FISIOLOGIA DO TRATO GASTROINTESTINAL - SILVERTHORN (capítulo 21) - desafios significativos para o TGI a. evitar a autodigestão: enzimas que digerem os alimentos em macromoléculas menores também são capazes de digerir as próprias cels do TGI - em caso de falha dos mecanismos protetores, há desenvolvimento de úlceras nas paredes b. balanço de massa: combinação entre a entrada e saída de líquidos c. absorção: geralmente é muito eficiente mas pode ser alterado por questões patológicas e de alimentação d. defesa: grande entrada de partículas exógenas somadas a uma grande superfície de contato atrelada a uma grande capacidade absortiva→ importância da localização do GALT MOTILIDADE INTESTINAL - contrações tônicas: mantidas por minutos ou horas // contrações fásicas: ciclos de contração-relaxamento de duração de segundos (região distal do estômago e ID) - ciclos de contração e relaxamentos são associados a ciclos de despolarização e repolarização → potenciais de ondas lentas - presença de células intersticiais, entre a camada de mm liso e plexo nervoso intrínsecos, podendo atuar como intermediárias entre os neurónios e o mm liso - ondas lentas: iniciam-se espontaneamente nas cels intersticiais → camadas musculares adjacentes (junções comunicantes) - onda lenta que não alcançar o limiar, não causa contração muscular (tudo ou nada → diferente do miocárdio) Padrões de contração - peristaltismo: ondas progressivas de contração que se movem de uma seção do TGI para a próxima→ movimentos circulares contraem o segmento apical a uma massa (bolo alimentar); essa contração empurra o bolo para frente até um segmento receptor, onde os mm circulares estão relaxados. O segmento receptor, então, contrai, continuando o movimento para frente. - contrações segmentares: segmentos curtos do intestino contraem e relaxam alternadamente → nos segmentos contraídos, o músculo circular contrai, ao passo que o músculo longitudinal relaxa → agitação do conteúdo intestinal, misturando-o e mantendo-o em contato com o epitélio absortivo REGULAÇÃO DA FUNÇÃO GASTRINTESTINAL 1. Reflexos curtos são integrados SNE: reflexos locais iniciados, integrados e finalizados completamente no TGI - o plexo submucoso contém neurônios sensoriais que recebem sinais do lúmen do TGI. A rede do SNE integra esta informação sensorial e, então, inicia a resposta → controle de secreção pelas cels epiteliais do TGI - neurônios do plexo mioentérico na camada muscular externa influenciam a motilidade 2. Reflexos longos são integrados ao SNC: incluem os reflexos antecipatórios e os reflexos emocionais (reflexos cefálicos) - antecipatórios: iniciam com estímulo sensorial (visão, lembrança, cheiro, som) que preparam o sistema digestório para a refeição que o encéfalo está antecipando (boca enche de água, estômago ronca) - mm liso e glândulas estão sob controle do SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO→ em geral, parassimático é EXCITATÓRIO E REALÇA AS FUNÇÕES DO TGI, e simpático INIBE A FUNÇÃO DO TGI HORMÔNIOS GASTRINTESTINAIS FUNÇÃO INTEGRADA: A FASE CEFÁLICA - estímulo antecipatório e o estímulo de alimento na cavidade oral ativam neurônios no BULBO→ sinais eferentes para as gll salivares e para o SNE via nervo vago → estômago, intestino e órgãos glandulares iniciam a secreção e aumentam a motilidade em antecipação ao alimento que virá A digestão mecânica e química inicia na boca FUNÇÕES DA SALIVA 1. amolecer e lubrificar o alimento → água e muco amolecem e lubrificam o alimento (melhora deglutição) 2. digestão do amido → digestão química inicia-se com a secreção de amilase salivar (quebra o amido em maltose depois que a enzima é ativada por Cl- salivar) 3. gustação → saliva dissolve o alimento para que seja possível sentir seu gosto 4. defesa → presença de lisozima (enzima salivar antibacteriana) e imunoglobulinas DIGESTÃO MECÂNICA: inicia na cavidade oral com a mastigação (lábios, língua, dentes); cria massa amolecida facilmente deglutida (bolo alimentar) A saliva é uma secreção exócrina - complexo fluido hiposmótico contendo água, íons, muco e proteínas (enzimas e Ig) - secreção de 3 glândulas salivares: - gl parótida → solução aquosa de enzimas / gl sublingual → saliva rica em muco / gll submandibulares → são mistas, contendo muco e enzimas PROCESSO DE PRODUÇÃO DA SALIVA - fluido inicial secretado pelas cel acinares assemelha-se aos LEC (solução isotônica de NaCl) - fluido passa pelo ducto para cavidade oral; cels epiteliais ao longo do ducto reabsorvem NaCl e secretam K= e HCO3- até que a razão entre os íons no fluido do ducto seja mais parecida com a do LEC (↑K+ ↓Na+) - membranas apicais das cels do ducto tem pouca permeabilidade a água - remoção efetiva de soluto do fluido secretado resulta em saliva hiposmótica em relação ao plasma - controle autonômico: pode ser desencadeada por estímulos visuais, cheiro, contato, pensamento ⇒ reflexos antecipatórios - inervação parassimpática é o estímulo primário para secreção da saliva mas também há alguma inervação simpática nas gll A deglutição leva o bolo alimentar da boca para o estômago - ação reflexa quem empurra o bolo alimentar ou líquido para o esôfago - estímulo para a deglutição é a pressão criada quando a língua empurra o bolo contra o palato mole e parte posterior da boca → a pressão do bolo ativa neurônios sensoriais que levam informações pelo NC IX para o centro da deglutição no bulbo - eferências do centro da deglutição: nn motores somáticos que controlas os mm esqueléticos da faringe e do esôfago superior, bem como nn autonômicos que agem nas porções inferiores do esôfago - palato mole eleva-se → fechamento da nasofaringe → contração muscular move a laringe para cima e para frente → fechamento da traqueia e abertura/relaxamento do esfíncter esofágico superior → bolo se move para baixo no esôfago com contrações peristálticas→ epiglote dobra-se para baixo (completo fechamento das VAS prevenindo broncoaspiração + respiração brevemente inibida) → contrações peristálticas empurram o bolo em direção ao estômago, auxiliado pela gravidade → relaxamento do esfíncter esofágico inferior → passagem do bolo alimentar para o estômago - se o esfíncter esofágico inferior não permanecer contraído, o ác gástrico e a pepsina podem irritar a parede do esôfago, levando à dor e irritação do refluxo gastroesofágico⇒ durante a fase de inspiração da respiração, quando a pressão intrapleural cai, as paredes do esôfago se expandem; essa expansão cria uma p subatmosférica no lúmen esofágico, que pode sugar o conteúdo ácido do estômago se o esfíncter estiver relaxado ⇒ DRGE FUNÇÃO INTEGRADA: A FASE GÁSTRICA FUNÇÕES DO ESTÔMAGO 1. ARMAZENAMENTO → armazena alimento e regula a sua passagem para o ID (onde ocorre a maior parte da digestão e absorção) 2. DIGESTÃO → digestão química e mecânica, formando o quimo 3. DEFESA → estômago protege o corpo por destruir muitos patógenos que são deglutidos juntamente com a comida ou aprisionados no muco das vias respiratórias; autoproteção (evitar a autodigestão) - antes da chegada do alimento, a atividade digestória no estômago inicia-se com um reflexo vagal longo da fase cefálica⇒ após a entrada do bolo no estômago, inicia-se uma série de reflexos curtos, constituintes da fase gástrica da digestão (distensão do estômago e a presença de peptídeos e aas no lúmen ativam cels endócrinas e nn entéricos + hormônios, neurotransmissores e moléculas parácrinas influenciam motilidade e secreção) O estômago armazena o bolo alimentar - alimento chega do esôgfago e o estômago relaxa e expande para acomodar o volume aumentado→ relaxamento receptivo (mecanorreceptores) - a metade superior do estômago permanece relativamente em repouso, retendo o bolo alimentar até que esteja pronto para ser digerido - estômago regula a velocidade na qual o quimo entra no ID→ sem essa regulação, o ID não seria capaz de digerir e absorver a carga do quimo que chega (se grande parte da absorção de nutrientes depender do IG, haverá diarreia, pois seu epitélio não é capaz de efetuar essa grande absorção