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PSICOLOGIA SISTEMA NERVOSO SINTOMAS E TRATAMENTOS

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ARCO REFLEXO 
Nenhum outro tecido ilustra tão bem o conceito de trabalho em equipe quanto o tecido nervoso. 
A transmissão de informação pelas células nervosas lembra uma verdadeira corrida de 
revezamento, em que um neurônio fica conectado a outro, cada qual executando determinado 
papel no circuito por eles organizado. 
Três tipos de neurônios podem ser reconhecidos com relação à atividade que desenvolvem: 
 Neurônios sensoriais: transmitem impulsos dos receptores sensoriais (por exemplo, nos 
órgãos do sentido) aos outros neurônios do percurso. 
 Neurônios de associação (interneurônios): recebem a mensagem dos neurônios 
sensoriais, processam-na e transferem um comando para as células nervosas seguintes 
do circuito. Alguns circuitos nervosos podem não ter esse tipo de neurônio. 
 Neurônios efetores (ou motores): são os que transmitem a mensagem para as células 
efetoras de resposta, isto é, células musculares ou glandulares que respondem por meio 
de contração ou secreção, respectivamente. 
 
 
Suponha que você receba uma pancada no joelho, 
logo a baixo da rótula ou da patela (nomes dados a 
um osso que fica na frente do joelho). 
A pancada estimula um receptor localizado no 
interior do músculo da coxa (o quadríceps). Esse 
receptor está ligado aos dendritos de um neurônio 
sensorial – aferente – também chamado de neurônio 
sensitivo, que recebe a mensagem e a encaminha 
para o corpo celular e, deste, para o axônio. Por sua 
vez, o axônio do neurônio sensorial estabelece uma 
sinapse com um neurônio motor – eferente (um 
neurônio de resposta). 
O axônio do neurônio motor é conectado ao músculo 
quadríceps e encaminha a resposta “mexa-se”. De 
imediato, esse músculo se contrai e você movimenta 
a perna. Perceba que o ato de mexer a perna para 
frente envolve o trabalho de apenas dois neurônios: 
o sensorial e o motor. No entanto, para que isso 
possa acontecer, é preciso que o músculo posterior 
da coxa permaneça relaxado. 
Então, ao mesmo tempo, o axônio do neurônio 
sensorial estabelece uma sinapse com um 
interneurônio (neurônio de associação) que, por sua 
vez, faz uma conexão com um segundo neurônio 
motor. O axônio desse neurônio motor se dirige para 
o músculo posterior da coxa, inibindo a sua 
contração. 
 
Organização do Sistema Nervoso 
Dois grandes componentes fazem parte do sistema nervoso humano: sistema nervoso central 
(SNC) e o sistema nervos periférico (SNP). 
O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal. O encéfalo é 
composto por vários órgãos, entre eles os dois hemisférios cerebrais (conjuntamente conhecidos 
como “cérebro”), o diencéfalo, o cerebelo e o bulbo. O encéfalo e a medula espinhal são os locais 
para onde são encaminhadas todas as informações captadas pelo organismo, quer se originem 
no meio externo, quer surjam no próprio organismo. São também os centros de processamento 
dessas informações e de elaboração de respostas. 
 
O sistema nervoso periférico inclui os receptores espalhados pelo corpo, além dos gânglios 
nervosos e todos os nervos que chegam aos órgãos centrais trazendo informações ou que deles 
se originam, levando respostas. 
 
 
Sistema Nervoso Central (SNC) 
Nos vertebrados, o encéfalo se aloja no interior do crânio e a medula espinhal, no interior de 
um canal existente na coluna vertebral. O encéfalo e a medula são formados por células da glia, 
por corpos celulares de neurônios e por feixes de dendritos e axônios. 
 
