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Lei de abuso de Autoridade - Lei nº 4.898 de 1965

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21
Crimes de abuso de autoridade 
Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade ad-
ministrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas 
funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei.
1.	 Fundamento	constitucional.	O direito de representação está previsto no 
art. 5º, XXXIV, alínea a da CRFB/88, que dispõe: “são a todos assegurados, 
independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos 
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de 
poder”. A lei 4898/65 possibilitou à vítima de qualquer abuso de poder por 
parte de um agente público levar tal fato ao conhecimento das autorida-
des públicas.
2.	 Bem	jurídico	tutelado.	São dois os bens jurídicos tutelados pela lei. O pri-
meiro é o regular funcionamento da Administração Pública. O segundo 
são os direitos e as garantias fundamentais previstos na CRFB/88. Como 
veremos adiante, cada tipo penal da presente lei constitui violação de um 
direito ou de uma garantia fundamental.
3.	 Sujeito	ativo.	É a autoridade pública, conforme veremos adiante ao co-
mentarmos o art. 5º. 
4.	 Sujeito	passivo.	O Estado e o indivíduo vítima do abuso.
5.	 Competência	 para	 processo	 e	 julgamento.	Compete à Justiça Comum, 
Federal ou Estadual processar e julgar o delito de abuso de autoridade. 
Caso a prática do delito cause violação a alguns bens, interesse ou servi-
ço da União Federal, suas entidades autárquicas ou empresas públicas, a 
competência será da Justiça Federal, na forma do art. 109, IV da CRFB/88, 
como na hipótese de o abuso ser praticado dentro de uma Delegacia de 
Polícia Federal ou dentro do INSS, Autarquia Federal. Caso contrário, a 
competência para processo e julgamento será da Justiça Estadual. Deve-
rão ser seguidas as regras de competência do Código de Processo Penal, 
sendo, portanto o local da consumação do crime o competente para pro-
cessar e julgar a autoridade pública autora do delito (art. 70).
22
Gabriel Habib
 É de se notar que a simples condição de o agente que pratica o delito 
de abuso de autoridade pertencer aos quadros da Administração Pública 
Federal, não determina a competência da Justiça Federal para processar e 
julgar o delito.
► STJ
INFORMATIVO	N˚	430
Sexta Turma.
COMPETÊNCIA. CRIME. ABUSO. AUTORIDADE.
Trata-se de habeas corpus em que o paciente afirma ser incompetente 
a Justiça Federal para processar o feito em que é acusado pelo crime 
de abuso de autoridade. Na espécie, após se identificar como delegado 
de Polícia Federal, ele teria exigido os prontuários de atendimento mé-
dico, os quais foram negados pela chefe plantonista do hospital, vindo, 
então, a agredi-la. A Turma, por maioria, entendeu que, no caso, não 
compete à Justiça Federal o processo e julgamento do referido crime, 
pois interpretou restritivamente o art. 109, IV, da CF/1988. A simples 
condição funcional de agente não implica que o crime por ele praticado 
tenha índole federal, se não comprometidos bens, serviços ou interes-
ses da União e de suas autarquias públicas. Precedente citado: CC 1.823-
GO, DJ 27/5/1991. HC	102.049-ES,	Rel.	Min.	Nilson	Naves,	julgado	em	
13/4/2010.
6.	 Infração	de	menor	potencial	ofensivo.	Considerando-se que a pena má-
xima cominada ao delito de abuso de autoridade prevista no art. 6º, § 3º. 
b não ultrapassa dois anos, o abuso de autoridade é considerado infração 
penal de menor potencial ofensivo, sendo, portanto, a competência, dos 
Juizados Especiais Criminais, e lá devem ser aplicadas as medidas despena-
lizadoras. Após a alteração do art. 61 da lei 9099/95 pela lei 11.313/2006, 
mesmo os delitos, para os quais haja procedimento especial previsto em 
lei, são considerados infrações penais de menor potencial ofensivo.
► STJ
“PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ABUSO DE AUTORIDADE. RE-
PRESENTAÇÃO. DESNECESSIDADE. TRANCAMENTO DO INQUÉRITO. 
