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Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros Tutorial 2 - Clínica Cirúrgica 1 – Descreva a anatomia cirúrgica do estômago: O estômago está situado no abdome, no quadrante superior esquerdo, entre o fígado e o baço. Localiza-se abaixo do diafragma, anteriormente ao pâncreas, superiormente ao duodeno e a esquerda do fígado. É o segmento mais dilatado do tubo digestório, compondo um reservatório entre o esôfago e o intestino delgado. É um órgão fixo em 2 pontos principais: a junção esôfago-gástrica e na porção retroperitoneal do duodeno. Se divide em cinco regiões anatômicas principais: a cárdia, o fundo, o corpo e o antro. Cárdia: situada acima da curvatura menor do estomago, funciona como uma válvula, que impede o refluxo do alimento para o esôfago. Fundo: situa-se na parte superior, acima da junção gastro-esofágica. Corpo: corresponde a 2/3 terços do tamanho total do estômago. Piloro: Região terminal, situada acima da válvula pilórica, que possui a função de retardar o esvaziamento gástrico. Sua parede é dividida em 4 camadas: a mucosa, a submucosa, a muscular própria e a serosa. A irrigação sanguínea do estômago se faz por partes: A pequena curvatura é irrigada pela artéria gástrica direita, ramo do tronco celíaco e artéria gástrica esquerda, que é ramo da artéria hepática. A grande curvatura é irrigada pela artéria gastroepiploica esquerda, ramo da artéria esplênica e pela artéria gastroepiplóica diretita, ramos da artéria gastroduodenal. O fundo é irrigado pelas artérias gástricas curtas, ramos da artéria esplênica. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros 2 – Descreve a fisiopatologia da Doença ulcerosa péptica: A doença ulcerosa péptica inclui tanto úlceras gástricas, quanto duodenais. Úlceras são definidas como rupturas na superfície da mucosa, com tamanho maior que 5 mm, com profundidade que vai até a submucosa. Sua incidência vem caindo vertiginosamente, esse fato se explica na queda da prevalência de colonização gástrica pelo H. pylori, sendo este o principal motivo de DUP, não o único. Outro fator é a terapia com potentes antisecretores gástricos. Tem maior incidência no sexo masculino, e tem como fatores de risco a infecção por H. pylori, o uso de AINE, e o tabagismo. Atenção especial que o fumo, está aumentando a incidência de DUP em mulheres. As úlceras duodenais apresentam maior incidência que as úlceras gástricas, geralmente as úlceras gástricas são encontradas em frequência em idosos, tendo pico de incidência a sexta década de vida, são assintomáticas e geralmente só são descobertas quando origina alguma complicação. Fisiopatologia da úlcera gastroduodenal: A maioria das UGD são decorrentes da infecção por H. pylori e uso de AINE. O H. pylori é uma bactéria Gram negativa, espiralada, responsáveis pelos diversos tipos de gastrite e pela maioria dos casos de úlcera péptica. Sua infecção, na maioria das vezes está relacionada a uma gastrite ativa, que em 10 a 15% dos casos desenvolvem uma ulceração péptica óbvia. As manifestações da infecção é resultado de uma complexa interação de fatores bacterianos com fatores relacionados ao hospedeiro. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros Fatores bacterianos: fixação a mucosa gástrica, produzindo lesão, sem invadir a mucosa gástrica, provocando uma inflamação inicial sendo capaz de sobreviver no meio ácido e não ser atacada pela defesa imune do hospedeiro. - Consegue viver no meio ácido por possuir uma enzima chamada urease, que degrada a uréia em bicarbonato e amônia, gerando um microtamponamento, permitindo a sobrevivência da bactéria. - Consegue se mobilizar pelo muco através de seus flagelos, conseguindo ancorar- se na célula gástrica. Sua infecção pode decorrer de uma desbiose na microbiota do hospedeiros, por antibióticos, por exemplo, ou pela mutação atraves de um bacteriófago. Essas mutações geram cepas resistentes que atuam lisando a célula epitelial, promovendo sua hidrolise e ainda gerando proteólise nas enzimas de aderência celular, promovendo sua invasão tecidual. Por infectar células gástricas, através de antígenos, a bactéria continua vivendo em meio extracelular, se esquivando da resposta citotóxica do hospedeiro. A resposta citotóxica por sua vez, lisa as células epiteliais