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@Elisastudies._ • Conceito A prisão é o cerceamento da liberdade de locomoção, é o encarceramento. Pode advir de decisão condenatória transitada em julgado, que é a chamada prisão pena ou, ainda, ocorrer no curso da persecução penal, dando ensejo à prisão sem pena, também conhecida por prisão cautelar, provisória ou processual. • Espécies − PRISÃO PENA: Decorrente de uma sentença condenatória transitada em julgado. − PRISÃO CAUTELAR/SEM PENA/PROCESSUAL: Antes do trânsito em julgado, na fase investigativa ou processual. Existem algumas espécies de Prisão Sem Pena, são elas: • FLAGRANTE; • PREVENTIVA • TEMPORÁRIA; • Ato de prisão em residência O art. 5º, XI, da CF/88, assegura que o domicilio é inviolável. Logo, não é de qualquer forma que se pode entrar no mesmo, é necessário o consentimento do morador. EXCETO, em: (durante o dia) • Em razão de prisão em flagrante; • Em decorrência de cumprimento de mandado de prisão expedido por ordem judicial. Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada em julgado. Art. 313, § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. • Prisão Especial O Art. 295, caput, do CPP estabelece que a prisão especial só é cabível até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: I- os ministros de Estado; II- os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia; III- os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembleias Legislativas dos Estados; IV- os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”; V- os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; VI- os magistrados; VII- os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; VIII- os ministros de confissão religiosa; IX- os ministros do Tribunal de Contas; X- os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função; XI- os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. • Prisão em flagrante Trata-se de modalidade prevista no art. 5º, LXI, da CF, e regulamentada nos arts. 301 a 310 do CPP. OBS: dentro da legislação brasileira não há nenhum dispositivo que assegura que a Prisões Processuais prisão em flagrante dura 24 horas. Mas se enraizou na doutrina/jurisprudência que passada as 24 horas não haveria mais situação flagrancial. No entanto, se o indivíduo está sendo perseguido não se interrompe o prazo de flagrância delitiva. SUJEITO ATIVO: quem pode/deve prender. − FLAGRANTE OBRIGATÓRIO E FACULTATIVO: Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. SUJEITO PASSIVO: Em regra, qualquer pessoa que se encontre em uma das situações legais pode ser presa em flagrante. Existem, porém, algumas EXCEÇÕES: • Presidente da República, art. 86 §3º da CF, só poderá ser preso após o trânsito em julgado da sentença condenatória. • Deputados Federais e Senadores, art. 53, §2° da CF, só poderá ser preso em flagrante pela pratica de crimes inafiançáveis. • Deputados Estaduais, art. 27, §1° da CF. (exceto por crime inafiançável) • Membros do Poder Judiciário e do Ministério Público. (exceto por crime inafiançável) • Advogado, art. 7°, §3° da Lei nº 8.906/94, só poderá ser preso no exercício da função se o crime também for inafiançável. • Diplomatas estrangeiros, art. 29 da Convenção de Viena. • Menores de idade, art. 27 do Código Penal, visto que são inimputáveis, logo são responsabilizados pelo ECA e apreendidos. OBS. A lei 4.737/ 65, em seu art. 236 fala que nos cincos dias que antecedem as eleições e até 48 horas depois de encerrada as votações, o eleitor não poderá ser preso, salvo se tiver prisão em flagrante ou em virtude de sentença condenatória por crime inafiançável. CRIMES QUE ADMITEM A PRISÃO EM FLAGRANTE: Em regra, é possível em todas as espécies de infração penal. ATENÇÃO: − Crimes de ação privada ou de ação pública condicionada à representação, o sujeito pode ser preso só que esse auto de prisão em flagrante só pode ser lavrado se tiver requerimento do ofendido ou a representação dos crimes que dela dependerem. − Homicídio e lesão culposa na direção de veículo automotor. Art. 301, CTB: Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela. − Infrações de menor potencial ofensivo. Irá se lavrar termo circunstanciado de ocorrência. Se o autor do delito se comprometer a se dirigir ao JECRIM, na data colocada o delegado não poderá prendê- lo em flagrante. − Crimes permanentes. Art. 303, CPP: Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. EX.: O sequestro e o cárcere privado, art. 148, CP. − Crimes habituais: são os que se faz necessário vários atos, no qual cada ato é punível e o conjunto constitui um delito por obra da dependência de todos eles. EX.: exercício ilegal da medicina, que deve cumprir-se habitualmente; na continuidade. • Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) Disposto no artigo 52 da LEP (Lei de Execução Penal) é uma forma especial de cumprimento da pena no regime fechado, que consiste na permanência do presidiário (provisório ou condenado) em cela individual, com limitações ao direito de visita e do direito de saída da cela. Tem duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada. − ESPÉCIES