APLICAÇÃO DO RITO DA LEI Nº 9.099/95. III – Com o advento da Lei nº 
11.313/2006, que modificou a redação do art. 61 da Lei nº 9.099/95 e 
consolidou entendimento já firmado nesta Corte, "consideram-se infra-
ções penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as 
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não 
23
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa", independente-
mente de a infração possuir rito especial. Writ parcialmente concedido. 
(HC 59591/RN Rel. Min. Felix Fischer, DJ 04/09/2006).”
“CRIMINAL. RESP. ABUSO DE AUTORIDADE. INFRAÇÃO DE MENOR PO-
TENCIAL OFENSIVO. LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS. ALTERAÇÃO 
DO LIMITE DE PENA MÁXIMA. COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS 
CRIMINAIS AINDA QUE O DELITO POSSUA RITO ESPECIAL. LEI ESPECIAL. 
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA. RECURSO PROVIDO. I. A Lei 10.259/01 trou-
xe nova definição de delitos de menor potencial ofensivo, para incluir 
aqueles para os quais a lei preveja pena máxima não superior a dois 
anos, sem fazer qualquer ressalva acerca daqueles submetidos a pro-
cedimentos especiais, razão pela qual todas as infrações cujas penas 
máximas não excedam a dois anos, inclusive as de rito especial, passa-
ram a integrar o rol dos delitos de menor potencial ofensivo, atraindo a 
competência dos Juizados Especiais. II. Se a Lei 10.259/01 não ressalvou 
os delitos submetidos a procedimentos especiais, a superveniência da 
Lei 10.409/02 não exclui a competência do Juizado Especial Criminal 
para julgamento do feito, com a possibilidade de aplicação subsidiária 
dos institutos desta última. (REsp 744951/MG. Rel. Min. Gilson Dipp, DJ 
01/02/2006).”
“HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME DE ABUSO DE AUTO-
RIDADE.
JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL FEDERAL. VIOLAÇÃO AO RITO PROCEDI-
MENTAL PREVISTO NA LEI N.º 9.099/95. NULIDADE DO RECEBIMENTO 
DA INICIAL ACUSATÓRIA. 1. A Lei n.º 10.259/2001, ao definir as infrações 
de menor potencial ofensivo, estabeleceu o limite de dois anos para a 
pena máxima cominada, derrogou o art. 61 da Lei 9.099/95 e alterou o 
limite de um para dois anos, para efeitos da transação penal, indepen-
dentemente de possuírem procedimento especial, desde que obedeci-
dos os requisitos autorizadores. Precedentes. (HC 32493/MG, Rel. Min. 
Laurita Vaz, DJ 17/05/2004).” 
► STJ
INFORMATIVO	Nº	169.
Quinta	Turma
ABUSO DE AUTORIDADE. TRANSAÇÃO PENAL.
É possível propor a transação penal no crime de abuso de autoridade 
(Lei n. 4.989/1965), visto que a Lei n. 10.259/2001 não exclui da compe-
tência do Juizado Especial Criminal os crimes que possuam rito especial. 
HC 22.881-RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 8/4/2003.
Crimes de abuso de autoridade Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965
24
Gabriel Habib
7.	 Competência	para	processo	e	julgamento	do	abuso	de	autoridade	prati-
cado	por	militar.	Na hipótese de ser um militar o sujeito ativo do abuso, 
a competência para processo e julgamento do delito continua sendo da 
Justiça Comum, Federal ou Estadual. Não será deslocada para a Justiça 
Militar, uma vez que se trata de um delito comum, e, não, militar, por não 
estar previsto no Código Penal Militar (DL 1001/69). Nesse sentido, sú-
mula 172 do STJ: “Compete a justiça comum processar e julgar militar por 
crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço.”
→	 Aplicação	em	concurso
• Departamento de Polícia Rodoviária Federal/2008. CESPE.
Compete à justiça militar processar e julgar militar por crime de abuso de 
autoridade, desde que este tenha sido praticado em serviço. 