Substância branca e cinzenta 
A camada mais externa do encéfalo tem cor cinzenta e é formada principalmente por corpos 
celulares de neurônios. Já a região encefálica mais interna tem a cor branca e é constituída 
principalmente por fibras nervosas (dendritos e axônios). A cor branca se deve à bainha de 
mielina que reveste as fibras. 
Na medula espinhal, a disposição das substâncias cinzenta e branca se inverte em relação ao 
encéfalo: a camada cinzenta é interna e a branca, externa. 
 
 
Meninges 
Tanto o encéfalo quanto a medula espinhal são protegidos por três camadas de tecido 
conjuntivo, genericamente denominadas meninges. A meninge externa, mais espessa, é a dura-
máter; a meninge mediana é a aracnóide; e a mais interna é a pia-máter, firmemente aderida ao 
encéfalo e à medula. A pia-máter contém vasos sanguíneos, responsáveis pela nutrição e 
oxigenação das células do sistema nervoso central. 
 
 
Entre as membranas aracnóides e pia-máter há um espaço preenchido pelo líquido 
cerebrospinal (ou líquido cefaloraquidiano), que também circunda nas cavidades internas do 
encéfalo e da medula. O liquido cefalorraquidiano amortece os choques mecânicos do sistema 
nervoso central contra os ossos do crânio e da coluna vertebral. 
Partes do encéfalo 
 
O encéfalo de todos os vertebrados, desde peixes até mamíferos, tem a mesma estrutura básica. 
Suas partes fundamentais são o lobo olfativo, o cérebro, o tálamo, o lobo óptico, o cerebelo e 
o bulbo raquidiano (ou medula ablonga). 
 
 
O tamanho relativo e a complexidade de cada uma dessas partes variam nos diferentes grupos 
de vertebrados e essa variação está relacionada à evolução de cada grupo e ao seu modo de 
vida. 
 
Principais órgãos do sistema nervoso central 
Bulbo 
O bulbo (ou medula ablonga) é o órgão 
que está em contato direto com a 
medula espinhal, é via de passagem de 
nervos para os órgãos localizados mais 
acima. 
No bulbo estão localizados corpos 
celulares de neurônios que controlam 
funções vitais, como os batimentos 
cardíacos, o ritmo respiratório e a 
pressão sanguínea. Também contém 
corpos celulares de neurônios 
relacionados ao controle da deglutição, 
da tosse e do vômito. 
 
 
 
 
 
Cerebelo 
Órgão que regula o equilíbrio e a postura corporal no ambiente. Está ligado a receptores 
periféricos, localizados no ouvido interno (labirinto), que enviam mensagens ao centro de 
controle do equilíbrio localizados no cerebelo. O sucesso de um equilibrista que cruza dois 
prédios, apoiado em um simples fio esticado entre eles, depende de uma boa atividade 
cerebelar. 
Atenção! O álcool interfere nas atividades cerebelares, o que é fácil notar em pessoas que 
abusam da bebida. 
 
Diencéfalo 
 
Órgão encefálico formado principalmente pelo tálamo e hipotálamo. O hipotálamo contém 
centros de controle da temperatura corporal, do apetite, da sede, do sono e de certas emoções. 
Principal intermediário entre o sistema nervoso e o sistema hormonal, o hipotálamo está ligado 
à hipófise, principal glândula endócrina. Quando o hipotálamo detecta alterações no corpo, 
libera neurotransmissores que atuam sobre a hipófise. Por sua vez, esta libera ou inibe a secreção 
de seus próprios hormônios que regulam diversas atividades metabólicas. 
 
Cérebro 
É o centro do intelecto, da memória, da consciência e da linguagem. Controla as nossas 
sensações e funções motoras. Cerca de 70% das células nervosas do encéfalo estão localizadas, 
no cérebro, a parte mais desenvolvida do nosso sistema nervoso e que é separada em dois 
hemisférios, unidos um ao outro por uma região conhecida como corpo caloso. Cada hemisfério 
cerebral, por sua vez, possui inúmeras invaginações chamadas sulcos. 
Sulcos mais profundos dividem cada hemisfério em quatro regiões denominada lobos: o frontal, 
o parietal, o temporal e o occipital. O sulco central é o mais acentuado e separa os lobos frontal 
e parietal. 
 
