantidade que elas precisam 
para trabalhar, porque elas não vão armazenar oxigênio, elas vão tirar o que elas precisam. 
Então, se elas tiverem uma atividade moderada elas vão tirar pouco, se estiverem em uma 
atividade mais brusca mais. Mas na média nós vamos ter uma utilização baixa de oxigênio, 
porque tem tecido que estão não estão trabalhando e tem tecidos que estão trabalhando 
bastante. Então, esses 95 são suficientes para que as células recebam esse oxigênio e possam 
sobreviver e trabalhar. Antes de chegar na célula ele precisa obrigatoriamente passar pelo 
líquido intersticial, ou extracelular, esse líquido recebe tudo aquilo que a célula vai receber, 
então passa primeiro por ele, mas ele recebe também todos os resíduos da célula. Ele nunca 
vai ser rico em oxigênio, ele sempre tem uma pressão de oxigênio muito parecida com a do 
sangue venoso, em torno de 40mmHg, então se eu tenho uma pressão de 40 e o sangue está 
chegando com 95 de oxigênio, isso me dá um gradiente de pressão de 55, que é 
suficientemente alto para que realmente vá para a célula tudo que ela precisa. 
Ai, como é que funciona na célula: a célula tem uma pressão média de 23mmHg, 
que é um fator de segurança, porque se ela estiver entre 5 e 50 ela trabalha – 5 em atividade 
basal, 40 em atividade intensa – então se eu considerar uma média de 23, é um fator de 
segurança porque ela sempre vai ter oxigênio para sobreviver e para trabalhar. Se ela tiver 
entre 1 e 3mmHg ela sobrevive, não consegue trabalhar mas sobrevive. Então 23 permite que 
ela trabalhe razoavelmente bem. Agora, o oxigênio vai passar do líquido intersticial para a 
célula, o líquido intersticial vai ficar com a pressão compatível com o trabalho, se ele está 
precisando de 40, ele vai tirar 40 do sangue para poder passar 40 para a célula, se a célula 
estiver precisando de 5, ele vai tirar 5 do sangue para passar 5 para a célula. Sempre de acordo 
com a atividade da célula, e sempre do maior para o menor. 
Professora, quando o sangue venoso chega pelos capilares pulmonares paraentrar pelo alvéolo, o co2... 
Lembra aquele esqueminha que a gente viu no final da aula passada? A 
membrana alveolar. Então o CO2 que está dentro do capilar, ele vai ter que passar pela 
membrana do capilar, que é dupla com membrana basal e endotelial, pelo líquido intersticial, 
e pelas células do alvéolo, os pneumócitos tipo 1, para daí misturar com a água e com o 
surfactante, e o oxigênio faz esse percurso no sentido contrário. Então aqui interferem aqueles 
fatores que a gente viu, qualquer fator que aumente a espessura da membrana, ou a área de 
superfície, alvéolo sem participação, vai afetar a troca gasosa. Também, nesse processo, é 
importante a gente lembrar que é muito mais fácil pro co2 se movimentar do que para o 
oxigênio, porque o co2 tem um coeficiente de difusão bem mais elevado que o do oxigênio, e 
isso vai se refletir nos valores das pressões que a gente vai ver daqui a pouco que são bem 
menores no caso do co2 (numericamente). Outro fator importante nisso é que quando a gente 
está em atividade, os tecidos que estão em atividade vão estar vaso-dilatados, para poder 
receber mais sangue, e, consequentemente, os alvéolos e os capilares vão estar mais 
próximos, então isso também facilita a troca gasosa, essa proximidade, a espessura da 
membrana fica menor e é mais rápida a troca. 
O que é uma alta pressão de CO2? Numericamente, uma alta pressão de co2 é 
muito menor do que a de oxigênio, é quase 46, enquanto a de oxigênio é 104. 46 que são o 
produto da célula utilizando esse oxigênio. Então se a célula tem 46mmHg e o líquido 
intersticial recebe tudo aquilo que a célula produz, ele vai ter quase a mesma coisa de CO2, 
mas tem que ser quase, não pode ser a mesma coisa porque senão não tem difusão. Então ele 
tem 45mmHg, esse gradiente de pressão de 1 já é suficiente para que o CO2 que é altamente 
difusível saia da célula e venha para o líquido intersticial. E aí ele tem que imediatamente ir pro 
sangue. Esse sangue estava trocando oxigênio, então agora ele vai ter que passar a captar o 
CO2, então ele ainda tem uma pressão de CO2 relativamente baixa, que é em torno de 
40mmHg, então se ele tem 40, o líquido intersticial recebeu da célula e ficou com 46 e ele tem 
40, isso me dá uma diferença de pressão de 6, que é suficiente para que o CO2 saia do líquido 
intersticial e venha para o sangue, esse sangue é o sague que vai para a veia cava, átrio direito, 
ventrículo direito a artéria pulmonar, vai quanto de PCO2? 46mmHg. O alvéolo é o local de 
pressão mais baixa, lembra que todo o ar que chega é expirado mas fica um volume residual, 
então naquele volume residual sempre vai ter um pouquinho de CO2,então nunca a pressão 
vai ser zero, sempre ela vai ser em torno de 30 a 35 para o CO2. Como ele está chegando com 
46, isso me dá uma diferença de pressão de 11 a 16, que é suficientemente grande para que o 