A alternativa está errada.
8.	 Competência	para	processo	e	julgamento	do	abuso	de	autoridade	pre-
visto	no	código	Penal	Militar,	praticado	por	militar.	Existe o delito de abu-
so de autoridade previsto no art. 176 do Código Penal Militar, que possui 
a seguinte redação: “Ofender inferior, mediante ato de violência que, por 
natureza ou pelo meio empregado, se considereaviltante: Pena – deten-
ção, de seis meses a dois anos”. Nessa hipótese, o militar realmente será 
julgado pela Justiça Militar, mas tão-somente em razão de ser esse um 
crime militar por estar previsto no Código Penal Militar, o que não se passa 
com o abuso previsto na lei 4898/65. 
9.	 Competência	para	processo	e	julgamento	no	caso	de	conexão	entre	abu-
so	de	autoridade	praticado	por	militar	e	outro	crime	militar.	No caso de 
o militar praticar um crime militar qualquer, por exemplo, abandono de 
posto (art. 195 do CPM) em conexão com o delito de abuso de autoridade 
previsto na lei 4898/65, deverá haver a separação dos processos para o 
processo e julgamento. Assim, à Justiça Militar competirá o processo e o 
julgamento do crime militar, e à Justiça Comum competirá o processo e o 
julgamento do crime de abuso de autoridade. Nesse sentido, súmula 90 
do STJ: “Compete a justiça estadual militar processar e julgar o policial mi-
litar pela pratica do crime militar, e a comum pela pratica do crime comum 
simultâneo aquele.”
10.	Competência	para	processo	e	julgamento	no	caso	de	conexão	entre	abu-
so	de	autoridade	e	homicídio	doloso.	Nesse caso, aplica-se a norma con-
25
tida no art. 78, I do Código de Processo Penal, sendo o Tribunal do Júri o 
órgão competente para processar e julgar os dois delitos, uma vez que a 
conexão, como causa de modificação de competência que é, modificará 
a competência para processo e julgamento do abuso de autoridade, so-
bretudo após o advento da lei 11.313/2006, que alterou a redação do art. 
60 da lei 9099/95, determinando a observância das regras de conexão e 
continência.
11.	Portaria	nº	82,	de	29	de	abril	de	2010	do	CNJ	–	Conselho	Nacional	de	Jus-
tiça.	O CNJ publicou a Portaria 82/2010, criando o Grupo de Trabalho para 
o levantamento e apuração de abuso de autoridade, tortura e qualquer 
outro tipo de violência perpetrado por agentes públicos contra presos e 
adolescentes em conflito com a lei. O Grupo de Trabalho tem as seguintes 
atribuições: identificar todos os procedimentos administrativos, inquéritos 
e ações relacionados casos de tortura e abuso de autoridades; propor a re-
quisição de instauração de processo administrativo contra suspeitos que já 
respondem a inquéritos e ações; concitar o Ministério Público a mover ações 
de improbidade contra os suspeitos e, por fim, concitar a Defensoria Pública 
a ingressar com ações de indenização contra o Estado em favor das vítimas. 
Eis íntegra da redação da Portaria:
Portaria	nº	82,	de	29	de	abril	de	2010.
“O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso de suas 
atribuições legais e regimentais;
CONSIDERANDO o disposto na Lei no 12.106, de 12 de dezembro de 
2009, RESOLVE:
Art. 1º Instituir, no âmbito do Conselho Nacional de Justiça, Grupo de 
Trabalho para levantamento e apuração de abuso de autoridade, tortu-
ra e qualquer tipo de violência perpetrado por agentes públicos contra 
presos e adolescentes em conflito com a lei, que poderá:
I – identificar todos os procedimentos administrativos, inquéritos e ações 
relacionados a casos de tortura e abuso de autoridades;
II – propor a requisição de instauração de processo administrativo con-
tra suspeitos que já respondem a inquéritos e ações;
III – concitar o Ministério Público a mover ações de improbidade contra 
os suspeitos;
IV – concitar a Defensoria Pública a ingressar com ações de indenização 
contra o Estado em favor das vítimas.