Córtex Cerebral 
A superfície do cérebro, de 2mm a 4mm de espessura, é conhecida como córtex cerebral, e 
consiste de várias camadas de corpos celulares de milhões de neurônios, dando a essa região 
uma coloração acinzentada, de onde vem a dominação de substância cinzenta do cérebro. 
As fibras (axônios e dendritos) dos neurônios que saem e chegam ao córtex cerebral estão 
localizadosmais internamente, e constituem a substância branca do cérebro, em função da 
existência de mielina que envolve essas fibras. 
 
 
 
 
 
Medula espinhal 
Cortada transversalmente, a medula 
espinhal revela uma estrutura em 
forma de H que corresponde à 
substância cinzenta e onde estão 
localizados corpos celulares de 
neurônios. Externamente a esse H 
medular, fica a substância branca, 
compostas de fibras mielinizadas que 
levam informações às partes 
superiores do SNC e de outras que 
trazem as respostas destinadas aos 
órgãos motores. 
Note que a disposição interna da 
substância cinzenta e externa da 
substância branca é o oposto da 
encontrada no cérebro. 
 
 
 
Ao longo da medula, há 31 pares de nervos. Cada nervo está ligado à medula como um “Y”, 
isto é, apresenta duas raízes: como uma raiz dorsal na qual existe um gânglio (dilatação), que 
contém os corpos celulares de neurônios sensoriais provenientes da periferia do corpo, e uma 
raiz ventral pela qual emergem feixes de axônios de neurônios motores, cujos corpos celulares 
estão localizados na substância cinzenta da medula. Essas duas raízes se juntam formando o 
“cabo” único do “Y”, percorrido tanto pelos feixes sensitivos como pelos feixes motores. 
 
 
 
Sistema Nervoso Periférico 
O sistema nervoso periférico é constituído pelos nervos e pelos gânglios nervosos, e sua função 
é conectar o sistema nervoso central às diversas partes do corpo do animal. 
 
 
 
Nervos e gânglios nervosos 
 
 
Nervos são feixes de fibras nervosas 
envoltos por uma capa de tecido 
conjuntivo. Nos nervos, há vasos 
sanguíneos responsáveis pela nutrição 
das fibras nervosas. 
As fibras presentes nos nervos podem 
ser tanto dendritos como axônios, que 
conduzem, respectivamente, impulsos 
nervosos das diversas regiões do corpo 
ao sistema nervoso central. Os gânglios 
aparecem como pequenas dilatações em 
certos nervos. 
 
Nervos sensitivos, motores e mistos 
De acordo com o tipo de fibras nervosas 
que apresentam, os nervos podem ser 
classificados em sensitivos (ou 
aferentes), motores (ou eferentes) e 
mistos. 
 Nervos sensitivos são os que 
contêm somente fibras sensitivas, 
ou seja, que conduzem impulsos 
dos órgãos dos sentidos para o 
sistema nervoso central. 
 Nervos motores são os que 
contêm somente fibras motores, 
que conduzem impulsos do 
sistema nervoso central até os 
órgãos efetuadores (músculos ou 
glândulas). 
 Já os nervos mistos contêm tanto 
fibras sensitivas quanto motoras 
e conduzem impulsos nos dois 
sentidos, das diversas regiões do 
corpo para o sistema nervoso 
central e vice-versa. 
 
 
 
 
Nervos cranianos 
Nervos ligados ao encéfalo são denominados nervos cranianos, enquanto nervos ligados à 
medula espinhal são denominados nervos espinhais ou raquidianos. 
Mamíferos, aves e répteis possuem doze pares de nervos cranianos, responsáveis pela inervação 
dos órgãos dos sentidos, dos músculos e glândulas da cabeça, e também de alguns órgãos 
internos. Anfíbios e peixes têm apenas dez pares de nervos cranianos. 
 