permitindo erosão e progressão da inflamação da mucosa gástrica. Relacionada com aumento da secreção gástrica, resposta imune do hospedeiro, redução dos mecanismos de defesa da mucosa (diminuição do muco/bicarbonato e prostaglandinas). Tabagismo e alcoolismo está associado ao aumento da lesão gástrica, estudos mostram a redução na taxa de cicatrização, redução na resposta terapêutica, retardo do esvaziamento gástrico, redução da produção de bicarbonato. E propensão a infecção por H. pylori. AINES: Inibição da formação de PTG. As prostaglandinas desempenham um papel importante na proteção da mucosa gástrica, de modo que o uso de AINES, leva a redução de fatores citoprotetores gástricos, como o bicarbonato e o muco, deixando o tecido mais propenso a infecção. 3 – Classificação da ulcera gástrica quanto à localização: Tipo 1: Ou úlcera pequena curvatura, 55 a 60% dos casos. Mais comum e está associada a normo ou hipocloridria., com gátrite atrófica do corpo gástrico pelo H. pylori. Sua patogênese parece estar relacionada com proliferação bacteriana na junção antrocorpo, lesando a mucosa gástrica. Tipo 2 e 3: Associação direta com a hipercloridria, com patogênese semelhante a ulcera duodenal. Tipo 4: patogênese semelhante ao tipo 1, mas relacionada a normocloridria. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros 4- Discutir o mecanismo de infecção pelo Helicobacter pylori, as consequências gástricas, o diagnóstico e o tratamento: Infecção pelo HP: A H pilory é uma bactéria Gram negativa, espiralada, exclusiva do ser humano acometendo igualmente homens e mulheres. Sua prevalência aumenta com a idade, baixo nível sócio-econômico, condições de moradia e grau de instrução, estando presente em cerca de 60 a 80% da população. É uma bactéria que secreta urease que cliva a uréia gerando amônia e bicarbonato, criando um microambiente alcalino que permite que ela sobreviva no pH muito baixo do estômago. É uma bactéria extracelular que não invade a célula nem o estroma, ficando voltada para o lúmen. Tem flagelos para movimentar-se no muco até se fixar no epitélio. As células dendríticas emitem podócitos para o lúmen, fazendo uma amostragem do antígeno para os linfócitos Th0 que apresentam para o T helper, o qual estimula linfócitos B que induzem a produção de IgA para o lúmen da mucosa não permitindo assim uma exacerbação da colonização. Transmissão provável feco-oral ou oral-oral, a maioria das infecções ocorre na infância e se manifesta na fase adulta. Os tipos patogênicos têm um segmento que é a ilha de patogenicidade, que tem basicamente dois segmentos, um codifica cag (foco de citotoxidade) e o outro é o aparelho de secreção tipo IV, que faz uma coesão entre a bactéria e as células endoteliais do hospedeiro. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros A célula epitelial de alguns hospedeiros possuem um receptor NOD tipo 1-receptor de peptideoglicano para as proteínas liberadas pela bactéria pelo aparelho de secreção tipo 4, também para CAG. A célula percebe o antígeno como sendo de superfície,estimulando a produção de IFN-gama pelas céulas dendríticas, estimulando Th0 e diferenciação em Thelper1a- que promove a diferenciação em T citotóxico e TNF-alfa, o que irá gerar maior lesão na mucosa. Quando o H. pilory fica ancorado na mucosa ocorre a indução do aumento do espaço intercelular, onde a bactéria se aloja. Em seguida, ocorre a estimulação para liberação de IL-8, que recruta neutrófilos, aumentando assim a lesão. Ela também produz a proteína VAC que perfura a membrana plasmática causando lise das células epiteliais. Outra explicação para a doença é o aumento da permeabilidade epitelial, esse aumento permite com que a bactéria invada a membrana basolateral, mas não atravesse. Essa invasão causa uma resposta inflamatória, que gera a gastrite . A resposta inflamatória leva à lesão tecidual, que se manifesta como erosão, úlcera ou atrofia glandular. Secundário à lesão celular, há diminuição do muco e bicarbonato, favorecendo ainda mais a lesão. Alguns tipos de H.pylori desencadeiam a resposta humoral pela liberação de IgA, que é a resposta esperada. O IgA atravessa a barreira da célula sem causar lesão, se unindo a bactéria e não permitindo que ela se fixe no tecido epitelial. *Infecção por Hp quando restrita ao antro causa hipercloridria reflexa que atinge o duodeno. .