Crimes de abuso de autoridade Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965
26
Gabriel Habib
Art. 2º O Grupo de Trabalho será composto por: 
I – juiz auxiliar da Presidência, coordenador do Departamento de Moni-
toramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execu-
ção de Medidas Socioeducativas (DMF);
II – três juízes auxiliares da Presidência do Conselho Nacional de Justiça;
III – um juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, indicado pelo 
Ministro Corregedor;
IV – um servidor do CNJ, indicado pelo coordenador do DMF;
V – até dois juízes indicados pelo Tribunal de Justiça do Estado no qual se 
faz a apuração dos fatos.
§ 1º Portaria do DMF poderá, após indicação do Tribunal de Justiça do 
Estado, incluir membro para compor o Grupo de Trabalho. 
§ 2º O Grupo de Trabalho poderá contar com o auxílio de autoridades 
e especialistas com atuação em áreas correlatas, sempre que se fizer 
necessário para o bom andamento dos trabalhos.
Art. 3º A coordenação do Grupo de Trabalho caberá ao Juiz Auxiliar, 
coordenador do DMF, que atuará como proponente na concessão das 
diárias e passagens necessárias ao desempenho das atividades.
§ 1º A iniciativa dos processos de concessão de diárias e passagens po-
derá ser delegada a servidor do DMF, hipótese na qual os atos serão 
posteriormente referendados pelo coordenador.
§ 2º O servidor integrante do Grupo de Trabalho designado nos termos 
do art. 2º fará jus às diárias no valor aplicável ao CJ3.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.”
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, 
à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para 
iniciar processo-crime contra a autoridade culpada.
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a ex-
posição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas 
circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no má-
ximo de três, se as houver.
27
1.	 Petição	de	representação.	Trata-se de um requerimento escrito e forma-
lizado em um termo, por meio do qual qualquer pessoa que se julgue víti-
ma de abuso de autoridade por parte do agente público pode requerer às 
autoridades a responsabilização civil, administrativa e penal do autor do 
abuso.
2.	 Destinatário	da	representação.	De acordo com as alíneas a e b, a repre-
sentação pode ser dirigida ao superior hierárquico do autor do abuso que 
tiver atribuição para a aplicação da sanção, como as Corregedorias. A re-
presentação pode ser também dirigida ao membro do Ministério Público. 
Nesse último caso, nada obsta que o Ministério Público requisite a instau-
ração de inquérito policial para reunir mais elementos probatórios para a 
formação da sua opinio delicti. 
3.	 Natureza	 jurídica	 da	 representação	 e	 ação	 penal.	 A leitura apressada 
do dispositivo legal pode levar o intérprete ao equívoco de pensar que 
a representação a que o dispositivo faz menção é uma condição objetiva 
de procedibilidade, sendo, portanto, a ação penal pública condicionada 
à representação, sobretudo se conjugado ao art. 12 da lei. Entretanto, a 
representação não tem tal natureza, mas, sim, um espelho do direito de 
petição, positivado no art. 5º, XXXIV, alínea a da CRFB/88, por meio do 
qual se leva ao conhecimento das autoridades públicas qualquer abuso 
de poder. Dessa forma, a representação tem natureza jurídica de notitia 
criminis. Nesse sentido, é o art. 1º da lei 5249/67 que dispõe: “A falta de 
representação do ofendido, nos casos de abusos previstos na Lei nº 4.898, 
de 9 de dezembro de 1965, não obsta a iniciativa ou o curso da ação pe-
nal”. Assim, a ação penal é pública incondicionada.
► STJ
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ABUSO DE AUTORIDADE. RE-
PRESENTAÇÃO. I – Em se tratando de crime de abuso de autoridade 
– Lei nº 4.898/65 – eventual falha na representação, ou mesmo sua 
falta, não obsta a instauração da ação penal. Isso nos exatos termos 
do art. 1º da Lei n° 5.249/67, que prevê, expressamente, não existir, 
quanto aos delitos de que trata, qualquer condição de procedibilidade 
(Precedentes do STF e do STJ). (HC 59591/RN Rel. Min. Felix Fischer, 
DJ 04/09/2006).
