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Resenha do capítulo 24 do capital

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
RESENHA DO CAPÍTULO XXIV DO LIVRO “O CAPITAL” DE KARL MARX
Prof.: Ana Paula Ornellas Mauriel
Nome: Raphaela Corel Barros Sant’Anna
Disciplina: Tópicos especiais em fundamentos da vida social - Teoria do Estado e Serviço
Social Turma: A5
Junho
2022/1
Introdução
O livro “O capital” de Karl Marx tem a priori construir conceitos e formular por meio
de uma crítica à economia política clássica que destrincham o modo de produção capitalista a
fim de compreender este. Na obra são apresentados vários conceitos que são base para o
funcionamento e estabilidade do capitalismo e um deles que irá se tornar presente nesta
resenha é o conceito de acumulação primitiva que é foco do capítulo xxiv intitulado “A assim
chamada acumulação primitiva”. Ao longo de sete tópicos Marx tem como objetivo
apresentar a história desta como principal fonte do aparecimento do modo de produção
capitalista além de mostrar as condições que esta gera a classe trabalhadora.
Desenvolvimento
Neste primeiro tópico, por meio de uma análise histórica, o autor explica a gênese do
surgimento do modo de produção capitalista. Num primeiro momento Karl Marx compara
esse fenômeno como sendo no mesmo papel do pecado original na teologia pois é o que data
a desigualdade na humanidade da mesma forma que adão na teologia condena a humanidade:
‘E desse pecado original datam a pobreza da grande massa,que ainda hoje, apesar de
todo seu trabalho, continua a não possuir nada para vender a não ser a si mesma, e a
riqueza dos poucos, que cresce continuamente, embora há muito tenham deixado de
trabalhar.’(MARX,2017.p 514)
Diante deste cenário, onde há o desenvolvimento do modo de produção capitalista, se
encontram duas classes: de um lado o capitalista que detém os meios de produção,
subsistência e dinheiro que valorizam a soma–valor que possuem por meio da compra da
força de trabalho e de outro que vende esta força de trabalho, ou seja, o trabalhador que
expropriado de seus meios de subsistência tem de vender sua força de trabalho para
sobreviver. O ponto de partida para este cenário de duas classes é a subjugação do
trabalhador, pois longe das relações feudais o trabalho fica livre e o trabalhador se vê liberto
para vender sua força de trabalho.
No segundo tópico, Marx narra o processo de expropriação que ocorre na Inglaterra,
porém é base para outros lugares. No processo de expropriação há o cercamento das terras
comunais com a expulsão brutal dos camponeses das terras onde viviam, sendo assim o modo
de produção capitalista nasce da acumulação de uma minoria em detrimento e apropriação da
maioria camponesa. Estas terras apropriadas são transformadas em pastagens de ovelhas e
essa apropriação só ocorre, como Marx explicita, com a legitimidade da lei pois a burguesia
,que crescia nesta época e que detinha grande parcela das terra ,só tinha esta parcela, segundo
marx, por meio do roubo veiculado pela própria lei:
“A forma parlamentar do roubo é a das “Bills for Inclosures of Commons” (leis
para o cercamento da terra comunal), decretos de expropriação do povo, isto é,
decretos mediante os quais os proprietários fundiários presenteiam a si mesmos,
como propriedade privada, com as terras do povo.”(MARX,2017.p 520)
No terceiro tópico Marx descreve a infeliz situação e o jeito que os camponeses foram
tratados durante este período de transição.Este novo proletariado de um lado não consegue se
inserir na manufatura da mesma forma que fora tirado do seu modo de vida anterior e de
outro sendo tirados de forma brusca do seu modo de vida convertem-se “massivamente em
mendigos, assaltantes, vagabundos, em parte por predisposição, mas na maioria dos casos por
força das circunstâncias” (MARX,2017.p 524). E esta condição segundo Marx explica a
legislação sanguinária contra a vagabundagem principalmente na Inglaterra durante os reinos
de Henrique VIII, Eduardo VI, Elizabeth I. Na vigência desses reinados os expropriados ,que
nas legislações são mendigos, vagabundos e que no geral pela lei se recusem a trabalhar, era
expostos a escravidão, açoitamentos, humilhação, presos, etc. Sendo assim a população rural
exposta a violência de ter sua terra roubada deve se submeter a disciplina do trabalho
assalariado. Com a acumulação do capital a demanda por trabalho assalariado aumentava na
mesma proporção, neste meio tempo que surge a organização da produção capitalista na
sociedade e por conseguinte a legislação sobre o trabalho assalariado. Cunhada na exploração
do trabalhador , a legislação rondava no rebaixamento dos salários punindo os patroes e os
trabalhadores que tinham salários maiores que os previstos por lei.