Nervos espinais e raquidianos 
Os nervos espinais dispõem-se em partes ao longo da medula, um par por vértebra. Cada nervo 
do par liga-se lateralmente à medula por meio de duas “raízes”, uma localizada em posição 
mais dorsal e outra, em posição mais ventral. 
 
 
A raiz dorsal de um nervo espinal é formada por fibras sensitivas e a raiz ventral, por fibras 
motoras. Se a raiz dorsal (sensitiva) de um nervo espinal for lesada a parte inervada por ele 
perderá a sensibilidade sem sofrer, no entanto, paralisia muscular. Já se houver lesão na raiz 
ventral (motora), ocorrerá paralisia dos músculos inervados, sem perda, porém, das sensações 
de pressão, temperatura, dor etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gânglios espinais 
Na raiz dorsal de cada nervo espinal há um gânglio, o gânglio espinal, onde se localizam os 
corpos celulares dos neurônios sensitivos. Já os corpos celulares dos neurônios motores 
localizam-se dentro da medula, na substância cinzenta. 
 
 
Os nervos espinais se ramificam perto da medula e os diferentes ramos inervam os músculos, a 
pele e as vísceras. Ramos de diferentes nervos podem ainda se juntar, formando verdadeiras 
redes nervosas, chamadas plexos nervosos. 
 
Divisão funcional do sistema nervoso periférico (SNP) 
Na espécie humana, diversas atividades do sistema nervoso são conscientes e estão sob controle 
da vontade. Pensar, movimentar um braço ou mudar a expressão facial são exemplos de 
atividades voluntárias. Muitas outras ações, porém, são autônomas ou involuntárias, isto é, 
ocorrem independentemente de nossa vontade. Exemplos de atividades involuntárias são os 
batimentos cardíacos, o processo de digestão, a excreção etc. 
 
As ações voluntárias resultam da contração de músculos estriados esqueléticos, que 
estão sob o controle do sistema nervoso periférico voluntário ou somático. Já as ações 
involuntárias resultam da contração da musculatura lisa e cardíaca, controladas 
pelo sistema nervoso periférico autônomo, também chamado involuntário ou 
visceral. 
 
SNP voluntário 
 
O SNP voluntário ou somático tem por função reagir a estímulos provenientes do ambiente 
externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso 
central aos músculos esqueléticos. O corpo celular de uma fibra motora do SNP voluntário fica 
localizado dentro do sistema nervoso central e o axônio vai diretamente do encéfalo ou da 
medula até o órgão que inerva. 
 
SNP autônomo 
O SNP autônomo ou visceral tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando 
a atividade dos sistemas digestivos, cardiovascular, excretor e endócrino. Ele contém fibras 
motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e 
à musculatura do coração. 
Um nervo motor do SNP autônomo difere de um nervo motor do SNP voluntário pelo fato 
de conter dois tipos de neurônios, um neurônio pré-gânglionar e outro pós-gânglionar. O 
corpo celular do neurônio pré-gânglionar fica localizado dentro do sistema nervoso central e 
seu axônio vai até um gânglio, onde um impulso nervoso é transmitido sinapticamente ao 
neurônio pós-gânglionar. O corpo celular do neurônio fica no interior do gânglio nervoso e seu 
axônio conduz o estímulo nervoso até o órgão efetuador, que pode ser um músculo liso ou 
cardíaco. 
 
SNP autônomo simpático e SNP autônomo parassimpático 
 
O SNP autônomo (SNPA) é dividido em dois ramos: simpático e parassimpático, que se 
distinguem tanto pela estrutura quanto pela função. Quanto à estrutura, os ramos da SNPA 
simpático e parassimpático diferem pela localização do gânglio na via nervosa. Enquanto os 
gânglios das vias simpáticas localizam-se ao lado da medula espinal, distantes do órgão 
efetuador, os gânglios das vias parassimpáticas estão longe do sistema nervoso central e 
próximos ou mesmo dentro do órgão efetuador. 
 
As fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas inervam os mesmo órgãos, mas trabalham 
em oposição. Enquanto um dos ramos estimula determinado órgão, o outro inibe. Essa 
situação antagônica mantém o funcionamento equilibrado dos órgãos internos. 
 