*O alimento no estômago é um fator de melhora da dor porque diminui a liberação de HCl, entretanto, essa diminuição estimula a célula G a liberar gastrina, que age nas células parietais aumentando a liberação de HCl. No gastrinoma (tumores que produzem gastrina), como na síndrome de Zollinger Elinson há liberação constante de HCl. Consequencias gástricas: A infecção pelo H.pylori está relacionada às seguintes patologias gástricas: gastrite superficial crônica, gastrite crônica atrófica, adenocarcinoma gástrico, linfoma gástrico MALT e úlceras gástricas e duodenais. Diagnóstico: O diagnóstico da infecção pode ser dividido em testes invasivos, aqueles que são necessários a EDA/Biópsia, (teste rápido da Urease, histopatologia e cultura) e não-invasivos (sorologia e teste da Urease Respiratória e antígeno fecal). Terapia: A melhor terapia na erradicação do H. pylori tem como base uma combinação de 3 medicamentos: amoxicilina + claritromicina + IBPs (omeprazol). 2º escolha: Levofloxacino/Amoxicilina = IBP 5-Discutir sobre as manifestações clínicas da doença ulcerosa péptica: Úlcera duodenal: dor epigástrica não incapacitante, aliviada com a ingestão de alimentos, que desperta o paciente à noite, 66% das UD. Alimento tampona o HCL, Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros dor aparece depois que o alimento segue o transito intestinal e a secreção de HCL ainda continua. 2 a 10% sofrem perfuração. Úlcera gástrica: a dor piora ao se alimentar devido à liberação de HCL, tendo a alimentação como desencadeadora dos sintomas, comum anorexia, perda de peso, epigastralgia, sensação de plenitude, eructação persistente, sintomas da síndrome dispéptica. Pode ocasionar HDA e até perfuração se não tratada, 2 A 5% sofrem perfuração. 6 – Exames diagnósticos da DUP: Toda DUP deve ser pesquisado HP, já que é a sua principal causa. Para os pacientes que não apresentam sinais de alarme, não necessitam de EDA, podendo o diagnóstico ser feito através do exame não invasivo : Sorologia ELISA ou teste da ureia respiratória. A endoscopia digestiva alta é exame básico e deve ser realizada em todos os pacientes com fenômenos dispépticos, que tenha mais de 55 anos, ou com sinais de alarme; como anemia, sangramentos, perda ponderal, disfagia, odinofagia, massa abdominal, vômitos recorrentes... A EDA além da imagem endoscópica inclui biópsias das lesões encontradas e exame anatomopatológico para H.pylori, OU PODE SE realizar o TESTE DA UREASE, de menor custo, já que HP é a principal causa de DUP. Todos os pacientes com úlcera gástrica devem ser biopsiados, já que até 8% das UG são na verdade adenocarcinomas ulcerados. Á as úlceras duodenais não necessitam de biopsia devido baixo risco de neoplasia, necessitam apenas pesquisa de HP. A cultura é um exame menos utilizado devido dificuldade de isolamento e cultivo bacteriano. Sua vantagem seria no antibiograma, reduzindo risco de falha terapêutica. Em caso de suspeita de síndromes hipersecretoras, pode-se realizar o estudo da secreção gástrica, determinando o nível de secreção basal e secreção máxima de HCL, em portadores de UP que: crianças e adolescentes porque têm probabilidade de gastrinoma ou hiperfunção de células G. evidência de hipersecreção (úlceras múltiplas, síndrome de má absorção sem causa definida, resistência à terapia farmacológica convencional) história familiar de doença péptica -portadores de síndromes endócrinas (hiperparatireoidismo, feocromocitoma...) previamente submetidos a tratamento cirúrgico para doença péptica. 7 – Discutir sobre o tratamento clínico e cirúrgico da DUP: Tratamento clínico: Mudança do estilo de Vida – controle da dieta, evitar alimentos irritantes gástricos. Cessar o tabagismo/álcool , já que o tabaco retarda a cicatrização da úlcera e diminuem a resposta a terapia. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros Objetivo tratamento farmacológico: Redução da acidez do conteúdo gastro-duodenal e quando presente tratamento para o H. pylori. Com o objetivo de acelerar cicatrização da úlcera. 1º escolha: IBP (Omeprazol, Pantoprazol) 4 a 8 semanas. Ação na antisecreção gástrica. 