CO2 venha para o alvéolo e depois seja expirado. Então o importante é que sempre é do maior 
para o menor, e sempre em sentidos inversos, o O2 indo e o CO2 vindo. Os valores numéricos 
sempre vão ser muito mais elevados para o oxigênio do que para o CO2, porque o CO2 se 
difunde com uma facilidade muito maior. 
Obs: sempre que sai da célula para o sangue ou do alvéolo para o sangue, a tendência é ficar 
com a mesma pressão do local de onde saiu, porque ele tá mandando embora, tanto o 
oxigênio quanto o CO2. Depois, aqui no sangue é que pode variar dependendo da necessidade 
do tecido, que vai tirar só quanto ele precisar. 
Agora vamos jogar aqui a 
hemoglobina ou as outras formas de 
transporte, principalmente para o co2. Então, 
quando o sangue chega no capilar pulmonar 
até chegar no capilar tecidual, ele tem que 
ter as formas de transporte para engrandecer 
a capacidade. No caso do oxigênio, 97-98% 
dele estão ligados a hemoglobina, estão na 
forma de oxi-hemoglobina, que é uma 
ligação frouxa e reversível. Por que? Porque 
perto alvéolo vai ligar, e quando chegar no 
tecido, a hemoglobina tem que soltar o 
oxigênio para ele poder ser utilizado. Então 97-98% estão assim, e 2 a 3% estão no estado 
dissolvido, solto no plasma. Porque que se a forma de oxi-hemoglobina engrandece em até 
100X a capacidade de transporte, porque não é 100% do oxigênio ligado na hemoglobina? A 
estrutura da hemácia é grande ou pequena, comparada com outras células do organismo? 
Grande. Então podem haver no organismo capilares pequenos em que a hemácia não consiga 
passar, a ai se só tivesse oxigênio ligado na hemoglobina da hemácia essas células não 
receberiam oxigênio. Então por isso é importante uma pequena parte dissolvida. Então na 
imagem acima nós temos uma estrutura mostrando a porção heme da hemácia, e mostrando 
que existe na porção perfirina (?) 4 átomos de ferro. Cada átomo de ferro liga uma molécula 
de oxigeno, quando o primeiro se liga, isso engrandece a capacidade de ligação dos outros, 
então cada molécula de hemoglobina transporta 4 moléculas de oxigênio nos átomos de ferro. 
A ligação sempre é maior onde a gente tem alta pressão de oxigênio, então perto do alvéolo, e 
a separação sempre vai ser maior perto da célula, onde a gente tem a necessidade da célula de 
utilizar esse oxigênio, portanto uma menor pressão de oxigênio. Essa ligação do oxigênio na 
hemoglobina chama-se saturação percentual de hemoglobina, então uma hemoglobina 
saturada é uma hemoglobina com oxigênio, a separação é dissociação. Essa separação 
percentual, acontece, na grande maioria, nas moléculas de hemoglobina do oxigênio. Cada 
100ml de sangue tem em torno 15gramas de hemoglobina. Para a gente ter uma ideia de 
utilização de oxigênio, se nós considerarmos esse sangue que sai do lado esquerdo do coração, 
com PO2 de 95mmHg, e se espalha pelo organismo, quantos por cento de saturação ele tem, 
lembrando que ele é sangue arterial e tem saturação máxima: 97 a 98%. Esse é um sangue 
que, considerando esses 15 gramas de hemoglobina, em cada 100ml de sangue vão ter 19,4ml 
de oxi-hemoglobina, sangue arterial. Agora, quando a gente analisa o sangue que está 
chegando para ser trocado, o sangue venoso, que ainda tem 40mmHg de PO2, ele ainda tem 
75% de saturação. Cada 100ml de sangue ainda tem 14,4ml de oxi-hemoglobina, ou seja, sobra 
muito oxigênio no sangue em cada movimento respiratório, o que nos permite aumentar a 
nossa atividade, sem precisar ajustar a respiração para isso. Essa diferença em torno de 25% é 
o chamado coeficiente de utilização, ou seja, quantos por cento do oxigênio da hemoglobina a 
gente utiliza. Então, em 24 horas das nossas atividades básicas nós utilizamos em torno de 25% 
do oxigênio, e isso é um percentual baixo. 
E agora vocês lembram aquela primeira pergunta que eu fiz para vocês? Quem 
era o limitante, se era o sistema cardiovascular ou o respiratório no engrandecimento de 
atividades? Então o respiratório sempre trabalha com uma reserva, ele não é um limitante, o 
importante é o cardiovascular dar conta de transportar isso. 
 
 
 
Como a 
gente tem o percentual 
de saturação e a pressão 
de oxigênio, é possível 
estabelecer uma curva 
que é chamada de curva 
de saturação da 
hemoglobina. Então 
quanto maior a PO2, 
maior o percentual de 
saturação, até os 97-
98%. O sangue venoso, 
aquele com 40, está aqui 
ó [meio do gráfico], 
pressão venosa. Se eu tenho 40mmHg de PO2, eu ainda tenho 75% de saturação. 
Existe um limite. Se eu fiz uma atividade muito intensa, eu usei mais de 25% do 
oxigênio, então vai voltar, vai sobra menos oxigênio ligado à hemoglobina no sangue venoso, 
vai chegar no pulmão com uma pressão de oxigênio menor que 40mmHg. Se esta pressão de 
40 volta em 25, isso significa 50% de saturação. Considerando-se que cada hemoglobina

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