 
 
O SNPA simpático, de modo geral, estimulam ações que mobilizam energia, permitindo ao 
organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, o sistema simpático é responsável 
pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão sanguínea, pelo aumento da 
concentração de açúcar no sangue e pela ativação do metabolismo geral do corpo. 
 
Já o SNPA parassimpático, estimula principalmente atividades relaxantes, como as reduções 
do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea entre outras. 
 
Mediadores químicos noSNPA simpático e parassimpático 
 
Tanto nos gânglios do SNPA simpático como nos do SNPA parassimpático ocorrem sinapses 
químicas entre os neurônios pré-gânglionares e pós-gânglionares. Nos dois casos, a substância 
neurotransmissora da sinapse é a acetilcolina. 
 
 
 
Nas terminações dos neurônios pós-gânglionares, que fazem sinapse com os órgãos 
efetuadores, porém, a substância neurotransmissora não é a mesma para os dois ramos do 
SNPA. No SNPA parassimpático o neurotransmissor é a acetilcolina, como nas sinapses 
ganglionares. Já no SNPA simpático o neurotransmissor é, com poucas exceções, a 
noradrenalina. Uma dessas exceções é a fibra parassimpática pós-gânglionar que inerva as 
glândulas sudoríparas, cujo neurotransmissor é a acetilcolina. 
 
 
 
Distúrbios do Sistema Nervoso 
 
Acidente Vascular Cerebral 
O acidente vascular cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame cerebral, pode ser 
de dois tipos: 
1. acidente vascular isquêmico – falta de circulação numa área do cérebro provocada por 
obstrução de uma ou mais artérias por ateromas, trombose ou embolia. Ocorre, em geral, 
em pessoas mais velhas, com diabetes, colesterol elevado, hipertensão arterial, problemas 
vasculares e fumantes. 
2. acidente vascular hemorrágico – sangramento cerebral provocado pelo rompimento de 
uma artéria ou vaso sangüíneo, em virtude de hipertensão arterial, problemas na 
coagulação do sangue, traumatismos. Pode ocorrer em pessoas mais jovens e a evolução 
é mais grave. 
Sintomas 
1. acidente vascular isquêmico 
perda repentina da força muscular e/ou da visão ·dificuldade de comunicação oral ·tonturas 
formigamento num dos lados do corpo·alterações da memóriaAlgumas vezes, esses sintomas 
podem ser transitórios – ataque isquêmico transitório (AIT). Nem por isso deixam de exigir 
cuidados médicos imediatos. 
2. acidente vascular hemorrágico dor de cabeça·edema cerebral ·aumento da pressão 
intracraniana náuseas e vômitos déficits neurológicos semelhantes aos provocados pelo 
acidente vascular isquêmico 
 
 
Tratamento 
Acidente vascular cerebral é uma emergência médica. O paciente deve ser encaminhado 
imediatamente para atendimento hospitalar. Trombolíticos e anticoagulantes podem diminuir 
a extensão dos danos. A cirurgia pode ser indicada para retirar o coágulo ou êmbolo 
(endarterectomia), aliviar a pressão cerebral ou revascularizar veias ou artérias comprometidas. 
Infelizmente, células cerebrais não se regeneram nem há tratamento que possa recuperá-las. 
No entanto, existem recursos terapêuticos capazes de ajudar a restaurar funções, movimentos e 
fala e, quanto antes começarem a ser aplicados, melhores serão os resultados. 
 