2º escolha: Bloqueador dos receptores H2, reduzindo secreção gástrica. (Cimetidina, Ranitidina) Sucralfato: protetor de base ulcerada, formando uma película que protege contra o contato da ulcera com HCL. Quando pesquisado a HP e em caso de resultado positivo, acompanhada de sintomatologia e UGD ativa ou cicatrizada, pós cirurgia CA gástrico, pacientes que utilizarão AINE, Gastrite histológica intensa, história prévia de HDA, uso crônico de AAS, associar: 1º escolha: Amoxicilina + Claritromicina + IBP (Omeprazol), mínimo 7 dias. Exame de controle: mínimo 8 semanas após fim terapêutica: Teste da ureia respiratória quando não indicado EDA, ou o teste da urease se indicado EDA. TRATAMENTO CIRÚRGICO: Em caso de hemorragia refrataria ao tratamento clínico, pode se realizar a endoscopia com injeção de esclerosante, vasoconstritores ou cola biológica na região/vaso sangrante, caso terapêutica cirúrgica não aumente o risco de perfuração. Pode se realizar também termoregulação, eletrocoagulação, clipagem de vasos maiores. O tratamento cirúrgico é indicado quando o tratamento endoscópico não obteve resposta, está bastante restrito e geralmente ocorre quando associado a hemorragias ou estenoses devido tratamento endoscópico. Na úlcera perfurada o tratamento é cirúrgico, variando desde a sutura (ulcerorrafia) da perfuração e lavagem peritoneal, até técnicas cirúrgicas mais complexas. UD = Pilorotomia com ulcerorrafia. UG = Excisão e biópsia. 8- Discutir sobre os fatores epidemiológicos associados ao câncer gástrico: O câncer gástrico é um dos tumores malignos mais comuns, chegando a ser, em certos países, o mais frequente e a principal causa de mortalidade oncológica. Os pacientes costumam procurar assistência médica tarde demais, porque os sintomas na fase inicial são mínimos. É a terceira causa de câncer no sexo masculino entre 50 e 70 anos e a quinta entre as mulheres. É raro antes dos 35 anos de idade. O Adenocarcinoma gástrico é o tipo histológico mais comum; figura entre as principais causas de morte relacionadas ao câncer, representando 95% dos canceres gástricos.Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros Segundo o sabiston é a segunda causa mundial de morte oncológica. Os principais fatores de risco são: gastrite atrófica por H. pylori, anemia perniciosa, consumo de alimentos mal conservados e defumados. Apresenta dois subtipos; o intestinal: bem diferenciado, com formação de estruturas glandulares, que acomete mais homens, e o difuso, indiferenciado, sem formação de estruturas glandulares, com células em anel de sinete, que acomete mais mulheres jovens. 5% dos canceres gástricos correspondem a linfomas, sendo maioria deles o linfoma de células B, um linfoma Hodkgin agressivo e com prognóstico reservado. 9 – Discutir as manifestações clínicas do CA gástrico: Geralmente os Ca gástricos superficiais e curáveis cirurgicamente são assintomáticos. A medida que o tumor se estende os pacientes podem apresentar desconforto abdominal superior, insidioso que varia de plenitude pos-prandial vaga a dor intensa e constante. A anorexia é comum, muitas vezes acompanhada de N/V, pode haver perda de peso. As N/V são mais acentuadas nos tumores localizados no piloro e a disfagia e saciedade precoce estão acentuados em lesões que iniciam na cárdia. Os carcinomas gástricos se disseminam pela parede gástrica, as vezes, aderindo regiões adjacentes como pâncreas, colo e fígado. Também se difunde para vasos linfáticos, dando metástases para linfonodos intra-abdominais e supraclaviculares (nódulos de Virchow), ou metástase para ligamentoumbilical (Sinal de sister Mary Joseph). Podem gerar síndromes neoplásicas, acentuando as manifestações clínicas: como troblofebite migratória, acantose nigrans, ceratose seborreica difusa, síndrome nefrótica. 10- Exames diagnósticos do CA gástrico: Segundo o INCA,os exames para diagnóstico são: Radiografia contrastada com bário: A radiografia é realizada depois da pessoa ter bebido uma solução de bário, o bário delimita o estômago, no raio- X, ajudando o médico a encontrar tumores ou outras áreas anómalas. Durante o exame, o médico pode bombear ar para o estômago, de modo a tornar mais visíveis os tumores pequenos,além de mostrar defeito de enchimento devido lesão na mucosa. Endoscopia digestiva alta: Por esse exame se faz o diagnóstico definitivo, pois permite visualizar diretamente a neoplasia, a realização de biópsias para confirmação histopatológicas e permite garantir