No quarto tópico Marx foca na origem dos capitalistas. A primeira forma de arrendatário
na Inglaterra é o bailiff, que junto com um Landlord, que lhe provê instrumentos para manter
a terra, explora mais trabalho assalariado. Depois se converte em meio arrendatário ou
metayer onde ele e o landlord investe cada um numa parte do capital agrícola, porém esta
forma desaparece e dá lugar ao arrendatário propriamente dito que valoriza seu próprio capital
por meio do emprego de trabalhadores assalariados (p.529) e neste meio tempo este
enriquece com o empobrecimento da população rural e com a queda do preço de metais e
conseguinte do dinheiro além de:
“O constante aumento dos preços do cereal, da lã, da carne, em suma, de todos os
produtos agrícolas, inchou o capital monetário do arrendatário sem o concurso deste
último, enquanto a renda da terra, que ele tinha de pagar, estava contratualmente
fixada em valores monetários ultrapassados”(MARX,2017.p 530)
O quinto tópico traz a criação do mercado interno para o capital industrial na qual se dá
em gênese pela expropriação da população rural que fornece a indústria urbana grandes
massas de proletários fazendo com que a indústria doméstica rural venha a ruína, liberando os
trabalhadores para o capital industrial e por conseguinte criando o mercado interno,
transformando assim:
“os pequenos camponeses em assalariados, e seus meios de subsistência e de
trabalho em elementos materiais do capital, criam para este último, ao mesmo
tempo, seu mercado interno.” (MARX,2017.p 531)
Além disso, há o princípio da mais valia, onde o capitalista tendo concentrado o capital e
tem lucro de suas atividades extraindo o trabalho não pago. E vendo que tudo é comerciável e
o trabalhador é potencial de mais valia assim nascendo com isso o exército industrial de
reserva que serve para baratear ainda mais o trabalho assalariado criando assim condições de
dependência do mercado para que se mantenha vivo.
O sexto tópico se concentra em explicar a gênese do capitalista industrial. Com a vinda do
novo mercado mundial que foi criado pelas grandes descobertas e navegações o sistema
feudal no campo e a constituição corporativa nas cidades não se sustenta por não conseguirem
transformar o capital monetário em capital industrial e desmoronaram com a dissolução dos
séquitos feudais e com a expropriação das terras. Por conseguinte se instala assim a nova
manufatura se aproveitando do sistema urbano e da constituição corporativa, logo após este se
tem um momento fundamental para a acumulação primitiva:
“A descoberta das terras auríferas e argentíferas na América, o extermínio, a
escravização e o soterramento da população nativa nas minas, o começo da
conquista e saqueio das Índias Orientais, a transformação da África numa reserva
para a caça comercial de peles-negras caracterizam a aurora da era da produção
capitalista.”(MARX,2017.p 533)
Durante estes eventos é inaugurada na Europa uma guerra comercial caracterizada na
violência e expropriações para com suas colônias que alavancam ainda mais a acumulação
primitiva principalmente pela dívida pública implantada nesses países além de basear suas
ações em puro racismo, eurocentrismo e no catolicismo. E assim nasce agrande indústria
moderna
No sétimo e último tópico é apresentado a tendência histórica da acumulação capitalista,
que se baseia principalmente na propriedade privada que é expropriada do trabalhador
assalariado. Porém quanto mais aumentam as desigualdades e explorações sobre os
trabalhadores, mais a revolta deste cresce e com a tamanha acumulação esta não se aguenta :
“A centralização dos meios de produção e a socialização do trabalho atingem um
grau em que se tornam incompatíveis com seu invólucro capitalista. O entrave é
arrebentado. Soa a hora derradeira da propriedade privada capitalista, e os
expropriadores são expropriados.”(MARX,2017.p 533)
Sendo assim Marx vê na classe trabalhadora o motim para a revolução social que socializa os
meios de produção e acabaria com este mecanismo.
Conclusão
No livro “O capital”, especialmente no capítulo XXIV, Karl Marx apresenta ao leitor as
características da acumulação primitiva e também revela a este as fragilidades dos argumentos
burgueses além de explicitar as violências legitimadas e reproduzidas pelo Estado a classe
trabalhadora. Ao decorrer da leitura é perceptível a semelhança desse processo narrado por
Marx com a experiência de invasão e colonização do Brasil, por conta das expropriações das
terras indígenas e violência para com os povos nativos além do estabelecimento dos
latifúndios. Ademais elementos como a mais-valia e o exército industrial reserva continuam
intactos na sociedade atual fazendo com que se torne ainda mais importante o conhecimento
sobre a acumulação primitiva.
Referências bibliográficas
MARX, Karl. O Capital. Livro I [1867]. Capítulo 24. São Paulo, Boitempo, 2017.

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