4.	 Requisitos	da	petição	de	representação.	Estão previstos no parágrafoúni-
co. 
Crimes de abuso de autoridade Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965
28
Gabriel Habib
→	 Aplicação	em	concurso
• Delegado de Polícia Civil/RJ. 2009. FESP.
No dia 02 de agosto de 2009, Valdilene compareceu à 14ª Delegacia de Polí-
cia e disse que seu filho Valdilucas, com 24 anos, havia sido agredido por po-
liciais, que estavam na comunidade onde reside a fim de prenderem pessoas 
envolvidas com o tráfico de drogas. Segundo narrou ao Delegado, os policiais 
abordaram algumas pessoas que estavam na rua, dentre elas o seu filho e, 
sem motivo aparente, deram vários tapas no rosto de Valdilucas, sendo certo 
que não ficaram marcas das agressões. Como deve proceder o Delegado?
A) Receber aquela informação como uma notícia-crime, necessitando da re-
presentação de Valdilucas para instaurar inquérito policial e apurar crime 
de abuso de autoridade, para o qual a lei prevê a necessária representação 
como condição de procedibilidade.
B) Instaurar inquérito policial para apurar crime de constrangimento ilegal, que 
é de ação pública incondicionada.
C) Receber aquela informação como uma notícia-crime, necessitando da repre-
sentação de Valdilucas para instaurar inquérito policial para apurar crime de 
lesão corporal, pois a vítima possui mais de 18 anos e se trata de crime de 
ação pública condicionada à representação.
D) Instaurar inquérito policial para apurar crime de abuso de autoridade, que 
independe da representação da vítima, pois se trata de delito de ação pública 
incondicionada.
E) Instaurar inquérito policial para apurar crime de tortura, que é crime de ação 
pública incondicionada.
Aternativa correta: Letra D.
• PC/RJ – Delegado de Polícia – 2009. FESP.
Sobre a Lei nº 4.898/1965, que regula o processo de responsabilidade admi-
nistrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade, é correto afirmar 
que:
D) a ação penal depende de representação do ofendido, que será exercida por 
meio de petição dirigida à autoridade policial.
A alternativa está errada.
• PC/RJ – Delegado de Polícia – 2009. FESP.
Sobre a Lei nº 4.898/1965, que regula o processo de responsabilidade admi-
nistrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade, é correto afirmar 
que:
C) a ação penal nos crimes tratados por essa lei é pública incondicionada.
A alternativa está correta.
29
• TJ/AC – Juiz substituto – 2007. CESPE.
Com relação ao crime de abuso de autoridade, inexiste condição de procedi-
bilidade para a instauração da ação penal correspondente. 
A alternativa está correta.
• PC/ES – Agente da Polícia Civil 2008. CESPE.
A ação penal por crime de abuso de autoridade é pública condicionada à 
representação do cidadão, titular do direito fundamental lesado.
A alternativa está errada.
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
1.	 Crimes	de	atentado.	Os crimes previstos no art. 3º da lei são classificados 
como crimes de atentado, que são aqueles que já trazem a figura da ten-
tativa como elemento do tipo. Logo, se a tentativa já esgota a figura típica 
na conduta do agente, o delito já está consumado. Seria correto, portanto, 
afirmar que, nesses crimes, o tentar já é consumar. Dessa forma, o delito 
não admite a figura da tentativa.
2.	 Condutas	que	configuram	o	abuso.	Os crimes estão previstos nas alíneas. 
Cada uma delas configura uma forma de abuso de autoridade e cada uma 
delas configura violação a um direito fundamental.
3.	 Violação	ao	princípio	da	legalidade.	O legislador utilizou, na descrição dos 
tipos penais, conceitos vagos e imprecisos, o que dificulta a sua interpre-
tação, violando, dessa forma, o princípio da legalidade, na vertente taxati-
vidade.
