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Introdução a neonatologia 2 Pâmela Martins Bueno – introdução a neonatologia O QUE É A NEONATALOGIA? · Período perinatal: da 28ª semana até o 7º dia após o nascimento. · Período neonatal: do nascimento até o 28º dia de vida. · Muito precoce ou muito incial: primeiras 24h de vida. · Precoce: primeiros 6 dias de vida. · Tardio: de 7 dias até 28 dias de vida. DESENVOLVIMENTO PULMONAR EMBRIONÁRIO Os órgãos respiratórios inferiores começam a se formar na 4ª semana da gestação a partir do sulco laringotraqueal (X) e aparece na extremidade caudal da faringe primitiva. No final da 4ª semana esse sulco vai crescer e formar o broto pulmonar, que vai se dividir em 2 brotos primários que posteriormente irão crescer e se modificar e no 42º dia o feto terá um pulmão rudimentar bem formado. ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO PULMONAR · Estágio embriológico: 4-5 semanas com a formação das vias aéreas grandes e rudimentares, não realiza trocas. · Pseudoglandular: divisão dos brônquios em 2 e crescimento dos mesmos, porem sem trocas gasosas. · Canalicular: formação de alvéolos primordiais, formação de barreira alvéolo-capilar e começa a produzir surfactante em pouca quantidade. · Sacular: começa depois da 30ª semana ocorre a diferenciação celular das células epiteliais dos alvéolos principalmente que são responsáveis pela produção de surfactante. Nesse estágio melhora a produção de surfactante, mas não é suficiente pra manter o bebe respirando adequadamente. · Alveolar: acontece a diferenciação e crescimento dos alvéolos. Começa a partir da 36ª semana de gestação e segue até os 17-18 anos de vida da pessoa. TRANSIÇÃO DA VIDA FETAL PARA A NEONATAL Circulação fetal: o pulmão do feto é repleto de líquido amniótico, ou seja, o pulmão não tem função de realizar trocas gasosas, quem faz a respiração é a mãe através da placenta. Na circulação fetal é necessário que existam comunicações com o objetivo de desviar o sangue mais oxigenado para os órgãos mais nobres (cabeça e coração). A placenta é a grande responsável pelas trocas gasosas e por manter a pressão sistêmica muito menor do que a pressão pulmonar, pois uma vez que os vasos pulmonares estão fechados (pois não fazem troca gasosa) a placenta é muito vascularizada e por isso reduz muito a pressão sistêmica. O sangue na vida fetal não vai para onde a pressão é alta. O sangue oxigenado sai da placenta, entra pelo cordão umbilical pela veia umbilical e pode ir pro fígado e gastar todo o oxigênio ou pode ser desviado pelo ducto venoso diretamente para a cava inferior e entrar no coração. O sangue oxigenado busca irritar a coronária e o SNC. Uma vez que o sangue passou para a veia cava inferior e está no coração direito, ele pode seguir 2 caminhos: ir para o pulmão onde existe uma resistência vascular elevada ou pode ser desviado pelo forme oval para o átrio esquerdo. O sangue segue para o ventrículo esquerdo e posteriormente para a aorta, onde consegue irrigar as coronárias. Posteriormente segue para o tronco braquiocefálico → carótida interna esquerda → SNC. Depois disso o restante do corpo vai ser irrigado com o que sobrar. Nem todo sangue vai seguir esse trajeto, uma quantidade vai pro ventrículo direito e encontra os vasos do pulmão fechados, mas nesse momento o sangue cai no canal arterial que desvia o sangue para a circulação sistêmica, que desce para a aorta e irriga o restante do corpo. Depois de irrigar, o sangue volta para a placenta pelas artérias umbilicais e é oxigenado novamente, reiniciando o ciclo. CIRCULAÇÃO NEONATAL A placenta deixa de