Recomendações 
 Controle a pressão arterial e o nível de açúcar no sangue. Hipertensos e diabéticos exigem 
tratamento e precisam de acompanhamento médico permanente. Pessoas com pressão e 
glicemia normais raramente têm derrames; 
 Procure manter abaixo de 200 o índice do colesterol total. Às vezes, só se consegue esse 
equilíbrio com medicamentos. Não os tome nem deixe de tomá-los por conta própria. 
Ouça sempre a orientação de um médico; 
 Adote uma dieta equilibrada, reduzindo a quantidade de açúcar, gordura, sal e bebidas 
alcoólicas; 
 Não fume. Está provado que o cigarro é um fator de alto risco para acidentes vasculares; 
 Estabeleça um programa regular de exercícios físicos. Faça caminhadas de 30 minutos 
diariamente; 
 Informe seu médico se em sua família houver casos doenças cardíacas e neurológicas 
como o AVC; 
 Procure distrair-se para reduzir o nível de estresse. Encontre os amigos, participe de 
atividades culturais, comunitárias, etc. 
 
Fatores de risco 
Os fatores de risco para AVC são os mesmos que provocam ataques cardíacos: 
 hipertensão arterial 
 colesterol elevado 
 fumo 
 diabetes 
 histórico familiar 
 ingestão de álcool 
 vida sedentária 
 excesso de peso 
 estresse 
 
Ataques epiléticos 
A epilepsia é uma desordem cerebral na qual os neurônios algumas vezes sinalizam 
de forma anormal. Na epilepsia o padrão normal da atividade neural fica perturbado, causando 
estranhas sensações emoções e comportamentos. Algumas vezes a pessoa com epilepsia tem 
convulsões, espasmos musculares e perda de consciência. 
Ter convulsão não necessariamente significa que a pessoa tenha epilepsia, porém ao ter 
dois ou mais ataques epiléticos a pessoa pode ser considerada epilética. Eletroencefalograma e 
tomografia do cérebro são testes diagnósticos comuns para a epilepsia. 
A epilepsia é uma desordem com várias causas possíveis, qualquer coisa que perturbe o 
padrão normal de atividade neural - desde doença até lesão cerebral e desenvolvimento cerebral 
anormal - pode ocasioná-la. A epilepsia também pode desenvolver-se devido a anormalidade 
na eletricidade no cérebro, desequilíbrio nos neurotransmissores ou alguma combinação desses 
fatores. 
Assim que a epilepsia for diagnosticada, é importante começar o tratamento o mais 
rápido possível. Em torno de 80% das pessoas diagnosticadas com epilepsia os ataques 
epiléticos podem ser controlados com medicamentos modernos e técnicas cirúrgicas. 
 
Doenças degenerativas do sistema nervoso 
Diversos fatores podem causar morte celular e degeneração, em maior ou menor escala, 
do sistema nervoso. Esses fatores podem ser mutações gênicas, infecções virais, drogas 
psicotrópicas, intoxicação por metais, etc. 
As doenças nervosas degenerativas mais conhecidas são a esclerose múltipla, a doença 
de Parkinson, a doença de Huntington e a doença de Alzeheimer. 
 
Esclerose múltipla 
A esclerose múltipla é um distúrbio no qual ocorre desmielinização de áreas isoladas dos 
nervos dos olhos, do cérebro e da medula espinhal. O termo esclerose múltipla é decorrente das 
múltiplas áreas de cicatrização (esclerose) que representam muitos focos de desmielinização no 
sistema nervoso. Os sinais e sintomas neurológicos da esclerose múltipla são tão diversos que o 
médico pode não diagnosticá-la quando os primeiros sintomas ocorrem. Como a doença 
frequentemente piora lentamente no decorrer do tempo, os indivíduos afetados apresentam 
períodos de saúde relativamente boa (remissões) alternados com períodos de fraqueza 
(exacerbações). Cerca de 400.000 americanos, na maioria adultos jovens, apresentam a doença. 
 
