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O PROCESSO CERVEJEIRO E O PAPEL DO ENGENHEIRO QUÍMICO Através da escrita dos hieróglifos os historiadores acreditam ter conseguido traçar as raízes da cerveja. Há evidências de que a prática da cervejaria tenha se originado na região da Mesopotâmia, onde a cevada crescia de modo selvagem. Não a uma data exata que nos diga quando a cerveja foi criada, mas as evidências remetem aos Sumérios, que provavelmente tenham descoberto a bebida por acidente. Alguns documentos históricos mostram que em 2100 a.C. os Sumérios alegravam-se com uma bebida fermentada, obtida a partir de cereais. A bebida passou a ser fabricada pelas mulheres, sendo uma de suas tarefas domésticas, portanto, não era comercializada, era apenas para consumo da família, como cozinhar pão ou fiar o linho. Os egípcios logo aprenderam a arte de fabricar cerveja e carregaram a tradição, agregando a bebida à sua dieta diária. O Império Romano encarregou-se de levar a bebida a todos os cantos onde ainda era desconhecida. Um desses locais foi Gália, que hoje é conhecida como França. Foi em Gália que a bebida ganhou um nome, pelo qual é conhecido até hoje. Os gauleses denominavam essa bebida de “cerevisia” ou “cervisia”, uma homenagem a Ceres, deusa da agricultura e da fertilidade. Na Idade Média os conventos assumiram a fabricação da cerveja. Pouco a pouco começaram a surgir os artesãos cervejeiros, que trabalhavam principalmente para grandes senhores e para mosteiros. Os monges, por serem os únicos que reproduziam os manuscritos das época, puderam conservar e aperfeiçoar a técnica de fabricação da cerveja. Pouco a pouco, a cerveja passou a ser um produto de interesse comercial, surgindo assim a necessidade de profissionais que entendessem do assunto, para que o produto fosse de qualidade e comercialmente viável. Assim, ocorreu a primeira regulamentação em 1514, em Paris, onde eram exigidos três anos de formação técnica para que pudessem abrir uma cervejaria. Com a Revolução Industrial no século XVIII, a cerveja passou a ser produzida em grandes escalas. A produção foi impulsionada pelas grandes descobertas da ciência, tais como permutadores térmicos, máquina a vapor e de refrigeração e também na área de leveduras e processos de fermentação, sendo assim, preciso de um profissional ainda mais capacitado para realizar todos os processos que envolvem a sua produção. O engenheiro químico teve sua primeira menção em 1887, quando George Davis publicou artigos sobre a atuação do profissional em instalações industriais. O engenheiro químico está presente no momento da projeção das fábricas, nas pesquisas em laboratório e até na comercialização de equipamentos, cuidando também das consequências econômicas e ambientais que o processo pode causar. Atualmente, o engenheiro químico é necessário em todas as etapas do processo cervejeiro, desde a seleção da matéria prima (malte, água, lúpulo e levedura) até o produto em faze de venda. O processo da fabricação da cerveja consiste na transformação da cevada em malte (maltagem), moagem do malte, preparação para a mosturação, a brassagem com adição do lúpulo, a fermentação, a maturação da cerveja, a filtração, a pasteurização, o envase e a comercialização, como pode ser observado na figura abaixo: Figura 01: Fluxograma de processo da produção de cerveja. Nestas etapas, estão presentes várias operações unitárias, fenômenos de transferência de calor e massa, reações químicas e físico-químicas, além de biotecnologia para que as leveduras exerçam sua função durante a fermentação, que é transformar os açúcares fermentáveis em etanol e dióxido de carbono. O engenheiro químico tem conhecimento em todas as etapas, pois estas, fazem parte dos componentes curriculares da sua graduação, tornando-os indispensáveis nas indústrias cervejeiras. Além da parte técnica, desenvolve conhecimentos nas áreas de gestão de pessoas e de negócios, que inclui a visão econômica de todo o empreendimento. Atuando também no tratamento e destinação dos resíduos gerados no processo. A maior produção de resíduo em uma cervejaria é decorrente da fase de mosturação, quando o mosto é separado do bagaço do malte. O principal destino deste resíduo é a fabricação de ração animal, porém o bagaço de malte pode ser uma matéria-prima de grande valor agregado em outros tipos de processos, sendo necessário mais pesquisas sobre o assunto. Como disse Fernanda Meybom Machado (Engenheira Química e Sommelier de Cervejas) no minicurso de análise sensorial de cervejas, ministrado na UNOCHAPECÓ “Para um Engenheiro Químico ou Engenheiro de Alimentos, a cerveja é uma bebida que não apenas se bebe, mas também se estuda, e muito!” REFERÊNCIAS: Atuar nos processos industriais que envolvem reações químicas e termoquímicas, independentemente da matéria-prima, é a principal ocupação do engenheiro químico. Acesso em 18 de maio de 2015. Disponível em: < https://www.ufmg.br/diversa/3/engquimica.htm> Engenheiro Químico e Engenheiro de Alimentos: os profissionais da cerveja. Acesso em 18 de maio de 2015. Disponível em: <http://www.crea-sc.org.br/portal/index.php?cmd=artigos-detalhe&id=3150#.VVzhb_lVikp> Qual é a função de um Engenheiro Químico. Acesso em 18 de maio de 2015. Disponível em:< https://reatorquimico.wordpress.com/category/engenharia-quimica/> Processo Produtivo de Cerveja. Acesso em 19 de Maio de 2015. Disponível em: <http://scratchpad.wikia.com/wiki/PPI09_Assignment_09_Pepe_Luckstone>
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