a via de alimentação segura para aqueles tumores obstrutivos com passagem de sonda nasoenteral ou confecção de gastrotomia endoscópica. A acurácia diagnóstica da endoscopia digestiva alta com biópsia e citologia atinge 95 a 99% para ambos os CA's gástricos. Para o estadiamento usamos os seguintes exames: Extensão/Estadiamento: Ultrassonografia endoscópica (USE): O estadiamento do CA gástrico e ,por vezes, seu diagnóstico melhoraram muito com o advento da USE. A extensão Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros do tumor, inclusive a invasão de parede e o comprometimento de linfonodos locais, pode ser avaliada por este exame,que fornece informações complementares ás obtidas com a TC. Além disso,pode ajudar a orientar as biópsias aspirativas de linfonodos para determinar seu caráter maligno.Na USE, um pequeno transdutor é colocado na ponta do endoscópio. Este endoscópio é passado até o estômago. Desse modo, o transdutor é posicionado diretamente sobre a parede do estômago, permitindo que o médico visualize as camadas da parede do estômago, bem como os gânglios linfáticos e outras estruturas.Quando necessário,as amostras podem ser analisadas para citopatologia por aspiração por agulha fina. Metástases: Tomografia Computadorizada: Tanto do tórax e abdome deve ser realizada para documentar linfadenopatia e comprometimento de outros órgãos (especialmente pulmão e fígado). Cintilografia óssea: É injetado pela veia um radiofármaco que se alastra a todo o esqueleto,é útil para avaliação de acometimento ósseo. Tomografia por emissão de pósitrons (PET) : Importante para observar metástases sistemicas. Este exame é feito injetando-se glicose juntamente com um elemento químico, geralmente radioativo. Subsequentemente a administração desse composto, são realizadas as imagens.O aparelho de PET- CT/Scan capta os sinais radioativos emitidos pelo flúor-18, traduzindo-os em imagens, determinando, deste modo, os locais onde este açúcar está presente, evidenciando o metabolismo da glicose. O equipamento utilizado neste exame gera imagens tridimensionais da área, mais nítidas do que os demais exames utilizados na medicina nuclear. O metabolismo da glicose é altamente importante, uma vez que a maior parte das células neoplásicas utiliza uma quantidade significativamente superior deste açúcar como fonte de energia, quando em comparação com as células normais. Estudos laboratoriais: Dosagem de CEA e CA 72,4 : Não existe marcadores específicos mas o diagnóstico de CA de estomago. Mas um nível elevado de antígeno carcinoembrionário (CEA) e CA 72,4 , não é útil para dar diagnóstio, mas pode ser usado como controle após regressão cirúrgica. Hemograma Completo: Pode haver anemia ferropriva progressiva em função do sangramento gastrointestinal superior cronico e indolor comum nesses pacientes. Dosagem de eletrólitos e pH: Pode haver alcalose metabólica em função de vomitos e Hipernatremia em função da desidratação. Transaminases: As anormalidades das enzimas hepáticas,tanto hepatocelulares como colestáticas,podem ser reflexo de acometimentos metastático hepático. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros 11 – Estadiamento do CA gástrico: Estadiamento TNM, Tumor primário (T) TX:Tumor primário não pode ser avaliado T0:Sem evidencia de tumor primário Tis: Carcinoma in situ: Tumor intraepitelial com invasão da lamina própria. T1:Tumor invade a lamina própria, a mucosa muscular ou a submucosa. T1a:Tumor invade a lamina propria ou a mucosa muscular. T1b:Tumor invade a submucosa T2: Tumor invade a muscular própria T3:Tumor penetra noo tecido conjuntivo subseroso sem invasão do peritonio visceral ou das estruturas adjacentes (baço,cólon transversal,fígado,diafragma,pancreas,parede abdominal,glandula adrenal,rim,intestino delgado e o retroperitonio). T4:Tumor invade a serosa (peritonio visceral) ou as estruturas adjacentes. T4a:Tumor invade a serosa (peritonio visceral) T4b:Tumor invade as estruturas adjacentes Linfonodos regionais (N) Nx :Os linfonodos regionais não podem ser avaliados N0: Ausencia de metástase em linfonodos regionais (Obs: Uma designação de pN0 deve ser usada caso todos os linfonodos examinados forem negativos, independentemente do número total removido e examinado. ) N1: Metástase em 1-2 linfonodos regionais N2: Metástase em 3-6 linfonodos regionais N3:Metástase em 7 ou mais linfonodos regionais N3a:Metástase em 7-15 linfonodos regionais N3b:Metástase em 16 ou mais linfonodos regionais Metástase distante (M) M0:Sem metástases distantes M1: Mestátase distante OBS: Um tumor pode penetrar na muscular própria estendendo-se até os ligamentos gastrocólicos ou gastro-hepáticos , ou para o omento maior ou menor , sem a perfuração do peritonio visceral cobrindo essas estruturas. Nesse caso,o tumor é classificado como T3. Se houver perfuração do peritonio visceral cobrindo os ligamentos gástricos ou o omento , o tumor deve ser classificado como T4. 