4.	 Crimes	próprios.	Em todas as alíneas, o crime é próprio, uma vez que só 
pode ser praticado por autoridade pública, nos moldes do art. 5º da lei, 
que será visto adiante.
5. Consumação. Em todas as alíneas do art. 3º, o delito estará consumado no 
momento da prática das condutas descritas nas alíneas.
a) à liberdade de locomoção; 
1.	 Direito	fundamental	violado.	A conduta viola o direito fundamental pre-
visto no art. 5º, XV da CRFB/88, que dispõe “é livre a locomoção no terri-
tório nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da 
Crimes de abuso de autoridade Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965
30
Gabriel Habib
lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.” Como o próprio 
tipo penal está a sugerir, basta qualquer forma de atentado à liberdade de 
locomoção do indivíduo para a configuração do delito em análise. Assim, 
não é necessária a efetiva privação da liberdade, que, se ocorrer, configu-
rará o delito do art. 4º, a da mesma lei. Caso a autoridade atente contra a 
liberdade de alguém, mas por um motivo justificado, não haverá a prática 
do delito, uma vez que, nessa hipótese, o agente público está usando, e 
não abusando, do seu poder de autoridade, como no caso de o agente 
policial deter alguém que esteja tentando causar um dano ao patrimônio 
público ou na hipótese de prisão em flagrante (art. 301 do Código de Pro-
cesso Penal), realização de blitz, com busca pessoal quando a autoridade 
tiver fundada suspeita de porte de arma por parte de alguém (art. 244 do 
Código de Processo Penal).
2.	 Direito	de	liberdade	de	ir	e	vir	e	sua	relatividade.	O direito constitucio-
nalmente assegurado de ir e vir não é absoluto, como não o são todos 
os direitos e as garantias fundamentais. Com efeito, todo e qualquer di-
reito fundamental é relativo, podendo ceder em face de outros direitos. 
Há casos, portanto, nos quais a lei permite a restrição da liberdade de 
alguém de forma lícita, sem que tal privação constitua, portanto, o delito 
em análise. É o que ocorre com o art. 139 da CRFB/88, que afirma que “na 
vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só 
poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I – obriga-
ção de permanência em localidade determinada; II – detenção em edifício 
não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns”.
3.	 Estado	de	sítio.	Na vigência de estado de sítio, pode haver restrição ao di-
reito de liberdade, sem que isso configure abuso de autoridade, por força 
da norma constitucional prevista no art. 139, I da CRFB/88.
4.	 Princípio	 da	 especialidade.	 Caso a vítima do atentado seja criança ou 
adolescente, o delito praticado será o do art. 230 da lei 8069/90, Estatu-
to da Criança e do Adolescente – ECA, que dispõe “Privar a criança ou o 
adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em 
flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade 
judiciária competente: Pena – detenção de seis meses a dois anos.”
→	 Aplicação	em	concurso
• MP/SP – Promotor de Justiça – 2010. 
Relativamente às assertivas abaixo, assinale, em seguida, a alternativa cor-
reta:
31
II. o fato de privar adolescente de sua liberdade sem obedecer às formalidades 
legais (flagrante de ato infracional ou ordem escrita de autoridade judiciária) 
constitui crime previsto na Lei nº 4.898/65 (Abuso de autoridade), que pre-
valece sobre norma correspondente da Lei nº 8.069/90 (ECA);
A alternativa está errada.
• PC/RJ – Delegado de Polícia – 2009. FESP.
Sobre a Lei nº 4.898/1965, que regula o processo de responsabilidade admi-
nistrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade, é correto afirmar 
que:
E) o crime de abuso de autoridade consistente no atentado à liberdade de loco-
moção admite tentativa.
A alternativa está errada.