existir, que aumenta a resistência vascular sistêmica. O pulmão é obrigado a funcionar, então o pulmão é preenchido com ar que vai abrir os vasos e então a resistência vascular pulmonar diminui. · O ducto venoso fica fibrosado porque não tem mais sangue vindo da placenta e vira um ligamento → ligamento venoso. · O canal arterial vira um ligamento porque a aorta tem a pressão muito mais alta do que a pressão pulmonar, então o sangue vai para os pulmões → ligamento arterioso. · O forame oval acaba se fechando porque a pressão da esquerda é muito maior. CLASSIFICAÇÃO DO RN QUANTO A IG Pré-termo (prematuros): < 37 semanas · Pré-termo extremo: < 28 semanas. · Muito pré-termo: 28 a 31+6 semanas. · Pré-termo moderado: 32 a 33+6 semanas. · Pré-termo tardio: 34 a 36+6 semanas. Termo: 37 a 41+6 semanas. Pós termo: ≥ 42 semanas. AVALIAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL · Regra de Naegele (DUM) – termo = 40 semanas. · US de primeiro trimestre (avaliação do CCN) – medida mais objetiva · Exame clinico do RN – método de Capurro Capurro somático: 5 características somáticas, pontuações para cada características. Soma das pontuações + 204/7 = IG. Idealmente deve ser aplicado nas primeiras 6h de vida e não é um bom método para avaliar prematuros. Capurro somatoneurológico – 4 características somáticas + 2 neurológicas – pontuações para cada característica – soma das pontuações + 200/7 = IG. · Quanto mais maduro for o bebê, menor é a mobilidade dele – sinal do xale é menor. · Quanto mais velho o bebe, maior é o tônus cervical. E OS PREMATUROS? MÉTODO DE NEW BALLARD · Mais fidedigno, inclusive para prematuros. Pode ser aplicado até 96h de vida. · Avalia 6 características somáticas e 6 neurológicas (atribui pontuações a cada uma delas). · Somatório das pontuações é correlacionado com uma tabela: obtenção da idade gestacional estimada. QUANTO AO PESO DE NASCIMENTO · Baixo peso ao nascer: < 2500g · Muito baixo peso ao nascer: < 1500g · Extremo baixo peso ao nascer: <1000g · Macrossomia: >4000 · Peso normal: 2500g a 4000g QUANTO A ADEQUAÇÃO DO PESO PARA A IG · Pequeno para a IG: < percentil 10 · Adequado para a IG: entre p10 e p90 · Grande para a idade gestacional: >p90. Avaliação do crescimento intrauterino: considerado adequado quando o peso para determinada IG encontra-se entre os percentis 10 e 90 da curva utilizada. 2 TIPOS DE CURVA: · Curvas de referência: descrevem o crescimento de uma amostra de crianças. Ex: Curva de Fenton (avaliação de peso, PC e comprimento de crianças em países desenvolvidos). · Curvas padrão: indicam o padrão de crescimento normal de uma população (modelo a ser seguido). Ex: intergrowth 21st – são as mais utilizadas, principalmente para RN pré-termo. AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INTRAUTERINO Restrição do crescimento intrauterino: crescimento fetal se afasta do esperado para sua IG (abaixo do p10). Pode estar relacionado a processos patológicos intrauterinos, como: · Problemas placentários · Fetal – malformações, doenças genéticas · Materna – DHEG (causa malformações placentárias). · RCIU leva a maior morbidade, maior risco de asfixia perinatal, alterações metabólicas (hipoglicemia) e térmicas. 2 TIPOS: · Simétrico – peso, comprimento e PC comprometidos. Indica que uma patologia agrediu o feto desde o INÍCIO da gestação. Ex: anomalias cromossômicas, infecções congênitas de 1º trimestre. · Assimétrico – peso comprometido, comprimento e PC normais. Indica agressão no TERCEIRO TRIMESTRE de gestação. Ex: doenças que causam insuficiência placentária (DHEG).
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