12-Discutir a classificação modificada de Borrmann para câncer gástrico precoce: Nos carcinomas precoces, a lesão não infiltra além da submucosa independentementese existirem ou não linfonodos comprometidos. Podem apresentar-se como: Protusos ou tipo I Superficial ou tipo II que são subdivididos em: -Elevado ou IIa -Plano ou IIb -Deprimido ou IIc -Ulcerado ou tipo III. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros As lesões, representadas na figura 1, podem apresentar quaisquer diâmetros. 13 – Discutir a classificação de Borrmann para o câncer gástrico, estádio avançado: O adenocarcinoma gástrico avançado invade a parede gástrica mais profundamente, para além da submucosa. O sistema de Borrmann divide o carcinoma gástrico em cinco tipos, dependendo da aparência macroscópica da lesão. Lesões Protrusivas: Tipo 1 (elevado) : São lesões polipóides ou fungiformes Lesões depressivas: Tipo II (ulcerado): Lesões ulceradas rodeadas por bordas elevadas (A partir daqui já é considerado tumor avançado). Tipo III (úlcero-infiltrativo): Lesões ulceradas com infiltração para dentro da parede gástrica ( O tipo III desta classificação corresponde ao câncer em sua forma úlcero-infiltrativa, que em nosso meio é considerado o tipo mais freqüente, podendo ocorrer em metade dos doentes. ) Tipo IV (úlcero-infiltrativo): Lesões difusamente infiltrativas -Tipo V: Não se encaixam em qualquer outra categoria. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros 14 – Discutir sobre as opções terapêuticas e o prognóstico do câncer gástrico: Adenocarcinoma gástrico: remoção total do tumor com ressecção dos linfonodos adjacente é a única chance de cura. A gastrectomia subtotal é a escolha para carcinomas distais enquanto tumores mais proximaisexigem gastrectomias totais ou subtotais. O prognóstico após uma ressecção cirúrgica completa depende do grau de penetração tumoral na parede gástrica. Quanto maior for o acometimento de linfonodos regionais, invasão vascular e aneuploidia, pior o prognóstico. Probabilidade de sobrevida nos próximos 5 anos: 20% tumores distais e 10% proximais. Podem ter reiincidivas em menos de 8 anos após a ressecção, de modo que a cirurgia deve ser ofertada mesmo a aqueles pacientes que não tem chance de cura, sendo o melhor paliativo. É um tumor radioresistente e o seu controle exige doses de radiação que a mucosa intestinal não suportariam de modo que a radioterapia é apenas para controle da dor. Estudos mostram que a radioterapia isolada após ressecção completa não aumentam a sobrevida. Aumento da sobrevida observado em estudos com a adição de drogas citotóxicas, associado a radioterapia. A quimioterapia isolada após ressecção também tem demostrado boa resposta. E a combinação quimioterapia pre e pos cirúrgica, associada a radioterapia tem reduzido a taxa de recidiva e aumentado a sobrevida. Linfoma gástrico primário: Responde muito melhor ao tratamento do que o adenocarcinoma. A erradicação do H.pilory faz regredir cerca de 75% dos linfomas MALT gástricos, por isso deve ser realizado correto diagnóstico e feito o tratamento para h. pylory antes de considerar cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Já o linfoma de alto grau localizados, é indicado a gastrectomia subtotal associada a poliquimioterapia, o que evidencia uma sobrevida de 40 a 60% nos próximos 5 anos. Pacientes com evidencia radiológica de acometimento linfonoidal deve ser realizado após cirurgia a quimioterapia com CHOP (ciclofosfonamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona). A radioterapia nessa caso é controvérsia, já que as reincidivas geralmente são em locais distantes.
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