DE FLAGRANTE: Art. 302, CPP: Considera-se em flagrante delito quem: I- está cometendo a infração penal; II- acaba de cometê-la; (PRÓPRIO/REAL/PERFEITO) III- perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; (IMPRÓPRIO/IRREAL/IMPERFEITO) IV- é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. (PRESUMIDO/FICTO/ASSIMILADO) PRÓPRIO/REAL/PERFEITO: pego com a boca na botija. • Cometendo: Individuo está esfaqueando alguém. • Acabou de cometer: Individuo está do lado do corpo, sujo de sangue e com a faca na mão. IMPRÓPRIO/IRREAL/IMPERFEITO: O ladrão que sai correndo depois de roubar a bolsa e, depois de persegui-lo, a polícia o prende. Reparem que o crime já foi cometido porque o ladrão já estava com a bolsa. Mas houve o flagrante (impróprio) porque a polícia o perseguiu até prendê-lo. PRESUMIDO/FICTO/ASSIMILADO: o sujeito que é localizado em sua casa, sem que tenha sido perseguido pela polícia, com uma faca respingando sangue, em situação, portanto, que faz presumir ter ele praticado um crime de homicídio. Outras Modalidades → LEGAIS: FLAGRANTE ESPERADO: Aguarda a prática do crime. EX.: Descarregamento de carga oriunda de rouba no galpão X. FLAGRANTE POSTERGADO/DIFERIDOOU RETARDADO: Possível na lei 12.850/13 e na 11.343/06. O flagrante está acontecendo, mas se aguarda o melhor momento de formação da prova para efetuar a prisão. EX.: O flagrante é adiado com o objetivo de conseguir maiores informações sobre uma organização criminosa. → ILEGAIS: deverá ser imediatamente relaxada. FLAGRANTE PREPARADO/PROVOCADO: há um agente provocador, geralmente, miliciano, que induz ou instiga indivíduo a praticar uma conduta criminosa, com o objetivo de prendê-lo logo após a realização da conduta típica. Súmula 145 do STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. EX.: patroa desconfiada da empregada, deixa dinheiro ostensivamente à mostra enquanto vigia por detrás da porta. No momento em que a empregada toma o dinheiro ela a surpreende, tornando impossível a consumação do delito em vista da cilada que montou. EX2: Policial pede para indivíduo ir buscar determinada droga alegando que irá comprar. FLAGRANTE FORJADO: As situações de flagrância são criadas. EX.: Quando policiais, a fim de prender determinado indivíduo por tráfico de drogas, enxertam substâncias entorpecentes em suas vestimentas, criando, assim, falsamente, um lastro probatório fático. • Uso de algemas Súmula Vinculante 11: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. CPP, Art. 292. Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de puerpério imediato. • Procedimento do flagrante 1º Captura; 2º Condução até a autoridade; 3º Lavratura do auto (art. 304, CPP): quem lavra é o escrivão, no entanto, se o mesmo estiver ausente/impedido, qualquer pessoa que prestar o compromisso, vai poder exercer o escrivanato. (art. 305, CPP) (serviço não remunerado) Escrivão “ad hoc”, ser qualquer pessoa nomeada e compromissada pela autoridade policial (delegado), para atuar nas funções de Escrivão de Polícia. Não é requisito a nomeação em concurso público, tampouco a conclusão do 3º grau. Independente da área atuante poderá ser investido no cargo. Após a lavratura do auto, se deve ouvir o condutor, assinar e recebe uma cópia da entrega do preso para a autoridade. E, em seguida a oitiva de testemunhas, caso haja. No entanto, a falta de testemunha não impede a lavratura. Na falta, deve haver a assinatura de duas pessoas que tenham testemunhado a apresentação do preso a autoridade. Ademais, ocorre o interrogatório do acusado. (5º, LXIII, CF) Se não assinar, porque não pode ou não quer, deve haver 2 testemunhas. E, por fim se lavra o flagrante. Fiança, art. 322 do CPP: A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. 4º Recolhimento ao cárcere. • Desdobramentos CPP, art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. - Obrigações que devem ser tomadas dentro de 24 horas, contadas da prisão: • Remeter os autos ao juiz (art. 306, §1º, CPP); • Enviar cópia do auto para a Defensoria, se não houver advogado (art. 306, §1º, CPP). • Entregar nota de culpa* ao preso (art. 306, §2º, CPP). *É um documento que dá ciência ao preso dos motivos de sua prisão, do nome do condutor e das testemunhas. Deve ser assinado pela autoridade e entregue ao preso, mediante recibo, no prazo de vinte e quatro horas, a contar da efetivação da prisão. AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA. O juiz pode entender que é: • Ilegal: relaxa (art. 310, 1, CPP); • Legal: homologa o auto. I- Se necessária, converte em preventiva (requisitos do art. 312, CPP): II- Desnecessária; liberdade provisória, com ou sem fiança (art. 310, III) Art. 310, CPP, § 1º: Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 (excludentes de ilicitude) do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação. § 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. § 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão. § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva. (SUSPENSO PELO STF) • Prisão Preventiva Por se tratar de medida cautelar, pressupõe a coexistência do: FUMUS COMISSI