 
 
Causas 
A causa da esclerose múltipla é desconhecida, mas suspeita-se que um vírus ou algum 
antígeno desconhecido sejam os responsáveis que desencadeiam, de alguma maneira, um 
processo autoimune, geralmente no início da vida. Em seguida, o corpo, por alguma razão, 
produz anticorpos contra sua própria mielina. Os anticorpos produzem inflamação e lesam a 
bainha de mielina. A hereditariedade parece ter um papel na esclerose múltipla. Cerca de 5% 
dos indivíduos afetados possuem uma irmã ou irmão que também apresenta a doença e 
aproximadamente 15% deles possuem um parente próximo afetado. Os fatores ambientais 
também têm um papel. A esclerose afeta 1 em cada 2.000 indivíduos que passam a primeira 
década de sua vida em climas temperados, mas ela afeta somente 1 em cada 10.000 indivíduos 
nascidos em regiões tropicais. 
 
Doença de Parkinson 
A doença de Parkinson é uma afecção do sistema nervoso central que acomete 
principalmente o sistema motor. É uma das condições neurológicas mais freqüentes e sua causa 
permanece desconhecida. As estatísticas disponíveis revelam que a prevalência da doença de 
Parkinson na população é de 150 a 200 casos por 100.000 habitantes e a cada ano surgem 20 
novos casos por 100.000 habitantes. Os sintomas motores mais comuns são: tremor, rigidez 
muscular, acinesia e alterações posturais. Entretanto, manifestações não motoras também 
podem ocorrer, tais como: comprometimento da memória, depressão, alteraçõesdo sono e 
distúrbios do sistema nervoso autônomo. 
 
 
A doença de Parkinson é uma condição crônica. A evolução dos sintomas é usualmente 
lenta mas é variável em cada caso. A doença de Parkinson é a forma mais freqüente de 
parkinsonismo. O termo parkinsonismo refere-se a um grupo de doenças que podem ter várias 
causas e que apresentam em comum os sintomas descritos acima em combinações variáveis, 
associados ou não a outras manifestações neurológicas. A doença de Parkinson é também 
chamada de parkinsonismo primário porque é uma doença para a qual nenhuma causa 
conhecida foi identificada. Por outro lado, diz-se que um parkinsonismo é secundário naqueles 
casos em que uma causa pode ser identificada. Cerca de 75% de todas as formas de 
parkinsonismo correspondem à forma primária. 
 
Doença de Huntington 
Doença de Huntington, é uma desordem neurológica hereditária rara que afeta até 8 
pessoas a cada grupo de 100.000. Ela recebe o nome do médico George Huntington, de Ohio, 
que descreveu-a precisamente em 1872. A doença tem sido muito estudada nas últimas décadas. 
Em 1993 foi descoberto o gene que causa a doença. 
Os sintomas mais óbvios da doença são movimentos corporais anormais e falta de coordenação, 
também afetando várias habilidades mentais e alguns aspectos de personalidade. Por ser uma 
doença genética, atualmente não tem cura, no entanto os sintomas podem ser minimizados com 
a administração de medicação. 
A doença de Huntington é uma doença degenerativa que afeta o sistema nervoso central e 
provoca movimentos involuntários dos braços, das pernas e do rosto. Estes movimentos são 
rápidos e gestos bruscos. É uma doença hereditária, causada por uma mutação genética, tendo 
o filho(a) da pessoa afetada 50% de probabilidades de a desenvolver. Se um descendente não 
herdar o gene da doença, não a desenvolverá nem a transmitirá à geração seguinte. 
 
DNA 
O DNA é constituído de substâncias químicas denominadas nucleotídeos, o indivíduo 
possuidor dessa desordem apresenta em seu material genético repetições anormais da 
sequência de nucleotídeos citosina, adenosina e guanina (CAG), responsáveis pela codificação 
da glutamina. Na pessoa é a sequência CAG é encontrada com repetições menores que 20; já em 
pessoas portadoras da doença de Huntington há sempre mais de 36 repetições, tornando assim 
o gene defeituoso. Embora cada célula do corpo tenha duas cópias de cada gene, é suficiente 
uma cópia do gene anormal para que se tenha esta doença. Então, pode-se dizer, que o gene que 
condiciona a Doença de Huntington é um gene dominante. O estudo do cromossoma 4 
consentiu que se descobrisse a natureza da doença e que se permitisse diagnosticá-la quando é 
ainda assintomática.

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