5.	 Classificação.	Crime próprio; doloso; comissivo; instantâneo; de atentado; 
não admite tentativa.
b) à inviolabilidade do domicílio; 
1. Direito	fundamental	violado.	A conduta viola o direito fundamental pre-
visto no art. 5º XI, da CRFB/88, que tem a seguinte redação: “a casa é asilo 
inviolável do indivíduo, ninguém nelapodendo penetrar sem consentimen-
to do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para pres-
tar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. Da construção 
mais moderna e de alto luxo ao compartimento feito de papelão onde 
alguns mendigos se abrigam durante a noite, tem-se a proteção consti-
tucional do domicílio, não podendo a autoridade pública nele ingressar 
de forma irregular, sob pena de caracterização do delito em comento. O 
ingresso só poderá se dar de forma regular, nos seguintes moldes cons-
titucionais, caso em que não haverá a prática do crime: flagrante delito; 
desastre; para prestar socorro; durante o dia, por determinação judicial ou 
a qualquer hora do dia ou da noite com a permissão do morador.
2.	 Domicílio.	O seu conceito está no art. 150, § 4º do Código Penal, abran-
gendo, portanto, qualquer compartimento habitado, aposento ocupado de 
habitação coletiva e compartimento não aberto ao público, onde alguém 
exerce profissão ou atividade. A contrario sensu, de acordo com o art. 150, 
§ 5º do Código Penal, não se compreende no conceito de domicílio hospe-
daria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, 
salvo o aposento ocupado de habitação coletiva, bem como a taverna, 
casa de jogo e outras do mesmo gênero. 
Crimes de abuso de autoridade Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965
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Gabriel Habib
→	 Aplicação	em	concurso
• PC/ES – Agente da Polícia Civil 2008. CESPE.
Se um delegado de polícia, mediante fundadas suspeitas de que um moto-
rista esteja transportando em seu caminhão certa quantidade de substância 
entorpecente para fins de comercialização, determinar a execução de busca 
no veículo, sem autorização judicial, resultando infrutíferas as diligências, 
uma vez que nada tenha sido encontrado, essa conduta da autoridade po-
licial caracterizará o crime de abuso de autoridade, pois, conforme entendi-
mento doutrinário dominante, o veículo automotor onde se exerce profissão 
ou atividade lícita é considerado domicílio.
A alternativa está errada.
3.	 Inviolabilidade	do	domicílio	e	sua	relatividade.	Considerando a relativi-
dade do direito fundamental da inviolabilidade de domicílio, caso a auto-
ridade pública ingresse na residência de alguém autorizado pela norma 
legal ou constitucional, não se poderá falar em abuso de autoridade.
4.	 Estado	de	sítio.	Na vigência de estado de sítio, pode haver restrição ao 
direito de inviolabilidade de domicílio, sem que isso configure abuso de 
autoridade, por força da norma contida no art. 139, V da CRFB/88.
5.	 Princípio	da	especialidade.	O delito em análise é um tipo penal especial 
em relação ao art. 150 do Código Penal. Assim, se um particular violar o 
domicílio de alguém, pratica esse delito. Entretanto, caso seja autoridade 
pública, pratica o delito do art. 3º, b da lei 4898/65.
6.	 Art.	150,	§	2º	do	Código	Penal.	Teve sua incidência prejudicada pelo delito 
ora estudado, não mais podendo ser aplicado.
7.	 Classificação.	Crime próprio; doloso; comissivo; instantâneo; de atentado; 
não admite tentativa.
c) ao sigilo da correspondência; 
1.	 Direito	fundamental	violado.	A conduta viola o direito fundamental pre-
visto no art. 5º, XII da CRFB/88, que preconiza o seguinte “é inviolável o 
sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hi-
póteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal 
ou instrução processual penal”.
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2.	 Direito	ao	sigilo	da	correspondência	e	 sua	 relatividade.	Conforme dito 
alhures, todos os direitos fundamentais são relativos. Dessa forma, o sigilo 
das correspondências, comunicações telegráficas, de dados e das comu-
nicações telefônicas cedem em razão de outros interesses de maior valor, 
como o interesse público. Assim, não constituem esse delito os seguintes 
casos autorizados pela lei e pela jurisprudência: busca domiciliar, na qual 
se pretenda apreender cartas fechadas, destinadas ao acusado ou em seu 
poder, quando haja suspeita de que seu conteúdo possa ser útil à eluci-
dação do fato (art. 240, § 1º, f do Código de Processo Penal); apreensão 
de documento em poder do defensor do acusado, quando o seu conte-
údo constituir elemento do corpo de delito (art. 243, § 2º, do Código de 
Processo Penal); o conhecimento justificado pelo diretor do estabeleci-
mento prisional do conteúdo da correspondência escrita e recebida pelo 
preso (art. 41, parágrafo único da lei 7210/84) e o administrador judicial, 
na falência, sob a fiscalização do juiz e do comitê receber e abrir a corres-
pondência dirigida ao devedor, entregando-lhe o que não for assunto de 
interesse da massa (art. 22, III, d, da lei 11.101/2005).