DELICTI (a exigência de que o fato investigado seja crimino e haja indícios de autoria e a prova da materialidade) e PERICULUM LIBERTATIS (a necessidade de segregação do acusado, antes da condenação e do trânsito em julgado). RESUMO CABIMENTO: fase investigativa e processual (art. 311, CPP). DECRETAÇÃO (art. 311, CPP): Somente mediante provocação. Vale lembrar que a decretação é feita pelo Juiz, mas quem poderá provocá-la será: o MP, querelante, assistente de acusação ou a autoridade policial. PRAZO: sem prazo, podendo existir antes do trânsito. REQUISITOS: art. 312, CPP. INFRAÇÕES: art. 313, CPP. SUBSTITUIÇÃO: (art. 317 a 318- B do CPP). − PRESSUPOSTOS E REQUISITOS: Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. § 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. − HIPÓTESES DE CABIMENTO: Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa (reclusão ou detenção) de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermoou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; § 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. − INFRAÇÕES QUE COMPORTAM: crime doloso com pena máxima superior a 04 anos. Independentemente da pena máxima: • Ausência de identificação civil; • Reincidência em crime doloso; • Descumprimento de medida protetiva na violência doméstica. − EXCLUDENTES DE ILICITUDE: Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. − FUNDAMENTAÇÃO DO MANDADO: Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e fundamentada. § 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. § 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. − REVOGAÇÃO: Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. − SUBSTITUIÇÃO: Só poderá sair mediante autorização judicial. Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: I - maior de 80 (oitenta) anos; II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; IV – gestante; V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos. Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que: I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. • Prisão Temporária RESUMO CABIMENTO: somente na fase investigativa; DECRETAÇÃO: mediante requerimento do MP ou representação do delegado. O juiz que decreta por ordem escrita e fundamentada no prazo de 24 horas a partir dor recebimento da representação ou do requerimento do MP (mandado judicial), em duas vias. OBS.: não pode ser decretada de ofício pelo juiz. PRAZO: Crimes comuns (5+5) Crimes hediondos e equiparados (30+30). REQUISITOS: art. 1º da Lei. INFRAÇÕES: art. 1º, III, da Lei. − HIPOTÉSES: Lei nº 7.960 de 21 de dezembro de 1989. Art. 1° Caberá prisão temporária: I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°); c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285); l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de suas formas típicas; n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976); o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986). p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. • Liberdade provisória É o relaxamento da prisão e revogação da prisão. A liberdade provisória pode ser concedida, com ou sem fiança, no caso de prisão em flagrante, em que o procedimento não tiver nenhuma violação das normas previstas em lei, conforme o artigo 310, inciso III do Código de Processo Penal. Prevista, também, no art. 5º, LXVI, CF/88. Hipóteses de liberdade provisória: a) Quando não couber preventiva; b) Fundada tese de excludente de ilicitude. Atualmente existem três espécies de liberdade provisória: a obrigatória, a vedada e a permitida. A LIBERDADE PROVISÓRIA OBRIGATÓRIA é aquela que não pode ser negada ao infrator, em função do tipo de infração cometida. EX.: Lucas foi preso em flagrante por estar anotando o chamado jogo do bicho. Praticar o jogo do bicho não oferece uma pena restritiva de liberdade com reclusão do agente. Trata-se de uma contravenção penal, cuja pena de detenção pode ser de no máximo um ano. Segundo o Código Penal, esse tipo de infração, que não é punido com reclusão, sempre é passível da concessão de liberdade provisória. Já a LIBERDADE PROVISÓRIA PERMITIDA é aquela que pode ser concedida na observação de inadequação da prisão preventiva, em concordância do Ministério Público. Neste caso, a lei define a possibilidade da liberação com ou sem fiança, a depender de uma série de características técnicas. De forma geral, cabe ao advogado criminal atuar em prol da permissão da liberdade provisória nesse caso, pois é o espaço no qual mais há possibilidade de interpretaçãoda situação. Por fim, temos a LIBERDADE PROVISÓRIA VEDADA, que é um ponto bastante polêmico. Atualmente, considera-se que ela é inconstitucional, não podendo existir. Anteriormente, ela era considerada constitucional e era destinada para participantes de crime organizado ou crimes hediondos, que tinham a possibilidade de obtenção de liberdade provisória. Agora, porém, entende-se que só se pode vedar a restrição da liberdade se o acusado oferecer objetivamente um motivo para isso, não havendo motivos para uma categoria fixa de vedação.
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