→	 Aplicação	em	concurso
• PC/ES – Agente da Polícia Civil 2008. CESPE.
Caso, no decorrer do cumprimento de mandado de busca e apreensão deter-
minado nos autos de ação penal em curso, o policial responsável pela diligên-
cia apreenda uma correspondência destinada ao acusado e já aberta por ele, 
apresentando-a como prova no correspondente processo, essa conduta do 
policial encontrar-se-á resguardada legalmente, pois o sigilo da correspon-
dência, depois de sua chegada ao destino e aberta pelo destinatário, não é 
absoluto, sujeitando-se ao regime de qualquer outro documento.
A alternativa está correta.
3.	 Vigência	de	estado	de	defesa	e	estado	de	sítio.	Na vigência desses pe-
ríodos, pode haver restrição ao sigilo de correspondência, sem que isso 
configure abuso de autoridade, por força das normas previstas, respecti-
vamente, nos seguintes artigos da CRFB/88: 136, § 1º, I, b e 139, III. 
4.	 Princípio	da	especialidade.	O delito ora estudado é especial em relação ao 
do art. 40 da lei 6538/78, lei de serviços postais, que, por sua vez, revogou 
o art. 151 do Código Penal. Disso se conclui que se um particular violar o 
sigilo de correspondência de alguém, pratica o delito previsto na lei de ser-
viços postais. Contudo, caso o autor da violação seja autoridade pública, 
pratica o delito do art. 3º, c da lei 4898/65.
Crimes de abuso de autoridade Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965
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Gabriel Habib
5.	 Classificação.	Crime próprio; doloso; comissivo; instantâneo; de atentado; 
não admite tentativa.
d) à liberdade de consciência e de crença; 
1.	 Direito	 fundamental	 violado.	A conduta viola os direitos fundamentais 
previstos nos arts. 5º, VI e VIII da CRFB/88, segundo os quais, respectiva-
mente “inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegu-
rado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a 
proteção aos locais de culto e a suas liturgias” e “ninguém será privado de 
direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou políti-
ca, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e 
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”. 
2.	 Consciência	e	 crença.	Por consciência entenda-se a capacidade de per-
ceber e julgar o que se passa em nós e à nossa volta. Já crença significa 
aquilo em que se crê, em termos religiosos. 
3.	 Direito	à	liberdade	de	consciência	e	sua	relatividade.	Mais uma vez, esta-
mos diante de um direito relativo. Dessa forma, pode a autoridade pública 
interromper uma prática religiosa na qual se realize a morte de animais ou 
pessoas, ou que atente contra a ordem pública ou o Estado, sem que tal 
conduta configure abuso de autoridade.
4.	 Classificação.	Crime próprio; doloso; comissivo; instantâneo; de atentado; 
não admite tentativa.
e) ao livre exercício do culto religioso; 
1.	 Direito	fundamental	violado.	A conduta viola o direito fundamental pre-
visto no art. 5º, VI da CRFB/88, segundo o qual é “inviolável a liberdade 
de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosose garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a 
suas liturgias”.
2.	 Culto	religioso.	Significa a adoração, a veneração, a manifestação externa 
da religião.
3.	 Direito	ao	livre	exercício	do	culto	religioso	e	sua	relatividade.	Como direi-
to relativo que é, pode a autoridade impedir um culto que atente contra 
outros direitos, como o direito ao sossego ou ao silêncio, sem que isso 
configure o crime de abuso de autoridade.

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